Pies oduro oggi oggi PR Boa noite eh primeiramente eu queria agradecer a presença de todas todos e todes aqui hoje é uma noite muito especial eh para todos que estão presentees acompanhando a gente aqui presencialmente também na nossa transmissão que tá acontecendo ao vivo Eh estamos aqui para prestigiar a a palestra retomada de saberes o contra colonialismo de nego Bispo eh o instituto de artes da UNESP tem a honra de recebê-los nessa noite tão especial paraar palestra retomada de saberes contra colonialismo de nego Bispo promovida pela pró-reitoria de extensão Universitária e pelo núcleo Negro para
a pesquisa em extensão da Unesp eh para quem não conhece o eu falo com muita propriedade Nessa fala porque eu integro o nop desde 2022 e é um grupo vinculada a proec que é a pró-reitoria de extensão Universitária e cultura composto por técnicas administrativas de sentes e docentes que se identificam como Quilombo intelectual e se organiza de forma colegiada ou seja a partir de reuniões e decisões coletivas tem como objetivo o enfrentamento do racismo institucional presente nas universidades e nega a postura de pesquisas que tratam o indivíduo negro ou a cultura Negra como objeto de
sua produção o grupo e seu posicionamento então quanto qu lombro é resultado de anos de articulação em coletivos grupos e eventos propostos principalmente por dicentes e técnicos administrativos eh antes de continuar essa fala sobre o nup eu sou a Mel Eu Sou aluna da graduação de artes visuais aqui do instituto de artes da UNESP sou sou artista plástica Educadora produtora cultural periférica e eu integro o nop desde 2022 Como eu disse e eu só tô aqui nessa noite graças a nup graças a todas essas articulações que a gente tem feito em grupo eh de pessoas
racializadas que resolveram se unir Nesse contexto Educacional e essa fala que eu acabei de ler ela foi feita por membros eh que fundaram nup né que consolidaram nup para que a gente conseguisse continuar trilhando nossos caminhos hoje né Eh e tá promovendo ações em parceria com a proec como a gente tem promovido e como eh eh essa palestra é resultado dessas ações né Eh antes de começar né nossa retomada de saberes eu queria abrir espaço para Fala uma fala de agradecimento e da Juliana CZ que tá representando o reitor da proec da eh pró-reitoria de
extensão em cultura Raul Borges Guimarães Então eu queria abrir espaço pra Juliana Cortez fazer essa fala em seguida o professor Dr Wagner Francisco Araújo Sintra que é o nosso diretor aqui do ia também vai fazer uma fala por favor Juliana Obrigada boa noite a todas as pessoas que estão aqui presentes eh gostaria muito de agradecer a presença de todas as pessoas e do nup Especialmente pela articulação e pela organização desse evento desse dessa eh visita que o nego Bispo vem fazendo aí nas nos camps de de da da Unesp e isso é muito importante para
que a gente possa ter um diálogo eh de desses movimentos sociais dentro da Universidade pra gente pensar na Justamente na descolonização da academia né que é uma coisa muito importante para que a gente possa avançar desenvolver e sair daquela bolha de informações e absorver mais Eh mais conhecimento mais cultura e tá mais em contato com a sociedade então pra gente é muito importante tá eh valorizando e e e e trazendo essa esses eventos e pessoas como o nego Bispo que é um líder aí do movimento do dos quilombos e trazendo toda a sua sabedoria a
sua informação e também falando da terra da importância da de de da ocupação social dessa terra e dos pequenos produtores então é uma riqueza imensa pra gente tá eh valorizando E e promovendo esse tipo de eventos Então gostaria só de agradecer mais uma vez a a todos e todas e todos pela presença e pelo nup também que vem fazendo um trabalho muito rico aí para dentro da proec obrigada obrigada Eh boa noite a a todas e todos eh eu queria antes mais queria agradecer que um dizer que é um grande prazer né que o Instituto
de Artes acolhe esse evento né organizado pelo nup e pela proec né E quero dizer até anotei aqui umas coisinhas para eu não que eu sempre me enrolo quando vou falar de improviso né então hoje eu resolvi escrever né que a universidade pública precisa se reventar e aceitar a existência de outros Universo de saberes que não cabem em um título de doutor para tanto é necessário que nós que somos a Universidade de fato nós professores técnicos administrativos estudantes né Eh sejamos capazes de aceitar e conviv com outros valores culturais e também com outros valores éticos
eu acredito que este evento seja uma oportunidade para tal reflexão eh por isso eu parabenizo mais uma vez nup e a proec por nos propiciar esse momento de troca e reflexão com Antônio bip dos Santos o nego Bispo que é uma das principais vozes do pensamento das Comunidades tradicionais do Brasil né seja bem-vindo nego Bispo ao Instituto de Artes né e todas e todos tenhamos um excelente evento obrigado [Aplausos] Obrigada Juliana obrigada Professor Wagner eh eu acho que são muitos agradecimentos né para que esse evento pudesse acontecer todas as pessoas envolvidas que estão aqui e
todas as pessoas presentes nessa noite nesse lugar eh e é um evento histórico né porque a gente tá falando de saberes quilombolas dentro da Universidade de maneira que eh esses saberes ancestrais estão pautando as as intelectualidad hoje né então não tem como a gente ignorar esses saberes quando eles estão em toda parte quando eles estão nessas pessoas que são migrantes Nordestinas quando eles estão em diversos espaços mas com a mesmo tempo tem resistido a diversas tentativas de apagamento e tentativas de colonização né e eu queria dizer que é um evento histórico para mim e pra
universidade Porque é importante para mim também como filha de um imigrante destino eh est nessa Universidade mediando um evento como esse eh sabendo que eu não vim aqui né para deixar os meus conhecimentos de lado ou para adquirir conhecimento eh porque eu não não tô esquecendo as memórias e as as a realidade histórica que os meus ancestrais viveram para que eu pudesse estar aqui hoje né então eu referencio eles como referência e e me orgulho de estar aqui hoje ao lado do do Senhor eh mestre nego bisto e eu vou fazer uma apresentação dessa figura
ilustre eh Antônio Bispo dos Santos quilombola lavrador formados por Mestres e mestas de ofícios estudou até a oitava série do Ensino Fundamental morador do Quilombo saco cutur em São João do Piauí é membro da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí e da Coordenação Nacional de articulação das Comunidades negras rurais quilombolas a conac integrante da rede de mestres e docentes da Universidade de Brasília autor de inúmeros artigos e poemas e dos livros Quilombos modos significados colonização eh Quilombos modos e significações a terra dá a terra quer de 2023 que é o seu recente lançamento eh
eu queria passar a fala né Para que o Mestre Bispo pudesse se apresentar né e da maneira dele e logo em seguida a gente pode começar a mandar perguntas para quem tiver interesse em fazer perguntas pra gente selecionar e fazer começar as perguntas para alimentar o debate Tá bom vamos lá vivas vivas vivas vivas porque todas as vidas são necessárias então por retomada de saberes desde o início do colonialismo os quilombos se constituíram e como é que os quilombos se constituíram o povo africano trazido forçadamente e com algumas alegações ou alegativa de que tiveram as
suas memórias apagadas por vários processos como eh a árvore do esquecimento e várias outras quando esse povo chegou aqui ele logo conseguiu se comunicar com os povos originários ou seja os povos indígena através das linguagens cosmológicas por que que eu estou dizendo das linguagens cosmológica porque através da oralidade não era possível porque aqui existiam várias línguas orais diferente em África também existia várias línguas orais diferentes mas nenhuma era hegemônica então esse povo se comunicou através do paladar através do olfato através das diversas sonoridades naturais através do vento das águas dos animais é através dos astros
ou seja através das outras vivências e dos amplos relacionamentos ocorre que desde o início do colonialismo até a lei Áurea de 1980 ou 1888 os quilombos foram tratados como organização criminosa tinha uma lei que dizia que duas ou mais pessoas negras andando juntas mesmo que não tivesse uma residência física mas principalmente se tivesse um Pilão nesse envolvimento seria um quilombo e como tal deveria ser atacado e as aldeias era tido como um lugar de povo selvagem de povos que às vezes até chamado de canibais a Lei Aurea em tese aboliu a escravidão mas não revogou
a criminalização dos quilombos e nem a selvageria das Aldeias houve uma mudança de denominação ou seja ao invés de criminalizar os quilom criminalizou a capoeira o samba a umbanda o Candomblé todas as nossas expressões culturais ou todos os nossos modos de vida isso aconteceu entre 888 e 988 panto 100 ano onde houve um apagamento da palavra mas houve uma criminalização dos modos de vida quilombola a Constituição de 1988 acolheu o povo quilombola como povo de direito e acolheu os povos indígenas como povo de direito também mas não acolheu os seus modos de vida não acolheu
os seus direitos povo de direito mas do direito colonialista e não do direito originário e não do direito afro isso significa dizer que desde o início do colonialismo até a Constituição de 1988 o nosso saber não fez parte do conhecimento Nacional o nosso jeito de pensar não fez parte do pensamento Nacional só a partir da Constituição de 88 é que nós começamos a expressar os nossos saberes e os nossos pensamentos ainda assim em situações precárias mas pelo menos porque a lei já não proibia não permitia porque não criou as condições não criou os acessos e
as acessibilidade mas também não proibia e olha só é bem pouco tempo de 1988 para cá é bem pouco tempo mesmo assim se a gente for observar O que que está acontecendo hoje nós Já conseguimos pautar mais do que os nossos modos de vida nós conseguimos pautar os nossos pensamentos eu tenho circulado por esse Brasil principalmente nas Universidade a partir de 2015 já Visitei quase todas universidades públicas nos estados brasileiros e de 2015 para cá a pauta é ancestralidade cosmovisão cosmologia cosmogonia trajetória ou seja essa pauta é Nossa a pauta dos colonialistas era democracia reforma
agrária eleições diretas eleição para civil e educação é saúde e são pautas segmentadas Essas eram as pautas da sociedade colonialista e que estão fora de moda porque são pautas antigas que se repetem mas não resolvem desde quando eu nasci que eu vejo dizendo que educação é a solução e essa solução nunca chegou Como assim né então hoje nós estamos dizendo que a solução não é a educação a solução é a criação a questão é como nós somos criados não é como nós somos educado tanto é que o único animal que precisa estudar depois que chega
a fase adulta é o dito ser humano os pássaros depois que eles voam do ninho que sai de debaixo da asa das mãe e dos pais Eles não precisam mais estudar Eles já sai dali sabendo tudo que precisam para viver os porcos os caprinos os ouvinos depois que eles param de mamar Eles não precisam mais estudar eles sabem tudo que precisa para viver só o humano precisa estudar depois da fase adulta tem pessoas com 70 anos estudando eu pergunto para quê estudando para quê para aprender o caminho do cemitério não precisa saber as outras pessoas
que sabem te levam né Agora imagina eu indo pra escola estudar estudar o quê o tempo de est na escola estudando eu tô conversando com minhas netas com meus netos o tempo tá na escola estudando Tô conversando com meus vizinhos eu tô cuidando dos meus animais eu tô descansando pensando na vida mas então essa retomada de saberes é exatamente isso é nós dizendo para sociedade não como nós queremos que a sociedade seja é como é que nós queremos ser nós estamos dizendo apenas isso não se você quer continuar morando em São Paulo levantando 3 horas
da manhã pegando um ônibus lotado imprensado igual sardinha na lata passar o dia trabalhando é com medo de falar com seu amigo e o patrão perceber que você tá falando se você não pode nem ir o banheiro porque você tem que ter produtividade e voltar para casa 10 da noite não Parabéns se você quer viver assim que viva assim eu não quero então eu não vou pedir para você deixar de viver assim agora por favor não insista para mim viver assim porque eu prefiro ficar lá no meio da Catinga lá no semeado Onde eu vivo
amanhecer com os pássaros cantando com os cabritos berrando com as crianças eh se preparando pra escola e chorando com preguiça de ir pra escola que a escola é cansativa mas tem merenda tem os amigos eu prefiro viver lá né com uma preguiça danada Principalmente nesse período agora que o sol tá muito quente mas ter as minhas relações e ter tempo e não horário ter tempo uma das minhas grandes Mestres mã Joana dizia meu filho a noite é dos noturnos e o dia é dos diurnos então levante cedo mas quando anoitecer não precisa mais você sair
de casa porque se você sair de casa depois do anoitecer você vai interromper a vida dos noturnos é a hora que os noturnos vão sair eles tem medo da gente então aqui em São Paulo não tem ora pros noturnos os coitados do noturno estão ferrado eles TM que sair daqui porque aqui só tem hora pros diurnos e os diurnos transforma a noite em dia e transforma o dia em noite e é tudo assim permanente então é e essa retomada de saberes É ISO é nós dizermos para nós e para vocês como é que nós queremos
viver e pedir a vocês que respeite e dizer isso sem raiva dizer isso sem rancor dizer isso com alegria com festa com poesia dizer isso com bemquerer com afeto com muito afeto Então é isso essa introdução Como diz vocês nessa abordagem é para dizer que eu gosto de conversar e vim aqui para isso e que a partir desse momento a gente coloca também os microfones à disposição para vocês se manifestarem perguntando questionando enfim se manifestarem com vocês a palavra e vamos compartilhar esse diálogo som Alguém gostaria de fazer alguma pergunta se vocês cada vez gente
se vocês não perguntam Ó tem uma pessoa ali vocês fazem um favor Boa noite gente eu no interior também mais ou menos parecido não igual parecido a gente gostava de conviver com com a natureza e lá eu cresci na linha Cristã né minha formação foi cristã mas agora eu tô numa experiência metafísica numa Experiência Religiosa com a umbanda e tô tendo uma experiência diferenciada O senhor falou sobre os seres da noite eu não entendi muito bem mas Eu já ouvi alguma coisa do Senhor falar sobre os Encantados E numa dessas experiência que eu tive com
a Umbanda A Entidade falou de algo para mim de um saber e Nossa que incrível e mexeu com com a minha materialidade com a minha vida em si eu queria que o senhor falasse um pouco sobre a relação ou como perceber esses espíritos Encantados se tem religiosidade dentro do Quilombo E como que acontece Muito obrigado mais alguém Ah eu não falei meu nome Felipe Elói Boa noite meu nome é Telma eu tenho a curiosidade de saber assim você viaja palestrando né e se você visitou Quilombos aqui por exemplo tem uma filha que mora em Parati
tem os Quilombo Quilombo né do de Parati como tem vários lugares né aí a convivência tua lá do Piauí se você tem assim encontros e trocas de Sabedoria com os quilombolas aqui do sudeste Obrigada mais alguém Boa noite é meu nome é Ariane e quando eu fui na oficina escutar você e adirar você falou sobre contra colonial e a gente veio de uma época que a gente falou muito descolonial depois decolonial e eu fiquei com muita vontade de escutar um pouco mais sobre isso de ser contra Colonial porque é uma fase de que você nunca
foi colonizado né então você contra colonial e não decolonial Pelo que eu entendi aí eu queria escutar um pouco mais sobre Ótimo então quando mãe Joana dizia o dia é dos urno e a noite é dos noturno a gente mora na roça né Eu continuo morando na roça então o que que ela dizia a noite é pros animais que TM hábito noturno durante o dia eles estão acomodados dormindo à noite eles vão sair para se alimentarem se nós também formos saímos à noite nó vamos assustar Esses animais eles não vão se alimentar tanto assim mas
a noite também ela dizia que a noite também era dos Encantados era a hora que os Encantados também se movimentavam porque era hora que tinha um pouco mais de calmaria um pouco mais de silêncio onde a comunicação poderia se dar de uma forma mais Ampla mas por falar em Umbanda E aí já enganchando na questão do contracon Realismo o que que ocorre Nós aprendemos que no Brasil nós tivemos um processo de escravização Porque existe um modo de produção capitalista e esse modo de produção capitalista precisava de uma mão deobra escrava pelo menos esse é um
discurso presente no campo da esquerda do movimento Sindical de alguns partidos de esquerda enfim de alguns eh acadêmicos alguns eh intelectuais também Progressista tal eu ouvi isso durante muito tempo porque também eu fui do movimento sindical também eu fui do movimento partidário a última vez que eu votei foi 96 de 96 para cá me desfilei do partido não votei nem fiz campanha também não sou contra quem vota nem quem faz eu acho que cada quem cada quem também me desfilei do movimento sindical nunca mais participei do movimento sindical mas também sou amigo dos que participam
né bom mas aí eu fiquei a vida inteira incomodado com essa pergunta tudo bem um modo de produção precisou de uma mão de obra escrava Mas quem disse que povo deveria ser escravizado aí eu fui pesquisando onde mais eu imaginei que poderia encontrar alguma resposta como a sociedade colonialista é uma sociedade Cristã é uma sociedade das escrituras Então eu fui procurar nas escrituras onde é que estava essa orientação e eu encontrei na bula do Papa Nicolau v a bula Romanos papal de 1455 a seguinte informação o Papa dizendo nós autorizamos ao rei de Portugal a
invadir expropriar subjulgar e submeter a escravidão Perpétua todos os Condado e principados onde o povo for Pagão pronto então quem decidiu quem definiu que povo deveria ser escravizado foi a Santa Madre Igreja Católica aí eu pensei mas se eu escrever isso V dizer sim mas isso foi um papa não significa dizer que todos os Papas concordem aí eu fui pra Bíblia que é onde os Papas se orientam e em vários lugares da Bíblia a Bíblia concorda com a escravidão vários outros religiosos como o padre eh Antônio Vieira o Padre Antônio Vieira chega a dizer que
é muito melhor um negro ser escravo morrer e ir pro céu do que ser livre ir pro inferno ele nunca me perguntou isso senão eu tinha diso vamos trocar a pádre é tranquilo você Seja escravo ou ou seja livre e e e vá pro inferno ou melhor Seja escravo e vá pro céu e deixa que eu eu vou ser livre e depois eu vou pro inferno Sem problema nenhum Mas enfim aí eu tô colocando isso para dizer que o processo colonialista é um processo cosmológico eu não vou dizer religioso mas é um processo cosmológico é
uma cosmovisão é uma cosmologia que des diso e é a Cosmologia EUR Cristã monoteísta eu tô dizendo monoteísta porque também existe cristãos politeístas Quais são os cristãos politeístas boa parte dos umbandistas muitas vezes você chega para uma mãe de santo na umbanda e pergunta assim qual é a sua religião disz católica aí as pessoas desavisadas dizem assim Olha isso é sincretismo Não não é sincretismo isso é politeísmo a umbanda pode adotar o catolicismo como uma religião porque a umbanda é criada por povos politeístas pov que tem várias divindade os católico é que não podem ser
um bandista porque eles são mono eles só podem ser católico como os evangélicos só podem ser evangélico então é dizer que a umbanda é uma manifestação politeísta e não sincretizada não sincretista bom vamos então para o colonialismo quem era o povo Pagão em 1455 os africanos e os povos originários era dito pagãos então em nenhum lugar tá escrito que os africanos foram escravizados porque eram preto tá escrito que eles foram escravizados porque eram pagãos como não tá escrito que os indígenas foram escravizados porque eram indígenas tá escrito que eles foram escravizados também porque eram pagãos
isso é um começo de conversa então o que que ocorre os quilombos e as aldeias mais distante não foram colonizados não foram escravizados os quilombos não é uma organização de negro fujão é diferente é uma organização de negras e negros muito valente que não se submeteram e que não se subjugaram não é que eles fugiram Eles foram para aquele lugar porque lá era o lugar onde eles iam reeditar os seus modos de vida mas todos os quilombos sempre conversaram com os colonialistas sempre negociaram com os colonialistas os colonialistas sabiam onde é que os quilombos moravam
A grande questão é que os colonialistas são corruptíveis a corrupção é uma coisa intrínseca da sociedade Cristã a maior corrupção é a relação deles com Deus eles dizem que Deus é onipresente onisciente e onipotente e eles acham que engana Deus eles pecam escondido e depois vão para igreja com a cara mais deslavada do mundo mentir para Deus até comer um pedaço do corpo do coitado de Jesus Então isso é corrupção Então os quilombolas perceberam que eles eram corruptível e e os quilombolas corromperam esse povo então os quilombos sempre negociaram os quilombos oferecia pá porado do
dedo os quilombos Enfim então há uma relação de corrupção entre os quilombos e os colonialistas e os quilombos como corruptores e o colonialista como corruptíveis então isso fez com que os quilombos existissem pertinho até hoje mas os quilombos nunca quiseram tomar o poder porque não interessa esse estado não nos serve porque esse é o estado do trabalho essa socied daí a sociedade o trabalho nós somos preguiçosos nós não gostamos de trabalhar então se nós assumirmos essa estrutura nós vamos ter que trabalhar para manter essa estrutura funcionando e isso não nos interessa então e não nos
interessou então isso significa dizer que nós nunca fomos colonizados Mas nós nunca deixamos de ser atacado pelo colonialismo o colonialismo nos ataca todos os dias tem dia que a gente até sabe comete um descuido tem dia que eu até quando eu vou pensar Opa volta nego bisso não é assim tem vezes que eu tô bem pertinho e e dou um retorno então é isso por que que nós somos contra colonialistas porque nós lutamos a vida inteira para não ser colonizado por que que nós não somos de colonialistas é isso que você falou quando nós escrevemos
sobre o contracon realismo nós nem sabíamos que tinha essas escritas sobre o decolonial ismo nós não escrevemos Para Contrariar o decolonial ismo Nós escrevemos Para Contrariar a luta de classes o que nós queríamos dizer que quilombo não está na luta de classe Quilombo está na luta contra colonialista é isso que nós queríamos dizer por que que nós queríamos dizer que o quilombo não tá na luta de classe é porque o quilombo não é no quilo não tem patrão nem empregado Olha eu sou lavrador dono da minha roça eu não tenho não sei o que é
um patrão e eu também não sou um patrão Então como é que eu tô na luta de classe se eu não sou nem patrão nem empregado então era isso que eu queria dizer quando nós escrevemos contra colonialismo mas dizer Olha nós não somos de luta de classe nós somos contra o sistema colonialista Nós não somos contra o patrão Porque nós não temos patrão e nós não somos aí eu não sabia que oos Zé colonialista tava trabalhando isso eu achei ótimo no começo deu uns estresses mas hoje o que que nós estamos dizendo no mundo cabe
todo do mundo se você tem consciência que você foi colonizado Nada mais justo do que você lutar para se descolonizar tá corretíssimo eu não vou lutar para li descolonizar porque se aí eu posso perder tempo e acabar sendo colonizar então eu vou continuar na minha né mas você pode continuar na sua luta e eu não vou lhe perturbar não vou lhe interromper bom e com relação a visitar os quilombos eu tenho a festividade e a alegria de ter conhecido alguns quilômetros no Vale do Ribeira e quando foi para criar a organização Estadual dos quilos de
São Paulo eu fui convidado faz muito tempo isso né Eu fui convidado então tem uma relação muito boa com algumas pessoas aqui o bico que é um uma referência nacional noss que é um coordenador da con é daqui dessa região mas eu tenho uma relação com vários Quilombos em vários lugares no Brasil a gente se visita A grande questão é que entre nós não há uma ingerência um quilombo não quer consertar o outro Quilombo nós queremos consertar apenas o nosso lugar agora quando a gente faz uma coisa boa que o outro pergunta como é que
fez a gente explica por exemplo lá nós temos uma relação de composição de protocolo de licenciamento com isso que chamam de energia limpa né começaram a dizer que energia eólica e energia fotovoltaica energia solar é uma energia limpa aí tá todoo festejando que é uma energia limpa o fato de ser uma energia limpa não significa dizer que ela não é violenta a palavra limpo não significa dizer não violento não sei onde é que esse pessoal tiraram isso né ou ou não sabem falar português é uma energia Ultra violenta por quê onde é que se criam
as fazendas Como diz eles os parques de energia eólica no topo da Serra na parte mais alta dos morros que é onde tá o melhor vento quem é que mora no topo das Serras na parte mais alta do Morro os animais mais arisco os catitus as serpentes as onças os animais mais selvagem digamos assim moram no topo se você desmata aquele lugar você desmancha o habitado daqueles animais vão fazer o quê eles vão descer e eles descendo vão nos atacar então nós temos Quilombo hoje que tá sendo atacado por cur aumentou o número de acidentes
com as serpentes Aumentou a quantidade de raposa comendo nossas galinhas porque elas foram expulsa do seu território então é uma energia limpa mas é uma energia violenta a mesma coisa acontece com os parques de energia solar você desmata uma área muito grande e naquele espaço que é aberto os animais silvestres que eles chamam de selvagem T dificuldade de se locomover aí você vai ter uma grande concentração de animais de um lado a vez de um lado fica mais macho do outro lado fica mais mais fême e você tem um prejuízo no processo reprodutivo Aí como
eu fui uma das primeiras pessoas a discutir isso com os Empreendimentos hoje eu sou chamado em vários Quilombos para levar esse debate Mas eu só vou quando eu sou chamado se eu não sou chamado eu não vou porque entre nós não existe aquela história da gente consertar a vida dos outros sem os outros est pedindo né tem quem gosta disso é os políticos os políticos você nunca disse para ele que você tá sofrendo ele chega e Olha como você é sofredor assim ele chega Como você consegue viver aqui na Catinga sem água sem não sei
o qu tal olha se a catinga fosse ruim Nós não estávamos lá vocês querem ver alguma vez Vocês já viram um uma reportagem ou ou na televisão nos jornais falando do sofrimento das mortes que tem na Caratinga Não já já viram por conta da circa Quais são os animais que vocês mais viram passar nessas imagens mortos quais os animais que mais aparecem morto numa imagem de seca da Catinga o boi o gado principalmente o gado holandês sabe por qu porque a catinga é contra o [Aplausos] colonialismo as cabras não morrem os cai não morrem quem
morre é o gado porque não é o lugar dele estão ali de atrevido nós não morremos nós estamos lá então é só para fazer essa observação para ver como é que as coisas são complexas né bom mas é isso falei demais quero ouvir vocês mais um pouco se possível Olá boa noite aqui Eu me chamo Maré eh e eu li algumas coisas que você escreveu e Vi alguns vídeos E aí falando um pouco sobre seguindo nesse pensamento sobre a cosmovisão eurocris que você fala eh que por ser um povo monoteísta é um povo também que
se relaciona com o mundo de uma maneira eh limitada linear que é um pensamento que que segue sempre em linha reta e por isso é um pensamento que tem limites E aí você fala também que os os povos eh indígenas e africanos que TM um pensamento e uma cosmovisão politeísta eh Eles já pensam de uma maneira circular uma maneira eh horizontal e espiralar E aí tem uma fala que você diz que eh entre aspas você diz por exemplo que a gira ela acontece rodando que o samba acontece rodando que o reg acontece rodando enfim você
cita algumas manifestações afro-brasileiras e africanas eh e essa relação circular que tem a ver com essa cosmovisão E aí eu gostaria que você falasse um pouco mais sobre isso como que essas visões elas se elas eh se expressam na maneira como os povos criam arte como os povos criam conhecimento enfim essas diferenças idades conseguem pensar ali ó oi boa noite eh eu me chamo Bruna eh sou lá do Piauí Sou professora da Universidade Estadual do Piauí é um prazer est aqui ouvindo novamente o mestre Bispo eh Sou cria da Sueli Bispo eh enfim eh e
aí assim Queria falar um pouco sobre queria que você falasse um pouco mais né sobre algo que a gente tem vivido lá que é o que você até chama né As Caravelas estão chegando de novo no Piauí né então às vezes a gente fala sobre eh sobre o colonialismo né sobre eh o capitalismo e às vezes parece que tá no às vezes tá num colapso né O que que as pessoas aí fora fala ah o capitalismo tá em crise né o colonialismo tá em crise mas por exemplo no Piauí em outros lugares né do Brasil
também a gente vê a chegada de grandes projetos chamados de desenvolvimento eh você falo das eólicas a gente tem lá em Corrente em São Gonçalo do Piauí no sul do estado a gente tem o maior parque Solar da América Latina né e pouco se fala sobre isso eh a soja o algodão né e tomando diversos territórios tomando diversas regiões ali e aí eu queria que eh você pudesse falar um pouco sobre como esse desenvolvimento que chega ele se relaciona né esse modelo de desenvolvimento esses modos né Essas economias às vezes chamadas de solidárias ou chamadas
enfim de vários outros capitalismo sustentável como essas coisas aí elas TM uma relação com o colonialismo né ainda hoje aí se reinventando enfim Obrigada Quem mais quem mais elevant bom Eh boa noite eh uma felicidade est aqui eh primeiramente meu nome é João Eu já ouvi nego Bispo eh na feira do livro e foi uma um encontro ótimo eh e de lá eu fui ler eh e o nego Bispo ele reforça isso o senhor reforça isso essa questão eh de saber ler e saber falar eh e eu fiquei pensando muito sobre duas coisas depois de
ter lido a terra dar e a terra quer Eh sobre o criar solto e Plantar eh cercado e a outra questão é mais relacionada sobre o caldeirões eh da necessidade da Universidade acho que o senhor tinha pontuado isso da da da universidade pública eh tá eh atenta a esses atentados eh que aconteceram que continuam a acontecer como a colega trouxe é isso obrigada eu vou vou tentar falar menos para porque tem muita muita gente se inscrevendo ó eu eu eu vou falar de caldeirão Porque desde do começo eu tô com vontade de falar de caldeirão
E aí você trouxe Olha só quem mais aqui já ouviu falar em Caldeirão do Beato z Zé Lourenço o caldeirão de Santa Cruz quem mais viu falar alguém de vocês quer dizer o que que vocês sabem sobre isso antes que eu fale por favor cadê o microfone Qual que é o você quer falar sobre caldeirão um pouquinho é que quem quiser fique à vontade que que você sabe de caldeirão Então eu vi a peça do do grupo claror de teatro esse ano né que fala sobre essa peça e aí eu sei que é um povo
que tinha uma terra e aí ele foi eh levado para um outro lugar foi foi tirado desse desse lugar e aí eh tem uma história eh tem o envolvimento do Padre Cícero também eh e e de um outro padre envolvido enfim e aí eles conseguiram uma outra terra e aí eu sei que foi o primeiro atentado eh um primeiro bombardeio feito eh por forças nacionais em um território por questões de briga de terra e e e e muita corrupção e muitas pessoas morreram e aí foi um povo que também foi para um outro lugar e
e tentou se reconstituir mas eu sei que tiveram muitas mortes e que foi eh foi uma uma ação do estado ótimo Alguém já ouviu falar em um campo de concentração que aconteceu no município de Senador Pompeu no Ceará não né já né você quer dizer alguma coisa sobre isso Não tudo bem bom ah ótimo pelo pelo que eu Boa noite meu nome é Daniel pelo que eu já tinha lido a respeito os próprios nazistas vieram aprender aqui no Brasil sobre campos de concentração a respeito eh eh eh vieram aprender como se aplicar o campo de
concentração e depois replicaram lá com novas tecnologias mas eu sei isso eu sei que foi foi aprendido aqui agora não lembro exatamente da contextualização desses campos de concentração ótimo Olha só caldeirão Como surge 1889 um ano depois da Lei Áurea um grupo de pessoas negras e negros sai da Paraíba e vão até Crato no Ceará Joazeiro do Norte aquela região pedir ajuda a Padre Cícero que que Padre Cícero faz recomenda que eles arrend uma terra lá a gente diz a palavra arrendar que é equivalente a alugar que eles produzam numa terra e pague uma porcentagem
por isso e eles arrendam essa terra e em poucos anos se torna autossuficiente e todas as pessoas negras e negros da região deixam de trabalhar nas fazendas e vão morar nessa comunidade porque lá todo mundo trabalha e todo mundo participa da distribuição da renda não pelo tempo trabalhado Mas pela necessidade E aí a vida é muita festa é muita alegria quando os L fundiário começam a ficar sem mão de obra aí pressionam o dono dessa terra entre aspas e ele chama padre cisso e diz que precisa da terra de volta e Padre cisso diz que
tá certo e aí ele rompe o contrato e despeja o povo daquela Terra padre cisso tinha acabado de ganhar uma uma propriedade de presente e doua essa propriedade para esse mesmo povo que é caldeirão a esse povo vai para caldeirão eu falei 1889 aí vai andando e logo logo em Caldeirão esse povo se torna autossuficiente eu tô falando do semiárido Ok em 1915 tem uma grande Seca no nordeste com o maior agravamento no Ceará e aí nesse período Padre Cícero manda 5.000 pessoas para caldeirão 5.000 pessoas além dos que já estavam lá e ninguém sofreu
fome em Caldeirão é o único lugar no nordeste brasileiro que na cerca de 15 ninguém sofreu fome caldeirão ao mesmo tempo o povo do Ceará os L fundiários comerciante começaram a ser saqueados aí para essa grande movimentação de saques eles criaram um campo de concentração em Senador Pompeu e para lá eles levaram Todas aquelas pessoas que eles consideravam uma ameaça e lá essas pessoas morreram de fome morreram como se morre no campo de concentração Ceará 1915 como é que caldeirão no meio da Catinga consegue praticar uma tecnologia que vem uma das mais graves secas e
ninguém sofre fome então o domínio dessa tecnologia de convivência com semiário ou de vivência no semiário assustou as autoridades da época e aí eles comearam a dizer que caldeirão seria uma nova canuda que caldeirão era comunista 1936 é ontem 1936 Getúlio Vargas mandou o exército brasileiro bombardear caldeirão Getúlio Vargas leia-se igual a Hitler E por que que isso não está nos cursos de história das Universidade do Brasil por que os professores de história não sabem disso mas não sabem Outro dia eu tava em Fortaleza e fui apresentado por um professor de história e perguntei o
que que você sabe sobre caldeirão ele falou nada então você não é professor de história rapaz você é professor sabe de de fatos colonialista que são apresentad pra sociedade mas a história do Povo você não sabe então é isso caldeirão é apenas isso só que caldeirão já dialogava com pau de cué que fica na divisa do Piauí com a Bahia em 1942 o mesmo Getúlio varga mandou que a polícia de Pernambuco a polícia da Bahia e do Piauí atacassem brutalmente pau de cer matassem todo mundo e de novo tocassem tocassem fogo Então olha só atacaram
Palmares e tocaram fogo atacaram Canudo e tocaram fogo atacaram Caldeirão e tocaram fogo e atacaram pau de cu tocar fogo então eu queria fazer esse relato sobre caldeirão é para dizer que é possível viver na Catinga e viver bem que essa história da cerca é uma mentira é uma faça dos políticos daquela região porque nós quando nós temos acesso à terra a gente consegue viver eu nasci e me criei no semeado sempre tive acesso à terra por isso eu tô aqui só existe seca para quem não tem acesso à terra e quando você fala de
plantar cercado e criar solto é isso na Catinga se cria solto e se planta cercado e Olha que lindeza se você não tem terra você não pode plantar Mas você pode criar porque há um sentimento entre nós de que o pasto é é é natural é uma da da natureza por isso todo mundo pode ter acesso isso até bem recentemente agora tá sendo reduzido mas ainda existe muitos lugares onde você pode soltar seu animal no pasto nativo e ele pode se alimentar da maneira que quiser e ninguém vai brigar com você sobre isso isso é
uma coisa linda que não é muito comentada para nossa sorte porque depois que começa a ser comentada começa a ser modificada e com relação aos grandes Empreendimentos é isso de novo nós gostaríamos que as Universidades fossem comprometidas com o ser com as vidas e não apenas com as mercadorias por que que eu digo isso quando Lula foi eleito a primeira vez ele disse que ia fazer do Piauí um laboratório de governância do PT por no mesmo ano que ele foi eleito presidente da república o Senor wellton dias que hoje é o ministro do Desenvolvimento Social
também foi eleito Governador então era um governo federal do PT e um governo estadual também do PT o que que Senor Lula e Senor Elia fizeram lançaram o biod Você lembra do biodiesel lançaram numa fazenda chamada Caju Norte que depois virou Santa Clara lá entre canto do burti aliseu Martins sabe por que que eu sei dessa história porque eu participei da ocupação dessa fazenda em 95 eu participei da ocupação eu era do movimento Sindicado depois a ocupação ficou pro MST nó fiz min parceria E aí de repente eu vi um lugar que seria um assentamento
de reforma agrária virando uma fazenda de produção de biodísel fiz minhas contestações teve um Grande Debate mas mesmo assim aconteceu formaram lá uma parceria entre os trabalhadores rurais um eletrotécnico e um estatístico para produzir momon e fazer bodí alguém sabe qual foi o resultado de tudo isso quase ninguém sabe tá todo mundo calado sobre essa questão não deu certo o biodis da Mamona porque levaram para o lugar errado porque levaram uma transição entre os Serrados e o semeado e a mamona se cultivava era em São ronato na Catinga não levaram as pessoas que sabiam plantar
mamona levaram qualquer pessoa e aí a tecnologia do cultivo da mamona não apareceu e deu tudo errado então cabia as Universidades de lá do Piauí pesquisarem isso para apresentar cientificamente quais foram Os erros né mas não Elas preferem atuarem nos processos de licenciamento para que outros projetos como esse aconteçam Para viabilizar a implementação de outros projetos que vão dar errado como esse porque lá não foi só esse lá foram vários outros eu tô só colocando isso é para dizer que lá concordo com você que lá no Piauí tem de um lado um ataque brutal do
Povo la grana mas tem uma covardia acadêmica sem medida eu eu até Li diria porque eu já disse lá eu tô dizendo aqui porque eu disse lá recentemente eu disse eu fui o o o pessoal do do da geografia me convidaram para um evento Nacional lá na Universidade Federal do Piauí e uma aluna me perguntou nego Bispo Como assim como é que o pessoal de outros estados lhe convida para você fazer uma palestra no seu estado e não é o pessoal do seu estado que lhe convida Olha o pessoal do meu estado já me convidou
já me convidaram muito só que dessa vez eles não estão me convidando é porque eles não tem tem coragem de olhar no meu olho e responder quando eu perguntar assim o que que vocês estavam fazendo na vida quando implementaram o bodí o que que vocês estavam fazendo na vida quando implementaram o fizero lá em Guaribas e acauan o que que vocês estavam fazendo na vida quando criaram o mato piba Então não é que eles não gostam de mim eles me adoram Mas eles tem medo né E tem que ter mesmo porque eu além de ser
feio ainda sou chato mas mas então é isto é é é é dizer que existe essa grande campanha mas existe uma força contrária muito grande por exemplo agora mesmo nesse final de semana né sexta e sábado lá no quilombo Sumidouro em Queimada Nova eu não vou poder estar porque tô nesse movimento Mas lá vão estar reunido Quilombos do Brasil inteiro exatamente para discutir os impactos das tal das energias limpa na Catinga e discutir a a partir da experiência que nós temos nos quilombos lá no peiu significa dizer que nós de uma forma ou de outra
também estamos sendo referência no enfrentamento a esse sistema é um pouco isso E aí tinha muito mais gente querendo falar e eu tô falando demais e aí aquele que foros se sentindo prejudicado na resposta pode me relembrar que eu que às vezes eu esqueço ah ah pronto das cos visões Então minha querida todo o nosso pensamento ele é a partir de uma relação cosmológica ninguém pensa de assim do nada não existe isso do nada eu pensei aquilo não você pensa a parte das relações e todas as relações são cosmológicas bom a diferença é que como
nós falamos tem um povo politeísta que tem várias divindades Então esse povo politeísta Eles olham para suas divindade quando olha pro céu que vê as estrelas que vê o sol e vê a lua Eles olham para suas divindade quando olha pros rios que vê as águas quando olha pra terra quando olha na lateral que vê a mata quando quando olha pro horizonte então a gente vê a nossa divindade para todo lado que a gente olha então você pode você pode rodar assim na terra e para todo lado você vê o povo da cosmovisão monoteísta ele
só vê o seu Deus numa única direção ele pensa que V olhando pro céu ele passa a vida inteira olhando pro céu pensando que vai ver Deus né Às vezes até vê quem sabe né bom mas aí Eles olham de forma limitante Eles olham até onde eles enxergam E aí parou o mundo para eles acaba Aonde a vista deles não alcança Mais e aí eles pensam assim e eles agem assim uma das referências mais bonitas que eu acho é por exemplo entre a capoeira e o futebol você nós estamos aqui em São Paulo vamos falar
é de um time muito conhecido que é o Santos e vamos falar de outro time muito conhecido que é o o Corinthians mas eu não sei o nome de um jogador famoso do Corinthians me diga aí um que tá vivo Só sei do só que morreu Pois diga como é não então não vale não Pois diga um do São Paulo um um famoso ou do Palmeiras do Palmeiras como é do Palmeiras prto deu cer então Digamos que tendo um jogo aqui entre o Palmeiras e o Santos lá no Parque Antártica tem. pessoas assisti e os2
em campo jogando matemagicamente falando é possível que entre 000 pessoas no País do Futebol tenha um que joga tão bem ou melhor do que um dos 22 que tá em campo não é possível matar falando é possível Ok mas pra gente evitar esse exercício cansativo que é a matemática vamos dizer que o Ron e o Neymar estão na arquibancada um de um lado outro do outro para não ficar fazendo conta a pergunta é o time do Neymar tá perdendo o Santos tá perdendo pro Palmeiras o Neymar se incomoda pede para entrar no jogo do lado
dos Santos pode como não pode o cara é o melhor assim um dos melhores da atualidade não pode Vamos pro outro lado tem uma roda de capoeira acontecendo em qualquer praça de São Paulo tem 50 pessoas jogando Capoeira brincando capoeira e tem uma única pessoa até um estrangeiro coitado que nunca tinha visto capoeira na vida dele aí se empola pede para entrar a pergunta é pode tá vendo por que que pode pode porque a capoeira é circular é aspiral é Começo Meio Começo a capoeira não tem fim a a capoeira é aglutinante é agregadora no
futebol não pode porque o futebol é segmentado é excludente tudo que é vertical é excludente é linear só cabe aquilo que tá ali não cabe outra coisa então é só para dizer que o pensamento humano ele é excludente e ele é violento porque ele também é vertical e tudo que é vertical é violento Por que que em São Paulo tem mais gente morando na rua do que em qualquer outra cidade do Brasil porque em São Paulo tem muito mais prédio alto do que em qualquer outra cidade do Brasil Então aquela pessoa que mora no quo
andar tá fazendo uma pressão tão grande sobre quem tá em que os que estão embaixo tem que morar na rua porque debaixo do prédio não pode Essa verticalidade é muito violenta então toda estrutura vertical exerce uma pressão muito grande sobre a sua base e a sua base não suporta então a grande diferença entre a espiralidade o pensamento circular é exatamente o processo organizativo da sociedade na Gira na Umbanda hoje não é mais assim mas eu conhecia um tempo que era assim na década de final da década de 70 início da década de 80 eu vivi
uns dias no Rio de Janeiro e naquele tempo eh tava na tal da abertura democrática do General Figueiredo e cois e tal e a galera LGBT penava demais sofria muito como toda a vida foi atacada mas Naquele tempo era mais atacada ainda e sabe onde é que a galera LGBT era acolhida na umbanda a umbanda sempre acolheu essa galera que é excluída de outros setores até mais do que o Candomblé com todo o respeito ao candomblé a umbanda acolhe muito mais sempre acolheu a capoeira nem tanto assim porque ela foi um pouco mais mercantilizada mas
o candom o Batu o Congado as escolas de samba olha só que maravilha uma escola de samba como é que as mulheres são tratadas na escola de samba como é que os mais velhos são tratados na escola de samba como é que as crianças são tratadas na escola de samba é é totalmente diferente é é é outro reinado é outra é outra situação então é dizer que nós do pensamento circular somos muito mais vamos dizer assim generosos tanto é que nós estamos aqui falando nós poder est aqui com sentimento raivoso nós poderemos estar dizendo horror
contra não nós estamos dizendo assim nós somos capazes de viver dessa maneira e nós respeitamos vocês que não são capazes mas se vocês quiserem ser nossos agregados a gente aceita um pouco isso Eh boa noite boa noite mestre aqui ó eh a minha eu me chamo Andy e no começo o senhor falou sobre o aprendizado que não se dava pelo pela oralidade né pela questão deles não terem essa eh essa vivência né constante e sim pela pelo Paladar pela por esse lugar assim mais cosmológico E aí eu gostaria de que o senhor falasse um pouco
mais sobre essa questão oralidade sobre a não escrita e pensando no nos no griô né E sobre essa forma de aprendizado cosmológica agradeço Oi boa noite tudo bem meu nome é Ticiana Eu trabalho numa assistência técnica de arquitetura e trabalho social que atua com movimentos de moradia na construção da própria moradia por mutirão e autogestão e no seu livro O o senhor fala sobre como o programa Minha Casa Minha Vida É colonialista é se o senhor puder falar um pouquinho mais pra gente sobre isso mais alguém Obrigada boa noite eh eu sou a lua gratidão
mestre pelo seu servir eu gostaria de saber qual que foi a maior dificuldade e qual o conselho pra gente que tá indo para esse caminho das autonomias eh dá para mais uma pergunta ou S Boa noite eu me chamo Fernando e eh você falou sobre como em Caldeirão né em 1915 eh a população sobreviveu eh sem passar fome foi o único lugar com uma grande seca aí eu queria saber o que você acha eh sobre as mudanças climáticas de se o povo vai continuar conseguindo sobreviver e mesmo se a catinga tiver numa situação cada vez
e de mais seca né de de piores condições de sobrevivência então primeiro é que existe uma hierarquização dos biomas uma verticalização dos biomas se trata a catinga como se fosse o pior bioma do mundo aí se diz olha a Amazônia é o pulmão do mundo a Amazônia tem muita água tudo bem a Amazônia tem muito água a catinga Tem muito sol né se a Amazônia é o pulmão do mundo de repente a catinga pode ser o cérebro do mundo então é dizer que se um bioma existe é porque ele é necessário ele tem uma função
e a catinga é o bioma que menos vai sofrer com a seca porque lá sempre teve seca Então se tem uma coisa que a gente sabe conv viver é com a falta de água com água muito talvez que a gente se afogue muito rápido que a gente não tem muita habilidade para mexer com muita água porque na Catinga O que é valioso são as folhas é isso que o povo não sabe por que que as cabras não morrem na seca porque a cabra come folha então em 2017 deu uma chuva só na minha roça uma
só e os meus animais atravessar gordo Porque essa única chuva foi suficiente PR as folhas engrossarem e a folha grossa quando ela seca ela cai os anim mais se alimento se ela não engrossar ela não cai ela fica colada na árvore é um negócio muito interessante ou seja se tiver folha a gente escapa e a catinga é melhor para criar do que para plantar por que pareça exatamente por causa das Folhas Então se deixar nós praticarmos as nossas tecnologias de relacionamento com bioma a gente não vai sofrer tanto assim A grande questão é que mexe
nas tecnologia Olha só como pode na Catinga se comer trigo se lá não dá trigo Isso é um absurdo na Catinga dá milho da Mandioca Então a gente tem que comer milho e comer mandioca até porque tudo que se faz com trigo se faz com mil Aliás com milho talvez se Faça mais do que com trigo Então por que comer trigo porque o colonialismo usa o alimento como uma arma de dominação essa que é a grande questão Então o que a gente precisa primeiro é ter esse cuidado que cada bioma é capaz de alimentar os
seus viventes e a suus vivente Por uma questão de festividade de experimentar out paradar um dia se experimenta uma coisa do outro bioma mas a coisa do outro bioma não deve ser predominante E essas questões climáticas também aos poucos elas vão ser moderadas e alguns poucos também tem uns exageros nessas histórias porque você vê assim a Amazônia tá vivendo a maior seca dos últimos 100 anos ou seja significa dizer que há 100 Anos Atrás teve uma igual não é há 100 Anos Atrás teve uma igual e Como assim como é que T uma igual 100
Anos Atrás Então tem muito muito discurso mercantilista por trás disso tem muita gente querendo vender tecnologi de convivência tem muita gente querendo vender relações com com os ambientes por trás desse negócio é a mesma coisa das águas as águas Vão se acabar Não a água não acaba nem nem fica pouca a água é sempre do mesmo tanto o que muda é a relação com a água tem lugar que a água tem esgoto tem um lugar que a água não tem esgoto tem lugar que a água é mais salinizada e tem lugar que a água é
menos salinizada mas a água é sempre do mesmo tanto porque a água tá sempre num movimento cíclico né de chover evaporar chover de novo encher o mar correr então a gente precisa ter muito cuidado na mercantilização das questões os políticos vivem da seguinte forma por exemplo os sindicatos na sua grande maioria o sindicato é uma loja de vender direito só que o sindicato vende o direito para o patrão entregar o patrão quase sempre não entrega e o trabalhador quase sempre não recebe aí você tem o partido o partido é uma loja de vender política pública
para o estado entregar o estado quase sempre não entrega e o cidadão quase sempre não recebe mas o político sempre recebeu as igrejas são lojas de vender a salvação para Deus entregar Deus quase sempre não entrega e o pecador quase sempre não se salva então é precisa a gente ter cuidado com esse jogo da mercantilização então muitas vezes a coisa não é tão perversa como parece bom com relação à oralidade eu vi a palavra Grio se você chegar no quilombo do Calunga lá em Goiás ou se você chegar no quilombo Lagoas lá em são ronato
e for falar com aquelas famílias bem tradicionais e você disser a palavra greo ela vai rir ela vai rir porque ela não tá entendendo nada e aí ela vai rir olhar pros outros assim e a pergunta o que é gô a palavra que nós utilizamos na nossa comunidade é mestras e Mestres mestras e Mestres griou vem das pessoas acadêmicas intelectualizadas que foram pesquisar na África então lá a palavra É griô mas aqui é mestre porque aqui é aqui lá aqui não é a África nós somos descendentes de Africanos mas nós não somos africanos então a
palavra é mestra ou mestre e o ensinar na oralidade não é totalmente ensinado a gente ensina fazendo a gente ensina muito mais pelas imagens do que pelas palavras a gente faz a pessoa vê a gente fazendo e vai fazer também só que quando você vai fazer você já faz no seus jeito do seu estilo você não faz do mesmo jeito você faz do mesmo jeito quando você é ensinado quando você é adestrado quando você é domesticado quando você é repetitivo mas no caso dos quilos não a gente faz de um jeito você tá olhando e
você já diga assim olha mas eu vou fazer desse outro jeito aqui que esse outro jeito aqui para ter a sua assinatura então Cada um quer colocar a sua assinatura naquilo que faz então cada um faz de um jeito diferente mas quem ensina são os mestres e as mestres que geralmente não cobram para ensinar o Saber geralmente não é mercadoria e a oralidade é uma comunicação do conhecimento mas a imagem também é uma comunicação do conhecimento e o fazer ensina muito mais do que eu dizer mas é um conjunto de comunicação e quando nós estamos
falando da comunicação através dos Paladares através das linguagens cosmológica também o que a gente quer dizer é por exemplo quando eu era criança os meus mais velhos me levavam pra roça e deixavam lá na rede na rede eu ia ouvir todas as sonoridades que tinha naquele ambiente inclusive as conversas dos mais velhos então eu estava exercitando a minha audição quando eu começava a sentar me botava no chão na areia para mim já está o meu contato o meu contato e ao mesmo tempo as minhas imunidades quando eu começava andar me soltava na roça para mim
já estar os meus relacionamentos ou seja todas as crianças nossas na Roça A maioria das coisas que ela vê ela pega e coloca na boca e a gente deixa porque ali ela tá gestando o seu Paladar é ali que ela vai selecionar o que que ela gosta o que que ela não gosta a maioria das coisas que elas pegam elas cheiram a gente deixa que ela tá exercitando o seu o seu olfato e assim vai e aí as crianças se aproximam das cobras Às vezes a gente cuidado aí quando a gente cuidado ela para assim
aí vez ela at vai mais perto quando ela vê a cobra fazer um movimento ela volta mesmo sem sem a a a oralidade ela entende que a cobra é uma ameaça e a cobra entende que ela não é uma ameaça aí a cobra não ataca na maioria das porque ela não se sente ameaçada e assim vai se dando vão se dando as relações E aí nas Comunidades a gente vive de relações no período da pandemia tem um um quilombo chamado costaneira no município de Paquetá ou melhor que faz fronteira com o município de Paquetá no
Piauí e lá tem mestre Naldo que é uma das mais belas referências que nós temos um dia vocês tiverem a alegria de conhecer Naldinho você vai dizer rapaz negro negro Bispo é um bestalhado na na frente de Naldinho porque Naldinho é um grande mestre com 43 anos o que ele diz calado é o que eu tenho dizer falando ou seja eu falando não digo o que ele diz calado ele é um monstro e aí ele foi Secretário de Cultura do município e aí ele não dava plantão na prefeitura ele dava plantão na comunidade aí o
Prefeito chamou Naldinho tu é Secretário de Cultura por que que tu não vem trabalhar aqui na cidade não porque eu sou Secretário de Cultura como aqui não tem cultura eu tenho que ficar na comunidade que cultura tem lá então eu tô cuidando da cultura lá na comunidade E aí ele fazia umas grandes festas no período da pandemia o pessoal Naldinho eu vi dizer que vai ter uma leseira lá na comunidade el disse vai vai ter uma leseira mas só a mesma coisinha entre nós aí a comunidade tem 60 famílias na leira tinha 600 pessoas 1000
pessoas quase ninguém usando máscara e todo mundo conversando tomando uma Aí o pessoal da da Defesa sanitária lá do município né pessoal da Saúde diz assim Naldinho tu disse que não ia ter aglomeração lá teve aglomeração disse não lá não teve aglomeração lá teve relacionamentos aglomeração tem entre vocês assim o que que é uma aglomeração é um ajuntamento de pessoas que que não se veem constantemente Então você se encontra com uma pessoa que você nunca viu aí você tem uma imunidade diferente da imunidade daquela pessoa aí uma acaba contagiando a outra mas nós que nos
vemos todo dia que nos abraçamos todo dia nós temos a mesma imunidade Então ninguém vai contaminar ninguém de fato zero caso comprovado de covid na comunidade zero caso por quê Porque os relacionamentos são imunizantes quando você se relaciona você imuniza quando você não se relaciona você quebra a imunidade né então é dizer que as diversas formas de linguagem ela também nos traz a imunidade aí teve uma uma fala D que eu acabei esquecendo diga só uma das coisinhas só pronto isso é isso minha casa minha min vida eu fui convidado na Favela da Maré para
conversar sobre o jeito de viver no quilombo e o jeito de viver na favela e aí o que que nós compreendemos nessa conversa nós compreendemos que no quilombo você faz uma casa e a distância entre a casa e a outra é um grito que é para não hora de de uma emergência você gritar o outro ouv e vir lhe atender Então essa é a medida é a mesma medida que os animais daqui não vão se misturar com os animais do vizinho e também a mesma medida que os meus filhos e o meus netos se quiser
construir do lado pode tem espaço para construir a parte boa da casa do Quilombo é o terreiro terreiro é a parte boa que é onde as visitas sentam para conversar sempre tem uma árvore grande no terreiro e tal e a outra parte boa é o quintal que é onde as pessoas aprendem os seus primeiros contat com os plantios com a agricultura e tal então no quilombo você você tem O terreiro que é uma parte boa e você tem o quintal que é uma parte boa e você tem o espaço entre uma casa e outra que
também é muito considerado e as águas da casa sempre cai para cima da porta você não tem a casa assim vertical as casas São na na horizontal a maioria das vezes na favela a gente percebe que a parte uma das partes mais necessárias é a laje Aliás a segunda laje você faz a casa você bate a primeira lje a primeira L é para você ter a segunda casa e a terceira laje é para você ter a festa o Minha Casa Minha Vida veio tirou a laje das casas da favela é por isso que ele é
colonialista porque ele não perguntou as favelas tem uma das mais belas e eficiente arquitetura do mundo como é que essa galera consegue num pouco espaço construir casas subir a casa no topo daquele morro você vê o Morro da Providência no Rio de Janeiro como é que a g galera subiu com material subiu com água construiu ali em cima ruas mais estreitas ruas mais largas é uma arquitetura fantástica o minha casa e minha vida não perguntou aquele povo como é que eles queriam as casas dele e fez uma casa quebrando a laje e lá nos quilombos
fez uma casa colada na outra sem quintal e sem terreiro Então é colonialista porque também não respeitou a nossa arquitetura A questão não é só morar a questão é morar porque se você não mora num lugar que você pratica o seu pertencimento você não tá morando você tá confinado você tá numa gaiola numa jaula então o Minha Casa Minha Vida precisava ter perguntado como é que nós queríamos as casas n favelas e como é que nós queríamos as casas nos quilombos não perguntaram E vão continuar sem perguntar e vão continuar fazendo essas casin que muito
mais confina do que serve de espaço para morar é um pouco isso faltou alguma coisa se faltou me diga quem tá buscando as autonomi Pronto Olha quem tá buscando as autonomia está pensando nessas autonomi eu não diria que precisa de conselho Não só precisa de incentivo assim de animação é você dizer assim olha eu vou subir naquela parede escalar aquela parede só com as minhas unhas eu dizer olha você é capaz até de escalar cortando as unhas escalar sem unha você consegue tenta que você consegue é isso que precisa entre a gente porque tem um
povo que a gente diz assim olha eu vou fazer coisa tal a Aonde dá conta não aí você joga um balde de de Água Fria Então tá precisando a gente animar as pessoas animar as nossas trajetórias porque muita coisa boa tá acontecendo nós temos hoje no Complexo do Alemão que eu visito sempre a a escola quilombista D andada de Palmares que é uma escola própria diferente da escola pública nós temos lá na Bahia mãe Bárbara que criou uma escola afro ancestral que dá conta de ensinar meio mundo na lógica da emancipação nós temos muita gente
da capoeira que tá desmercantilização a capoeira mestre cobra mansa com o cosm Angola que é um jeito Fantástico de contracon isar mestre cobra mana consegue fazer um evento anual que chamava perm Angola que hoje é Angola onde os gringos vem da Europa pagando uma inscrição razoável em Euro em dólares para aprender a bioconstrução para aprender a permacultura para aprender esse monte de coisa aí lá você vê os gringos suado amassando o barro com os pé trabalhando pra cobra mansa e pagando muito bem por isso e cobra mansa aa cha assim sabe por que vocês estão
trabalhando porque vocês não sabem ensinar então eu que se ensinar vou só ensinar para vocês então assim é uma coisa que também faz parte do nosso repertório Nós aprendemos que se você mandar os gringo não vão mas se você disser que você está ensinando eles vão e ainda paga para aprender é uma coisa [Aplausos] maravilhosa e pessoal a gente tem espaço para mais duas perguntas e aí a gente vai encaminhar pro encerramento Tá bom mais alguém tem pergunta Oi boa noite eh eu me chamo Fernanda e o que eu queria saber que lá no começo
você comentou sobre as formas de vida e a questão da da preguiça me pegou muito porque como de tratar de preguiça para pessoas que foram colonizadas essa questão do capitalismo tipo preguiça é algo sempre muito ruim e aí eu sempre fico não gente eu não acho preguiça ruim não acho muito necessária E aí como trazer como fazer esse conhecimento assim essas outras visões de formas de mundo de formas de viver no mundo ser respeitado porque Ok como eu faço paraa pessoa entender e para ela respeitar mais alguém posso mear aem uma pergunta então sim tá
já cheg aí eh tem um termo que que eu escutei em alguma algum vídeo alguma palestra que eu escutei com o senhor que era sobre pegando um gancho sobre o que que ela trouxe sobre a cosmofobia né presente nessa visão monoteísta de pensamento que vai no contraponto dessas outras cosmovisões que existem né além do dessa visão Universal e Colonial E aí eu queria que o senhor falasse um pouquinho mais sobre sobre essa cosmofobia e principalmente relacionada à cidade né porque na cidade a gente não pode ser preguiçosa a gente tem que est produzindo sempre né
boa noite eu sou não são você citou aí a permacultura permacultura citou a bioconstrução e vem os gringos e Pagam uma fortuna para serem ensinados a respeito disso mas permacultura bioconstrução são nomes que foram dados a saberes pelo ouvindo a sua fala né a saberes que já existiam né A academia aparentemente se apossa traz um outro nome e vende esse produto é uma observação não sei se eu estou raciocinando de forma correta a respeito disso Obrigado você está raciocinando muito bem a muito bem A grande questão é que Nós aprendemos transformar as armas dos inimigos
em nossas defesas para não transformar as nossas defesas em armas porque quem só tem arma Só ataca e quem Só ataca não tem tempo para se defender aí geralmente perde então a permacultura é um instrumento colonialista como também é a bioconstrução como também é até certo ponto até certo ponto a agroecologia mas o que que ocorre eles pegaram as nossas técnicas e botaram esses nomes nas nossas técnicas para nos vender nós resolvemos fingir que compramos fingir que aprendemos porque na verdade nó já sabia e agora nós estamos vendendo para Eles simplesmente isso e às vezes
a gente nem nem tá vendendo do jeito que era para vender à vez aquil a gente tá dizendo que é permacultura nem é tanta permacultura assim mas o Euro que eles estão trazendo é Euro de verdade a essa parte que [Música] interessa agora com relação à cosmofobia a cosmofobia é a doença responsável pela violência da sociedade colonialista o que que é a cosmofobia é o medo da natureza Por que que a humanidade das escrituras não se sente natureza o homem e a natureza porque eles têm medo da natureza e onde é que nasce esse medo
da natureza lá em Gênese Quando Deus Jeová diz a terra será maldita por tua causa porque tu me desobedeceu tu tu haverás de comer com fadiga do suor do teu rosto logo trabalhar é um castigo aí tu haverás de comer das Hervas do campo mesmo assim as tuas gerações ainda serão amaldiçoadas então naquele momento o Deus da Bíblia criou o trabalho mas o trabalho como castigo é por isso que eu sou preguiçoso porque eu não preciso ser castigado bom naquele mesmo momento ele disse as ervas serão daninas ou seja ele diz conectou Ele desenvolveu a
palavra desenvolvimento Sai daí nesse momento ele criou desenvolvimento ou seja desenvolveu o povo do relacionamento com a natureza ou seja Adão e Eva não podem comer daquela erva natural como ela é é preciso passar por um processo de tratamento da erva para poder comerem ou seja eles não podem comer os frutos da forma que a natureza oferece eles têm que plantar aquele fruto e principalmente de uma forma melhorada no laboratório porque eles pensam que se eles usarem daqueles produtos da forma que a natureza oferece eles vão Ser castigado aí esse terror então naquele momento esse
Deus criou o terror o terror cosmológico o terror cosmofobia então a cosmofobia é o medo da natureza é o medo do Deus é o medo do Cosmo é uma doença gravíssima responsável por todos os tipo de violência que é acometido pela sociedade contra colonialista contra as demais vidas e é difícil combater a cosmofobia porque era é uma doença mono da cosmovisão monoteísta então uma das maneiras é passar para o lado Poli E aí passar para o lado Poli aí é que assusta mais ainda acontece como o companheiro era do cristianismo tá na umbanda né aí
já foi um avanço muito grande ele se livrou de muitas doenças que tinha na cosmofobia né E que na umbanda você vai amenizando então é um pouco isso a questão da cosmofobia ela surge nesse momento e ela é presente por exemplo a maconha eu nunca ouvi dizer que um moleque das Quebradas pegou uma ponta de cigarro de maconha jogou na Madame e a madame morreu nunca ouvir falar isso agora eu ouv falar que a alguém apertou o gatilho de uma pistola saiu um projeto bateu na Madame a madame morreu Então quem é que mata a
arma Então qual seria o caminho Proibir a fabricação de arma não precisava proibir o plantio da maconha proibia a fabricação de arma mas não proíbe o uso da maconha e incentiva a fabricação de arma por qu porque a arma é um produto da cosmofobia ele acredita que ele só vai se defender se ele tiver uma arma a arma para se defender ele nem sabe de quem Mas é para se defender o mesmo povo trabalha a vida inteira todo dia 8 horas por dia oito dias por semana inventa um dia a mais para trabalhar porque não
quer ficar parado para guardar dinheiro pro dia que adoecer não dá licença aqui é isso eu guardo meu dinheiro para fazer tem uma festa todo dinir eu vou receber um um prolabor Zinho dessa conversa aqui eu eu já tô planejando a festa que eu vou fazer com ele se porventura eu adoecer Aí sim aí eu pego uma parte dele e vou comprar remédio mas eu quero eu não quero adoecer eu não quero gastar esse dinheiro com remédio eu quero gastar com festa mas não eles vão gastar com eles ficam pensando a vida inteira no Pior
eles ficam se preparando pro pior eu fico me preparando pro melhor então a cosmofobia é is isso é é um povo que está constantemente se preparando pro ruim é É duro mas é assim que acontece né faltou alguma coisa como fazer fazer entendido é simples apenas se entendendo apenas se respeitando a partir do momento que nós nos entendemos e que nós nos respeitamos consecutivamente os outros também vão nos entender e vão nos respeitar por exemplo a Universidade Federal de Minas Gerais a UFMG ofereceu título de notório saber para várias pessoas vários amigos meus receberam né
cque babá o mestre Joelson eh várias pessoas eu não quis e me pergunt nego Por que que você não quer eu não quero porque essa Universidade não pode personificar carimbar o saber da minha geração avó esse saber não é meu esse saber é de muita gente então se eu aceitar esse certificado eu vou est dizendo que esse saber é apenas meu então eu não quero sim mas você não vai dar aula como professor convidado nas universidades se você não tiver o certificado de notório saber perguntei quem é que tá dizendo para vocês que eu quero
dar aula nas Universidade eu não quero não eu quero fazer palestra que é muito mais prático eu [Aplausos] [Música] Olha aí ou seja eles insistiram como eu não aceitei eles me entenderam eu não estou precisando da aula eu tô só fazendo palestras por exemplo uma palestra nessa viagem aqui fiz uma palestra na Flup lá no Rio de Janeiro fiz uma palestra na Unesp em São José do Rio Preto uma palestra na Unesp em Marília uma palestra na Unesp aqui mas hoje eu fiz uma entrevista na GNT em menos de 15 dias eu vou chegar em
casa com salário maior do que se eu fosse [Aplausos] professor Então é isso mas é também Dizer para vocês que eu me esforcei muito porque além desse livro A Terra dá a terra quer E aí Por falar em livro a terra da a terra quer pessoal eu vou testemunhar aqui duas situações para vocês por que que o nome desse livro é a terra dá a terra quer eu nem queria escrever esse livro A a pressão da editora ubu e da Pisi agrama me convenceram eles conseguiram me explicar que o livro tinha que ser lançado E
aí esse nome a terra dá a terra quer quando eu era criança eu tava chupando uma manga a manga caía na areia eu ficava indignado e a mãe Joana calme a terra a terra essa manga aí é da terra Pede outra para você então qualquer parte da comida que caía na terra a mãe Joana dizia a terra d a terra quer aí eu contando essa história o pessoal disseram que esse era um bom título para o livro mas eu achei que essa explicação ainda tava muito pequena aí eu conversando com aí eu vou dizer isso
para vocês é porque isso faz parte de uma grande vamos dizer assim sabedoria que está nos envolvendo no processo de retomada do eles na no sul da Bahia tá acontecendo um processo de retomada geral entre o povo Tupinambá os povo Caiapó o povo em geral pessoal da agroecologia também das teras dos povos dos terreiros tá um negócio um movimento muito grande e aí esse povo perguntou pra terra o seguinte Ô Terra Me explica aí por que é que a Embrapa tá aqui todo dia as Universidades estão aqui todo dia os agrônomos os téc agropecuários povo
todo tentando combater a vassoura de bruxa e não estão conseguindo porque terra que um he de cacau só tá dando 20 Tonelada sabe o que que a terra disse porque eu estou com fome simplesmente diz assim que que o povo fez deu comida pra terra e a terra agora alimentada sabe Quantas toneladas tá dando 1 hectar de cacau 90 toneladas simples assim no lugar que só dava 20 tá dando 90 só porque Deram comida pra terra é por isso que nós estamos dizendo que a terra dá e a terra quer ou seja quanto mais nós
dermos comida pra terra mais a terra devolve comida para nós então esse livro ele é um chamamento ele é um convite pra gente alimentar a terra para que a terra nos alimente Mas além desso tem também outro livro que é a colonização Quilombos modos e significações eu me esforcei para chegar aqui com muitos livros porque eu sabia que vocês iam querer comprar mas as pessoas que me viram primeiro compraram Esse é um livro de produção independente ou você consegue ele na minha mão mas não fique triste também você consegue pelo WhatsApp do meu neto Norberto
máximo através do Instagram roça de Quilombo você entra no Instagram roça de Quilombo Aí lá você vai encontrar uma neta que é a mana mui você vai dizer que quer comprar o livro com alação quilombos e aí ela ele passa por contato meu neto mas se você não quiser comprar nem pelo pelo WhatsApp e nem na minha mão ele está disponível na internet ele tá liberado sabe basta você botar o título colonização Quilombos mod e significações e ele aparece e quando ele aparecer você pode baixar compartilhar com seus amigos o máximo possível e eu ainda
fico mais alegre ainda se vocês chegarem lá na Unesp e encontrarem uma daquelas impressoras da Unesp assim parada uma resma de papel muito grande do lado aí vocês imprimiram um piqueiro desses livros e compartilhado com os amigos de vocês porque isso é retomada de saber então já que a Unesp tá disposta a apoiar essa retomada de saber que ela apoia colocando as impressoras dela e os papéis à disposição de vocês para vocês imprimir o nosso livro Tá bom mas aí só tem uns sete livros eh quando encerrar Aqui as pessoas que chegarem primeiro vão levar
S eu vou levar a mala vazia e vou fazer um grande uma grande festa prometo que não vou guardar esse dinheiro para [Aplausos] [Música] [Música] doença [Aplausos] então pelas Palmas eu vou L oferecer uma poesia caminhando pelos penhascos atingimos o equilíbrio das planícies nadando contra as atingimos a força dos mares edificando nos lamaçais atingimos a firmeza dos lajedos habitando nos rincões atingimos a proximidade da redondeza Nós somos o começo o meio e o começo existiremos sempre sorrindo nas tristezas para festejar a vinda das alegrias nós somos a gira da gira na gira a nossa trajetória
nos move a nossa ancestralidade nos guia [Aplausos] viva bom Depois dessa noite marcante incrível que eu creio que tenha sido na memória de todo mundo que assistiu e prestigiou este evento eh eu queria agradecer novamente a todas as pessoas envolvidas ao trabalho dos nups de Marilha de São José do Rio Preto e do nup ia eh para que essa mesa essa palestra pudesse acontecer pra gente conseguisse receber essa figura esse mestre que é o eh nego Bispo gostaria de agradecer novamente a pró-reitoria de extensão e a presença de todo mundo aos intérpretes também que fizeram
a interpretação de libras hoje e a todos presentes muito obrigada E espero que essa noite fique marcada na memória de todos Ó quem quiser adquirir as pouquíssimas unidades o livro corra obrigada