imagine uma grande capital com grandes construções imponentes as cidades podem se organizar de maneiras muito diferentes algumas T Centros Comerciais interligados por carros e bairros isolados como nos Estados Unidos outras são pensados para transporte coletivo e Bicicletas como na Holanda e aquelas dominadas por Avenidas largas e arranha céus como a cidade do México Tóquio ou São Paulo agora visualize dois personagens que moram nessa cidade os artistas Júlio e Cícero Júlio sempre morou no 100 onde há espaço cinema teatros e alguns museus Cícero antes vivia na periferia H 2 horas do trabalho até que o seu
patrão exigiu que ele se mudasse para mais perto para não chegar atrasado ele foi pro centrão mas pro coração da Crac holândia e lá não há cinemas teatros ou museus há craque e o cenário que Cícero e Júlio vem diariamente afeta diretamente na forma como percebem e acessam a cidade Então vem uma questão importante será que as 24 horas de trabalho de um trabalhador que mora a 3S metrôs são a mesma do que de um turista que se hospeda num centro gentrificado a arte não é para todos Ah é falta mencionar que nos nossos personagens
Cícero é um pedreiro enquanto Júlio que se formou arquiteto agora contrata Cícero para pintar o seu Ateliê reformado usando mão deobra barata nas obras de Júlio a técnica e esperança fruto da escolas de arte que frequentou já nas de Cícero a dor desespero e pouca técnica apenas o prazer de vomitar sentimento nas horas vagas aidade então políticas que moldam o tempo espaço a cultura determinando como as pessoas podem ou não podem experimentar uma cidade cada construção seja um arranha cé ou uma parede pichada contribui PR estética da cidade criando hierarquias e definindo quem pode ou
não pode ocupá-la Opa tudo bom Boa tarde alguém liou lá de você tava fazendo teu desenho aí é fazendo um grafite aqui para dar uma vida o que acontece é o seguinte é mas afinal de contas quem é que decide como e quem vai experimentar essa cidade se a democracia nos dá a função de determinar quem nos governa e por quem seremos dominados Então vamos um passo a mais o que determinou os que determinam aquilo que podemos ou não podemos sentir a é a mistura da arte do poder e da política são essas forças que
determinam não só quem governa mas o que podemos sentir ver e vivenciar é aquilo que organiza a nossa vida a partilha do sensível e aí suave tranquilo eu fui provocado para uma questão a arte não é para todos e se for para todos não é arte ouvi Isso incomoda né pelo menos incomoda a mim e é essa a questão que trouxeram pro Episódio de hoje pensar nas relações entre arte política mercado e como se forma um artista e o que pode e o que não pode ser considerado arte bom se você acompanha o canal faz
tempo você sabe que nós somos viciados em falar de estética em pensar nas relações da sensibilidades em pensar em Como a arte e a política se misturam e podem transformar ou destruir a sociedade e esse é mais um desses capítulos da estética que preparamos com muito carinho eu espero que você goste e que a gente Converse lá no final nos comentários deixe seu like e sua inscrição é nós e bom vídeo Capítulo 1 a partilha do sensível quem pode experimentar uma cidade eu não tenho mais certeza se a gente já explicou o conceito da partilha
do sensível ao longo da nossa série de estética mas eu acho que vale a pena a gente explicar de novo a partir de agora para Jacques Hanser nossa sociedade é moldada por uma disputa do sensível ou aquilo que percebemos pelos nossos sentimos e expressamos na soci isso determina abre aspas quem pode falar o que pode ser visto e o que é marginalizado o nosso corpo social ou seja a forma que uma comunidade se organiza é definido por essa partilha que vai dizer quem tem voz e quem é silenciado quem faz parte do visível e quem
permanece invisível a arte Nesse contexto tá diretamente ligada às formas de organização política de uma comunidade refletindo os valores morais e sociais de uma época acharam que eu estava de derrotado quem achou estava errado sensível aqui se refere às experiências que podemos perceber pelos sentidos humanos e expressar em sociedade algo para além do entendimento comum da política se na tradição política antiga o lugar da fala era definido pela sua ocupação social na partilha do sensível o que tá em jogo é quem tem o direito de ver ouvir falar e ser ouvido e imprimir o que
vai ser considerado sensível quem tem a acesso a esse lugar seja via discurso na arte na retórica ou na política vai participar da vida pública quem não tem vai ficar à margem invisível gritando para as paredes e isso não é apenas no que é mais Óbvio e comum mas até aquilo que normalmente não consideramos que tem papel da arte do sensível por exemplo no nosso inconsciente na nossa imaginação a arte literalmente configura o sistema imaginativo das pessoas por ex pegue a estética religiosa Quando você pensa nas figuras de Jesus de buda de um pai de
santo lembre-se primeiro que foi um artista que deu as feições A essas imagens fez escolhas estética portanto expressões roupas cores tudo vai refletir os valores que aquele sagrado quer te passar podemos pegar o impacto dos artistas barrocos ou o banimento das imagens durante as reformas protestantes tudo isso impactou na forma como as pessoas imagin Av e lidavam com a sua fé e se essas imagens formam os seus imaginários podemos extrapolar essa formação inclusive pra ideia de inconsciente a maneira que Nós pensamos inconscientemente também é movida pela arte assim você já ouviu falar no complexo de
éb certo e ele foi inspirado numa obra de arte escrita por sófocles em 427 antes de Cristo mas é mais do que apenas isso a ideia de inconsciente foi pensada ali mais ou menos no começo dos 1900 no mesmo período que a arte estava saindo do reino da poética e sendo compreendido como uma identidade com significado ativo consciente de acordo com o seu histórico e social e a partir de agora ela era entendida como um local que conseguiríamos descobrir pensamentos ocultos desejos reprimidos e ideias Claras que não vinham à tona e se a arte moldou
o nosso Imaginário e revelou verdade sobre nós mesmos o mesmo vale pra ideia de inconsciente em resumo e para simplificar esse pensamento que parece um pouco complexo o campo da estética tá na inscrição e no modo na qual a gente Funda o nosso jeito de pensar o mundo de acordo com o tipo de arte que você consome você vai construir um tipo de sensível que vai moldar a sua experiência do que é subjetivo positivo ou não doido né E se como ranser traz há uma disputa e um controle pela partilha do sensível é porque há
uma disputa e um um controle pelo nosso Imaginário pelo combinado social de códigos e significados que reproduzimos quem controla o sensível controla a sociedade por isso para hanier as práticas artísticas são o que ele chama de maneiras de fazer que intervém na partilha do sensível podendo reforçar hierarquias ou promover emancipação e por isso a arte é tão importante tão subestimada e tão perigosa porque é a arte que consegue transformar radicalmente políticas desacreditando ou acreditando em valores mudando estilos sentimentos ou vontades e é esse o grande poder que ela tem a arte brasileira da próxima década
será heróica e será Nacional será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional ou então Não será nada então tá tá então tá bom durante a cerimônia de abertura do Jogos Olímpicos de Paris 2024 uma performance gerou controver ao apresentar figuras lgbtq a mais em uma encenação que muitos associaram à Última Ceia de Leonardo da Vin a cena mostrava drag Queens e artistas diversos em torno de uma mesa e como a população tem esse símbolo incutido há séculos na mente virou um alvoroço Mundial apesar da Santa Ceia ter versões dos Simpsons de trump de bolsonaro e
essa versão aqui sang b a do Jesus negro com cabelo estilo black power acolhendo pessoas de diferentes religiões e exposto na Rocinha dessas todas adivinha qual incomodou para sempre lésbica futurista sempre a da minoria e nesse caso é interessante pontuar que o diretor artístico da cerimônia da olimpíada tentou esclarecer dizendo que a inspiração não foi a Última Ceia mas sim a festa dos Deuses uma pintura do artista Holandês John van beachland que retrata deuses da mitologia no banquete Apolo Deus do sol no centro secado por uma coroa de Luz como nas olimpíadas misturada com Dionísio
O Deus do vinho para uma cerimônia francesa fazer alusão ao vinho e ao Olimpo das Olimpíadas de fato tem muito sentido mas as pessoas escolheram não acreditar nessa explicação elas estão ceras erradas talvez nenhuma das duas opções e as duas ao mesmo tempo se o significado da arte é múltiplo dois pontos se destacam para nós a interpretação de que qualquer obra depende do contexto e da sensibilidade dos símbolos compartilhados que a pessoa que observa já tem e o fato de que cristãos viram semelhanças entre um jantar sagrado e uma [ __ ] de deuses gregos
do Olimpo risos ou seja o que temos aqui é uma confusão semântica que mostra o caráter multifacetado da arte a possib ilidade de múltiplas interpretações no entanto ao invés de falarmos desse caráter multifacetado ficamos presos no Pânico moral na hierarquia Tentando ditar se a obra pode ou não pode se é feia ou bonita quando a verdadeira questão deveria ser quem é que tem o direito de interpretar e dizer o que é arte e ditar o que é sensível e digno de estar numa Olimpíadas e o que não é o que incomodou não foi a representação
em si mas o fato dela incluir figuras lgbtq a mais em um espaço visual tradicionalmente reservado para representações sacras e esse é um preço da partilha do sensível a eterna disputa por esse sensível para que a conquista estética seja Libertadora há um custo ao subverter as regras do Comum implodimos Barreiras que antes distinguiam as formas de fazer arte das ocupações sociais e agora precisamos convencer as pessoas socialmente de que aquela arte é arte a disputa estética é um um jogo de poder nos últimos 100 anos conquistas políticas principalmente de minorias de negros mulheres lgbts e
outros grupos marginalizados permitiram novas subjetividades nas artes e aí é quase óbvio que as pessoas vão reagir para manter o seu poder na arte por isso para Hanser o artista ocupa esse papel duplo ele pode propor novos regimes de sentido desafiando as lógicas dominantes mas também participar delas ele pode mexer nas estruturas do poder alterar códigos esté e criar novas possibilidades de percepção de mundo é esse o poder da arte que dá tanto medo agora quem não tem tempo para se dedicar a outra coisa que não seja seu trabalho que tá sucateado E só pensa
em descansar depois do trampo Essa é a beleza da Democracia vai ter tempo para pensar em sensível vai ter tempo de pensar em artístico tem que fazer um curso para ver o filme então e do outro lado quem já tem muito acumulado e só vê potencial milionário vai pensar em sensibilidade e não em lucro quando falamos em arte quando é dito então a arte não é para todos não estamos falando apenas de inclusão estamos falando de como a arte continua enfrentando os mesmos dilemas de acesso e poder que o mercado capitalista tem por isso por
exemplo quando aparece aquela crítica comum de que o nosso tempo tem um excesso de imagens que nós estamos vivendo uma espécie de flu de muita coisa ao mesmo tempo de fato ser inundado por desinformação guerra ódio e violência é um problema mas isso é só meia verdade o verdade O problema não é o excesso de imagens e sim a quem elas servem e quem controla a circulação dessas imagens por isso arte Estética São intrinsecamente políticas e por isso que vamos assumir uma postura ética nesse Episódio daqui pra frente a arte não está para todos mas
ela pode ser para todos e eu juro para você que nessa parte do roteiro aconteceu uma coisa eu tava escrevendo esse texto no final das minhas férias então assim eu tava viajando mas eu já tinha voltado a trabalhar e tá tava pensando nesse roteiro de arte para todos arte para não todos e não sei que E aí eu trombei essa obra de arte aqui a arte é para todos de Kate Harry e não é que eu trombei ela pela internet não eu literalmente esbarrei com ela no museu quase destruí a obra mas a vi pela
primeira vez no moco Museum de Amsterdã e daí fiquei de frente com a sala de Kate Harry um excelente exemplo para mostrar o que eu tô querendo dizer que um artista é marginalizado até não ser mais e essa é a história do ato do do nosso vídeo Ato 2 Capítulo 2 das ruas à prisão dos museus à Fama da fama SS Ruas das ruas à prisão dos museus à Fama da fama às ruas do museu às ruas da fama às prisões da rua aos museus estamos no final dos anos 70 ou no Alvorecer dos anos
80 o mundo estava em transformação liberdades civis avançava em algumas regiões enquanto autoritarismo se consolidavam em outros nos Estados Unidos novas crises surgiam como a epidemia do crack e a a afetando especialmente as comunidades marginalizadas como a lgbtq a mais nesse cenário o caminho comum para um artista seguir a rota tradicional faculdade de arte galeria museus e quem sabe uma carreira como docente Kate haring pensava em seguir esse caminho nasceu em Maio de 1958 na pennsylvania Estados Unidos e desde criança apaixonou-se por desenhos e a cultura popular 76 ele se matricula na EV School professional
em Pittsburg uma escola de artes comerciais e desenhos industriais não dura nada lá é claro influenciada pela arte bruta de Gian do Buffet herg buscava expressões artísticas fora dos padrões do Buffet por exemplo celebrava a obra desse artista aqui Adolf Desculpa não falo suíço um suíço esquizofrênico que criava a arte à margem das Convenções estéticas da sua época essa abordagem influenciou Hering para se afastar das instituições tradicionais e buscar um espaço alternativo para si em 78 decide se mudar para Nova York e ingressa na escola de artes visuais ali ele se integra a uma cultura
emergente de arte de rua absorvendo o hip-hop e o grafite que estavam nascendo naquele período e também Descobrindo a sua própria sexualidade entrando nas Comunidades lgbtq a mais se assumindo num contexto onde fazer isso era colocar uma sentença de perseguição e um alvo na cabeça people show show show people Said soall yk nas ruas de Nova York Harry absorveu as influências do grafi buscando democratizar sua arte levando ati foi ele Conce pesso como michen artistas que se tornaram grandes amigos e que ajudaram Kate a explorar a sua visceralidade esses artistas estavam se perguntando e se
provocando Por que a pessoa tem que enxergar concreto todos os dias para pegar buzão e não pode consumir arte no caminho porque a arte tá dentro do Museu não tá do lado de fora do muro e se há vontade de falar e museus de menos para expor Então ocupemos os muros vazios como somos produtos da nossa cidade as estações de Nova York eram um lugar cheio de imagens mas Harry recebeu ali um vazio encontrou o seu Museu as propagandas de metrô quando não eram vendidas mantinham os espaços publicitários cobertos de preto ali estava a sua
lacuna ele precisava ser rápido recorreu aos estudos de estética e semiótica da faculdade e reduziu toda sua arte a símbolos giz em mãos Mãos à Obra transmitiu uma mensagem de forma rápida e impactante pro maior número de pessoas possível por meio da repetição fundando uma Mística conectada à simbologias antigas quem é que é o carinha que faz arte com linha de metrô as pessoas se perguntavam os icônicos bebê Radiante e cachorro latindo Começam a surgir em todos os vagões de Nova York as linhas simples e repetitivas passam a ser parte do cotidiano da cidade em
pouco tempo Kate Harry havia feito mais de 10.000 desenhos nos metrôs de Nova York e se tornou conhecido como o carinha das Linhas a cidade antes coberta de propagandas agora tinha um novo Museu a céu aberto o metrô a arte era para todos herin estava mudando a forma de consumir a cidade como foi feito com ele porém Quanto mais a popularidade de Harry crescia mais vinham as perseguições prisões e prisão e prisão e prisão outra vez e a cada vez que ele pichava um novo local mais prisões e mais policiais se tornando fã do seu
trabalho fazendo Vista grossa e até deixando ele continuar a vez por outra essas prisões também geravam atenção da mídia as pessoas passavam a se perguntar o que o carinha das linhas de metrô foi preso que absurdo isso ajuda a carreira de Kate a alavancar a fama em pouquíssimo tempo Kate haren passa a ser convidado Não só para Galerias alternativas mas também para museus como o Moma o Museu de Arte Moderna ou Metropolitan musan of Art de Nova York um dos mais importantes museus que agora olhavam para as obras marginais de Kate Harry sua transição das
ruas pros museus parecia uma descoberta pros museus mesmo que a sua arte já tivesse sendo vista por milhares de pessoas só agora no museu e reconhecido pela mídia é que ele foi considerado artista a arte oficial é aquela chancelada em museu assinada por quem define ou quem não define o que é arte um museu é um imortalizados não à toa o próprio Espaço Branco do museu aquele local destinado com uma luz certa uma temperatura certa já virou ele mesmo uma obra em si próprio mas eu não vou falar sobre isso porque abriria um outro Capítulo
Quem sabe a gente faça isso num outro dia num curso não sei e ele não é inocente nem de qualquer modo Kate Harry sabia desse poder sabia que os seus desenhos de Giz embora temporários eram vistos por muito mais gentes no metrô do que nos museus então ao invés de uma oposição entre Museu e Rua surge a pergunta Será que existe algo meio termo Kate Harry é um dos primeiros a cruzar a linha entre Museu e Rua consolidando essa intersecção da arte de rua com a arte institucional heren tinha uma mentalidade voltada pro público por
isso as suas obras normalmente eram feitas ao vivo ou seja na performance a obra de arte acontecia não na sua finalização mas no seu processo he said There no here whoes do do and then was per quando críticos diziam que a sua arte era superficial e fácil ou que qualquer criança de 5 anos Faria ele respondia que a sua simplicidade era intencional simplific assem a mensagem era uma construção de um signo fazendo com que a repetição gerasse uma familiaridade política com as obras de Harry e isso ninguém faria em 5 minutos é preciso ter uma
bagagem uma vivência uma reflexão para propor uma arte tão fácil e na moral mesmo se é fácil você tá dando mole pega seu filho de 5 anos manda ele fazer e fica rico meu filho agora mesmo quando ganhou fama Mundial ele não abandonou seu ativismo por político pelo contrário quanto mais fama e espaço mais ativismo direto e temas políticos em 82 ele passa a criar os seus primeiros cartazes imprimindo 30.000 cópias para distribuir gratuitamente durante protestos antinuclear nos Estados Unidos o potencial dos cartazes estava na sua força democratizadora acessíveis produzidos em massa e colecionáveis Harry
sempre repetia a arte é para todos fez cartazes contra o aparte na África do Sul trabalhou com crianças marginalizadas e criou cartazes contra o abuso de drogas seus personagens fofos e leves na verdade eram politicamente carregados de sentido e ganhavam o Imaginário das pessoas é bom lembrar que estamos apenas a 20 anos distantes do ensaio de Walter Benjamin a obra de arte na era da reprodutibilidade técnica e se discutia muito sobre a ideia de indústria cultural reprodução massiva repetição a arte como parte do cotidiano mas também perdendo a sua possível aura e todas essas coisas
Harry responde claramente e com todas as letras em seu documentário que a sua obra era uma resposta pra era da reprodutibilidade técnica usar a repetição para criar emoção outra coisa marcante é quando conheceu Andy Warhol quando Harry foi apresentado para um outro lado da performance a performance vida Warhol tinha uma Persona controlada Calculava cada coisa que queria dizer escolhia o que queríamos que víssemos escolhia o que queria que conhecêssemos de sua vida por exemplo eu aposto que você não tinha ideia que no sigilo Andy Warhol esse super quebra padrões era um católico Cristão fervoroso e
você não sabia disso por quê Porque warh Calculava cada passo e segundo Harry a obra de arte não estava a apenas na obra de arte Mas na vida do artista a arte é um processo de convencimento a cada passo da sua vida e depois de aprender essas lições com Andy warh Harry forjou o seu próprio estilo de alta visibilidade jogando sempre entre a fama e a lama ao mesmo tempo que criou cartazes extremamente politizados foi pro mundo pop fez casaco pra Madona fez colab de roupas com a Vivian westwood trabalhou com o Michael Jackson enquanto
tava nas ruas falando contra o capitalismo e a favor da luta de combate a aides Aliás quando o anúncio oficial sobre a aides foi feito nos Estados Unidos em 1981 ondas de medo atravessaram o mundo gay Kate Harry no auge da sua carreira começa a ver os seus amigos próximos morrerem morreu Warhol Morreu basqu Morreu até o seu assistente de trabalho por abuso de drogas isso fez com que ele começasse a incluir caveiras e cadáveres NS seus quadros refletindo a morbidez da época Mas o fez engajasse ainda mais nas raízes da arte de rua enfiando
política mais política na coisa em 1986 Harry decide voltar para os murais e pintar cracks wack um painel enorme de 25x 16 com uma cobra perseguindo uma figura com um x no peito que simbolizava como crack devorava suas vítimas do outro lado um esqueleto que segura um cachimbo e uma nota em Chamas mostram a destruição causada pela droga crack Isack gritava o mural em letras grandes crack wack ou numa tradução livre crack é zoado crack é paia numa tradução livrs logo depois de terminar o mural harin foi preso por vandalismo e enfrentou multas pesadas porém
por causa de sua fama logo a obra foi reconhecida e ele recebeu permissão para refazer o mural alguns meses depois agora com apoio da prefeitura surge aí uma questão a a arte de rua é feita PR provocar mas quando ela é institucionalizada Ela perde o [Música] impacto já erao ente em museus quando tem a sua obra absorvida pelo governo continua subversivo ou foi engolido pelo sistema essa é uma pergunta que eu não pretendo dar respostas mas quem sabe você aí no comentário pode fazê-lo agora lembra do ato um quando falamos o efeito colateral da massificação
poderia ser a repetição a cópia O Sequestro a confusão simbólica do mercado aconteceu com Kate Harry que passou a ser pirateado sistematicamente por causa da fama os trabalhos públicos de Harry eram cada vez mais roubados ou retirados do contexto original tipo por exemplo rancar um mural da rua e levar pro Museu como se aquilo mantesse o significado Harry percebeu que não podia mais ficar nos Estados Unidos senão todas as obras dele seriam vendidas e roubadas a única hora que a arte é pura é quando é feita para todos e sem compensação monetária ou para você
mesmo diante do mercado Harry então só tinha Duas escolhas ou deixava Nova York para levar sua arte pro mundo pintando murais em Austrália Brasil e outros lugares ou vendia suas obras de fez o que ele fez as duas coisas em 86 abriu a pop Shop uma lojinha no sorro que tentava ampliar o acesso às suas obras sem ser cooptado pro mercado ele mesmo vendia as suas obras que tinham como temática a crítica ao capitalismo ou ao consumismo exacerbado e a ironia de vender produtos de arte a preços populares isso quebrou o mercado das Artes popularidade
Não significava necessariamente perda de valor crítico e quando Harry entendeu isso ele conseguiu jogar o jogo do mercado para manter controle sobre a sua obra para desbalancear o mercado inclusive hora ou outra ele sempre distribuí suas criações mais caras com os preços mais abusivos a preço de banana nas ruas ele entendeu que se não houvesse um artista ocupando o espaço do mercado sobraria apenas design e propaganda e assim foi conquistando seu espaço no mundo dases ditando ele próprio como a sua obra seria distribuída vendida reproduzida EA além da lojinha ele passou temporadas em vários países
incluindo aqui no Brasil onde pintou alguns murais impressionantes D só uma olhada nisso [Música] aqui aqui para fazer uma elz uma pintura diretamente so Shop era uma resposta irônica à demanda de trabalho que era cobrado de Kate e a cultura de consumo que ele tanto criticava os produtos da popshop eram realmente baratos e acessíveis para Essa época e conseguiram chamar atenção pra crítica ao sistema de mercado dos Estados Unidos Vendendo as camisetas acessíveis os posteres baratinhos os imans para todo mundo cheio de ícones por exemplos de porcos capitalistas justamente aqueles que tentavam ganhar grana em
cima da obra de Kate ainda assim esse sucesso comercial foi visto para alguns como se vender o velho Clichê para qualquer artista que tenta sobreviver sobre isso seu amigo Kenny sharf disse o seguinte Kate foi crucificado pela pop Shop O Mundo da Arte gosta de pensar Ah se você tá fazendo coisas de forma comercial em massa então está se tornando a arte simplória mas não estamos simplificando a coisa estamos elevando as pessoas O Mundo da Arte não quer ver as pessoas subindo Essa é a verdade infelizmente mesmo tão produtivo antes dos 30 anos a saúde
de Kate haring começou a deteriorar o terror da aides também o atingiu e ele sabia que o tempo era curto sua decisão produzir ainda mais arte agora pra eternidade com esse de agnóstico de aides ele intensificou ainda mais o ativismo vendo a vida de gay ser dizimada e Governo dos Estados Unidos fazendo nada Harry passa a financiar coletivos de arte coletivos de política e cada vez mais anticapitalista para pressionar o governo para popularizar a campanha de luta contra aides tirando os estigmas dos Monstros sociais que estavam sendo criados e nessas Talvez ele tenha chegado no
suprassumo da sua obra ignorance igual fear ignorância igual medo figuras marcadas com um x rosa no peito cobrindo os ouvidos a boca e os olhos clamando por uma ação contra a ignorância em torno da aides esse símbolo continua tão forte que até hoje o triângulo Rosa representa a luta contra ides Harry ainda criou a fundação Kate Harry e arrecadou mais de 20 milhões de dólares para causas beneficientes anticapitalistas e de tratamento contra aides até o fim Kate Harry foi Frenético e continuou desenhando até os seus últimos dias em uma de suas obras finais pintura sem
título as linhas se interrompem abruptamente como as vidas se interrompiam pessoas que estavam lá e de repente não estavam mais po Capítulo não esperou nem o corpo esfriar Kate Harry morreu de complicação da Aids aos 31 anos em fevereiro de 1990 sua arte como Ele previu Continua em todos os lugares ele realizou em Vida 50 Exposições 45 murais e mais de 20.000 peças que definem o seu legado porém logo após a sua morte Kate haring começou a ser morto novamente os responsáveis pelo seu Instituto que cuidavam de suas obras começaram a vender parcerias com empresas
o que numa camada superficial Pode parecer positivo Porém quando você vai olhar essas empresas você vai notando o problema marcas como Croc Adidas Nike Hollister Tomy não são exatamente marcas conhecidas pelo seu ativismo político não é e até a Adobe lançou uma campanha que o slogam era a arte é para todos ironicamente a Adobe aquela que Cobra Caro P suas ferramentas e já tentou implementar ia para roubar Artistas sem o consentimento a arte é para todos ou para todos que a Adobe vai explorar com criação de a não mano acabei de pisar em seis Cacos
de Tabu aqui mano essas campanhas todas elas ignoram a parte política de Kate Harry transformam Kate Harry apenas no pintor de cachorros fáceis e bonitinhos e não à toa ele foi um dos 16.000 criadores que foram roubados para serem transformados em ia nomes como van Gog ao kusama quem mais que teve muitoo roubado mesmo é todo mundo nomes como van Gog ausama e outros 15997056467 Então volta a pergunta quando a arte é para todos quando gera lucro viu como sensível a uma disputa e nunca tá fixado arte Deixa de ser arte quando vira objeto funcional
até quando um objeto é considerado arte quando um Mondrian tá estampado na lata de papel higiênico ainda é arte e se for um Romero Brito ainda é arte por outro lado a tecnologia também torna a arte mais acessível É verdade museus virtuais Galerias online redes sociais e até esse vídeo aqui is só só acontece por causa da tecnologia mas ignorar o valor de mercado que tem por trás disso é um pouco ingênuo não à toa as últimas vendas de Kate Harry foram os quadros L ha Forest vendido por 5 milhões me de dólares ou Silent
igual Death vendido em 2019 por 6 Milhões de Dólares artistas contestadores como BS ou basqu t as suas obras mais caras com a temática de crítica ao capitalismo A vida triste de Van Gog virou experiência van Gog no museu on Dire só um pintor de flores design gráfico serve a regime de vendas mas não é arte a estética do algoritmo em plataformas como Netflix ou YouTube guia Nossa percepção mas não é arte é função nesse museu de Amsterdã onde eu conhecia a obra de Kate Harry Há muitos suvenir vendidos na lojinha eu mesmo tentei comprar
uma camiseta do basqu na partilha do museu mas custava 139 tem o meu jeito de conseguir a blusa mesmo assim Tomy e o mais interessante é que na porta do museu estava cheio de artista disputando seu espaço que não estava ali dentro para que serve a arte que você gosta porque algumas Artes estão em museu e outras não podem estar em museu ou estão literalmente na frente dele na rua aliás Para que serve a ideia de perguntar para que serve a arte Existe alguma utilidade E qual é o ponto de escolher algumas obras para dentro
de um museu e outras para fora dele Essas são só algumas perguntas que eu pretendo buscar aqui no moco Museum de Amsterdam o Museu de Arte Contemporânea que vai trazer essa ideia da subversão da arte da questão do que é arte do que não é arte aquela tônica que marca o estilo de arte a partir dos anos 60 do século passado e que ainda é o nosso Eco que reverbera o nosso tipo de pensar arte mercadoria e produto até hoje são só alguma das coisas que eu vim buscar ali ó Esse museu Talvez possa nos
mostrar muito sobre esse assunto vamos ver o que o moco reserva para nós enquanto a gente deve est ouvindo aqui a arte que o moco não decidiu colocar para dentro por alguns artistas mesmo no museu que se propõe a quebrar A Hierarquia dos Artistas não aceitaram quem tava na porta e Então nesse momento volta rancier sentado em cima de uma prancha de surf dizendo eu avisei O problema não é o excesso de imagens Mas quem controla as imagens olha para essas obras do basqu por exemplo elas valem outro Episódio basquiat estava perdido nas ruas e
simplesmente foi descoberto pelo mercado no caso descoberto por Andy warh que do dia paraa noite tirou o usuário de drogas basqu pro artista de Museu Jean basqu a obra de basqu é provocante é profunda mexe com o caos Mental é impossível não ficar tocado por ela mas ele poderia simplesmente ter continuado AD nas ruas se não tivesse sido descoberto por outro artista Seja marginal seja herói sua arte é sempre um reflexo do poder e do mercado que vivemos se um número suficiente de pessoas pensa que algo é arte então é arte Museu Rua mural quadro
são só disputas de poder e mercado o ponto não é gostar ou não gostar de Pop arte mas é ultrapassar essa barreira e enxergar o delírio do jogo do mercado consumidor e artistas assumem um papel como num teatro o diferente o ousado o padrão serve ao mercado porque são criações aceitas pelo mercado do Luxo ao lixo há só uma letra de diferença que engana os nossos sentidos e eu tô dizendo isso porque nenhuma dessas obras que você viu nos últimos minutos é de Jean basqu essas obras são de índio badaro um brasileiro usuário de craque
morador da Cracolândia mundialmente conhecido mas para alguns se chama Cícero pedreiro morador do centro da isso é um capítulo um [Música] outro então M eu prefiro as ato três vamos à disputa a política e Arte em sua essência emcena um reflexo de igualdade desafiando as fronteiras entre o público e o privado entre o sagrado e o profano o político social o real e o ficcional a arte é só uma disputa poderosa sobre o que é quem define a arte e quem tem o direito de fazê-la senti-la alterá-la modificá-la estamos em constante choque de sentidos e
nesse sentido uma provocação e uma redistribuição do sensível toda vez que o Lad vai pra rua fazer a sua arte ele também vai para fazer provocação E cada vez que alguém morde a isca e recebe de volta um ele prova seu ponto e a importância de provocar porque afinal de contas a arte também é sobre discutir e disputar o que é a arte Mas será que há um limite para isso e neste momento do roteiro nós vamos falar de um estudo de caso que fez tudo isso acontecer a agência lacuna uma agência especializada na criação
e produção de eventos corporativos eventos corporativos não é algo exatamente artístico não é mesmo porém sabedo de todos esses dilemas do mercado a lacuna se pergunta Será que é possível fazer arte conciliando planejamento criativo produtividade demandas do mercado e política crítica sociedade a lacuna tenta se posicionar nesse limite na lacuna do mercado tentando juntar aquilo que é produtividade com emoção com estética chamando artistas para trabalhar e provocar a política em seus serviços sem Ignorar as exigências do mercado que possibilitam a continuidade de existência da lacuna Mas será que realmente existe espaço pra arte quando a
gente tá falando de mercado ou quando há interesses de lucro morreu tudo a lacuna acredita que sim mas tem essa discussão como central e na agência eles fazem isso buscando profissionalizar artistas trazer para dentro do trabalho experiências culturais profissionais da arte comunicadores da arte gente ligada ao meio artístico e se perguntam se é esse o processo de manifestação da arte o alinhamento entre o que se produz e a estratégia comercial pelo que se vende seus eventos podem proporcionar emoções sentido e experiências quanto uma obra no museu O que diferencia essa produção de uma obra de
arte tradicional é essa provocação que eles me fizeram até por Veja por exemplo esse vídeo trilha sonora iluminação cênica apresentação visual e até interação que eu tô tendo com você é extremamente calculada a partir do que o algoritmo exige de nós para podermos existir aqui dentro Apesar dessa equipe ser formada apenas por artistas de Formação sejam eles da moda da ar visual do Design do teatro até onde ainda é possível fazer arte aqui ou o espaço do marketing do mercado que vão continuar existindo a gente gostando ou não vão ser dominados só por aqueles que
querem o pior da distorção da realidade e a lacuna tenta não ignorar essa ideia de que estética política e mercado não são separados e de que a arte é para todos mas que ao mesmo tempo não cabe no bolso de todos e é isso que precisamos conquistar até por a desse vídeo é que para ele existir e questionar o valor mercado da arte foi necessário um patrocínio da lacuna que permitiu essa discussão e que permitiu ser questionado enquanto patrocinador mas se com muita grana não há arte sem ela não há artista E então como saímos
desse dilema Essa é uma das provocações que a lacuna me trouxe e eu joguei de volta para você e agora para encerrar o vídeo a lacuna provoca mais uma vez me mandaram lá no grupo do Zap uma frase atribuída a Pablo Picasso bons artistas copiam grandes artistas roubam essa frase na verdade não é exatamente do Picasso e muitas vezes é mal interpretada e dita de modo incompleto sua citação inteira é poetas im maturos imitam poetas maduros roubam poetas ruins desfiguram o que tomam os bons poetas transformam em algo melhor ou pelo menos algo diferente e
a lacuna me pergunta ué mas não é exatamente isso que a inteligência artificial faz todos os dias Inteligência Artificial é arte Essa é a provocação que fica pro próximo episódio eu é que não vou responder agora só quero ver a treta Então vai comentando aí qual é a sua resposta para essa pergunta e a última ironia é que eu termino pedindo a sua ajuda nós estamos há muito tempo fazendo vídeos de arte aqui no canal temos uma playlist inteira sobre o assunto do básico até o mais cabeçudo e vamos continuar muito em 2025 muito caso
você queira e nos ajude então é o seguinte Escolhe um amigo alguém que você acha que tem a cara desse assunto não vai te demorar 2 minutos manda no zap para ele dizendo lembrei de você afinal de contas me diga aí a arte é ou não é para todos é nós e fous idão tá no meio dos Milionários da burguesia burguesia não faz parte de mim nem de noite nem de dia eu não vim aqui para se aparecer eu não quero dinheiro eu não quero M Não quero [ __ ] de nada se eu tiver
água se eu tiver pão Se eu tiver pais eu sou mais rico de que eles tem milhões não tá aqui para dinheiro não dinheiro não compra ele que compra ele é respeita ele de verdade maluqueiro eu sou natureza rapaz [Música]