TEORIA DO CONHECIMENTO - UMA INTRODUÇÃO.

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Sérgio Borges
Este vídeo é uma introdução a um dos principais ramos da Filosofia, a Teoria do Conhecimento. Tem co...
Video Transcript:
Você já parou para pensar em como é possível para Nós seres humanos conhecermos o mundo à nossa volta no nosso dia a dia encaramos o conhecimento das coisas com naturalidade dizemos que conhecemos a nossa família nossa casa os vizinhos a escola amigos paisagens etc os profissionais conhecem muito bem da sua área de trabalho por isso o encanador Gessé garante a manutenção tubulaes do Colégio Liceu de Artes e ofícios as merendeiras sabem como preparar os alimentos e a diretora Zélia Correia Não ocuparia este cargo se não conhecesse muito bem da área de gestão da educação o
ser humano com sua capacidade de conhecer já pôs os pés na lua e não para de criar novidades tecnológicas mesmo com tantos sucessos da ciência a filosofia era simples a questão do conhecimento só para citar um exemplo veja o que o filósofo niet pensou sobre isso o habitual quer dizer tudo aquilo com que estamos acostumados é o mais difícil de conhecer é o tipo de afirmação que nos torna mais reflexivos porque faz a gente parar para pensar até que ponto conhecemos de fato o que dizemos que conhecemos Então vamos voltar à pergunta filosófica Inicial como
é possível para nós conhecermos tantas coisas é uma pergunta tão importante que é o ponto de partida para um dos principais ramos da filosofia a teoria do conhecimento uma questão capaz de deixar qualquer iniciante da filosofia com uma pulga atrás da orelha é que para diversos filósofos Nós não somos capazes de conhecer nada do mundo que está à nossa volta é isso mesmo os céticos mais radicais defendem que nunca conhecemos nada verdadeiramente porque não somos capazes de desvendar a realidade Como Ela É de fato mas deixando o ceticismo um pouco de lado vamos falar como
surgiu a preocupação com o conhecimento da maneira como a filosofia o encara essa preocupação começou na Grécia com os chamados filósofos pré-socráticos aqueles que se esforçaram para entender a natureza sem recorrer às explicações dadas pela mitologia estes filósofos pré-socráticos dentre eles Heráclito e Parmênides não eram céticos mas sim partiam da pressuposição de que podemos conhecer Tudo para eles a realidade que engloba toda a natureza é racional e como nós humanos também somos racionais temos sim condições de conhecer a totalidade das coisas que existem Resumindo para os pré-socráticos se a realidade é racional e Nós também
somos racionais Então somos capazes de conhecer a realidade como ela é agora preste atenção para esta polêmica sobre o conhecimento que começou com Heráclito e Parmênides e de certa maneira percorre toda a história da Filosofia é que há filósofos para quem a observação ou a experiência que temos do mundo físico é que nos dá a chave para conhecermos a realidade total do universo já para outros filósofos as mudanas que captamos pelos sentidos não são tão relevantes quanto as coisas que permanecem eternas E essas só poderíamos alcançar com o pensamento é este o pensamento de Parmênides
para quem conhecer é atingir pelo pensamento o que é sempre idêntico e imutável um exemplo bem simples o importante não são as muitas maçãs de todos os tipos tamanhos diversos tons de vermelho e que nascem e apodrecem o importante é conhecer uma única definição de maçã que engloba todas as frutas Dessa espécie que já nasceram e que Ainda irão nascer no mais distante futuro saber isso conhecer isso é que seria alcançar o ser imutável da maçã ou seja chegaríamos ao conhecimento apenas por meio de uma operação mental já Heráclito considera a verdade como uma mudança
contínua e é a esta mudança que devemos estar atentos Se quisermos conhecer a realidade para ele a realidade é a a harmonia dos contrários que nunca param de se transformar uns nos outros o que é frio torna-se quente O que é novo fica velho o líquido torna-se gasoso ou se congela para Heráclito a realidade que queremos conhecer é um fluxo Perpétuo estamos simplesmente sendo enganados pelos sentidos quando acreditamos que alguma coisa permanece estável até mesmo a rocha mais sólida a montanha mais do planeta estão em permanente transformação foi Heráclito Quem disse um homem nunca pode
se banhar duas vezes no mesmo Rio para ele nem o homem nem o rio serão os mesmos que já foram seja o tempo curtíssimo ou muito longo entre um e outro banhar-se do homem Resumindo a controvérsia entre Heráclito e parmes Eno para Heráclito concio ao desvendarmos a dinâmica das mudanças a realidade que engloba todas elas para parmenides conhecer é descobrir o que é permanente O que é estável o que nunca muda em vez de nos iludirmos com as mudanças que são apenas aparentes mas no fundo apesar de caminhos diferentes os dois filósofos pretendiam conhecer a
mesma coisa a realidade única depositária de todas as leis que Gover todas asis do mundo o problema do conhecimento se tornou Central no debate entre Sócrates e os filósofos chamados sofistas para eles havia tantas divergências de pensamentos entre os filósofos que a conclusão mais sensata que se podia chegar era de que é impossível conhecermos a verdade das coisas afirmaram que tudo que nós dizemos que conhecemos não passa de meras opiniões Sócrates fez oposição aos sofistas disse que a verdade Pode sim ser conhecida por nós para isso o primeiro passo é abandonar duas coisas As Ilusões
causadas pelos sentidos e as palavras que não passam de opiniões Sócrates disse que a verdade só pode ser alcançada com o uso do nosso pensamento que tem o poder de nos afastar do erro e da mentira ele afirmou que somos capazes de apreender a essência das coisas a ideia universal de cada um dos seres e de cada um dos valores da vida moral e política de acordo com Sócrates portanto podemos saber o que é a essência da Verdade da beleza da honestidade da Justiça de todos os valores humanos enfim agora vamos falar um Pou Pou
sobre o que Platão e Aristóteles pensaram sobre o conhecimento para Platão existem quatro graus de conhecimento o primeiro deles é a crença segundo a opinião o terceiro o raciocínio e o quarto a intuição intelectual Platão afirmou que apenas através do raciocínio e da intuição intelectual podemos atingir o conhecimento verdadeiro o exercício constante do raciocínio é o que faz com que nosso pensamento alcance a pureza intelectual para captar e compreender as ideias que formam a realidade Platão condena a crença e a opinião pois Para ele são graus inferiores de conhecimento são na verdade conhecimentos ilusórios ou
das aparências Vamos então usar uma imagem bem simples para ilustrar o pensamento de Platão sobre como se dá o conhecimento verdadeiro para ele a razão é como se fosse um trem que sobe à montanha do conhecimento quanto mais o trem ou seja a razão humana trabalha mais altitude ganha a mente até chegar a uma estação Onde encontramos o primeiro exemplo de conhecimento intelectual puro que é a matemática isso porque as ideias da Matemática não dependem em nada dos órgãos do sentido e nunca se limita ão a meras opiniões ou seja as ideias matemáticas nunca são
apenas o que achamos das coisas sem ter comprovação por isso o conhecimento matemático seria a melhor preparação que o homem pode ter para chegar à verdade à realidade tal como ela é de fato ao contrário de Platão Aristóteles considerava importante o conhecimento que temos por meio da experiência ou Dos sentidos para ele o que conhecemos dessa forma contribui muito para desvendarmos a realidade não são meras ilusões como afirmava Platão no entanto para Aristóteles o conhecimento puramente sensível é apenas o primeiro em uma escala de se graus de conhecimento quanto mais o conhecimento estiver distante da
sensibilidade maior a aproximação da Verdade podemos dizer que para Aristóteles o trem que viaja Pela montanha do conhecimento percorre seis Estações a sensação a percepção a imaginação a memória o raciocínio e a intuição de todas estas formas de conhecimento apenas a última a intuição é puramente intelectual a intuição não depende de nada que se manifesta a nós por meio dos nossos sentidos da nossa imaginação e mesmo do nosso reforçando a intuição é um ato do pensamento puro totalmente independente dos dados que obtemos por meio dos Sentidos agora vamos dar um salto no tempo até a
idade média para saber como o conhecimento era visto nessa época época em que a Igreja Católica pode ser tida como a guardiã da filosofia por isso o conhecimento era dependente da fé para a filosofia cristã é a fé que ilumina o nosso intelecto e serve de guia para nossa vontade assim é que nos tornamos capazes de conhecer o mundo no século X portanto depois da idade média e já em plena era moderna houve um importante movimento no jogo de xadrez da filosofia os filósofos colocaram em cheque o pensamento Cristão sobre o conhecimento as jogadas decisivas
foram que revelam as dificuldades da teoria Cristã primeira pergunta se o cristianismo considera que o erro e a contradição fazem parte da natureza humana por causa do pecado original como é possível conhecermos a verdade segunda pergunta se para os cristãos a natureza humana é dupla ouja Umo de corpo e alma mata e espírito para nós conhecermos Deus que é imaterial ao mesmo tempo como é que podemos conhecer o mundo material se também somos formados pela alma que é uma substância incorpórea imaterial terceira pergunta se a verdade é divina e infinita como é que nós frutos
do pecado original e seres finitos com pouco tempo de vida podemos conhecer a verdade a filosofia Cristã como vimos anteriormente respondia a estas questões afirmando que a fé com a ajuda da Graça Divina é que nos guiava pelos caminhos do conhecimento verdadeiro os filósofos modernos não se contentaram com esta solução e uma de suas primeiras tarefas foi fazer a separação da fé e da razão consideraram que as duas eram destinadas a conhecimentos diferentes que não mantém qualquer relação entre si portanto para os fé de um lado razão de outro as dúvidas dos filósofos modernos levaram
o inglês John Locke a iniciar a teoria do conhecimento Lock se propôs a investigar nossa capacidade de conhecer quer saber também qual a origem de nossas ideias e analisar todas as formas de conhecimento é assim que a filosofia se volta para o pensamento quer dizer a filosofia torna-se o pensamento pensa sobre si mesmo na tentativa de desvendar suas regras a maneira como funciona lo nos chama atenção para duas grandes orientações que perpassam a filosofia o racionalismo e o empirismo os filósofos considerados racionalistas são aqueles que acreditam que o conhecimento verdadeiro autêntico livre de ilusões é
aquele que tem origem apenas no pensamento seja o conhecimento que a gente alcança sem a ajuda dos Sentidos o maior exemplo desse tipo de conhecimento são as verdades da matemática de acordo com os racionalistas não é o contato com o mundo exterior que nos leva por exemplo a tirar conclusões a respeito das relações que existem entre os lados e os ângulos de uma figura geométrica Estas são verdades eternas e imutáveis que podemos atingir com uso da razão os racionalistas acreditam que a razão é capaz de atingir verdades sólidas não só na matemática mas também no
campo da Moral e da ética já os filósofos empiristas defendem que só podemos chegar ao conhecimento verdadeiro por meio da experiência ou seja são os sentidos que nos guiam na descoberta das verdades autênticas para eles as ideias que nos fazem conhecer o mundo não nascem com a gente não são inatas quando nascemos nossa mente seria como uma folha de papel em branco que aos poucos vai sendo preenchida pela experiência que vamos registrando na memória a partir das impressões dos Sentidos é desta forma que descobrimos as leis que governam o mundo material à nossa volta [Música]
ah Y
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