[Música] Olá está começando o segundo episódio do podcast do mink o podcast oficial do ministério da cultura aqui é um espaço pra gente se encontrar toda semana conversar sobre a cultura do nosso país e trazer informações para você ficar por dentro de tudo que o ministério da cultura tem feito você também vai poder enviar e-mail contando sua história sugerindo temas e enviando perguntas pra gente pelo podcast doink @curte Menezes e com o secretário executivo Márcio Tavares a gente falou sobre a volta do mink relembrou os principais feitos e as principais conquistas do ministério da cultura
desde o começo do ano foi um papo super gostoso e cheio de informações para você então se ainda não ouviu vai lá hoje eu converso com a secretária dos comitês de Cultura Roberta Martins e com artista ativista Educadora e comunicadora da Iara Tucano vamos falar sobre a descentralização e democratização do acesso à cultura que é uma das principais né prioridades do ministério um assunto mais que importante para nós que queremos que a cultura atravesse fronteiras quebre barreiras e chegue a todos e a todas Então fique com a gente que tem muita coisa legal Roberta e
daara muito bem-vindas ao podcast obrigada obrigada antes da gente conversar aqui se apresente um Pou por favor para conhecerem vocês um pouquinho mais vou começar então obrigada por ter convidado é importante para nós termos assim um bom veículo para discutir conversar e principalmente quando a gente tá com gente que é super especial e super representativo do campo da cultura e uma super artista que é da era tucano Eu sou Roberta Martins eh sou atualmente secretária dos comitês de cultura do ministério da cultura eh tenho aí a honra de tá ladeando aí com vários companheiros esse
processo de construção reconstrução da política pública de cultura do Brasil a partir do ministério da cultura é uma grande honra em especial nesse período né é o retorno da Democracia brasileira na sua melhor Essência com presidente Lula nos liderando e essa fase super especial com a ministra Margarete Menezes não é qualquer pessoa é uma artista que aponta às necessidades que a gente tem de Reconstruir políticas públicas olhando PR as pessoas mais simples observando a política pública de um outro olhar que ela seja Popular que chegue a todos né É isso que a gente tá buscando
lá no mink ótimo e você da maravilhosa e anuti maçã Olá meu nome é do rigó da Iara Sou do povo IEP maçã mais conhecido como Tucano e nosso povo vive na fronteira entre Brasil colb em Venezuela né no Estado do Amazonas Eu sou artista visual né estudei aqui na na Universidade de Brasília eh nasci cresci dentro do movimento indígena né hoje estou trabalhando com a minha arte também né Somando Forças e também participando um pouco né dessas discussões nacionais sobre a cultura enquanto representante da sociedade civil pelos povos indígenas né no cnpc eh e
É uma honra poder estar aqui também compartilhando essas experiências e podendo Celebrar esse momento da volta da Cultura né tava deixando muita saudades né ficar tanto tempo sem sem o mink né então agora que estamos com o mink Né o ministério de volta eh Nossa graças a Deus graças às deusas as águas as florestas né a todos os santos né da gente poder chegar nesse momento de Celebrar e fortalecer a beleza da cultura brasileira Então vamos lá com começar com as perguntas aqui Roberta queria que você Contasse aqui pra gente um pouco o que o
mink tem feito para que a cultura chegue em todos os cantos do Brasil como Tem trabalhado para descentralizar os investimentos né e democratizar o acesso à cultura a gente chegou num momento no ministério da cultura de Total desagregação das políticas públicas do ponto de vista geral a ausência de um ministério da cultura significa que você não tem um condutor paraa construção da política na observação da sociedade brasileira no seu sentido mais amplo Você só tem a construção de uma política de saúde concreta efetiva porque você tem o Ministério da Saúde liderando esse processo coordenando os
princípios federativos na assistência social iden na educação iden em todas as áreas o ministério da cultura não tinha o ministério naquele momento ausência do ministério durante o período eh que ele ficou ausente da sociedade brasileira prejudicou muito a construção e consolidação de políticas públicas de Cultura em especial no período mais difícil que a gente viveu que foi o período da pandemia né então quando a gente observa o retorno do Ministério da Cultura a gente olha para este momento político que é o momento político de observar sujeitos históricos pessoas que constróem a política pública de cultura
nos seus Os territórios porque a política pública não é só governamental não é só a partir do Estado mas quando você olha o território tanto que se realizou no período que não tínhamos o ministério da cultura você percebe a magnitude e a importância de um ministério como nosso se reconstruir observando as experiências que existiram antes na sociedade brasileira acho que a conquista da Lei Alder Blanc ai conquista da Lei Paulo Gustavo são dois exemplos fundament para que a gente Observe eh como a sociedade brasileira e aquele e sujeitos históricos artistas agentes culturais e o conjunto
da sociedade brasileira anseia por políticas que cheguem nos territórios que cheguem a todos os lugares e cheguem a todas as pessoas Então acho que antes de colocar qualquer questão é importante olhar que este ministério da cultura neste tempo histórico deste governo Lula liderado pela ministra Margarete Menezes estabelece e guarda uma relação com um presente que é o presente de políticas de cultura que são necessárias que cheguem nas favelas nos becos nas vielas nas aldeias em todos os lugares nos quilombos então a perspectiva da descentralização da política cultural ela tá ligada a este momento histórico de
uma maneira muito especial e o que já tem feito então para começar essa centralização a gente chega já em Janeiro com a grande tarefa de construir bases sólidas para execução da política da Lei Paulo custavo né da Lei Paulo Gustavo e da Lei aludir Blanc dois que é uma política nacional de descentralização de recursos para estados e municípios a gente chega com a tarefa de consolidar repasses de recursos a ligadas ao Sistema Nacional de Cultura isso significa descentral recursos para todos os entes federativos o menor município do Brasil tem direito tem inscrito a necessidade de
ter essa possibilidade formativa jurídica administrativa e de gestão de receber recursos públicos de Cultura a gente tá falando de municípios que T 3.000 habitantes e recebem recursos federais para para realizar atividade de outra forma quando a gente olha necessidade de Executar a lei Paulo Gustavo e a Lei Blanc a gente não olha apenas a necessidade do recurso chegar no município a gente olha a necessidade do recurso chegar nos menores territórios observando eh eh a diversidade que esses territórios municipais apresentam né Eh então a gente constrói um princípio normativo que é um decreto que normatiza normatiza
a lei a Blan e a Lei Paulo Gustavo e que compreende a necessidade da descentralização dos recursos e principalmente considerando as as a grande diversidade brasileira estabelecendo ações afirmativas para população negra ações afirmativas para os povos indígenas identificando a necessidade de enxergar esse Brasil de uma maneira muito mais diversa do que ele que ele é né Nossa característica cultural e a diversidade é como você tá falando aí da para conseguir essa descentralização de Fato né Precisa aumentar eh o acesso e diminuir a desigualdade no país Então queria que você Contasse pra gente aqui um pouco
sobre o programa nacional dos comitês de cultura que acabaram de lançar né E também sobre os escritórios estaduais se puder eh explicar um pouco a diferença inclusive entre o os comitês e os escritórios que eu acho que ainda bagunça um pouco a cabeça é difícil mesmo porque esse negócio de gestão não é para qualquer um a gente tem que se esforçar para entender o que a gente precisa fazer é deixar essa essa e essa linguagem da política pública mais simples paraas pessoas né então acho que o podcast pode ajudar muito nisso escritório é o braço
do ministério em cada um dos Estados você tem um escritório em cada estado aproxima o ministério da cultura que ficava tão distante eh a gente só tinha cinco representações Nacionais no período anterior né até a a a presidenta Dilma a gente tinha cinco representações neste governo a necessidade de centralização se estabelece a necessidade de termos efetivamente representações do ministério transformadas em escritórios em cada uma das unidades da Federação elas são o braço institucional do mink naqueles lugares Então você tem aí uma dúvida em relação a um edital você tem aí uma necessidade de conversar sobre
as políticas públicas eh de Cultura a partir do ministério da cultura você procura o nosso escritório é o nosso braço é como se fosse o mink de Brasília dos lugares isso pra gente eh fundamental os comitês já tem uma outra perspectiva ele tem uma perspectiva que para nós fica muito clara que é de estar em lugares onde o ministério da cultura nunca Conseguiu chegar com suas políticas o acesso ele tá ligado à possibilidade de informação você tem que saber que existe a política para poder acessar ele tá ligado intimamente à possibilidade de ter formação você
precisa saber como acessar esses recursos seja pela internet entrando no naqueles programinhas que às vezes são muito difíceis paraas difíceis para as pessoas você precisa ter a possibilidade de acessar Então os comitês de Cultura nada mais nada menos do que a nossa chegada em lugares onde a gente nunca chegou isso é muito importante para nós perpassar passar da barreira de um ministério que tá aqui encastelado em Brasília daara queria saber aqui de você como artista eh conta pra gente se já sentiu essa desigualdade eh se já foi prejudicada por ela e se possível compartilhar aqui
com a gente algumas dificuldades e desafios que você teve eh durante a sua carreira É isso mesmo né o Brasil é um país da diversidade eu acho que inclusive o o Brasil é celebrado no mundo por sua diversidade mas ao mesmo tempo essa diversidade ela ainda não está presente eh de fato na escola na universidade nas mídias né Eh a a cultura que é acessada que distribuída melhor né Aos ao povo né Ela é muito digamos pasteurizada né ela passa por uma série de filtros e isso faz parte de um processo histórico então eu enquanto
uma pessoa indígena eh eu testemunhei ao longo de toda a minha educação a ausência né o apagamento a invisibilização eh das histórias indígenas do nosso país né Eh isso desde a formação da ideia do próprio Brasil né em que os povos indígenas eh fomos considerados como povos a serem colonizados dominados integrados à sociedade né Eh considerados muito tempo até como não humanos né a gente conquistou os nossos direitos cívicos muito recentemente foi na na última constituinte né até o final dos anos 70 a gente não era nem considerado cidadão pleno éramos considerados incapazes né sobre
a tutela do Estado né nossos direitos eles vêm em 88 com a constituição eh nossos direitos internacionais se constróem a partir da década de 90 né e agora né no século 21 né pela primeira vez nós estamos tendo ali a criação do Ministério dos povos indígenas né com a nossa eh ministra Sonia Guajajara é p a primeira vez temos uma presidência da FUNAI também numa na força né de uma mulher indígena que a joen axana e temos eh tantos eh pensadores artistas né e pesquisadores ocupando todas as áreas de conhecimento e então somos nós falando
por nós né como nunca foi feito antes porque antes né O que era falado de nós e que muitos continuam dizendo né é mais o fruto do de todo o preconceito né do racismo do apagamento dos povos indígenas então Eh nós estamos fazendo parte de uma geração eh de poder partilhar a riqueza né que realmente tem no nosso território eh o Brasil é um dos países que mais tem população indígena no mundo né são ali 300 50 povos falantes de quase 200 línguas vivas né e cada povo com a sua cosmovisão com a sua ciência
a sua tecnologia com sua arte sua filosofia maneira de poder abraçar o mundo então eu acho que só essa ausência né no no ensino para mim já é uma violência que eu que eu vivi né Eh eu tive uma oportunidade que ainda é Rara né porque nós também fomos o último grupo a ter acesso ao ensino de maneira geral no Brasil né então na minha família eu sou uma das primeiras né que conseguiu ir paraa Universidade né Eh uma das primeiras que fez uma pós--graduação nós temos alguns grandes doutores inclusive né antropólogos do Povo Tucano
ali também eh da minha família mas é a primeira geração né que chega com com essa com essa força e e para poder contribuir somando um pouco né dessas perspectivas porque ainda hoje te falar assim uma história né até aqui no Congresso Nacional uma vez entrando lá o segurança do congresso uma vez perguntou para mim ó nossa mas pode te fazer uma pergunta você é índia e aham sim sou indígena eh Posso te fazer uma pergunta pode é verdade que índio come gente né e eu querido tá na hora do almoço Como que tu vai
me perguntar uma coisa dessas né Eh a gente até responde com piada né às vezes pergunta ah você é de verdade não eu sou feita de papel Sou feita de cerâmica sou feita de plástico né assim Como assim o que que é o índio de verdade né Como assim tem pessoas que ainda hoje tem a dúvida né se se existe o canibalismo antropofagia né existiu existiu em algum momento sim dentro de outros contextos mas hoje em dia os nossos desafios são outros né E e o exercício da Democracia é poder respeitar profundamente a humanidade de
cada um também né Eh abraçar essa diversidade ela eh constitui para mim o exercício mais básico daquilo que nós entendemos como como democracia como eh uma ação civilizatória mesmo né então eh debater essas políticas culturais é muito importante né é qual é o Brasil que nós queremos cantar que nós queremos pintar que nós queremos desenhar Qual é o Brasil que nós queremos ver nas telinhas né E qual é o Brasil que nós queremos realmente cultivar dentro dos nossos corações né abraçando eh esse território tão grande né com todas as suas florestas com seus Rios suas
praias suas caatingas seus cerrados né Eh suas matas né seus pântanos e e a riqueza dos povos que estão nesses territórios trazendo essas histórias É isso aí e Roberta A descentralização também envolve o empoderamento das Comunidades locais né então como min planeja envolver e capacitar as pessoas para participarem ativamente e se beneficiarem dessas iniciativas culturais e acho que tem uma resguarda aqui uma conversa que é fundamental a gente entender que a política pública de Cultura tem que ser observada para todos a cultura precisa ser popular ela precisa chegar para todo mundo Esse princípio do Universal
que muitas pessoas colocam como uma questão abaixo é fundamental para que a gente enxergue a política de pública de Cultura a descentralização e a possibilidade das pessoas enxergarem uma coisa que é essencial quando a gente fala de Cultura é o princípio de que cultura é direito de todo mundo da expressão do existir não é uma pauta e eu peço ajuda aí de daara pra gente eh dialogar não é uma pauta de identidade o que a gente tá falando é que a diversidade brasileira e essa multiplicidade de gentes que a gente une que são diferentes sim
mas que são iguais na necessidade de exercício do seu direito todas essas pessoas precisam ter direito seu direito à cultura reconhecidos seu direito à cultura estimulados e seu direito à cultura garantido pelo Estado muitas dessas questões estão ligadas à nossa necessidade de simplificação do discurso da linguagem e da forma da gente apresentar a política pública pro conjunto da população se o menino tá lá fazendo um funk na na favela do Rio de Janeiro esse menino tem que entender que o exercício do funk pode ser articulado financiado defendido e garantido pelo estado brasileiro se nossos parentes
precisam estabelecer a sua arte como a moda arte que tão é importante para nós né a moda brasileira que nos coloca na identidade e eu tenho visto muita coisa bacana vindo dos parentes indígenas garantido isto é um exercício de Cultura garantido que deve ser Garantido e isso é muito importante para que nós entendamos e muitos outros eh muitos outros exemplos né as mulheres que estabelecem na relação com a culinária brasileira que tem que ser enxergada como uma forma também de expressão cultural a qualidade da nossa culinária ela tá ligada a nossa permanência da construção cultural
brasileira e tá articulada também com outras questões que é o direito inalienável da população brasileira ter direito a comida ter direito à alimentação de qualidade então quando eu enxergo e você pergunta sobre essas necessidades eh relativas mais a à descentralização ao chegar eu coloco aqui uma questão que é muito importante pra gente coloque política cultural tá associada ao direito específico da existência das pessoas as suas manifestações e o estado brasileiro tem que garantir esse direito eu acho que é isso que o ministério da cultura como instituição tem que buscar né nossa ministra fala eu sou
uma pessoa simples e todos somos pessoas simples é esse o caso é disso que se trata temos que deixar a política cultural brasileira próxima dos brasileiros com todas as estratégias possíveis com linguagens simples e acessíveis editais que sejam possíveis de serem que chegar ao a os mais diversos territórios com os escritórios sendo acessíveis de portas abertas com os comitês chegando com seus agentes culturais aos Quilombos aos territórios indígenas as grandes favelas aos lugares que T lá das populações de Campo que muitas muitas vezes foi enxergado como vazios culturais Oi não existe vazio cultural se você
junta pessoas tem produção cultural então este é o sentido que hoje a gente enxerga da Nossa necessidade ultrapassar essa B essa barreira invisível né de que política cultural é algo apenas para eh quem Ten o acesso à classe média as classes privilegiadas e torná-lo abreviado para o conjunto da população brasileira daara eh queria que você falasse aqui pra gente um pouco sobre a importância do mink trabalhar né nessa democratização e descentralização do acesso à cultur cultura no nosso país e não só falando da sua carreira mas de tanto outros artistas que com certeza você conhece
acompanha e sabe também nessa ância pela primeira vez na história da humanidade do Brasil né a gente tem políticas de Cultura dessa amplitude voltada pros povos indígenas né Eh e existe uma diferença sim que é fundamental né porque as nossas culturas elas TM passado uma experiência de um pouco mais de que 500 anos de perseguição né Essa dinâmica daquilo que as pessoas chamam de colonização mesmo né Ela procura o apagamento fim desses conhecimentos então eh falar da da do fortalecimento das culturas indígenas eh da sobrevivência das línguas dos cantos eh dos saberes das plantas das
maneiras de se viver em cada território né E então é uma política assim de sobrevivência ela significa muito mais do que uma simples manifestação cultural é eh a continuidade de toda uma complexidade de saberes né ela significa saúde ela significa renovação ela significa o fortalecimento identitário ela significa a proteção de nosso território né Eh da nossa maneira de viver no mundo então é muito bom Eh agora neste neste ano também a gente teve o edital do prêmio eh culturas indígenas em homenagem à vovó bernald José Pedro né do povo macuxi que foi uma vovozinha muito
simples né também muito querida conheci ela ela era mãe mãe de coração mãe Espiritual do meu meu companheiro ela foi uma vovozinha que Ela guardou os cantos que ela aprendeu na infância ela fez questão de distribuir esses cantos para todo o povo dela né é uma das poucas são pessoas raras que fazem isso eu tive oportunidade de conhecer alguns avôs assim que eram Guardiões de cantos né aí pegava todos os Neti falar não você tem que cantar canta assim assim assim faz a roda canta junto e nesses cantos mantém a língua mantém as histórias mantém
a alegria do Povo Porque é tanta coisa que a gente enfrenta né Então essa esse tipo de manifestação é aquilo que nos cura que nos alimenta né e e a vovó berdina foi e esse tipo de pessoa ela nos deixou durante a pandemia né Por Conta do covid e é muito bonito ver essa homenagem feita ela né pelo prêmio culturas indígenas que eh abriu ali a oportunidade de 110 prêmios né para inscrições de projetos eh nos territórios nas comunidades pelos eh produtores né de cultura indígena né Independente se são desenhistas pintores se é para fazer
o quê se é para fazer um festival para fazer uma uma festa uma arte uma exposição né Eh valorizar isso porque às vezes a violência que é tão grande né que muitos lugares do Brasil ainda tem pessoas que se sentem ameaçadas de mostrar a sua identidade indígena na rua né Tem tem alguns lugares no Brasil né onde os parentes se aparecer pintado na rua se mostrar né que é indígena pode ser agredido né porque existe sim o preconceito né então a gente ver uma geração que se fortalece dentro da sua identidade cultural é uma geração
que está melhorando a sua autoestima né que tá fortalecendo ali cuidando da sua saúde mental da nossa saúde mental e não apenas a nossa individual enquanto indígenas eu acho que é a saúde do povo todo do povo brasileiro né poder Honrar né e e e abraçar né e Celebrar essa riqueza que é dos povos originários aqui assim como é é também dos nossos parentes quilombolas assim como é também né Essa riqueza enorme das matrizes africanas que vem e cria semente né cria raiz aqui nesse Brasil adentro e de tantos outros povos né que vieram ao
redor do mundo para formar o nosso país essas histórias elas acontecem nos lugares mais inesperados como tava falando né às vezes lá na na na cabeceira do Igarapé né tem um rezador tem um tem um grand artista né que nunca foi reconhecido que às vezes até o povo não reconhece que acha que é só um velinha uma velhinha que sabe de alguma coisa não então acho que é só um jovem curioso que tá querendo fazer mas assim esse vovozinho tá segurando a semente para passar pro netinho e um dia esse Netinho vai virar avô né
então ali que que que vem a importância né dessa ação toda temos também uma geração de artistas indígenas que tem chegado ali para romper umas Barreiras né eu faço parte dessa geração né também de chegarmos a espaços institucionais maiores chegarmos aos museus Chegamos as passarelas como tu tava comentando também né Eh para poder eh contar as histórias desses territórios dentro acho que uma coisa que a gente fala muito no movimento né Para nós tudo é conectado a gente não é é que nem o Davi copenal fala né A Sociedade do branco é uma sociedade de
caixinhas Mas a nossa é uma floresta tudo tá conectado né Eh o nosso corpo o nosso espírito o nosso território tá conectado né e a gente para poder manter o nosso território vivo precisamos manter a nossa cultura viva né nesse momento que nós estamos vivendo né de fortes mudanças climáticas né Eh de uma floresta que está pegando fogo de rios que estão secando né dos peixes que estão morrendo por conta do desse aquecimento global ou então Eh pela contaminação do mercúrio né nós somos os povos que mantém uma cultura que ainda respeita a vida neste
planeta e não é à toa que mais de 80% da biodiversidade no planeta está nos territórios indígenas né é a nossa cultura que plantou essa floresta amazônica inteira e se depender de nós vai continuar plantando vai continuar Semeando e isso é a saúde do Futuro para todos nós a tua fala é muito poderosa eh a relação da cultura com a este momento histórico que a gente vive eh deste ponto de quase não retorno das questões ambientais do planeta né são populações tradicionais que fazem isso as pessoas que estão aldeados nossos nossos parentes indígenas nossos parentes
quilombolas também então aí na resistência muitos dos nossos companheiros em outras situações no campo também apontam isso lutando e ali no sentido de resistência da sua cultura tradicional mas eu eu diria também que a cultura a arte contemporânea contribui muito com isso quando artistas como você que trazem essa artistas visuais como você e tantos outros né hoje a gente tem um campo das artes visuais também com com artistas negros grandes curadores apontam que essa arte contemporânea também dialoga com esta cultura brasileira que é ancestral mas é desse momento ela é contemporânea e ela também será
futuro porque a manutenção deste planeta vivente pulsante ela também tá intimamente ligada às questões culturais eh eu como uma gestora pública de Cultura Sempre me emociono e sei que a nossa responsabilidade não é qualquer responsabilidade é ligar a cultura a esta necessidade também da relacionar a cultura com as questões de sustentabilidade com as questões do planeta com a necessidade da gente resguardar este e nosso nossa nossa necessidade aqui no Brasil nos somarmos a essa cruzada que inclusive o presidente Lula tem apontado muito na defesa né do do Brasil como voz né vocalizar forte essa necessidade
do do da Preservação do planeta saudável para que a gente noss e as futuras gerações possam usufruir do planeta à frente né acho que a cultura tem uma relação muito importante com isso não apenas do ponto de vista ancestral né mas também na na construção da arte e da cultura desse tempo né a gente tá vivendo um momento muito especial daara você tem uma grande luta aí estamos junto e Roberta mudando um pouquinho aqui de assunto a gente ficou 10 anos né Eh sem a Conferência Nacional de Cultura e aí finalmente ano que vem a
gente vai poder contar com Esse grande evento e queria saber com você Como tá essa preparação e se já tem acontecido conferências municipais e estaduais daara conselheira Nacional de política cultural ela pode falar também viu ótimo a gente quando chegou tava ali precisamos ouvir a sociedade então ministra Margarete chegamos lá ministra Margarete vamos fazer a conferência vamos fazer a conferência e tocamos o processo da conferência para nós parecia muito Óbvio precisar discutir com a sociedade brasileira com o conjunto das pessoas com os artistas com os fazedor mas com a sociedade brasileira também você tem que
estimular que a sociedade de debata e discuta políticas culturais então a gente escolher um tema que dialoga com esse tempo democracia e direito à cultura porque a direito à cultura fortalece a democracia no Brasil é disso que se trata quando a gente fala de todos esses princípios civilizatórios de respeito de construção coletiva de um Brasil melhor de defesa e dessa triste realidade de destruição ental a gente tá falando de Brasil a gente tá falando de um princípio que é fundamental né ter o direito democrático de discutir a gente já realizou as conferências municipais foi muito
exitoso a gente vai superar a meta da última conferência foram 10 anos de Conferência entre a terceira conferência nacional e a quarta Conferência Nacional vamos aí pros etapas estaduais que vão até dia 4 de dezembro para nós vai ser muito importante essas etapas estaduais conversar com os estados sobre a política pública de Cultura em seu mais profundo na sua mais profunda relação com os municípios com as regiões a gente enxerga a diversidade brasileira também através da conferência eh para nós é muito importante nós vamos discutir seis eixos centrais da conferência Desde da necessidade da do
do aumento né da do aprofundamento da da institucionalidade da política cultural a o fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura até a descentralização de recursos passando pela política das Artes a política do patrimônio a política de de de memória é direito à memória a gente tem que reivindicar o direito à memória como política pública e vamos encerrar lá em março 4 de março a 8 de Março todos aqui em Brasília pra gente conversar e fazer uma belíssima conferência Popular massiva com pessoas a trazendo muita discussão e muitas demandas mas também muita reflexão da importância da política
pública de cultura no Brasil ah e a gente já aponta para o novo Plano Nacional de Cultura né a gente precisa de um novo Plano Nacional de Cultura que aponte à necessidades de uma política nacional que realmente traduza esse momento da política cultural brasileira daara eu queria saber de você Quais os principais desafios fios e você encontra para fazer com que sua arte chegue a mais gente e e também que novas portas sejam abertas para você como artista né e o que você acha que poderia ser feito pelo Ministério da Cultura Para poder melhorar um
pouco aí essa realidade Como eu disse antes eu faço parte de uma geração que conseguiu chegar em algumas instituições mas a gente chegou Foi por conta própria não teve ajuda de ninguém não é abrir a trilha na base do terçado mesmo né da machadada da fch né jogando umas verdades nas caras dessas pessoas dirigentes dessas instituições e falando olha passou do tempo não dá mais para suportar nem aceitar nem ficar calado diante do apagamento Então esse lugar também é nosso e a gente vai entrar pela porta da frente vamos chegar na nossa cadeira estamos tirando
a cadeira de ninguém porque nossa cadeira já é Nossa e estamos mostrando o nosso trabalho isso foi feito eh é feito né continua inconstante construção né feita por uma série de de artistas e articuladores curadores pensadores né é que conseguem estar em diálogo com essas instituições e eu acho que Todos nós concordamos que existem lacunas né na educação principalmente né Eh que apenas podem ser sanadas por nós né Eh Por exemplo quando se criou a lei 11645 que tornou o ensino da cultura indígena e afro-brasileira né nas escolas até agora né Muito se reclama da
da lacuna né da falta de conteúdos sobre essa temática para serem apresentad nas escolas e os conteúdos que tinham eram recheados de ideias preconcebidas né então por exemplo ai 19 de abril dia do índio Vamos colorir um Papacapim e acabou né Vamos colocar cocar de cartolina nas criancinhas no Jardim de Infância vamos pintar com tinta guache gente todas essas ações são extremamente problemáticas né extremamente problemáticas por Por ignorância mesmo né Por falta de preparo mas eh com essa com essa política com essa lei né Tem melhorado um pouco o caminho é muito devagar ainda faltaria
eh que houvesse uma formação melhor no ensino superior também para tratar dessa diversidade cultural sabe já Aproveitando que estamos aqui né conversando com mink né a gente precisa colocar essa pauta né como uma pauta obrigatória também se possível dentro da formação das licenciaturas no Brasil né Eh que é um conteúdo de que possa abraçar a diversidade de povos de pessoas eh de territórios no Brasil para que os educadores né tenham consciência disso senão a gente fica naquele velho repeteco né de repetir as violências do passado então a gente precisa se educar Nesse sentido porque quando
as pessoas ganham a consciência da importância dessa diversidade cultural então elas tiram um pouco o seu preconceito do caminho e nos deixam entrar né nos acolhem nesses espaços né melhor a gente ainda não tem né Por exemplo na na na televisão brasileira eh nas novelas eh né Eh agora começar né agora tem tem dois atores indígenas que estiveram nessa última novela aqui e mas não não tem não tem tu vê tu vê índio né tu vê parente na nas propagandas você não vê você não vê no cinema você não vê na TV você não escuta
na rádio por quê né É É por puro preconceito alheio Não não é que faltem profissionais né É porque não se considera essas pessoas como capazes de serem bons profissionais e isso é o racismo e em Ação né Então as políticas de Cultura elas podem ajudar no sentido de haver uma formação né Eh para os gestores públicos mas também para as iniciativas privadas né no sentido de valorizar essa diversidade né então uma coisa que é muito bonita que eu tenho visto né com a lei audir Blanc e também a Paulo Gustavo né que abriram editais
nacionais né como uma política nacional onde está sempre eh incluído né No No caso da Lei Paulo Gustavo por exemplo 10% né das vagas eh dos projetos inscritos é destinado para projetos indígenas né Eh dentro de uma política de inclusão E aí outros grupos que são independentes também passam a a praticar essa essa mesma inclusão social se torma uma Norma Isso é uma prática pedagógica mesmo né então não é apenas o mink que tem edital para povos indígenas né Tem vários outros grupos outros né que estão ali apoiando projetos indígenas mas a sociedade brasileira precisa
saber e se envolver mais né para mim eu como artista Não sei nunca nunca precisei de ajuda de ninguém então também não sei se eu tenho que pedir né porque eu acredito muito nesses caminhas da Autonomia eh mas eu acho que o maior apoio que a gente precisa assim nesse momento é de mostrar né E fazer essa luta contra a invisibilização e Abrir esses canais para que que eh a a nossa cara também possa aparecer a nossa voz possa estar ali presente e que a nossa fala seja a nossa seja nós por nós mesmos né
Eh nós precisamos reconhecer nossos escritores nossos cientistas nossos profissionais nossos Artistas em todas as áreas né Eh Celebrar isso como parte do nosso patrimônio nacional eh e eh lembrar que o trabalho que nós fazemos né as criancinhas que estão assistindo isso né que tão vendo isso acontecer vão poder sonhar com isso também né o eu fico até emocionada mas assim de verdade né o que eu quero o que eu quero mesmo é que as crianças indígenas elas possam cada vez crescer podendo ter essa liberdade de sonhar em ser qualquer coisa que elas imaginarem né Se
quiser ser um médico advogado artista se quiser ser um astronauta e se quiser ser um Pajé e se quiser ser Parteira e Rezadeira que tudo isso possa ser celebrado com dignidade né porque a nossa luta né para est nesse espaço é isso né Nós queremos uma vida digna que a nossa cultura seja tratada com dignidade também maravilhoso maravilhoso quando e agora eu fico pensando quando a gente discutia lá as ações afirmativas no mink para que que elas servem né Para isso para que a gente consiga construir políticas públicas no Bras Brasil inteiro influenciar municípios estabelecer
relações diretas de convencimento com secretários de Cultura municipais estaduais de que é fundamental articular as ações do do ministério da cultura através da Lei alir Blanc através da Lei Paulo Gustavo no sentido de afirmar esta diversidade de afirmar a cultura dos povos tão tão importante eh no país eh a gente está tendo uma oportunidade única da ara quando a gente que o volume de recursos com a lei Paulo Gustavo e a lei od de blanck São na ordem de 6 bilhões de reais quase S e que isso tudo tem um percentual que Obrigatoriamente indica aplicação
na valorização de artistas fazedores de Cultura indígenas artistas fazedores de Cultura negros mas principalmente da cultura negra da cultura indígena a gente tá olhando ali olhar o Brasil no sentido da afirmação da igualdade e da afirmação e da Igualdade racial é um grande feito e a gente tem que Celebrar e buscar que isso seja atingido né Essa aplicação no sentido da política pública que hoje o ministério da cultura aponta que é o sentido do governo Lula ela tem uma uma ela tem um necessidade um necessário rebatimento de melhoria e de qualificação da sociedade brasileira no
sentido da Igualdade racial nisso estamos juntas né a população negra também precisa ter valorizada a sua cultura e resgatada e valorizada a sua humanidade Essa não é uma questão de identidade essa é uma questão de manter a sociedade brasileira saudável é disso que se trata mesmo né gente muito bom muito obrigada obrigada pela participação de vocês por vocês toparem terem vindo aqui compartilhar um pouco da história de vocês trazer essas informações para quem tá nos ouvindo queria agradecer muito a participação muito obrigada obrigada a você gratidão e se você que está nos ouvindo aqui gostou
do nosso podcast Aproveite agora e envie para quem precisa ouvi-lo também ajude esse podcast a chegar para mais gente na semana que vem tem Episódio novo e é sobre a Lei ran se você ainda tem dúvida sobre como ela funciona e como ela é tão importante pra cultura brasileira te vejo no próximo Episódio vamos mergulhar juntos nessa lei de incentiva à cultura desvendar mitos e alguns equívocos também siga o podcast do mink no Spotify dezer Apple podcast Google podcast ou onde você estiver ouvindo Assim fica mais fácil de você encontrar sempre que quiser ouvi-lo se
quiser nos envie o e-mail contando sua história sugerindo temas ou com perguntas pra gente responder aqui é só escrever PR podcast doink @ca goov.br Lembrando que toda sexta-feira tem Episódio novo sempre com tema interessante para você profissional e amante da cultura até lá [Música] tchau m