A ALFABETIZAÇÃO NA PRÉ ESCOLA

Olá eu sou psicanalista educadores e escritor Geraldo Peçanha de Almeida nossa conversa de hoje é é possível alfabetizar uma criança ainda na pré-escola vamos juntos alfabetização na educação infantil O tema é sempre polêmico sobretudo no meio Educacional porque há muita falta de informação e Há muita falta de formação para essa questão da alfabetização na educação infantil é muito importante que nós é pensemos juntos Por que que é possível alfabetizar uma criança na Educação Infantil partindo do pressuposto que mesmo a criança não tendo frequentado os três anos básicos de educação infantil ou seja com três anos

com 4 anos e com 5 anos ela mesmo não tendo essa frequência na educação infantil ela tem a frequência no mundo e como nos lembra Vygotsky toda a educação parte de um contexto social então uma criança ao final de cinco anos de idade caminhando um primeiro ano com seis anos de idade ela já viveu neste mundo por cinco anos ela já ouviu músicas tio televisão usou computador conversou com as pessoas interagiu com o contexto social e tudo isso fez com que ela já se posicionasse diante daquele mundo que é o contexto social dela é justamente

esse contexto social daquela criança que tem que ser trazido para sala de aula da Educação Infantil e transformado em conteúdo organizado ou seja memória de curto prazo memória de Médio prazo e memória de longo prazo e obviamente que todo o conhecimento começa no registro desses signos desses símbolos desse código que nós vamos chamar mais tarde de código de alfabetização então eu estou desde o início dessa nossa conversa me posicionando nesse sentido de que sim não é possível mais em Qualquer que seja a realidade brasileira é não permitir que a criança tenha acesso a alfabetização formal

já na educação infantil Então se essa é minha posição eu vou dar critérios para que possamos pensar nela ou nestas posições que eu vou apresentar e na sequência cada um de vocês faz os vossos posicionamentos o primeiro ponto que acha extremamente importante nessa questão de alfabetização na educação infantil é justamente considerar que hoje basicamente as crianças falam entre um ano e meio um ano e 7 meses no máximo nós podemos esperar até os dois anos de idade para que uma criança tenha fala completamente elaborada mas Qualquer que seja realidade da Criança é possível ali por

volta de um ano de idade observarmos entre 10 ou 50 palavras no vocabulário de uma criança por volta de dois anos de idade é possível observar mais ou menos 200 palavras no vocabulário uma criança no vocabulário oral de uma criança pois bem se entre um ano e dois anos a criança sai de um vocabulário de 10 palavras e chega no vocabulário no mínimo de 200 palavras isso significa que ela conseguiu nominar os objetos do mundo e dar a cada objeto um nome por exemplo eu tenho aqui na minha mão uma caneta a criança inicialmente não

sabe que isso é caneta e nem a função mas é a convivência dessa criança no contexto social que ela vê a mãe usando uma caneta Professor usando uma caneta o pai usando uma caneta que ela vai entendendo a usabilidade a função social de uma caneta essa função social que a criança vai percebendo é acoplada a um nome Cada vez que a criança vê esse objeto alguém vai dizer me pega a caneta me passa a caneta Cadê uma caneta onde eu tenho uma caneta Então aquela audição da criança vai associando a da convivência social da caneta

ao nome caneta num certo momento da vida a criança tem a função social do objeto e o nome daquele objeto Imagine que eu tenho aqui do meu lado um copo a criança também não sabe isso bebê oito meses nove meses vai chegar um certo momento em que ele vai perceber a função social o copo e todo mundo usa o copo para beber alguma coisa só que a função social é a primeira coisa que a criança absorve do mundo o brinquedo serve para tal coisa a boneca o carrinho a maçã o copo a caneta essa função

social dos objetos ou dos substantivos lá na língua portuguesa já vai sendo internalizada porque a criança vai se humanizando pelos substantivos pelos conteúdos que ela vai é internalizando dentro dela só que essa função social copo vai ter uma função linguística que é o nome dessa desse objeto que vai na cabeça da criança função social mais esse nome é o que nós chamamos de oralidade então educadores e educadoras da Educação Infantil não se esqueçam disso o princípio da alfabetização na educação infantil ele começa com a oralidade só que a oralidade ela começa quando a criança parte

do pressuposto de que aqueles objetos portanto substantivos no contexto social delas tem uma função e para aquela função tem um nome agora pausa porque a Educadora ou educador de cada contexto social tem que lembrar que é esse contexto que ela tem que trazer para sala de aula da educação infantil para desenvolver alfabetização então no contexto da criança que eu estou exemplificando existe copo e é este objeto que a professora trabalha no dia a dia mas lá no contexto da outra professora existe Barro existe argila existe vaca existe caju triste qualquer outro objeto que seja daquele

contexto é exatamente isso que faz a criança começar o processo de oralidade reconhecer-se nas funções sociais dos objetos e perceber que aqueles objetos são trazidos para sala de aula então se uma criança está num contexto social que não existe aqueles objetos e a professora vai trazendo fica muito mais distante então entre trabalhar com urso polar que tá lá do outro lado do mundo e trabalhar de repente com a vaca que tá do lado de casa ou o cachorro o animal vaca acaba sendo mais pertinente para realidade da criança porque ele tem uma função social ela

olha e diz assim dali vem o meu leite ou alimenta essa vaquinha vejo a minha mãe passa por perto dela então a oralidade da Criança é o primeiro ponto para garantir uma alfabetização formal mas essa oralidade Vem de um contexto social que a criança está inserida que não Belo momento isso ganha um nome e esse nome quase sempre é um substantivo Chegamos no início da alfabetização de uma criança se ela sabe que aquele aquela função tem o nome copo aí entra professora para trabalhar a oralidade mas já como rota né rota de linguagem ou consciência

de linguagem ou melhor ainda consciência fonológica então eu pergunto para criança Alguém poderia com dois anos com três anos Alguém poderia ir lá é na mesa da professora e buscar um copo para mim esse objeto está lá entre os objetos que estão sobre a mesa Então previamente a professora foi colocou boneca copo balão caneta lápis tudo que a professora tiver em sala de aula mas ela pede para criança ir buscar um copo esta capacidade da criança de selecionar um copo no meio de vários objetos é a classificação que a gente trabalha na educação infantil então

quando a criança consegue no meio de uma porção de mais concretos classificar o copo e dizer para professora Este é o copo perfeito já garantiu que ela tem uma memória de longo prazo para que ele substantivo para que tem uma função social conforme nós estamos aqui explicando aí a professora entra função social substantivo entre a rota fonológica a professora vai dizer assim ó coloca lá o copo em cima da mesa e diz para as crianças o professor também diz para as crianças Isso se chama copo como será que isso é dito pode fazer com a

mãozinha por exemplo porque lá na teoria o Henrique todo ato motor leva ao ato mental Olha que coisa interessante todo o átomotor de pegar de manusear de manipular leva a criança ao ato mental isso quer dizer que se a criança faz com as mãos ou com objetos concretos ou com manipulados ela tá dando mobilidade na atividade neurológica e isso vai abrindo os caminhos cerebrais para para neuroa aprendizagem Então a professora tem um copo sobre a mesa e ela disse para as crianças isso daqui se chama co fecha a mãozinha Pô fecha a mãozinha faz isso

duas três quatro vezes crianças o nome desse objeto conforme nós sabemos é copo solte o primeiro sonzinho pô Vamos guardar pela última vez o nome desse objeto é copo vamos soltar os dois sons ao mesmo tempo para ver que palavra formamos copo quando eu termino de fazer isso rapidamente eu peço para criança pegar um pedaço de papel e digo para criança assim ó escreve para mim a palavra copo e a criança pode fazer exatamente isso ela pode fazer dois risquinhos ou ela simplesmente pode fazer isso uma bolinha e um risquinho Qualquer que seja Qualquer que

seja tentativa espontânea de escrita quase que Obrigatoriamente depois da Rota fonológica a criança vai colocar duas marcas no papel ou dois risquinhos ou uma bolinha em um risquinho ou um número e uma bolinha mas né que na cabeça dela ela entendeu que essa primeira marca é o co e essa segunda marca é o po por tanto se a palavra tivesse três unidades sonoras ela faria uma duas três marquinhas como banana Então olha o princípio da alfabetização na educação infantil primeiro a gente tem a função social dos objetos dos substantivos depois esses objetos esses substantivos com

função social vão ganhar um nome este nome vai ganhar uma rota fonológica o som copo mediante a imagem aí agora aqui embaixo entra a professora como Escriba e coloca co embaixo da primeira marquinha to embaixo da segunda marquinha e a primeira marquinha é de cor segunda de por E aí entra Professor ou professores extraordinários que diz para criança quem acha que pode é selecionar de uma folha de jornal uma folha de revista uma sucata essa unidade sonora cór Então as crianças vão olhar no copo que ela já já reconheceram na sonoridade e lá naquela marca

da sílaba que a professora deixou elas Pega uma folha de jornal de revista e vão memória de curto prazo ela vai olhar na marca da professora vai olhar ali no jornal com Todas aquelas sílabas e ela vai classificar selecionar o pó quando ela seleciona ela recorta com a tesoura vem Cola embaixo vai procurar o pior do mesmo jeito numa sucata num jornal numa revista recorte vem Cola embaixo então se a professora tá seguindo este caminho Se o professor está seguindo este caminho veja Tem uma função social para copo Depois tem o nome do copo depois

a imagem do copo depois tem a sílaba do copo quando a professora depois da tentativa espontânea de escrita coloca ali embaixo a criança vai fazer o a tentativa dela de recorte e colagem e naquela mesma folhinha naquele mesmo papelzinho que tem as marcas o registro da professora como Escriba a colagem da criança vem a tentativa da criança pega uma um giz de cera ou um lápis ou uma caneta e ela vai escrever copo em letra caixa alta exatamente como ela fez e aí o processo de alfabetização na educação infantil começou acontecer veja que a criança

não está fazendo cópia de palavra nenhuma não está fazendo só desenho de palavra nenhuma e esta palavra com a qual ela está trabalhando não está fora do contexto dela pelo contrário eu usei um objeto que está no contexto no uso diário dela trabalhei com oralidade fiz a tentativa espontânea para criança desenvolver a consciência linguística copo fiz o registro como Escriba a criança tentou a escrita e agora que eu passo a bola para criança e eu digo para ela alguém acha que no teu próprio nome tem essa sílaba co E aí a Carolina diz eu no

meu tem perfeito Insight começou o processo de alfabetização Alguém conhece Professor ou professor pode perguntar para criança Alguém conhece uma palavra que tenha este som e a criança então no contexto dela no dia a dia dela ela vai buscando essas palavras nesta hora o professor a professora pode registrar no quadro pode fazer registro coletivo com as crianças mas o que eu preciso que vocês entendam é que o processo de alfabetização na educação infantil tem que partir do contexto da criança e não tem ó eu trabalho primeiro com a letra A com a letra B com

a letra c não tem ordem não é a sequência de abcde que alfabetizar uma criança é a coerência a pertinência da palavra ou do tema gerador ou da história que foi lido ou da história que foi contada Eu apenas estou mostrando um exemplo de desenvolvimento de palavra de desenvolvimento de sílaba de reconhecimento de sílaba Então hoje nós trabalhamos o copo amanhã alguém veio da páscoa e conta uma história de Páscoa eu vou trabalhar Páscoa eu trabalhei o c num dia ou pelo outro e aí eu coloco o nome das crianças e o nome da cidade

e é esse processo que vai se evoluindo que vai se avolumando E que ao final de no mínimo três anos portanto com a criança com 3 anos na pré-escola com quatro anos e com 5 anos partindo do pressuposto que cada ano letivo tem pelo menos 200 dias letivos de aula com quatro horas diárias não é possível que em 600 dias letivos com 4 horas diária e uma criança não domine um alfabeto com um pouco mais de 20 sílabas um pouco mais de 20 letras um pouco mais de 20 expressões é de registro fico muito preocupado

com essa história de educadores brasileiros que estão na educação infantil é não acreditarem na pertinência da alfabetização dentro da educação infantil porque a primeira pergunta que vem e a primeira resistência que aparece é mas a criança só vai ser alfabetizada e o lúdico e a interação e a coordenação motora e os movimentos todos eles estão presentes atividade de registro atividade de estruturação de alfabetização é uma hora pelo menos diante de 4 ou 5 horas porque as crianças têm na escola ou seja ainda me sobra três ou quatro outras horas sem contar as outras mais de

20 ao longo da semana para criança fazer lúdico brincadeira interagir com os amigos ter desenvolvimento motor criatividade e todas as outras possibilidades que nós temos nos campos da Educação Infantil privada mudança de ser alfabetizada na educação infantil é um crime pedagógico privar a criança de ser alfabetizada na educação infantil é incompetência pedagógica privar a criança de ser alfabetizada na educação infantil porque o contexto social dela é pobre ou porque ela é vende família com pouca estrutura com livros com processo cultural formação intelectual é ignorância pedagógica portanto professores e professoras coordenadores e coordenadores diretores e diretoras

se abram a possibilidade da alfabetização formal na educação infantil é visto que a partir de dois anos e meio três anos praticamente todas as crianças têm contato com tablets com celulares com os instrumentos de escrita com suporte de escrita e com as tentativas de escrita ler e escrever é descortinar o mundo ler e escrever e abrir-se para o mundo do conhecimento não prive as crianças na educação infantil de abertura de abrir para elas essa janela para o novo mundo e no mais como eu sempre digo educar um ato de persistir com delicadeza