Corpos Dóceis | Foucault | Vigiar e Punir

salve galera tudo bem com vocês neste vídeo nós abordaremos um assunto muito íntimo interessante que se trata no capítulo corpos dóceis do filósofo michel foucault da obra vigiar e punir nesse capítulo ele vai tratar do processo de disciplinarização dos corpos que ocorre na modernidade [Música] ora mas pra gente compreender esse pensamento que é extremamente complexo eu sugiro aqui que a gente comece que a gente inicie abordando alguns aspectos do pensamento do focou e depois a gente parte para o capítulo abordando um a um dos mecanismos utilizados para adestrar os corpos pra quem não sabe o

futuro ou é um filósofo francês nasceu em 1926 e faleceu em 1974 ou seja ele é um pensador contemporâneo considerados por alguns como um pós estruturalistas pensamento dele como eu já falei é um pensamento bastante complexo mas que ultimamente tem sido muito investigado inclusive muitíssimo cobrado pelos vestibulares é difícil então compreender as idéias do focou em pouco tempo mas que eu proponho aqui é que a gente traga alguns aspectos fundamentais para entender o pensamento dele de uma maneira geral mas sobretudo esse capítulo que é o capítulo corpos dóceis primeiro a obra vigiar e punir ela

está inserida dentro de uma investigação filosófica do focou que ele mesmo denomina genealogia o que isso quer dizer que ele vai investigar quais são as origens de certas práticas de certos discursos e de certos saberes e depois ele vai vincular essas origens com a relação de poderes mais ou menos funciona assim provocou as relações de poder geram certos tipos de saber e os saberes por sua vez produzem alguns efeitos de poder segunda coisa para o futebol não existe uma verdade acima da gente no sentido de que nós teríamos que alcançar essa verdade a verdade pra

ele é uma produção e é uma produção nossa ou seja ela varia durante a história isso quer dizer que um sujeito de conhecimento aquele que vai buscar o conhecimento também possui uma história sem fim e é esse sujeito de conhecimento quais são as demandas do período o que ele está buscando e além do sujeito de conhecimento é uma história é verdade também tem uma história a terceira coisa importante para o futuro ou essas práticas esses discursos e esses saberes no subjetivo ou seja é ele quem nos constrói como sujeito é ele que nos constitui como

sujeito cuidado porque isso não tem nada a ver com determinismo até o contrário de determinismo é que como a verdade é uma produção humana é a partir dessa produção que nós também nos produzimos o que isso quer dizer que um sujeito que se constitui ali na grécia antiga ou na papua nova guiné vai ser diferente de um sujeito que se constrói por exemplo no brasil no século 21 disso o que a gente já pode tirar para uma leitura do focou a respeito da doce lização dos corpos que o que ele está tentando trazer aqui é

uma investigação acerca da forma como nós nos subjetivo vamos na modernidade ou seja quais são as práticas quais são os discursos quais são saberes quais são as relações de poderes que nos forma quais são as demandas pelas práticas de saberes o que a gente quer saber quais são as demandas pela busca de poder é isso que ele vai tratar na obra observe bem aqui que o futebol está muito mais preocupado com a idéia de produção do que com a idéia de repressão ou seja ele está tratando de um poder produtivo o interesse é saber o

que nós produzimos no corpo não que nós reprimimos nesse corpo a abordagem é de um poder positivo mas não positivo no sentido de bom positivo no sentido de pensar o que se produz nesse corpo e não que se mutila desse corpo é assim também que o foco trata de uma forma geral as relações de poder na modernidade ou seja as relações de poder elas não envolvem necessariamente uma violência efeitos de poder às vezes são mais efetivos se você conseguir extrair do corpo o máximo de utilidade e docilidade ou seja se alcança mais eficiência de poder

ao fabricar corpos dóceis e úteis então se antes o poder funcionar principalmente pelo meio jurídico ou seja por meio de leis e regras que a gente tinha que obedecer agora ele funciona também por meio da normalização e isto é a gente tem que se adequar a certas normas normas por exemplo de um corpo saudável que a gente tem que se encaixar ou normas de um aluno estudioso ou normas de um corpo padrão e por aí vai e tudo isso começa principalmente com as ciências humanas que é uma ciência que só vai surgir no século 19

aquela que coloca o homem como centro de conhecimento como objeto de conhecimento estou falando aqui das ciências com radical se por exemplo psiquiatria psicologia psicopedagogia e por aí vai no entanto essas ciências elas surgem das práticas disciplinares então agora a gente vai falar sobre essas práticas disciplinares que são relações de poder que estão envolvidas em relações de poder e essas práticas é que teriam dado origem a essas ciências humanas que trazem essa idéia da normalização então o fogo chega à conclusão que esses saberes eles provêm da disciplinarização dos corpos das demandas que a disciplinarização dos

corpos irá trazer mas é exatamente sobre a disciplinarização que nós iremos falar nesse vídeo no capítulo então corpos dóceis ofuscou mostra um dos detalhes dos mecanismos de disciplinarização dos corpos ou seja é ele mostra que quatro principais mecanismos de como que os corpos são adestrados na modernidade são esses mecanismos primeiro arte da distribuição 2 o controle das atividades 3 a organização da gênesis e 4 a composição das forças ofuscou então inicia a obra falando sobre as práticas de um soldado no século 17 e um soldado do século 18 aqui ele está mostrando as diferenças de

demandas por um soldado do século 17 um soldado do século 18 o soldado do século 18 é um soldado disciplinado e esse soldado ele vai servir de inspiração o estudante para o operário por um louco por paciente para o criminoso enfim é daí que a gente pode extrair as práticas disciplinares do soldado para poder compreender todos esses outros personagens segundo focou durante a época clássica houve uma descoberta do corpo como alvo no poder aí surgem daí diversas técnicas de saber tentando decifrar como que o corpo funciona ou seja sobre os seus gestos dos seus movimentos

a sua rapidez e tudo isso sob uma coerção contínua a idéia então era trabalhar ao máximo a eficácia do movimento uma codificação do esquadrinhamento do tempo do movimento dos espaços e tudo mais este método permite a uma sujeição plena no corpo uma sujeição das suas forças ea imposição entre a relação de utilidade e docilidade é isso que o futebol vai denominar disciplina as disciplinas já estiveram presentes em outros momentos mas é só a partir do século 18 que elas seriam utilizadas como principal elemento de dominação aqui então se cria uma política de coerção sobre o

corpo uma manipulação sobre os gestos os movimentos e os comportamentos obra do focou não se trata de uma história das instituições disciplinares mas sim das técnicas que essas várias instituições como por exemplo as escolas os quartéis as fábricas ou as prisões o que essas técnicas têm em comum essas técnicas disciplinares que ofuscou denomina como uma certa microfísica de poderes à essas técnicas visam a um só tempo tornar o corpo ativo economicamente ou seja útil e tornar o corpo passivo politicamente ou seja dócil vamos começar então com o primeiro dos mecanismos que o fogo apresenta na

obra o qual ele domina a arte das distribuições a disciplina procede em primeiro lugar a distribuição dos corpos no espaço então necessita se de um lugar grande fechado o tipo uma clausura uma fortaleza um convento isso a gente vai ver muito nas escolas e nos quartéis no entanto não existe tanta necessidade dessa clausura na disciplina porque ela vai inventar uma forma muito mais flexível e fina de lidar com os espaços a isso o foco vai denominar quadricular momento então funciona assim cada indivíduo no seu lugar em cada lugar o indivíduo o espaço disciplinar tende a

se dividir em quantas parcelas forem possíveis o focou a análise então meticulosamente o surgimento dessa localização funcional a partir de certas demandas pelo quadro lamento principalmente dos hospitais e das fábricas nas indústrias por exemplo o quadro lamento vai permitir vigiar a aumentar e controlar a produtividade do operário cada indivíduo vai ocupar uma célula conforme o seu estágio de produção assim vai ser possível identificar facilmente o operário podendo medir a sua qualidade os seus méritos e aumentando assim a eficiência da indústria procedimento portanto pra conhecer para dominar e para utilizar o espaço disciplinar constitui um espaço

analítico e no século 18 a gente vai enxergar esse quadro lamento também nas escolas então ali vai ser possível ver que cada indivíduo cada aluno ocupam um lugar seja um lugar na fila um lugar na carteira um lugar na turma na série e ele vai participar de um lugar segundo seu mérito ou seja vai ter 1ª 2ª 3ª série vai ter a primeira série a primeira b primeiras e e aí fica muito mais fácil localizar e identificar esse aluno à escola neste momento torna então possível o controle de cada indivíduo e ao mesmo tempo o

controle simultâneo de todos organiza-se aí então uma nova o nome é de tempo e aprendizagem essa nova economia transformou o espaço escolar numa máquina de ensinar mas também numa máquina de vigiar uma máquina de hierarquizar uma máquina de recompensar basta a gente lembrar das novas que a gente alcança na escola quando a gente alcança uma nota alta é quase como se fosse uma recompensa quando a gente alcança uma nota mais baixa abaixo da média isso nos avisa que estamos fora da norma e precisamos nos corrigir pra entrar nessa norma e esse espaço ainda permite com

que cada aluno seja analisado individualmente fazendo com isso que ele aumente a sua produção aumente a sua aprendizagem e tudo isso a partir de algumas classificações ou melhor de várias classificações então os alunos mais ou menos comportados dos alunos mais eficientes ou menos eficientes com melhor rendimento com menos rendimento e por aí vai o segundo dispositivo disciplinar é denominado por focou o controle das atividades e agora trata-se do horário é o controle do tempo então existe um controle do tempo sobre o momento que os alunos entram para a sala de aula o momento que ele

senta um momento que eles pegam material dão bom dia para o professor começam a aula e por aí vai o focou recorre mais uma vez as práticas dos quartéis para ilustrar como se deu a inserção da elaboração temporal do ato século 17 todos os soldados marchavam em fila todos eles tinham que seguir a sincronização do tambor todos começavam com o pai direito pra que todos terminassem com a marcha é igual no século 18 passam a ser quatro tipos de passos e todos eles extremamente cronometrados entre essas duas prescrições um novo conjunto de obrigações a imposta

sobre o corpo uma nova maneira de ajustar o corpo aos imperativos temporais segundo focou é determinada a posição do corpo cada um dos seus membros cada um das suas articulações é controlada a direção amplo tude o tempo penetra no corpo e com o tempo um controle minucioso de poder é esse quadro lamento do tempo a gente vai reconhecer por exemplo nas empresas que têm aquele cartãozinho para indicar a hora que você entra a hora que você sai na hora que você vai pro moço hora que você volta do almoço a gente também vai identificar esse

quadro regulamentar do tempo nas escolas onde tem um sinal que determina a hora que os alunos vão entrar na hora que os alunos vão sair a hora que cada matéria vai ser trocada a hora que eles vão para o intervalo ea hora que eles voltam pro intervalo o controle do tempo esse tempo programado em fases permite manobras atividades evitando desperdício assim o corpo disciplinado é muito mais produtivo a disciplina definir cada uma das relações que o corpo deve obter com o objeto que ele manipula o futebol dá o exemplo da marcha dos soldados e eles

fica lá detalhadamente como que deve ser cada passo agora ele dá um exemplo também com a caligrafia vôlei um trechinho que ele fala sobre isso uma boa caligrafia por exemplo suponha uma ginástica uma rotina cujo rigoroso código abrange o corpo por inteiro da ponta do pé a extremidade do indicador deve se manter o corpo direito um pouco voltado e solto do lado esquerdo e é algo inclinado para frente de maneira que estando cotovelo pousado na mesa o queixo possa ser apoiado na mão a menos que o alcance da vista não permita a perna esquerda deve

ficar um pouco mais avançada que a direita sob a mesa deve se deixar uma distância de dois dedos entre o corpo ea mesa pois não só se escreve com mais rapidez mas nada é mais nocivo à saúde que contrair o hábito de apoiar o estômago com camisa a parte do braço esquerdo do cotovelo até a mão deve ser colocada sobre a mesa o braço direito deve estar afastado do corpo cerca de três dedos e sair aproximadamente cinco dedos da mesa sobre a qual deve apoiar ligeiramente o mestre ensinará os escolares a postura que estes devem

manter ao escrever ea corrigir a seja por sinal seja de outra maneira quando dela se afastarem o corpo torna-se assim alvo de novos mecanismos de poder e por outro lado ele se oferece a novas formas de saber como que funciona o corpo como que ele deveria funcionar como torná lo mais eficiente de modo que o corpo se torna alvo de saber é algo de poder terceiro mecanismo que o foco vai denominar a organização da gênesis aqui ele busca compreender como se dão as técnicas para a evolução da aprendizagem e ele usa como exemplo a escola

uma organização corporativa do século 17 que ele vai comparar com uma escola de desenho dessa mesma escola corporativa só que produzida no século 18 a diferença é que no século 18 ela vai ser todo organizado a partir da ser ii ações e das graduações isso de acordo com o nível de dificuldade que cada aluno apresenta em relação ao desenho os melhores alunos aqueles que fazem todos os exercícios serão recompensados os piores alunos serão penalizados expostos assim se desenvolve toda uma técnica de ranking e de meta para medir esses alunos os exercícios devem ser aplicado de

forma repetitiva e contínua e administrado em doses de complexidade crescente quarto mecanismo a composição das forças a disciplina ela analisa o indivíduo indivíduo talvez seja o mais importante no entanto é importante aumentar a produtividade do coletivo ou seja saber realizar combinações combinações que aumentem as forças produtivas ou seja combinações de indivíduos que promova uma maior utilidade uma maior possibilidade isso vai ocorrer no exército e nas fábricas mas ofuscou cita como exemplo também a escola mútua enfim os próprios alunos um vigiava o outro um controlava o outro assim cada corpo vai se constituir uma peça uma

engrenagem uma peça de uma máquina muito segmentar ainda será exigido um sistema preciso de comando que nem no exército onde há o menor sinal os soldados obedecem cegamente os alunos também vão ter que dominar essa linguagem de sinais todos ao mesmo tempo então por exemplo quando o professor dá uma batida quer dizer que o aluno erro duas batidas o aluno lê novamente silence saia levante-se e por aí vai concluindo o corpo é do sócio quando ele pode ser submetido dominado melhorado aperfeiçoado essa utopia de todo governante manter cada indivíduo perfeitamente governável e esse indivíduo dócil

constitui uma peça fundamental para o funcionamento da sociedade moderna essa disciplina é possível por meio da norma da vigilância e do exame esses três conceitos são importantíssimos fundamentais 1 30 e kusa esse pensamento do focou o sujeito se comporta quando ele sabe que ele está sendo vigiado a norma serve para corrigir os menores desvios mas sem necessariamente utilizar a violência é só a gente pensar por exemplo no menino que tinha uma nota baixa e vai estudar vai tentar melhorar para conseguir atingir aquela nota que é considerada normal ou ainda quando a gente pensa no caso

do déficit de atenção que é um menino que vai se medicar alisar para poder atingir a norma na verdade para tornar o corpo dele mais dócil e mais produtivo o exame é parte essencial nessa engrenagem ele é possível a partir da vigilância ea partir da norma é ele quem torna um homem combina possível ele quem torna o homem objeto de estudo lembra que a gente falou lá das ciências humanas com radical psi então o exame corresponde a essas ciências humanas ea partir da norma e da vigilância que o exame será possível assim a vigilância e

o exame proporcionam o aperfeiçoamento de cada indivíduo então nós temos ali o médico analisando o paciente o professor analisando o aluno ea partir daí o olhar do especialista aquele que vai definir se o aluno se o paciente está dentro ou fora da norma e o que é necessário fazer para que ele se corrija e consiga entrar na norma em suma o futebol não tá aqui criticando ou analisando a eficácia desses procedimentos o que ele está tentando nos mostrar é como funciona na nossa época um tipo de poder que privilegia o exame a norma ea vigilância

claro que isso abre espaço para muitas análises e muitas críticas a respeito do tema mas isso fica pra outro capítulo outras obras e outras aulas então eu vou ficando por aqui espero que vocês tenham entendido um pouco sobre o tema beijos e até a próxima aula [Música]