[Música] Oi pessoal estamos começando mais um ww especial evidentemente sempre provocando a cabeça de vocês os culpados da crise fiscal deixar uma pegadinha para vocês a resposta é ruim abessa mas vamos lá vamos esperar primeiro o que tem a dizer os nossos três convidados que se dispuseram a discutir essa questão culpado da crise fiscal eu começo a apresentação deles porcos Mendes ele tá remoto lá de Brasília Marcos Muito obrigado pela disposição de fazer parte do programa Marcos Mendes é economista pesquisador associado do Insper é organizador do livro para não esquecer políticas públicas que empobrecem o
Brasil isso foi lançado em 2022 outro título é do Marcos Mendes políticas públicas bem-sucedidas lições para promover o bem comum Esse foi lançado agora no final de 2024 Marcos mais uma vez obrigado comigo minha colega thí hered a minha colega do ww analista de economia da CNN Taís Obrigado você tá trabalhando abessa achou um tempo pro nosso ww especial obrigado mesmo terceiro lugar aqui no estúdio comigo Marcos Lisboa Marcos Lisboa Muito obrigado igualmente pela disposição de vir aqui Marcos Lisboa é economista sócio da Gibraltar Consulting foi secretário de política econômica do Ministério da Fazenda foi
também presidente do Insper é coautor do livro O valor das ideias debate em tempos turbulentos Marcos Mendes E você e o seu charal Marcos Lisboa e a nossa querida thí tem se esmerado em tentar entender e mais ainda em ajudar a audiência a entender as razões de crises fiscais sucessivas Então vai minha provocação do jeito que nós brasileiros somos é melhor a gente se preocupar com outra coisa que a gente adora como diz o Marcos Lisboa uma meia entrada a gente adora um privil a gente adora ver o governo gastar com tanto que seja comigo
então o problema somos nós bom Boa tarde Marcos bom esse é um assunto que eu Lisboa já tratamos aí tem pelo menos uma década né E que na literatura ele já é antigo ele já vem desde os anos 60 é o velho problema dos benefícios concentrados e custos socializados né literatur most sempre que você tem uma possibilidade de aprovar uma legislação que gera ganhos para um grupo eh específico e o custo é disperso paraa sociedade toda vai se formar um grupo de pressão para eh obter esse ganho A grande questão é porque que o Brasil
é tão suscetível a isso né A sensação que a gente tem e pelos números fiscais as sucessivas crises fiscais mostram que esse movimento é muito exacerbado eh na nossa sociedade existe uma ura que alguns cientistas políticos trabalham eu trabalho também que eh Isso é uma mistura do nosso sistema político eleitoral eh com o nosso federalismo em que eh o poder local tem eh muita importância na formação política e na na geração de suporte político então o sistema eleitoral Nossa el basicamente induz os deputados a terem um comportamento individualista então o cara tem que concorrer não
só com os adversários dos outros partidos mas com os colegas de de de partido dele porque ele precisa ficar bem colocado na lista para ser eleito isso faz com que ele tenha que buscar financiar sua campanha individualmente e se torna presa fácil eh para lobes que querem cooptar alguém dentro do congresso né E a questão do federalismo induz eh a o parlamentar que quer continuar na vida política queria levar recurso eh paraa sua pro eh paraa sua localidade pros seus eleitores e daí vem também essa busca eh a por emendas parlamentares e outros tipos de
de transferência e uma deterioração desequilíbrio do nosso federalismo eh eh refletido por exemplo nas sucessivas eh eh renegociações de dívidas estaduais Então isso é um problema grave difícil que tá entranhado na nossa história política e que com o tempo ele vai gerando uma eh uma piora eh né a situação vai se deteriorando tanto em termos fiscais quanto em termos de organização institucional tem bastante coisa pra gente colocar Marcos eh eu sabia quem quem começou a nos assistir agora pensou que esse era um programa de Economia na verdade é quase o programa de antropologia cultural multidisciplinar
o ww especial de hoje Taís você foi apresentada como analista de Economia Mas você é uma jornalista completa e sobretudo nas análises aí uma pergunta mais pessoal para você thí eh de colega para colega a gente não consegue se libertar da crise fiscal no noticiário do dia a dia inclusive o programa que fazemos juntos todo dia várias vezes a gente já fez uma brincadeira com o público eu vou pedir desculpas mas vou ter que falar de novo do problema fiscal dada a amplitude do raciocínio do Marcos Mendes você como jornalista profissional quando você olha para
esse tema você tá deixando de lado agora você taí hered é jornalista minha colega olhar diretamente a questão pelo lado econômico indo cada vez mais para esses questões que o Marcos Levantou que são muito abrangentes inclusive do ponto de vista histórico William essa essa característica quase cultural ela tá ficando muito eh eh óbvia e eu eu tendo a achar que tem uma falha de educação aí né da noção eh uma educação financeira básica uma educação Econômica básica nas escolas para que a gente cresa para que o os brasileirinhos cresçam tendo alguma noção de como é
a distribuição de recursos de como é que um país funciona minimamente então e essa é a primeira colocação que isso aí deriva de de sociologia misturado com antropologia e por aí vai agora são mais de 20 anos cobrindo economia e eu vejo alguma mudança aqui que é uma mudança importante há 10 anos era chato falar de política fiscal e já era o nosso principal problema era não tinha espaço para falar de política fiscal eh a própria imprensa não tava preparada para isso todo todos nós que cobrimos isso e eu acho que os os Marcos aqui
devem perceber isso porque passaram a ser muito mais acessados do que há 10 anos quando a a a crise fiscal já era o nosso principal problema eu acho que a imprensa eh sempre teve muita facilidade e a sociedade eh em resposta sempre Teve muita facilidade de se engajar nos temas eh monetários no tema cambial né porque são coisas que que tão muito mais próximas Mas apesar da gente ter feito essa aproximação do da do debate sobre a política fiscal tá muito mais eh perto de nós hoje muito mais abrangente tanto que a gente trata dele
todos os dias eh continua sendo um tema chato continua sendo mais do que chato um tema distante a minha percepção é que as pessoas passaram a compreender o que tá acontecendo mas não faz a menor ideia de como reverter não conseguem saber se precisam do congresso se precisam do setor privado se só dependem do governo e e e aí a culpa é de quem eu acho que ninguém consegue entender De quem é a culpa pela crise fiscal que a gente atravessa Marcos Lisboa quaisquer que sejam as as as razões mais longínquas no no tempo mais
próximas eh tá de pé algo que o que o Marcos Mendes acabou de colocar também a isso é um reflexo do agravamento da crise fato da gente não conseguir praticamente se ocupar de outra coisa como jornalistas profissionais a gente não quer chatear a audiência ao contrário a gente quer agradar a audiência e a gente é obrigado a colocar à noite agora o Marcos Mendes diz é uma situação que está se agravando ela tá se agravando Marcos Lisboa por condições vou usar estruturais eu sei que a palavra é churrada mas não encontrei outra aqui que vão
levando a gente para encontro com a verdade pressão por benefícios por meias entradas por subsídio né Por o William paga um uma alícota de imposto mas eu quero pagar uma menor Isso tem em todo lugar do mundo isso é o normal né e é esses lobis organizados da tentativa eu acho que a questão é por que que no Brasil is tão mais forte do que em outros países quando a gente olha indicadores por exemplo as distorções da tributação os regimes especiais você olha o comércio exterior né o o volume de emendas parlamentares você vai buscando
o volume de crédito direcionado que é um crédito com né com taxa de juros subsidiadas e as proteções regionais você pegando uma série de indicadores você olha fal assim olha Ué o Brasil destoa Por que que no Brasil esses lobis que são disseminados vai do motoristas de táxis ao grande proprietário de a grande indústria ao prestador de serviços cada um tem lá o seu benefício particular Por que que isso no Brasil primeiro é tão disseminado como é que isso acontece E aí eu acho que vai para além da Cultura né você tem a gente economia
Esse é um tema da economia muito tempo a gente não consegue separar os fatores mas o que vem em conjunto é um certo conjunto de que favorecem determinadas atitudes as crenças dos agentes que se fizerem tomarem essas atitudes serão recompensados Eles tomam ção quer dizer em outros países a estrutura do governo ela tem uma blindagem institucional muito forte contra grupos de interesse Esse é um tema por exemplo nos Estados Unidos do século XIX eh as distorções tributárias tarifárias neopotismo corrupção grandes monopólios que mandavam em governos era tem usual e teve todo um processo institucional para
fazer lei trust para Leis anti neopotismo o a a jurisprudência foi alterada nos Estados Unidos foi criando foram seram criadas agências de estados né Eh o esalia que foi juiz da suprema corte americana ele falava o segredo da Democracia americana é a construção do governo e essa construção em que você tira poder dos governos né o eh muito das emendas constitucionais Americanas que agora estão as pessoas estão discutindo com a eleição do trump é não pode fazer isso não pode fazer aquilo né não pode limitar a liberdade de expressão não pode fazer não pode fazer
e eh e uma e uma série de procedimentos históricos de jurisprudência que por exemplo limita também o judiciário à maneira como ele atua eh aprovar o emenda constitucional nos Estados Unidos é um pesadelo se prepara eu acho muito difícil que a gente venha ver nas nossas vidas uma nova emenda constitucional Ser aprovada dada as regras que existem Isso é ser e e e e essas práticas institucionais elas se disseminaram no mundo desenvolvido em vários países emergentes agências reguladoras Independentes mandatos Claros porque a agência pode porque o Executivo pode limitações e protocolos muito claros de como
é que você aprova uma Emenda Constitucional como é que você aprova uma lei restrições a contra executivo pode fazer isso é teve todo um esforço de Constituição institucional exatamente para prevenir a capacidade de captura do Estado por grupo de interesse no nosso caso a gente ameaçou fazer isso nos anos 90 nos anos de Fernando Henrique na última década e meia a gente fragilizou muito os anticorpos contra os grupos de pressão e eles cresceram bom você você vai bem longe no tempo quer dizer Claro é fascinante a gente a gente vai ter que ler os federalistas
a gente vai ter que ler a Revolução Americana para para entender os espírito que leva a limitar o poder a gente vai ter que ver a briga deles com o rei da Inglaterra para entender por que isso estava tão na cabeça deles mas eu quero vi para um outro ponto que Você levantou que me parece grave eh e que e que vocês dois Marcos e e a Taís muito na anális dela também tanto é que a gente chama ela de brincadeira no programa de musa da institucionalidade que vocês dois levantam nos seus textos que é
o que você acabou de de ressaltar a ideia de que na construção do sistema de governo há mecanismos que impeçam que a gastança saia de controle a gente tem um sistema de governo hoje no no no Brasil Marcos Mendes que a gente vê o Ministro Flávio Dino pela caneta tentando refazer que se caracteriza hoje por uma distorção muito forte a gente tem as puxadas do Legislativo puxada muito mais o legislativo se ass senhor de prerrogativa de alocação de recursos vi orçamento público que era do executivo a gente tem o judiciário Hoje quase como o pessoal
já fala num sistema pentameral nós temos quatro instâncias o agravamento da questão fiscal tá relacionado diretamente então a um executivo débil a um legislativo voraz e um judiciário que virou uma Instância política é aí a gente tem mais uma vez eh voltar no tempo e olhar as condições institucionais os países da América Latina em geral tem uma característica eh diferente dos demais países que é ter um sistema presidencialista com um legislativo eleito por voto proporcional em geral quando você tem presidencialismo como nos Estados Unidos o legislativo eleito por voto majoritário né em geral distrital o
cara vai lá tem um determinado distrito tem um candidato de um partido de o outro ganha o que tiver mais votos né Eh e nos regimes parlamentaristas a a votação para e o legislativo é proporcional como aqui no Brasil que que isso propicia você acaba tendo presidentes da república eleitos sistematicamente com minorias no Congresso tá eh e aí você tem que passar pro chamado famoso presidencialismo de coalizão depois de eleito o presidente tem que juntar aqueles parlamentares aqueles partidos que foram eleitos para tentar formar uma maioria o que você construiu na Constituição de 888 foi
um sistema em que permitia o Presidente da República eh ter poder de comandar agenda eh Legislativa por alguns instrumentos por exemplo as medidas Provisórias eh em que se você lembra bem lá no começo ela podia ser elas podiam ser reeditadas quantas vezes quisesse eh praticamente não eram colocadas a voto então a medida provisória era quase que um decreto lei né você tinha um eh eh foi dado ao presidente da república também o poder de veto e até 2013 eh o congresso não derrubava vetos eh eh do presidente da república e as emendas parlamentares eram usadas
ali como moeda eh como moeda de troca esses instrumentos foram se enfraquecendo né a as medidas Provisórias foram sofrendo seguidas ições hoje eh é uma minoria o número de medidas Provisórias que viram lei elas vencem elas são derrubadas elas são rejeitadas o congresso criou uma metodologia de derrubar vetos eh com muita facilidade né e as emendas foram se tornando eh obrigatórias Isso significa que você colocou areia na a ah no mecanismo do funcionamento do presidência l de coalizão enfraqueceu a ah a o poder executivo ao mesmo tempo eh houve um processo eh de fragmentação dos
partidos no nos primeiros anos de pós constituinte você tinha MDB PFL PSDB você fazia ali uma maioria e tudo bem Hoje você tem meia dúzia 10 partidos médios e nenhum partido grande então fica mais difícil formar formar maioria e trazendo um pouco paraa conjuntura você tem no governo um partido como o PT que é reconhecido amente eh avesso a efetivamente distribuir poder né ele distribui as franjas do Poder mas ele não divide ele não consegue fazer governo de coalizão isso cria uma situação que fica muito difícil eh eh tocar uma agenda junto ao legislativo e
parece que o recurso que é que o governo usou recentemente é judicializar tentar eh eh passar algumas pautas via STF né O que aumenta aí uma confusão criando um enrosco institucional eh que vai ficar um pouco difícil de você desmontar daqui pra frente isso no momento em que a gente precisa conseguir isso Taí eu vou passar a palavra para você mas pode não cortar teu raciocínio aqui é bem diferente do programa diário que a gente tá com eu fico amolando a paciência de vocês lá na bancária dizendo Olha o tempo Olha o tempo aqui a
gente pode criar ter o tempo psicológico pro raciocínio eu vou pro intervalo e retomo contigo daqu um instantinho pessoal é rápido até já [Música] ww especial voltando no intervalo brutalmente Resumindo que o Marcos deixou parado no final do último segmento Taí exatamente quando a gente precisa se articular de alguma forma para enfrentar uma crise fiscal iminente do jeito que as coisas estão andando isso ficou mais difícil ficou eu quero acrescentar um elemento aqui dessa nova configuração de distribuição de poder que é a questão do ônus e do bônus sobre a condução da política fiscal porque
eh até 2015 eh o ônus e o bônus da política fiscal ficavam concentrados no Poder Executivo o poder legislativo era meio que refém eh e nessa configuração do presidencialismo de de de coalizão era meio refém do Governo na liberação e na na distribuição desse esses recursos quando a partir de 2015 com o aumento das emendas esse poder de Distribuição e de alocação foi passando eh para o Congresso Nacional eh e hoje do tamanho que ficou esse equilíbrio entre o ônus e o bônus ele se distorceu completamente porque o governo a lei de responsabilidade fiscal por
exemplo não consegue imputar responsabilidade pelo Deputado ou pelo Senador que se se apropriaram hoje do recurso e fazem essa distribuição que é difusa que é pouco concentrada que é pouco transparente eh não é rastreável não faz sentido do ponto de vista da política pública eh como um todo Então essa é uma coisa que me preocupa muito assim como é que Porque mesmo com todas as falhas institucionais aqui eu concordo com o Marcos o governo Fernando Henrique Talvez um dos maiores legados que ele deixou foi a institucionalidade da governança pública no Brasil que foi uma coisa
que se espalhou inclusive por outros estados mas infelizmente se Perdeu muito ao longo do caminho eh de de meados de dos anos 2000 para cá Mas tem uma coisa que me preocupa muito que é essa distribuição entre o ônus e o bônus da política fiscal hoje o debate da política fiscal e e o que a gente tá fazendo aqui um pouco é tratar sobre os culpados há uma Concentração da percepção da sociedade de que a culpa é do governo federal é do Poder Executivo porque ele é historicamente quem carrega essa responsabilidade como é que a
gente distribui essa responsabilidade hoje pros grupos de interesse que sempre estiveram presentes mas especialmente pro legislativo Será que o STF que vai fazer isso Marcos Lisboa a gente tá a gente realmente tá numa situação complicada vocês economistas por exemplo nós jornalistas também a gente vem com certa insistência eh dizendo isto é uma rota insustentável nós estamos indo para uma questão fiscal que pode provocar uma grave crise política agora a pergunta é a seguinte da maneira como hoje está funcionando barra não funcionando na verdade nosso sistema de governo em função de tudo isso que vocês mencionaram
os agentes sequer conseguem identificar a gravidade da crise se poderia imaginar por hipótese que se eles tivessem uma consciência Clara do que tá em jogo encontrariam alguma forma de tratar da questão vamos voltar a 15 anos atrás né tinha Euforia o governo gastando abessa muito suscetível a grupos de pressão dando subsídio pra indústria naval para s brasil projeto aqui projeta ecolar todos felizes né ganhando dinheiro as custas do Estado eh os dados de produtividade sistemas mais chatos não mostravam ganhos né Eh tinha um problema fiscal sendo construído né Eh e procurou se alertar fim de
2012 começo de 2013 que viha uma grave crise as pessoas falar não mas o emprego tá bom a atividade tá bem não estão exagerando aqui quando veio a crise ela foi grande né então Esso é um lado da história segundo é claro que o Executivo tem uma responsabilidade imensa nessa crise que tá se construindo tá sendo construída a boa notícia é ela não chegou ainda dá para evitar mas tem que mudar a rota agora o governo tem o governo começou com uma um gasto aquela a PEC da transição volta das vinculações uma uma grande distribuição
de subsídios e e e e volta de indexações que tornam cabulo fiscal inconsistente eu e Marcos alertamos isso na semana que ele foi lançado olha vão ter que rever já já tá porque não para de pé e e como o Marcos mencionou são os trabalhos do Carlos Pereira do Marcos Melo de muito tempo com muito dado né é o PT de fato tem uma dificuldade de montar uma agenda de coalizão fala olha Eh eu ganhei a eleição presidencial no Congresso no tem maioria temos que fazer alianças e governar eh eh eh e construir uma maioria
sólida né Isso dificulta só como provocação aqui eu sei que pergunta que começa com c não tem resposta mas supondo no que vocês descrevem que a situação atual que o PT compartilhasse o poder haveria a possibilidade da gente ter políticas fiscais realmente necessárias o tal Cavalo de Pau ou não porque no fundo todos Estão interessados nisso que você acabou de Desc todo mundo feliz gastando A Best e cada um ganhando o seu em parte o governo temer conseguiu foi muito difícil eu acho que teve uma conjunção dos fatores não foi só uma estratégia de fazer
um presidencialismo de coalizão eu acho que teve circunstâncias muito particulares ali do Legislativo que ajudaram nisso mas é exp claro veio de uma crise brutal e tinha uma crise brutal né ah e e certamente haveria espaço para fazer algo diferente mas Will acho que a gente tem que dar um passo atrás a gente tem e eh é tem um problema institucional Mas falar PR as pessoas se comportem olha industriais Parem de ficar pedindo subsídio é pessoal aqui é profissionais liberais médicos economistas advogados vocês tê que pagar imposto como resto soci jornalista nessa lista a gente
é beneficiado pela desoneração da folha e boa parte dos Jornalistas profissionais hoje em determinada camar são pejot pej tem regim distrib especiais é uma festa isso tem dois problemas tem a questão fiscal que é mais óbvia agora mas tem um problema que isso ajuda o país a crescer pouco essa é uma agenda que leva que os economistas chamam de baixo crescimento da produtividade a gente não cresce pouco há 50 anos à toa o Brasil tá empobrecendo em relação ao resto do mundo tivemos aí três anos melhores saí da pandemia melhor do que esperava o fim
do Governo bolsonaro foi melhor e continuou neste governo eh eh para variar você olha os dados Olha nada muito diferente do que o último meio século alguns anos bons não espetaculares depois quando vem a crise era grave não vamos repetir o erro agora eu quero dar o passo atrás eh aqui não tem esquerda direita eh não tem governo a governo B Esse é um tema do país você pega essa agenda de subsídios e proteções as votações eu e o Marcos levantamos várias votações fizemos artigos sobre isso esquerda e direita voltam juntos essa é uma agenda
que eu chamo de ecumênica né Essa coisa do Lobby da meia entrada do benefício do favor vamos fazer o negócio do gás vamos fazer isso vamos dar um dinheirinho para cá para lá isso tá entranhado a gente criou uma um regras do jogo em que você fazer lobby né é bem-sucedido com frequência Você consegue subsídio tax não quer pagar imposto Por que que tax não paga imposto não paga imposto mas Uber não paga paga mas cada um vai ter na sua meia entrada né a a a a isso e e e e isso se disseminou
e também com a falta e eh o rompimento dos controles das limitações dos poderes aquele check and balance aquela né até onde o judiciário vai por exemp o judiciário nos outros países respeita decisões das agências administrativas isso é boa prática na Inglaterra na França na alemanha tem agência de estado com mandato aí a agência toma decisão alguém recua é raríssimo o judiciário entrar ele vai respeitar o judiciário vai respeitar as agências ele não é o senhor da razão ele é servo da lei né ele tem que ver se a lei foi cumprida eh o o
legislativo tem protocolos como você aprova emenda constitucional Wi como a gente olha quando a gente analisa a maneira como as leis e emendas constitucionais tem sido aprovadas no Brasil nos últimos anos dane-se Unos protocolos né Toda todo esse e e e esse freio e contrapeso para equilibrar os poderes e e evitar a captura e garantir que a agenda seja publicamente transparentemente democrátic icamente discutida deliberada se fragilizou muito no Brasil olha os gastos do Judiciário quer dizer para qualquer lado que a gente olha os exemplos do descontrole eh são muito preocupantes eu queria fazer uma uma
analogia Marcos Mendes com e até eu tava escrevendo no estado uma semana passada e eh lembrando de livros que eu li que me influenciaram para tentar entender como é que quem toma decisões políticas toma essas decisões políticas E aí a gente vem uma quilômetros de prateleira de livros tentando entender isso às vezes tá evidente que aquela decisão que vai ser tomada vai carregar o agente político e o grupo político dele pro Beleléu pro desastre e ele vai lá e toma aquela decisão e um dos livros que mais me impressionaram era a tentativa de entender se
em 1914 Ninguém queria a primeira guerra mundial porque todos caíram na Primeira Guerra Mundial e aí tem um escritor inglês o Christopher Clark escreveu um livro tá traduzido em português chamado sonâmbulos sonâmbulos que é uma uma descrição fascinante de como ninguém quer que aconteça aquilo mas vão tropeçando para dentro daquilo porque não enxergam o conjunto do problema porque cada um tá muito preocupado com o seu e por analogia se a gente olhar a situação fiscal paraa qual nós estamos caminhando dá para chamar isso de sonambulismo bom Vamos lá eh talvez até Respondendo a sua pergunta
anterior né basta dividir poder eh o PT dividir poder que tudo vai entrar no eixo não eh é uma condição necessária mas não suficiente né você precisa dividir poder para ter capacidade de aprovar uma agenda no Congresso mas qual é a agenda eh que se quer aprovar no Congresso eh o PT claramente é um partido que gosta de expansão fiscal ele acredita que expansão fiscal faz bem faz a economia crescer ele acredita que tem que subsidiar a indústria naval ele acredita que tem que dar crédito subsidiado eh do BNDS eh ele acredita em proteção em
política Industrial política de comércio interior protecionista então eh não adianta você dividir poder e e ir pro Congresso com uma agenda dessa né agora quando você não divide o poder fica pior ainda porque cada um tem a sua agenda os dois lados querem gastar mais mas cada um quer gasta do seu jeito né Eh o congresso quer gastar com emenda parlamentar quer gastar com desoneração da folha quer gastar com pers e etc né Eh e o o o Executivo quer gastar com pack quer gastar com ah a suas políticas de Minha Casa Minha Vida bolso
a família e etc né Eh então eh não é que você tem vários sonang sem saber o que estão fazendo né O que você você tem é uma um impasse eh eh na distribuição de poder e um impasse decisório e orientações de política econômica que na minha forma de ver são equivocadas Já geraram desastre no passado e tendem a Gerar desastre novamente que são o o cerne da pauta eh do executivo né Ah então não é alguma coisa que as pessoas não sabem o que estão fazendo né Eh mu eh principalmente no executivo há uma
crença de que estão fazendo a política certa você vê eh algumas políticas do Ministério da Fazenda São elogiados né eu tava lá no governo temmer algumas delas eu tentei como por exemplo acabar com a desoneração da folha tributar Fundos exclusivos acabar com o regime especial da indústria química fomos derrotados eh Total ou parcialmente em vários dessas né acabar com o subsídio refrigerante na Zona Franca de Manaus acho que o Brasil é o único país que subsidia a coca-cola no mundo né Eh é uma agenda parecida com o que eles estão tentando agora mas eh o
governo eh do PT tá tentando acabar com esses benefícios por quê Porque ele quer criar os seus ao mesmo tempo ele tá dando eh aceleração depreciação acelerada paraa indústria naval e paraas outros setores subsídios dentro do programa indústria Brasil etc e tal eh então há uma uma diferença de cada um que é o seu gasto né Eh e juntando todas essas dificuldades institucionais e de governanças que nós temos a chance da gente eh ir paraa beira do precipício é grande o Brasil até hoje chegou na beira do precipício e deu um passinho atrás né Eh
e a outra boa notícia é que quando você tem uma crise como teve a crise de 14 e 16 e muda a orientação de política econômica aparentemente as coisas voltam rápido né lá em 2016 o Banco Central conseguiu trazer rápido a inflação para baixo o dólar voltou rapidamente eh o déficit eh eh foi diminuído a taxa de juro Real caiu com a mudança quase imediatamente com uma mudança de política econômica Então a gente tem essa chance de eh se conseguir fazer uma orientação adequada de política econômica de entrar nos eixos novamente fazer um programa que
tente eh recuperar essa trajetória fiscal que tá bém preocupante Marcos a gente tem um problema sério no nisso que você acabou de dizer que é qual o preço que se paga para chegar na Beira do Abismo olhar para lá e falar Opa deixa eu dar uma recuada tá is eu vou pro intervalo volto contigo tá pessoal é rápido o nosso Break até [Música] já ww especial tá voltando no intervalo thí eh qual o preço que a gente tá pagando já ficar pertinho da Beira do Abismo e dizer Opa melhor não pular inflação né Acho que
esse é o preço que tá aparecendo mais rápido e que talvez seja um uma boa provocação apesar de ser um um problema nefasto pode ser uma boa provocação que vai fazer o governo se mexer mas eh tem um ponto aqui que o que os dois trouxeram né que é a gente tentar identificar o pecado original dá para voltar 100 anos né Marcos a gente vai escolher e encontrar vários pecados originais mas com a crise de agora é bom a gente encontrar o pecado original de agora e é a PEC da da transição então misturando eh
o diagnóstico de que a PEC da transição foi o pecado original eh deste governo eh se junta com essa crença que é quase que se mistura com uma teimosia que não admite erros né o PT até hoje não admite o que fez no no no governo de Dilma Rousseff né não até hoje ele chama de golpe exato É porque o golpe é é é é sobre a questão política né não admite o erro econômico que provocou né e e e a teimosia ela é constante ela tá cada vez maior portanto se a gente não consegue
identificar o pecado original se a teimosia e a crença de que essa fórmula sendo feita de novo e não interrompida pelo processo político como eles acreditam que foi o que aconteceu em 2015 eh com o impeachment da Dilma dessa vez vai dar certo ignorando não só os problemas que a gente carrega em função da crise provocada lá quer dizer nós não superamos ainda o 2014 15 e 16 talvez na atividade econômica sim mas a que preço a que custo a que sustentabilidade que a economia vai continuar eh crescendo mas eh eh com essa com essa
certeza de que os problemas de hoje não E assim a gente conversa com gente do governo Ministro e tudo e eles não colocam o governo Dilma Rousseff na equação para identificar eh como é que o problema cresceu e chegou por exemplo a dívida pública como é que a dívida pública chegou onde chegou e onde está agora então essa dificuldade de reconhecer o pecado de origem de reconhecer aquilo que deu errado de continuar tentando o que já deu errado Eh a em busca do reconhecimento do selo né o governo do PT quer o selo de que
dessa vez tudo aquilo que ele quis fazer e que tiraram ele do Poder vai dar certo agora o custo disso no mundo de hoje e a gente hoje tá vendo no primeiro momento como inflação mais pra frente eu não sei o que vai ser a thí está seguindo um bocado o raciocínio do do Marcos Mendes no último segmento do programa antes do intervalo Houve um momento na resposta dele em que ele disse o PT não só não divide o governo mas ele acredita numa série de os do que ele acha que deve ser a política
econômica aí eu faço a provocação acredita nas coisas erradas eu acho que tem uma crença que é difusa na sociedade que essa é a maneira né e os representantes profissionais liberais não vem nada de mal impedir para quem fatura R 30 milhões deais pagar menos imposto n o negócio vai lá e defende lá não pagar imposto aqui acolá a indústria defende lá enfim essa é uma crença meio generalizada de novo ela essa crença ela não é à toa porque as regras do jogo instituições e e e eh ratificam essas crenças isso é um isso é
um como chama é um equilíbrio de um jogo e eh que nós temos né e e aqui no Brasil mas eu queria dar um uma visão um pouco diferente willam que não é a questão do precipício o que eu acho é que o Brasil é um país de alta volatilidade o Brasil é o país do susto e é é meio maníaco depressivo né Eh a agora tá tudo ótimo dessa vez o Brasil vai Decolar Olha só aí de repente toma um susto e aí tem uma crise muito grande e agora o câmbio é abaixo de
cinco Ih caramba o câmbio é acima de seis o Brasil não vai ter jeito e o câmbio cai agora vai nós estamos em qual fase agora só mas essa essa essa é a fase do Brasil quer dizer da maneira como a gente tem fragilidade das regras do jogo da maneira como não consegue organizar as instituições por exemplo investimento em infraestrutura que é tão importante para pro crescimento do país estradas portos energia a gente não consegue ter regras arrumadas tem regra aí muda o governo aí muda a regra aí o judiciário tem uma decisão aí volta
para cá aí o que foi decidido e prometido não é cumprido eh eh como é que você investe a longo prazo no país Com tamanha volatilidade isso aparece na volatilidade do câmbio que machuca os negócios na volatilidade dos juros para acima de 15 aí depois cai aí volta a inflação é um problema deixa de ser um problema quer dizer então primeiro é e as regras as regras mudam e não só uma mudança de lei eh para quem tá no mundo dos negócios as regras mudam cotidianamente e é muito difícil para as empresas se prepararem para
isso eu tenho falado isso com setor privado fala assim olha gente tem que entender o seguinte o Brasil é um país que Gestão de Risco e gestão de capital é muito mais complicado do que em outros países mas isso leva a essa ciclotimia de momentos bons e ruins agora numa nota mais de otimismo a gente tem ótimas histórias no Brasil a gente tem histórias no Brasil de muito sucesso de novo vamos esquecer esquerda direita porque em geral não tem a ver nem com essas ideologias né nem com os extremos é nem é mercado ou estado
é políticas públicas bem desenhadas que ajuda o desenvolvimento de conhecimento capital humano Como cham os economistas novas tecnologias em conjunto com o empreendedorismo privado e que amadurecem com muito sucesso O agronegócio brasileiro é uma história de Tecnologia é uma história de granos de produtividade impressionante durante 50 no Brasil não se tornou a potência agrícola Brasil não era uma potência agrícola ele se tornou a potência agrícola com investimento em tecnologia a gente tem ciência da computação em várias regiões do país tem no Recife tem no sul do país a gente tem a medicina da USP o
Brasil tem histórias incríveis de muito sucesso em desenvolver a economia isso passa por políticas públicas adequadas com o empreendedorismo do setor privado e previsibilidade das regras a longo prazo né Eh tem o caminho Ou seja é o que se fez em outros lugares Não tem segredo algum isso aí vamos fazer isso mais e também no que se refere a a política pública mais comezinha não é possível a gente continu continuar fracassando tanto em educação pública no Brasil ou segurança como é que a gente não consegue ter um debate arrumado tirando esses polos extremos e falar
assim olha como é que os países que tinham muita violência resolveram como é que Medelin fez na Colômbia como é que foi o processo como é que é a gestão da polícia ou como é que país conseguiram tamanho salto no aprendizado e das crianças como Finlândia Singapura eh eh eh eh Coreia eh Quais foram as boas práticas que esses países adotaram que deram Tão certo vamos copiar o que deu certo em adotar aqui no Brasil deixa fazer o seguinte eh nós estamos chegando ao final do tempo eh Don o nosso slot de televisão Eu já
queria inicialmente agradecer ao Marcos Mendes a você minha querida colega thí ao Marcos Lisboa disposição de ter participado até aqui da nossa parte de televisão mas o programa continua é muito obrigado a vocês obrigado a quem até aqui esteve conosco na televisão na TV fechada Mas a nossa conversa agora é Estendida o ww especial tem agora essa modalidade você pode acompanhar a continuação da nossa conversa além da televisão basta o seu celular para esse QR Code tá na tela você vai ser direcionado a Playlist ww no YouTube aí tem um truquinho você precisa clicar no
vídeo com o mesmo título da taja que tá aqui embaixo mesmo título da tar tá aqui embaixo porque a gente vai continuar nossa conversa no streaming quem nos acompanhou até aqui pela televisão meu Obrigado nos vemos daqui a pouquinho no streaming quem quiser seguir o nosso papo até já [Música] ww prosseguindo agora o nosso quarto tempo Marcos Mendes se por eu não vou resumir o programa inteiro agora nem vou tentar fazer isso seria uma injustiça enorme com o que vocês disseram Mas se por aquilo que foi dito aqui nesses três segmentos iniciais a gente tá
caminhando para uma situação que você mesmo descreveu Marcos Mendes anteriormente como uma situação próxima ou na qual já se vislumbra um abismo por conta de crise fiscal com que rapidez nós estamos caminhando pra beira disso Bom vamos lá eh eu acho que primeiro eh essa é uma pergunta de 1 milhão de dólares né porque se você tá no mercado financeiro com uma taxa de juros que se paga hoje aqui no Brasil de 7 8% você quer ganhar essa taxa de juros até o último momento né Mas pode ser que você fique mais tempo e sofra
um calote sofra uma perda né Eh então não dá para precisar isso porque as crises fiscais são abruptas né em 2013 tava tudo bem a economia crescendo 3% ao ano o governo dizendo que tava tudo bem 2014 nós segundo semestre de 2014 entramos num numa recessão brutal né Eh então Eh você olhando os números de de PIB do carreir o estatístico do PIB eh ah a exportação de petróleo a exportação de soja dá para segurar o PIB do ano que vem vai ser um pouco mais fraco do que o desse ano agora a gente não
sabe para onde vai a inflação tá a gente não sabe até onde o banco central vai conseguir resistir nessa nessa política de tentar compensar a política fiscal eh aumentando a taxa cip cada vez mais a a política fiscal vai gerando custo para dívida públ mais alta e sendo menos efetiva na no controle da inflação por vários mecanismos que não cabe aqui descrever então pode ser que chegue um momento ehem que persiste uma pressão fiscal muito forte e o banco central jogue a toalha né e deixa a inflação subir para sancionar e esse problema para sancionar
o problema da da da dificuldade de pagar a dívida pública eh você tem a questão externa o Brasil é altamente sensível a solav vamos da economia internacional porque nós somos portad de de commodes cai preço de petróleo cai preço de commodes a gente eh se esborracha pode ser um início de crise também né o fato é que não fazendo o dever de casa de deixar a economia eh arrumada as contas arrumadas Você fica muito muito vulnerável você fica ali como eu costumo dizer um barquinho de papel boiando no oceano deu uma marola no oceano Barquinho
vira William tem um um ponto aqui misturando aqui a análise com o jornalismo né informações que a gente tem desse começo de ano é de um desgaste político eh do do governo e principalmente ali da equipe Econômica de tentar convencer o presidente Lula e o Palácio do Planalto e as as principais alianças políticas aquelas fiéis a ao governo de continuar atuando na tentativa de melhoria do do do fiscal né esse desgaste eh e a informação que a gente tem é que é vai assim não valendo milagre não vai mais acontecer nada né não tem nenhuma
medida Grande para vir não tem nenhuma nenhum novo pacote fiscal a não se que alguma coisa aconteça que acabe forçando o governo a tomar alguma decisão contra a sua vontade inclusive colocando em risco a sua popularidade mas a informação que a gente tem é que o desgaste foi tamanho né que o desgaste político o desgaste político foi tamanho e há uma exposição política muito forte diante de um Congresso Nacional também eh fortalecido da dependência de um judiciário eh politicamente eh eh ativo né e que também não se sabe exatamente como é que essa fórmula pode
ajudar ou não o governo porque ela é inédita na configuração que ela está Então eu não sei o quanto E aí vale mais pros economistas do que para mim eu não sei o quanto a eh a a resistência que o Brasil criou nesses anos inclusive de enfrentamento de crises tão agudas como a gente passou eh convivendo com coisas que deram certo como o Marcos eh Lisboa tá colocando aqui eu não sei o quanto isso eh assegura o Brasil atravessar eh os próximos anos para uma Talvez uma nova alternância de poder que também não deveria ou
não não mereceria ser para o que vinha eh eh por exemplo do governo bolsonaro que também colocou a a política fiscal em risco no Brasil né Eh fez coisas boas mas também deixou um um um um uma trajetória fiscal ruim pro Brasil Então eu não sei o quanto que a resistência dessa economia que se fortaleceu de alguma forma das políticas públicas que de algum jeito de outro deram certo de grandes setores da economia que conseguiram eh como é a questão do agronegócio que conseguiram se sobressair eu não sei o quanto isso protege o Brasil dessa
dessa velocidade para o que dá errado para esse precipício ou não mas para essa colisão que pode acontecer a pergunta de 1 milhão de dólares e a dela a pergunta da thí pura e simplesmente é o seguinte Por que que o que é bacana e bom a gente não consegue ter como agenda Nacional Ah isso é isso é uma ótima pergunta eu a gente tem histórias ótimas em educação o caso do interior do Ceará é muito conhecido né Espírito Santo Goiás Por que a gente não consegue copiar as boas práticas de educação pública que deram
tão certo no sobretudo no fundamental um para outras regiões do país de novo resistências de grupos de pressão né e a gente política pública sem analisar a evidência sem olhar os dados né Eh o debate rapidamente vira eh eh nós contra eles né Ah você é liberal ah essa palavra é proibido ou você é desenvolvimentista e entrar no detalhe da técnica de saber olha qual é a evidência como é que funcionou como é que fez né Essa paciência deixa só fazer uma interrupção em causa própria nós fizemos um w especial sobre esse tema inspirado por
você por sinal Vou fazer que nem o pessoal faz o mundo digital tem na playlist quem quiser ir nos detalhes do que você acabou de dizer temos um programa dedicado exclusivamente a isso sobre políticas públicas que dão certo que não dão certo e a avaliação delas deixa fechar o parentes e causa a própria perdoe não eh e eh eh eu acho que é isso quer dizer a gente aprende pouco a experiência quer dizer quando eu comentei a questão da da da das instituições nos países desenvolvidos e vários países emergentes não é que você tem uma
fórmula pronta os países vão aprendendo As instituições Americanas se transformaram imensamente eh depois do fim do século XIX na Europa a mesma coisa a agência não é agência como é que é o desenho Como é que faz o Chile tá o tempo todo ajustando o desenho da sua política educacional da governança dos controles né Eh e esse processo de aperfeiçoamento contínuo até porque a tecnologia muda Você aprende com os outros e de repente a Finlândia tá com alguma coisa de educação nova bacana vamos copiar ou ou a França ou o norte da Espanha que tem
uma educação e a Áustria conseguiram tem técnicas novas e vamos copiar a ou tem uma nova tecnologia surgindo numa área de computação ou em em alguma outra área é que pode ser útil a a gente não consegue fazer isso infelizmente a boa notícia é que as empresas estão mais sólidas do que estavam em 131 a gente olha o balanço pelo menos as grandes você não tem grandes sinais de problemas de crédito né é o balanço das empresas são razoáveis e acho que também todo mundo já chamuscado pelo passado se prevenir mais fala olha esse é
um país que hoje tá tudo bem daqui a 1 ano e meio Não e porque veja investimento 5 anos à frente 10 anos à frente não tô olhando só esse ano ou ano que vem né a a isso acho que reduz o possível impacto das dificuldades da frente por outro lado a gente tem um problema muito grande acontecer os gastos obrigatórios não param de aumentar o judiciário não para de aumentar os seus próprios gastos né o judiciário brasileiro é extremamente cara e não só isso dá uma quantidade de decisões eliminares eh BPC outros benefícios de
novo você acha que as regras de concessão de um benefício são limitadas ampliadas ótimo vai no Congresso aprova uma medida de lei amplia o benefício mas não dessa maneira dessa indústria que se criou ao redor dos benefícios do Brasil é que dão precatórios e são parte dos precatórios de R bilhões de reais estão chegando esse ano e não vamos parar de aumentar então você tem um precatórios que V parar de aumentar e hoje alguns precatórios T 10 anos ou mais então os dos últimos anos já vão chegar e vão continuar aumentando você tem as endas
parlamentares que não param de aumentar Você tem os gastos obrigatórios que continuam crescendo no Brasil e isso vai asfixiando e o que é pior Então mas aí você colocou a questão fundamental também que é para praticamente a gente volta pro pro começo do programa você usou a expressão agora isso tá sufocando que você usa como expressão para para ir pro verbo sufocar é o peso eh da questão fiscal ou ela é digamos eu tô tentando aqui ser Poliana Marcos mes ou a crise fiscal embora seja sufocante não é tão sufocante que a gente possa pensar
em levar Business asil João não isso tem um limite né Eh eh você não sabe qual é claramente o limite paraa dívida pública passou de X por do PIB tá deu deu tudo errado né Eh as pessoas vão testando os limites né E como tem essa descoordenação no processo decisório eh e por outro lado uma convicção muito grande do governo de que precisa ir via fiscal eh para atingir os seus objetivos seja econômicos seja eleitorais testa-se o limite o tempo todo né E daí é por isso que em algum momento você entra ou num processo
inflacionário para eh corroer a dívida pública ou você entra num processo estilo Plano Color alguma coisa desse gênero que eu espero que não se repita na na sociedade brasileira tá isso eh achei interessante o Marcos falar de descoordenação porque essa é uma característica muito Marcante ante desse terceiro Mandato do Lula né uma falta de coordenação né uma falta de organização de como inclusive fazer aquilo que aquilo que eles acreditam né Por mais que a gente eh aponte aqui os erros mas até para fazer aquilo que eles acreditam eles estão mais desorganizados de descoordenados do que
nos governos anteriores e certamente isso tem eh um custo pro pro país a minha a minha percepção eh Marcos eu também converso até por dever de Ofício converso muito com com o setor privado primeiro essa essa coisa inusitada de um governo com a experiência que tem né do Lula tá no seu terceiro mandato e o PT o próprio partido e a forma como ele eh trabalhou para para montar esse governo que também é experiente afinal de contas ficaram Três mandatos e Meio no no poder eh o inusitado é a falta de essa falta de de
de coordenação essa desorganização uma incompreensão de como fazer o que eles querem fazer no mundo de hoje Então esse é um ponto que me que me preocupa porque essa desorganização essa descoordenação pode acelerar ou não o processo de piora eh da da da Condução do governo nos próximos 2 anos eu costumo dizer o seguinte o Brasil já teve a proeza Marcos de entrar numa numa recessão profunda quando o mundo crescia a proeza de crescer e se fortalecer inclusive institucionalmente quando o mundo está tá fragilizado e tanto economicamente quanto politicamente Eu acho que o Brasil não
tem a gente nem teve tempo né Marcos mesmo indo pro streaming de pegar algo que vocês eh eh tangenciar em vários momentos na nossa conversa hoje nessa edição do ww especial que é o quadro lá fora que é um quadro de profunda transformação sobretudo a palavra da moda né Vibe shift dizer a mudança de de clima de onda é um outro tipo de onda uhum que é que transcende a análise puramente Econômica como é que você tá vendo isso vamos lá Vamos separar aqui em duas etapas quer dizer uma eh para pegar o gancho do
fim aqui é tem muito problema com contratado que vai aparecer mais tarde os explicatória é um deles ou vai ter um diálogo entre judiciário legislativo executivo porque eh não vai parar de aumentar a gente tá pagando as contas de anos atrás tá eh e de novo porque o judiciário cria regras interpreta a norma as normas não são bem escritas E aí e isso vai aumentando e enfim e vários grupos eh garantem que a sua despesa tá indexada e depois que a despesa pública no Brasil aumenta você não consegue cortar Então tem um problema contratar seguinte
se parar tudo agora vai continuar a piorar o fiscal mais paraa frente só esse é o alerta o mundo lá fora willam aí é uma pena a gente perdeu a oportunidade o mundo pros países emergentes eh foram 30 anos ótimos 40 anos apesar da crise de 2008 foram 30 40 anos ótimos pro mundo emergente a China tirou o qu 500 milhões de pessoas da pobreza a Índia Malásia Tailândia Olha o leste europeu o mundo emergente se beneficiou imensamente você tá falando de uma geração né você tá dando um período de 25 a 30 anos de
90 de começo dos anos 90 tá E até agora pouco tempo tá até a década passada de muito crescimento centos de 6% ao ano né o Brasil aproveitou pouco esse período a gente ficou recalcitar nessa nessa agenda a gente viu o Chile crescer quem diria que Panamá ia ser duas vezes mais R que o Brasil Pois é né o Chile bem mais R que o Brasil não era quando eu nasci né a o sudeste da Ásia e a gente perdeu um pouco bonde então o Brasil cresceu bem na década de 2000 cresceu quando você olha
o resto do mundo a gente foi Medíocre então Infelizmente o bonde passou e a gente não quis entrar no bonde a gente se beneficiou o ciclo de comod foi muito bom o Brasil o Brasil fez coisas muito boas governo FR Henrique e acho que é é no governo Lula no começo Ah mas o mas a gente aproveitou pouco muito menos do que poderia e agora o mundo vai ser o mundo mais difícil e a gente vai est mais preparado pro mundo mais difícil é uma pena a gente a gente no Brasil não perde uma oportunidade
de sala oportunidade essa frase é maldita mas é é é horrível de ouvi-la é horrível de ouvi-la mas tem que ser dita Marcos Mendes O que que a gente vai ver acontecer lá fora bom eh não é muuito minha especialidade né mas o que a gente tá vendo eh tô falando mais em termos de de consequência para nós tência não o que a gente vê de tendência geral no cenário eh internacional é o famoso processo de desglobalização com aumento de tarifas eh um aumento uns Governo dos Estados Unidos se tornando mais intervencionista mais mercantilista eh
e portanto e e mais voltado para dentro né os Estados Unidos saindo daquele da sua postura tradicional de de polícia do mundo de apoio eh de forças armadas na Europa no Oriente Médio eh então de conflitos eh aumentado né por conta da da retirada dos Estados Unidos desse papel eh de intervir nas crises uma isso gera uma tendência de aumento da inflação nos Estados Unidos eh aumento de juros nos Estados Unidos valorização do dólar piora da das moedas internacionais desvalorização das moedas principalmente terceiro mundo eh e sobretudo menor espaço de comércio né então como o
o Marc Lisboa falou a gente teve décadas em que a gente podia ter aberto a nossa economia eh para buscar ser mais competitivo mais produtivo eh e não fizemos isso no período que nos beneficiava né Eh continuamos com uma economia muito fechada o novo governo trouxe de volta uma série de políticas protecionistas É incrível como ah pela 10 vez estendo tentando reconstruir a indústria naval brasileira a a base de de subsídios fiscais então agora eh Não há dúvida de que o cenário internacional vai ficar mais desfavorável pra gente com algumas vantagens eh específicas e passageiros
como por exemplo se tiver eh alguma Rúbia maior dos Estados Unidos com a China abre algum mercado pro Brasil mandar eh pro exterior pros Estados Unidos alguma coisa que a China mandava mas isso é muito pequeno frente a a uma possível desestruturação eh eh do volume de comercio internacional você consegue dormir com essa situação para encerrar para encerrar a nossa conversa você ter a última palavra não eu eu durmo preocupada eu tenho dormido bastante preocupada com o Brasil né Essa coisa da do momento da desglobalização né como diz o Marcos a gente não aproveitou a
Gente Nem Ficou globalizado né Marcos o Brasil não se globalizou nessas as últimas eh três décadas né pelo contrário a gente ficou aqui achando que conteúdo Nacional ia nos salvar e enfim por aí vai e o o meu receio o William a gente passou aí acho que a última década e meia né Eh tratando da mediocridade da do Brasil de como a gente se contenta com a mediocridade faz muito pouco e Para tudo tem limite e as né então assim a gente dizia Ah o Brasil corre risco de continuar sendo Medíocre e tal eu acho
que nós estamos trocando a mediocridade pela irrelevância É isso que me tira o sono Tomara que não tire de vocês É é tem frases duras que a gente é obrigado a ouvir queria começar por você thí agradecer a tua disposição é duro despedir de mim difícil muito difícil muito difícil e obrigado você tá trabalhando na BSA achou um tempo para nós aqui o ww especial queria agradecer lá em Brasília que tá participou remoto do programa Marcos Mendes Marcos Mendes muito obrigado pela disposição dedicar seu tempo a nós igualmente aqui presencial Marcos Lisboa Muito obrigado meu
agradecimento especial é a você que nos acompanha pessoal até a próxima [Música]