olá professor ou professora eu sou silvio gallo professor da faculdade de educação da universidade estadual de campinas e nesta aula vamos trabalhar alguns elementos de uma metodologia para o ensino da filosofia nós vamos trabalhar basicamente em três momentos mas abordando primeiramente a questão do método alguns esclarecimentos sobre o método e as implicações do método para o ensino da filosofia em seguida discutiremos um pouco as principais abordagens relativas ao ensino da filosofia trabalhando com a possibilidade de uma abordagem histórica com a possibilidade de uma abordagem temática e por fim com uma abordagem problemática para o ensino
da filosofia discutiremos um pouco cada uma dessas três mais dando ênfase para a terceira e concluiremos com uma sugestão de quatro passos didáticos ou quatro caminhos que o professor pode tratar o que o professor pode traçar na organização da sua aula de filosofia [Música] [Música] vem de baixo pra poder subir o bem de cima pra poder cair estou dividindo pra poder sobrar desperdiçando pra poder faltar devagarinho pra poder saber bem de leve pra não der vou estudando pra saber ignorar eu estou aqui comendo para vomitar eu estou explicando pra te confundir com isso pôde confundindo
pra que esclarecer o iluminado pra poder cega do pegando o cego pra poderia pegar um dinheiro fácil esclarece tô ficando cego para poderia suavemente pra poder razão olho fechado pra te ver melhor com alegria pra poder chorar desesperado para ter paciência carinhoso pra poder ser lenta médica não há atraso atrás da vida top morrer faltou me despedindo fato de votar mas iniciamos esse módulo com uma música de tom zé intitulada tô composta por tom zé e elton medeiros também de baixo para poder subir do bem de cima pra poder cair como vocês puderam perceber com
essa música de tom zé é eu utilizei porque me parece que ela é uma boa metáfora para a filosofia a filosofia é aquilo que confunde para poder explicar e que explica nos confundindo quando pensamos então na filosofia como não sendo uma explicação da maneira tradicional que nós estamos acostumados a pensar a explicação a questão do método ganha uma dimensão bastante importante como pessoal método em filosofia como pensar o método no pensamento como pensar o método no ensino de filosofia como pensar o método pra aprender filosofia esses são os desafios que nós precisamos enfrentar quando nos
preocupamos em ensinar a nossa disciplina vamos então tentar abordar a questão do método na filosofia como compreender o problema do método o método como todos nós sabemos tem há uma palavra que tem uma origem grega método em grego significa o caminho que percorremos para chegar a um determinado fim mas não é simplesmente o caminho que percorremos é o caminho que percorremos conjuntamente o método tem sempre essa idéia ou essa noção de um caminho pelo qual nos dirigimos para atingir uma determinada finalidade é bom o caminho da filosofia é o caminho do pensamento o método na
filosofia é o método no pensamento como pensar então esse problema do método ou essa questão do método na filosofia ou especificamente no ensino de filosofia como nos interrogarmos em relação ao método é possível um método para ensinar filosofia é possível um método para aprender filosofia como trabalhar nessa perspectiva como trabalhar nessa direção se a filosofia é um trabalho do pensamento se a filosofia é o desenvolvimento de um determinado percurso no pensamento como nos colocarmos nesse percurso numa direção metodológica ou no sentido metodológico que passagens no pensamento que experiências de pensamento que situações do pensamento evidenciam
e possibilitam um determinado aprendizado de filosofia ou mesmo um determinado ensino de filosofia quais são os percursos que nós fazemos no nosso pensamento como é que nós nos orientamos no nosso pensamento para dizer que ensinamos filosofia para alguém ou pra dizer que aprendemos filosofia com alguém todas essas questões são questões que nós podemos trabalhar quando nos colocamos numa discussão metodológica sobre o ensino da filosofia mas nós sabemos também que a questão do método no ensino no ensino da filosofia e no ensino de qualquer disciplina é uma questão que pode ser abordada didaticamente na direção da
didática nós nos perguntamos por exemplo quais são os procedimentos quais são os recursos quais são as estratégias que favorecem um determinado ensino de filosofia quais são os procedimentos os recursos as estratégias que possibilitam e que facilitam um determinado aprendizado da filosofia ou ainda mais de que maneiras seria possível nós provocarmos determinados deslocamentos no pensamento se a filosofia é esse movimento que se processa no pensamento de cada um como provocar esses deslocamentos como fazer com que alguém que pense de uma determinada maneira a partir da experiência filosófica ou através da experiência filosófica consiga se reorientar no
pensamento consiga encontrar uma outra direção do pensamento e passe a pensar de uma outra maneira é isso que precisamos estabelecer quando discutimos a questão da metodologia do ensino da filosofia focando então essas duas direções que são ambas importantes e que são complementares primeiro uma direção de um trabalho com o método no estritamente filosófico o método na filosofia o método no pensamento o método na produção da experiência filosófica e numa outra direção o método no ensino da filosofia o método tomada em seu aspecto didático quais as estratégias dos recursos procedimentos que possibilitem que alguém que não
conhece a filosofia se coloca no processo de aprender filosofia ea partir desse aprendizado da filosofia se coloca então na possibilidade de pensar filosoficamente quando pensamos o ensino da filosofia podemos tomá-lo das mais diversas maneiras podemos pensar o ensino da filosofia por exemplo como uma transmissão daquilo que os filósofos pensaram ao longo da história uma transmissão dos conhecimentos filosóficos produzidos historicamente nesse aspecto o ensino da filosofia é não vai muito além dessa transmissibilidade daquilo que foi produzido trata se de o professor é transmitir elaborar é é aquilo que os outros filósofos já pensaram que trata se
para o estudante de repensar aquilo que já foi pensado o estudante vai assimilar um pensamento que já foi produzido e vai repensar o vai produzir o seu próprio pensamento a partir desse pensamento que já foi produzido mas nós também podemos numa direção distinta dessa uma diversão um pouco diferente pensar o ensino da filosofia como ensino de uma experiência filosófica não ensinar a reproduzir aquilo que já foi pensado não ensinar transmitindo conteúdos filosóficos e retomando esses conteúdos no pensamento de cada um mas ensinar justamente como a instauração de uma experiência originária ou de uma experiência original
do pensamento é como pensar o ensino da filosofia então nessa direção de oportunizar uma experiência verdadeiramente filosófico uma experiência em que o sujeito se coloque ele pro como o sujeito do pensamento será essa uma tarefa possível será que podemos dizer que um professor de filosofia que tem a sua própria orientação no pensamento que tem a sua própria orientação de pensamento pode ensinar alguém como se orientar no pensamento ou ainda uma outra direção uma outra pergunta que podemos fazer será que é possível que alguém o aprendiz de filosofia o estudante de filosofia aprenda essa orientação do
pensamento será que ele consegue se colocar na posição de quem precisa aprender essa orientação de pensamento será que essa orientação é ensiná viveu podemos dizer por um lado e será que essa orientação por outro lado é possível de ser aprendida para trabalhar essas questões eu proponho é que recorramos a um texto de um professor francês stephan do ali e é o texto de uma conferência que o esse professor realizou aqui no brasil há alguns anos atrás e é um texto interessante porque nesse texto nesta conferência stefan duale e coloca uma tese bastante original e bastante
interessante qual é a tese que ele anuncia nesse texto a tese é de que toda a filosofia é dotada de um poder de começo o que ele chama de poder de começo poder de começo é justamente a idéia de que cada filósofo começa por si mesmo a filosofia nós sabemos que a filosofia tem uma história uma história já longa uma longa tradição uma história que já alcança quase três mil anos muito bem dizer se professor francês cada um de nós ao se colocar na filosofia recomeça a filosofia como se recomeçar do zero portanto há um
começo histórico da filosofia antiguidade grega mas há inúmeros outros começos da filosofia porque cada filósofo que começa a filosofar tem o seu próprio começo na filosofia porque essa questão é importante é importante porque no ensino de filosofia se nós queremos trabalhar a perspectiva do ensino da filosofia como a o dar oportunidade ao estudante que faça a sua própria experiência filosófica o que nós trabalharemos é justamente com a idéia de que o estudante produzirá o seu próprio começo na filosofia o que nós faremos nós professores faremos é convidar esse estudante para que comece na filosofia para
que produza o seu próprio começo o que significa esse começo de um determinado filósofo pra isso pra entender melhor essa questão podemos recorrer a um exemplo histórico e eu vou utilizar aqui aquele que talvez seja o exemplo mais clássico o mais conhecido de todos que é o exemplo da relação de platão com sócrates platão é necessariamente aprendeu a filosofar com sócrates platão não se colocou na filosofia sozinho platão não se colocou na filosofia é é autonomamente ele aprendeu o que sabia de filosofia com seu mestre com sócrates então há a figura de sócrates é uma
figura central é uma figura importante uma figure uma figura fundamental na experiência filosófica de platão ele não conseguiria se colocar na filosofia ele não conseguiria produzir filosofia não fosse com sua a partir de sua relação com sócrates muito bem então a marca se a entrada de platão na filosofia e na sua relação com sócrates aí uma relação do mestre sócrates com o discípulo platão ea a nessa relação mestre e discípulo a possibilidade justamente de platão se encontrar com uma filosofia no entanto como nós sabemos platão só começa a produzir efetivamente filosofia depois da morte de
sócrates é chocado com a morte do seu mestre que platão se coloca a pensar por si mesmo podemos dizer então e essa é a metáfora que utiliza stefan zoller no texto que eu estou citando aqui podemos dizer então que para que platão começasse a filosofia foi necessário que morrer se o seu mestre foi necessário que morresse sócrates se sócrates continuasse vivo talvez platão não tivesse começado a sua própria filosofia ele permaneceria na filosofia mas permaneceria na filosofia reproduzido as idéias de sócrates permaneceria na filosofia dialogando com sócrates permanece permaneceria na filosofia à sombra do seu
mestre para que alguém comece na filosofia para que surja um novo filósofo para que surja um novo autor na filosofia é necessário que ele pense autonomamente e ele só pode pensar autonomamente quando supera o mestre quando mata o mestre há o exemplo de sócrates e platão é um exemplo interessante porque ele passa pela morte é específica pela morte física de sócrates e platão ver o seu mestre morrer e é a partir da morte do seu mestre e querendo homenagear o seu mestre que ele se coloca então na filosofia ele começa a produzir filosofia é evidente
que nós não vamos dizer que nós professores de filosofia precisamos morrer para que nossos estudantes comecem na filosofia mas a metáfora aqui do alli utiliza ao buscar o exemplo da relação de platão com sócrates é a metáfora que nós precisamos ter em mente e que precisamos ter é com clareza na nossa relação como professores de filosofia né para que os nossos estudantes efetivamente comecem na filosofia é necessário que eles não supere em si nós nos colocamos na posição de mestres nós nos colocamos na posição daqueles que precisaram ser superados o professor de filosofia portanto se
nós defendemos um ensino de filosofia que seja um ensino da prática filosófica da experiência filosófica não apenas a transmissão dos conteúdos filosóficos mas se nós defendemos um ensino que seja o convite para que o estudante faça experiências autônoma ea sua própria experiência de pensamento então nós professores sofia somos feitos para desaparecer isso significa que nós temos um papel importante nós temos um papel fundamental porque sem a presença do professor o estudante não se inicia na filosofia sem a presença do professor o estudante não se coloca no processo do filosofar mas se esse professor não for
dispensado num determinado momento tampouco ele é capaz de fazer a experiência filosófica concluindo essa discussão é é vale a pena e em formar aqui este fã dele e nesse texto aqui citado ele se baseia nas teses de um outro professor de filosofia francês contemporâneo já que a chance é que no final dos anos 70 e início dos anos 80 publicou um livro bastante interessante intitulado o mestre ignorante você também pode ver na tela a referência completa dessa publicação que eu convido cada uma dela porque é ela traz aporte muito interessante para nós que ensinamos filosofia
e nessa publicação desse livro já câncer faz uma crítica aquilo que ele chama de sociedade pedagogia usada essa sociedade moderna na qual vivemos em que o professor é visto visto como explicar a dor e que parte do princípio de que alguém só pode aprender quando alguém explica ansiar faz justamente a discussão dos problemas dessa sociedade pedagogia usada e nos convida a pensar a educação como um processo de emancipação o mestre como aquele que emancipa e o mestre que emancipa é aquele mestre como foi sócrates o mestre que ignora o mestre que tem consciência da sua
ignorância tem consciência de que ele não sabe absolutamente tudo e se ele não sabe absolutamente tudo ele não pode explicar tudo indefinidamente é esse mestre que nos convida a pensar romance é esse mestre de filosofia que nos convida a pensar stefan do vale e do professor então que tem uma tarefa inicial importante de fazer com que o processo do filosofar comece com os estudantes mas que tem também uma tarefa importante quer sair disse para que o estudante possa compreender o seu processo e fazer o seu próprio processo fazer o seu próprio movimento no no próximo
bloco nós vamos trabalhar um pouco com as diferentes metodologias do ensino da filosofia podemos identificar três diferentes abordagens metodológicas para o ensino da filosofia podemos falar em uma abordagem histórica do ensino da filosofia podemos falar em uma abordagem temática e podemos ainda falar em uma abordagem problemática para o ensino da filosofia o que faremos agora é delinear rapidamente cada uma dessas três abordagens para tentarmos identificar as que mais se aproximam da nossa prática cotidiana e das nossas necessidades das nossas possibilidades para ensinar filosofia em nossas escolas se os professores de filosofia atentarem para os documentos
produzidos recentemente pelo governo brasileiro para orientar o ensino da filosofia e nós temos como vocês sabem basicamente três documentos de referência os parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio que foram publicados em 1999 em seguida a um documento intitulado pcn mais ciências humanas e suas tecnologias que é são uma tentativa de complementação aos paremos parâmetros curriculares de 99 esses publicados no ano de 2002 e por fim temos a origem as orientações curriculares nacionais para o ensino médio que são uma publicação de 2006 é esses três documentos ou essas três políticas de ação governamental para o
ensino focaram também nas várias disciplinas e focaram também a na filosofia na disciplina de filosofia os seus elementos e se nós examinarmos esses documentos nós podemos perceber que no documento de 2002 os pcn mais nós temos uma abordagem temática da filosofia se propõe que os conteúdos filosóficos sejam organizados em torno de temas e se nós focarmos as orientações curriculares 2006 nós temos uma abordagem que tem demais ao histórico são listados uma série de autores decorrentes da filosofia desde a antiguidade grega até o pensamento contemporâneo com o intuito de orientar ao professor para que faça suas
escolhas dos elementos dos conteúdos dos trabalhos que ele queira abordar que ele queira direcionar da mesma maneira se nós consultarmos aquilo que tem sido produzido no brasil nas últimas décadas como livros didáticos para o ensino da filosofia nós vamos notar que há alguns deles têm uma orientação histórica eles apresentam os conteúdos de filosofia de um modo histórico em geral começam com as origens da filosofia entre os gregos fazem um percurso pela filosofia grega e pela filosofia medieval apresentam depois o pensamento moderno e por fim o pensamento contemporâneo essa é uma forma de organizar aquilo que
foi pensado aquilo que foi construído historicamente pela filosofia mas nós temos também manuais didáticos que optam por uma reorganização temática são abordados em uma série de temas filosóficos e e sistemas apresentam é por sua vez autores e correntes filosóficas que ajudem a perceber que ajudem a delinear a trabalhar esses temas quando nós optamos por uma abordagem temática nós podemos nessa abordagem temática ter ou não o auxílio da história da filosofia mas tentemos então trabalhar um pouco rapidamente cada uma dessas três abordagens e comecemos com a abordagem histórica abordagem histórica é certamente uma das mais presentes
de uma das mais importantes entre nós porque ela sofre uma profunda influência dos estudos universitários de filosofia no brasil nós sabemos que há as faculdades de filosofia no brasil os cursos de graduação em filosofia é tem uma forte influência da vertente francesa do estudo da filosofia e o estudo da filosofia entre os franceses se baseia numa forte abordagem a da história da filosofia nós conhecemos também aquela piada que corre entre os estudantes de filosofia de que os alemães são excelentes pensadores e os franceses são excelentes explicadores daquilo que os alemães pensaram os alemães pensam bem
são muito criativos mas ninguém entende que os alemães escrevem e os franceses que não tem toda a criatividade dos alemães se á se diferenciaram o se mobilizaram justamente em explicar aquilo que os alemães conseguiram criar no pensamento é claro que estuda uma brincadeira brincadeira de estudantes de filosofia mas sabemos que a criatividade em outros em outras pátrias da filosofia mas a eu tô me valendo dessa piada que todos nós conhecemos para entender um pouco essa perspectiva que nós tivemos aqui no brasil nos estudos universitários de filosofia com essa forte tendência francesa de estudos de história
da filosofia a abordagem que foi é construída aqui nos nossos cursos universitários de filosofia então é essa abordagem que está muito centrada no método de leitura estrutural dos textos filosóficos especialmente a aquela abordagem proposta por pelo professor francês victor google schmidt que imperou e e tem imperado na maioria dos nossos cursos de graduação e há nessa abordagem se pensa que ensinar filosofia é aquilo que foi pensado historicamente pelos filósofos e como nós podemos conhecer aquilo que foi pensado pelos filósofos lendo os seus textos é através da leitura dos textos filosóficos é através da leitura dos
textos dos filósofos que nós aprendemos filosofia e que nós aprendemos a filosofar porque nós aprendemos a pensar filosoficamente portanto nesse tipo de abordagem é fundamental a leitura do texto filosófico e é fundamental que nós aprendamos a ler estruturalmente de um texto é apenas pela compreensão do texto filosófico é apenas pela leitura filosófica do texto filosófico que nós teremos condições de compreender o movimento de pensamento que aquele filósofo fez para poder escrever aquele texto e é é isso o aprender filosofia o problema é que em geral essa metodologia que é muito utilizada nos estudos universitários de
filosofia a tendência é que o professor da educação básica professor do ensino médio de filosofia ele é procura reproduzir na educação média aquilo que foi a metodologia trabalhada por ele no ensino superior e nem sempre a reprodução daquilo que é possível na educação superior é é possível na educação média e isso faz com que nós enfrentemos alguns problemas por exemplo com a dificuldade dos textos filosóficos e à dificuldade de leitura dos nossos estudantes muitas vezes os nossos estudantes não têm condições de ler textos simples o que dirá de ler textos escritos pelos filósofos às vezes
um texto escrito há dois mil anos atrás de dois mil e trezentos anos atrás né essa é uma das principais dificuldades dessa abordagem metodológica no entanto por outro lado há um outro problema que eu gostaria de anunciar em relação a essa abordagem mais histórica a tendência dessa abordagem histórica é nos levar a uma perspectiva que podemos chamar de mais conteudista do ensino da filosofia porque enfatiza aí nessa abordagem aquilo que foi pensado se enfatiza muito mais aquilo que já foi pensado do que o pensamento do próprio estudante o importante é que o estudante aprenda que
ele tenha contato com aquilo que os filósofos pensaram e não necessariamente que ele pense por si mesmo essa abordagem histórica do ensino da filosofia é corre o risco de levar a uma uma perspectiva em que o ensino da filosofia seja como em outras disciplinas uma simples transmissão de conteúdos isso é ruim em partes é importante por um lado que nós transmitamos os conteúdos e que cada um de nós possa ter acesso ao conhecimento que foi produzido pela humanidade é importante que cada um de nós possa ter acesso ao conhecimento da filosofia que já foi produzido
o problema é que se nós simplesmente garantirmos o acesso a esse conhecimento sem é dar um sentido a esse conhecimento porque um estudante brasileiro hoje nesse início de século 21 muitas vezes vivendo na periferia de uma grande cidade ou no meio rural brasileiro é o que interessa a ele ler um texto escrito por aristóteles há mais de 2.000 anos atrás em que isso contribui com a sua vida com o seu pensamento com o enfrentamento dos problemas que ele vive na periferia daquela grande cidade ou naquela pequena cidade ou mesmo no meio rural em qualquer rincão
desse país é o que tem a dizer um texto de aristóteles a esse estudante se a gente não conseguir fazer o movimento da transposição de levar estoques de levar o texto de aristóteles aos problemas vividos por esse estudante muito provavelmente o discurso filosófico texto filosófico vai cair no vazio porque o estudante não vai ser capaz de compreender o seu sentido de compreender de que em que medida esse esse texto dialoga com a sua própria vida com os seus próprios problemas esse é o principal risco que nós corremos ao optar por uma abordagem histórica do ensino
da filosofia podemos lembrar por exemplo um filósofo alemão do século 19 nit bastante conhecido entre nós que na década de 1870 escreveu uma série de textos em que ele criticou o ensino de filosofia na alemanha da época tanto ensino de filosofia que era feito na universidade alemã quanto ensino de filosofia que era feito nos liceus alemães no equivalente ao nosso ensino médio ea questão posta por mitch era justamente a de que o ensino da filosofia lhe feito servia mais para afastar os estudantes filosofia do que para aproximar os estudantes da filosofia e porque dizia isso
limite porque segundo ele os estudantes não eram convidados a pensar não eram convidados para ver a pensar os seus problemas a pensar filosoficamente seus problemas eles eram convidados a conhecer aquilo que os filósofos tinham feito e eles eram chamados a decorar determinados sistemas filosóficos a decorar as reputações de sistemas filosóficos decoravam tudo isso pra prova para o exame e no dia seguinte o exame se esqueciam de tudo aquilo que tinha decorado e aí dizia nietzsche bom e isso não é um verdadeiro ensino de filosofia me parece que essa voz denit que nos chega lá do
final do século 19 é uma força que deve nos servir de alerta hoje no brasil quando estamos levando o ensino de filosofia a todos os jovens brasileiros qual o sentido que vamos dar a esse ensino como é que nós vamos fazer com que esse ensino diga respeito aos problemas do estudante a vida do estudante os desafios postos por essa abordagem histórica da filosofia do ensino da filosofia é tentam ser transpostos numa abordagem temática o que justifica abordagem temática é justamente tentar aproximar a filosofia da vida dos estudantes e daquilo que é que são os problemas
é vivido pelos estudantes em geral quando se opta por uma abordagem temática do ensino da filosofia se opta por temas de apelo existencial se opta por temas que digam respeito ao cotidiano do estudante se opta por tanto por temas que tenham a uma dimensão mais contemporânea com isso os estudantes perceberiam seriam capazes de perceber que a filosofia diz respeito às suas vidas que a filosofia é algo presente na no seu dia a dia o que pode ser algo presente no seu dia a dia e que a filosofia não é simplesmente um conjunto de livros empoeirados
colocados numa estante mas que naqueles livros mesmo que sejam livros empoeirados postos numa determinada lista antes nós podemos encontrar neles coisas que nos desafiam e coisas que nos fazem pensar os nossos próprios problemas e as próprias direções que nós trabalharíamos nessa nessa perspectiva do ensino da filosofia o ensino não seria o ensino dessa disciplina então não seria é simplesmente um desfile de nomes de autores de datas de autores de correntes filosóficas e de conceitos produzidos ao longo da história mas sim a apresentação de temas corriqueiros de temas cotidianos de temas da própria vida de temas
da própria existência e é e temas que fazem então com que o estudante possa pensar filosoficamente temas que convidem os estudantes a pensar filosoficamente eu estou destacando apenas um desses elementos nós temos um dos eixos temáticos propostos pelos psn que são justamente é evidenciados sob o título a construção do sujeito moral esse eixo temático a construção do sujeito moral se subdivide em alguns temas e eu tomo 1 cujo título é a autonomia e liberdade então temos construção do sujeito moral tema um autonomia e liberdade em seguida nós vemos recortados três subtemas que são a descentralização
do indivíduo eo reconhecimento do outro as várias dimensões da liberdade a dimensão ética a dimensão econômica a dimensão política e por fim um terceiro subtema que é liberdade determinismo porque obstáculo esse exemplo porque aqui o professor pode perceber como se processa essa abordagem temática se toma um tema contemporâneo que é o tema da construção do sujeito moral se toma a perspectiva da autonomia e da liberdade e se recorta essa perspectiva de autonomia e de liberdade em alguns sub temas e subtemas vão ser enfrentados cada um à sua maneira é fazendo referência a filósofos que pensaram
a a na história que pensaram ao longo da história usando textos filosóficos mas também o professor pode trabalhar esses temas como recurso de ou a outros materiais a materiais não filosóficos o professor pode apresentar vídeos aos estudantes pode apresentar um filme ou um trecho de um filme o professor pode utilizar um texto literário pode utilizar uma história em quadrinhos o professor pode utilizar uma música o professor pode utilizar múltiplos recursos para trabalhar esse tema para apresentar esse tema os estudantes e mediatizar o acesso ao texto do próprio filósofo nós acabamos dando então um certo contorno
para a filosofia que traz contemporaneidade e cotidianidade para esse trabalho filosófico que não fica é estritamente um trabalho histórico esse é o principal objetivo dessa abordagem temática no entanto penso que podemos nos perguntar se o que nós desejamos que o ensino de filosofia não é um ensino enciclopédico o ensino conteudista que simplesmente transmitir conteúdos mas que convide o estudante a pensar algo que talvez nós pudéssemos chamar de um ensino ativo da filosofia uma possibilidade de que o estudante pense por si mesmo devemos então colocar a pergunta será que essa abordagem temática possibilita esse convite ao
aluno para que pense por si mesmo ou nós precisaríamos pensar ainda em uma terceira abordagem essa terceira abordagem seria justamente a abordagem que podemos chamar de problemática em que os conteúdos filosóficos os textos filosóficos não seriam organizados em torno da história da filosofia ou em torno da de temas filosóficos mas seriam construídos em torno de problemas filosóficos os problemas que fizeram com que os filósofos pensaram daremos um pouco mais de ênfase a essa abordagem problemática na sequência dessa aula nessa terceira possibilidade de abordagem do ensino de filosofia abordagem problemática o que nós propomos é justamente
centrar a lógica do ensino da filosofia na lógica da produção filosófica a produção filosófica é sempre centrada em problemas os filósofos pensão ou pensaram porque enfrentaram e porque enfrentam determinados problemas a idéia aqui então é aproximar a lógica do ensino da filosofia a lógica da própria construção filosófica se o nosso objetivo é convidar os estudantes para que pensem por si mesmos para que produzam o movimento de pensamento da filosofia para que se orientem no pensamento segundo a filosofia para que se orientem do pensamento como nós vimos na na música do tom zé e não como
uma coisa pronta como uma coisa é evidente mas como algo que muitas vezes nos confunde mas nós entendemos justamente na confusão e não há explicação muitas vezes é a explicação que nos confunde é a explicação que nos afasta da compreensão então nesse pensamento complicado que a filosofia nesse pensamento cheia cheio de nuances nesse pensamento que atravessa é diversos campos do pensamento e nesse pensamento que é deslocado o tempo todo como é que nós nos colocamos nesse pensamento se nós nos colocamos nesse pensamento a partir de determinados problemas nada mais lógico então do que tentarmos organizar
o ensino da filosofia também segundo a lógica dos problemas a questão então é investigar mas agora como é que nós podemos pensar um ensino de filosofia organizar uma proposta curricular de filosofia ou mesmo planejar uma aula de filosofia ou um conjunto de aulas de filosofia a partir de um problema ou de um conjunto de problemas a proposta aqui repito é a de convidar os estudantes a entendendo o movimento de pensamento dos filósofos construírem o seu próprio movimento de pensamento pensarem por si mesmos pensarem autonomamente pensarem para além do seu professor para além do seu mestre
pensarem para além do mestre que eles estão aprendendo com as suas leituras com as suas aulas mas irem além desse pensamento todo muito bem como podemos organizar isso penso que seja possível organizarmos isso quando nós apresentarmos os conteúdos filosóficos aos estudantes não através de um percurso histórico ou através de um percurso temático mas quando nós apresentarmos esses conhecimentos filosóficos a partir dos problemas que o suscitaram como elaborar um problema filosófico como trabalhar um problema filosófico nós temos aí um risco bastante grande porque não é possível impor um problema a um estudante é talvez motivados pela
lógica de ensino problemático da filosofia nós queiramos colocar problemas para que os estudantes resolvam os problemas como se faz por exemplo uma aula de matemática nem o professor coloca determinados problemas no quadro negro e convida os estudantes a resolverem aquele problema matemático mas em filosofia as coisas não se processam exatamente dessa maneira um problema filosófico não é um problema matemático um problema filosófico é algo que nos força a pensar mais do que nos convida a pensar é algo que nos obriga a pensar nos força a pensar e nós só somos forçados a pensar quando nós
nos deparamos com um genuíno problema com um problema de fato e um problema genuíno não é um problema imposto a nós é um problema que nós aceitamos como o nosso problema é um problema com o qual nós nos deparamos cada um de nós sujeito de pensamento se depara com ele e se coloca a pensar à parte ideli não basta portanto que o professor de filosofia escolha alguns problemas filosóficos e monte o seu currículo em torno de certos problemas filosóficos e impunha esses problemas ao estudante porque porque os estudantes simplesmente não reconhecerão os problemas como os
seus problemas e se eles não são seus problemas eles não pensaram a partir desses problemas ele só pensaram efetivamente a partir de problemas que sejam seus de problemas que eles sintam que eles percebam e que eles procurem enfrentar a questão então é que nós estamos acostumados a pensar o problema a partir de uma dimensão racional do problema eo problema em filosofia é algo pré racional o problema é algo da ordem da sensibilidade o problema mais do que algo que nós compreendemos que nós entendemos o problema é algo que nós sentimos o problema é algo existencial
nós enfrentamos um problema porque nós nos encontramos com ele nunca sabemos como nos encontramos com o problema mas nós nos deparamos com um determinado problema e esse problema mobiliza em nós determinadas forças da sensibilidade que faz com que nós tentemos enfrentar esse problema com as faculdades da razão com as faculdades do raciocínio do pensamento a questão é que é é a a compreensão racional de um problema é já uma compreensão de segunda ordem nós primeiro sentimos o problema mas primeiro temos uma experiência sensível do problema e só depois de ter uma experiência sensível do problema
é que nós raciocinamos em torno do problema e que nós conseguimos construir uma proposição racional do problema quando nós conseguimos construir uma proposição proposição racional do problema isso significa que nós já temos a solução para ele esse nós já temos a solução ele deixou de ser problemático ele deixou de ser um problema portanto o que é move a filosofia o que faz com que a alguém se ponha no pensamento o que faz com que alguém se oriente no pensamento não é o problema raciocinado o problema racionalizado o que faz com que alguém se mobilize no
pensamento é o problema da ordem do sensível e esse problema da ordem do sensível não pode ser colocado metodologicamente porque quando nós colocamos metodologicamente um problema o que nós estamos fazendo é colocar um problema que já foi organizado racionalmente e que portanto não nos serve como elemento pra mobilizar o pensamento dos estudantes a questão então seria sabermos como numa aula de filosofia numa metodologia do ensino de filosofia nós podemos colocar problemas à idéia que podemos apresentar a vocês é a idéia de que o que nós podemos fazer na aula de filosofia não é propor problemas
mas propor problemas que foram pensados pelos pelos filósofos não propor problemas para que os estudantes pensassem mas propor problemas que foram pensados pelo fi lo pelos filósofos uma possibilidade interessante de fazermos isso é de usar algo que a gente poderia chamar de um método regressivo do ensino da filosofia entendamos um pouco isso que seria esse método regressivo nós podemos partir de um determinado conceito proposto por um filósofo e regressivamente a esse conceito encontrarmos ou organizarmos exercícios para que os estudantes sejam capazes de identificar quais são os problemas o conjunto de problemas ou o problema que
fez com que o filósofo pensasse esse conceito por exemplo já que é já trabalhamos nessa aula com platão ficamos nesse filósofo grego é para um novo exemplo sobre a record e regressivo bilidade do ensino da filosofia como é que poderemos perceber isso qual é o problema de platão quando platão cria o conceito de idéia quando platão cria a sua teoria das idéias qual foi o problema que mobilizou platão qual foi o problema sensível que platão enfrentou para que ele pudesse criar o conceito de ideia e toda a sua teoria das idéias sabemos que o com
o problema central de platão era o problema dos pretendentes o problema central de plantão era um problema de política nós tínhamos uma situação de administração da cidade e nós tínhamos diversos pretendentes é que queriam ocupar o lugar da administração da cidade que queria ocupar o lugar da política ea questão era como escolher dentre os vários pretendentes qual o melhor ou quais os melhores ou quais os mais adequados para isso o platão tinha então organizar conceitos que pudessem levar a uma possibilidade de escolha então o problema central de plantão era esse e a partir desse problema
é que ele vai construir o conceito de idéia vai construir a noção de uma teoria das idéias em que é a ideia que fundamenta a realidade porque em torno de uma determinada ideia que nós vamos poder é fazer a escolha daqueles que se aproximam mais ou se aproximam - dessa ideia e dessa noção de perfectibilidade é que desejava platão uma forma então de organizarmos a essa metodologia problemática do ensino da filosofia seria é propor um determinado conceito de um filósofo e fazer um movimento de ver quais os problemas que estão por trás desse conceito uma
outra forma mais difícil mais complicada seria justamente de colocar determinados problemas onde a fazer energia entre os estudantes determinados problemas sensíveis determinados problemas com os quais eles efetivamente se encontrem e eles possam se colocar a pensar né então amy parece que nesse caminho que nós estamos propondo nessa metodologia do ensino de filosofia de um ensino ativo de um se no que convide os estudantes a a pensar filosoficamente nós podemos exercer algum controle sobre aquilo que nós propomos a eles aquilo que nós oferecemos a eles aquilo que nós convidamos a eles para fazer no entanto nós
não temos nenhum controle sobre o fato de se eles vão ou não fazer efetivamente esse movimento portanto o exercício do professor de filosofia é também um exercício de despreendimento nós ensinamos nós convidamos sem saber se os nossos estudantes vão ou não aceitará o nosso convite nós dizemos que queremos um ensino de filosofia em que cada um seja convidado a pensar por si mesmo o que nós podemos fazer é convidar é colocar elementos para que ele possa fazer isso mas nós não temos nenhuma garantia e nós não temos como impor a ele que pense por si
mesmo esse o nosso desejo é que o estudante tem autonomia de pensamento seria no mínimo um contra-senso obrigá lo a pensar o que nós podemos fazer é convidá lo a pensar e tentar lançar pra ele elementos é questões situações que ele próprio vai ter que interagir com elas e organizá las para que seu pensamento seja possível é por isso que o como já afirmamos em outros momentos nessa aula o papel do professor é importante porque ele lança o convite e ele fornece elementos mas tem um momento em que o professor sai de cena ele precisa
sair de cena para que o estudante possa começar na filosofia para que o estudante possa fazer o seu próprio começo na filosofia pensando então nesses elementos que é seria possível nós organizarmos para os estudantes para convidá-los a a pensar filosoficamente a fazer o movimento de orientação na filosofia nós vamos concluir essa aula apresentando quatro passos didáticos ou quatro possíveis passos didáticos que possam nos ajudar nesse processo de construção de uma metodologia do ensino de filosofia e esses quatro passos didático seriam um movimento de sensibilização e primeiro lugar em segundo lugar um movimento de problematização em
terceiro lugar um movimento de investigação e por fim um movimento de conceituação como compreender cada um desses elementos tomemos então um rapidamente o primeiro deles é o movimento de sensibilização o que nós estamos chamando de sensibilização ora se o problema é algo da natureza do sensível se o problema não é algo estritamente racional mas é algo que afeta o sujeito é com o que o sujeito se encontra e se sente mobilizado é por aquele problema é importante que no ensino da filosofia nós trabalhamos uma sensibilização para este ensino nós não podemos simplesmente colocar um determinado
autor ou colocar um determinado tema sem preparar os estudantes para este autor para esse tema é importante sensibilizar os estudantes para esse tema e é nessa etapa de sensibilização que a o primeiro passo da caminhada o professor pode se valer de vários elementos não filosóficos né eu particularmente gosto muito de trabalhar com cinema trabalhar com filmes ou com trechos de filmes muitas vezes nós sabemos que na organização da nossa sala de aula não é possível passar um filme completo para para os alunos porque o tempo da nossa alma é muito curto mas nós podemos escolher
uma cena de um determinado filme uma cena de dez minutos de 15 minutos é trabalhar passar essa cena e a partir dessa cena desenvolver todo um processo com os estudantes ou podemos trabalhar com uma música podemos trabalhar com uma poesia com um conto são vários os elementos que nós podemos utilizar para sensibilizar para chamar a atenção dos estudantes pra despertá los para uma determinada questão para um determinado tema é que vai ser o assunto da nossa aula o segundo momento já que os alunos estejam sensibilizados é um momento que poderia chamado de problematização porque problematização
porque trata-se aí de mostrar para os estudantes que nesse tema nós temos um problema ou fazer com que os estudantes façam eles próprios o movimento de encontrar se com um problema de perceber um problema nesse nessa temática nessa situação que está sendo é trabalhada que está sendo colocada repito apenas mobilizados por um problema é que nós pensamos apenas mobilizados por um problema é que os filósofos produzem filosofia portanto a na aula de filosofia no ensino da filosofia nós precisamos necessariamente nos mobilizarmos em torno dos problemas filosóficos seja através da regressividade como eu afirmei antes seja
através da possibilidade desse encontro sensível com um determinado problema mas nós não podemos abrir mão de apresentar problemas filosóficos aos estudantes por um lado e por outro de convidar os estudantes a experimentarem problemas ea tentarem anunciar filosoficamente os seus problemas uma terceira etapa nessa nesses espaços didáticos seria aquela que nós podemos chamar de uma investigação porque uma investigação porque é aqui nesse etapa a partir do momento que o estudante foi sensibilizado que o estudante deparou se com um problema ele pode investigar na história da filosofia se esse problema já apareceu em que circunstâncias esse problema
apareceu como é que esse problema foi enfrentado que filósofos enfrentar esse problema que conceitos cada filósofo criou para enfrentar esse problema ao longo da história em que momentos históricos esse problema apareceu e como ele foi anunciado em cada momento histórico que tipo de conceitos foram criados para enfrentar esse problema é isso que a gente pode desenvolver com os estudantes nessa etapa que chamamos de investigação convidá los a ir a história da filosofia ia ir aos textos dos filósofos para descobrir os conceitos que foram produzidos para enfrentar o problema com o qual nós estamos trabalhando o
problema que nós estamos denunciando e finalizando a última etapa desse procedimento dos quatro passos didáticos seria justamente o movimento de conceituação se é partirmos do princípio de que a filosofia consiste na atividade de criação conceitual se o que é próprio da filosofia é criar conceitos se o que é próprio da filosofia é pensar através de conceitos os conceitos são justamente os elementos que nós produzimos pelo pensamento para enfrentar os problemas com os quais nos deparamos na sensibilidade se os problemas são da ordem do sensível os conceitos são necessariamente da ordem do racional e os conceitos
são justamente aqueles elementos racionais que nós produzimos para enfrentar os problemas os conceitos não são necessariamente as respostas aos problemas na medida em que a gente sabe que a filosofia é um conhecimento aberto em que no qual sempre que nós encontramos uma determinada solução essa solução nos colocam um novo problema e nos faz continuar pensando nos faz pensar uma vez mais nos faz pensar de novo e nos faz seguir avançando no pensamento então o conceito é justamente aquilo que serve para enfrentar o problema mas não necessariamente para resolver o problema muitas vezes como na música
do tom zé com a qual nós começamos a um conceito mais coloca problemas do que resolve problemas e aí tá bonito da filosofia aí está o grande barato da filosofia que essa questão da gente está sempre envolvido com o problemático e da gente está sempre pensando e sempre produzindo conceitos para enfrentar esses problemas e é isso que pode também dar dinamismo da dinamicidade numa aula de filosofia e fazer com que a aula de filosofia não seja aquela simples exposição de conteúdos ou aquela simples repetição de conteúdos mas seja também um convite ao pensamento um convite
há essa possibilidade de se colocar no pensamento se orientar no pensamento nessa etapa de conceituação portanto o convite que nós fazemos é para que os estudantes recriem os conceitos encontrados na etapa de investigação na medida em que eles podem ali naquela etapa se a se encontrar com vários conceitos pensados pelos filósofos mas eles podem refazer o movimento de pensamento do filósofo recriando um conceito na medida em que esse conceito está posto no pensamento do filósofo o fato do estudante refazer ele próprio movimento do pensamento é uma recriação desse conceito ou então se quisermos ser mais
ousados é trata-se também de convidarmos os estudantes a criarem os seus próprios conceitos a pensarem por si mesmos a pensarem autonomamente claro que a gente não tem como controlar esse processo como eu comentei antes nós podemos até controlar o processo de recriação mas nós não temos absolutamente nenhum controle sobre o processo de criação conceitual nesse momento é aquele momento em que nós professores saímos de cena para que os estudantes possam pensar e sendo fiel essa proposta esse também é um movimento que eu em que eu agora saio de cena para que vocês possam pensar o
que eu procurei fazer foi trazer alguns elementos para problematizar a questão da metodologia do ensino da filosofia mas não oferecer a vocês a passos rígidos que devam ser seguidos mas sim convidar vocês a pensar sobre isso a inventar os seus próprios caminhos ea criarem o seu próprio ensino de filosofia quem sabe algum momento possamos nos encontrar pra justamente discutir esses diferentes caminhos que cada um de nós vai se foi criando e vai dando dinamismo à filosofia e ao ensino da filosofia obrigado [Música] a filosofia e não saber mas ela e também e sobretudo uma relação
com o saber da mesma forma o professor de filosofia e alguém que sabe mas também e sobretudo alguém que problematiza o que sabe nós sabemos desde sócrates o primeiro professor de filosofia sócrates sabia alguma coisa mas o que o diferenciava com o professor de filosofia não era o que ele sabia mas a forma em que ele problema estava o que ele e os outros sabiam meu nome é volta quando eu sou professor de filosofia da educação da universidade do estado do rio de janeiro e como vocês professores de filosofia e também como sócrates sair alguma
coisa mas o que mais me caracteriza enquanto o professor de filosofia e problematizar o que sei e eis o tema de s.paulo o tema principal da obra o ensino da filosofia como o problema filosófico dessa forma um sentido principal de talula não será transmitir o que eu sei o que vocês saibam alguma coisas que aparentemente não saberiam o sentido principal da nossa aula é que vocês e eu problematiza semus o que sabemos problematiza semus o que significa ser professor de filosofia o que significa ensinar e aprender filosofia numa escola qualquer brasileira nos dias de hoje
[Música] nessa aula promat problemas estaremos um ensino de filosofia em três sessões ou três dimensões numa primeira eu vou apresentar duas idéias a partir de um filósofo francês chamado michel focou as idéias de experiência verdade para pensar duas modalidades básicas de ensinar filosofia no ensino da filosofia desde a perspectiva da verdade e ensinar filosofia de que a perspectiva da experiência num segundo momento apresentar e idéias de um outro filósofo francês jacques chance é um livro que se chama o mestre ignorante a idéia principal dessa parte será problematiza a dimensão política de ensinar filosofia finalmente numa
terceira seção de sala aguardarei junto com o também filósofo francês jacques derrida algumas antinomias da posição que ocupa quem assim na filosofia então vamos começar com aquelas idéias de mexer focou sobre a experiência é a verdade focou se refere aos livros ele diz que enquanto escritor tem escrito há dois tipos de livros por um lado livros que chama livros verdade e por outro livro que ele chama livro essa experiência qual é a diferença entre o livro a verdade eo nível de experiência um livro na verdade um livro que aquele que escreve o faz porque pensa
que está em posição de alguma rapidez e o sentido principal da escrita em transmitir essa verdade para que sejam apropriadas pelos leitores do livro aquele que escreveu um livro a verdade possui uma verdade e escreve para transmitir o que sabe assim como tem escritórios de livro verdade também de leitores de livro a verdade um leitor de um livro desde a noite que na verdade é aquele que procura no livro e na leitura aquelas verdades das quais ele ignora ou seja aquele que ler um livro desde a noite que na verdade em procura se apropriar de
uma verdade que ele pensa que carece e o livro vale província contra portos aos livros verdade cocô define o livro essa experiência o que é um livro a experiência em um livro a experiência é um livro que também afirma verdade mas a lógica da afirmação da verdade diferentemente dos livros escritos como a verdade e que as verdades são afirmadas não para serem incorporadas pelos leitores do livro mas elas são afirmadas para permitir que o eleitor e o autor do livro problematizem a relação que tem com essa verdade que se afirma phil collins quando se escreve
um livro desde a lógica da experiência as verdades aparecem também afirmar desde o início mas elas não são afirmadas para serem transmitidas elas são afirmadas para serem problematizado bem essa distinção que ficou propõe para pensar dois tipos de escrita e os tipos de leitura dos livros me parece pertinente também para pensar o próprio ensino da filosofia comecemos pela filosofia mesma haveria uma possibilidade de se relacionar com a filosofia desde a noite que na verdade e uma possibilidade também de se relacionar com a filosofia de vida lógica da experiência quem se relaciona com a filosofia de
que a verdade seja para escrevê-la o paralela se relaciona procurando umas verdades das quais ele pensa que careça por exemplo vamos supor que alguém esteja interessada na questão do amor pensa que a filosofia pode ajudar a encontrar uma verdade sobre o amor então ler por exemplo um banquete de platão e pensa que vai encontrar ali um conceito sobre o amor que ele precisa para pensar de outra maneira esse tema poderia dar os exemplos na filosofia mas também há uma possibilidade de se relacionar com os temas da filosofia e problemas e os autores de ver a
lógica da experiência qual seria a diferença a diferença é que a quem alguém que procura a filosofia pela experiência e não pela verdade e também encontra verdades nos livros de filosofia dos autores ou na própria discussão filosófica a diferença é que ele não procura essas verdades para incorporá las para assimilá las mas é ele procura a verdade como uma pedra de toque para problematizar as verdades que ele já possui sobre esse tema só questões então se alguém lê o banquete de platão de genética da experiência nuno lei esse texto para saber o que não sabem
sobre o amor le para problematizar o que já sabe sobre amor da mesma forma podemos pensar a distinção entre a experiência é verdade para situar o próprio professor de filosofia a professores em geral não apenas de filosofia mas também professores de filosofia que entra na sala de aula pensando que o sentido principal de sua tarefa de transmitir uma verdade que os alunos não teriam e que precisariam sobre alguns problemas que a filosofia tem tratado ou seja um professor de filosofia que se apoia na verdade o que segue a lógica na verdade em entrar em sala
de aula para transmitir o que eles sabem aquele que ele pensa que não sabe que seria o aluno qual a diferença entre um professor de filosofia verdade e um professor de filosofia experiência um professor de filosofia experiência também entra nessa novela e transmitir a verdade mas a referência principal é que ele não entra nessa novela para transmitir as verdades mas ele transmite as verdades para problematizar o que ele os alunos pensa a respeito dos assuntos que são tematizados mensal nesse sentido a experiência supõe a verdade afirma a verdade mas afirma para a problematização e não
para transmitir bem isso também não sabemos disse sócrates o primeiro professor de filosofia a filosofia sócrates se ensina em vários diálogos de platão não é algo que se transmitem não saber o que se passa como se passaria a água de uma jarra a um corpo que não tem essa água a filosofia e uma experiência de pensamento é uma relação com o saber à filosofia precisa de verdade mas sobretudo precisa de verdade que problematizem a verdade é que estão instaladas em cada um dos que participam do jogo da filosofia sabemos também diz o professor que isso
não é simples que isso não é como no e que isso também gera reações sócrates foi acusado e condenado à morte e na sua defesa identifica o julgamento contra ele como um julgamento contra aqueles que vivem uma vida filosófica ou aqueles que filosofam percebeu então sócrates o primeiro professor de filosofia não afirma a filosofia comum saber a palavra filosofia não nasce como substantivo a palavra filosofia nasce como um verbo como uma forma de prática como uma ação ea maneira em que sócrates afirma a filosofia e pra dizer que os que seguem esse tipo de vida
que problematizam as verdades que estão instaladas correm o risco de serem acusados por aqueles que são problematizados naquele lugar e saber que ocupa uma das acusação contra sócrates era que ele corrompe os jovens ressalva sócrates não acredita nos deuses a pólis e é acusado de corromper os jovens como se defende sócrates só para te ver nunca fui mestre ninguém e diz justifica que não foi metro ninguém em três sentidos primeiro não cobrava para ensinar segundo não transmitir a saber algum terceiro não falava diferentemente um público em privado mas pense bem de fato essas três argumentações
não justificam que sócrates não foi metro ninguém justifica apenas que sócrates não foi um mestre na verdade não foi um mestre no sentido de transmitir o que ele sabia há outros que aparentemente não saberiam o que ele sabia mas a diferença e só agradeci não nega e ao contrário afirma que só te sim foi um mestre um vereador de cada experiência porque imediatamente depois de afirmar ao reconhecer que ele não foi metro ninguém só queria ter diz que se condenam ele a morte que se efetive sá a acusação contra ele de qualquer maneira será inútil
porque o que aprenderam com m continuarão fazendo o que ele fazia e dizia explicitamente os que aprendem comigo continuarão a viver uma vida segundo a filosofia então perceba sócra tes no e mail de ninguém mas há os que aprendem com ele só o pt que não ensina mas outros aprendem essa é a lógica da experiência que não é a lógica da verdade segundo a lógica na verdade se alguém ensina tem que ter um outro que aprenda a verdade que ele ensina segundo a lógica na verdade há uma relação quase causal entre o ensino e aprendizagem
ensina para quem aprenda a se aprender o que outro ensino o que alguém aprendem está contigo como uma verdade que sabe naquele que ocupa o lugar de professor ensinando a lógica da experiência diversa segundo a lógica da experiência alguém pode ensinar e outro pode não aprender ou como no caso do sócrates alguém pode não ensinar mas outro aprender porque o que aprendem alguém não está contido no que o outro ensina segundo a lógica da experiência aprender num ato de incorporar uma verdade mais um ato que começa quando você coloca a verdade que a firmada com
um problema quando se problematiza o que se sabe e ninguém pode antecipar o caminho que o outro vai seguir quando inicia esse processo de problematizar o que sabe então vejam como podemos recuperar aquela distinção que ficou a firmava para os livros para o caso do professor de filosofia pensamos tradicionalmente segundo uma verdade instalada que quem ensina sabe e quem aprendem nome e que ensinar significaria transmitir o que sabem aquele que ignora sobre o ensina que as coisas podem ser muito diferentes segundo uma lógica que focou chamaria da experiência que ensina sabe alguma coisa mas também
na hora e sobretudo o problema tivesse alcançado se há alguma coisa que se transmite quando os ensina segundo a lógica da experiência não saber mas é uma relação com saber uma relação que problematiza ao saber o que se transmitem todo o caso é uma atitude ea força e o desenvolvimento dessa atitude é algo que corresponde e que mais próprio de quem aprende do que ensina nesse sentido não há uma relação causal direta indissociável entre ensinar e aprender sobretudo como na filosofia que se trata de um ato de pensamento ela ganha força ele adquire seu caráter
mas próprio quando quem ensina não sabem o que querem aprender vai aprender e isso valer para qualquer experiência cultural da filosofia inclusive é isso que estamos tendo aqui por isso retomando o que eu apresentei no início insisto não olhem o não põe a atenção não saberem são na verdade que eu afirmo eu estou afirmando coisas afirmarei toda aula verdade mas não são verdade que eu afirmo para que vocês aprendam porque eu suportaria que vocês não sabem não estou afirmando essas verdades para ver se juntos podemos problematizar a relação que temos sobre o que sabemos em
particular do professor de filosofia e o que significa atualmente no dia de hoje em ensinar aprender filosofia e o sentido que isso pode ter pode ter a nossa realidade nesta parte da aula apresentarei veias de um livro de descanse e intitulado o mestre ignorante o livro conta a história de um professor a filosofia como todos os saberes vive de histórias e as vitórias quando são contadas são inventadas são inventadas no caso da filosofia para pôr em questão o que sabemos sobre o sentido de ser um professor o professor em questão ele o cda coton um
professor revolucionário da revolução francesa do fins do século 18 a história narra como com o retorno da monarquia frança derrotou teve que se exilar por razões políticas e foi convidado para dar aulas na holanda em uma instituição na qual a lógica básica do ensino o que permite que possa existir o ensino não estava dado é algo que todos supomos cotidianamente algo que sequer pensamos que damos próprio aposentado por natural chegamos a uma sala de aula entramos e falamos a mesma língua que fala nossos alunos mas o que aconteceria se um dia nós entramos em uma
sala de aula no qual na qual falamos uma língua que nós alunos não entendem e nos alunos falam uma língua que nós não entendemos já contou não sabia o que fazer era um professor mais ou menos tradicional ele pensava que ensinar significa algo parecido o que apresentamos na parte anterior sobre a verdade transmitir por parte daquele que sabe um saber a outro que o ignora fez isso durante muitos anos era um bom professor mas o veículo de transmissão ea língua comum e uma língua que o professor possa falar e os alunos possam entender então sem
sabe coisa comum que é a língua já contou não sabia o que fazer como não saberia fazer qualquer professor que quer transmitir uma verdade em que os alunos não compreendem ele encontrou uma edição bilingue daquelas que têm uma língua numa folha e contra a porta a outra língua e outro numa língua a edição do telêmaco e fénelon estava escrito na sua língua francês na outra página esse edição tinha o mesmo texto em holandês que a língua dos alunos então tema então através de um intérprete já contou propus aos alunos que tentassem ler compreender e quando
chegassem à metade do livro contassem para ele o que eles tinham compreendido do que tinha lino não esperava muito dos alunos era um professor clássico da lógica da verdade não podia esperar que seus alunos aprendem muito que ele não lhe transmitir mas ele se surpreendeu curiosamente os alunos depois um tempo consegui a primeira mulher depois falar e finalmente escrever aquilo que tinha compreendido na língua que pouco tempo atrás ignorava executou surpreso com essa aprendizagem problematizou o que ele pensava que significa ensinar nessa experiência os alunos tinha aprendido mas eles não tinham aprendido o que um
professor lhe transmiti a ele sequer tinha uma língua comum eles tinham aprendido para além e por si próprio artigo que não estava contido no que o professor sabia começou então a repetir essa experiência pensou que talvez algo interessante tinha descoberto nessa forma diferente de ocupar a sala de aula e começou então a experimentar experiências pedagógicas ensinando aquilo que ignorava pois seus alunos tinha aprendido algo que não estava contínuo não saber do professor então ele poderia transmitir ou poderia ensinar qualquer saber mesmo aqueles que ele ignorasse se conseguia produzir o mesmo efeito nos alunos ea mesma
produção de aprendizagem então abriu cursos de coisas que melhoraram e curiosamente surpreendentemente os alunos aprendiam aprendiam não o que o professor me transmitia mas a prendiam com a companhia de um professor que não explicavam que não transmitia a verdade é que ele sabia as experiências então permitiram que já cortou o problema se problematiza se o que significava ensinar se os alunos aprendiam algo que não estava contido no que ele sabia então era claro que ensinar já não podia significar mais transmitir aquilo que o professor sabe a um aluno que o ignora tinha um enigma thiago
que descobrir tiago pra pensar já cortou estava se tornando um professor de filosofia um professor que explorava filosoficamente a sua prática que problematiza vá o que ele sabia sobre o ensinar e aprender percebi então um problema perversão da lógica da explicação contida em um professor que transmite o que sabe qual é o problema o professor que explica o professor que transmitiu que sabe aquele que ignora pressupõe diz já contou que seu aluno não é capaz de compreender o que ele transmite por si mesmo é o contrário do que dizem os mestres explicadores os explicadores dizem
que explica porque os alunos não compreendem por si mesmo mas já custou inverteu a ordem das razões é porque alguém explica que o aluno não pode compreender por si mesmo no fundo as ações já cortou são políticas quem explica que pressupõe que o outro não compreendem e por isso oferece a sua explicação parte da desigualdade das inteligências pressupõe que sua inteligência em algum modo superior que ele sabe mais do que sabem os alunos e que por isso os alunos não podem ser desprovidos de seu próprio saber saber do professor a instituição pedagógica sebastianense princípio aos
que sabem e os que ignoram aos que podem explicar aos outros o que aqueles não seriam capazes de compreender por si mesmos no ato de ensinar e aprender de jacó a duas vontades e duas inteligências em relação a inteligência ea vontade de quem aprender e colocar na relação com a inteligência ea vontade de quem ensina em que consiste o embrutecimento em que consiste o sentimento de quem aprende e ensina consiste em deixar livre a vontade de quem aprende mas sem submeter a inteligência de quem aprender a inteligência de quem assim eis o ato segredo de
todo este é um grupo vencedor deixar livre a vontade do aluno mas não deixar que a inteligência do aluno trabalha consigo próprio fazer com que a inteligência do aluno acompanhe a inteligência do professor e é isso que nós aprendemos nas escolas é isso que os alunos aprendem além de todo o conteúdo do saber que ensinamos do conteúdo de matemática história geografia e filosofia o que o aluno aprende numa escola é sobretudo uma relação com saber aprendi a seguir os que a cola diz que sabem a respeito do que ele não sabe e esse círculo da
impotência dos cometimentos que para já cortou um emancipador deve quebrar teve com pé o emancipar dor a diferença do tesouro para já cortou não trabalha para aumentar a inteligência de quem aprende a sua inteligência ele trabalha sobre a vontade de quem aprende mas deixa livre a inteligência de quem aprende para que ela trabalha por si própria e desdobre os caminhos do saber que ele acha pertinente percorrer assim a diferença básica entre o empresário antecipador e política o ângulo o torcedor para ter a desigualdade das inteligências a os mais progressistas ainda mais progressistas eles afirmam que
procuram alcançar a igualdade mas se eles procuram alcançar a igualdade é porque antes eles partiram da desigualdade se eles dizem que buscam alcançar a igualdade para isso devem pressupor que estava início ao início ao que percorrem é a desigualdade das inteligências e jacobs que parte da igualdade a legítima posterga a igualdade até o infinito nunca poderá alcançar lá porque sempre para eu alcançar a igualdade deverá partir da desigualdade nesse sentido o único o único princípio que um emancipador devem saber é que as inteligências são iguais que todos somos igualmente inteligentes isso é um princípio é
uma opinião não é alguma coisa que se possa demonstrar não saber não é ciência mas é um princípio que permite propiciar outras relações entre que ensina e quem aprende e outras experiências de aprendizagem a lógica da emancipação é uma lógica que não se transmite ninguém emancipa ninguém mas só alguém que se emancipa si próprio pode propiciar nos outros uma prática mais vitória não há receitas no amistoso já que eu não proponho uma nova pedagogia uma nova fórmula para ensinar filosofia ou qualquer outra coisa mas estabeleceu um princípio só a partir do princípio de que todas
as inteligências são iguais podemos provocar experiências autônomas ricas potentes de pensamento daqueles aos quais ensinamos ou aqueles que para dizer o melhor aprendem conosco tcheco também afirmou que há duas mentiras que atrapalha qualquer processo pedagógico essas duas mentiras são eu tenho a verdade e eu não posso quem pensa que tem na verdade não se mexe não procura não busca a que tu já sabe a fixa está sempre no mesmo estado para buscar a que se liberar dessa relação de posição na verdade a verdade alguma coisa que talvez algum dia a cansaremos que devemos procurar mas
que não possuem por outro lado eu não posso é a impotência marcada como a possibilidade de aprender início nossas instituições indicações espertas em pequenas ser o quê quem sabe aqueles que aprendem pensa de si próprios a crianças começam a escola cheia de perguntas perguntas abertas potentes aos poucos vão aprendendo que só é possível perguntar em determinadas situações em determinados contextos que suas perguntas só devem ser sensíveis aquilo que o professor é capaz de escutar que de ouvir e que se trata de perguntar também se trata de ouvir aos que sabem para responder àquelas perguntas ao
contrário já cortou afirma se tem algum sentido uma prática mansi pagadora é aumentar a potência de quem aprende é isso que pode de alguma forma ser uma pedra de toque para uma aula de filosofia quando nós ensinamos quando nós temos experiências de ensinar e aprender filosofia o que aprendem conosco acaba podendo mais acabam com mais força acaba tendo mais potência naquilo que pensam ou pensa em cada vez mais pequeno ou pensa em menor escala o pensando talvez cada vez mais parecido ao que nós pensamos nesta última parte e gostaria que nós problematiza semus o próprio
lugar de ser professor de filosofia há uma certa antinomia uma certa atenção um certo para a opção na própria expressão professor de filosofia como se ser professor exige se há alguma coisa que é preciso negar para dar lugar a filosofia ou como se ao contrário a filosofia e cij se alguma coisa que impede ser professor vou me fazer mais claro retomando algumas idéias que apresentei na parte anterior a respeito do mestre ignorante lembram a oposição que já quando apresentou entre emancipação procurado embrutecimento por outro que embrutece parte da igualdade quem emancipa se é que isso
é possível a partir da igualdade das inteligente acontece que já contou tentou instituir sua prática embora no início as experiências foram muito proveitosas aos poucos percebeu uma tensão em contornável entre emancipação é instituição já quanto à lógica do emancipador incompatível com a lógica do professor alguém pode ser embrutecedor e professor mas há quem não pode ser emancipado e professor segundo a mesma lógica e no mesmo sentido a emancipação esse g o que o professor nega porque a instituição pedagógica pressupõe a distinção entre os pensarem e os que não sabem entre os que transmitem e os
que recebem a lógica da transmissão por isso ele já cotó alguém pode ser emancipador e professor mas segundo lógicas o portas distintas ea experiência de jacó e que não há instituição emancipador que não há escola que mancini vê porque não há escola que nalgum momento como parte de algum sistema educativo não precisa diferenciar entre os pensavem entre os que não sabem entre os que são mais e menos inteligentes a mensagem já cortou é ou pode ser pensado em ser sentida como pessimista mas ela é pessimista no sentido em que não é interessante ser otimista é
um otimismo fácil aquele que diz nossas instituições são ótimas são maravilhosas vivemos no meu mundo possível mas o que evitamos uma realidade com a nossa sabemos que isso é uma ilusão que uma ficção e que é preciso a crítica do estado das coisas para poder transformar no que precisa mostrar que as coisas não são naturalmente como elas poderiam ser que pode ser propiciada algum tipo de transformação total as coisas de modo que já contou no instaurar um sistema uma proposta pedagógica o momento uma nova corrente a tendência pedagógico o que já contou instaura uma dúvida
é um problema é uma questão será que é possível emancipar numa instituição pedagógica será que é possível uma prática pedagógica de liberdade e oratória igualitária num contexto como aquele das economias se trazemos derrotou para nós professores de filosofia será que é possível ensinar filosofia é possível colocar a filosofia analógica intenção pedagógica é possível fazer da filosofia um espaço dentro de um sistema de ensino que parte da extinção entre os que sabem e entre os que não sabem são compatíveis a filosofia o ensino são compatíveis a filosofia com uma experiência de pensamento ea instituição escolar não
sabemos e não sabemos o que pode o ensino não sabemos o que pode uma filosofia mas é importante não de conhecer as tensões que através da nossa prática eles também estão eles outra vez há uma tensão política evidente notória socrates praticou uma outra política da política dos políticos sobre a mesa afirmou a política da filosofia sócra tes pergunta por políticos afirmou sócrates questiona o saber dos políticos a reação dos políticos não se fez esperar mas ao mesmo tempo que a filosofia se opõe à política à filosofia não pode renunciar à política ele é uma outra
forma de afirmar a política ele a afirmação da pergunta do questionamento da problematização do estado das coisas sócrates afirma isso na loja levi's sou o único a tendência que pratica a verdadeira política ou mesmo que lhes na apologia que ele não praticou a política porque senão teria morto muito antes veja então a primeira expressão do paradoxo a filosofia a princípio se opõe à política não pode praticar porque a política afirma o que a filosofia questiona mas em outro sentido a filosofia também não pode renunciar à política e afirma outra forma outra maneira de exercer o
poder de pensar são possíveis são compatíveis essas duas formas hoje nessa escola de ensino médio do brasil a segunda forma andino a filosofia de que nasce se transmite os ensina ele não pode renunciar a uma dimensão pedagógica e educacional que faz parte dela a filosofia sem sua produção educativa em nada é alguém que se questiona se próprio isolado sem nenhuma repercussão na sociedade da qual forma parte mas ao mesmo tempo que a filosofia não pode não ser ensinará o não pode renunciar à sua missão educacional e lá em transmissível a agu no jeito filosófico no
problematiza a filosofia que não pode ser questionável que não percam que não pode ser ensinado a filosofia então ele não pode renunciar à educação mas também não pode ser transmitida pela não ensinava a água do gesto filosófico que depende apenas da potência da liberdade da atitude de uma decisão daquele que aprende quem ensina filosofia então no ensina a experiência do pensamento filosófico propiciam um espaço mas quem determina se aprende ou não filosofia e alguém que tem a liberdade de dizer não para a própria filosofia segunda forma paradoxal então a filosofia precisa ser ensinada mas ele
não ensinava terceira forma do paradoxo da filosofia na escola a relação com saber a filosofia afirmou no início é um saber mas também e sobretudo é uma relação com saber e nessa relação à filosofia dá uma força muito importante a ignorância sabemos disso também de sócrates a única coisa que se sabe é que ele ignora o que todos os outros acreditam saber a força o pensamento de um professor de filosofia está tanto ou mais no que ele ignora do que ele sabe por que se ele soubesse e não ignorar se ele não buscaria ele ficaria
quieto ea potência da filosofia está sobretudo na pergunta da qual deriva e nasce um problema de maneira tal que a filosofia é paradoxalmente um saber que não sabe um saber que ignora ou se vocês querem de outra maneira uma ignorância que sabe que se sabe há cinema e que sabe a força que tem a ignorância num contexto como não só em que é chamado de sociedade do conhecimento então vejam a terceira forma do núcleo paradoxal que ocupa a filosofia ela não sabe mas ao mesmo tempo ele já sabe o que é preciso para questionar o
que todos os outros sabe mas claramente esse lugar incomum e incômodo e propiciem com incómodo porque não é fácil viver afirmando a ignorância num contexto em que parece que só interessa saber e reproduzir a saber para avaliar se na lógica do mercado quarta forma do paradoxo antinomia das atenções da filosofia no ícone a relação com o método é necessário afirmar segundo certos preceitos metodológicos é a pergunta mais urgente que temos todos o professor de filosofia como ensinar filosofia hoje de que maneira através de quais caminhos através de textos através do problema através de temáticas como
ensinar filosofia não podemos entrar na sala de aula a firmar um certo modo ocupar a função de professor de filosofia sem afirmar certo caminho certa maneira de andar o caminho da filosofia mas ao mesmo tempo a filosofia não pode se configurar no método não pode se fechar um caminho só no momento para ensinar filosofia e também no método para aprender filosofia a filosofia precisa de um caminho mas a filosofia precisa também negar um caminho para o que aprendem filosofia por sam se inscrever na sua própria maneira no seu próprio jeito de percorrer os caminhos do
pensamento então essa quarta forma antônio da filosofia na escola ela precisa de um caminho mas ao mesmo tempo ela não pode afirmar nenhum caminho concreto que klaus uri há possibilidades que cada um do que aprendem construa o seu próprio caminho no campo da filosofia e por último quinta forma dante nome a detenção na filosofia a filosofia é um espaço aberto um espaço que talvez não tenha o jeito temáticas problemas que sejam exclusivos da filosofia a filosofia trata questões que trata muitas outras disciplinas a filosofia trata elas talvez de uma maneira diferente mas ela não trata
coisa que nenhuma outra disciplina um saber trata em um campo exclusivo de saber filosófico temo que a filosofia se abre aos outros saberes e abre também a um conjunto de práticas ao mundo ao que existe na realidade hoje existem muitas outras práticas e filosofia além da escola o café filosófico a filosofia clínica filosofia teatro filosofia e cinema e filosofia inclusive praticada com crianças desde a educação infantil e também no ensino fundamental a filosofia se abre a outros saberes sobre o mundo mas ao mesmo tempo a filosofia precisaria de algo específico algo que adotasse a ela
de uma certa unidade que permitisse já chamar a todas essas práticas de filosofia e não outra coisa a filosofia e múltipla mas ela também precisa ser uma para que possa ser diferenciada distinguirá entendido e compreendida como filosofia e não como outra coisa de moleque o risco da filosofia se abrir é perder aquilo que é específico próprio e que a caracteriza mas se ela não se abre elas se movem na sua impotência no seu isolamento e nessa tensão e também que o professor de filosofia se levanta quando abre sua sala de aula aos outros saberes outra
disciplina na chamada interdisciplinar verdade mas também que leva ao risco de não saber muito bem qual é o espaço o caminho específico a encontrar que determine determinaria que o que se faz é justamente filosofia e em outra coisa estamos chegando ao fim e de alguma maneira estamos também chegando de novo ao início na filosofia numa progressão não há aumento não é um caminho que cresce ao movimento há possibilidades a força para serem iniciadas e percorridas a qualquer momento lembra daquela distinção entre a verdade ea experiência lembra que no caso do professor de filosofia não interessa
tanto o que ele sabe mas a maneira que ele problematiza o que ele sabe não interessa tanto se pensamos isso ou aquilo mas se importa se estamos em movimento se não por que todos se não pensamos que temos na verdade o que não podemos buscar percorremos nessa aula diversos momentos com o sentido principal de problematizar a nossa relação com a filosofia a partir da verdade e da experiência na relação com a ignorância ea igualdade a partir de algumas tensões antinomias que a continuar minhas que atravessam nossa prática o que fica não muitos saberes não muitos
conhecimentos eles não interessam tanto o que interessa é um jeito é uma atitude uma possibilidade é uma possibilidade sempre interna de um professor de filosofia quase que só fazemos disso problematizar o que sabemos o que pensamos não ficar quietos não pensar que temos na verdade não pensar que não podemos de colonizar o nosso pensamento de todo aquilo que economia que não o deixa pensar que occhetta que fixa que o impossibilita de se deslocar de se transformar a filosofia o ensino e se acaso ele é possível uma tentativa de economizar nosso pensamento e ajudar a outros
a percorrerem esse caminho que significa cada vez mais novo edital nós não está não estar tão certo do que se pensa uma está aberto a outras formas de pensamento é pelo que só a aula tenha provocado isso vocês têm estimulado esse gesto tenha propiciado alguma idéia para reiniciar o que os professores de filosofia fazemos cada vez que entramos numa aula o jeito de sócrates o jeito de não saber a ignorância a inconformidade a aposta na transformação na porta que não é tão importante o que se sabe quanto o que se pode saber que o que
pensamos sabemos infinitamente menos interessante do que podemos e são capazes de pensar e quem sabe o ensino da filosofia em nossa prática continua a expandir não apenas o que nós pensamos mas o que todos os outros que compartilham o mundo connosco têm possibilidades dessa vez de pensar muito obrigado pela atenção [Música]