E aí E aí E aí e no Brasil do Século 21 milhões de pessoas vivem mal a pandemia deixou claro habitação social é uma questão de saúde pública E aí [Música] É muita gente vive sem segurança fundiária e sem acesso à infraestrutura básica que a civilização deveria garantir por exemplo não tem banheiro de uso exclusivo ou só possuem um espaço pequeno de mais escuro abafado sujeito a inundação 1 o segundo dados de 2014 da Fundação João Pinheiro havia no Brasil quase 15 milhões de domicílios urbanos inadequados a definição é Clara domicílio inadequado é toda moradia
precária Onde existe coabitação familiar involuntária Ou onde o inquilino tem de pagar um aluguel elevado por padrão do imóvel vamos ver de perto como é a vida em algumas dessas casas situadas em Brasília São Paulo Rio e Salvador uma amostra da realidade enfrentada por milhões de brasileiros de norte a sul e E aí [Música] em Brasília não é só o Plano Piloto e o eixo monumental em torno deles nas chamadas Cidades Satélites ou em ocupações vivem mais brasileiros que na capital planejada por Lúcio Costa a cidade estrutural fica no setor complementar de indústria e abastecimento
cortada pela via Estrutural e daí vem o nome ali se instalaram catadores atraídos pelo lixão que não era regularizado na época com muita luta essa gente conseguiu direito aos lotes e a vários serviços urbanos e oitenta e dois por cento dos domicílios têm renda até 5 salários mínimos são 45 mil pessoas como área dos Santos seu marido Juarez e os cinco filhos [Música] e atualmente eu não tô trabalhando tô desempregada que eu trabalhava no aterro sanitário o Lixão da Estrutural aí como todo mundo sabe acabou aí eu não faço mais nada tô em casa quer
dizer quase em casa [Música] o meu marido fez essa casa para por enquanto até arrumar e até hoje não arrumou tava desse jeito é tudo improvisado e a janela era essa parte aqui deixou para cozinha para fazer uma janela aí não colocou a janela foi caindo esse jogo tá aí um buraco e Oi aqui é onde eu dormi meu marido dorme aqui também tá tudo provisado guarda-roupa só tá hospedagem acabou estragando tanto velho não tem janela e é bem fechado sem ventilação nenhuma quem vive desse tempo agora que é muito quente aí eu não consigo
dormir no meu quarto vem dormir na sala com as crianças por causa que é muito quente no meu quarto Oi meu nome é Maria dos Santos Elias Eu tenho 49 anos eu moro aqui na estrutural nesse endereço há 20 anos a E aí em São Sebastião fica 26 km do eixo monumental começou como uma Agrovila de cujas Olarias saíram boa parte dos tijolos usados nos prédios desenhados por Oscar Niemeyer depois da construção de Brasília Solares fecharam e foi surgindo o núcleo Urbano sem qualquer planejamento vários governos tentaram ordenar o espaço mas ainda há uma área
de risco vivem ali 115 mil pessoas em 12 bairros um deles é o Residencial do Bosque onde moram Maria Rita e o filho dela jonathon é só que é só o cimento mesmo né passaram só um cimento e muito fininho e ficar quebrando o fazendo um buraco e eu que fico tampando né Eu moro aqui dentro de 2001 Pois é eu vim e fiquei aqui aí depois foi que eu pensei meu Deus por que que eu fiquei no barraco desse jeito né poderia ter procurado outro melhor Oi meu filho o Jonathan ele depende de mim
para tudo tudo meu filho não faz nada nada ele vai fazer 22 anos e é um bebezão bebezão não faz nada nada e em primeiro lugar era a terra né levantar esse barraco e eu gostaria também de ter teria um quarto dele tem um quartinho dele para ele ter a caminho dele O lugarzinho de guardar as coisinhas dele de brinquedinho dele e o jardim da União fica no bairro do Grajaú na zona sul de São Paulo boa parte das 560 famílias que vivem ali muitas em casas de madeira ainda começaram a ocupar e ociosa da
companhia de desenvolvimento Habitacional da CDHU em 2013 em 2018 um plano urbanístico Popular feito com ajuda de uma ONG de Assessoria Técnica a Peabiru TCA melhorou o local a redefinição de quadras e lotes foi mais um passo na luta pela permanência no território Wanessa eo marido Paulo Ricardo vivem ali com os filhos e acolhem a irmã o marido e mais uma sobrinha E aí [Música] e eu já trabalhei de várias coisas já fui balconista já fui tá confeiteira já trabalhei na área de recepcionista já fiz um pouquinho de casa e antes de engravidar dele eu
fui mandado embora do emprego se não era agitado mas eu trabalhava de lá pra cá eu optei não trabalha mais fora por conta das Crianças mesmo porque para trabalhar tem que pagar a pessoa então saiba que a gente recebe onde dia não dá nem para amor comer né o seu pai que exatamente construir o barraco de madeira e o pai QE levantou essa amarração que você minha casa de bloco alvenaria tudo meu pai eu uso ele que exatamente levantou a minha casa o núcleo Eucaliptos é uma das regiões mais carentes de Santo André já na
divisa com São Bernardo o chamado ABC Paulista e o núcleo integra o bairro catta preta uma homenagem ao Capitão José de Oliveira capa preta prefeito de São Bernardo entre 1892 em 1896 até 1990 nem bairro era nunca tá preta vivem quase 12 mil pessoas entre elas Camila e seus dois filhos pequenos a minha casa tem apenas dois cômodos Então por conta do quarto é bem pequeno a gente dorme tudo numa cama de casal antes de eu vir para cá morava em São Bernardo eu morava com a minha mãe na casa que era do meu pai
como ele acabou falecendo não temos que tá vendendo eu tento conter essa esse cheiro de mofo tudo eu limpo constantemente duas vezes por dia com álcool Cândido as paredes e os móveis o chão por causa do cheiro né para diminuir mais tanto pó como um cheiro do mofo Oi eu gostaria de mudar daqui não do bairro da casa não consegui vender por conta da estrutura mesmo é em Manguinhos na Zona Norte do Rio de Janeiro só foi reconhecido como o bairro em 1988 mais a ocupação começou em 1901 pelos trabalhadores que construíram o castelo no
Instituto Oswaldo Cruz em 2007 e Manguinhos recebeu obras do PAC o conjunto de 12 favelas tem mais de 35 mil moradores incluindo Dona Geralda os três filhos e uma neta [Aplausos] e do tempo todo que é do nosso que eu estou aqui eu tenho uns 50 anos no Mangue eu tive meu sim aqui criei meus e aqui porque o Polo tem que morar em favela mesmo porque não tem a gente mora em favela porque a gente não tem condição tem que morar mesmo né eu comprar outra casa maiorzinho aqui que tenha dois quartos sala cozinha
eu tenho que ter uns cem cento e pouco eu não tenho eu queria comprar outra maiorzinho aqui é ruim porque a gente tem que dormir tudo junto ninguém esse Deus defenda se cair um doente dessa doença não tem como tem como vocês estão vendo Vila Kennedy na zona oeste do Rio de Janeiro virou bairro em 2017 antes de fazer a parte de Bangu é formada por um grande Conjunto Habitacional e uma favela bem próxima da Avenida Brasil onde Suelen mora com as três filhas e e aqui morava minha mãe minha mãe saiu e eu vim
morar aqui depois minha mãe voltou ficar morando tudo junto aqui eu saí fui morar de aluguel então aqui eu moro há 25 anos pode ser que eu nasci Figueira daqui ó E aí há pouco tempo atrás eu tive tuberculose na tuberculose eu perdi meu lado direito no pulmão então sinto muita falta já então tá dormindo no quarto não dá é sufocante demais então aqui um tempo atrás pegou fogo em tudo Olá tudo queimou ver abaixo elétrica tão tia pegou full ficamos no escuro eu durante as duas semanas aí tem um rapaz aqui que trabalha como
eletricista para mim não ficar sem luz ele foi e fez a Núbia direto mas eu só tenho luz na sala na cozinha não tem luz ou quarta é escuro não tem luz também só na sala aí na geladeira ficar na sala para ligar na gambiarra porque na cozinha não tem energia aqui o trabalho onde aqui não seria porque aqui é uma coisa que não é minha e eu não vou morar de aluguel eu vou passar dificuldade até minhas filhas se estabilizar em outros lugares ainda é um daqui não seria não E aí em águas claras
em um bairro situado no miolo de Salvador Às Margens da br-324 sua formação se deu inicialmente com a instalação do Hospital Dom Rodrigo de Menezes popularmente conhecido como leprosario em 1949 hoje Hospital Couto Maia surgiram loteamentos vizinhos para os funcionários do hospital e com eles muitas ocupações irregulares o borracheiro Mateus e sua mulher Patrícia moram em Águas Claras [Música] Oi boa tarde aqui é Matheus Simplício da Silva 42 anos [Música] e aqui era parcialmente no chão Barro para a gente comprou esse terreno e com dinheiro que eu vinha trabalhando nas empresas não é um salário
eu vinha comprando material e fui pagando o rapaz para fazer a casa quando a gente comprou esse terreno aqui a gente mandou fazer um pedaço do barraco como Demorou Eu peguei uma lona joguei por cima e entrei para morar com frio ou sem frio mas para deixar de pagar aluguel que antigamente a gente pagava aluguel aí saímos do aluguel passou dormir dentro da borracharia em cima dos pneus da meia na tendo nesse é uma cama Clara e Clarice na outra Isadora Isabela dorme nesse quarto aqui as duas dormem juntos porque é um de cama e
E aí eu gostaria de ter um quarto para cada uma delas que é claro Isadora Isabela e Clarice o menino ainda tá pequena e dá para dormir com elas mas na verdade não tenho condições de fazer esses quarto todo [Música] E aí [Música] e a comunidade do Solar do Unhão surgiu a partir de casas improvisadas entre a Baía de todos-os-santos Ea avenida perto do Casarão Onde está o Museu de Arte Moderna da Bahia projeto da arquiteta Lina bo Bardi no local moram 2500 pessoas que oficialmente sou moradores do bairro Dois de Julho Dona arieta e
seu filho vivem ali e eu era empregada doméstica trabalhava na barra depois conheci senhor esse rapaz permitir o pai dos meus filhos é vir morar com ele aqui ó e era eu e ele som depois foi que a gente foi ter filhos O meu filho meu maior problema essa parede aqui e o quarto de meu filho é e é muito mofo muita sujeira eu fico meio de algum bicho entrar naquela naquelas paredes ali por causa do cheiro do mofo as coisas e morder ele aí eu não tenho confiança nem deixa ele dormir lá dentro ainda
tão fazendo só aparelho termo enxutinha não tendo assim que tá manchadinho ali mas tá isso tinha agora porque não tem chovido esses dias aí eu fico preocupada algum bicho sair morder ele entendeu com Deus minha oração é o meu Deus o Deus eu tô dando minha opinião que eu não sou engenheiro não sou nada só falar nada dele lavadeira lavo bem faça o bem eu sou muito procurada e e a Vila Rui Barbosa Surgiu da invasão de uma área próxima ao chamado o caminho de areia em Salvador em 1949 da noite para o dia foram
levantados os dois mil casebres em pleno sangue dando origem a uma favela onde Dona Railda vive hoje com sua Grande Família on E aí e eu Railda Neves tenho 35 anos meu marido Jonathan Aparecido dos Santos de Jesus 27 anos meu filho Paulo Henrique de 16 anos meu filho EA Neve Bispo tem 14 anos meu filho Igor César Neve Bispo tem 12 anos minha filha Maria Esther Bispo de Jesus tem seis anos meu filho Jonathan Aparecido dos Santos de Jesus Junior quatro anos meu filho João Paulo Bispo de Jesus três anos meu filho Thiago leve
Bispo tem 10 anos e no dia a dia cuida não daqui do meu filho botando ele para fazer obrigação dele quanto o meu marido sai para trabalhar fazer comida já tem dois dias que eu não faço que eu não tenho dentro de casa comida dele adiante que nesse chora que não comeu não tem o que comer quando tem de ver o boto para ele fazer quando a escola não manda eu boto ele para fazer atividade ou então ele brinca na porta de bicicleta Mas ele não tem os vizinho que empresta para ele ficar brincando ele
joga bola aí ou então na praça e eu não posso deixar ele preso ele já não tem aula para ficar preso dentro de casa para ficar com a mente vazia eu deixo ele se desespera jogando bola [Música] e esta casa que eu tô é na verdade um cenário virtual que só a tecnologia garante por sinal no cenário livremente inspirado na casa aqui Dona Dalva construiu em São Paulo Dalva fez uma poupança contratou o escritório terra e tuma arquitetos Associados e mostrou que é possível ter uma casa confortável e saudável sem ser uma mansão o projeto
ganhou até um prêmio internacional Mauro aqui tem mais de 40 anos meu quarto tio de uma rachadura no teto na rachadura quando eu chego do sério eu cheguei em casa fui eu cheguei os novos já foi tomar banho e depois tu foi aquele estouro para gente mundo está acabando não foi muito que acabou não pior que aconteceu aí daí tem uma um emoção triste o teto caiu em cima da minha cama mas foi Deus que me ajuda eu que mandou empurrar e eu para ir tomar banho senão que tinha caído em cima de mim [Música]
E aí [Música] 16 horas quando eu levanto Joabe aqui já é bem arejado flor do meu jardim aqui ele fala olha que beleza arrozeira eu plantei a Mudinha assim deixa o tamanho assim e está bem crescida Eu me chamo Dalvina Borges Ramos eu tenho 78 anos eu sou diarista de note e aço muitos brasileiros enfrentam a pandemia em espaços saudáveis modernos confortáveis e elegantes como este ao sermos obrigados a passar mais tempo Entre Quatro Paredes todos nós descobrimos Afinal como a nossa casa importante a partir de agora vamos conversar com um arquitetos professores dirigentes do
conselho de arquitetura e urbanismo e especialistas obedecendo as regras do isolamento social ré e pelas autoridades sanitárias vamos discutir as formas de resolver este problema que a pandemia evidenciou Afinal a qualidade das nossas habitações ninguém mais duvida também é uma questão de saúde pública Vale repetir se o Brasil tem quase 15 milhões de moradias precárias É certo que há pelo menos 45 milhões de brasileiros Vivendo em locais cujas condições facilitam a contaminação por todo tipo de vírus espaços ou G impossível obedecer às determinações das autoridades de saúde e cumprir uma quarentena aceitável e E aí
e os participantes do nosso encontro virtual conhecem bem essas realidades e também acompanham e participam da longa luta dos Arquitetos para mudar essa situação arquiteta e urbanista José Gomes de Lima está em Maceió Alagoas ela é responsável pela comissão de política profissional do Cau BR e no início da academia né quando começou esse processo e que a orientação era ficar em casa eu tô aqui partiu eu particulamente entrei em Pânico porque eu estava mandando para casa uma pessoa que vive no espaço que ele tem que dividir com 6 7 8 pessoas muitas vezes com outras
famílias no espaço que não tem janela espaço que não tem banheiro espaço que não tem água o espaço que não tem saúde nesse momento a gente precisa resgatar precisa entender que é papel do arquiteto fazer um e apaga a cidade tratar das moradias que não tem condição de habitabilidade é papel do arquiteto e a gente precisa ter responsabilidade e urgentemente assumir esse papel um dorme no sofá eu durmo aqui com meu filho no seu bota aquele colchão meu marido dormir no quarto com os três pequenos outros dois nenhum do neutro minha cama aqui é o
quarto que dorme meu filho e meu esposo porque a cama é pequena e eles são pequenos tem que dormir na cama cada frieza que eu durmo no chão com os maiores se quarta aqui nem eu nem ele não dá para dormir eu doida para ter um quarto para dormir não consigo é só Jesus para me ajudar e os homens aqui praticamente quem dorme aqui aqui dorme eu e minha esposa aqui dorme Meus dois filhos pequenos e cá dorme no quarto de cá dorme minha filha Isadora Isabela André Blanco é coordenador da comissão de desenvolvimento profissional
do Cau São Paulo André O que a planta e Mia revelou aos arquitetos como a gente pode ter essa visão de entender esses aspectos e problemas né que foram colocados ligado à habitação precária né patologias da construção falta de infraestrutura de saneamento e uma cidade que aí legal grande parte da cidade que vivemos ela não tem um acompanhamento do profissional da área técnica de um arquiteto de um engenheiro para validar esses processos e da segurança qualidade e conforto para os moradores habitar para a humanidade é uma organização e já está em 70 países sendo que
cada país adaptar às necessidades locais na Índia por exemplo a prioridade é banheiro comunitário mas nem a casa das pessoas Mário Vieira diretor executivo da ONG no Brasil Mário o que acontecia pode trazer para brasileiros que vivem muito mal pandemia trouxe para a superfície um problema que é estrutural do Brasil um problema que necessita de avanço e esse é esse avanço necessário só vai ser possível quando o governo empresas e sociedade civil se unirem numa construção de uma política que resolva Definitivamente a questão da habitação no Brasil na casa não é ventilador a única circulação
e branco tem entrada da porta não é que eu não tenho janela ontem circulação nenhuma aqui é tudo fechado esse barraco aí é muito baixo aqui né que é muito quente a no calor é horrível né esse calor esse forno pode dormir pé no chão mas não dá para dormir porque o calor é grande aí a gente tem reposição tem que botei aquele a cumprir a prestação paguei ainda tinha lá é calor abafado quando é frio é frio por conta das brechas também que ali eu coloquei buchas o tempo de frio que é muito frio
aí cada buraco eu tampei para não entrar muita frieza porque os blocos também tem se você for perceber tem umas brejas tem alguns que aparecem outros não aí aqui é frieza que é muito frio Emerson Fraga é Conselheiro do Cau BR Emerson o que transformam uma casa no local seguro o lugar seguro ele precisa tar dentro de normas técnicas ele precisa atender é minimamente necessários para que verdadeiramente venha ser seguro e assim o cidadão a sociedade possa enfrentar esta situação que assola o mundo Ah e ainda é importante salientar e falar que para cada um
real investido em infraestrutura rede de água adequada rede de esgoto adequada será a r$ 5 a menos na saúde aí como é que é o quarto aqui essa parede aqui foi eu que suspende aqui não foi eu que aqui já estava que eu fui que eu mandei fazer aí fizeram errado eu botei as quatro coluna para não deixar a casa cair aí a filtração aqui ó ó ó tá vendo como fica tudo embolorado dói e aqui falta um reboco abrir uma como Angola que é um comungol uma janela tanto faz entendeu abrir um como um
golzinho para clarear mais para ela ficar mais podia vontade a porta dessa casa era ali por dentro da casa dessa dessa casa de cima eu plantei ali aqui é uma janela eu quebrei botei a porta aqui mande abrir essa janelinha aí ficou mais arejado porque era tudo fechado nós não estamos comprando só de fazer nenhuma reforma porque o dinheiro que eu ganho do auxílio é muito pouco ou bem manter a casa ou bem manter alimentação domicílio comprar gás tudo isso a única como que eu fiz aqui da escola entre só foi pintar porque a gente
é queimar de cal por causa da bactéria da tuberculose tinha que tem mais aí foi o pessoal do para posto que veio trouxe o carro para queimar que a casa toda em plena academia os brasileiros têm reformado mais suas casas com isso muitos produtos subiram de preço outros estão em falta nas lojas de materiais de construção mais um se mudou ainda mais 85 porcento constroem reforma suas casas sem orientação de arquitetos e urbanistas ou Engenheiros esse número foi levantado a partir de uma pesquisa realizada pelo Cau e pelo Instituto Datafolha e não mudou com a
covid-19 o principal motivo para as pessoas não contratarem um profissional é financeiro segundo o Datafolha 45 por cento dos entrevistados apontam essa razão para reformar ou construir por conta própria 33% dizem que falta o dinheiro e dezessete por cento classificam trabalho do arquiteto como muito caro e quem nunca recorreu a arquiteto explica a sua decisão pela falta de recursos porque acha que não vai precisar ou por outros motivos o que muitos ainda ignoram é que desde 2008 a uma lei que garante o acesso gratuito ao trabalho técnico de profissionais especializados para as famílias de baixa
renda a lei não foi regulamentada e não há um fundo específico para financiar esse direito e por isso ela ainda é pouco aplicada a lei o resultado da experiência desenvolvida em Porto Alegre pelo arquiteto Clovis ilgenfritz ele fez o primeiro programa de assistência técnica para habitação de interesse social na prefeitura E ao se eleger deputado passou a lutar Para viabilizar esse caminho Clóvis teve a colaboração do também Deputado baiano zezéu Ribeiro nessas batalhas em 2008 Eles venceram mas 12 anos depois ainda é preciso fazer valer esse direito à moradia de qualidade hogloves meu filho de
cera e aqui o banhista elaborou o projeto de lei no Congresso o outro colega arquiteta e urbanista zezéu Ribeiro baiano foi meu colega de turma na faculdade ele foi o relator e a lei foi aprovada em 24 Dezembro 2008 né e até hoje Pergunta se o que é que foi feito no país enquanto plano de governo pouca coisa que existe são situações em exemplos assim espaço tem muita coisa ainda para ser feito né o convívio faz parte da civilização né e o convívio só é bom quando ele é bom para todos né Eu acho difícil
ainda nesse período de pandemias sairmos com soluções milagrosas Mas é uma escada se sobe degrau por degrau né mas é preciso ter clareza de onde que a escala do começa onde que ela termina e aonde queremos chegar o presidente do Luciano o que há de novo a assistência técnica para habitação de interesse social além de um direito tem que ser entendido como uma política de saúde pública habitação não é só a casa é também o conjunto que o certa com espaços públicos com espaço de circulação e mobilidade com espaços de lazer para que a pessoas
vivam felizes é banho frio que faça chuva ou faça sol frio não chuveiro elétrico não temos a gente botão fiz uma internação direta só a noite que sabe água de dinheiro a gente não tem água É porque ela é muito fraca água da rua não tenho caixa d'água Ah entendeu então só à noite é muito a cisterna muita bomba ligada então tem força para subir que a água direto da rua para gente tomar banho quente no fogão panelinha e balde evidentemente a situações que você tem que ter uma uma intervenção um pouco mais de calma
radical mas geralmente a experiência nos mostra que é tão carente de assistência técnica que medidas básicas você muda é radicalmente é o conforto da conforto térmico o conforto psicológico da casa que o melhor é uma cozinha tornar uma cozinha de quadro banheiro não é isso dá um autoestima é evidente para o morador eu já cheguei a ficar três dias fora de casa porque molhou colchão tive que jogar fora molhou móveis molhou tudo a gente pegar a panela bota aqui pegar o balde bota um e Senta no sofá a outro dorme pé e minha esposa a
gente fica em pé olhando eles o Tiago escorrendo e água escorrendo eu tô sem guarda-roupa já pedi dois que me deram já perdi comprei um e uma ganhei já pedi o conselho de arquitetura e urbanismo de Santa Catarina tomou como missão estratégica sensibilizar os gestores públicos sobre o papel da assistência técnica para habitação de interesse social a presidente Daniela Sarmento tem rodado o estado realizando os seminários sobre a questão quando a gente traz a possibilidade da atriz a gente traz também alternativas para se resolver o problema da Habitação social dos municípios que é um grande
desafio né complexo que todas as prefeituras precisam buscar compreender para poder resolver então eu acho que a tia ela amplia todo esse debate e com essa divulgação com posicionamento estratégico do concelho nós conseguimos a defesa desse tema através da política pública em São Paulo tem a maior quantidade de moradias insalubres e precárias Presidente Gerald na prática o que o cal São Paulo tem feito nesse Campo o nosso envolvimento com o tema foi disparado o maior de todo o país é é outros estados também fizeram situações semelhantes mas em razão do nosso potencial com o número
de profissionais e com os recursos oriundos das receitas do cal das habilidades e das dos rts o qual São Paulo conseguiu aí é publicar e viabilizar esse edital que se encontra neste momento em fase de seleção não sabemos ainda quanto às propostas vamos receber Mas a nossa expectativa é dentro do ano de 2020 investir até 6,2 milhões de reais em ações de assistência técnica cada projeto ele prevê um mínimo de contratação de 30 profissionais e são 27 projetos então nós estamos falando aí de quase mil né é profissionais o poder desenvolver esses projetos desde 2008
em várias cidades tem-se processado diversas iniciativas de melhorias habitacionais com assistência técnica entre outros arquitetos da Vila digna engenharia social de Campo Grande e moradia digna e E aí e ainda em escala reduzida esses empreendedores têm melhorado as construções precárias a custos aceitáveis são vários modelos de negócio mas em todos assistência técnica ajuda a fazer diferença iniciativas valiosas como demonstração dos resultados que podem oferecer uma das experiências mais importantes foi comandada por Gilson Paranhos da companhia de desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal nós Montamos 14 postos de assistência técnica justamente nas áreas mais necessitadas do DF
e essa experiência de estar lá nos mostrou que a única maneira concreta da gente conseguir interferir dar uma contribuição para a sociedade é está presente lá dentro nós começamos com investimento de r$ 8000 por unidade Habitacional conseguimos fazer transformações sérias contundentes para as famílias com r$ 8000 passamos para 13.000 e do governo esses valores eram de 15.000 reaes e hoje a codhab já trabalha com 25 mil reais por unidade então 25 mil réis por unidade nós conseguimos fazer uma transformação enorme nas nessas habitações quando a gente analisa o déficit Habitacional brasileiro com profundidade nós vemos
que a melhoria Habitacional ela é muito mais importante do que a produção de unidades novas a gente quando pensa juntar um dinheiro alguém tá doente e é sempre assim bom então não tem muito planejamento vou fazer a obra daqui há dois anos então não tem muitos plano em primeiro lugar do fundo do meu coração e o um lugar para o Vercilo dormi bem é um lugar Predileto que o meu sono dá um quarta meu filho Digno Para eles dormiram bem Oi e a segurança da minha casa a situação agora tá bem difícil então não tenho
condições nenhuma mas eu gostaria muito de poder tar arrumando a minha casa com a ONG arquiteto de família Mariana Estevão trabalhou durante oito anos em um mesmo território o bairro Vital Brazil em Niterói hoje ela atua em Mauá na grande São Paulo como é que foi a sua experiência Mariana o nós trabalhamos a partir de um diagnóstico completo da Casa identificamos Quais são as prioridades e trabalhamos na execução da prioridade Eleita né da da intervenção com maior urgência e a partir daí a família também passa a ter uma noção de quais são as outras necessidades
e aos poucos ela vai vai elaborando e executando cremos também diferentes estratégias Para viabilizar as obras criamos um Micro Crédito rotativo também adequado às condições da família é uma forma de viabilizar as obras e as famílias pagarem aos pouquinhos e Qual a dificuldade de prestar essa assistência é um Choque Cultural é que pode desistir e nós não temos o preparo na nossa formação como assistentes sociais tem então é uma questão de falta de prática falta de Hábito e mais do que pode ser vencido ao longo do tempo não podemos entender que só a elite pode
ter deve ter acesso ao arquiteto Porque desta forma a gente está assumindo que a nossa função é supérfluo indispensável e não é uma um conhecimento especial II o Fernando Assad você comanda o Vivenda é um programa que oferece vários kits de reforma a partir de modelos pré-estabelecidos de materiais Como pisos azulejos louças tintas e janelas que custam entre 1.500 e quatro mil reais e podem ser parcelados em até 12 vezes mas o importante é o que vem junto assistência técnica para construir a solução a gente precisa a partir disso Qual que é a necessidade dessas
pessoas na Vivenda como a gente a entender o que esse era o ponto de partida a gente começou a explorar os atributos não é uma coisa unilateral Como o próprio nome diz é uma solução e melhoria Habitacional é assim que eu vejo Como atingir deve se inserir nesse Campo e como o próprio Gilson Paranhos que é um grande amigo e mestre nosso nos ensinou uma vez é projeto concluído é obra concluída O que vocês estão fazendo especificamente na onda e habitat para a humanidade Mário Vieira loja de luz um trabalho uma piado ao longo dos
anos de pequenas organizações então estão distribuídas pelo país de norte a sul e nós mapeamos mais de 60 organizações pequenas Organizações e Montamos uma rede onde o objetivo é fortalecer essas pequenas organizações que são negócios de impacto ou são organizações sem fins de lucro assim como a Vivenda é um negócio de impacto e habitat é uma organização sem fins de lucro para que passa o recurso chegar lá na frente para que faça a tecnologia de construção de acompanhamento de projeto de atendimento social das famílias não O que é importante para que faça com que todos
esses recursos possam chegar cada vez mais a ponta e atender cada vez um número maior de famílias o resultado dessa rede que foi criada no início da pandemia tem se mostrado bastante animador é são reuniões é semanais capacitações e recursos captados e o mais importante as obras sendo feitas para quem precisa lá na frente enfrentar a pandemia em casas mal construídas é muito pior o sofrimento foi muito sofrimento passamos muita necessidade muita necessidade sem merenda para ele disse que ele não brincar e aqueles fofo aquela choradeira ela tava já de tempo de enlouquecer mas Deus
entrou primeiro lugar em minha vida e a tá todo mundo contaminadas eu nem pegar as convite aqui ó O que é que não tem saída aqui é um cômodo só para nós sempre e na academia Mário vocês têm alguma ação específica a Vitória que num primeiro momento fez um atendimento básico e distribuiu quase 6 mil kits de alimentos de higiene pessoal higiene da casa num segundo momento é construiu 420 pias comunitárias mas tudo isso a gente ainda tá falando fora da casa e os problemas que estão dentro da casa um alto percentual de arquitetos manifesta
interesse em trabalhar com baixa renda mas só oito por cento já trabalharam efetivamente Fernando como superar isso a gente entende que para atingir esse desafio de reformar essas 40 milhões de casas a principal estratégia é a gente estruturar esse sistema da melhoria Habitacional ou esse mercado na melhoria Habitacional Ou seja é criar uma estrutura para que todo mundo possa jogar o jogo o que os arquitetos posso jogar o jogo que os bancos possam entrar com o financiamento de jogar o jogo aqui os pedreiros que as indústrias de materiais de construção que as lojas de materiais
de construção e claro o governo também é entre jogando o jogo especialmente a atendendo a essa lacuna que às vezes os mecanismos mais clássicos de mercado não atendem que é a parte toda de subsídio atender as famílias que não podem pagar Conselheiro Divaldo num certo sentido os arquitetos já sabiam que algo assim poderia acontecer não é assim já há bastante tempo quase que estavam profetizando que iria ocorrer nas nossas cidades né ou seja cidades sem infraestrutura é tem qualidade de vida sem acesso público um qualidade de transporte e isso em relação à cidade a responsabilidade
é o seguinte ainda é isso no estado brasileiro né a mais os planos de governo eles não tenham tido a atenção para esse problema né problema com as cidades depois ausência do de profissionais arquitetos e urbanistas na maioria dos Municípios brasileiros né aqui no caso da Bahia por exemplo são poucas os municípios dos 417 é que contam com profissional arquiteto de carreira né profissional com a importância que tem no traçado das cidades no planejamento das cidades na revitalização de áreas da cidade né ausentes é como não tem médico e profissionais da Saúde cuidando da saúde
né então resultado disso eu queria cidades brasileiras estão doentes Nem sempre a questão da assistência técnica para habitação de interesse social esteve na pauta das escolas de arquitetura arquiteta José me é testemunha no meu tipo de formação a tecla de 80 isso não era pauta não fazia parte do nosso currículo pelo menos Universidade Federal que eu que eu estudei ela não não não fazia parte da grade da da grade curricular então eu vim descobrir o que era habitação de interesse social já depois de quando já estava no mercado de trabalho que depois você começa a
conhecer as ações de outras pessoas de outros coletivos de outras cooperativas e de outros estados que já vem atuando a faculdade de arquitetura da Universidade Federal da Bahia tem um curso de especialização em assistência técnica habitação e direito à cidade similar à residência médica professora Angela qual a razão para criar esse curso hoje nos defrontamos com um grande problema de desse tipo qualitativo nas cidades dado que essas políticas que produziram novas unidades não foram suficientes para atender a todo o processo migratório que nós tivemos desde o pós-escravatura As populações com baixa escolaridade baixa renda enfim
é diante desse contexto que este curso se debruça ele é um curso Pioneiro no Brasil ele foi implantado em 2011 aprovado na pró-reitoria de extensão da Universidade Federal da Bahia sendo o primeiro hoje nós já temos outras experiências vindo nessa mesma forma de atuação tanto dados globais até então nós temos muito a comemorar nós temos 54 professores da faculdade de arquitetura e de outras faculdades como professores colaboradores atuando já tivemos 73 residentes formados a maioria em arquitetura mas também absorvemos o pessoal que nos procura é vindo da área de serviço social direito engenharia o conselho
de arquitetura e urbanismo do Rio Grande do Sul lançam projeto em plena pão e com o título que parece Óbvio mas é usado nenhuma casa sem banheiro Tiago Isso quer dizer quantas casas especificamente no Estado do Rio Grande do Sul 11 mil famílias segundo o IBGE não tem banheiro na sua própria casa nesse momento da pandemia ficar em casa e lavar as mãos é a grande é forma é a única forma de enfrentar a pandemia de enfrentar o vírus então o caldo Rio Grande do Sul junto com o governo estado diversos outros parceiros criou esse
programa de forma emergencial estamos colocando recurso para executar projetos e obras de maneira a atender a essas famílias que não têm o mínimo né de acesso a saneamento e à higiene dentro da sua própria casa [Música] e há uma questão que muita gente não sabe o que é a regularização fundiária uma casa erguida sobre um terreno que não pode ser legalizado não é uma solução mas um risco ainda que receba melhorias e que Garanta condições mínimas de vida seus moradores e para sempre ameaçada de ser objeto de despejo judicial ou de outro tipo de ação
que expulsa e seus moradores destruindo qualquer possibilidade de permanência e evolução isso quer dizer que os programas devem restringir sua atuação apenas a Imóveis Já devidamente legalizados Não exatamente mas é preciso examinar previamente se aquelas moradias podem ser regularizadas e há uma legislação que determina Em que condições isso acontece em resumo a regularização fundiária é um dos meios para se garantir o direito social à moradia o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e o direito à cidade e sustentáveis e democráticas esse e justas Presidente Luciano Qual
a solução definitiva para as moradias insalubres e precárias a pandemia mostrou que se a cidade não for saudável para uns não será para todos é fundamental que entenda que outras pandemias poderão ver e a preciso que estejamos prontos para dar condições a população de baixa renda e convivência em espaços saudáveis capazes de abrigar as necessidades e cada uma das famílias infelizmente nós temos colocado a coabitação como o principal foco então estamos produzindo unidades habitacionais Lógico que nós sabemos que essa produção de novas unidades habitacionais é para resolver o problema desemprego mas não e não para
resolver o problema do Déficit Habitacional o déficit Habitacional brasileiro é resolveu E aí inadequação e o problema da inadequação se resolve fazendo melhorias habitacionais a resposta que a população precisa é o combate à inadequação e esse combate é feito através das produção de melhorias habitacionais e o programa Minha Casa Minha Vida não resolveu esse problema arquiteto Luciano o programa e não exigiu o e os projetos que os núcleos habitacionais fossem localizados em espaços urbanos estruturados com saneamento com equipamentos de lazer de Atendimento à comunidade e também da mobilidade urbana e eu tenho tudo próximo eu
tenho escola das crianças que é próximo à rede de saúde aqui o mágico muito lugar tem dificuldade é que eu não tenho que reclamar porque é bom a Clínica da Família próxima eu tenho Upa que a próxima então tem tudo próximo da casa além da comunidade a minha casa um foco vão lugar bom até atividade da Vila Olímpica começo filha vai participam sempre entendeu então daqui não seria não é porque aqui é um bairro maravilhoso que eu tenho todo mundo respeita meu filho meu filho é respeitado sou respeitada EA Preferia ficar aqui na minha casa
do quer mudar porque o meu medo maior é somente a estrutura mas eu gosto de morar aqui e lá fora a gente paga muita coisa ele para morar lá fora a gente tem que ter um um comer uma galinha mais alta papá pagar as Crianças A gente tem que pagar água pagar luz pagar esgoto PT um essa que eu não vou ter condição Se existisse um financiamento do governo eu aceitaria poder fazer na reforma da minha casa porque meu sonho é poder tá reformando aqui aceitaria o aceitaria claro que você terá reforma aqui até pelo
menos a da minha filha Luciana Guimarães tem mais uma questão relevante assistência técnica para habitação de interesse social além de um direito tem que ser entendida como uma necessidade de saúde pública e por isso transformada em uma política de estado assim como é o SUS que atende a população na área da saúde é para o bem do Brasil essa pandemia certamente vai acabar um dia mas tomara que nosso novo normal todos tenham direito a uma moradia digna salubre confortável para que o caso da Dona Dalva você já apenas uma louvável exceção e sim regra a
valer para milhões de brasileiros e E aí [Música]