Olá pessoal Espero que todas e todos estejam bem eu sou Marcos Neira professor da faculdade de educação da USP e membro do grupo de pesquisas em educação física escolar que é um coletivo majoritariamente composto por professoras e professores que atuam na Educação Básica realizam experiências pedagógicas e produzem conhecimento sobre a perspectiva cultural da educação física também chamada currículo cultural da educação física ou simplesmente educação física cultural e esta é a terceira videoaula das disciplinas fundamentos teórico metodológicos do ensino educação física um componente curricular obrigatório do curso de licenciatura em pedagogia e metodologia do ensino de
educação física dois que é um componente curricular obrigatório do curso de licenciatura em educação física e o tema desta videoaula é concepções de ensino da educação física ou se vocês preferirem nós assim também trataremos teorias curriculares da educação física na obra documentos de identidade uma introdução às teorias do currículo o curricula o professor da universidade federal do R Grande do Sul Tomás Tadeu da Silva apresenta concepções de ensino teorias de ensino como equivalentes como correspondentes às teorias curriculares e a explicação é razoavelmente simples o que quer uma teoria de ensino definir como nós vamos selecionar
os conhecimentos como nós vamos organizar e desenvolver as aulas como nós vamos avaliar e o que quer uma teoria do currículo definir como nós vamos organizar os conhecimentos como nós vamos organizar e desenvolver as aulas e como nós vamos avaliar uma teoria de ensino e uma teoria curricular uma concepção de ensino e uma teoria curricular querem quer portanto porque é uma coisa só quer portanto formar pessoas de uma determinada maneira é por isso que nesta videoaula nós vamos procurar alcançar o seguinte objetivo que vocês conheçam as concepções de ensino de educação física ou as teorias
curriculares de educação física e que vocês relacionem essas concepções de ensino essas teorias curriculares as identidades que elas pretendem produzir nós Já estudamos e já discutimos em sala de aula sobre esse processo de Constituição identitária nós não estamos pensando que ao propor o currículo de uma maneira ou seja ou a organizar as atividades de ensino selecionar conhecimentos etc de uma determinada maneira nós vamos Obrigatoriamente produzir sujeitos de uma determinada maneira não é disso que nós estamos falando mas estes sujeitos serão fortemente influenciados por aquilo que AC acontecer no currículo por aquilo que acontecer na aula
pelas concepções de ensino que nós colocarmos em ação e para começar essa conversa nada melhor do que retomar o momento em que a educação física é inventada não tinha esse nome mas ela é inventada como experiência pedagógica educação física surge como intervenção pedagógica na escola e é interessante Dizer para vocês que ela surge no século X na Europa mas ela sur ela é trazida pro Brasil ela começa a ser digamos assim ministrada no Brasil no século XVI bem no finalzinho do século XVI e aí nós temos um período que vai do século XVI até os
dias atuais até o século XX passando evidentemente pelo século XX que foi o século em que mais emergiram concepções de ensino educação física e é importante que vocês conheçam até para que vocês possam durante o estágio ou mesmo no Exercício da profissão eh que vocês possam identificar Quais são as concepções de ensino que mais tem relação com aquilo que consta no projeto político pedagógico da escola em que você estagiar na escola em que você estagia ou na escola que você trabalhará ou na escola que você trabalha muito bem então é importante Dizer para vocês lembrar
vocês que no Brasil digamos assim né ao longo do século X durante o século XVI eh E durante o século XIX vigorou um certo modelo de sociedade que nessa videoaula nós estamos chamando uma sociedade em castas no formato de castas e observem que nesse modelo de sociedade há um pequeno uma pequena elipse né um pequeno grupo que está eh menorzinho em cima da da do Grupo maior e obviamente é esse grupo que nós chamamos né de de elites então não havia conexão nenhuma com o grupo que era a maior instituição né populacional Ou seja a
maior parte da população não tinha menor acesso aos bens culturais aos bens produzidos pelo outro grupo e é interessante Dizer para vocês que a escola foi uma instituição criada por essa casta aí de cima por esse grupo que evidentemente né dominava os meios de produção dominava os recursos dominava todo esse processo muito bem e nessa escola como vocês já sabem eh porque estudaram ao longo da história da educação e porque estudaram nos nos seja no curso de licenciatura em educação física ou no curso de licenciatura em pedagogia estudaram como é que esse processo foi se
constituindo vocês sabem muito bem que esta escola colocava em Ação uma determinada concepção de ensino essa escola colocava em Ação um determinado currículo e que nós com base na literatura estamos aqui chamando de currículo ou concepção de ensino tradicional tendência pedagógica também é uma outra expressão bastante usada e como Vocês bem sabem no Brasil nós tivemos uma tendência pedagógica tradicional laica e uma tendência pedagógica tradicional religiosa digamos assim Cristã católica e é interessante vocês se lembrarem que neste momento a concepção de ensino que vigorou a teoria curricular que vigorou o currículo que vigorou no campo
da Educação Física foi o currículo ginástico Então ninguém aqui ninguém que está assistindo essa videoaula teve aulas no currículo ginástico e ninguém aqui nessa videoaula eh é professor ou é professor que está asso essa videoaula é professor ou professora na Perspectiva tradicional ou no currículo ginástico então nós veremos na aula presencial registros fílmicos existem imagens do comecinho do século XX de do currículo ginástico Ah no centro no no no Museu da da Educação do da Secretaria Estadual de Educação não tem esse nome é o centro de referência Mário Covas vocês têm documentos estão inclusive na
internet que mostram fotografias no na antiga escola caetan de Campos lá na Praça da República das dos Estudantes e das estudantes tendo aulas no currículo ginástico ou seja com refer existem planos de ensino estão disponíveis aí para vocês acessar mostrando como é que eram as aulas no currículo ginástico basicamente tinha uma entrada em calor ou aquecimento tinha uma parte principal dessa aula também chamada eh lição propriamente dita e tinha uma parte final dessa aula também chamada descontração ou relaxamento qualquer semelhança com aquilo que vocês já viram principalmente nas academias de ginástica não é mera coincidência
então o que acontece nas academias de ginástica é o método ginástico muito inspirada numa noção de ginástica que também se desdobrou e se tornou o currículo ginástico dentro da escola e na verdade o currículo ginástico ele era muito mais amplo muito maior eh do que somente isso é que no Brasil o modelo eh de ginástica trazido pro Brasil foi o método francês e tinha uma pessoa um guia normalmente alguém com alguma formação nesse assunto que desenvolvia a a uma sequência de exercícios a serem repetidos enquanto a turma Os estudantes as estudantes repetiam esses exercícios na
mesma ordem e no mesmo ritmo e normalmente era cadenciado por contagens tá bom né Por Hoje não tem não tem eh necessidade a gente entender melhor esse esse esse método ou este currículo ginástico muito embora exista uma farta literatura sobre esse assunto a O que é importante é justamente a transição deste modelo de sociedade de castas deste modelo Agrário exportador para um outro modelo cada vez mais urbanizado em que os meios de comunicação se tornam cada vez mais abrangentes e que o sistema de transporte ou seja os meios de transporte também se modernizam ou seja
na medida em que nós vamos nos urbanizando aqui no Brasil na medida em que nós vamos nos urbanizando também muda o sistema econômico também mudam os modos de produção então nós deixamos de ser uma sociedade agrar exportadora e fomos nos urbanizando deixamos de ser uma sociedade organizada em casas e nos tornamos uma sociedade organizada em classes E aí sim aí sim está bem próximo da gente eu mesmo sou uma pessoa que cresci numa edade né organizada por classes né E nós dizíamos as classes mais altas as classes mais baixas As classes superiores as classes inferiores
as classes a b c d e e e assim por diante é uma terminologia que está muito frequente ainda na literatura e e vocês acessam essa terminologia de várias maneiras o discurso né se refere bastante essa noção de classe muito embora vocês já percebam aí pela pelo desenho né que nós produzimos vocês percebam que Ina antes do Século XXI né Ou seja que ela tem lá o seu fim em algum momento do século em algum Em algum momento da segunda metade do século XXX e nesta sociedade de classes a escola vai ser chamada a desempenhar
uma função importante se a escola da sociedade de castas era para bem poucas pessoas se a escola da sociedade de castas era era eram pontilhadas né em algumas cidades em algum al uns lugares e aí havia aquela situação da né das escolas que na verdade elas reproduziam as práticas do dos dos colégios mais importantes dos chamados grupos escolares Então as escolas da das fazendas elas eram ligadas aos grupos escolares dos povoados do centro da cidade digamos assim e a escola ocupava um lugar de templo lá no no Quem Sabe às vezes na praça principal de
muitas cidades como acontece aqui no Estado de São Paulo isso é possível ver em algumas cidades então a escola vai assumir cada vez um lugar mais importante nessa sociedade uma vez que a escola vai ser aquela agência que vai produzir a mão de obra necessária para Essa sociedade que vai se industrializando para Essa sociedade Industrial E aí obviamente tudo que remetesse ao ensino tradicional tudo que remetesse a tendência pedagógica tradicional ou currículo ginástico soava como algo antigo ultrapassado velho e nós precisávamos de uma educação nova e nós aqui na faculdade de educação Já estudamos muito
esse assunto né porque isso parece bastante na nossa nos nossos currículos na nossa formação e vocês sabem muito bem que principalmente a USP principalmente no ano que nós estamos comemorando os 90 anos da USP um dos signatários do documento foi justamente Fernando Azevedo que era um professor formador de professores né professor do Instituto de Educação professor professor que depois se torna professor da faculdade de Filosofia eh Ciências e Letras ou seja um professor que está ali né no no momento de surgimento da Universidade de São Paulo e que é alguém que também assinou o Manifesto
dos Pioneiros da educação nova ele e outras pessoas como Vocês bem sabem várias pessoas aí eh vários intelectuais daquele momento e que vão defender uma educação nova uma escola nova E aí nós deixamos de pensar ou deixamos de acessar o discurso tradicional pelo menos com tanta ênfase o discurso pedagógico tradicional e começamos a acessar o discurso pedagógico escola novista ou a educação nova ou a escola nova E aí sim em vez do centro do processo ser o conhecimento Como era na tendência pedagógica tradicional na escola nova o centro do processo é o estudante E aí
toda essa conversa que vocês ouvem sobre as metodologias ativas as pedagogias ativas é o aluno que tem que agir sobre objeto e conhecimento é graças a esse processo de substituição de um repertório de um estofo conceitual da filosofia Como era na educação tradicional e a incorporação do discurso PSI a incorporação do discurso da psicologia da aprendizagem da psicologia do desenvolvimento da psicologia da educação então a escola nova ao colocar o aluno no centro do processo a escola nova ao basear-se em referenciais como decoli como pestal como freinet como Maria Montessori etc vai olhar pro processo
de ensino de uma outra maneira vai colocar o aluno de uma outra maneira e vai definir os conteúdos de uma outra maneira e vai organizar N A A Experiência pedagógica a experiência curricular de uma outra maneira então é possível dizer que a escola nova trouxe uma série de mudanças por exemplo os estudos do meio por exemplo a pedagogia dos projetos por exemplo o centro de interesses ou seja por exemplo material Dourado por exemplo cozero ou seja há uma série de práticas pedagógicas que a gente ainda enxerga em muitas salas de aula e que tem uma
profunda inspiração no no movimento escola novista a começar da Defesa em conteste da escola pública laica e gratuita que nós seguimos defendendo e avançando nesse processo muito bem mas ã como Vocês bem sabem a escola ou a pedagogia nova ou escola novisimo foram responsabilizados nos Estados Unidos por uma catástrofe que eles enfrentaram na visão deles lá e aí eh nós tivemos o a emergência de uma outra maneira de uma outra forma de pensar a educação de uma outra forma de pensar a o ensino e naquele livro fundamental princípios básicos do currículo e do ensino Ralf
Tyler em 1949 vai propor uma anização muito semelhante a essa que todos nós tivemos na Educação Básica e muitos de nós continuam tendo ou praticando na educação superior ensino superior que esta questão dos conteúdos serem definidos com antecedência os o o quem pensa o processo não é quem executa existe uma certa progressão no nos conhecimentos e o professor e a professora uma progressão na organização dos conteúdos e o professor e a professora precisa ser alguém que domina as técnicas Então quando você diz assim quando você pensa assim quando eu digo ou penso Nossa essa pessoa
sabe muito mas não sabe ensinar Esse é um pensamento muito influenciado pelo discurso tecnicista tecnicismo é o domínio de certas técnicas de certos métodos para fazer com que aqueles estudantes se apropriem daqueles conhecimentos que foram decididos por out trem a partir né da Cultura hegemônica partir do conhecimento científico etc ET etc então a escola de classes a escola na sociedade de classes é aquela escola que rompe com o tecnic que rompe perdão que rompe com a pedagogia tradicional que rompe com o currículo ginástico que se apropria da educação nova que se apropria do discurso escola
novista e que logo ali se apropria também do discurso tecnicista e obviamente a educação física enquanto componente curricular não poderia ficar de fora se Se bem que nessa época não era chamada de componente curricular era chamada como atividade então a educação física ela vai negociar né fortemente com essa prática social se vocês quiserem com essa prática cultural e se vocês quiserem melhor ainda com essa prática corporal que explode ao longo do século XX Ela não é uma invenção do século XX mas ela ganha grande importância no século XX que é o esporte numa sociedade Industrial
numa sociedade de classes o esporte ganha um lugar muito especial Quem disse isso pela primeira vez ou quem tornou esse ess esse raciocínio conhecido foi Norbert Elias então Norbert Elias e er duning eles têm um livro muito importante chamado processo civilizatório que vão fazer uma Vão colocar o esporte num lugar de destaque nesse processo de esse modo ou quando o imperialismo se estabelece o Imperialismo Europeu imperialismo sobretudo inglês se estabelece algo que os colonizadores levaram na sua bagagem entre o final do século XIX né E até a primeira metade do século XX foi a prática
esportiva tanto é né que nós aqui durante muito tempo nas escolas o que que nós trabalhamos nas escolas o futball o basketball o Hand b e o voleibol ou seja são quatro modalidades Euro estadunidenses quatro modalidades que vieram nessa bagagem né por isso que eu caprichei nesses nesses prefixos né ou seja são quatro modalidades que vieram nessa bagagem de colonização vocês estudaram em poeb os ou devem ter estudado ou Talvez tenham estudado os acordos MEC ide e sab muito bem que nós incorporamos aqui o tecnicismo educacional nós trouxemos também um esporte que era o que
era trabalhado nas escolas estadunidenses não só mas também bom então o esporte passa a ser o currículo esportivista passa a ser aquele que vai forjar o caráter vai ensinar a competir olha aqui uma sociedade capitalista né como é importante ensinar a competir dentro de certas regras né então vai ensinar a competir claro né sem se dar conta que sempre são os mesmos que ganham então muito interessante essa discussão nós vamos aprofundar em sala de aula e peço por favor que façam a leitura da bibliografia indicada porque é algo fundamental para acompanhar esse debate mesmo porque
a discussão das identidades está no texto e não está na videoaula E aí também uma outra uma uma outra mudança importante na educação física já que nós abandonamos né também fomos abandonando o tecnicismo o digo a o escolanovismo nós incorporamos PR educação física uma noção muito diferente nós baseados na psicologia do desenvolvimento nós passamos a entender as aulas de educação física como aquele momento que poderíamos contribuir com o desenvolvimento integral das Crianças ora mas a ginástica não propunha isso propunha também n mente sã e corpo são mas o esporte não propunha isso também propunha porque
o esporte também trabalhava com a mesma base teórica da ginástica que é anátomo biologia e também tinha como meta a melhoria da aptidão física mas com o tecnicismo Educacional com a mudança dos currículos com a a a a negociação que a escola faz com a sociedade Industrial ora a educação física precisava contribuir com a formação do do cidadão com a formação da cidadã né e e pensando nesse indivíduo de forma integral então a educação física vai apostar na Perspectiva psicomotora ou no currículo psicomotor que é por meio das atividades de movimento desenvolver aspectos cognitivos afetivos
sociais e psicomotores ou por meio das atividades de movimento contribuir para o alcance de níveis elevados do desenvolvimento motor que nessa teoria eles carregariam juntos desenvolvimentos cognitivo e afetivo social Então as músicas que Nós aprendemos a cantar na escola quando éramos crianças e essas músicas acompanhadas de gestos como Cabeça ombro perna e pé perna e pé e algumas pessoas conhecem outro jeito ou brincar de amarelinha na escola para ensinar sequência numérica gente tudo isso tem a ver com essa perspectiva psicomotora que foi muito internalizada principalmente na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamentais
do Ensino Fundamental também veremos vídeos eh durante a aula presencial que ilustram bem o currículo pedagogia tendência pedagógica tecnicista e o currículo psicomotor e o currículo desenvolvimentista que é que são base que o currículo desenvolvimentista fundamenta aquelas aulas que visam a melhoria das habilidades motoras que todo mundo saia do estágio inicial das habilidades motoras que todo mundo alcance o estágio final das habilidades motoras e É nesse contexto desta escola capitalista desta escola que passa a ser fortemente criticada nos anos 60 nos anos 70 e nos anos 80 por autores como Pierre bourget e establ passeron
ah Luiz Aler Paulo freir ou seja há um conjunto de trabalhos lá nos anos 60 nos anos 70 nos anos 80 que vão denunciar Esta escola como uma agência de reprodução da desigualdade social são as teorias crítico-reprodutivistas e nesse contexto emergem tanto na Europa nos Estados Unidos como no Brasil também as pedagogias críticas também chamadas pedagogias dos conteúdos Então se as pedagogias tradicionais colocavam o centro no process o centro do processo no no conhecimento a ser transmitido se as pedagogias tradicional Escola Nova colocavam o centro a pedagogia nova colocava o centro do processo no aluno
a pedagogia tecnicista né as tendências pedag a tendência pedagógica tecnicista colocava o centro do processo nas técnicas de ensino as pedagogias críticas ou as teorias críticas aqui no Brasil né a a a sobretudo a histórico crítica e a crítico social dos conteúdos de saviani e de Libânio elas vão colocar no centro do processo novamente o conhecimento o conteúdo mas não mais aquele conteúdo entre aspas neutro as pedagogias críticas isso está em pedagogia crítica uma introdução do do do savian as pedagogias críticas ela pedagogia histórico crítica uma introdução elas elas apostam na transmissão dos conhecimentos dos
conteúdos eh da cultura hegemônica mas de uma forma sem a ideologia ou seja desideologizado ou seja mostrando não é retirar a ideologia é mostrando Como opera a ideologia naqueles conteúdos da classe dominante bom é óbvio que na educação física isso também teve reflexos E aí emergem no comecinho dos anos 90 duas correntes críticas na educação física a pedagogia crítico a a pedagogia da educação física né a metodologia o currículo crítico superador e o currículo crítico emancipatório que não vem ao caso aprofundar no final da videoaula eu vou dizer onde vocês podem buscar todas essas referências
que eu tô utilizando aqui bom então na pedagogia crítica da educação física o que se desejava fazer uma crítica de como aqueles conhecimentos que povoavam o currículo da Educação Física estavam contaminados com a ideologia capitalista E adivinha qual foi o alvo prioritário Esporte o esporte enquanto uma prática corporal Euro estadunidense Branca Cristã heterossexual e burguesa foi fortemente criticada então então a discussão da pedagogia crítica no Brasil e da Educação Física ela teve uma influência do Marxismo muito grande teve uma influência da teoria da ação comunicativa da escola de Frankfurt também muito grande e aí a
minha geração de professores e professoras né ou seja Eu me formei nos anos 80 né e fiquei na escola né lidei com essas conversas com esses discursos com essas obras fazendo os concursos me apropriando dessa discussão nós a nossa geração aprendeu que não deveria mais ensinar técnicas e regras das modalidades esportivas O problema foi Que Nós aprendemos que não deveríamos ensinar aquilo mas nós não sabíamos muito bem o que fazer então né E aí os efeitos que vocês provavelmente vivenciaram e que eles estão muito bem marcados naquele texto da semana passada da Roselie cão Fontana
mais uma vez não perco a chance de dizer o texto mais importante Ante da nossa disciplina bom mas nada como um dia depois do outro a sociedade em algum momento do da segunda metade do século XX ela começa a se transformar o capitalismo vai deixando o lugar né para uma outra racionalidade não mais a racionalidade capitalista mas agora a racionalidade neé Liberal a modernidade vai deixando lugar para um outro tipo de pensamento para um outro tipo Projeto de projeto de sociedade que é o projeto pós-moderno e nós temos uma sociedade não mais uma sociedade de
classes mas agora uma sociedade eh em formato de rede uma teia social então a literatura a respeito vai dizer que agora nós não pensamos mais em classe alta e classe baixa classe média né classe alta baixa e média nós vamos pensar agora naqueles que estão mais ao centro e naqueles que estão mais a periferia e periferia nesse sentido é eh aquela região da sociedade em que os bens culturais produzidos por determinados segmentos ficam menos disponíveis se você conhece muito bem a cidade de São Paulo se você conhece bem a cidade de São Paulo tem candidato
a prefeito que não conhece bem se você conhece a cidade de São Paulo você sabe muito bem como é que isso se organiza você sabe muito bem a distância que às vezes é só de 10 km mas a distância de acesso aos bens culturais para quem mora em certas regiões e para quem mora em outras regiões como CP faz diferença né inclusive na taxa de mortalidade infantil e na taxa na Idade Média né na taxa de vida né ou seja na na longevidade termo correto né na longevidade das pessoas Então é importante levar isso em
consideração ou seja nós vivemos uma sociedade e todas esses tracinhos querem dizer eh as vias pelas quais nós acessamos ou não as coisas quem está mais ao centro tem mais tracinhos aí cruzando mais linhas cruzando e numa sociedade globalizada multicultural eh neoliberal e profundamente desigual Nós também vamos acessando graças as tecnologias digitais de informação e comunicação vamos acessando aí uma série de significados atribuídos às coisas do mundo e nesta sociedade duas coisas interessantes aconteceram com a escola primeiro que a escola recupera uma discussão Graças às pedagogias das competências a escola recupera uma discussão lá do
tecnicismo Educacional e o termo neotecnica é de dermeval saviani no seu livro História das ideias pedagógicas né então a escola recupera a discussão do saber fazer a escola recupera a discussão do trabalhar com situações problema a escola recupera a discussão que O importante são boas atividades de ensino Basta ver a discussão das metodologias ativas ou seja como isso está presente né E como a gente se se apropria disso de diversas formas digamos assim e é evidente que isso teve um reflexo na educação física também e o reflexo que a pedagogia das competências e o reflexo
que o neotecnica e o reflexo que a sociedade neoliberal teve na educação física é o surgimento do mesmo pensamento que nós já tivemos lá no final do século XIX nos primeiros anos do século XX com a questão da preocupação com a saúde mas dessa vez não mais formar um cidadão uma cidadã que saiba que que tenha na escola construído a sua saúde corporal mas alguém que saiba gerenciar gerir a sua própria saúde formar um cidadão que adote como estilo de vida a atividade física ou seja formar um cidadão fisicamente ativo e é toda essa discussão
que você vê na escola com a questão da do certos alimentos sim ou não o programa saúde na escola certas práticas que nós fazemos na escola às vezes muito voltadas né para disseminação de uma certa ideia de saúde corporal como eh dia do desafio etc etc o que você vê ali é uma narrativa um discurso que o importante é que na escola a gente aprenda a cuidar bem da saúde que veja bem Não estou dizendo que isso não é importante o que eu estou dizendo é que a educação física se apropriou dessa discussão e como
se ela se bastasse ao ensinar todo mundo a cuidar bem da própria saúde Ora como é que você vai formar cidadão crítico se você ensina a pessoa a fazer abdominal por exemplo complicado não é muito bem e uma outra preocupação que aparece cada vez mais presente e que se nós somos pessoas marcadas pelos marcadores sociais das Diferenças se nós somos uma idade eh múltipla se nós defendemos o direito de todos os corpos A frequentarem a escola do começo até onde eles quiserem se nós defendemos que todas as identidades corporais têm que ser reconhecidas e valorizadas
vocês vão de convir que não tem a ver fazer um discurso de saúde porque o discurso da saúde na educação física é o corpo magro esbelto com a taxa de gordura tanto blá blá blá blá blá n que não come isso que não come aquilo Esse é o discurso da saúde na educação física o discurso da saúde que impregnou a educação para a saúde no currículo escolar é isso né porque também existe uma noção de saúde coletiva que é uma outra noção bom mas no campo da da de olhar para uma escola sensível às diferenças
uma escola um currículo que afirme as diferenças você não pode mais trabalhar com a discussão da Saúde você não pode mais trabalhar com a discussão das competências você não pode mais trabalhar com a discussão das teorias críticas que são baseadas no Marxismo que é uma teoria Concebida no final do século XIX ou na segunda metade do século XIX você não pode trabalhar com essa ideia da da psicologia do desenvolvimento É nesse momento que as teorias pós-críticas vão se né vão se apoderando da discussão do currículo ou seja o a discussão do currículo foi ao contrário
a discussão do currículo vai se apropriando da teorização pós-crítica e a discussão do currículo vai sendo impactada pelos estudos culturais pelo pós-estruturalismo pelo pós-colonialismo pelos estudos de gênero pela teoria queir pelo pós-modernismo pela pelas filosofias da diferença Então você tem aí uma sabe um respiro uma oxigenação já que a gente tava criticando a questão da saúde né do discurso da saúde na educação física né que fique bem claro a saúde É óbvio que é um direito de todas as pessoas então a teoria as teorias pós-críticas vão se apropriando uma outra discussão e elas vão até
ressignificar tudo isso que eu acabei de dizer aí com com relação à saúde então sim a educação física é um componente curricular que vai tematizar as práticas corporais e muitas pessoas realizam as práticas corporais com finalidade de saúde tá ótimo mas também elas realizam para se divertir mas também elas realizam porque aquela é a profissão delas mas também elas realizam por motivos religiosos mas também elas realizam com intencionalidade competitiva a já vista jogos olímpicos mas também elas realizam isso ou realizam as práticas corporais com finalidades sedutoras então existem vários significados atribuídos às práticas corporais ora
quem te ajuda a pensar no significados pós-estruturalismo estudos culturais Existem várias formas de conceber as práticas corporais então a escola não vai ser aquele lugar que vai ensinar as pessoas a fazer isso então a discussão pós-crítica ela vai chegando na escola Basta ver a preocupação que nós temos com a a abordar a história e a culturaa a brasileira africana indígena Basta ver a história a preocupação que nós temos de produzir currículos produzir e aí currículo políticas curriculares que incluam as pessoas com deficiência que incluam as comunidades coram bolas que incluam ou currículos para as Comunidades
Quilombolas currículos para as comunidades indígenas currículos cada vez menos atravessados pelas questões colonizadoras ou seja currículos cada vez mais descolonizados ou seja toda essa discussão é uma discão solução que não está no neotecnica não está nas teorias Críticas não está na escola nova nem no tecnicismo muito menos nas teorias tradicionais isso está na teorização pós-crítica e É nesse lugar que está a perspectiva cultural da educação física também chamada currículo cultural ou simplesmente educação física cultural ou educação física culturalmente orientada muito bem colegas Ah vocês podem encontrar vídeos que abordam cada uma destas eh Vertentes de
ensino cada uma destas perspectivas de ensino cada uma dessas teorias curriculares em cima no canal do GPF vocês estão lá os vídeos eu vou colocar os links na descrição coloquei os links na descrição quando vocês assistirem Eu já coloquei então eu coloquei os links na descrição para que vocês também se quiserem ver como que são essas aulas né da educação paraa saúde como que são essas aulas do da desenvolvimentista como que são essas aulas da perspectiva psicomotora como que são essas aulas das teorias críticas da educação porque o Que Nós faremos aqui aqui pra frente
no nosso curso é estudar cada vez mais e com profundidade as teorias pós-críticas seus impactos na educação física seus impactos no currículo da educação física e a invenção a criação da teoria curricular cultural da Educação Física então é isto fiquem bem Se cuidem muito a turma da pedagogia nós nos encontraremos na próxima terça-feira a turma da da educação física nós nos encontraremos na próxima quarta-feira Até lá nos veremos