AINDA É POSSÍVEL AMAR? | SALVA-VIDAS | EMANUEL ARAGÃO

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Emanuel Aragão
Um vídeo sobre o amor e sobre a possibilidade de amar nos dias de hoje? O link para a venda do meu ...
Video Transcript:
Gente do Céu em quanto tempo eu não sei eu não sei realmente se eu consigo fazer esse negócio aqui mais estô muito destreinado faz meses já que a gente não se vê e eu vou o vídeo de hoje é um vídeo bastante importante eu acho tô pensando nele há mais de dois meses é um vídeo que tenta responder a questão que é a seguinte é possível amar e ser amado ou é possível o amor hoje nos dias de hoje eu acho assim que talvez essa seja a pergunta que eu mais no fundo a gente acaba
mais chegando a ela tanto na nos atendimentos quanto nos textos da alto escrita que é esse processo que a gente leva adiante aqui nesse canal há anos já e a gente já tentou aqui responder a essa questão várias vezes de várias formas acho que a gente já forneceu algumas respostas mas sem dúvida várias perguntas a respeito dessa dessa desse Campo aí dessa história e eu acho que hoje a gente tem muitas muitas histórias para desenrolar muitos aspectos disso para desenrolar tô feliz de gravar vídeo e de novo e um pouco um pouco nervoso também de
gravar de novo eu vou te dizer aí para você pegar um café uma água um troço assim porque a gente vai longe Assim né a gente vai falar de muitas coisas no meio disso tudo e ainda assim não vai conseguir encerrar a história obviamente não vai conseguir encerrar então eu convido você já de cara a comentar embaixo e questões ligadas a essa questão que não que a gente não que a gente não V se a gente não tocou não falou coloca aí que que você pensa sobre pra gente ter mais o que dizer tá e
a minha ideia para esse ano é tentar fazer um vídeo por mês né tentar tentar tentar só tentar assim a vida tá muito corrida muito Muitas muitas demandas muitas coisas muito legais e eu não não tô conseguindo gravar o tempo todo toda semana é estranho isso para quem já gravou todos os dias né Por por um tempão e mas enfim Tudo bem eu acho que é mais legal tentar fazer vídeos mais aprofundados assim né então e como esse de hoje e hoje a gente vai tentar responder essa questão que é se é possível ainda amar
nos dias de hoje e quais que são as coisas que inviabilizam a gente ou que dificultam o amor né e e se e qual saída que a gente encontraria para isso né que saídas que a gente poderia pensar vislumbrar para isso tá bom então tá bom vamos lá eh a primeira coisa eu acho que pra gente tentar tentar colocar essas questões é é é se perguntar o que que a gente chama de amor né O que que é amor Que negócio é esse o amor é uma palavra que que acho que muita gente usa de
muitos jeitos para muitas coisas diferentes né uma espécie de guarda-chuva grande assim dentro disso cabe tudo né você vai colocando embaixo dele muita coisa né é um meio um sacão sem fundo na dúvida a gente coloca lá a história e diz que chama amor né não sei se é assim então a gente vai tentar E aí vou indicar para vocês um livro que eu acho legal eh do dunker que se chama arte de amar que é muito tem um monte de coisa lá é um curso que ele deu e ele abre muitos aspectos acho que
acho que para quem tá querendo eh fuçar nesses nesses sentidos Esse é um esse é um bom um bom lugar tem coisas bastante interessantes no livro e ele tem um fluxo de fala né ele vende uma fala de falas O que é assim muito muito bacana e muito muito tradicional da psicanálise né você tem as conferências do Freud seminários do Lacan e tal e E tantas outras comunicações orais né que são muito importantes pra psicanálise eu acho que então é é um negócio que vale a pena e Mas então as respostas que a gente vai
dar aqui vão a gente vai tentar partir de uma de um pressuposto muito mais determin nado sobre o que que é amor o que que seria o amor pra gente poder responder essa pergunta se é possível Amar no dia de hoje o a gente vai definir aqui o amor como ah Algo que estaria ligado à formação de um campo de vínculo e e pra gente o vínculo o que que é o vínculo na minha nomenclatura aqui que é uma derivação da neurociência afetiva do pun através da leitura do PMs tudo isso está embaixo tudo que
eu citar aliás gente tá embaixo os textos os livros tá embaixo na descrição os vídeos que eu vou você tá tá tudo a embaixo tá não não bota o Card Mas tá tudo a embaixo Mas então o que que seria o amor né então a gente tem as nossas sete necessidades emocionais tá emb baixo se você quiser entender dentro dentro dessa set a gente tem duas específicas específicas que são a formação que constitui a união dos poderes dessas duas forças dessas necessidades que a gente tem necessidades emocionais ou seja necessidades que tem por objeto de
satisfação outros sujeitos e não outras coisas inanimadas sujeitos né pessoas então eh essas duas necessidades que formam o vínculo né são a que eu chamo de necessidade de ser amado e a necessidade de cuidar né Essas essas duas forças formam como que uma chave e fechadura e essa essa montagem aí é que a gente vai considerar que o que eu chamo de amor aqui né E então necessariamente para que o amor ocorra a gente precisa dessas duas forças operando ao mesmo tempo né Isso pode flutuar ao longo de um período da vida e tal ponto
entre duas pessoas mas a gente precisa ter essa essa essa formação a formação que a gente que eu considero aqui no livro tá aqui o livro só um minutinho vou pegar aqui ó eh tá aqui então isso é o capítulo os capítulos seis e sete desse livro tratam essencialmente disso do campo de vínculo detidamente assim então se você quiser olhar entender o que eu tô falando melhor vai lá mas então a gente tem essa coisa que a gente considera o campo de vínculo original eh e Inicial né que eu chamo de primeiro amor que é
na figura básica estereotípica a relação mãe bebê né então a a necessidade de cuidar Fica por conta da mãe a necessidade de ser amado Fica por conta do bebê e então só que esse é o momento no qual a gente tem essa formação que a gente tem aí uma coisa que a gente chama de amor incondicional isso é muito discutível não vou entrar nos pormenores disso mas o ponto é que o bebê não não considera as condições e que definem o que garantem que ele vai ser amado não então não não não as condições não
estão dadas para ele ele não tá pensando nisso eu tenho que ser assim para ser amado tem que se eu falar assim não vai dar certo se eu botar tal roupa ou se eu engordar ou se eu fracassar ou tal coisa ele não tá pensando nada disso ele chora e supõe que ele vá ser acolhido né então Eh nesse sentido o o Esse Amor Acontece aí e importante perceber né necessidade de ser acolhido ou ser amado de ser cuidado de ser contornado são várias maneiras de dizer a mesma coisa no final das contas coisas que
vão variando ao longo da vida mas de ser contornado por essa mãe que tem uma necessidade de cuidar Então se esse bebê ele não é contornado dói ele sente uma dor concreta dor física mesmo uma coisa uma impressão de morte que a gente costuma chamar de de pânico e eh que continua com a gente na vida adulta também em algum grau e se essa mãe não cuida ela se ela sente muito muito desconforto também um uma uma também uma elevação de tensão que que tá ligada à não satisfação dessa necessidade Então ela tem é importante
necessidade de fato de cuidar desse desse bebê então a a a a junção dessas duas isso vai variar de mãe para mãe e pode e o pai também pode ter necessidade de cuidar Claro e a tia tal coisa não tô falando só do da figura estereotípica da da base tá então tá então essa ess essa aí é é a é a montagem básica do vínculo que a gente vai chamar assim de o primeiro amor né A vida vai passar você vai sair desse vínculo original dessa dessa dessa figura do primeiro amor o amor incondicional vai
acabar e a gente vai passar a ter que enfrentar uma série de condições para amor se D E aí a gente tem muitos problemas que vão acontecer a partir daí isso tem muito sobre isso no vídeo nos dois vídeos muito importantes desse canal que um é o transtorno do desamparo generalizado tá embaixo e o outro é o luto narcísico tá embaixo também mas Resumindo a ópera não vou me aprofundar nesses assuntos mas no dado momento esse amor incondicional vai acabar e esse bebê agora uma criança vai ter que começar a a a lidar com as
condições e que seriam necessários para ele garantir um certo amor o amor incondicional nunca mais vai voltar não tem mais amor incondicional ele acaba ali mas a gente fica querendo voltar para ele e uma das respostas em fantasia do retorno da possibilidade de retorno a esse amor incondicional é justamente o amor romântico né então a gente eh fantasia que no amor romântico a gente finalmente vai voltar a ser amado de forma Incondicional né então a gente vai ser especial Central escolhido né então numa fantasia narcísica de voltar a ser Central eh tá Muito que bem
seguindo aí e tal eh mas o o o importante que a gente consiga compreender é que e essa figura original Inicial ela não vai mais se montar na na vida adulta a gente não vai vai mais conseguir ter um encontro que tenha como lógica basal estruturada eh a a ocupação de uma dessas posições por um sujeito e da outra por outro então a gente não vai mais ter uma mãe e um filho na idade adulta né a gente vai ter por exemplo dois amigos né E nesse caso os dois amigos ou um casal por exemplo
eh E então a gente tá falando aqui de vínculo vínculo não precisa ser Amoroso no sentido romântico né mas os dois amigos eles vão eles vão ter que ocupar essas duas posições em algum momento da história então Eh Em algum momento da história um vai ter que cuidar e o outro vai ter que ser cuidado e essas posições vão ter que se alternar isso é muito importante para que a gente Entenda como que vai funcionar o amor na idade adulta a gente não vai conseguir retornar para para essa para essa para essa figura estanque na
qual um cuida e o outro é Cuidado a gente vai a gente vai precisar e fazer alternâncias né princialmente porque a gente não tem mais algo que é mediado por essa necessidade de cuidar da mãe né só que quando a gente vai pr pra vida adulta o que a gente quer na condição de exfil ex crianças e de bebês crescidos é retornar pra posição na qual a gente é central e contornado por isso que o amor romântico é tão é tão forte né porque é uma fantasia de retorno essa posição mas tem aquilo que eu
chamo de paradoxo do amor romântico que é as duas pessoas entram nessa cena com a mesma demanda querendo os dois ser centrais na história ser ocentro ser aquele que é amado né então isso vai dar a creca que dá e as falhas que ocorrem no nos relacionamentos tem muito a ver com isso mas então tá então a gente vai definir o amor como a formação de um vínculo eh no na no na qual dentro dessa formação existe a necessidade de ser de cuidar e de ser cuidado e que essas Essas funções vão se vão ter
que se alternar de parte a parte já que não estamos mais no primeiro no primeiro amor que seria o amor eh infantil então a gente tá num que a uma coisa que a gente chama de segundo amor né é um amor adulto que no no qual o vínculo é formado com essas duas necessidade se alternando entre os sujeitos ah Espero que tenha dado para entender e esse ess essa definição que eu dei aqui é o é o último capítulo desse livro aqui também do 10 princípios antes do fim né se você quiser entender tem toda
uma trajetória narrativa para experimentar a compreensão disso além de só eh tratar desse conceito mas eu vou colocar também as as vídeos aí embaixo sobre as condições da formação do vínculo tem um vídeo sobre os cinco passos para formar o vínculo eh que acho que pode ajudar cinco um negócio assim um desses títulos assim mas tá embaixo o vídeo é muito legal né como que ele explica eh esse processo e como acho que fica claro nesse nisso que eu acabei de descrever para que o vínculo ocorra se a gente tá dizendo da necessidade de cuidar
da necessidade de ser cuidado ou do ser amado a gente tem que pressupor que vai haver uma falha que vai haver uma dor que vai haver insegurança que vai haver algum tipo tipo de derrota né e de não conseguir de não dar conta né Então nesse sentido que a gente tá definindo o amor depende disso então ele Depende de uma falha que é acolhida de uma por uma das partes né então isso é muito muito muito importante talvez a coisa mais importante o amor depende de uma falha que é acolhida né o vínculo se estrutura
num lugar no Qual a falha ela causa acolhimento e não ameaça de abandono is é uma frase que eu repito a falha gera acolhimento e não ameaça de abandono isso é o vínculo isso é o amor pra gente tá então se a gente começa a trabalhar com premissas de que a gente não pode falhar ou de que a gente deve tem que ser bem-sucedido vitorioso para ser amado isso implica que a gente não está falando de amor dentro dessa definição que a gente deu é muito importante entender se você puder parar agora e pensar se
você tá pensando que o sucesso que a Vitória que o atributo nesse sentido é a condição ou é a coisa que vai causar o amor a gente não está falando de amor aí pela definição que a gente acabou de dar de amor e conectada à ideia do campo de vínculo e da da ideia de segundo amor como noção de campo de vínculo no qual a os sujeitos ocupam posições alternadas daquele que cuida daquele que é Cuidado tá bom então isso aponta para já assim talvez o grande sintoma que a gente enfrenta que é a impossibilidade
de falhar né né porque a falha é a condição fundamental para isso ocorrer tá E aí a gente vai então agora aos poucos pensar nas muitas condições que que inviabilizam esse processo né uma delas que tá dada aí já no que eu tô falando é uma sociedade que demanda o sucesso né uma sociedade que não tem espaço para falha mesmo né então Eh e a gente as falhas vão ocorrer na vida a gente vai fracassar necessariamente né Então até porque assim se alguém ganha alguém perde né assim né se a gente tem uma disputa direta
é assim que vai ocorrer e isso e supõe-se que seja assim né e e quando a gente fala tá falando disso de disputas a gente tá falando de dominância dominância é uma outra necessidade que a gente tem das necessidades emocionais né que que que passa por eh por disputas diretas ou por comparações né quem é melhor que quem quem é maior que quem né Essas comparações podem ser com o outro diretamente eu consigo mesmo em montagem do ideal do Eu então o ideal do Eu é assim é essa resposta que a gente constitui para aquilo
que falhou lá atrás Então o meu amor incondicional acabou e eu monto essa resposta através do ideal do Eu ele acabou porque eu não era bom o bastante forte bastante inteligente bastante bonito bastante rico bastante magro bastante né na na na montagem nos atributos adultos então isso isso a gente chama de inadequação tá embaixo também se quiser olhar o ideal do Eu é a resposta através de uma comparação que tem a ver com a dominância eh consigo mesmo ou com o outro daquilo que você deveria ser para ser amado e essa Montagem é então se
a gente volta a nossa definição de amor por definição inviabiliza o amor né então o ideal do Eu por definição inviabiliza o amor né então se eu penso que eu tenho que ser tal tal tal três pontinhos para ser amado e eu consigo ser por exemplo eh o que eu que eu recebi aí não é amor né pode ser admiração pode ser inveja pode ser idolatria pode ser até uma idealização de por uma outra figura e tal de uma outra forma né pode ser uma colocação num lugar que é necessário para que eu achea Ah
então Aquele é aquele que Eu precisaria que Eu precisaria ser que um por um terceiro olhando mas não é amor né amor pressupõe a possibilidade de falhar tá então mas então a gente tem um campo social que em função do do modelo estrutural do capitalismo que implica a produtividade que tá tá ligado à produtividade ao lucro eh a a a falha né tá ligada a não produtividade então é um modelo que tem que resultar que tem que produzir que tem que eh tem que converter né então a taxa de conversão vamos dizer assim de cada
atividade isso tem que ser útil para aquilo isso tem que converter naquilo outro isso tem que gerar aquilo outro isso tudo é uma métrica de sucesso né então a gente tem a gente vive num mundo que é mensurado por isso o tempo inteiro né E então neste mundo todos os fracassos isso Como disse né Então essa ideia tá ligada à dominância né então ser melhor conseguir ser capaz ser eficaz e tal tal tal e todos os fracassos disso aqui vão apontar para para um problema estrutural nessa lógica né então se você não consegue performar você
não é bom bastante para esse funcionamento que é o funcionamento do mundo do capital da produção e tal eh e a gente então constituiu através do ideal do Eu a noção de que é com essas montagens que a gente vai conseguir ser amado e a gente vive num mundo que não não aceita essas montagens né a falha dessa montagem perdão e então eu eu não tô querendo dizer com isso que outros modelos sociais não não utilizem a a métrica de sucesso vamos dizer assim de conseguir conseguir algo acho que isso tá isso é presente uit
muitos aspectos muitos muitos modelos sociais mas no capitalismo já que a demanda de lucro é a demanda central e a gente tem que a gente tem que ter uma taxa de conversão das coisas e maior do que seria a natural então ele não viabiliza a falha eh então no nosso no nosso no nosso modelo brasileiro específico a gente já que a gente tá a gente tem que conseguir perform e a gente tá constantemente ameaçado de falhar por conta de um certo desamparo estrutural social a gente para Além disso tem uma uma posição intensa de ameaça
né objetiva vamos dizer assim se você falhar você vai ser demitido você vai perder seu emprego Se você não for bom você não vai ter lugar no campo social de Fato né concretamente né no Brasil isso é muito concreto e isso coloca a gente então um outro aspecto então ligado a essa a essa noção do do campo social e do sucesso do ideal do Eu que é uma posição constante de ameaça e na posição de ameaça o que tá priorizado pelo nosso sistema psíquico é uma outra necessidade que é a necessidade de fugir tá ligado
ao medo ou à ansiedade né então a gente tá constantemente ameaçado e ansioso porque a falha implica que na na noção de que você seja ejetado E logicamente não amado porque você não tá cumprindo o ideal do Eu que foi a resposta lá atrás Então essa essa essa prevalência vamos dizer assim de um certo humor de uma certa eh montagem emocional de ansiedade ou de medo ou de ameaça ela já que o nosso sistema funciona de moda a priorizar os afetos alguém que está ameaçado não é capaz de amar né então is isso é uma
coisa assim o objetiva do nosso funcionamento se você tá ameaçado Você não é capaz de transar por exemplo né Porque você vai ter que priorizar uma outra coisa não dá então animais ameaçados não não transam não gozam vamos dizer assim eh né então humanos também não então o i humanos ameaçados também não vão ser capazes de amar de se abrir para o vínculo entre outras coisas porque o vínculo demanda confiança né tem essa molécula aí que é oxitocina que é a gente fala muito sobre ela que tá ligada ao vínculo e ocitocina ela é eh
antes de qualquer coisa uma modulador de confiança mais do que de amor de confiança confiança no sentido de que para conseguir amar você tem que estar confiante que você Pode falhar Então você tem que estar tranquilo para poder se abrir para poder falhar para poder ser acolhido tem todas essas etapas né então ocitocina não vem do nada a ocitocina Depende de uma certa tranquilidade para falhar Então se a gente tá ameaçado demandado pelo ideal do Eu e ameaçado a gente não consegue falhar Não Pode falhar se a gente não pode falhar não tem confiança para
falhar a gente não tem chance de formar vínculo uma outra coisa fundamental do vínculo né Eh me fala se deu para entender essa essa essa essa estrutura né se a gente tá com ameaça ameaça priorizada a gente não tem chance de de viabilizar essa esse funcionamento da oxitocina dessa tranquilidade confiança para falhar e gerar o possível acolhimento uma outra coisa fundamental do acolhimento e do vínculo é que ele demanda tempo objetivamente que é um outro dado né que a gente também eh não não tem né no nosso no nosso no nosso mundo de hoje tempo
uma formação de um campo de vínculo não depende de eh exatamente de intimidade no sentido o que que é intimidade né ah encontrei Fulano conheço Fulano muito bem e a gente se deu super bem dois dias e tal duas semanas a gente vai eh ficar junto e se entendeu melhores amigos ou casados e tal vínculo demanda tempo que é um negócio que a gente não tem eh o vínculo Inicial por exemplo entre o o bebê humano tá não os outros mamíferos todos os mamíferos TM isso que tô falando né mas pro humano leva alguns meses
né para você testar se aquela pessoa e dá para contar com ela então você tem que falhar bastante precisar de ajuda e você então vai entender nesse tempo que é possível confiar nessa pessoa então você tem que ter espaço de falha num num determinado percurso decurso do tempo que é outra coisa que a gente não tem a gente não tem tempo né já que a gente tá demandado e trabalhar produzir lucro e ser bem-sucedido né Tá tentar e contemplar o tá altura aí do ideal do Eu a gente não tem tempo a perder né então
porque o tempo tem que ser aplicado em né ele tem que bater as metas ele tem que resultar alguma coisa ele tem que converter então a gente não tem esse tempo que seria necessário para esse espaço de falha subsequentes das duas partes lembra que é alternado que vão eh se suceder e viabilizar a formação de um de um vínculo e a gente não tem isso né então a gente faz de tudo para apressar esses processos e para pressar as montagens de vínculo que no final das contas são por definição também artificiais porque o vínculo demanda
tempo e a gente não tem tempo a gente tá priorizando a sobrevivência a saída da ameaça E a sustentação do ideal do Eu então eh objetivamente a gente não tem tempo mesmo e subjetivamente a gente não tem tempo do outro né para o outro outro esse tempo de do que seria uma coisa um dado fundamental que é se perder no outro né se perder com o outro no outro para o outro né então esse essa que é uma coisa que a gente não consegue fazer porque não dá tempo n quando termina o dia depois do
do dia de trabalho Infernal que você teve você não quer se abrir pra falha do outro nem pra sua né Você quer só ter algum alguma resposta de algum algum tipo de consumo fácil de algum algum prazer vamos dizer assim eh que te anestesie para que você possa dormir e começar de novo no dia seguinte Então nesse sentido eh sem tempo e exausto é impossível amar né exausto porque não tem abertura condições eh de acolher o outro para acolher o outro a gente tem que ter condições se sentir se sentir capaz disso né então lembrando
a gente vai ter que ter para montar o vínculo as duas posições sendo atendidas né então alguém vai ter que cuidar né sinto dizer mas alguém vai ter que cuidar em algum momento eh essa é uma parte também muito importante da história o o o tempo né a a falta de tempo que a gente tem E aí a gente chega num outro ponto que esse talvez mais complexo ainda que é uma certa noção de flexibilidade ou de flexibilização vamos dizer assim né se eu tô no mundo ah só em busca de ser central de retornar
à posição de centralidade a posição narcísica nesse sentido né tem que ser do meu jeito eu tenho que que receber o que que eu quero no no no campo amoroso eu quero o reconhecimento de que eu sou central de que eu sou especial de que eu sou incrível né Eh e isso implica muito pouca flexibilidade muito pouco espaço para ceder para negociar eu não tô dizendo aí gente porque várias vezes vai para esse lado né de que então ah então é tem que ceder tudo Não é esse o ponto a gente não não é aí
que eu não é aí que eu estou querendo chegar mas o mundo é como nós que demanda o sucesso e que ao mesmo tempo nos oprime tanto ah o que a gente quer ó que a gente busca no amor é um reconhecimento da nossa importância tantas vezes né do quanto Somos especiais e incríveis Então a gente tem muito pouca condição de flexibilizar sabe de ouvir o outro de entender o que que o outro precisa de entender que talvez a gente não vá ter o que a gente precisaria naquela hora mas que ainda assim a gente
reconhece que precisaria e diz pro outro que precisaria e negocia para entender os limites disso mas então quando o outro eh não nos satisfaz ou não reconhece a nossa importância o quão extraordinário nós somos a gente anula o outro né a gente apaga o outro e joga fora e bloqueia e faz ghosting e tudo mais tudo isso que a gente faz hoje né porque é mais fácil um pouco do que negociar mas como a gente já disse voltando atrás e para que o vínculo ocorra a gente vai ter que negociar essas posições só que exaustos
oprimidos humilhados cagados que estamos a gente tem muito pouca condição de negociar a flexibilização dessas posições então a gente o que a gente faz é anular o outro que nos desagrada que nos dá trabalho que coloca suas questões que coloca também as suas demandas porque ele também quer ser Central ele também quer ser Fundamental e a gente retorna pras redes que estão lá feitas para nós né que são nossas que só dão pra gente o que a gente quer que só nos dizem o que a gente quer ouvir que apresentam os os conteúdos pra gente
consumir que a gente já sabe que a gente vai gostar né Acho muito interessante essa noção de consumir conteúdo e que é uma coisa que eu escuto muito né eh que eu aprendi que que o que eu faço aqui é um conteúdo para ser consumido né então é muito interessante também essa ideia de que essa partilha na verdade de experiências no mundo vira um consumo de conteúdo porque a gente trabalha hoje em dia essencialmente com noções de consumo né então Eh isso aqui também é uma algo a ser consumido Mas então a gente tem muito
pouca condição de flexibilizar nossa relação com esses objetos de alternar as posições que a gente teria que alternar e de aceitar outro objetos possíveis em que sentido que isso que que isso é isso é um processo de amadurecimento também né É entender que a gente não vai ter aquele objeto do jeito que a gente quer naquela hora a mãe eu quero a minha mãe desse jeito naquela hora eh não vai ser né você vai às vezes você vai ter uma outra figura uma terceira figura Ah algum outro objeto possível ou a mãe de uma outra
forma ou a mãe não exatamente daquela forma que que você precisaria Então essa essa CTA aceitação da realidade e num outro formato e da maneira que ela vem né não da maneira que eu eu bati o pé que precisaria ser muito difícil de fazer isso também é claro que eu sei que tem um outro lado dessa moeda que é eu aceito tudo para não perder ninguém né e não é disso que eu estou falando agora mas que também é no fundo e uma uma fantasia narcísica de que a gente não tem condições de sobreviver e
sem o outro né então um desespero narcísico nesse sentido e e e às vezes muito fundamentado nas suas experiências da vida Eu sei mas eh Então esse desespero que é tão frequente mas agora hoje eu tô falando eu acho mais do outro lado da moeda que é Ou pelo menos agora tô falando mais do outro lado da moeda que é essa história de eu se não for do meu jeito não não vai ser né então não vou conseguir flexibilizar nada e E aí a gente vai bater nessa nessa nessa CTA noção eh que tá ligada
a uma confusão e de termos assim né de de autoestima amor próprio né [Música] Eh o que vai bater na ideia de autosuficiência uma coisa interessante né que o que que é o amor próprio que não nesse sentido é gostar de si né eu eu eu eu acho que eu sou razoável Eu acho que eu sou minimamente bom tem tem coisas aqui que são aproveitáveis vamos dizer assim eh que quero quero dizer que é possível que alguém me ame de alguma forma mas eh que é muito diferente de achar que eu sou incrível de achar
que vão ter que me amar vão ter que me amar do jeito que eu sou é muito diferente eh supor que eu não tenha eh eh o pensamento de que eh eu acho que é possível que eu partilhe os meus me os meus conteúdos e eles sejam acolhidos que tá ligado ao amor no sentido do vínculo isso é possível Ou seja eu não tenho que o tempo todo me me calar e me modular continuamente de maneira muito ameaçada pela possibilidade da falha mas ao mesmo tempo isso não implica na ideia de que eu seja Fantástico
extraordinário e que eu sou [ __ ] mesmo eu tenho que ser amado são coisas muito diferentes e eu acho que a a a noção de amor próprio tá um pouco mais ligada a essa primeira possibilidade que é falar assim eu acho que tem coisas em mim que que são é é possível que eu seja amado e uma certa maneira de falar da autoestima eh eh que que passa um pouco mais por essa outra coisa as coisas são do meu jeito e tal e que vai chegar no numa montagem um pouco delirante assim de autossuficiência
né que eu eu eu sou do meu jeito eu sou incrível e eu me viro eu não preciso de ninguém que também é uma outra resposta delirante no final das contas né eu não tô dizendo que você precise depender das pessoas ou depender de uma pessoa especificamente essa essa imagem da dependência emocional mas a ideia de que temos que temos de ser autossuficientes é uma fantasia né ninguém é autossuficiente por definição a satisfação das nossas necessidades tá no mundo tá do lado de fora e por a definição das necessidades emocionais é justamente que eh elas
dependem de outros sujeitos então a gente não é autossuficiente nenhum de nós é autossuficiente autônomo também nesse sentido ninguém é autônomo a gente busca eh alguma autonomia no mundo alguma capacidade alguma impressão de que você tem condição de fazer as coisas mas você não dá conta da sua existência sozinho entendeu eh enfim não você vai precisar de outras pessoas né em algum grau né tanto é que estamos aqui então isso é uma coisa sempre importante lembrar Mas então a gente tem essa inflexibilidade que vai batendo uma certa noção de autoestima muitas vezes eh impulsionada por
uma série de traumas e abandonos e humilhações que a gente sofreu na vida em vários níveis tanto nos campos originais de vínculo quanto nos encontros amorosos adultos e que tem como resposta então não então tá então vai ser do meu jeito né e que também não é uma uma solução o negócio é entender quanto que a gente consegue negociar com a realidade quanto que é possível ou não é possível isso não é possível tem que ser possível às vezes ir embora mas é possível é é é necessário que se possa negociar E lembrando que a
gente tá falando de duas posições sempre né Não só da posição de ser amado E aí um pouco conectado a essa ideia de vamos dizer assim de autoestima e de autossuficiência e essa E essa fantasia que a gente passa a formar a respeito de nós mesmos dess desses Campos de idealização eu acho que tem muito forte também nos dias nos dias de hoje eh uma noção que é assim esse campo aqui não tá legal esse lugar aqui não tá legal e tem algum outro lugar no qual eu vou ser considerado extraordinário no qual minha vida
vai ser extraordinária né Essa essa coisa que já era já era muito forte na nossa existência antes mas que agora ganha um um um um impulso Extra que é a outra vida é a vida ideal né então eh acho que as redes sociais o Instagram o vídeo sobre instagram falo muito sobre isso lá mas é o fim o Instagram e o fim da felicidade possível né então porque tem sempre algum outro lugar que seria melhor Então nesse sentido o lugar viável o lugar de tentativa o lugar de flexibilidade o lugar de alternância o lugar de
de concessão tantas vezes que é o lugar do amor e o lugar de ineficácia de não sucesso é totalmente insuportável Então a gente vai e recorrer a essas outras essas outras vidas né isso que já era uma uma função neurótica muito básica assim a minha vida é a melhor que eu poderia viver ou tem uma outra vida que eu poderia viver né Tem um outro lugar no qual poderia est tem uma tem alguém que poderia me olhar melhor do que essa pessoa me olha ou tem algum outro objeto mais idealizado ou idealizado ainda porque esse
já não é mais idealizado porque ele já se mostra nas falhas dele e me faz reconhecer as minhas falhas então eu eu o buscar a outra vida que era que tava na nossa existência antes das redes sociais mas que agora isso tá ganha um impulso muito mais forte porque a outra vida tá o tempo todo aparecendo Já que as as vidas colocadas ali são filtradas a partir desse filtro do ideal Inclusive a nossa né então Eh o tempo inteiro a gente tá tendo essa essa espécie de testemunho de que a a gente poderia ter uma
outra vida extraordinária é uma farça mas a gente recebe esse estímulo e ele volta lá ele encontra Eco nessa base neurótica assim de que há há uma outra vida e lá eu poderia ser feliz e lá eu poderia ser amado e lá eu poderia ser Central E lá eu poderia ser extraordinário e E com isso eu acho que a isso se soma a dinâmica dos aplicativos de relacionamento eh e da lógica do amor checklist né que é assim eh do amor de atributo né então já que tudo é montagem de ideal então eu vou montar
o meu outro através desses atributos desse checklist né a noção do checklist é de antes do da da dos aplicativos de relacionamento mas e os aplicativos de relacionamento Como já dizia o aland boton vou botar esse vídeo no qual ele fala sobre isso aí embaixo Mas ele se concentra eles se concentram no momento da escolha e nos critérios da escolha né Então quais são os atributos que constituem esse objeto ável ou idealizado E aí eu vou colocando os atributos lá eu vou em busca deles né Eh então e com e com a fantasia de que
sempre existem outros objetos né e e você vai seguindo Em Busca desses outros objetos e esses outros objetos e que podem ainda ser idealizados porque o objeto atual não pode por definição mais ser idealizado porque ele já é ele já está o idealizado é aquilo que me falta para ser amado se se estou lá já e já não de forma de forma Incondicional se estou lá e já não sou amado de forma forma Incondicional então e aquele objeto já não é mais idealizado ele é um objeto atual né um objeto real vamos dizer assim então
nenhum objeto que está no qual você está com o qual você está se relacionando é idealizado mais porque ele já não resolve mais a demanda original que é de amor incondicional entendeu de retorno ao vínculo original Mas então agora a gente tem uma uma espécie de de fantasia sustentada de que existem outros objetos então qualquer frustração que ocorre aqui na relação com esse objeto a gente automaticamente busca os outros né a gente então não tem tempo e e espaço para lidar com a falha porque a gente pode recorrer à saída da idealização e dessa busca
contínua Então isso que já era frequente de pessoas vamos dizer assim que não conseguiam ficar no lugar lidar com as problemáticas com a realidade que fugiam para um outro lugar para uma outra cidade para uma outra relação para um outro emprego né em busca de algo que fosse melhor que é parte da nossa vida agora é muito mais intenso no campo amoroso então com isso a gente de novo não não encontra Tempo Para viabilizar e esse esse esse essa dinâmica e do do da formação do vínculo que a gente vai em busca dessa outra vida
isso tá ligado de alguma forma também ainda a um conceito do Freud de amor narcísico né o Freud faz essa essa distinção entre o amor Eh vamos dizer assim de apoio e o amor narcísico então no sentido para ele lá no na introdução a narcisismo o amor narcísico estaria conectado assim eh Eu Amo aquilo que eu não sou eu amo aquilo que me falta né então eu eu ou ou Eu Amo aquilo que eu sou eu amo igual a mim pode ser também né S maneiras de montar o narcisismo mas em relação a você né
o amor de apoio tá ligado ao Eu amo aquele que me protege Eu amo aquele que me nutre então estaria ligado a essas figuras parentais originais mas o amor narcísico então ele teria conexão com essa com essa outra montagem que é a partir da sua própria imagem Então esse amor che is ele também passa por isso né seja de uma de um modo é assim eu vou encontrar aquele que é tão bom quanto eu tão incrível quanto eu eh ou quanto eu Julgo que eu sou ou que eu deveria ser ou eu vou encontrar aquele
que vai completar o que vai me dar os atributos as condições as características que me faltam para que eu seja quem eu deveria ser quem eu deveria ser compreendido como aquele ideal do Eu que eu deveria ser para ser amado de forma Incondicional para retornar lá pro campo de amor né que é essa a resposta do do Amor Incondicional o ideal do Eu tá embaixo também se quiser olhar eh e aí tá isso então e e e de novo né completando essa ideia o esse amor checklist especialmente no campo do dos objetos de consumo dos
quais a gente se desfaz rapidamente com a promessa da outra vida ele obviamente inviabiliza a falha né Eh Se o se o que o outro tem que ter são atributos na no momento em que o outro se mostra esburacado falhado em dúvida sem saber ou que a gente se mostra pro outro e por isso a ansiedade de encontrar o outro que é terrível porque o outro pode descobrir que eu sou falhado e eu sei que eu sou no final em algum lugar eu sei que eu sou espero eh então encontrar o outro é muito ansiogênico
né Eh Tenebroso várias vezes então e se o amor tá sustentado por essa listagem de atributos ou a promessa do amor que como a gente tá entendendo não é amor mas na nossa definição então ele também é impossível porque ele e com com se você tem que sustentar os atributos Você Não Pode falhar então a gente não vai ter a formação do vínculo sempre voltando a essa imagem inicial se a gente sustentar na cabeça Essa essa montagem Inicial aí do que a gente definiu como sendo amor ligado ao vínculo a gente vai conseguindo desdobrar e
aplicar na nossa vida eh a essa percepção de que o que a gente tá fazendo é muito errado né é um é um tiro no pé vamos dizer assim é um é é contra é estúpido né É É um contrassenso Então se você tá achando que você vai por isso por exemplo eu pensando aqui essa ideia eh eh de uma certa e depressão vamos dizer assim ou entristecimento de pessoas muito muito amadas vamos dizer assim né que são ah meu Deus a pessoa que loucura tão amada tanta gente gosta dela e tal e tal por
que será que ela tá tão triste e que ela parece triste Hum porque não não passou pela formação do vínculo né ela então ela é admirada ela é idolatrada tantas às vezes ela é meu Deus ela tem muitos likes ela tem muitas curtidas muitos comentários e tal mas não passou pela formação do vínculo ela não foi amada pelas suas falhas ela foi amada pelos seus atributos né então isso não é amor né então é isso que eu tô querendo dizer então essa uma definição muito importante e enfim né E muito difícil de engolir vamos dizer
porque a gente quer a gente quer sustentar o ideal do Eu porque falhar é muito ameaçador porque falhar implica na nossa experiência eh a ejeção do campo social né do campo do que seria o campo de vínculo mas não é o vínculo por definição Como já falei e aí a gente começa então acho que a partir daí já dá para começar pensar no que que seria o caminho o caminho possível para para constituir para constituir amor né que não vai passar por checklist não vai passar por atributos né não vai passar por afinidade isso é
interessante também né a gente tem muita afinidade coisas afins né que que são isso né que coisas coisas que levam pra mesma finalidade né a gente tem parecidos hum dentro da nossa definição isso não constitui vínculo entendeu o que que constitui vínculo então então é essa pergunta como é que a gente viabiliza o vínculo e de novo tem esse vídeo aí embaixo no qual eu falo bastante sobre isso então o que vai viabilizar o vínculo como a gente definiu no primeiro no primeiro momento é tempo né Você precisa de tempo você precisa poder falhar né
E e essa falha precisa poder ser acolhida pelo outro isso é difícil porque o outro não tá aí no mundo para te acolher né o outro não é a sua mãe então ou seu terapeuta eu sou terapeuta da pessoa pessoa depois que eu aceito ela el a gente tem lá um contrato e eu vou fazer um certo acolhimento daquilo ali dentro de um certo eh uma um setting né de um controle de um de um limite esse acolhimento vai ocorrer né mas as pessoas não são su terapeutas né elas não estão aí para nem muito
menos sua mãe né dependendo da mãe que você teve que bom né mas enfim eh então a gente eh precisa de tempo e precisa de uma coisa que é um aprendizado da comunicação dessa da partilha dessas fragilidades dessas falhas né da partilha desse desamparo porque em última análise e de novo o último capítulo do livro aqui é sobre isso né sobre sobre o desamparo aliás para quem tem um livro Capítulo oito é inteiro sobre essa noção de que eh a gente a dominância né o sucesso vai gerar o amor e como que isso é uma
falácia por definição eh o Capítulo oito é sobre isso mas eh o o vínculo a formação do vínculo é vai passar então por essa partilha do desamparo mas a partilha implica numa certa comunicação desse desamparo que não passa não tem a ver com afinidades não tem a ver com a gente gosta da mesma banda ou a gente vê a mesma série que bom a gente usa a mesma roupa a gente curte as mesmas comidas ah a gente gosta de viajar muito legal que Parabéns que bom mesmo mas isso não é vínculo vínculo implica a partilha
da fragilidade a a a a partir Il do desamparo o desamparo no qual Todos estamos que que é o desamparo é a condição de que todos vamos morrer porque em última análise do Amor Incondicional é A negação disso O acolhimento da mãe nega a morte né ele interrompe a morte concretamente né ou concretamente mesmo interrompe a morte também o capítulo no do livro é sobre isso eh Tá mas então o que a gente precisa conseguir fazer é um processo muito complexo mais mes difícil mas na verdade simples né não é complexo é difícil de fazer
que é de partilhar o desamparo de partilhar essa aventura de não saber né como é que a gente vai conseguir fazer isso né a é produzir no outro processo de identificação através do desamparo e e e fazer com o outro escutar do outro o desamparo dele também e E para isso a narrativa né a narrativa no sentido mais ampliado da noção de narrativa e ela é uma ferramenta fundamental né assim é eu estou aqui tentando contar uma história a minha história a a história da minha existência para que o outro entenda onde que o buraco
eh se abre para mim onde que a coisa aperta para mim para que seja possível para o outro se identificar com isso que eu tô trazendo para ele porque ele também tem isso porque por princípio o outro também está enfrentando o desamparo mas fatalmente isso isso é que vai formar vínculo é um desamparo partilhado no qual um cuida e o outro é cuidado e em alternância né então eu agora ajudo a contornar o seu desamparo eu não resolvo o seu desamparo eu ajudo a contornar eu dou a mão pro seu desamparo nesse sentido nesse momento
porque também estou nele mas agora tem um pouco mais de condições de contornar nessa posição que ocupo agora mas que não é a minha posição por definição né e o e pro outro também né Então nesse momento o outro ocupa essa posição Mas então a primeira pergunta que você tem que conseguir se fazer dentro dessa definição que a gente tá dando é se você tem condições de ouvir que talvez seja a pergunta mais complexa que tá ligada a o que tá por trás disso é a pergunta que é você tem condições de estar na posição
de cuidar também de vez em quando ou não e aqui eu não tô falando de cuidar como muitas vezes é o caso como mecanismo para ser amado eh eu aprendi que se eu cuidar eu sou amado isso é uma outra coisa né eu tô falando de de a de aprender a cuidar a ouvir o outro né então você tô eu tô aqui cuidando porque eu encontro satisfação em cuidar do outro porque eu entendo que o outro também em algum grau e aí tem a ver com a identificação o outro também faz parte de mim né
então existe no outro algo com o que eu me identifico e que é a aventura humana nesse sentido né o outro tá num tá no campo de desamparo também eu entendo isso eu sei o que é né eu consigo me colocar no lugar do outro porque eu consigo compreender isso que ele atravessa daí a noção de empatia não é porque você tem que cuidar do outro é porque aquilo que o outro traz para você te recoloca te coloca naquela condição também te lembra da sua condição te lembra da sua fragilidade te lembra da finitude né
te lembra do fim te lembra da Morte te lembra de que você não dá conta das coisas de que você tem tem medo das coisas esses dias eu eu vi com com com o meu filho mais velho com Martim o Como Treinar Seu Dragão para ver se o Vicente que é o filho mais louco podia ver então a gente tá numa fase de testar filmes para ver se o Vicente a gente acha se a gente julga que o Vicente a gente pode pode ver e é interessante porque todos os filmes TM morte né em todos
esses filmes da da Pixar Disney sei lá todos eles têm morte e alguém morreu alguém vai morrer então alguém alguém ficou órfão então a Disney já era assim não só a Disney as tragédias passam por isso né é dirá que vem mas então e aí a gente não se dá conta né mais como a morte a gente meio que escuta ela assim de canto de ouvido assim né Eh e quando você tá falando de uma pessoinha pequena você fala cara será que esse conteúdo como é que ele vai processar e tal como é que eu
vou lidar com isso mas o Como Treinar Seu Dragão tem lá o encontro do soluço com banguela que são esses dois personagens centrais que vão virar muito amigos porque eles vão partilhar a fragilidade deles né Eh Ou a castração deles como a gente poderia dizer né um termo mais mais lacaniano Talvez Mas eh a descrição que o soluço faz ah quando ele vai ficar amigo do Banguela é porque ele não consegue matar o banguela que é o dragão ele vai matar Mat mas ele não consegue matar tô estragando o filme que como treinar o dragão
um não tô falando dos outros para quem nunca viu mas e ele fala que no momento que ele vai matar o dragão ele para eh ele não consegue matar e ele foi o primeiro Viking a não conseguir matar um dragão e Isso mudou tudo porque ele vê no olho do Banguela o medo e ele se identifica com o próprio medo né Ele fala esse medo aí eu eu sei o que é e eu não vou fazer né então eu ele ele se vê no lugar do outro né então não vou matar esse outro que também
sou eu então esses são os processos de identificação eh que se dão a partir da fragilidade do outro e a partir daí tem aquelas aquela metáfora lá que o banguela tem um rabo eh quebrado e que o o soluço vai construir um rabo para ele então vai criar uma essa relação ali de de uma certa dependência que depois vai se resolver mais adiante no filme Três se eu não me engano mas que o o banguela passa a depender do solucio para conseguir voar e e e o soluço também depende do Banguela para conseguir existir depois
o soluço dando spoiler perde um pé e aí então os dois estão nesse sentido castrados e assim como o Luke lá no no Guerra nas Estrelas Mas isso é outro assunto mas eh o ponto fundamental dessa história é que naquele momento existe ali uma uma uma partilha do desamparo da fragilidade que é essa que a gente se recusa tanto a fazer porque a gente compreende que o amor vai vir do sucesso da potência e tal Porque a gente constituiu essa premissa do ideal do Eu como resolução pro fim do Amor Incondicional que é o erro
né que é o erro mais Central que é o erro que a gente repete o dia inteiro eh não que seja ruim eh ganhar ganhar é bom ganhar tá no problema não é esse ganhar tá ligado à dominância e é satisfatório mas ganhar não implica ser amado né e perder não implica não ser amado a possibilidade de ser acolhido na derrota é que implica ser amado Então essa essa construção que é fund ental que se compreenda Então o a gente tem que caminhar no sentido de viabilizar as condições de partida do desamparo quais são elas
na sua vida eu não sei então você vai ter que olhar pra sua vida e pensar como é que eu faço para conseguir produzir no outro algum campo de identificação disso que é meu buraco e conseguir ouvir do outro o buraco dele para que essa identificação ocorra para que essa alternancia de posições ocorra é difícil para caramba de fazer eu sei que é mas isso é o único caminho pro vínculo dentro da definição que a gente tá dando eh não é atributo não é afinidade não é autoestima nesse sentido entendeu amor próprio é no sentido
de amor próprio de que você eh possa reconhecer a sua falha e pensar que você ainda assim até por isso pode ser amado né Isso sim amor próprio nesse sentido eu tenho esses buracos Eu acho que eu é possível que alguém me acolha me me acolha me acolha alguém me acolha e a partir daí então essa essa essa esse é o processo né mas isso depende de uma comunicação né e depende de uma abertura então respondendo a pergunta Inicial Eu acho que sim ainda é possível amar nos dias de hoje mas desde que a gente
compreenda a espaços para isso acontecer tanto temporais como é que a gente vai abrir espaços né o buracos de tempo na nossa vida essa é uma grandíssima dificuldade como que a gente vai compreender que o amor não é ele não é utilitário ele não vai retornar lucro ele não vai bater metas ele não vai ser um ganho na sua vida no sentido direto que que eu tô ganhando com essa relação que é uma coisa que eu escuto muito também o que que eu ganho com isso não sei que que você quer ganhar com isso né
então outra pergunta mais interessante Talvez seja o que que eu consigo partilhar com isso né porque de novo amar implica um pouco se perder no outro para que o outro possa te contornar e vice-versa esse que é o lance né Isso não é ser sequestrado pelo outro que aí tá ligado à paixão que pode ser um vídeo que a gente faça também sobre a paixão eh que é um um curso que eu quero dar que se chama paixão Anatomia de um Ráo mas eh sobre o funcionamento da Paixão Mas enfim eh mas então como é
que a gente viabiliza essa essas essas condições de flexibilidade de abertura de tempo de poder eh gastar tempo nesse sentido nesse mundo que a gente vive compreendendo que as outras vidas existem mas que elas não são a outra vida entendeu então bom eu acho que era um pouco isso que eu queria queria falar eu acho que tem outros assuntos quer dizer outras maneiras de tratar disso tem muito muito muito mais para falar sobre isso queria pedir para vocês que vocês comentassem embaixo dissessem e eu tô gravando esse vídeo aqui no dia 18 de janeiro eu
acho que no na semana não amanhã mesmo eu vou gravar um vídeo com a flut que também a gente vai tratar disso da outra vida e assim que eu gravar eu vou colocar embaixo também como como referência de conversa eh tá bom é isso bom eu espero ter ter ajudado aí na medida do possível e e outra pergunta que eu queria fazer para vocês é se faz sentido eu sei que eu sou muito resistente a essa ideia mas se faz sentido a gente pensar que isso aqui pode que eu posso colocar isso nas plataformas de
Podcast mas não sei né para mim a mecânica do YouTube é tão tão familiar de indicar os vídeos aí embaixo e tal que eu não saberia como fazer isso nas plataformas de Podcast mas fatalmente eu acho que tem muita gente nos podcasts e eu queria de certa forma eh pensar sobre isso flexibilizar um pouco a minha resistência em relação aos podcasts que quem me conhece há mais tempo sabe como é que ela funciona mas é isso então espero ter ajudado digam aí e a gente se encontra se tudo der certo no mês que vem ah
vou pro próximo vídeo mandem ideias para vídeos tá bom e e curtam as ideias que vocês curtirem pra gente saber tá obrigado gente até já tchau [Música]
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