Por que todo mundo parece FELIZ... menos VOCÊ?

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Ciência Todo Dia
Você já se perguntou porque todo mundo parece estar tão feliz na internet, e quando você olha para a...
Video Transcript:
Todo mundo já viveu algo parecido. Você está passando por uma época difícil. Algumas coisas não estão dando certo e isso incomoda você.
Mas não importa para onde você olhe, todo mundo ao seu redor parece bem feliz. E isso faz com que você se questione se está fazendo algo errado. Como é possível você ser a única pessoa incapaz de sentir felicidade?
Esse não é um problema novo. Na verdade, é bem antigo. Mas ultimamente, em parte por conta de como as redes sociais dominaram a sociedade, é como se todo mundo tivesse feito um acordo silencioso em que todos precisam parecer felizes.
E se você não está feliz, você não faz parte do todo. De certa forma, nós construímos um paradoxo sem querer. Todo mundo parece feliz nas redes sociais, mas na vida real não somos tão felizes assim.
E redes sociais têm um papel importante nisso. Nesse vídeo eu quero oferecer uma nova perspectiva de que muito provavelmente o que você acha que está te fazendo feliz, na verdade está contribuindo para a sua infelicidade. Chega a ser cômico que nós vivemos em uma das maiores revoluções de comunicação e acesso à informação da história da humanidade e quase não nos damos conta.
E tudo começou com o que pode ser considerada a primeira rede social na década de 90, a Classmates. com. O propósito era bem claro e simples, conectar pessoas, especificamente antigos colegas de escola.
Outras redes sociais que se popularizaram depois do Classmates incluem o Orkut, que fez um grande sucesso no Brasil. Se você viveu nessa época, deixe um depoimento aqui nos comentários do vídeo. Mas até então, as redes sociais tinham uma presença limitada.
Acessar uma rede social significava sentar no computador no canto da sua sala. Quando você levantava e ia ao jantar fora, ou uma viagem, a rede social não ia junto com você. A grande mudança das redes sociais não é culpa das redes sociais, mas de uma nova tecnologia que permitiu que as redes sociais fossem a todos os lugares com você.
Essa tecnologia aqui. O smartphone. Smartphones não só mudaram a forma como nós nos comunicamos, mas eles foram o ponto de virada para o crescimento exponencial das redes sociais.
Redes como MySpace e Facebook, que antes eram acessadas apenas por desktops e notebooks, ganharam uma nova vida quando os smartphones chegaram em 2007, com o lançamento do primeiro iPhone. A possibilidade de carregar internet no bolso transformou o modo como nós interagimos. Para vocês terem ideia, existe até um termo chamado Mobile First, que define como hoje muitas plataformas digitais, especialmente redes sociais, são criadas pensando primeiro no uso em dispositivos móveis.
E não é difícil de entender o porquê. Aplicativos como Instagram e TikTok foram projetados para serem usados prioritariamente em smartphones. O design, a interface e a forma como consumimos conteúdo nessas plataformas são moldados para telas pequenas e para interações rápidas, feitas com apenas alguns toques.
Agora pense comigo, antes do smartphone você precisava esperar até chegar em casa ou no trabalho para acessar sua rede social. Hoje as redes sociais estão literalmente na palma da sua mão, te acompanhando a todo momento. E isso mudou tanto a frequência com que interagimos quanto a intensidade dessa interação.
Nós estamos sempre conectados, seja para postar, curtir ou até mesmo para consumir o conteúdo de outras pessoas. Por isso o smartphone não foi apenas um facilitador, ele foi o grande propulsor que levou as redes sociais a se tornarem o que elas são hoje. Uma parte essencial das nossas relações sociais e do nosso cotidiano.
Interação com pessoas, vídeos legais, memes, tudo um mar de rosas. Só que não. Se você olhar para o seu feed, todo mundo é feliz.
Ou pelo menos quer parecer feliz. E a questão não é sobre o que você quer ou faz com a sua rede social, mas o que ela faz com o seu cérebro sem você se dar conta. Humanos são animais sociais e postar algo que é bem recebido em uma rede social traz o tipo de aprovação social que os humanos gostam e precisam para se sentir confortáveis.
Se sentir parte de um grupo é uma vontade natural humana, assim como a vontade de ser feliz. E se parecer feliz na internet vai trazer esse tipo de aprovação, humanos vão tentar parecer felizes na internet para serem aceitos e com isso ficarem felizes na vida real. Só que quase nunca é assim.
Você querer ser feliz e fazer parte de uma comunidade não é errado, mas essa dinâmica nas redes sociais também está associada à pressão de manter uma positividade constante. Essa busca pela felicidade idealizada pode criar dissonância emocional, um estado em que nós nos sentimos obrigados a esconder emoções negativas para atender as expectativas das pessoas que nos seguem nas redes sociais. Nós colocamos máscaras para esconder quem nós somos de verdade.
E isso também é explicado pelo desejo natural de fazer parte de grupos. Muito antes da internet, pessoas já agiam de forma a serem incluídas e já suprimiram certos comportamentos e opiniões em nome da boa convivência coletiva. Pela maior parte da história da humanidade, essa era a dinâmica que ditava a grupos pequenos, com no máximo centenas de pessoas.
E a internet amplifica isso. A capacidade de trazer likes e atenção na internet virou até um adjetivo. Tem pessoas que frequentam lugares porque eles são instagramáveis.
E aí esses lugares vão virar fotos e stories, e postar fotos legais inclui você em um grupo. E mesmo que você faça o contrário, sei lá, se você é uma pessoa meio revoltada e só posta fotos aleatórias e sem sentido, você está fazendo a exata mesma coisa. Você está agindo para se incluir em outro grupo, que é o grupo meio que do contra.
O que, de novo, é perfeitamente natural. Mas o problema é que o que acontece nas redes sociais não para no natural. As redes sociais geram uma exposição frequente a padrões irreais de felicidade.
Seja sincero comigo. Você já abriu stories de alguém que está se divertindo muito em uma festa, em uma viagem, e você, ao olhar para a sua realidade, comparou o momento em que você estava com o daquela pessoa? Seja pensando, eu tô aqui de pijama enquanto está todo mundo se divertindo, ou eu deveria aproveitar mais minha vida, ou eu queria ser feliz que nem eles.
Eu já me comparei, e isso é muito ruim. Para começar, felicidade é um estado, e não algo pleno. Seja para mim, que estou no trabalho, ou para a pessoa da festa.
A pessoa pode estar em uma viagem, uma confraternização, mas não precisa estar necessariamente feliz. Ela apenas mostrou um momento de felicidade, um recorte específico. Mas como só vemos esses recortes de momentos perfeitos, muitas vezes fabricados e calculados com muito esforço, nós internalizamos a ideia de que as pessoas ao nosso redor são muito mais felizes do que nós.
E essa comparação pode nos trazer sentimentos de que nós não somos adequados e não nos encaixamos. Nós passamos o dia inteiro vendo vidas perfeitas e nos comparando a elas. Você está comparando as suas emoções naturais com as emoções selecionadas e atuadas dos outros.
E a pessoa postando fotos feliz não está menos livre da influência da rede social. Os likes em uma postagem, repostagem de um vídeo ou stories têm um efeito viciante. A sensação de recompensa é exatamente o que vicia.
E essa recompensa, às vezes, não é só emocional, também é financeira. Os conteúdos que monetizam seguem tendências do momento, seja um meme ou aquela situação inusitada que nem mesmo a própria pessoa sabia que ia viralizar. No fim, tudo vira conteúdo, você querendo ou não.
E isso não é acidente. E não é pessoas como eu e você estragando as redes sociais. É normal gostar de receber atenção.
E é normal querer se incluir. É bom querer ser feliz. Mas da mesma forma que as bets exploram o desejo natural de ganhar e o medo de perder para lucrar, as redes sociais têm um interesse em criar um sistema de recompensas que mantém você preso a elas.
E para isso elas exploram a nossa tendência natural de querer ser incluído. Existem várias técnicas implementadas por todas as redes sociais modernas para te prender nela que comprovadamente causam danos. Especialmente quando consideramos o efeito do conteúdo espalhado nessas redes.
Em 2020 existiam 210 milhões de pessoas ao redor do mundo viciadas em redes sociais. E um dos principais culpados é uma escolha de design que faz você passar horas no celular sem perceber. O scroll infinito.
Não muito tempo atrás, se você abrisse uma página nova de um site, você tinha que esperar alguns segundos para essa página carregar. E esse segundo de espera foi propositalmente removido. Até mesmo esses intervalos mínimos eram suficientes para um tempo de usuário decidir parar de usar a rede social.
Outra medida amplamente usada são notificações de redes sociais que não deixam claro o que elas notificam. Elas servem simplesmente para tentar atrair a atenção do usuário para a plataforma e reforçar o hábito de consumo de conteúdo. E além disso, para você não receber notificações, você precisa desativá-las manualmente, entrando nas configurações do aplicativo e do seu celular.
Da mesma forma, seguir pessoas e páginas é um processo mais lento do que simplesmente continuar seguindo elas e ignorar o conteúdo quando ele aparecer na sua frente. Dessa forma, você precisa passar mais tempo na rede social para de fato encontrar o tipo de conteúdo que te agrada. Seria extremamente trivial uma rede social implementar escolhas que tornam redes sociais espaços menos viciantes e menos agressivos.
Por exemplo, a configuração base poderia ser que a rede não te mande notificações, a menos que você ative elas. E além disso, qualquer contato pra quebrar o scroll infinito ajuda imensamente usuários a quebrarem ciclos viciosos e problemáticos de consumo de conteúdo. E indo mais além, dá até pra incluir tempos de espera pra tomadas de ações drásticas nas redes sociais.
Você quer xingar alguém ou entrar pela décima vez no mesmo perfil que te faz sentir mal sobre seu corpo? Tudo bem, você pode. Mas antes você precisa esperar 30 segundos pra ter tempo de refletir se isso é realmente importante pra você.
E é óbvio que tudo isso teria um custo pras redes sociais. Elas teriam menos engajamento e, possivelmente, menos lucro. Mas se esse lucro vem do custo da saúde da população, especialmente de adolescentes e jovens adultos, talvez seja preciso de fato moderar a interação entre o usuário e as redes sociais.
Nenhuma dessas medidas vão impedir você de fazer o que quer nas redes sociais. Elas simplesmente dão mais poder pra você escolher o que é realmente importante para você, ao invés de deixar que escolhas de design mudem como sua mente funciona. E para deixar bem claro o custo em bem-estar social que o design viciante das redes sociais causa, vamos olhar para uns exemplos mais bem estudados.
Padrões de beleza. As plataformas não apenas incentivam a postagem de momentos felizes, mas também promovem uma ideia de beleza que muitas vezes é fabricada ou padronizada. A estética das redes sociais estabelece regras implícitas do que é considerado bonito e feio, desde filtros que ajustam nosso rosto até momentos que parecem perfeitos.
Sempre vivemos em um padrão de beleza. Às vezes mais cheio, menos, mais forte, mais boca, rosto quadrado, tira rosto, arruma nariz, vem a dor, cansei. E claro, padrões que normalmente estão associados a produtos que você pode comprar.
E não só comprar porque gosta, mas comprar pra fazer parte do grupo de pessoas que usa aquilo, como por exemplo, seu influenciador favorito. É. .
. então. .
. Compre as camisetas da Loos porque vocês gostam da marca, e não por causa de mim. Tem 15% de desconto se vocês clicarem no link da descrição.
E pra piorar, muitas vezes o belo das redes sociais nem é realista. Porque graças a filtros, ângulos e iluminação, é possível criar aparências literalmente sobre-humanas dentro de fotos e vídeos. Alguns shapes da rede social, por exemplo, só duram uns 15 minutos depois de uma sessão de treino.
E só aparecem daquele jeito graças a uma iluminação boa e alguns filtros para ajudarem. Mas o seu cérebro não internaliza esses detalhes. Tudo o que ele vê é algum corpo que você gostaria de ter, e aí você se sente mal por não ser assim.
Quando talvez a realidade seja que nem mesmo a pessoa na foto é daquele jeito. Inclusive eu preciso confessar, eu pinto meu bigode com lápis de olho e o meu cabelo é uma pira. Mentira, eu sou bonito naturalmente e você também é.
Todo mundo merece se sentir bem. O que não é bonito é o que as redes sociais fazem com a imagem pessoal de jovens ao redor do mundo. E esse padrão do belo nem sempre reflete a realidade e muitas vezes exclui o que é autêntico.
Isso cria um imaginário coletivo de perfeição que nós tentamos atingir e falhamos, porque a vida real não tem filtro. O impacto da rede social na saúde mental é significativo, especialmente em adolescentes e jovens adultos, que são especialmente influenciáveis pela ideia de pertencerem a grupos e serem aceitos, como a minha fase emo demonstra claramente. Brincadeiras à parte, em alguns estudos, a Organização Mundial de Saúde notou que o número de jovens fazendo uso problemático de redes sociais aumentou de 7% para 11% entre 2018 e 2022.
E o que exatamente é o uso problemático de redes sociais? É o uso que aumenta pensamentos de insatisfação com imagem pessoal, intensifica comportamentos de distúrbios alimentares ou que gere comportamentos repetitivos que prejudicam a vida social ou a educação dos jovens. O tipo de problema de imagem corporal que as redes sociais causam podem gerar escolhas que causam danos irreversíveis à saúde.
Se você passa bastante tempo no Instagram, você tem entre 5% a 15% mais chances de desenvolver alguma insatisfação em relação ao seu corpo, seja a sua quantidade de gordura, músculos ou o tamanho do seu bigode. E tem até 18% mais chances de ter um transtorno alimentar ou considerar o uso de anabolizantes. Mas não é apenas o padrão de beleza ou o desejo por uma felicidade inalcançável que chama a nossa atenção.
Você percebeu que houve uma crescente nos últimos anos em filmes, documentários, podcasts e entrevistas sobre crimes reais? Sim, o feio, o grotesco ou o estranho também nos gera curiosidade. Histórias de crimes e tragédias e mistérios atraem a nossa atenção porque eles exploram o lado mais sombrio e desconhecido da vida.
Esses temas despertam a nossa curiosidade e mexem com emoções profundas, muitas vezes relacionadas ao medo e à repulsa, mas também à empatia e ao desejo de entender o inexplicável. A imagem do feio e do absurdo dos true crimes são usadas nas narrativas destes casos. Isso não apenas captura nossa atenção, mas também reflete um desejo de explorar o que está fora dos padrões de normalidade que as redes sociais nos apresentam.
Nem mesmo os filtros mais belos escondem que o feio faz parte da nossa vida. Não existe a ideia de felicidade sem momentos de tristeza. E às vezes é consumir a tristeza de outras pessoas que nos deixa felizes.
A verdade é que tanto o belo quanto o feio, tanto a perfeição quanto o grotesco, fazem parte de quem nós somos. E a natural tem interesse pelos dois. O problema está em como as redes sociais amplificam e distorcem essas facetas para capturar nossa atenção.
Mas somos seduzidos por um padrão de beleza e felicidade que nunca alcançamos. Mas também não conseguimos desviar o olhar do sensacionalismo dos crimes e tragédias que aparecem nas trens. As redes sociais, ao invés de refletirem a realidade para nos conectar cada vez mais, trazem danos por banalizar e exagerar o que é real, na busca por chamar atenção pelo que é impactante, mas irreal.
E a culpa não é só sua. Dependendo de com o que você trabalha, redes sociais são uma necessidade. Tem até gente que acha estranho ou suspeito você não ter redes sociais.
Elas são parte da vida no mundo moderno, mas é possível fazer uma versão melhor delas, algo que nós não estamos fazendo porque as redes, em geral, querem vender sua atenção. E isso nós pessoalmente não podemos mudar, mas nós podemos sim mudar como nós nos relacionamos com as redes sociais. Você mesmo pode implementar medidas para reduzir ou moderar o tempo que passa nas redes sociais, ou procurar referências melhores para a aparência verdadeira de corpos humanos e padrões de felicidade.
E quando você consumir conteúdo grotesco que reconta a tristeza de outros, tente aprender um pouco mais sobre as vítimas das histórias. Eu espero que esse vídeo tenha ajudado vocês a entenderem o porquê de todo mundo parecer feliz nas redes sociais, e o porquê disso talvez nos deixar tristes. Muito obrigado e até a próxima.
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