Olá boa noite a todos e a todas sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma live do senad o Centro Educacional novas abordagens terapêuticas hoje vamos ter uma live sobre o papel da psicologia na atenção psicossocial é uma live uma live que será ministrada pelo professor Bruno emerit professor Bruno é graduado em psicologia pela Unesp com aprimoramento mestrado e doutorado em saúde coletiva pela Unicamp atua como professor e orientador no programa de residência multiprofissional em Saúde Mental e nos programas de Mestrado em saúde coletiva da Unicamp e São Leopoldo Mandic tem experiência como supervisor Clínico institucional
no SUS e no suas e é integrante do grupo de pesquisa saúde mental e saúde coletiva interfaces da Unicamp lembrando a todos também que próxima semana vamos ter um seminário gratuito totalmente gratuito aqui pelo SENAT sobre a atuação do profissional de psicologia na Saúde Mental é um seminário que vai ocorrer nos dias 6 e0 7 estou enviando agora aqui no chat do YouTube um link que que vai direcionar para as inscrições então quem tiver interesse faz a inscrição que vai estar recebendo o link de acesso professor Bruno vai ter hora de Live então ao final
da fala dele vai ser aberto para para as perguntas Então já instigo vocês também a estarem mandando né a pergunta inquietação comentários no chat para que o professor Bruno responda ao final da Live Professor seja bem-vindo fique à vontade Obrigado Adelmo boa noite queria cumprimentar todo mundo agradecer o SENAT pelo convite para compor eh mais esse momento de trocas eh de um tema bastante importante a ponto da gente organizar uma série de eventos e uma especialização que depois na sequência o Adelmo vai detalhar um pouco melhor mas queria dizer que é uma alegria poder eh
estar aqui com vocês para conversar sobre este tema eh conforme foi colocado a minha perspectiva é de falar até uns 45 minutos no máximo pra gente poder ter aí um tempo para trocas eh a partir dos contextos diversos que eu tenho certeza que que vocês atuam ou pretendem atuar né eu vou compartilhar uma tela aqui para guiar a minha fala peço só confirmação Adma por gentileza se deu certo ou não deu sim ótimo então Eh o convite para hoje é para que eu converse com vocês sobre o papel da psicologia na atenção psicossocial e esse
tema é é bastante pertinente eh no nosso contexto porque as políticas públicas de saúde mental Assim como as políticas públicas de proteção social eh segundo levantamentos aí dos nossos do nosso conselho de classe são eh algumas das principais empregadoras do profissional de Psicologia eh em diálogo aí com atuação em consultórios particulares então Eh pensando na atuação profissional é importante que nos atentemos alguns aspectos que se colocam como desafios no cotidiano do psicólogo nesses serviços uma vez que eh se trata de um campo de Trabalho bastante profico eh e disputado eh no que se refere ao
profissional de psicologia e ao mesmo tempo um campo de atuação para o qual nem sempre nós temos o necessário suficiente investimento durante a nossa graduação claro que respeitando os diferentes cursos de de graduação mas eu tô dizendo de uma forma geral segundo levantamentos que a gente também tem então eh eu queria reforçar a importância da gente disparar essa conversa que continua na semana que vem eh por conta deste contexto né o recorte eh da nossa abordagem hoje vai ser sobre o trabalho do psicólogo da psicóloga na atenção psicossocial então para que a gente possa discutir
questões do nosso núcleo de Formação eu queria de antemão trazer o conceito o paradigma da tensão psicossocial muitas vezes no campo da Saúde Mental a gente considera a atensão psicossocial apenas a partir da semântica que o termo traz psicossocial ou seja considerar as questões psíquicas do sujeito mas também articular essas questões com a construção social do contexto de vida dos determinantes sociais dos do de onde dos territórios Nos quais se produz o processo de saúde e doença de fato essa interpretação ou esta leitura semântica está correta mas a perspectiva que eu quero trazer para vocês
é trabalhada por alguns autores é da tensão psicossocial que extrapola essa leitura ampliada semântica né do significado da palavra a partir de uma compreensão de que se trata de um paradigma ou seja um conjunto de construções teóricas de conhecimento de saberes que procuram entender um determinado fenômeno Então a gente vai dizer de um paradigma que procura entender o cuidado de saúde mental a partir de alguns eixos de alguns pontos que são estes que eu projeto aqui para vocês né O primeiro é a gente poder pensar então nas concepções do processo saúde doença e dos meios
teórico e técnicos paraa gente lidar com O agravo com o adoecimento ou melhor dizendo com o sofrimento psíquico né nesse sentido a gente vai falar então Eh de uma perspectiva em que a gente vai considerar ampliadas o processo eh o contexto de saúde e doença né e o processo de vida dos sujeitos e que a gente vai trabalhar com sujeito para além da sua sintomatologia Esse aspecto é importante porque eh na psiquiatria clássica e em algumas outras em alguns outros paradigmas né que se propõe a entender o sofrimento psíquico ou a doença mental ou os
transtornos mentais há um enfoque bastante voltado para perspectiva biomédica biologicistas dos sujeit dos sintomas como desvios eh que deveriam ser corrigidos como eh manifestações que demonstram que o sujeito eh não está em seu pleno funcionamento psíquico a perspectiva trazida pela atenção psicosocial vai ultrapassar vai entender e esses conceitos vai entender que os sintomas Então se constróem como defesas frente a um sofrimento psíquico defesas essa que trazem sofrimento para as pessoas trazem dificuldades Podem trazer prejuízos mas que tem uma função na vida das pessoas né Então nesse sentido a gente não vai pensar nessa perspectiva eh
do retorno do sujeito ao estado anterior ou seja eh de um cuidado de um tratamento que faça o sujeito voltar na mesma posição subjetiva ou na mesma posição relacional que ele tinha antes de enfrentar esse agravo ou essa doença a gente vai entender que o sujeito se transforma a partir dessa experiência então a gente procura muito mais um reposicionamento do sujeito um novo modo do sujeito lidar com a sua experiência com o seu contexto com o seu sofrimento e também com as suas potências eh ao invés de querer construir uma perspectiva de eliminação do sintoma
e um retorno às habilidades anteriores aos modos relacionais anteriores isso é bastante importante porque também vai trazer pra gente uma perspectiva de que as relações de saúde de doença se constróem numa perspectiva Comunitária e pelos lugares os quais o sujeito circula ou seja o sujeito não é uma entidade eh possuída por uma doença uma entidade ocupada por uma doença né é um sujeito que responde a seus modos a partir de diferentes Vertentes diferentes vetores diferentes dimensões ao que lhe passa na vida então e esta é uma dimensão do reposicionamento do sujeito mas que vai trazer
também consigo vários outros modos de compreender o sofrimento e isso é bastante importante Ou seja a gente deixa de focar numa perspectiva de causa e consequência e vai apostar numa perspectiva de novas possibilidades de possibilidades de transformação deixa de um lugar a gente sai de um lugar de limitação para constuir eh um lugar de possibilidade sem com isso ocupar eh uma posição ingênua de que as pessoas não sofrem a partir e eh dos sintomas ou a partir do que a gente denomina Aria loucura também é importante que a gente consiga pensar nessa Dimensão em que
eh a Organização das relações intra institucionais inclusive o trabalho interprofissional tem que ser colocado em cena no cotidiano numa lógica interdisciplinar numa lógica eh de relações democráticas em que os sujeitos possam participar ativamente do seu tratamento e do seu acompanhamento em Saúde Mental Ou seja a gente sai de um lugar em que o sujeito é um objeto de um lugar em que o sujeito não fala por si ou de um lugar em que tudo que o sujeito diria de seu sintoma e parte para um lugar em que o sujeito atua efetivamente na construção do seu
próprio cuidado em que o sujeito pode intervir diretamente no seu tratamento e mais do que isso nas suas condições de vida nos seus projetos de vida e nas suas projetualidade ou seja nas suas possibilidades futuras isso também é bastante importante porque eh nos convoca profissionalmente e depois eu vou eh voltar essa dimensão Mais especificamente paraa formação da Psicologia eh para entender que o sujeito é o expert da própria vida nós psicólogos nós profissionais sabemos muito de alguns pontos que estudamos nós nos especializamos nós temos eh apostas em educação Permanente no sentido de que o conhecimento
é sempre provisório e a gente tem que eh procurar novas fontes a partir novas fontes de conhecimento né novas construções a partir das demandas que nos chegam isso é um fato porém há uma dimensão do conhecimento que é de quem vive a experiência que é do usuário de quem passa por aquela situação e há uma dimensão da há uma dimensão da implicação que é o que o sujeito vai fazer a partir dessas condições o que o sujeito vai conseguir construir a partir desse sofrimento ou Considerando o seu contexto de vida as suas perspectivas subjetivas sociais
econômicas culturais obviamente por falar de um cuidado em Saúde Mental que se conecta a partir de serviços de saúde de profissionais de saúde Essa não é uma atribuição em que o sujeito tem que dar conta sozinho h o nosso conhecimento a nossa expertise que compõe com a expertise do sujeito e com a verdade que o sujeito traz no seu adoecimento na sua sintomatologia ou no seu sofrimento psíquico nesse sentido também é muito importante que eh nós consigamos trabalhar numa perspectiva interprofissional né o nosso foco aqui hoje não é necessariamente discutir interprofissionalidade a gente vai focar
na formação em psicologia mas é fundamental que nós entendamos que as formações em saúde sempre apresentam limitações elas sempre são Provisórias cada profissão apresenta um recorte da realidade de um objeto de um saber e nesse sentido pensando pela psicologia a gente a gente tem que considerar que o nosso saber é muito importante por isso que somos muitos na saúde mental somos muitos nos serviços de saúde mental mas que ele é insuficiente para entender a complexidade do sofrimento então tem temos que construir estratégias de comunicação de troca eh de composição com outros profissionais da Medicina terapia
ocupacional serviço social educação física e outras áreas afins também é um pilar bastante importante da atenção psicossocial a gente considerar as relações da instituição com os seus agentes que são os trabalhadores que somos nós né e com a clientel e com a população em geral ou seja a gente sai então de uma posição em que os profissionais por si só determinam o tratamento ou que a instituição é soberana no seu modo de funcionamento para entrar numa construção eh negociada de participação efetiva né não se trata mais de prescrever unicamente uma medicação mas de construir com
o sujeito que para ele faz sentido né para alguns usuários a medicação eh vai ter um um lugar fundamental no tratamento outros usuários como muitas vezes eu atendi ehem serviços do tipo Caps eh muitas vezes não querem fazer uso da medicação por conta dos seus efeitos colaterais Então nós vamos ter que negociar um plano de cuidado a partir da necessidade do sujeito mas também a partir do sentido a partir dos desejos e das possibilidades que esse sujeito tem para lidar com isso né a mesma forma Vale pro nosso cuidado pautado na Perspectiva da Psicologia né
a gente vai precisar de um repertório ampliado que possa contemplar a oferta de atendimentos individuais mas também oferta de atendimentos individuais que não se deem apenas dentro da sala que possam se dar no território que possam eh eh se compor possam ser compostas a partir de acompanhamentos terapêuticos a gente vai ter que pensar em ações que vão se dar a partir de grupos para algumas pessoas mas a partir de ações individuais para outras a gente vai ter que pensar em ações de promoção e prevenção para algumas pessoas ou grupos e ações de tratamento para outras
ou seja há uma necessidade de porosidade da instituição e de nós profissionais em relação às demandas do sujeito as características do território e a cultura institucional eh em eh na qual nós estamos inseridos naquele determinado serviço naquela determinada cidade naquele determinado contexto né E aí também por fim eh uma Poa na concepção efetivada dos efeitos das ações em termos terapêuticos e éticos né a gente sai de uma posição de dizer pro sujeito que ele tem que fazer e a gente então se propõe a acompanhar o sujeito na trajetória que ele trilha paraa sua vida uma
posição radicalmente oposta ao paradigma da psiquiatria Tradicional em que nós nós dizemos pro sujeito o que ele tem que fazer quais caminhos ele tem que seguir a partir da nossa prescrição para que ele chegue no lugar que nós entendemos que é o melhor para ele aqui o sucesso entre muitas aspas do Cuidado não se dá necessariamente do ponto em que o sujeito Chega mas na construção da trajetória que ele faz então Eh brevemente né eu trago aqui os autores para caso alguém não conheça o Paradigma e tem interesse possa procurar na fonte mas brevemente seriam
esses quatro eixos que vão nos colocar em contato com a aposta da Psicologia pautada nesta perspectiva de cuidado né é importante falar que a nossa abordagem aqui hoje se volta para as políticas públicas de saúde mental e Mais especificamente pros pontos de atenção da raps agora a gente tá dizendo como eh foi possível perceber de uma ética de cuidado de um olhar que se volta para o sujeito de um modo de compreender o sofrimento e consequentemente de cuidar desse sofrimento Ou seja é uma ética que pode também ser considerada no âmbito dos consultórios no âmbito
de outros espaços de cuidado com algumas dificuldades maiores e com algumas limitações que a gente pode conversar depois né mas é uma ética que não está restrita às políticas públicas de saúde mental por mais que ela Deva ser um balizador comum deve ser o ponto de partida nessas políticas eh bom e nós da Psicologia trabalhando nos pontos de atenção da raps eh a gente tem um desafio bastante grande porque como eu iniciei a nossa conversa eh Há avaliações que apontam que eh não necessariamente a presença dos psicólogos nas equipes de saúde mental dos diferentes pontos
de atenção no SUS eh necessariamente mudou ou produzir uma mudança na lógica de trabalho das equipes e na produção do saber sobre a saúde mental Então esse ponto é bastante importante porque muitas vezes cai-se numa eh construção dada de que o fato de ter psicólogos nos serviços de saúde vai necessariamente levar a uma atuação voltada paraa perspectiva anterior a perspectiva interprofissional ampliada com repertório e diversificado de atuação eh com intervenções ou construções compartilhadas nos territórios e não apenas dentro do serviços ou das salas de atendimento só que isso não se coloca de uma forma naturalizada
né Nem sempre a entrada dos psicólogos nas equipes e atuação dos psicólogos junto aos usuários ou aos coletivos ou aos grupos produzem as transformações que a gente almeja a partir da nossa formação profissional isso por quê Porque em grande medida ainda impera na formação da Psicologia um enfoque individual ou seja de uma relação de cuidado Dual entre o profissional e o usuário que lá está em grande medida formações voltadas pros settings tradicionais né então o modelo tradicional do atendimento Clínico eh o modelo tradicional da Psicologia organizacional o modelo tradicional da psicologia escolar da Psicologia hospitalar
né muitas vezes pautado ainda Na remissão de sintomas e talvez até tão grave quanto eh no modelo de prescrição de modos de estar no mundo né E aí essa é uma crítica que nós temos que fazer a nossa profissão porque na saúde mental há uma crítica necessária à medicalização e a medicamental hia dos sujeitos e esse é um fenômeno social cada vez mais forte que é necessário que nós com os nossos aportes da Psicologia construamos crítica mas a gente também não pode eh cair numa armadilha de desconsiderar que muitas vezes a própria psicologia não prescreve
remédio mas prescreve modos de estar no mundo prescreve o que o outro deve ou não fazer prescreve o caminho que o outro deve ou não percorrer prescreve qual é o destino que o outro deve alcançar então é importante trilhar uma autocrítica porque nem sempre nas formação dos cursos na graduação dos cursos de Psicologia essas questões são trabalhadas E aí a gente vai trabalhar como um suposto sucesso terapêutico a remissão dos sintomas sem considerar o que o sujeito constrói nesse caminho sem considerar as outras estratégias para lidar com o sofrimento que ele consegue construir ou não
sem considerar o que significa isto para aquele sujeito e há também eh eh relatado em muitas construções e avaliações eh de que muitas vezes a graduação e Psicologia oferta um repertório Clínico bastante restrito voltado para ações tradicionalmente mais entendidas como a do psicólogo como avaliação psicométrica como avaliação eh e eh familiar como atendimento individual vejam quando eu trago isso eu não desconsidero a importância dessas ações desenvolvidas pelos psicólogos e nem minimizo a potência que isso tem para determinados contextos o que eu quero dizer é que para que trabalhemos na lógica da atenção psicossocial nos serviços
da raps é fundamental que nós tenhamos o repertório Clínico ampliado eu fazer um acompanhamento de um usuário em situação de rua pelo consultório na rua vai demandar uma série de ações de construção de setting de leituras teóricas muito diferentes do que se eu atendo o usuário na clínica escola na qual me formei a minha exposição a um cenário muito menos controlado vai se dar de um jeito completamente diferente do que se eu atendo o sujeito eh no ambulatório no qual Eu me formei e só tô trazendo um exemplo eh extremo né de um ambulatório pro
consultório na rua mas a gente pode pensar então muitas vezes vezes numa formação teórica eh voltada para uma perspectiva descontextualizada do cenário de vida dos sujeitos sobretudo quando a gente pensa nas interseccionalidades por exemplo de raça e gênero que T sido mais discutidas na formação mas nem sempre eh são aprofundadas na Perspectiva Clínica E aí quando nós temos que atender a população eh que tem que tenha que que isso com a população que a gente tem que levar isso em consideração num capis infantil por exemplo né ou quando eu vou atender uma crise em um
Caps TR em que eu tenho que fazer um acompanhamento concreto corporal por um longo tempo junto ao sujeito e que traz uma série de exposições de posicionamentos de lidar com as incertezas em ato que talvez um setting mais protegido como numa clínica escola não me traga então Eh aqui aparece um ponto de inflexão importante a necessidade de um trabalho na vida real mas muitas vezes há uma formação teórica e técnica distanciada da vida real muitas vezes há uma formação teórica e técnica que considera tudo isso que eu tô dizendo mas o cotidiano do trabalho nos
coloca muitos outros desafios por conta da fluidez do território em que os sujeitos estão da multiplicidade dos sujeitos que conectam o cuidado naquele serviço e consequentemente da multiplicidade de instituições nas quais o sujeito faz acompanhamento e uma série de outros fatores ou seja temos temos um desafio Acabei de ver que tem um erro de digitação aqui no formação temos um desafio que é como então nos voltarmos para questões que possam operar concretamente na prática eh considerando avanços a partir do que nós já construímos e que porventura se mostre insuficiente ou novas construções a partir do
que já foi suficiente um dia bom e nós psicólogos psicólogas tivamente na nossa profissão O que que a gente tem a ver com isso eh no campo da raps né da saúde mental da saúde coletiva do SUS das políticas públicas de saúde mental a gente vai trabalhar com um conceito que não é da Psicologia que é o conceito de campo e núcleo o conceito de campo de saberes e práticas eh se volta pro que é comum a todas as formações Ou seja que não é só o psicólogo que faz um acolhimento todas as profissões da
Saúde pode fazer eh uma visita domiciliar todas as profissões da saúde podem fazer Então essa é uma questão compartilhada é uma questão do campo mas tem as questões específicas que cabem a cada profissão a cada formação eu enquanto psicólogo não posso administrar uma medicação eu não sou formado com esta competência eu não eh tenho legitimidade jurídica para fazer isso eu não tenho enfim capacidade na minha profissão para fazer isso acontece que no cotidiano de trabalho que se coloca é que muitas vezes há uma confusão entre o que é específico de uma formação e o que
é comum a todas as formações quando a gente tá na atenção primária quando a gente tá num serviço especializado às vezes quando a gente tá num trabalhando no SAMU por exemplo eh muitas vezes o psicólogo se sente fazendo o que todo mundo faz psicólogo se sente um pouco terapeuta ocupacional um pouco assistente social um pouco enfermeira um pouco médico porque todo mundo faz coisas comuns compartilhadas E aí pairam dúvidas sobre o que que é específico então pro psicólogo voltando aqui nessa foto né todo mundo está à espera de um fenômeno de um evento a maioria
das pessoas quer registrar esse evento numa foto numa imagem fotográfica e há uma senhora aqui que quer registrar o evento na memória dela não tô querendo eh ser o tiozão aqui antigo de dizendo que o jeito certo dessa senhora mas para dizer que há algo comum que faz com que essas pessoas estejam ali ou seja a gente pode fazer uma referência ao que é comum a todas as profissões no campo da Saúde Mental mas é algo específico a uma apreensão eh particular das pessoas que ali estão né E isso muitas vezes é uma questão importante
pro profissional de Psicologia porque muitas vezes se constitui como eh quase que uma dificuldade da Constituição identitária né o médico prescreve A Terapeuta ocupacional em grande medida trabalha a partir da atividade o enfermeiro tem questões ligadas ao cuidado biomédico do corpo tô fazendo isso de um modo muito reducionista tá gente mas só para ilustrar e é o psicólogo que cabe ah cabe a escuta qualificada bom escuta qualificada deveria caber qualquer profissional né ah cabe uma leitura da subjetividade bom mas a gente espera que na saúde mental todas as profissões T um repertório para entender de
subjetividade sobre tudo no modelo da atenção psicossocial que procura em compreender o sofrimento do sujeito a partir de leituras clínicas e não a partir de funcionamento psíquico exclusivamente na Perspectiva sináptica na Perspectiva biomédica né então no cotidiano de trabalho muitas vezes é delicado o profissional da Psicologia conseguir delimitar o que é específico dele muitas vezes nós ficamos espalhados no que é comum a todos ou a gente se tranca no nosso cons ório e faz o que a gente foi bem formado para fazer com controle do setting com controle e daquela intervenção mais tradicional ou a
gente se põe a fazer várias coisas de um modo compartilhado e tem dificuldade de enganchar O que é específico da nossa formação e aí eu queria trazer alguns pontos que podem ajudar a lidar com este fenômeno com essa questão que muitas vezes se transforma numa angústia o primeiro ponto que eu queria trazer a importância da gente considerar a interface da Psicologia com a saúde coletiva Então a gente vai considerar a saúde coletiva como um campo do conhecimento que se volta para uma compreensão interdisciplinar dos processos de produção de saúde e doença voltados por uma coletividade
e não apenas para um sujeito é o campo da saúde coletiva que em grande medida em campo o surgimento do SUS a reforma sanitária e o Locus de trabalho que é o nosso foco de discussão não há reforma psiquiátrica brasileira sem Sistema Único de Saúde não há o trabalho do psicólogo na raps não há raps No Brasil se não existir um sistema único de saúde que se sustente que Produza cuidado que se efetive e Que permaneça Então nesse sentido há um primeiro ponto que muitas vezes é pouco discutido nas graduações que é fundamental que a
gente conheça um tanto do SUS que é fundamental que a gente conheça a saúde coletiva E aí o os três pilares que compõem a saúde coletiva são esses que estão postos aqui no neste enfim neste quadro né as Ciências Sociais de saúde que vai procurar entender o sentido singular que tem paraos sujeitos aquele agravo aquela exposição a doença aquela experiência eh a gente tem uma outra um outro pé né da saúde coletiva deste tripé que é epidemiologia ou seja compreender a ocorrência de uma determinada doença num determinado tempo numa determinada população e a gente tem
a política o planejamento e gestão que se volta para como os serviços de saúde como os sistemas de saúde se organizam mas como os serviços de saúde se organizam para cuidar do sujeito que chega para cuidar das demandas de determinado território vamos puxar isso pro campo da Saúde Mental então pensemos num fenômeno Como por exemplo o comportamento suicida a gente para ser um psicólogo uma psicóloga que vai cuidar de um sujeito com um pensamento suicida com uma ideação suicida comum planejamento suicida eh eh ou dos cuidados caso alguma coisa aconteça né ele passe a ato
a gente vai ter que considerar não só a nossa leitura tradicional clínica que baliza eh a nossa compreensão da subjetividade leia-se eh uma perspectiva Unic cotiana freudiana de Skinner humanista escolha né é importante que a gente considere esse pressuposto Clínico mas que a gente lance luz também sobre como acessarem o sujeito a partir dessa leitura como essa leitura Clínica será influenciada ou influenciará O agravo que o sujeito traz ou a demanda que ele nos traz considerando esses três tripés desculpa esses três pés então no caso do comportamento suicida a gente tem algumas questões epidemiológicas importantes
eh a gente tem que o sujeito que tenta eh o suicídio mais de uma vez mais de duas vezes tem um risco de até 100 vezes maior do que quem nunca tentou de eh obter sucesso nessa tentativa de suicídio Esse é um dado importante a gente tem outro dado importante que é as mulheres tentam eh mais vezes eh atentar contra si atentam contra si mais vezes só que os homens mesmo atentando contra si menos vezes são mais efetivos no sentido de produzirem ou a própria morte ou ou efeitos decorrentes da Tentativa do suicídio ou seja
as mulheres tentam mais e morrem menos os homens tentam menos e morrem mais bom vou parar nesses dois pontos se eu sou um psicólogo que trabalho na atenção primária ou num Caps e tem um sujeito que tenta se matar Pela terceira vez eu tenho que lançar um olhar sobre esse cuidado muito diferente do que o sujeito que tenta pela primeira vez se é um homem com ideação suicida eu tenho que considerar que há uma exposição a risco diferente do que ser uma mulher com deação suicida a epidemiologia nos traz aspectos paraa compreensão desse fenômeno mas
esse fenômeno não se encerra na epidemiologia a gente vai pensar então bom o que que as Ciências Sociais têm para discutir dessa perspectiva a gente pode pensar então que essa maior letalidade masculina é por conta do machismo estrutural e fazer uma série de construções a partir disso a gente pode pensar a partir da psicanálise de uma relação do sujeito com a sua pulão de morte ou de uma relação do sujeito jeito eh com aspectos que ele não conseguiu integrar como parte do seu self e não consegue lidar consequentemente na sua vida numa perspectiva Unico Tiana
Ou seja a gente vai tentar entender simbolicamente subjetivamente Qual é o sentido que este Sofrimento Traz a outras correntes também pautadas pela psicanálise que vão apontar que os o ide o comportamento suicida muitas vezes é uma forma de comunicação muito além da tentativa de morte em si é um outro modo de compreender e não adianta nada eu ter não adianta nada é insuficiente eu ter uma leitura epidemiológica uma compreensão social subjetiva Clínica se eu não consigo organizar o meu serviço para cuidar desse sujeito Então se esse sujeito chega com ideação suicida construída com planejamento no
meu serviço eh eu tenho que conseguir que ele passe por consulta com mais frequência eu tenho que conseguir vê-lo no outro dia o agente comunitário tem que ir na casa dele eu tenho que articular alguma coisa com o caps ou seja o cuidado é de diferente do que se o sujeito chega apenas com uma queixa de angústia né então o que eu tô querendo trazer é que é fundamental que na organização do processo de trabalho nos pontos da rps nós nos atentemos para esta dimensão porque elas são muito importantes para que a construção clínica que
a gente vai fazer no atendimento do sujeito independentemente do Repertório Clínico que a gente vai usar Que ela possa se ancorar neste funcionamento de um sistema é muito de diferente eu atender esse caso num Caps num obes do que atender esse caso eh no meu consultório particular é muito diferente o meu manejo E o repertório de compreensão que eu tenho que eh levar a cabo também vai se vai se colocar de um modo diferente a gente poderia pensar isso pro uso de substâncias por exemplo epidemiologia nos coloca que 70% das pessoas que fazem uso problemático
de substâncias psicoativas ou de álcool eh que para alguns paradigmas seria nomeado ou interpretado como dependentes químicos 70% dessas pessoas não querem ou não conseguem parar de fazer um uso problemático da substância psicoativa isso epidemiologia nos traz Mas como que a gente entende isso na vida do sujeito a gente vai entender isso então a partir de uma leitura eico Tiana a partir de uma leitura da psicologia social a ou seja como que isso se incorpora como que eh a epidemiologia se singulariza na vida de um sujeito como que a gente entende a experiência que o
sujeito passa ao mesmo tempo nós temos que entender quais ofertas de cuidado a gente vai planejar Então se para 70% das pessoas não é uma escolha ou uma certeza abstinência não adianta eu enquanto psicólogo ofertar tratamentos voltados na para abstinência para todo mundo eu não tô considerando então o planejamento e gestão do Cuidado ou seja há uma dimensão pro nosso campo de Formação que tão importante quanto a construção Clínica seja qual for a teoria que a gente use qual teoria do psic óg a gente usa use é a gestão do processo de cuidado eu posso
fazer um ótimo atendimento Clínico se eu não costurar não articular com a equipe em que eu estou com o território em que eu estou com a família se eu não pensar em estratégias diversificadas de acordo com a demanda do sujeito a potência do meu atendimento pode se encerrar quando eu encerro o atendimento ela pode ser descontinuada considerando as perspectivas da atenção psicossocial que eu trouxe no início da conversa aqui com você né e há um outro ponto que eh eu queria trazer para vocês que a gente considerar eh alguns aportes outros da Psicologia né o
primeiro eh que eu vou passar aqui rapidamente porque o nosso tempo é curto e essa conversa a gente dispara hoje para que no seminário com outros colegas a gente possa retomar também na semana que vem é considerar então a importância da construção de uma psicologia clínica que de fato se volte paraa necessidade das pessoas se volte para o território em que as pessoas vivem e se volte para contexto de vida das pessoas né muitas vezes na nossa formação Ainda há uma construção eh de aportes teóricos que se voltam para população eh de classe média com
outros com outras compreensões do processo de saúde e doença eh ou que não consideram os contextos sociais culturais dos sujeitos e quase que nos convidam a fazer um copia e cola do consultório ou Da Lógica eh ambulatorial privada pro contexto de vida da saúde dos sujeitos e veja nós na atensão psicosocial e na raps operamos radicalmente no território do sujeito e o território não é apenas eh a o mapa do lugar em que o sujeito mapa do lugar em que o sujeito vive o território é a Constituição simbólica do sujeito naquelas relações naquele contexto né
Eh eh naquela circulação então Eh é importante que nos atentemos de que a escuta o cuidado a construção Clínica tem que ser um pressuposto Porque nós não podemos negar isto enquanto psicólogos Esta é uma interface fundamental do nosso trabalho mesmo que não seja a única como eu vou falar na sequência né mas que ela tem que ser porosa necessidade do sujeito então não adianta eu pensar numa psicanálise clássica sem considerar o contexto de a ação de rua há modos de se pensar a psicanálise Nesse contexto que não é o mesmo muitas vezes de se pensar
em outros contextos há modo de pensar a psicologia comportamental eh num contexto de settings diversos diferentes dos settings clínicos há modos de se pensar a compreensão do desenvolvimento humano num capiz que é muito diferente do que de uma clínica particular que atende a população do espectro autista por exemplo né então há uma dimensão da Psicologia clínica que é necessário que nós nos atentemos e que nós ressignifique e que se volte numa perspectiva inclusiva e não excludente inclusiva no sentido da expertise e um repertório teórico que nos volte para as necessidades do sujeito considerando a singularidade
que se coloca a partir do âmbito ampliado do âmbito coletivo do âmbito cultural Inter institucional E por aí vai né Há uma outra dimensão que para nós da Psicologia também é tão importante quanto a clínica que a psicologia institucional pode nos trazer todos nós trabalhamos em instituições né e há uma série de autores né eu para montar essa fala para vocês voltei na Marlene guirado que é uma autora clássica da Psicologia institucional mas que vai uma série de autores que vão nos eh provocar vão nos instrumentalizar em alguma medida para entender Eh que todos nós
psicólogos trabalhamos em instituições e as instituições são compostas a partir da intersubjetividade né então trabalhar num Caps num consultório na Rua trabalhar na raps trabalhar no SUS não diz apenas do nosso ganha pão diz também de parte da nossa subjetividade que é depositada naquela instituição do mesmo modo que o usuário quando procura um cuidado num serviço de saúde mental obviamente ele tá procurando um profissional que o atenda mas há uma dimensão simbólica de segurança que ele procura Ao estar ali Então isso é bastante eh importante a gente considerar porque todos nós trabalhadores e usuários ao
estarmos trabalhando em Serviços de Saúde depositamos inconscientemente nesses serviços parte da nossa subjetividade procuramos segurança procuramos continuidade ali estarmos nós procuramos encontrar sentido pro nosso trabalho e para uma construção social que nos faz acreditar que a saúde é um direito de todos que o vive com a diferença deve ser um balizador das relações humanas que a sociedade deve ser inclusiva uma série de outras questões né e o usuário que procura esse serviço de saúde em que trabalhamos também deposita na Instituição uma série de expectativas e espera encontrar uma série de seguranças ao ser inserido Nesse
contexto isso é muito importante porque não nos convoca não nos convoca para um lugar de analista institucional e e eu não trago esses conceitos da Psicologia institucional para olhar sobre uma perspectiva de um supervisor Clínico institucional ou de um analista institucional mas para entender que qualquer funcionamento institucional coloca em alguma medida em cheque o funcionamento do sujeitos que ali estão né então pensar numa mudança do processo de trabalho não é uma mudança apenas burocrática é uma mudança que vai mexer com a subjetividade de todos os trabalhadores que estão ali um usuário eh ofertar algo de
bom ou quebrar o vidro de uma unidade de saúde não é apenas o prédio que ele tá atacando é também simbolicamente parte da equipe que ali está a equipe pode se sentir atacada por isso é comum que nós trabalhadores no sentamos atacados pessoalmente quando há um ataque a um projeto institucional ou ao próprio prédio né então é importante a gente poder entender porque isso ajuda nós nos ajuda profissionalmente a entender o que que é nosso o que que é da instituição o que que é meu localizado naquela relação e o que que não necessariamente é
meu localizado naquela relação né Há um modo de subjetivação de inserção nas normas na cultura que nós desenvolver desenvolvemos ao nos inserirmos nas instituições instituição família instituição educação instituição saúde né então nós somos constituídos subjetivamente a partir da dimensão institucional e quando nós vamos trabalhar nessas dimensões tudo isso está em cena com o nosso colega e com o usuário então a psicologia institucional eh alguns autores vão trabalhar como uma sub uma subárea da Psicologia mas enfim é uma das áreas da psicologia que podem nos ajudar a lançar um olhar eh mais ampliado sobre as relações
de trabalho entendendo que nós somos produto da instituição na qual nós trabalhamos mas ao mesmo tempo nós nos formamos a partir da instituição o usuário é produto do Cuidado que nós ofertamos mas ao mesmo tempo ele também intervém na Instituição há uma relação o tempo todo dialética entre indivíduos seja trabalhadores usuários e instituição um outro Campo da Psicologia que pode nos ajudar muito e que é algo da nossa formação do nosso núcleo são os aportes que a psicologia social nos traz há uma série de linhas da psicologia social psicologia social Comunitária enfim mas que vão
trazer E aí que eu me remeto a Martim baró mas há vários autores que trazem uma série de outras perspectivas né uma lógica de que a psicologia deve se colocar como um instrumento que se propõe a construir estratégias de libertação das opressões em que os sujeitos vivem isso no nosso campo é muito importante né porque a gente tem um país que é extremamente desigual com uma perspectiva que o baró também trabalha da gente eh despatologizar a pobreza a partir da compreensão do fenômeno social e não da localização eh eh da resposta do sujeito a essa
vivência como um sintoma ou como um adoecimento né a população eh muitas vezes que a gente atende está exposta a uma série de vulnerabilidades A gente pode dizer vulnerabilidade em relação ao acesso ao direito porque os direitos básicos são negados à maior parte da população brasileira vulnerabilidades a depender eh das constituições dos sujeitos eh a depender das das Relações raciais a depender das condições econômicas a depender do gênero ou seja há uma série de riscos de patologização da experiência do sujeito que a psicologia social nos ajuda a não escorregar tão facilmente ou nos ajuda a
compreender de uma outra forma né no desenvolvimento por exemplo de uma consciência crítica com os usuários que a gente atende eh entendendo as condições de vida e o que que isso impacta Nas condições de saúde na intervenção que o sujeito pode fazer coletivamente no seu contexto de vida e que talvez individualmente ele não consiga fazer do que que é uma responsabilidade individual do sujeito ou do que que é uma vulnerabilidade em que o sujeito se localiza por conta de algo que não é da responsabilidade dele é por uma falta de políticas de proteção social por
uma violência eh por uma série de ataques ao eu deste sujeito por exemplo né então a psicologia social também no campo da Saúde Mental nos ajuda a compreender a dimensão das relações para muito além da sintomatologia ou seja nos ajuda com a a compreender as relações a partir da experiência do sujeito o que a gente espera que seja amplamente pensado na Perspectiva do paradigma da atenção psicosocial né e uma outra dimensão que a psicologia pode eh a partir do que é específico da nossa formação eh ofertar enquanto conhecimento enquanto estratégia de cuidado para os usuários
é a discussão a partir dos autores chamados grupal istas né então desde pichon rivier com a construção teórica até autores eh psicanalíticos e de outras correntes teóricas eh de como nós entendemos o funcionamento grupal como que nós operamos esse dispositivo de cuidado no nosso dia de trabalho que é muitas vezes eh insuficientemente discutido nas formações e no cotidiano de trabalho é grandemente investido pelos serviços né oferta de grupos Então esse é um ponto importante E nos ajuda a entender também eh os funcionamentos dos grupos Nos quais nós nos inserimos porque nós trabalhamos em equipe a
rap se constitui a partir de coletivos a partir de relações intra institucionais entendendo que as instituições também são compostas por coletivos então Eh compreender o funcionamento dos grupos amplia a possibilidade da gente identificar as questões da Gente manejar o que se passa e da gente nomear e compreender os fenômenos Nos quais ou nós estamos inclusos enquanto trabalhadores enquanto coletivo ou eh que são fenômenos balizadores das Ofertas de cuidado a partir dos grupos que nós ofertamos aos usuários dos serviços em que nós estamos E aí para caminhar pro final eh e respeitar o nosso tempo eu
queria trazer essa fala aqui nessa inscrição de um texto do Eduardo passos e da Regina Benevides eh que eles apontam que definia a clínica e a sua relação com o processo Pera aí que tá em cima meu negócio aí eh definir a clínica em sua relação com os processos de produção de subjetividade implica necessariamente que nos arrisquemos numa experiência de crítica análise das formas instituídas o que nos compromete politicamente essa é uma outra questão que eu queria trazer pro nosso fechamento que é a psicologia na atenção psicosocial é necessariamente política política no sentido de que
a nossa profissão surge no nosso país em meados de uma ditadura militar em que as pessoas eh não podiam se expressar singularmente eram tolhidas da sua possibilidade de exercer os direitos de cidadania e a sua livre expressão e a nossa profissão surge tentando garantir ou criando espaços de cuidado exatamente no sentido né então há uma construção e um surgimento a partir da Resistência eh do exercício da Cidadania do acesso às pessoas e da nossa imersão enquanto profissionais nos contextos reais de vida isso tá no DNA da nossa profissão isso é completamente político ao mesmo tempo
a reforma psiquiátrica e a reforma sanitária só se dão por conta de um movimento ascendente da população dos profissionais dos usuários eh eh dos diferentes setores sociais que contestam a ditadura contestam a exclusão ao tratamento em saúde pensando no SUS e as condições de supostos tratamentos em saúde pensando eh no modelo vigente até então de hospitais psiquiátricos e isso politicamente faz emergir uma uma construção eh de uma rede de atenção psicossocial de um sistema único de saúde e nós psicólogos temos eh participação importantíssima Nesse contexto e pensar na garantia de direito pensar na singular idade
pensar numa clínica sensível e comprometida com a dignidade humana pensar na construção que o sujeito faz na implicação do sujeito com o seu processo e não na culpabilização do sujeito por conta da situação em que ele se encontra também é uma dimensão completamente política no sentido de que tipo de sociedade que a gente quer criar ou Que tipo de sociedade que a psicologia quer investir ou em que modelo de relações que a gente acredita a partir do nosso saber a partir das nossas eh construções então Eh eu trago para fechar essa imagem que é chamada
de uma obra chamada Lágrimas de um autor eh do Vinícius essa obra Ela tá no subsolo do Mercado Modelo lá de Salvador eu acho que ela é bastante interessante porque ela é composta por mais de 15.000 lâmpadas e todas essas lâmpadas não foram compradas numa lógica são numa loja São lâmpadas que tem uma história cada uma Vem de um lugar ao mesmo tempo ela só cria esse efeito de chuva quando ela está em relação com as demais lâmpadas é um tanto disso que eu localizo nessa metáfora do desafio nosso enquanto profissional psicólogo nos serviços de
atenção à saúde mental né há necessidade de considerar cada singularidade cada sujeito mas há uma necessidade de construção de um paradigma de compreensão dos fenômenos a partir da Psicologia seja na interface do que é comum a outros Campos ou seja na interface com a saúde coletiva seja no que é específico da nossa formação são construções clínicas eu trouxe aqui o aporte da Psicologia institucional social e grupal mas há muitos outros que vão fazer com que a gente consiga olhar para esse fenômeno como um todo né Eh é quase que numa num jogo da gestalte figura
e fundo né não existe uma singularidade sem pensar no contexto mas também é impossível enxergar essa cena sem ver o que é de único nessa história né e a serviço disso que a nossa profissão ou é a este papel né para responder um pouco da pergunta que provoca o nosso encontro do título do nosso encontro é a este papel que a psicologia deve se servir deve servir ao outro eh considerar o que há de singular mas construir um paradigma que balize as ações voltadas para uma ótica de cuidado para uma sociedade mais inclusiva e paraa
radicalidade do direito do usuário eh e da singularidade que constitui esse sujeito no mundo aqui são as referências que eu utilizei e aí eu paro para para os 10 minutos finais para que a gente possa conversar já agradecendo a atenção de vocês perfeito Bruno consegue me ouvir que aqui tá dando como tivesse ótimo te ouço bem ótimo a gente tem sim perguntas aqui que o pessoal tá mandando e antes de iniciar as perguntas eu queria passar uma informação né em relação à pós--graduação do Senat que tá para iniciar que tem como título psicologia na atenção
psicossocial elementos para o trabalho na raps então é uma pós--graduação né 100% online com aulas síncronas e também aulas assíncronas eh onde tem onde tem como coordenador o professor Bruno e também professor Bruno no corpo docente da pós então aqui nessa Live a gente tem um gostinho né do que pode ter aí dentro dessa especialização e também do que a gente vai encontrar um pouquinho na semana que vem no seminário ãã do sená e também vai ter o professor Bruno aí como um dos palestrantes eu tô enviando o link da especialização aqui no chat quem
tiver interesse é só tá clicando vai est direcionando para as demais informações ã professor Bruno agora algumas perguntas que eu vou estar fazendo aqui que o pessoal foi enviando a primeira é da Maria Lourdes que ela colocou assim ã gostaria de saber se somente o adicto pode buscar o tratamento e se ele não aceita o tratamento à família pode buscar este atendimento na raps sim Maria Lourdes eh pensando na raps e na diversidade de pontos de atenção a a proposta que se coloca e a gente espera que assim seja é que eh a organização de
oferta se molde as possibilidades e necessidades do sujeito então há pessoas que diretamente vão procurar atenção primária Cap Seja lá o que for eh por conta e há pessoas que às vezes eh vão procurar pedindo ajuda porque não conseguem mais lidar com o que acontece com o familiar Ou com o vizinho ou entendem que o vizinho precisa de ajuda mas não consegue perceber então é servir é é papel dos Profissionais de Saúde né E aí puxando um pouco pro núcleo da bastante pro núcleo da Psicologia a gente compreender cada demanda que nos chega para poder
atender essa população de diferentes formas né às vezes não necessariamente a gente vai conseguir de cara chegar no atendimento ao sujeito que esse familiar demanda um cuidado às vezes a gente vai começar com a família criar vínculo ou criar estratégias eh para que esta família que também sofre possa ser acolhida e a gente possa pensar em outras estratégias para acessar esse sujeito via visita domiciliar na atenção primária via vinculação de agente comunitário que porventura Já exista ou ou outras estratégias Então isso é bastante importante de eh eh essa pergunta porque ela nos traz a responsabilidade
dos pontos de atenção da raps pelos agravos de saúde ental que acontece no território em que ela está e isso pode ser feito a partir de quem tem demanda espontânea e de quem às vezes não quer não consegue não percebe eh eh enfim não tem condições naquele momento de procurar e eu vou dar um outro exemplo que não é o que você coloca Maria de Lourdes mas que tem a ver se o usuário ele está inserido num Caps TR ele é internado Tomara que não seja mas el internado numa comunidade terapêutica ou ser é internado
no hospital geral por exemplo é responsabilidade do CAPS continuar acompanhando a família desse sujeito porque esse sujeito vai voltar para lá é responsabilidade do CAPS continuar no desenvolvimento do PTS desse sujeito inclusive se conectando com o serviço que o acolhe enquanto ele está internado mas também manter as relações territoriais porque esse sujeito vai voltar para lá então sim é atribuição dos serviços cuidar de todo mundo que demanda tratamento pode ser que não seja no Caps Pode ser na atenção primária pode ser que não seja tratamento Ou seja a partir do uma prevenção de uma promoção
pode ser que não seja um atendimento individual que seja uma ação coletiva na escola né mas uma coisa não está colada a outra não é uma venda casada eu só trato a família se o usuário via junto ou eu só trato o usuário se ele quiser mesmo que ele não queira eu tem que pensar em estratégias em compreensão do sofrimento primeiro eu tem que compreender o sofrimento para depois pensar na estratégia primeiro eu tem que pensar no porquê para depois eu pensar no para que e no como ótimo Obrigado Bruno eh a gente tem mais
perguntas aqui primeiro eu vou olhar aqui um comentário ã da Francisca Ferreira que ela colocou Professor Boa noite Parabéns pela excelente explanação estou no 10mo semestre do curso de psicologia e a sua fala está sendo de suma importância para a construção da minha formação além desse comentário da Francisca a gente teve aí outros comentários em relação aos elogios da Live né eu instigo também o pessoal a colocar no chat de onde vocês estão assistindo nessa Live de hoje uma pergunta da Eloí ela colocou pensando o trabalho em os e a burocratização e precarização dos processos
de trabalho como sustentar uma prática fundamentada na porosidade e nos pilares da saúde coletiva tendo em vista a precarização do terceiro Pilar essa é uma questão dificílima importantíssima porque em grande medida no desfinanciamento e na precarização do SUS a gente tem cada vez mais mais o aumento de contratos terceirizados né pode ser os ocip entidade filantrópica enfim eu acho que tem uma dimensão ampliada macropolítica né que tem a ver com as nossas formas de resistência no âmbito da militância no âmbito do controle social no âmbito da sustentação eh seja dos nossos votos né Eh Enfim
estamos chegando aí em período eleitoral eh seja do cotidiano Então acho que tem um pouco dessa dimensão obviamente se tratando de relações muitas vezes precarizadas e que muitas vezes não sei se é o caso da Eloí mas muitas vezes os trabalhadores sofrem assédio são perseguidos ou são quase que desconvidado a terem uma atuação militante e política sob risco de sofrerem sanções eh outras dimensões podem entrar em cena né então tem essa macropolítica Mas tem uma dimensão da micropolítica que quando a gente tá com usuário a gente vai construir o que é da nossa Clínica e
do encontro com outro é claro que a precarização do trabalho atrapalha seja na saúde mental do Trabalhador seja na falta de recurso seja porque nos afeta diretamente na ideologia na no investimento no paradigma que faz com que nós escolhamos trabalhar naquele lugar isso afeta Não tô dizendo de uma neutralidade obviamente Mas o que eu tô dizendo é que em que Pese essa afetação e essa dificuldade que que que esse exemplo eh traz há uma dimensão também que que se produz na clínica tá em grande medida sob a autonomia do do do profissional e do e
do usuário que lá está né então há uma autonomia na clínica e no encontro apesar de todos esses problemas né E aí eh eu acho que tem uma dimensão política eh da na militância da mobilização do controle social dos votos e também tem uma posição pessoal das estratégias que a gente desenvolve né Há momentos em que a gente vai ter que se posicionar eh junto ou a partir do pleito dos usuários e não apenas do nosso Não tô dizendo utilizar o nosso problema pro usuário virar nosso porta-voz mas às vezes a questão que são comuns
aos usuários e a nós ou que nos afetam em lugares diferentes mas afeta todo mundo né e usuário Às vezes tem uma voz que nós não temos né Há questões que às vezes a gente vai para embate pessoal com a com o nosso empregador ou com o nosso gestor quando o gestor Não é dessa Vibe ou desse paradigma que a gente tá discutindo eh H questões que às vezes acontecem a gente vai para um embate individual isso tem a ver com a psicologia grupal Quando a Gira quando a gente vira porta-voz de um problema há
grande risco da gente virar Bod expiatório os papéis que a gente ocupa no grupo eh nos ajudam a pensar em como coletivamente em como às vezes com mais barulho às vezes com mais estratégia a gente vai se colocar Mas de fato é uma grande dificuldade um desafio E que ao que tudo indica né loisa vai ser cada vez mais frequente porque a precarização eh a partir da perspectiva neoliberal da fragilidade de financiamento dessa lógica de uma gestão do empreendedorismo que também começa a corromper em alguma medida algumas dimensões do SUS nos traz essa provocação mas
há possibilidad de resistência Obrigado Bruno por responder às perguntas a gente tem aqui um comentário da Danielle que ela colocou muito rica a proposta do trabalho grupal ela tem um potencial de mobilização coletiva importante para a criação de novas estratégias de cuidado eh eu queria também pedir pro pessoal né que ainda não tá inscrito no canal do Senat aqui no YouTube que se inscreva que ative as notificações né aqui no canal do YouTube A gente sempre tá postando vídeos novidades da das dos lançamentos do senate então Vocês recebem em primeira mão quando estão inscritos Bruno
uma última pergunta pra gente se encaminhar para a finalização é uma pergunta da Alessandra Ramos que ela colocou Existe alguma linha de exe alguma linha que Desconsidere o atendimento individual por parte da Psicologia acreditando que este atendimento é específico para o ambulatório Alessandra Obrigado Daniele pelo pelo feedback né Alessandra eh é essa é uma questão a meu ver nevrálgica pra nossa formação né eu procurei tomar cuidado na hora de fazer crítica não ao modelo do atendimento individual ou a esta oferta essa é uma oferta riquíssima que a gente vai utilizar aí todos os serviços inclusive
as emuls além de matriciar também vão atender não não apenas melhor dizendo não exclusivamente matrici discutem caso também atendem os casos nas emules nos Caps nas ubss isso também vai acontecer A grande questão é a gente voltar a formação prioritariamente para para uma questão para uma modalidade específica ou exclusivamente E aí fazer isso em cenários artificiais que quando os profissionais vão atender é completamente diferente né quando eu vou fazer um atendimento num Caps num OBS num num num consultor na rua atendimento individual inclusive é completamente diferente de uma lógica ambulatorial agora não há com isso
uma condenação de modo algum do atendimento individual é uma estratégia importantíssima que a gente faz em casos em todos os lugares né E aí muito mais do que a linha teórica em si é qual a construção que a gente usa a gente pode usar uma construção psicanalítica completamente a ver defasada de uma lógica de muitos atendimentos semanais o sujeito que não pode ter alta do cara que tem que chegar naquele enfim posso voltar paraa Viena dentro do CAPS aí A questão não é da psicanálise a minha leitura da psicanálise ou da Psicologia comportamental ou outras
é claro que se a gente pega eh escolas ou eh áreas da psicologia que não se propõe a ter um atendimento Clínico eh essa questão vai sofrer críticas se a gente pega numa perspectiva do materialismo histórico se a gente pega numa perspectiva inclusive da psicologia social que a gente não vai procurar propor um tratamento uma intervenção atendimento Clínico Mas na minha que eu esbocei quase um tiktok assim eh do do baró Ali de alguns pontos eh centrais da teoria da psicologia social proposta por ele a gente vai pensar no fenômeno comunitário ampliado social porque a
partir daí que a gente vai desvelar as relações de poder que oprimem o sujeito e vai produzir possibilidades de de ressignificação intervenção na própria história libertação construção de uma consciência crítica E por aí vai né mas acho que é importante a sua pergunta ampliados individual é uma estratégia importante do psicólogo A grande questão é a gente achar que ela tem que ser a prioritária que ela é a única ou que ela é a primeira ou mais importante o que vai dizer do Nosso repertório teórico a ser ofertado é a necessidade do caso não é o
que a gente gosta o que a gente quer na Saúde Mental é o caso que pede Inter ção é o caso que pede a estratégia não é o que a gente gosta o que a gente quer a gente pode gostar muito de grupos mas tem casos ou tem momentos de determinados usuários que talvez não seja produtivo estar no grupo eu posso adorar individual mas tem casos tem momentos que talvez não seja produtivo estar nesse contexto né então é é importante colocar crítica mas sem com isso anular a possibilidade de desqualificar a potência que pode ter
Claro Obrigado Bruno por responder aí as perguntas do pessoal eh então eu volto só a relembrar sobre a pós--graduação do senate que tem como temática a psicologia na atenção psicossocial elementos para o trabalho na raps é esse link que eu estou enviando agora no chat quem tiver interesse só tá clicando e vendo as demais informações é uma pós-graduação online que tem como coordenador o professor Bru ã professor Bruno a gente agradece demais eu queria agora abrir o espaço para você falar umas palavras finais pro pessoal que te assistiu teologi aqui no site ou no chat
a gente teve participação aí do pessoal n diversas regiões aí do Brasil legal queria agradecer o convite agradecer a atenção de vocês espero ter trazido algumas pitadas aí de conversa de conexões ou de provocações enfim eh que a mim são muito caras mas eh que não se restringem a mim ou a vocês é algo que tem a ver com a nossa formação profissional reforçar o convite eh para vocês conhecer a pós-graduação eh a gente pensou nessa pós-graduação com muito cuidado considerando a diversidade de linhas teóricas a discussão de caso Clínico questões contemporâneas importantes que têm
chegado na clínica e no cuidado nos territórios no serviço de saúde mental e vários outros pontos eh com professores que são referência ligados à universidade a Campus práticos eh uma pós-graduação que é inédita assim a gente tem muita discussão sobre saúde mental de um modo AD da atenção primária do suicídio o próprio senate oferece interessantíssimas especializações Com estes focos mas voltada pras especificidades da formação e Psicologia é a única que a gente tem então a gente tem construído com muito cuidado muito carinho é uma Poa que tá muito potente a gente espera que vocês possam
conhecer se inscrever aproveitar enfim e já convidar de antemão também todo mundo para antemão não porque já convidamos né enfim já convidar novamente todo mundo para para pro evento da semana que vem a gente vai ter outros colegas com trajetórias interessantíssimas Produções teóricas densas com outros pontos de vistas diferentes do que o meu que eu acho que é importante também né do que eu apresentei hoje é importante pra gente trazer mais pluralidade para essa discussão tão tão necessária então Obrigado pela participação pela presença pela atenção boa noite e até as próximas Boa noite Bruno Boa
noite pessoal a gente se encontra na próxima Live tchau tchau tchau Bruno tchau tchau pronto Live encerrada Nossa a gente teve um pico bom