[Música] Olá tá começando pela TV maquens mais um café pensamento o programa para aqueles que não TM medo de debate hoje nós temos aqui a presença da Professora Doutora marel da Silva Vieira que irá falar sobre o seu doutorado que teve so título tornar-se professor em uma escola convensional um estudo sobre construção de da identidade do professor ela fez esse doutorado na PUC São Paulo eh Professora Muito obrigado por ter aceito aqui o nosso convite eu sei que a professora tá aqui trabalhando na casa numa numa coordenadoria de de apoio à docência e enfim eh
nós temos falado aliás em outros programas a respeito dessa identidade do professor e eu queria saber como é que foi esse trabalho aí de doutorado que a senhora fez Olha foi um trabalho muito difícil partiu de uma necessidade eu eu já trabalhava com professores eu trabalhei com coordenação pedagógica há 20 anos e na coordenação pedagógica Você trabalha com formação de professor é a senhora trabalhou Onde exatamente no Colégio Batista brasileiro no colégio pi 12 de São Paulo trabalhei em várias em duas escolas e vim para cá para uma também trabalhar no sistema maen de ensino
certo e essa preocupação com a formação do professor foi sempre uma preocupação dentro da minha área de atuação e a gente na área de educação vive muitas mudanças né nos últimos anos muitas e muita introdução de novas perspectivas novas estratégias novos jeitos de ver o aluno Ah o professor sempre criticado na maneira dele atuar em sala de aula verdade e isso Começou a Ah você trabalha buscando esse aperfeiçoamento do professor mas nem sempre acontece acontece de outras formas formas inesperadas e eu participava já de um grupo de estudo na PUC sobre a identidade do professor
então eu resolvi começar a olhar para ver por trás das mudanças e das das propostas de Formação que a gente faz o que que faz verdadeiramente um professor mudar né é a identidade dele eu vou mexer em questões identitárias o professora o O que que a senhora compreende por identidade nesse caso tá eu trabalhei muito com o teórico sociólogo Claude Deb aham e na teoria dele e eu me apropriei disso a identidade ela é a forma que o indivíduo Expressa o mundo interno dele e esse mundo na convivência com os outros então dentro de uma
instituição né a identidade profissional que nós estamos falando a instituição os seus líderes seus gestores fazem para o professor os alunos os pais atribuições de como ele deve ser de como ele deve agir do que que ele deve fazer de que que do que que caracteriza esse professor dentro da instituição e o professor negocia com essas atribuições ele assume algumas como concordo né pertença minha eu tenho que ser um um líder eu tenho que ser afetivo eu tenho que ser algum ele vai assumindo algumas como pertenças outras ele vai negar ele vai negociar com elas
ele vai ajeitar ele vai dizer não isso eu não é para mim não dá para ser assim E vai negociando esse processo de negociação é o que vai constituindo a identidade dele como profess mas Dev ser muito sofrido né não porque eh dependendo da da instituição em que se está eh essas essas negociações se tornam muito áticas né porque a partir do momento em que o educador ele tem um background ele tem uma uma uma uma formação valorativa eh e por outro lado as instituições educacionais também possuem as suas o seu conjunto de valores fazer
essa negociação às vezes às vezes para o professor eh torna-se difícil né E aí como é como é que é isso porque isso deve trazer uma uma uma angústia para o professor não Paulo Você tocou no no no ponto Essa foi a uma das questões principais do meu trabalho porque eu trabalhei sempre em escola confessional aham e quando você lida com uma escola confessional significa que você tem por trás dela na Constituição da da dos projeto pedagógico dela valores e filosofia própria Então as as atribuições que a escola faz vão estar em basadas nesses valores
no caso do que a gente tá falando valores cristãos e nem sempre os professores que vêm atuar dentro dessas escolas têm os mesmos ã princípios de vida os mesmos parâmetros então é bem é é uma tensão constante nessa negociação o quanto a gente vai ceder como professor o quanto a escola vai compreender esse trabalho com com o professor então é um campo extremamente H tenso uhum essa tensão faz parte do processo da Constituição identitária né é essa tensão que que dá vida pra gente e eu justamente preocupada com isso eu fui olhar a o conceito
de espiritualidade de Vitor Franc tava trabalhando deixa bem claro que essa questão da espiritualidade aqui não tem nada a ver com misticismo né não tem nada tem a ver justamente com com com uma dimensão humana né vctor Frank define essa espiritualidade como a nossa busca de a a responsabilidade que nós temos de dar respostas às circunstâncias que a vida nos apresenta e ele coloca que esse movimento ele vai gerar na gente na no no ser humano a um uma um impulso para sair de si mesmo e ir em busca do outro eh dentro de uma
escola confessional Cristã essa busca ou esse Esse sair de si essa transcendência é em relação a Deus em relação ao seu serviço para Deus isso pode ser interpretado de outras formas em outras instituições mas na na tese e a minha o meu foco foi esse como é que uma instituição que tem uma filosofia específica que é ah servir a Deus eh entender o homem como criado a imagem e semelhança de deus como é que o professor negocia com isso no seu trabalho isso a partir do momento em que o professor eh digamos assim não tem
eh esse essas mesmas Eh esses mesmos paradigmas esses mesmos modelos Ah valorativos que uma instituição confessional possui isso o que eu consegui identificar Paulo é que ah mesmo que ele não tenha ah especificamente a mesma denominação religiosa que a instituição confessional onde ele trabalha tenha ele vai compartilhar de valores comuns de valores eh que a própria religião propõe para a convivência humana então torna esse processo de de negociação mais suave é mais mais é possível caminhar juntos há momentos em que a tensão aumenta em que deve haver a conversa o diálogo o que eu acabo
concluindo é que a escola confessional precisa oferecer espaço para que o professor possa refletir sobre da onde vim para onde vou porque eu existo para o fato de que o aluno que está ali também tá buscando respostas porque esta é a questão da de contas que tá em jogo ali é é a formação do do do aluno né mas eu eu gostaria de chamar assim atenção porque me me parece por exemplo querendo ou não nós estamos dentro de uma de uma cultura ocidental que é cristã mas eu fico imaginando eu fico imaginando eh se um
professor vai para uma escola confessional por exemplo muçulmana ou ou Judaica deve ser mais problemático ainda né embora eu acho que você não tenha tocado nesse assunto né é eu não não toquei nesse assunto aí eu tenho uma opinião pessoal eu acho que fica difícil eu eu mas independentemente da gente pensar só na questão da espiritualidade se eu vou trabalhar numa instituição cuja filosofia não combina com a minha me agride vai haver um momento nessa tensão em que eu tenho que tomar uma posição né E essa posição é de às vezes de romper olha até
para poder a o valor humano da convivência sobreviver eu tenho que romper em termos de trabalho não combina a nossa filosofia e isso eu acho que é independente da da confessionalidade nesse momento eu preciso trabalhar e vestir a camisa do lugar onde eu trabalho né dvida Sem dúvida por isso eu acho que essa essa questão que você colocou muito bem que é a respeito do do negociar né isso a gente pode talvez interpretar como como dialogar né porque de novo né nessa forma nessa nessa questão que tá em jogo a formação do aluno e mais
do que nada e a Constituição do professor e acima de tudo é o aprendizado de ser humano e eu queria discutir essa questão do aprendizado do ser humano no nosso próximo bloco tá bom e você já sabe fique aqui conosco no Café pensamento [Música] suas ideias tem futuro empreender parcerias inovação ideias recursos financeiros plano de negócios se você tem uma ideia de negócios ou se Já possui uma empresa a incubadora de empresas maen poderá ajudar no seu desenvolvimento Não perca esta oportunidade venha nos conhecer [Música] [Música] minha dica de livro de hoje é o velho
mar do Ernest Hing O livro conta a história de um pescador que vive em Cuba exatamente o mesmo cenário que o h escreveu o livro esse livro ele deu ao autor o prêmio Nobel de Literatura de 54 ele é um clássico e eu indico além por ser um clássico Claro é porque ele mostra a superação de Um Pescador que passa 84 dias no mar sem pescar nada e e depois ele volta pro mar sem nenhum ajudante e fica deriva e acaba pescando um peixe que aqui a gente chama do peixe espadachim né e e ele
acaba amarrando no barco para trazer pra ilha só que durante o trajeto entre alto mar e a ilha ele acaba sendo atacado por tubarões e ele passa toda essa dificuldade em relação e ele chega na ilha achando que e não pescou nada como quando ele acaba tendo pego o maior peixe que aí ele já viu [Música] [Música] estamos de volta café pensamento hoje entrevistando a professora dout Mari da Silva Vieira que tá falando para nós sobre a formação identitária é do professor principal relacionada à escolas confessionais eh professora no primeiro bloco nós terminamos falando a
respeito da formação do humano né quer dizer ah tem aí a formação da identidade do professor mas eh se a gente for ver uma Instância digamos assim mais totalizante né Nós temos aí diversos eh sujeitos que fazem parte dessa formação nós temos aí o aluno né Nós temos o professor e nós temos a instituição quer dizer como fazer que que principalmente a a a escola e o professor eles possam ter uma consciência a respeito ou seja ter um saber e esse esse saber voltado para o diálogo em relação à formação do humano porque na verdade
quando a gente tá falando de Formação é a escola que tá se formando é o professor que tá se formando é o aluno que tá se formando quer dizer todos nós estamos nos informando Como como é que é isso E aí de novo né esse professor digamos assim que como a senhora falou muito bem às vezes né No início aqui da nossa da nossa conversa Às vezes o professor tudo cai em cima dele né Essa coisa não dá certo em cima dele não sei que ela em cima Ah o fracasso educ tá em cima do
professor quer dizer como também a a escola ela precisa eh ter essa essa essa flexibilidade em relação a a ao outro né Porque se nós estamos falando inclusive de cristianismo né uma uma das bases penso eu do cristianismo é tá aberto ao outro né É é é amar a outro né É se preocupar com o outro sempre Ah quando a gente fala de Formação você falou com bastante propriedade eh especialmente em escola formação de professor só tem sentido falarem informação de professor se a gente olhar para o todo da escola pai aluno instituição professor e
olhar a negociação o diálogo que há entre esse grupo então é claro que na sala de aula a formação do aluno a formação do humano desse aluno ela vai muitas vezes refletir o que acontece na Instituição a relação que se estabelece entre liderança gestores e professores então se eu não conseguir como gestora levar o professor a refletir sobre o humano dele ou se eu conseguir fazer isso acho que eu vou inverter a fala se eu conseguir fazer com que o professor reflita sempre sobre as as as dimensões humanas dele as dimensões políticas as dimensões didáticas
as dimensões espirituais eu consigo levá-lo também na sala de aula à medida que ele interage com os alunos trabalha determinado conteúdo escolhe uma estratégia Escolhe um jeito de avaliar isso vai refletir também esse humano eh eh o professor ele é ele é o nosso intelectual né Ele é aquele que vai traduzir para o aluno a sociedade ele é ele é o mestre ele traduz cultura para esse aluno ele leva a cultura que nós temos construído que nós temos acumulado na nossa sociedade para esse aluno e a forma como ele vai levá-la e a forma como
ele poderá levar esse aluno a refletir sobre ela torna esse aluno mais humano ou não n e e não tem sentido produzir ciência produzir cultura se não for pra gente desenvolver seres humanos responsáveis uns pelos outros né E aí professor nós estamos vivendo uma época cada vez mais da da virtualidade das novas tecnologias quer dizer n d conta por exemplo educação à distância mas o que que a senhora pensa a respeito de cada vez mais a essa essa tecnologia essa alta e complexa tecnologia na formação do do dos nossos alunos na E também o próprio
professor que muit das vezes o professor na sua formação Ah eu agora tem todo esse ferramental digga tem toda essa ferramenta E então agora é beleza tranquilo né essa tecnologia Mita das vezes Não dificulta essa formação do humano eu eu não diria que dificulta eu acho que você fal ela é uma ferramenta E se eu conseguir manter em equilíbrio novamente nas perspectivas corretas Qual é a minha o sentido da minha vida o sentido da minha profissão que é o outro essa ferramenta pode ser utilizada também para isso a gente percebe muitos alunos ah adolescentes né
eu trabalhei 20 e tantos anos com com essa faixa etária o quanto eles entram nesse esse mundo virtual e tecnológico E se eles tiverem um adulto ou uma pessoa um mestre que acompanha essa discussão esse diálogo ele vai refletir sobre a humanidade né que que fica muito mais à disposição dele do que antigamente agora professora fica mais uma tarefa pro professor né quer dizer ele tem que dar conta das questões valorativas das da instituição na qual ele ele está ele tem que dar conta das novas tecnologias ele tem que dar conta do dia a dia
com com o aluno negociando também com com o aluno né nossa mãe é difícil ser professor né Pois é qual é a identidade do professor Qual é a identidade do professor essa é uma questão que hoje em dia você tem vários autores discutindo na França Canadá Brasil você tem essa discussão de qual é a o papel né Desse Professor qual é o papel e a função social dessa escola né a gente Teve uma época que era só o conhecimento agora é o conhecimento os valores os valores que muitas vezes na família tá sendo dificultado porque
as os pais têm que sair tem que prover o sustento então estão ausentes nesse aspecto eh qual é o papel da igreja dentro dessa dessa formação qual é o papel do professor né realmente ele tem uma carga enorme como eh ser humano uhum como profissão Mas e aí eu volto a discutir ele por isso que ele precisa desse espaço numa instituição que tenha definido os seus valores e a sua filosofia para dar base para que ele possa refletir sobre os dele tomar as posições des des descarregar né poder dialogar e viver com todas essas atribuições
que ele tem sem perder o foco e nesse aspecto Eu agora não tô Acho que até não tenho mais de um de um coordenador Educacional nas escolas né nosso papel dele é fundamental parece que isso é fundamental para poder fazer esse esse trabalho inclusive de apoio a a ao ao professor né porque porque muita das vezes as pessoas que estão fora da da da área educacional né é eu eu ouço muito disso às vezes olha Puxa vida vocês T vocês têm férias duas vezes ao ano mas as pessoas não sabem o quão é difícil esse
trabalho né é um trabalho estuante é dia e noite né você pensa naquele aluno no que que você falou Qual foi a reação que ele teve o que que isso pode trazer pra vida dele como que você vai interf e fora ainda uma sociedade como a nossa também não tô falando só Brasil que a gente tem essa mania de falar tudo é Brasil parece não no mundo né mas essa falta de reconhecimento do professor me parece que isso é uma coisa que afeta muito a a a a sua sua sua identidade o que ele se
sente desvalorizado n o que tem sido atribuído ao professor pela mídia pela pela pelos meios de comunicação em geral sempre o que vem à tona são os insucessos as falhas ah os crimes contra o professor e aí você vai discutir o que que levou esse aluno a cometer esse crime qual foi sempre O negativo Então essa atribuição o professor tem que negociar com ela também porque qual ela tá ela tá formando a identidade dele também e é uma identidade de desvalorização o baixo salário muitas vezes que os nossos professores recebem o ambiente de trabalho os
instrumentos de trabalho que a gente sabe que em muitas escolas e não precisa não precisa ser só Brasil não não dão né então como é que ele desenvolve a imagem profissional dele a identidade profissional dele isso tudo tem uma relação muito grande e você falou do Coordenador pedagógico né o coordenador pedagógico Paulo ele é peça chave nesse processo Porque é ele que vai fazer esse diálogo com o professor ele traduz a instituição ele traduz o aluno ele traduz pai e ele traduz professor ele ele faz essa mediação nesse diálogo com o professor e o coordenador
pedagógico não pode ser mesmo em nível universitário mas um um profissional que apenas organiza horário salas de aula eh ele é alguém que verdadeiramente interfere na formação ada do professor ele é elemento fundamental para essa formação professora acabou nosso programa Infelizmente eu gostaria de continuar mais né Não sei se você gostaria de fazer ainda alguma mensagem ou algo Olha eu continuo estudando continuo buscando essa resposta eu acho que é questão identitária justamente porque se constitui Eu não chego a uma conclusão fechada a única conclusão que eu chego é essa que as instituições precisam oferecer espaços
como esse inclusive para haver reflexão e diálogo sobre as questões da sala de aula e do professor Ok professor obrigado e também queria agradecer você que tem nos acompanhado aqui no nosso programa e até o próximo café pensamento [Música] o livro que eu indico é a guerra do futebol e outros relatos do autor rizard kapinski da editora companhia das Letras O livro é bastante interessante Porque como o autor foi um correspondente internacional da Polônia ele fez cobertura das revoluções na África na Ásia e na América Latina e na nos seus relatos neste livro ele apresenta
todos os fatos Inclusive a sua vivência dentro desses aspectos também apresenta and aspectos culturais desses países e fazendo sempre uma comparação com países desenvolvidos o título do livro A Guerra do futebol H se refere à guerra que aconteceu entre Honduras guerra revolução entre Honduras e El Salvador e que teve sua finalização com o jogo de futebol é um livro muito interessante para jornalistas e de maneira geral para todos que T interesse em conhecimento das revoluções que aconteceram no [Música] mundo apesar de ser condenado o trote Universitário ainda é praticado em muitos lugares mas o que
muita gente não sabe é que esse costume de humilhar e cortar os cabelos dos calouros tem uma origem ancestral na Idade Média as primeiras universidades da Europa ficavam isoladas das cidades e aldeias quando os novos alunos chegavam tinham as cabeças raspadas e as roupas queimadas essa prática tinha uma razão era uma forma de evitar que os novatos trouxessem piolhos e doenças havia uma série de rituais de iniciação para que o calouro provasse seu valor e fosse aceito pelos veteranos já que ir à universidade era um privilégio a maior mai parte das pessoas da época era
analfabeto e Rude era como se os veteranos estivessem transformando um bicho do mato em um ser civilizado enquanto não eram integrados os calouros ficavam separados dos veteranos por tempo determinado eles assistiam as aulas nos vestíbulos locais onde eram guardadas as vestimentas dos alunos o tempo passou mas a prática de humilhar os calouros se Manteve felizmente muitas universidades estão adotando projetos que permitem uma integração mais os calouros Afinal o trote Pode até ser baseado numa tradição Mas isso não justifica violência de forma [Música] alguma suas ideias tem futuro empreender parcerias inovação ideias cursos financeiros plano de
negócios se você tem uma ideia de negócios ou se Já possui uma empresa a incubadora de empresas maquens poderá ajudar no seu desenvolvimento Não perca esta oportunidade venha nos conhecer [Música] [Música] [Aplausos] [Música] h n