A Neurociência Explica: Porque tomamos más decisões com o Dinheiro? | EP 131

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Tu nunca consegue caminhar para uma vida com bem-estar financeiro, com segurança e com a verdadeira liberdade. E por que que tu faz o que tu faz com o teu dinheiro? Está relacionado com o valor subjetivo. Dopamina liberada, núcleo aondes ativo, desejo, aquela fissura. A primeira coisa que vai acontecer é se despertar do teu desejo. Ah, mas é que se eu não fizer isso aqui, eu não consigo resolver minha vida. Ah, vou comprar um apartamento financiado. Depois eu quero carro financiado. Eu quero um empréstimo para mobilar a casa. Talvez a vida boa que tu esteja procurando
nesse processo de tomada de decisão inadequado seja inatingível na medida que tu vai sempre cedendo aos teus desejos. Tu não consegue controlar este comportamento. Então tu age num piloto automático total. Se eu olho pra construção de uma vida com bem-estar financeiro, um dos principais fatores que te afasta disso é justamente iso. O que que o nosso cérebro tem a ver com as nossas escolhas financeiras? Eu já fiz podcast aqui antes falando sobre isso, né? tá falando sobre essa relação entre o processo de tomado de decisão com dinheiro e todo o mecanismo que acontece dentro do
nosso cérebro. E hoje eu vim retomar este tema com alguns artigos que são bem recentes, né? Artigos de 2024, como sempre deixo aqui na descrição os artigos e também trazendo quais são os principais insightes que a neurociência tem trazido pro processo de tomada de decisão com o dinheiro. E aí a gente tem destaque que esses artigos que eu trouxe hoje são artigos de revisão, né? Então eles nos mostram alguns aspectos bem interessantes acerca de o que que mais tem sido pesquisado e qual o impacto dessas pesquisas, o que que isso reverbera para melhorar efetivamente no
nosso dia a dia o processo de tomada de decisão. Como que a gente pode se apropriar desses ensinamentos da ciência e aplicar nas nossas vidas, né? Então, hoje a gente já tem bem claro aí qual é a direção que a neurociência vai nos levar e quais são os principais tópicos que ela estuda e como esses principais tópicos, que são quatro que nós vamos falar aqui hoje, como que esses principais tópicos podem nos ajudar e que insites eles podem nos trazer. Então, a gente vai fazer uma revisão sobre o por que nós devemos nos preocupar, né,
com esse processo de tomada de decisão e a relação entre cérebro e dinheiro. Depois nós vamos entender quais são as principais áreas envolvidas nesse processo de tomada de decisão. Porque quando a gente consegue entender as áreas, é como se na hora de tomar a decisão a gente conseguisse processar as informações de uma forma diferente, sabe? É que tu tá pensando assim, tu tá naquele impulso assim, ai meu Deus, eu vou comprar isso aí tu, opa, para aí, ô dorso lateral, acorda aí que eu tô precisando da tua ajuda. Obviamente que é um exemplo, né, muito
ilusório assim, no sentido de criativo até, mas é que eu acho que se a gente tem esse nível de consciência nos permite realmente melhorar o nosso processo de tomada de decisão. Então, ache interessante a gente começar a entender esses mecanismos, quais são as áreas e como que elas se relacionam, para que daí sim a gente vá pros quatro tópicos, que são os quatro tópicos mais abordados e como que o entendimento desses tópicos pode melhorar o nosso processo de tomada de decisão. Certo? Vamos começar. Então, pra começar, é, eu quero que você, e, ah, e um
outro uma outra coisa importante, eu vou explicar quais são as áreas do cérebro envolvidas nesse processo de tomada de decisão, usando exemplos bem práticos, assim, eu acho que isso vai trazer um entendimento melhor. Tem um outro eh um outro podcast aí que eu já trato desses assuntos, mas hoje eu vou trazer de uma forma mais didática, imagino eu. Enfim, sem mais delongas, vamos para o nosso nosso episódio número 131 do podcast Mais Finanças. O podcast em que a gente fala muito mais do que números. Nós falamos sobre comportamento financeiro. Se você está aqui pela primeira
vez, seja muito bem-vindo. Meu nome é Jéssica Câmpara, sou doutora em finanças comportamentais. Toda terça e toda sexta estamos aqui com algum conteúdo da das mais variadas áreas dentro das finanças comportamentais, economia comportamental, para que a gente possa discutir, entender esses estudos e aplicar de uma forma bem simples e principalmente, né, de uma forma eficaz nas nossas vidas, porque por vezes a gente fica pegando por aí um monte de diquinha, isso e aquilo, e a gente não sabe o quão eficaz essas coisas são. E quando a gente olha pra ciência, muitas vezes as pessoas questionam
assim: "Ai, mas como que a ciência ela pode nos ajudar, né?" E aí eu sempre respondo o seguinte: tu quer confiar numa ciência em que teve todo um protocolo metodológico, que teve todo um cuidado para avaliar se aquilo funciona ou não funciona? Ou tu quer acreditar na palavra de uma única pessoa que, pelo senso comum ou por uma única experiência própria foi lá e disse a ou b, né? Então, quando a gente olha paraa ciência, a gente não tá olhando para uma opinião de ninguém. Nós estamos olhando para um teste que foi feito e uma
hipótese que foi ou não validada. Então isso nos dá mais segurança. Significa que não existem pesquisas ruins, significa que tudo que a gente vai olhar, ah, é pesquisa científica, então presta? Não, também não, né? Tem um monte de pesquisa científica que não presta. E aí, por isso que é importante a gente ter sempre um crio no que que a gente vai acompanhar, porque muitas vezes hoje em dia, como tá ficando a ciência também um pouco mais popular, as pessoas se usam disso para manipular também, né? Ah, mas eh foi um artigo científico, tá? Mas qual
foi a robustez desse artigo, né? Ele teve uma metodologia adequada e tal. Então, tudo isso é importante para que a gente consiga discernir o que é bom do que é ruim e o que que nós realmente vamos nos apropriar para nossas vidas e levar em consideração. E e entrando nesse tópico, né, de ciência e o que que a gente vai envolver nas nossas vidas, a neuroeconomia, que é essa junção entre a parte de psicologia, economia e neurociência. Então, quando a gente fala de neuroeconomia, nós estamos falando de agregar dentro da economia comportamental, que já vai
envolver psicologia e economia e finanças, né? Vai agregar aí a parte de neurociência. E por que que isso é importante? Isso começou a ser desenvolvido lá em 2001, mais ou menos um pouquinho antes, até 98 a gente já tem alguns estudos, mas 2020, 2001, o Canan publica um artigo bem interessante a esse respeito. Depois nós tivemos avanços disso ao longo do tempo, 2005 nós temos um artigo seminal que faz a união dessas áreas e aí a gente foi evoluindo, foi evoluindo até que 2024 a gente tem algumas revisões sistemáticas compilando todas esses estudos, né? Quais
foram os focos principais e o que que eles têm a nos dizer? E o que que eles têm a nos dizer, principalmente, né, depois de 20 anos, mais de 20, 25 anos de estudo a esse respeito, o que que eles têm nos dizer? Bom, a neuroeconomia ela tem como principal objetivo mostrar como que, vocês me desculpem a voz, porque eu ainda não tô com a minha voz 100%, então eu tenho que falar com tom de voz um pouquinho mais baixo. É só aumentar o volume aí. E por vezes eu vou ter que tomar uma aguinha,
por vezes eu vou ter que dar um, né, porque realmente a voz ela ainda não está perfeita. Já estou na segunda semana, eu acho, quase de voz ruim, mas faz parte, né? A gente não não vai tá perfeito todos os dias e aí a gente tem que ir lidando da forma que que for possível. E espero que vocês tenham a compreensão daí do outro lado também. Bom, voltando para cá, que que a a neuroeconomia tem a nos dizer? O principal objetivo da neuroeconomia é entender dentro do processo de tomada de decisão o que está acontecendo
no nosso cérebro para que a gente possa sair de um, eu acho que nós funcionamos assim e que nós tenhamos uma prova fisiológica de como efetivamente nós funcionamos. Então, quando a gente pega desde autor relato, né, nós temos ali algumas limitações de autorelato. Ah, eu vou eh dizer que eu tô feliz ou triste, eu vou dizer que eu tenho bem bem-estar financeiro ou não. Enfim, sempre quando a gente tá fazendo algum relato, algum tem algum nível de viés. E a neurociência, no momento que ela consegue avaliar como que está o movimento do nosso cérebro no
processo de tomada de decisão, nós começamos a ter eh informações da nossa fisiologia nos mostrando efetivamente como nós tomamos decisões. E isso é muito importante porque faz com que a gente passe a compreender como que funciona o nosso processo de escolha. E aí vem uma uma parte muito interessante da neurociência dentro desse agregado de tomada de decisão, que é justamente a sinalização de valor. Então por que que tu toma a escolha e por que tu faz o que tu faz com o teu dinheiro, né? A neurociência ela já tem conseguido nos mostrar isso. E um
dos principais aspectos está relacionado com o valor subjetivo. Que que significa isso? O nosso cérebro, ele tá constantemente fazendo um cálculo de custo benefício. Será que vale a pena empregar esse esforço em prol desse benefício? Então, eu tenho o custo, o esforço e o benefício, a recompensa esperada. Se a recompensa esperada ela superar o custo, eu executo aquela atividade. Agora, se eu perceber que aquele custo é superior a a a à recompensa esperada, então eu não entrego aquele comportamento. E isso não é um valor objetivo, como a economia tradicional ela nos dizia, né? Não é
um valor que a gente simplesmente é igual para todos e que todo mundo vai ter o mesmo processo decisório, sempre no processo de maximização da utilidade. Não. Pelo contrário, este valor é um valor subjetivo. Então, o valor que tu atribui tanto a esforço quanto a recompensa é subjetivo. Vai depender do que tu aprendeu ao longo da tua vida, vai depender da tua socialização, que é esse processo de aprendizado desde a infância. vai depender das tuas crenças, vai depender daquilo que dos teus objetivos, né, a tua perspectiva futura. Então, tem muitos e muitos aspectos que vão
estar envoltos nessa atribuição de valor e isso vai fazer com que tu tenha maior ou menor predisposição a agir na direção de determinada coisa, tá? Entendi isso, entendi que é um cálculo de custo benefício. Eh, e e aí, como que isso acontece dentro do nosso cérebro? Aí que a gente vai para um exemplo bem prático, que eu acho que vai ficar bem útil para que a gente compreenda essa relação de escolha financeira com o processamento das informações do nosso cérebro. Bom, suponha o seguinte, você tá indo no supermercado, tá? E você tem uma lista de
coisas que você precisa comprar no supermercado. Quando você chega no supermercado, você pega a sua lista, vai indo lá com a sua lista e tal, num determinada passagem, né, num corredor, você se depara com chocolate Lind. Eu tive um chocolate lindo de até até eu fui pesquisar quais são os melhores chocolates do mundo e ele está dentre os melhores chocolates do mundo. Eu acho ele muito gostoso, realmente assim. Então, digamos que tu tpare lá com chocolate Lind e que normalmente o preço dele era, sei lá, R$9,90 e você tá ali diante dele podendo pagar R$
19,90. Então tem quase metade do preço aí para que tu compre o mesmo chocolate. Só que ele não estava na tua lista de aquisições. Tu não tinha pensado em chegar e comprar o chocolate limit. A tua lista do supermercado tinham outros produtos que nada tinha a ver com o chocolate. O chocolate ele estaria saindo da tua lista e saindo da tua dieta, né? O que eu acho que é muito interessante quando a gente fala de comida, porque as pessoas negligenciam o gasto em comida, justificando que, mas é comida. E muitas vezes o gargalo tá justamente
aí, porque como tem uma justificativa muito forte, né, muito pertinente, mas eu tô gastando com comida, acaba que quando tu vê tu gastou muito mais do que era destinado ao orçamento para comida e aí tu ficou apertado e não sabe por ai mas eu não gastei com nada assim, mas o teu supermercado tá absurdo. Então são coisas que a gente tem que ir desenvolvendo essa consciência, porque realmente às vezes a gente mexe os pés pelas mãos na comida. Bom, aí tu tá diante disso. O que está acontecendo no teu cérebro neste exato momento que você
está de diante da prateleira, que aquele chocolate que é o teu preferido não estava na tua lista e ele está com um preço muito inferior ao que é o preço normal. O que que tá acontecendo no teu cérebro neste exato momento da decisão entre comprar ou não este chocolate que está na promoção? A primeira coisa que a gente tem que entender dentro deste processo é que o processamento das informações no principalmente essas informações afetivas, elas acontecem sempre de baixo para cima. Se fosse de cima para baixo, a gente faria, a gente falaria que era top
down, né? É de cima para baixo. Não, aqui acontece de baixo para cima. Bottom up, mais ou menos. É, é essa construção que a gente tem. O que que isso significa? Tu não passa pel um processamento racional para depois levar essa informação pro teu ã pras tuas emoções, pra tua não. Sempre ela vai partir, esse tipo de informação, ela sempre vai entrar na parte mais primitiva do teu cérebro e depois essa informação vai entrar na parte mais racional. Por isso que é de baixo para cima e não de cima para baixo. Quando é de cima
para baixo, é quando o teu sistema dois, por exemplo, que é o teu raciocínio, a tua capacidade de análise, a tua capacidade de tomar uma decisão mais lógica, mais racional, quando é de cima para baixo, é quando existe toda essa reflexão racional e aí sim ela tá se comunicando com a parte emocional para tomar uma decisão. Diante de uma decisão de comprar ou não um chocolate, o que na maior parte das vezes acontece é que é ao contrário, né? Primeiro eu tenho ali um estado emocional envolvido que vai ativar as nossas áreas mais primitivas, nosso
sistema límbico para depois ir para a parte mais racional. De que forma isso aconteceria? Olhou o chocolate? Que que é a primeira coisa que vem na tua cabeça? Que delícia. Eu não tava esperando encontrar o meu chocolate preferido pela metade do preço e eu adoro esse chocolate. Seria maravilhoso ter ele em casa. Então, a primeira coisa, né, que acontece no teu cérebro é um disparo de dopamina. É esse desejo pelo chocolate. Tu desperta o fato dele estar na promoção, tá numa condição especial, desperta dentro de ti essa esse desejo, né, essa fissura, eh, esse craving
que a gente chama dentro da literatura. E tu olha para aquilo, aquilo dispara tua dopamina. Então, eh, a a dopamina ela sai lá da tua área tecmental ou ventral e vai pro teu pro teu núcleo acumbes, né? O que que é o teu núcleo a? É o teu centro de recompensa, de predição de recompensa. É onde tu vai olhar e dizer assim: "Ai, que delícia! Eu chego, eu, eu seo, seo, chego, deu trava língua. Eu, eu chego a sentir aquele sabor, aquele chocolate que é macio, derretendo na minha boca. Hum. Hum. Então agora tu já
tá misturando, né, dopamina com serotonina, que são os teus neurotransmissores que vão estar atuando nesse processo de tomada de decisão e tem todo esse ímpeto de querer comprar. Aí pode existir um freio. Que freio é esse? Pode existir um sinal que também é um sinal emocional que vai partir da tua amídala, que assim, eu tô trazendo ela aqui nesse contexto, mas é bem difícil que na hora de tu decidir comprar um chocolate vai disparar a mídala do ponto de vista prático, entendeu? Eu tô extrapolando um pouco o funcionamento do cérebro para que tu entenda a
dinâmica da do funcionamento das áreas. Mas assim, se a gente fosse usar um uma máquina de ressonância magnética funcional, eh, provavelmente o nível de significância da maior ativação da amídala num processo de tomada de decisão de comprar ou não um chocolate, provavelmente eh se ela sinaliza alguma coisa, provavelmente não seria um nível significativo a ponto de gerar uma influência muito grande. Mas eu vou trazer ela a ponto de eh compreensão de como que funciona as principais áreas envolvidas no processo de tomada de decisão, tá? E aí a gente pode levar para outros contextos que sim,
a amídala ela teria uma ativação significativa. Eu já já trago algum exemplo nesse sentido. Tô fazendo esse disclaimer porque por vezes a gente escuta eh determinado conteúdo e a gente generaliza, né, ou acha que o impacto daquilo é muito maior do que verdadeiramente é. Então, a gente tem que estar sempre com esse bom senso de entender que, obviamente, a decisão de um chocolate não vai fazer uma mudança na tua arquitetura do teu processo de tomada de decisão absurdo. Afinal das contas, é uma decisão extremamente simplória do dia a dia. Eu só tô usando como exemplo
justamente para que a gente entenda a dinâmica, tá? Então, voltando, a mídala, ela pode ter eh um disparo de alerta. A mínda, ela sempre vai estar relacionada eh com essa resposta emocional, né? E no momento que eu tenho uma resposta emocional, só que uma resposta emocional na maior parte das vezes aversiva. Então eu vou olhar, eu tenho medo, eu tenho aquele disparo de alerta, eu tenho aquela sensação de meu Deus, eu acho que não é certo, né? Então, se tu tem, por exemplo, e aí mais uma vez, pode ser que não seja significativo do ponto
de vista científico, é só o exemplo didático. Digamos que você tenha estabelecido para você eh que você estava de dieta e que você tinha um orçamento a seguir. Então, tem duas coisas aí que estariam inibindo o teu comportamento de comprar o chocolate. Nesse momento, a tua vida, ela dispara e diz assim: "Para, pera aí, olha só". Eh, não é o certo, né? Eh, já era aquele alerta, já era aquela coisa assim, eu tinha me prometido fazer outra coisa. Então, dá um dá um dá um freio aí. Então, a mída, ela vai tá dando esta sinalização.
Se nós formos levar para outro tipo de contexto, ela pode sim ser um grande inibidor de uma resposta automática que poderia ser dado a partir do alerta do teus do teu sistema de recompensa, né? Então, teu sistema de recompensa teve um desejo, ampliou o desejo muito grande, liberou muita dopamina dentro da da via mesolímbica, essa via, né, extremamente emocional. E a tua amídala ao disparar, digamos, num financiamento, eh ela diz assim: "Para, pera, isso aqui é muito perigoso, isso aqui a gente não tem condições de pagar, então é melhor nós darmos um passinho atrás, eh,
e não corrermos esse risco, né? E aí envolveria outra área que também poderia ser a ínsola. Mas é só para mostrar que o funcionamento da amídula nesse processo, ela funciona bem como um um alerta mesmo daquele comportamento, né? Olha, talvez a gente tenha que ligar o freio. Então, ativou na núcleoacumbes, liberação de dopamina. Eu tô trazendo o exemplo da mídala, mas no chocolate pode ser que não exista. E aí a gente vai para uma outra área, né, que é o hipocampo. Que que acontece dentro desse processo de tomada de decisão que vai eh sinalizar uma
ativação do hipocampo? O que que é o hipocampo? O hipocampo ele tá diretamente relacionado com a nossa memória. E se está relacionado com a nossa memória, o que que vai acontecer aqui? Ele vai ele ele vai ele ele atua como a nossa biblioteca de experiências. Então, diante de uma decisão, eu vou ir lá na minha biblioteca de experiências e vou questionar na minha biblioteca de experiências como que da última vez que eu comi esse chocolate eu me senti. Se na tua biblioteca de experiências aquilo ali eh repercutir como um sinal muito positivo, há uma enorme
tendência de que isso reforce ainda mais o comportamento de olhar pro chocolate e dizer assim: "Eu quero comer esse chocolate". Então, o hipocampo ele vai ser justamente e essa essa essa associação. Lembra que não sei se você já viu, mas tem um episódio aí que eu explico o sistema um e o sistema dois, né? Sistema um, rápido, intuitivo, sistema dois, lento, deliberativo. Eh, o a a busca de informações realizada no Icobal Campo, que é essa tua biblioteca de experiências, ela justamente vai tá buscando fazer e muitas vezes fazer associações a partir do nosso sistema um.
O sistema um, de forma rápida, ele vai querer buscar uma associação daquele comportamento com o resultado que ele teve. E aí, se ele entender que da última vez que tu comeu aquele chocolate foi muito bom, ele potencializa a direção de executar aquele comportamento que é justamente comprar o chocolate, né? Então vai ter toda essa vai ter toda essa manipulação. Até aqui nós estamos só numa parte extremamente límbica, né? Extremamente emocional. Tô envolvendo ali núcleoacumbes, tô envolvendo ísul e amídala, tô envolvendo o hipocampo, todas essas áreas daquela divisão que também é uma divisão didática e não
necessariamente uma divisão eh estrutural do nosso cérebro, que é do Maquilan, que vai separar em a parte bem primitiva do nosso cérebro, sistema límbico e neocórtex. Então, toda essa subdivisão, até aqui a gente tá só nas no na área no límbico, né? Só estamos trabalhando esse estado emocional. E agora a gente começa a fazer uma comunicação desse sistema límbico com o nosso neocórtex, com a parte mais racional do nosso cérebro, principalmente o nosso córtex pré-frontal. E aí a gente começa eh uma ligação que vai começar no nosso córtex eh singulado anterior. Ela não é uma
área extremamente racional ainda, mas é uma área que detecta perigo, que detecta conflito. Então é essa área que vai sinalizar o conflito entre o teu objetivo e aquele comportamento desejado. Então ele vai olhar e dizer assim: "Nossa, que desejo mais maravilhoso". Mas, opa, para aí, eu tinha um compromisso. Então, o córtex singulado anterior, ele vai detectar conflito entre desejo e objetivo. Para, daí vir uma sinalização no teu córtex, no teu órbito frontal, né? No teu córtex. É, fica meio travaalíngua, né? Mas é o córtex órbito frontal. É que às vezes eu troco, eu coloco órbito
frontal, córtex. Não é que na hora de traduzir do do dos inglês, né, eles as palavras são ao contrário. Então, às vezes a gente fica com um fluxo de pensamento meio doido, mas o teu córtex eh o teu, ah, meu Deus, tá difícil. Eh, o teu órbito frontal, né, o teu córtex órbito frontal, ele vai ser o lugar onde nós vamos fazer um cálculo de custo benefício. Lembra aquele cálculo de custo benefício de valor que eu comecei a falar? É exatamente nesta área que vai acontecer. Teu córtex do órbito frontal. O teu quórtexórbito frontal, ele
é responsável por fazer essa atribuição de valor. Então ele vai pegar as informações de todas essas áreas, partindo do núcleocumbes, partindo da amídala, do teu pocampo, teu corte singulado anterior, vai pegar a sinalização de todas essas áreas e vai fazer um cálculo entre o custo e o benefício. E aí, como eu já mencionei, se o custo for menor do que o benefício esperado, eu executo a função. Se o custo for superior ao benefício esperado, eu não executo a função. Então, e esse cálculo de custo benefício, ele é feito no córtex órbito frontal. E aí, a
partir do córtex órbito frontal, também tem uma outra área que é importantíssima no processo de tomada de decisão, que é o córtex pré-frontal dorso lateral, tá? O córtex pré-frontal dorso lateral, ele é a nossa área mais racional do nosso cérebro. É ali que realmente vai existir projeção. É ali que o nosso sistema dois ele vai est completamente ativo. É ali onde nós vamos olhar as alternativas, ponderar qual seria o melhor caminho, fazer contrapontos. Então ele serve como o nosso grande pensa num sistema de máquinas assim, sabe? E onde tem a central de controle, o nosso
córtex préfrontal dorso lateral seria nosso central de controle. Então, né, aquele monte de botão, tô fazendo ali aquela central de controle. Então, o córtex préfrontal dorso lateral seria esse controle. E aí ele vai est realmente fazendo uma regulação mais racional de todas essas áreas que estão ali na comunicação. E por vezes a gente pode sinalizar também que o córtex singulado posterior ele estaria fazendo esse compilado e direcionando efetivamente a ação. Então, voltando ao chocolate, tu parou da frente do, tu parou na frente da da gôndola lá, olhou o chocolate, dopamina liberada, núcleo ais ativo, desejo,
aquela fissura, aquela quando eu comi isso da última vez foi maravilhoso. Então, tu olhou a promoção, olhou o chocolate que tu quer, a primeira coisa que vai acontecer é é se despertar do teu desejo. Caso para você, aquilo ali seja uma coisa recompensadora. Tem pessoas que vão olhar para um chocolate e vão tipo: "Eu não gosto de chocolate, não é uma coisa que para mim desperta o desejo, eu não não sou muito de doce, preciso prefiro salgado, então para essa pessoa não vai acontecer nada". Então percebe o quão difere, né, de uma pessoa para outra?
Não é porque uma pessoa gosta de chocolate e ao ver uma condição dessas vai ter uma maior liberação de dopamina que todo mundo vai viver esta mesma condição. Vai depender dos valores da pessoa, do que ela acredita, do que ela gosta e do que ela não gosta, certo? Então isso é um ponto bem importante. E aí então tu parou, olhou, disparou. Se acontecesse, né, de que aquilo ali fosse aversivo e tu tivesse uma boa combinação contigo de dieta e de economia, a mídala disparar como alerta. Opa, para aí, eu tô prestes a cair numa pegadinha.
Aí o teu hipocampo vai lá, busca na tua biblioteca de memória e diz: "Hum, mas eu achava maravilhoso comer isso aqui." Aí o teu corte singulado anterior olha e diz assim: "Para, para, para, para. Temos um conflito eminência. Temos um conflito em evidência. Aqui nós tínhamos um objetivo. Agora tu tem um desejo e se a gente cair na tentação, pode ser que a gente venha a falhar e depois se frustrar, gerar culpa, gerar arrependimento. Então, será que vale a pena? Aí vem o teu corte com seu órbito frontal e diz assim: "É realmente vamos fazer
esse cálculo de custo benefício aqui. Comer o chocolate agora vai comprometer dois objetivos, tanto de dieta quanto de dinheiro. Então pode ser que não vha a pena o benefício de comer o chocolate, o benefício da da promoção frente ao custo, que é fazer o errar. Aí acorda com o teu córtex para afrontar o dorso lateral e diz assim: "Exatamente, olha só, a gente construiu aqui um planejamento e este caminho é o melhor a ser seguido, então a gente não vai comprar o chocolate." Aí vem de novo aquela vozinha que vai te dizer assim, teu, digamos,
teu núcleo aos vai dizer assim: "Ai, mas aquele sabor maravilhoso na boca". Aí o teu corttex para frontal vai dizer assim, dorso lateral vai dizer assim: "Não existe aquele prazer sim, mas isso é um prazer imediato. É um prazer que tu vai comer em um segundo acabou esse prazer. Então, pera aí. Nós vamos ter um prazer muito melhor se nós realmente cumprirmos com o prometido do que nós falharmos mais uma vez e nos sentirmos fracassados porque a gente não cumpriu com o nosso com o nosso próprio combinado. Aí fez toda essa, tá? Então tá. Então,
córtex órbito frontal recalculou com base na nova informação racional do dorso lateral e a gente tomou uma boa decisão, olhou para para deu trabalhinho, olhou pr pra teleira e disse assim: "Não quero comprar esse negócio". E aí tu não compra um negócio e aí tu E aí tu conseguiu construir uma escolha racional. Entenda que uma escolha racional não significa uma escolha perfeita. Tanto é que o Keman diz que escolha racional é aquela que é razoável, porque nós sempre estaremos incorrendo em algum erro no processo tomado de decisão, algum viés, algum ruído. Só que diante de
uma condição, nós precisamos nos manter coerentes com o nosso objetivo. Se nós nos mantivermos coerentes com os nossos objetivos, caminhando na direção daquilo que nós tínhamos nos propostos, nós estamos sendo racional. Então, a racionalidade não presume cálculo matemático para tudo, eh, eh, matar a nossa emoção. Pode ver, tem várias emoções aqui envolvidas, mas ela presume que nós vamos nos manter consistente na direção dos nossos objetivos. E quando a gente consegue fazer todo esse trabalho mental assim, nessa nesse entendimento dessa teia que acontece no nosso cérebro, fica mais fácil nós entendermos o que está acontecendo com
a gente, né? Não, não se ace, tipo, disparou o desejo, tu vai lá e atende aquele desejo, não. Tu entende o que tá acontecendo no teu cérebro e tu consegue freiar um pouco mais esse processo automático. Tu consegue racionalizar, mantendo-se na direção do teu objetivo. Então, eu acho muito legal entender essa dinâmica de como acontece o funcionamento do nosso cérebro diante de um processo de tomada de decisão, seja ele o mais simples, né, como é o caso de escolher um um chocolate na prateleira e o quanto isso facilita esse essa dinâmica de nós frearmos esse
comportamento impulsivo. E um ponto importante disso. Bom, expliquei todas as áreas do cérebro, expliquei como que seria o funcionamento dessa briga, né? Vem para cá, vem para lá e tal. É importante a gente entender que essa dinâmica que eu expliquei, ela não acontece exatamente desta forma processual, tá? Isso é só para tornar um ensinamento didático, assim como eu disse que era só para tornar o ensinamento didático, trazer a mídala no meio de uma decisão de comprar um chocolate. Por quê? Eh, tudo acontece meio que ao mesmo tempo. É como não é como tu ligar uma
luz e ela ligar a luz bonitinha. É como se isso estivesse acontecendo um curto circuito. É meio que se o Guilherme tivesse aqui ou se ele escutar, ele vai dar risada de mim. É que às vezes que ele que ele diz que eu fico fazendo esses tipo encenações com som. Mas é como eu percebo assim, sabe? cérebro, ele vai dando essas eh esses curtos circuitos e aí tudo vai acontecendo meio ao mesmo tempo tá disparando dopamina no núcleo acumbes e o dorso lateral tá olhando e dizendo assim: "Pera, não, não freia, freia". E aí já
tá o hipocampo trazendo lá da biblioteca e dizendo assim: "Olha, foi muito legal da última vez e daí já tá o córtex no lado anterior dizendo assim: "Mas aí existe um conflito e jáí já tá o órbito frontal calculando custo benefício." Tipo, é meio que assim, sabe, numa loucura. real, não é uma coisa ah bonitinha, processo por primeiro isso, depois aquilo, depois aquilo outro, depois aquilo outro. Não, a dinâmica do é tudo muito rápido, muito rápido, e a gente nem consegue acompanhar a dinâmica tão rápida que acontece ali, mas existe essa agilidade no processo de
movimentação do nosso cérebro. E é justamente essa agilidade que por vezes faz com que a gente tome alguma decisão e a gente olhe e diz assim: "Ah, quando eu vi eu já tinha decidido". Porque aconteceu tão rápido toda essa loucura que tu, nossa, quando eu vi, eu já tinha me comportado daquela maneira. Por isso que é tão interessante a gente treinar esta percepção. Quando eu disparar desejo em ti, treina essa percepção. Olha só, aqui eu tenho um desejo. Então, o que que eu tô prestes a fazer? começar a gerar justificativas automáticas e completamente envoltas pelo
meu desejo para convencer o meu sistema racional de que este é o melhor caminho a seguir. E aí, neste processo de convencimento, muitas vezes, a gente faz e toma decisões que nada tem a ver com os nossos objetivos, mas que naquele momento foram de modo estratégico, fazendo com que a decisão parecesse racional. Isso é na no teu primeiro financiamento. Ah, vou comprar um apartamento financiado. Aí depois eu quero o carro financiado. Aí depois eu quero um empréstimo para mobiliar a casa. Aí depois eu tenho um cartão de crédito com empréstimo, eh, com que ultrapassou o
limite. Vou fazer um um empréstimo para pagar esse esse cartão de crédito que tá. E aí a tua vida virou um bola de neve, justamente envolto nesse processo de convencimento de que aquilo parecia o mais racional. Ah, mas é que se eu não fizer isso aqui, eu não consigo resolver minha vida, eu não consigo ter uma vida boa. Talvez a vida boa que tu esteja procurando nesse processo de tomada de decisão inadequado seja justamente inatingível na medida que tu vai sempre cedendo aos teus desejos. Quanto mais tu ceder aos teus desejos, maior é o teu
risco de ir por água baixo realmente e não conseguir atingir os teus objetivos. A gente tem que cuidar muito esse ímpeto de desejo, esse ímpeto da dopamina, nos direcionando para um comportamento que não vai nos aproximar da vida que faz sentido ser vivida, tá? Eu gosto muito desse entendimento. Eh, obviamente é aqui eu tô sendo simplória, né, do ponto de vista neurocientífico. Me perdoa as pessoas que são com eh que que dominam essa área, mas o objetivo era realmente trazer de uma forma didática. Partindo deste conhecimento, partindo deste entendimento de que o nosso cérebro ele
tá sempre em curto circuito fazendo várias coisas ao mesmo tempo, nós temos que usar essa esse entendimento, tanto para ter uma escolha mais racional, mas também para entender outras outra outras direções que a neurociência vem nos dando, né? E aí tem vários tópicos que são muito abordados dentro da neuroeconomia e que vão envolver esses processamentos dentro do cérebro com nossas escolhas. Quais são então as quatro áreas que a neuroeconomia tem se dedicado a pesquisar de forma muito robusta e que tem nos trazido informações muito relevantes para aperfeiçoar o nosso processo de escolha. Bom, as quatro
áreas são a escolha intertemporal. Eu já vou falar um pouquinho sobre cada delas. Eu já discuti elas em outros episódios. Aqui eu só tô trazendo esse compilado de forma didática, né, e também mostrando o que de mais novo nós temos de direcionamento nessa área de neuroeconomia e como que isso a gente pode se apropriar. Por que mais novo? Porque os dois artigos que eu que eu usei como fonte de dados para construção desses desse roteiro, dessa discussão que a gente tá tendo, são de 2024. Então são recentes, né? Eh, e que realmente nos dão subsídio
para entender como que está, a gente diz dentro da ciência, o estado da arte, né, dos estudos de neuroeconomia. Então, é exatamente por isso que eu trouxe aqui eh esses quatro temas que eu já discuti em outros episódios, mas só pra gente entender essa direção. Os quatro temas são escolha intertemporal, recompensa, risco em incerteza e valor, que eu já iniciei falando sobre ele, mas eu vou discutir um pouquinho mais. Então, esses quatro tópicos são centrais dentro da discussão de neuroeconomia. O que que representa cada um deles e qual é a importância dessas discussões para melhorar
as nossas escolhas e fazer com que a gente caminhe na direção dos nossos objetivos? O primeiro, escolha intertemporal. Bom, eu sempre digo isso, né? Se eu tivesse que dizer de todos os erros que nós cometemos, qual é o que nos gera na maior parte das vezes o maior sacrifício no sentido de prejuízo na construção de uma vida com bem-estar financeiro, ou seja, com uma vida que vai partir desses dois pilares, segurança e liberdade. Se eu olho para a construção de uma vida com bem-estar financeiro, um dos principais fatores que te afasta disso é justamente a
escolha intertemporal. Didaticamente, o que que é a escolha intertemporal? Imediatismo. É a nossa tendência de sempre priorizar prazeres imediatos em detrimento de ganhos no longo prazo. Então, a gente tá sempre olhando e dizendo assim: "Ai, mas eu quero comer esse chocolate agora". Ai, mas eu quero fazer essa viagem agora. Ah, mas eu preciso. E olha que interessante, né? Quantas vezes nós nos iludimos e nós nos manipulamos com a construção que a gente vai fazendo de autoconvencimento, tornando um desejo, uma necessidade. Quantas vezes aquilo que na realidade era só um desejo, tu não fez uma conversa
interna dentro de ti para perceber que aquele desejo, na verdade, era uma necessidade e fazer com que tu aja naquela direção. Só que na verdade aquilo ali era só um desejo. E tu tá atendendo aquele desejo, achando que aquilo é uma necessidade. E isso tá te afastando do teu objetivo. Isso é o que mais acontece quando a gente fala de escolha intertemporal, que é essa priorização dos desejos imediatos e não olhar para essa construção do futuro, né? Eh, quando a gente olha paraa neurociência, ela tem nos dito que o principal desafio, né, que nós temos
com esse imediatismo é justamente essa sinalização da dopamina no nosso nessa via mesolímbica, né, que é essa via que vai disparar lá a dopamina no nosso núcleo cúmuls. Então, é como se realmente o disparo da dopamina nessa nessa e essa sinalização nessa via, ela dá tanto desejo, ela dispara tanto esse craving, esse essa fissura que tu não consegue controlar este comportamento. Então, tu age num piloto automático total, porque tu olha para aquilo e pensa, nem pensa, né? Só fácil, só fácil. Então, tu só vai lá e compra o chocolate, tu só vai lá e faz
a viagem, tu só vai lá e faz o empréstimo e compra teu carro. Esses dias eu e só só vou fazer um parêntese aqui e falar sobre isso. Eh, me mandaram no meu Instagram uma pessoa extremamente educada, inclusive dizendo: "Jéssica, eh, tu fica dando no podcast muito exemplos que são só teus exemplos, né? e começa a ficar repetitivo assim, começa a ficar chato, eh, né, talvez trazer outros exemplos. E aí eu vou dizer o por que eu priorizo trazer meus exemplos, porque eu fico preocupada em trazer exemplo de outras pessoas e gerar um certo nível
de desconforto nessas pessoas, sabe? Porque no final das contas eu tô expondo uma situação de uma pessoa. Por vezes eu faço, já fiz e tal, mas eu confesso que eu fico sempre com essa insegurança assim, nossa, mas será que essa pessoa depois ela não vai assistir? Pode ser que nem assista, mas é uma preocupação que eu tenho. Será que essa pessoa depois não vai assistir e vai se sentir desconfortável, tipo, ai, a Jéssica tá me expondo, ela tá falando de mim. E claro, existem exemplos inúmeros de inúmeras pessoas. Eu recebo, fiz inúmeras mentorias, né, centenas
de mentorias, recebo inúmeros depoimentos. Então, assim, a pessoa por vezes ela pode nem se dar conta de que eu tô falando dela, até porque eu vou misturando as histórias, porque eu já nem sei o que que é a história do um e do outro, mas só justificando, né, o motivo pelo qual eu priorizo dar meus exemplos. E aí também, se vocês quiserem, fiquem à vontade aí no no nos no chat, né, nos comentários. para mim dizer se vocês acham que também já tá ficando chato. Eh, e se vocês quando me contam alguma coisa ou se
já foram meus mentorados ou se já foram os meus alunos, sentiriam-se desconfortável em trazerem algum exemplo ou senão se isso não nos geraria desconforto, só para que eu tente entender essa dinâmica e que eu possa ir fazendo adequações. Eu eu realmente compreendo que por vezes pode se tornar chato eu ficar dando exemplos só meus eh e que repetitivo, egocêntrico por vezes, né? Mas esse era o meu receio. Então eu agradeço se vocês puderem me sinalizar se realmente geraria esse desconforto ou não, porque assim eu consigo ir mesclando e talvez tornei ainda mais interessante. Então, só
uma um paralelo feito aí e uma solicitação de um feedback de vocês a esse respeito. Então, voltando à escolha intertemporal, né? eh essa essa essa escolha intertemporal, essa e aí eu ia dar exatamente um exemplo de uma pessoa. E aí por isso que eu ao dar o exemplo da pessoa, eu pensei: "Opa, pera aí, mas será que eu não vou gerar esse conforto?" Porque é sempre isso que tá passando na minha cabeça e por isso que eu fico inibindo o meu próprio comportamento de dar exemplo de outras pessoas. Mas eh dando um exemplo mais genérico,
tentando não comprometer antes de ter o feedback de vocês, quando a gente tem esse disparo de dopamina muito forte, né? E esse convencimento do sistema mais emocional, convencendo o sistema racional de que aquele é o caminho, essa essa composição, né, desses mecanismos cerebrais que vão acontecendo, vão justamente fazendo com que essa pessoa ela aja sem que ela perceba e sem que ela consiga controlar aquele impulso de agir naquela direção. Esse é o grande problema da escolha interemporal, do desconto temporal ou do viés do presente. Tem várias formas de nós eh nomearmos ele e do ponto
de vista didático, imediatismo. Então essa condição, né, que as pessoas elas eh teriam essa condição de que olha para para aquela coisa e não consegue inibir aquele comportamento. A gente pode ter vários exemplos nessa direção. Eu já tive clientes que, por exemplo, olhavam para determinadas coisas das mais simples, as mais complexas e sempre tinha uma justificativa muito, muito, muito plausível pra compra daquela coisa. E quem tem transtorno de compra compulsiva piora nesse sentido. Coisas do tipo assim, o meu celular tá com um rachadinho no canto. Não vou vou até dar um exemplo disso no próximo
episódio, eu acho. É, meu meu telefone tá num rachadinho no cantinho. Ai, eu preciso trocar de telefone porque o que que vão achar de mim se eu for para uma reunião? Vai ser rachadinho. Vamos dizer que eu sou relaxada. falando aqui. Então, vai sendo construída, né, toda uma história que gera maior convencimento e aí isso acaba eh fazendo com que eu tenha dificuldade de autocontrole. Então, o que que eu quero sinalizar e qual é a implicação dos estudos de neurociência, de neuroeconomia nesse viés? sempre que você perceber. E aí, óbvio, né? Tem que treinar porque
isso não vai ser automático, porque o teu automático é não resistir lá e fazer. Mas sempre que você perceber esse nível de fissura e esse nível de automatismo na hora de fazer uma compra que vai te afastar dos teus objetivos, um empréstimo de algo assim, tenta escrever, tá? Tenta escrever. Qual é o teu objetivo central? Se esse objetivo ele te aproxima, se esse comportamento te aproxima ou te afasta do teu objetivo, na maior parte das vezes, tu vai perceber que o comportamento ele te afasta do teu objetivo na maior parte das vezes. Portanto, quando tu
senta e escreve, tu consegue frear esse desejo imediato e aí tu consegue tornar aquela decisão mais racional. Então essa é uma um ponto importante. Se você não consegue escrever, tenta ter alguns sinalizadores para você mesmo de pré-compromisso, sabe? Sei lá, no teu cartão de crédito, cole qual é o teu objetivo, eh, no teu celular, não deixe liberado aquele coiso que tu aperta do ladinho assim e que o cartão de crédito fica automático no débitutomático. Tipo, não usa das facilidades de compra. Tá, porque isso vai fazer com que tu tenha menos atrito no processo de tomada
de decisão e havendo menos atrito, tu tem menos tempo de reflexão e aí tu tem mais tendência de ser imediatista. Então, tenta criar atrito nesses comportamentos. Essa é a primeira linha de pesquisa. A segunda é que tá muito relacionada com a primeira, é sistema de recompensa. A gente tem que entender que o nosso comportamento ele sempre vai ser reforçado ou não a partir das recompensas que eu tenho. Então, se eu como chocolate e eu tenho aquela coisa assim, tipo, ai que delícia. Na próxima vez, isso foi aprendido. Na próxima vez tu vai ter aquela sinalização
de que, olha, tem uma expectativa em relação a comer esse chocolate. O sistema de recompensa é justamente isso, não é a recompensa em si, mas é a previsão que tu tem da recompensa que tu terá ao ter aquele comportamento. Se tu tem uma expectativa de que aquele comportamento ele é muito muito é ele é muito recompensador, eu ia fazer falar prazeroso, mas a gente não pode misturar dopamina com prazer, tá? Deixando claro esse ponto, mas se tu pensar que ele é muito recompensador, tu vai querer repetir. Se tu não perceber que ele é recompensador, tu
não vai querer repetir. Que é o que eu já tenho um podcast aqui falando sobre essa relação entre sistema de recompensa e tomada de decisão. Então eu explico o erro de predição de recompensa positivo, o erro de predição de recompensa negativo e toda essa dinâmica que acontece no nosso sistema de recompensa. Então, se existe um erro de predição de recompensa negativa, o que que significa? Eu tinha uma expectativa de um resultado que não foi alcançado. Então, eu me frustro. Aqui, eu não quero repetir. Então, quantas vezes poupança, por exemplo, ah, eu vou fazer reserva de
emergência e aí acontece alguma coisa no mês e tu não consegue cumprir com combinado contigo, sei lá, bateu o carro, quebrou o pé. Meio catastrófico meus exemplos, né? Mas aconteceu alguma coisa ali que tu não conseguiu. E aconteceu um erro da predição de recompensa negativo. Tu tinha uma expectativa de bater uma meta, tu não bateu essa meta, portanto tu começa a te frustrar e no próximo mês tu tem menor motivação para agir naquela direção. Então, olha que interessante, né, nós percebermos que inclusive as metas que a gente estabelece por vezes podem a depender, se gerar
muita frustração, inibir comportamentos eh posteriores e isso nos afasta no nossos objetivos. Então, nós temos que cuidar muito essas questões de objetivo para que não haja frustração e com uma manutenção de reservas de emergência, planejamento de longo prazo, isso acontece com certa frequência. Eh, e o erro de predição de positivo é quando vai existir um reforço, né? Eu botei uma meta, eu cumpri aquela meta, eu superei aquela meta. Bom, eu tive sucesso, eu vou querer repetir aquele comportamento. Então, nós somos sensíveis ao resultado que os nossos comportamentos geram. Se aquele resultado foi interessante, eu quero
repetir. Se ele foi frustrante, eu quero inibir. Então, tenta perceber aí no teu dia a dia essa dinâmica. o que que tá tendo reforço positivo e o que que tá tendo reforço negativo. E aí isso tu já vai conseguir ter uma compreensão melhor do porque que por vezes tu não tá mantendo determinados comportamentos que são desafiadores. Como economizar? Por quê? Porque leva em consideração tu abrir mão de um monte de coisa e por vezes também não chegar lá naquele resultado porque aconteceu o imprevisto e aí tu desistir. Então a neurociência ela tem, né, nos dado
uma compreensão muito significativa dessas dinâmicas de frustração, essas dinâmicas de manutenção ou não de comportamento. E isso é muito útil para que nós possamos melhorar as nossas escolhas e caminhar na direção dos nossos objetivos. Depois disso, né, depois de entender que esses reforços eles podem construir um hábito e a manutenção disso ou não, nós entramos pro terceiro tópico de discussão, que é o risco e incerteza. Isso é uma outra questão bem importante, né, discutida dentro da neuroeconomia, que é como que o nosso cérebro sinaliza a incerteza. E aí é a base da economia comportamental. Se
você já está aqui há mais tempo e já escutou outros podcasts, você sabe que a teoria da perspectiva, que é a teoria base de finanças comportamentais, tem como um dos seus pilares, são três pilares, mas tem um dos seus pilares, que é a versão da perda. Nós temos uma tendência como seres humanos a incorrer no que o Caniman chama de efeito certeza. O caniman e ok, né, na teoria da perspectiva. Eh, efeito certeza, que é sempre preferir o ganho certo em detrimento daquilo que pode nos colocar em algum certo nível de risco, mesmo que por
vezes possa nos garantir um resultado melhor. Então, se eu tenho um ganho certo, eu prefiro ganho certo. Isso é uma tendência natural. Por quê? Porque nós temos a versão à perda. A dor de perder, ela é maior do que o prazer de ganhar. Frente a esta discussão, sempre que nós estivermos diante de uma situação de risco, ou seja, pode ser que tenha ganho ou não, ou em certeza, eu nem sei quais são as probabilidades de ocorrência, nós vamos ter uma tendência natural a buscar o que é certo. Só que nisso, por vezes, nós perdemos grandes
oportunidades. Por quê? É nesse contexto que a nossa ínsola ela vai est disparando, porque a ínsola vai estar diretamente relacionada com essa sensação de insegurança, essa sensação de risco. E ela tá no nosso sistema límbico, ou seja, no nosso sistema emocional disparando informação lá pro córtex frontal, dizendo assim: "Não segue por esse caminho, porque esse caminho é perigoso". E aí, por vezes, tu foge muito de situações que são menos certas para garantir o ganho certo. Só que aí tu tá perdendo grandes oportunidades. Mas Jéssica, eu preciso incorrer em vários riscos. Não, o risco que a
gente tem que correr são riscos ponderados. Eles nunca podem, tu nunca pode assumir um risco que te leve pra ruína, né? Então, tu tem que sempre ter esse entendimento de que eu tenho que ponderar risco na medida em que se eu for por esse caminho eu não não não vou pra ruína, mas eu não posso a vida inteira ficar fugindo de riscos. E quando eu falo risco, não é um risco extraordinário, mas é por vezes fazer uma coisa diferente. Tu não faz nada diferente, tu não te arrisca a fazer um projeto novo, tu não, porque
pode ser que tu fale, porque pode ser que não dê certo. Mas a vida é assim. Então, a gente precisa se expor mais ao desconhecido para que a gente consiga crescer, né, se desenvolver. E isso envolve, dá uma amenizada na ativação da ínsola e diz assim: "Ó, eu sei que tu tá meio apavorado. Respira e não pira. dorso lateral vai fazer as projeções. Se der errado, nós não temos risco de ruína, então vamos seguir em frente. Então isso é uma outra área bem interessante que vai envolver eh que a neurocia neuroeconomia discute, que vai envolver
desde efeito certeza, status qu, enquadramento, né, a dependendo de como a informação é apresentada, tu vai ter maior medo ou menos medo ou maior aversão a à incerteza, né, ou menor aversão à incerteza. a depender de como as coisas são te apresentadas. Então, tudo isso vai gerando implicações bem significativas no teu processo de tomada de decisão e é uma linha muito interessante também discutida na neuroeconomia. E por fim, mas não menos importante, aquela que eu iniciei o podcast falando que é o valor, né? a percepção subjetiva de valor, eh, esse cálculo do valor subjetivo realizado
no córtex pré-frontal, no no córtex órbito frontal, ela é muito importante, porque toda escolha vai estar passando pel uma avaliação de custodenefício e o valor que tu atribuir as coisas vai determinar se tu vai fazer aquilo ou não. Por isso que é tão importante ter clareza de quais são as tuas prioridades, o que que tu quer pra tua vida, qual é a direção que tu quer seguir. Porque se tu não tiver isso, tu percebe que caminhar na direção do teu objetivo não vai ser valoroso, porque tu não sabe nem qual é teu objetivo. Então, tu
vai estar sempre a mercê dos desejos imediatos e pior, vai estar olhando para esses desejos imediatos e gerando justificativas, fazendo com que esses desejos imediatos se transformem na tua percepção em necessidade. E aí tu nunca consegue caminhar para uma vida com bem-estar financeiro, com segurança e com a verdadeira liberdade. Então, esse entendimento da atribuição de valor é indispensável para que a gente melhore o nosso processo de tomada de decisão. E todas as coisas que eu discuti aqui, né, elas são realmente extremamente relevantes, porque no momento que a gente consegue entender qual é o mecanismo do
nosso cérebro, né, entender como que o nosso cérebro funciona, né, é como se eu conseguisse acender uma luz assim, eh, no escuro, fazer uma analogia. É como se a gente tivesse num quarto escuro e conhecer a dinâmica de funcionamento do nosso cérebro é como eu ligar a luz. Eu não vou ter ali uma mudança do quarto. O quarto é exatamente o mesmo. Só que agora eu consigo enxergar as pistas, eu consigo enxergar como que tá o funcionamento do cérebro, eu consigo não tropeçar mais num banquinho que tá ali no meio. Então, quando a gente consegue
enxergar o mecanismo por trás do processo de tomada de decisão, é justamente como ligar a luz do quarto. Tu deixa de estar a cegas. E tu consegue enxergar o que está acontecendo. Tu não vai ter controle sobre como que está a disposição dos móveis no quarto, mas com a luz ligada, tu pode não bater nos móveis. É, é uma analogia um tanto quanto lúdica, não é mesmo? Mas eu acho que é isso, assim, quando a gente consegue compreender o funcionamento do nosso cérebro, nós estamos ligando luzes em quartos escuros e nós estamos conseguindo ver coisas
que antes a gente não via. E ao ver essas coisas, ao ver esse mecanismo, a gente consegue trilhar um caminho mais assertivo na direção dos nossos objetivos. Espero que esse conteúdo faça isso com você. faça ligar luzes nos quartos escuros dentro da sua cabeça. E reforçando, né, esse tipo de discussão, é o tipo de discussão que a gente aprofunda ainda mais lá dentro da formação em finanças comportamentais. Eu falo de todos esses circuitos, né, explico tudo essas construções do que que é a via mesolímbica, mesocortical, como que a gente pode melhorar essas questões todas do
nosso sistema de recompensa. potencial de ação, que é uma outra questão que eu não discuto aqui porque é bem denso, é bom com imagem e tal, são coisas que a gente discute muito lá dentro da formação em finanças comportamentais, justamente porque cada vez mais que a gente eh vai aperfeiçoando esse entendimento sobre o processo de tomada de decisão, mais assertivos nós nos tornamos paraas nossas escolhas. Então, se você quiser conhecer a formação em finanças comportamentais, tem um link aqui na descrição. E nós estamos aí próximos a abertura. Não sei que dia vai ir esse episódio
ao ar, agora de cabeça não lembro, mas nós estamos aí próximo, né, à abertura da nossa segunda turma da formação em finanças comportamentais, que vai te ajudar a entender ainda mais esses processos decisórios, a se conhecer melhor. A formação tem nem contei ainda, quantos instrumentos, né? Quantas ferramentas práticas para te desenvolver autoconhecimento baseado em ciência tem lá são inúmeros questionários, instrumentos, exercícios, enfim, se quiser conhecer, tem aqui na descrição do vídeo eh um link que você pode conhecer e também vai ter, né, um workshop de escassez que vai começar no dia 28, que também é
bem interessante pra gente entender nosso processo de tomada de decisão. Se você se inscrever na lista de espera ali da formação, você também já vai receber as informações do workshop, tá certo? Meu muito obrigada por hoje e nos encontramos na sexta-feira no nosso episódio dois da semana, que agora nós estamos nessa dinâmica. Obrigada e até a próxima. Yeah.
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