Regime de Acumulação Flexível | 'Condição Pós-Moderna' de David Harvey

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Diacrônico | História, Sociologia e Filosofia
O que é regime de acumulação flexível? Neste vídeo respondemos esta pergunta a partir de uma resenha...
Video Transcript:
e fala galera no vídeo de hoje vamos apresentar alguma das transformações sociais e econômicas na chamada era pós-moderna faremos isso a partir de uma resenha do texto do fordismo ao regime de acumulação flexível do geógrafo britânico David Harvey Bora lá mas então Afinal o que é o regime de acumulação flexível da Lei chamada de toyotismo por alguns autores trata-se de uma nova dinâmica de produção circulação e núcleo dentro do capitalismo Isto é durante a chamada a era pós-moderna o modo de produção hegemônico continua sendo o capitalismo Claro entretanto mais ou menos aí por volta dos
anos 70 haverá uma reestruturação econômica e um reajustamento social e político Isso significa que haverá mudanças importantes nas organizações das empresas na própria forma a produzir mercadoria e até mesmo na durabilidade das mercadorias e também nos atos de consumo a relação política entre estado capital e trabalhadores também será alterada agora com medidas políticas conhecidas como neoliberais obviamente tudo isso incidirá de maneira direta e sobre a organização do trabalho e o mercado de trabalho que creio ser o principal ponto de destaque do texto aqui de ar vi vamos apresentar brevemente o autor David Harvey é um
teórico da geografia formado pela Universidade Cambridge na Inglaterra mais que Atualmente trabalha na universidade da cidade de Nova York esse texto do qual a gente está abordando aqui ele está presente no livro A condição pós-moderna na verdade condição pós-moderna publicado em 1989 trata-se exatamente desse livro que a gente volta o que fica claro que o lugar social principal a partir do qual lei fala são os Estados Unidos mas até por isso por esse ser um dos principais centros de um mundo globalizado de uma economia globalizada é interessante também saber o que estava acontecendo por lá
porque essa dinâmica vai acabar afetando outros países periféricos né como o Brasil ao realizar uma associação entre regime de acumulação e modo de regulamentação social e político a obra de raiva e se filia a uma escola de pensamento chamada da escola da regulamentação o pressuposto é exatamente o seguinte para manter um regime de acumulação funcionando é necessário uma série de leis de normas de hábitos que correspondam a esse mesmo processo em meados da década de 60 o regime de acumulação fim gente chamado por rávila de fordismo keynesiano e dava sinais de esgotamento e assim o
contexto histórico da época nos ajuda a compreender algumas das causas e também dos caminhos das transformações que viriam deste período Japão EA Europa ocidental estavam terminando o seu processo de reestruturação Econômica após aí a recuperação da Segunda Guerra Mundial e todos os estragos causados por ela a isso somado a formação do mercado ver o dólar EA contração do crédito os Estados Unidos viram reduzir o seu papel a sua força de regulamentar o sistema econômico internacional países subdesenvolvidos adotavam políticas ou programas de industrialização por substituição é o caso do Brasil aqui na era JK e também
as multinacionais E iam mudando para outros países em procurando né mão de obra barata fatores estes que juntamente com a ascensão de países recém industrializados provocava é de competição fordista em lugares do Globo onde aí as relações de trabalho ainda não tinha uma organização muito forte e as leis trabalhistas eram frágeis tudo isso desafiava hegemonia e anti e desvalorizavam o dólar foi Neste contexto histórico especificamente entre os anos de 1965 e 73 que o fordismo keynesianismo demonstrou a sua incapacidade em conter algumas das contradições primordiais do próprio Capitalismo Uma Dessas contradições é a necessidade inerente
de continuar crescendo produzindo para poder ao mesmo tempo assegurar a acumulação de capital e também garantir os lucros independentemente né das consequências sociais políticas ecológicas como a gente tem visto por aí E a questão é que essa necessidade inerente ao capitalismo e se chocando com um dos elementos do fordismo a rigidez quer dizer Havia sim uma dinâmica de crescimento no fordismo só que ela tava baseada numa estabilidade e sem aquela capacidade de flexibilidade de conter as flutuações do mercado financeiro quero que estava para acontecer isso é a maior parte dos investimentos era de Capital fixo
de larga escala EA rigidez não estava presente apenas dos mercados mas também na destinação de verbas públicas nos contratos de trabalho na força da organização de trabalhadores que vai desempenhar e greves históricas Neste período e nos compromissos assumidos do estado para com a sociedade através aí de programas de assistência garantindo também a sua legitimidade Afinal no primeiro mundo se esperencia vá os modelos de bem-estar social rádio o único instrumento flexível era a política monetária na sua capacidade de imprimir dinheiro para poder manter a estabilidade Econômica só que isso a gente sabe pode gerar em ondas
inflacionários e é exatamente isso que vai acontecer na impossibilidade de modificar esse aparato do fordismo e com intuito de continuar crescendo em interruptamente Estados Unidos e Inglaterra vão lançar a muita grana no mercado entre 68 73 causando também inflação não bastasse isso a crise do petróleo de 1973 diretamente associada às guerras lá no Oriente Médio vai tornar a situação do fordismo ainda mais dramática como tentativa de saída da crise as corporações vão promover uma verdadeira reformulação mudança tecnológica automação novas linhas de produtos novos nichos de mercado fusões desper em gráficas para zonas onde havia uma
desregulamentação do trabalho e aceleração do tempo de giro do Capital estes são os primeiros sinais das novas experiências nos domínios da organização industrial e da vida social que só lá param o fordismo o regime de acumulação flexível promove um confronto direto com a rigidez do fordismo sua base está na flexibilidade dos processos de trabalho do mercado de trabalho dos produtos e dos padrões de consumo sendo assim vai surgir novos setores de produção novos jeitos de fornecimento de serviços financeiros novos mercados novas dinâmicas de trabalho inovações comerciais tecnológicas e organizacionais por exemplo o setor de serviço
despontará como crucial e regiões geográficas com centros e até então pouco desenvolvidos como Vale do Silício Flandres a chamada Terceira Itália se tornaram aí regiões muito importantes para essa economia globalizada o joga sua ponta também outra característica essencial do novo capitalismo compressão do tempo e espaço Isso significa que em razão do uso de novas tecnologias relacionadas à comunicação via satélite as tomadas de decisão terão outro Horizonte temporal o que entre várias consequências vai ocasionar a diminuição nos custos de transporte mas acredito que as observações mais interessantes feitas por have sobre as consequências do regime de
acumulação flexível dizem respeito particularmente as novas dinâmicas de trabalho muito em função da crise econômica e do desemprego uma força de trabalho ficará vulnerável é contudo a fragilidade ou a fragilização das organizações de trabalhadores também tem algo a ver e é algo digamos assim dentro da própria dinâmica do regime de acumulação flexível provocado por ele Incluindo aí a transferência de fábricas para centros industriais onde as políticas trabalhistas eram regressivas em outras palavras onde o patrão podia explorar bastante e seus funcionários Porque aí as organizações de trabalhadores eram fracas e as leis trabalhistas escassas mais do
que isso a nova dinâmica pressupõe um desemprego estrutural o verdadeiro Exército de reserva que vai servir para aquelas pessoas que estão empregada aceitar em piores condições de trabalho uma pressão maior no emprego né um controle maior e também Sá as melhores uma das obras do filósofo francês grego chama New explora EA profunda este ponto ao mostrar que a precarização das condições de trabalho e tinha como objetivo controle sobre os trabalhadores e um aumento dos lucros Com certeza em breve a gente vai trazer uma resenha dela aqui no canal sobre o cenário em que há uma
grande quantia excedente de mão de obra Exatamente Essa Exército de reserva de desempregados bem como enfraquecimento do Poder do sindicatos os patrões vão aproveitar para impor condições de trabalho contratos de trabalho muito mais flexíveis o Banco de Horas é um exemplo em vez de pagar a hora extra a um funcionário que possui um horário fixo semanal vai compensar os períodos em que tem aí uma escassez de demanda com outros que tem um pico de demanda mas também neste mesmo sentido haverá redução do emprego regular em favor do tempo é temporário ou subcontratar surgem assim diferentes
tipos de categorias de funcionários dentro de uma empresa o hard vai utilizar um diagrama para ilustrar isso de centro e periferia no centro a Empregados de tempo integral com maior segurança empregatícia com a e possibilidade expectativa de promoção né dentro da carreira e também reciclagem bem como em direito a pensões benefícios Seguros e outras vantagens esses funcionários atenderiam às expectativas de serem adaptáveis móveis e flexíveis geralmente são cargos aí de gerência e no setor de marketing já na periferia não tem existem dois subgrupos o primeiro ainda é de Empregados em tempo integral só que com
habilidades facilmente encontráveis no mercado de trabalho trata-se de cargos relacionados ao setor eu quero secretaria se trabalho rotineiro e trabalhos manuais menos especializados neste subgrupo ao contrário do centro a uma alta taxa de rotatividade admissões e demissões acontecem a todo tempo no segundo subgrupo da categoria Periferia estão agora os empregados em tempo parcial subcontratados temporários Estagiários e terceirizados e estes estão em condição de muita vulnerabilidade precarização muito mais aí do que o outro subgrupo da Periferia e na época de publicação do livro Um estavam em crescimento numérico muito significativo e aliás a tendência das empresas
de demitir a esses funcionários do centro para contratar funcionários da Periferia foi uma tendência que a gente a visualizar nesses últimos 30 anos aí desde a publicação do livro trata-se na verdade de uma forma das corporações se blindar em de possíveis problemas no meio do caminho sejam problemas aí econômicos mas também problemas da própria empresa sem a possibilidade de falência porque se elas podem demitir essas pessoas sem ter que arcar com muitos custos às vezes elas vão Gastão nada demitindo Essas pessoas aí justamente porque os vínculos de trabalham são muito frágeis rádio aponta que os
trabalhadores tendem a não se preocupar com essas novas mudanças aí nas dinâmicas de trabalho porque elas podem até ser ali individualmente a curto prazo benéficas à determinada as pessoas aí só que a longo prazo o decréscimo nos salários nos benefícios sociais e na estabilidade do emprego São coisas muito negativas para a classe trabalhadora em geral e sem falar que as nós as mães elas tornam ainda mais vulneráveis a situações de grupos minoritários sejam étnicos sejam sexuais um exemplo é o caso das mulheres no final dos anos 80 nelas representavam lá nos Estados Unidos cerca de
quarenta por cento da mão de obra Porém na maior parte das vezes quando substituíram homens nessas categorias aqui centrais geralmente seu vínculo era periférico ou então acabava acumulando as chamadas duplas jornadas sendo exploradas não só na Esfera Econômica que mas também na Esfera doméstica patriarcal as mudanças na estrutura do mercado de trabalho serão acompanhados por mudanças também nas formas organizacionais de produção neste novo cenário as economias de escopo terão predominância sobre as economias de escala ou seja os produtos só os mercados sob demanda reduzindo aí o tempo de produção de distribuição né circulação e consumo
bem como acelerando o tempo do capital de giro e o objetivo seria reduzir o desperdício de matéria-prima e a inutilização de armazéns de máquinas e de equipamentos para atender as necessidades do mercado será oferecido uma gama de produtos abaixo o preço agora produzidos em pequenos lotes e nessa corrida louca aqui para baixar os custos de produção economias informais subterrâneas também terá um crescimento bastante significativo e claro com o mesmo intuito aumentaram também as formas de sonegação de impostos e o crescimento de trabalhos altamente exploratórios de imigrantes como é o caso o Brasil por exemplo dos
bolivianos ali da Indústria Têxtil né de São Paulo EA economia de escopo liga se não só a aceleração do tempo de giro aqui na produção como também no consumo Isso significa que mercadorias serão criadas para não durar na verdade para durar menos do que elas duravam ou seja aos o licença é programada será encurtada por exemplo o tempo de meia-vida de um produto por desista era de 5 a 7 anos no regime de acumulação flexível Esse tempo é a metade a própria estética moderna dará lugar a pós-moderna ou pós-modernismo onde os elementos principais aí do
efêmero e do espetáculo Dalton principal dessa forma Modas fugazes serão criadas em qo tidas não é verdadeira os artifícios aí para produzir as cidades de consumo que antes não haviam por fim David Harvey ressalta que a chegada do regime de acumulação flexível conhecido e com a ascensão do neoconservadorismo por exemplo os governos de Margaret Thatcher na Inglaterra e de Ronald Reagan nos Estados Unidos quer dizer o que ele tá chamando de neoconservadorismo é que comumente a maior parte dos autores chama de neoliberalismo inicialmente agenda neoliberal e leia-se aqui reduções fiscais austeridade econômica e retirada dos
compromissos aí que o estado tinha como a sociedade eram na verdade uma receita para resolver as crises inflacionárias criadas pelo keynesianismo só que depois tudo isso passou a ser entendido como espécie de virtude e governamental praticado até mesmo por governos que não eram exatamente identificados né vistos aí como Neo é comumente é propalado pelos apoiadores do que a gente poderia chamar que como neoliberal o princípio de não-intervenção do estado na economia por isso até esses caras não aceitam epíteto Neo né para eles eles são liberais não são neoliberais no entanto é necessário observar que mesmo
sob estes governos ditos neoliberais houve intervenções sim do estado na economia para tentar resolver problemas de instabilidade financeira e também de individualmente externo e interno portanto usa-se ideologicamente tal justificativa para forçar reduções de gastos públicos cortes nos salários e austeridade porém o estado Não exatamente diminui apenas remodelar o seu tipo de intervenção o estado é chamado e utilizado para criar um bom clima para negócios a fim de atrair capital estrangeiro o mesmo que isso custe piora Nas condições de vida dos Trabalhadores em geral para Hard o sucesso político do neoconservadorismo na virada e dos anos
80 para 90 não se dá por conta da sua suposta eficiência na Gestão Pública isso porque embora pudesse ter acertado de fato no controle da inflação do período keynesiano não resolveu os problemas relacionados ao desemprego e talvez isso fosse aí de fato o interesse mesmo porque o exército de reserva fazia com que os lucros aumentassem para os grandes empresários mas também esse próprio estado neoliberal não vai apresentar aqui números tão expressivos e significativos aqui de crescimento tendo a taxa de crescimento aí ficha sua hipótese para o sucesso deste modelo Ou pelo menos aí de seu
apoio se dá por conta de uma mudança que teria o nado nos valores coletivos em uma época de crise deste modo o individualismo competitivo em meio a cultura empreendiment sexta teria penetrado todas as esferas da vida isso Porque conforme apontado aí por outros autores até a nossa vida pessoal passa a ser entendida como uma empresa em que o nosso inconsciente começa a calcular As Nossas ações baseada no princípio de lucros e prejuízos e valeu gente até a próxima [Música] [Música]
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