O papel do sindicalismo: hoje e ao longo da história | Podcast #69

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Nexo Jornal
A primeira lei sobre a organização sindical surgiu no século 19, na Inglaterra. Desse início até o s...
Video Transcript:
[Música] bom dia boa tarde boa noite eu sou honrado corsaletti isso aqui é o político fez o podcast de política do nexo nesta edição a gente vai tratar de sindicalismo e seu papel hoje e no passado essa conversa vai se dar o som do caio prado nos livros de ciência política trazer uma definição bem direta do que a sindicalismo ele é definido como uma ação coletiva para proteger e melhorar o próprio nível de vida por parte de gente que vem de sua força de trabalho simples direto e ao que parece bastante precisa definição mas o
sindicalismo nas suas várias faces em momentos é um fenômeno que vai muito além e que acaba se transformando em algumas ocasiões num instrumento de transformação social como esse é um tema de fundo a gente faz aquele tradicional exercício aqui do politiquês vamos lá pra trás um sindicalismo surge num contexto de profundas mudanças nas relações de trabalho principalmente na europa embora organizações trabalhadores já existissem anteriormente tanto sobre a falha de guildas quanto de corporações de ofício foi no século 19 primeiramente na inglaterra que se formam as primeiras uniões trabalhadores assalariados essa é andré galvão professor do
departamento de ciência política da unicamp estudioso do tema ela citou as duas organizações para sindicais que vale a gente explicar aqui são as guildas ou corporações de ofício eram associações entidades que agrupavam pessoas que tinham interesse comum para que uma pudesse ajudar outra para se proteger isso na europa da idade média ainda lá no século 12 ela só é o preço de kato era uniões para tentar organizar e proteger minimamente o processo de produção artesanal esse é o pessoal que se une para negociar seus produtos seus artesanatos de forma mais vantajosa era um mundo pré-industrial
muito tempo depois da revolução industrial na inglaterra entrando firme pelo século 19 que o ponto da história que nos interessa aqui momento em que o artesanato familiar virar passado ea manufatura industrial em grande escala se torna presente no momento em que o processo de produção exige cada vez mais gente dentro de um esquema de operação de máquinas exige a existência de uma mão de obra paga que se integra ao novo processo produtivo a primeira lei sobre organização sindical é de 1824 justamente nesse país na inglaterra o sindicalismo ele está relacionado ao processo de assalariamento ou
seja a separação entre o trabalho a propriedade dos meios de produção nessa transição os primeiros trabalhadores eram bastante qualificados os primeiros sindicatos surgiram para defender esse pessoal que vende a força de trabalho nessa condição vamos lá para aquela época para andré explica melhor o sindicato reúne principalmente os trabalhadores mais qualificados os artesãos que são os roteiros das corporações de ofício que lutam para preservar suas condições de trabalho seu saber à revolução industrial o desenvolvimento do capitalismo eles afetam as condições de trabalho na medida em que expropriou um trabalhador que perde a posse dos seus instrumentos
de trabalho eo conhecimento do seu ofício essas mudanças limitam a sua autonomia elas submetem o trabalhador ao ritmo da máquina desemprego o trabalhador mediante as novas formas de organização da produção e da introdução de tecnologias os sindicatos nessa época a reunião portanto somente uma fatia mais privilegiada do operariado o dicionário de política do pensador italiano norberto bobbio que a gente sempre está aqui no políticas fez uma análise interessante sobre esse momento mostrando que essa organização sindical se dava como reação uma perda dos instrumentos de produção mas aí novas tecnologias vão surgindo e vai se criando
um ambiente que abre espaço para operar os menos qualificados dentro de uma fábrica o desenvolvimento tecnológico faz com que os operários possam realizar tarefas cada vez mais simples isso dentro de uma rigidez cada vez maior do ciclo produtivo isso faz com que o sindicalismo vai se modificando ele vai desenvolvendo sobre outras formas constituindo primeiramente os sindicatos ofício e posteriormente sindicatos de indústria que reúnem trabalhadores de uma mesma localidade e de um setor é o ramo industrial independentemente da sua qualificação o sindicato de indústrias então ele promove uma solidariedade entre os trabalhadores com graus de qualificação
diferentes e posteriormente os próprios sindicatos de indústria também se modificam dando origem ao sindicato gerais que são mais amplos territorialmente e não se limitam a uma única indústria o ramo de atividade então dessa forma a gente percebe que o sindicalismo ele se desenvolve ele muda e da sua forma ao longo do tempo é importante a gente lembrar que o surgimento do sindicalismo se dá num contexto de transformações econômicas e políticas com novas idéias e ideologias na praça e o sindicalismo está ligado a idéias socialistas anarquistas e ganha a partir de meados do século 19 uma
carta marxista afinal foi o marcos o pensador alemão que elaborou de forma mais ampla a idéia de que o trabalho é central para definir como uma sociedade se organiza bom só pelo perfil cronológico a gente estava falando do século 19 agora a gente entra no século 20 desde o surgimento do sindicalismo até a primeira década do século 20 o sindicato era visto como uma ameaça à ordem liberal uma ameaça à liberdade da empresa determina unilateralmente as condições de uso da força de trabalho havia dessa forma uma postura claramente anti sindical por parte do patronato e
do estado se defende a autorregulação do mercado de trabalho ea não intervenção estatal os sindicatos vão ganhando força seus instrumentos de negociação incluindo aí as greves vão sendo incorporados ao mundo do trabalho aí a gente tem uma projeção do sindicalismo pelo mundo isso acontece com o fim da segunda guerra mundial um mundo dividido de um lado países capitalistas liderado pelos estados unidos do outro o bloco comunista liderado pela união soviética lado capitalista o estado de bem estar social florescendo da europa neste momento entre as décadas de 40 e 70 o sindicalismo tinha de seu apogeu
ele deixe de ser visto como um adversário incómodo como alguém que perturba a ordem social por que reivindica porque faz greve e ele tem um reconhecimento da parte do estado e do patronato sendo aceito como uma instituição democrática como parte desse conjunto de instituições democráticas desse modo o sindicalismo o sindicato ele obtém reconhecimento legal e se torna um representante legítimo dos interesses de um determinado grupo de trabalhadores está no interlocutor aceito nos processos de negociação que podem ser é processo bipartites ou seja que envolvem trabalhadores e patronato ou tripartites que envolvem também o estado além
do patronal o sindicato dessa forma ele passa a participar de negociações coletivas que estabelecem as condições de trabalho para uma empresa para um setor de atividade e também em alguns países ele negocia com o estado para definir o modo de regulação do trabalho ou seja a legislação sindical além da força trabalhista e mesmo políticas públicas olha quem está dizendo que é bastante interessante sindicato na verdade o sindicalismo transborda o chão de fábrica e vai para a porta da política essa é uma das características centrais da história do sindicalismo em alguns casos além de participar de
órgãos tripartites como mesas de negociação fóruns ou conselhos o sindicato também gere políticas é como por exemplo aposentadoria como seguro desemprego e seguro saúde o sindicato portanto quando ele tem essa atuação é mais política ele atua não só para conquistar direitos mas também definir o modo em que os direitos são usufruídos ele define a sua abrangência e definir a extensão desses direitos hora de desembarcar aqui no brasil do papo mais amplo para a realidade local como se deu o crescimento do sindicalismo por aqui os andré o sindicalismo no brasil ele cresce através da atuação de
algumas correntes políticas que buscavam a superação do capitalismo como os anarquistas nas duas primeiras décadas o século 20 ea partir da década de 20 fundamentalmente dos comunistas e dos produtos quistos ainda que essas correntes tivessem um perfil radical perfil revolucionário a sua atuação no plano sindical era a luta por direitos quer dizer eles lutavam por reformas como por exemplo a efetivação de uma legislação trabalhista que neste momento era muito residual uma legislação que pudesse melhorar as condições de trabalho eram bastante precárias vale lembrar que o brasil tinha proclamado sua república ali no finalzinho do século
19 a economia baseada na plantação de café começava a dividir sua importância com as atividades de manufatura nas grandes cidades ea estão criadas as uniões de operárias no ensaio de uma organização sindical brasileira essas correntes elas reivindicavam medidas como por exemplo a limitação da jornada redução da jornada de trabalho que eram jornadas superiores a 10 horas diárias a luta contra o trabalho infantil pela regulamentação do trabalho da mulher que pudesse fazer através da proibição de trabalho noturno luta contra a insensibilidade à luta contra os acidentes de trabalho que eram freqüentes essa realidade que andré descreve
é muito parecida com aquela vivida na revolução industrial inglesa com a diferença que o brasil é um país que passou por uma industrialização tardia em relação à europa e que foi ver de fato se a questão trabalhista vira centro do debate muito depois e aí a gente chega um momento importante da história do sindicalismo no brasil que são os anos 30 do século 21 presidente getúlio vargas ea gente chega também o momento de conversa mais complexo que a aproximação do sindicato com o poder vamos ver andré na década de 30 a legislação trabalhista que até
então que era incipiente era introduzida de modo mais sistemático com uma política do estado varguista e nesse momento o número de sindicatos cresce aqui a gente tem um aspecto interessante para compreender o sindicalismo brasileiro porque ele é reconhecido pelo estado mas a legislação trabalhista passa a ser associada à diz não ao sindicato oficial o que torna o sindicato independente do estado isso facilita é expansão de sindicatos de perfil conservador os chamados pelegos são sindicatos que não atuam efetivamente que organizar representar os interesses dos trabalhadores e sindicatos crescem numericamente eles se fortalecem porque possui as condições
financeiras necessárias para sustentar por intermédio do imposto sindical mas o regime de unicidade sindical que caracteriza a estrutura sindical brasileira é um regime no qual o estado reconhece apenas um sindicato como representante de uma categoria profissional ele é incompatível com a liberdade sindical porque a liberdade sindical só pode ser assegurada sob a vigência do pluralismo ou seja quando se admite a possibilidade de se criar quantos sindicatos os trabalhadores entendem serem necessários para representá los sem submeter os sindicatos a uma imposição externa vem ela de um burocrata de um juiz bom a gente entra na estrutura
sindical brasileira essa estrutura tem marcos que valem até hoje é uma visão bastante corporativista vamos dizer assim comparativismo considera os agrupamentos profissionais como uma estrutura fundamental da organização política coloca o estado como centro de soluções de conflitos de classe bom depois do getúlio e da ditadura do estado novo do final dos anos 30 meados dos anos 40 a gente teve um novo período republicano nos anos 60 de tudo militar que foi até 85 é no processo de abertura do regime militar que o sindicalismo brasileiro passa por um novo momento importante com as grandes greves operárias
de montadoras do abc paulista por exemplo é ali que o luiz inácio lula da silva surge como liderança no final dos anos 70 e é logo depois que é criada a cut central única dos trabalhadores no começo dos anos 80 lula viria se tornar presidente da república em 2003 ele reconheceu as centrais sindicais na legislação e elas não eram reconhecidas antes em 2008 a gente teria ainda uma reforma trabalhista importante no governo michel temer vice que assumiu o poder com o inpi time de dilma rousseff essa reforma de 2017 acabou com o imposto sindical por
exemplo uma mudança importante da área bom gente vai falar mais sobre sindicalismo brasileiro mas já que a gente falou da estrutura sindical nacional vamos falar sobre modelos quais são os diferentes modelos sindicalismo existentes no mundo vamos vender é a sindicatos que se organizam por empresa como no japão há sindicatos organizam por ramos os setores de atividade como na alemanha sindicatos que disputam a representação dos trabalhadores de uma mesma empresa como na frança na itália na espanha é países em que pode haver mais um sindicato para organizar e representar os trabalhadores de uma mesma básica ou
seja diferentes centrais sindicais disputam por intermédio dos sindicatos que concorrem entre si a representação dos trabalhadores esse sistema em que sindicatos concorrem entre si nós chamamos de pluralismo sindical é um sistema que contrasta com a unicidade vigente no brasil é no qual só pode haver um recuo sindicato representando uma determinada categoria profissional numa mesma base territorial é o pluralismo só pra você ter uma idéia seria como se houvesse sindicatos da cut e da força sindical e da conlutas da intersindical tão diferentes centrais sindicais disputando a organização dos professores de são paulo por exemplo somente não
perder o fio da meada a gente está falando aqui de sindicalismo e como a gente viu é um conceito bem amplo e no brasil a gente tem hoje o sindicato que representa ali uma única categoria a gente tem as federações que reúnem sindicatos de uma mesma categoria ou seja de profissões idênticas das confederações que reúne as federações de sindicatos e as sempre da mesma categoria por fim têm centrais sindicais andré citou eacute que é a central única dos trabalhadores tem também a força sindical e várias outras são entidades que reúnem sindicatos de diversas categorias ou
seja é uma atuação mais ampla e por isso mas macro política estão ali para trabalhar em interferir na política econômica ea política no geral mas retornando o fio da meada andréia ela estava falando das várias organizações sindicais como nela há países em que o sindicato não se restringe à representação de uma determinada profissão reunindo trabalhadores de profissões as mais diversas numa só a organização o número de sindicatos varia muito entre os países em virtude dessas características bem a cobertura da negociação coletiva varia nos estados unidos por exemplo só os trabalhadores sindicalizados são beneficiados pelos acordos
e convenções coletivas já no caso do brasil isso se estende também aos não sindicalizados é um outro aspecto que varia bastante é a implantação do local de trabalho há países que possuem delegados sindicais comitê de empresa ou seções sindicais de empresa que são organizações no local de trabalho que fazem a ponte entre o sindicato eo trabalhador no caso do brasil essas figuras são muito raras a gente costuma dizer que aqui o sindicato ele só está presente da porta da fábrica para fora ele não tem esse revezamento o que dificulta o trabalho de organização e representação
e também afeta o próprio reconhecimento dos trabalhadores do sindicato pelos trabalhadores que em tese representa vamos entrar agora um pouco mais na discussão sobre o papel do sindicalismo se é lutar pelo interesse da categoria como é característica do sindicalismo anglo saxão os e buscar uma transformação mais ampla da sociedade que é uma característica do sindicalismo de alguns países europeus de origem latina como a frança espanha e itália andré levanta aqui essas questões o sindicato se diferenciam conforme o seu perfil político e ideológico é podemos nos perguntar por exemplo sobre o papel do sindicato na tv
ele luta ele faz o que efetivamente luta pela melhoria das condições de vida num plano mais imediato no plano econômico salarial ele luta por reformas nem por reformar o capitalismo por mudanças no plano dos direitos ele luta contra o capitalismo portanto como parte de um projeto revolucionário de transformação social dependendo da resposta que a gente tá essas questões a gente pode encontrar sindicatos mas contestadores do capitalismo sindicatos reformista sindicatos de negócios que são mais próximos do patronato mais dispostos a colaborar não é fazer uma colaboração de classe sindicatos mais preocupados com questões econômicas com salários
sem se envolver em questões de ordem política crítica ou seja sem se preocupar em mudar as estruturas da sociedade é há portanto uma ambivalência os indicados eles criticam a exploração do trabalho mas também eles tendem a reproduzir e divisões que marcam a atividade do trabalho e de modo que é preciso analisar caso a caso o debate sobre o sindicalismo ganha novos ares a partir do momento em que o próprio conceito de trabalho vai mudando o mundo passou por uma crise nos anos 70 com a crise do petróleo o muro de berlim caiu 89 ea união
soviética colapso em 91 quando fim assim ao mundo polarizado entre capitalistas e comunistas dando fim à guerra fria são mudanças que impactam diretamente o papel do sindicalismo gols andré a crise do sindicalismo ela está relacionada à crise do capitalismo dos anos 70 e as mudanças promovidas quanto no âmbito do estado quanto das empresas é na tentativa de superar essa crise a gente tem um aumento do emprego no setor de serviços um setor que se sindicalizam ou é mais tardiamente se comparado ao setor industrial a mudança na legislação trabalhista a gente tenha a reativação de formas
pretérita do trabalho como trabalho domicílio como a remuneração por peça são são formas de trabalho que estimula a concorrência que estimulam o individualismo ao invés da solidariedade ó a gente tenho a questão da tecnologia da informatização não que também de um lado leva a eliminação de postos de trabalho intensificação do trabalho e do outro lado faz com que surjam novos setores né novas novas profissões inclusive a gente pode citar também as novas formas de organização de gestão do força de trabalho que objectivamente reduzem o nível de emprego e subjetivamente elas visam integrar o trabalhador que
permanece empregado as estratégias da empresa no plano internacional a discussão sobre a crise do sindicalismo ela começa fundamentalmente nos anos 80 diante dessas mudanças todas da redução do emprego do aumento da informalidade das formas precárias de trabalho se disseminou a idéia de que o sindicalismo teria mais razão de existir ele estaria fadada ao desaparecimento ea redução das taxas de sindicalização e do número de greves para indicar é que essa tese estava correta a gente tem aqui é a confluência entre mudanças concretas mudanças objetivas exceto o desenvolvimento teórico que apontavam para a institucionalização perda de autonomia
e à perda de conflituosidade do movimento sindical mas a realidade mostra que os conflitos do trabalho não desapareceram há muito pelo contrário nos anos 80 a inglaterra tem a primeira ministra margaret thatcher como um símbolo anti sindicalista nos estados unidos o presidente rodrigo reforça o movimento no ocidente pela liberalização cada vez maior das economias da desregulamentação do estado tudo isso com um forte impacto no mundo do trabalho no brasil a partir da década de 90 as administrações federais o fernando collor de mello e fernando henrique cardoso promovem uma abertura da economia e isso foi impactado
também o sindicalismo brasileiro o sindicalismo brasileiro ele vai sofrer mudanças em seu perfil aquele sindicalismo mais contestador dos anos 80 que é associado à cut ele vai assumindo uma perspectiva mais negociação do que o próprio sindicalismo cut se chama de sindicalismo propositivo e assumir a defesa de um sindicalismo cidadão o sindicalismo e vai assumindo portanto uma fase defensiva em que o seu objetivo ele passa a ser a preservação do emprego passa a ser retomada do crescimento econômico ele é tem dificuldades para obter ganhos para os trabalhadores ele faz concessões para evitar maiores perdas como por
exemplo os acordos de redução de jornada com redução salarial ea gente tem é também nos anos 90 o surgimento de uma nova central sindical que é a força sindical afinada com esse discurso de flexibilização da legislação de modernização da legislação trabalhista que aliás a gente vê é que voltou com força a partir do governo temer né é e que aceita negociar direitos com tudo isso indica que o sindicalismo passa por uma fase de dificuldade bastante a muda andré citou o governo temer mas vamos um pouco mais atrás se nos anos 90 ganha força uma nova
ordem de negociação a partir de um sindicalismo de resultados mais ligado à flexibilização trabalhista nos anos 2000 mas exatamente em 2003 o brasil possa ser governado por lula um líder sindical e aí a gente avance qual o efeito dos governos aliados do sindicalismo como de lula para o sindicalismo em si os governos aliados ao sindicalismo eles provocam o efeito ambíguo é de um lado eles abrem espaços políticos importantes que a participação do sindicalismo é como os fóruns hepatites o fórum nacional do trabalho o conselho de desenvolvimento econômico e social quer dizer os sindicatos se tornam
interlocutores privilegiados do governo eles participam da gestão de empresas públicas participam de fundos de pensão e de outro lado essa proximidade e aqui é preciso fazer um parêntesis e lembra que o pt surge do movimento sindical quer dizer o movimento sindical é um dos pilares do pt é uma trajetória comum entre novo sindicalismo de onde vem lula e vários dos dirigentes do pt é inclusive vários sindicalistas participaram do primeiro escalão do governo inclusive como ministros nossa proximidade ela vai moderar o posicionamento político é de uma parte importante do movimento sindical da parte majoritária do movimento
sindical eu diria então é uma preferência pela atuação institucional pela atuação no plano dessas instituições de governo e uma moderação política na cúpula do sindicalismo é eu estou pensando aqui nas centrais sindicais que também aumentaram em termos quantitativos a partir da lei que reconheceu as centrais em 2008 o sindicato apresenta uma ampla pauta de reivindicações aos governos aliados ele tem capacidade de mobilizar os trabalhadores em nome de demandas econômicas e corporativas verifica-se aumento do número de greves greves setoriais graves de categoria ou greves de empresa mas acha capacidade do sindicalismo mobilizar em torno de reivindicações
mais amplas e medicações que dizem respeito a direitos a a a expansão de direitos a introdução de novos direitos e reivindicações que transcendem portanto plano econômico corporativo isso se deve também ao reduzir o trabalho de formação política e sindical e ao uso muito pragmático eu diria da mobilização a mobilização acontece mas ela trata mais uma mobilização de dirigentes da mobilização protocolar pra constar do que uma mobilização que envolve a base para organizar efetivamente a base ea partir disso informar politizar efetivamente pressionar o governo então eu diria que os sindicatos não deixaram de promover mobilizações mas
eles perderam o protagonismo das ruas para outros movimentos sociais como a gente viu em 2013 andré se refere à ih as manifestações de junho de 2013 iniciadas pelo movimento passe livre o movimento social como ela destaca as manifestações depois como todos sabem virar outra coisa voltando ao nosso tema qual o papel do sindicato hoje ele ainda é relevante existem outras estruturas que se sobrepuseram a ele por um sindicato ele passa por dificuldades hoje né é possível observar um processo de desagregação de interesses é de perda de identidade coletiva de ausência de liberdade e de perda
de solidariedade é uma crise de representatividade já que os trabalhadores nos reconhecem como parte desse coletivo é não se filia um mais tanto ao sindicato o que se verifica também na queda da taxa de sindicalização e de modo geral a gente pode dizer que o sindicalismo se encontra numa fase defensiva neto falando hoje estou falando de 2019 mas enquanto houver capitalismo haverá contradição de capital e trabalho e portanto há motivo de sobra para a existência do sindicalismo quer dizer o sindicalismo ele tem um papel importante ainda hoje apesar de todas as transformações que a gente
observa no trabalho né é e na forma e nas formas de produção nas formas é de desenvolvimento do capitalismo e de exploração do trabalho agora é preciso reconhecer que há contradição entre capital e trabalho ela extrapola o trabalho assalariado e que portanto assim com uma forma sindical mudou desde o surgimento do sindicalismo nós vivemos hoje a crise de uma forma sindical que pode ser revertida se ela pode ser superado nesse sentido se a gente olha para os indicadores é de sindicalização os indicadores de greve que estou aqui num plano mais geral porque no caso do
brasil há uma relativa estabilidade na taxa de sindicalização e mesmo os indicadores de greve de jese ainda não mostram uma queda muito acentuada né é mais considerando por hipótese uma queda nesses indicadores isso não significa pacificação das relações de trabalho porque as formas de resistência não se limitam às greves né é a queda do emprego assalariado ou aumento do emprego no setor de serviços que é um setor que a gente poderia dizer é que ingressa mais tardiamente na sindicalização nos sindicatos isso também não significa que o sindicato está condenado ao desaparecimento está no sindicato algo
irrelevante o caso do brasil isso é muito nítido andré fala aí da taxa de sindicalização do brasil de uma relativa estabilidade nesse sentido e ela tem razão pelos números disponíveis hoje pode ver que em 2015 havia 19,5 por cento de trabalhadores ocupados ou seja com o emprego que estavam sindicalizados no brasil isso equivalia a pouco mais de 18 milhões de pessoas de um total de 94 milhões ocupadas em 2016 segundo a organização internacional do trabalho esse número caiu um pouco para 18.9 por cento existem hoje cerca de 11 mil sindicatos atuantes no brasil mas esse
número se refere apenas aos sindicatos de trabalhadores há também a figura do sindicato patronal que é uma estrutura criada para negociar por parte dos empregadores os acordos com os sindicatos dos empregados se a gente somar os sindicatos patronais o brasil salta para o número de 17 mil sindicatos olha gente esse assunto é amplo a gente tentou aqui fazer uma primeira abordagem muita coisa ficou de fora por isso esse tema deve voltar com certeza pauta do politiquês agora a nossa dica de livro e quem dá a dica é o jornalista leonardo cruz editor de inovação do
jornal o estado de são paulo vai lá da minha sugestão de leitura é a morte da verdade da premiada jornalista norte-americana michiko capitani se você caro ouvinte caro ouvinte se interessa por literatura estrangeira talvez você já conheça mexico cutâneo até meados de 2017 era a principal crítica literária do new york times função que exerceu por quase 40 anos e que lhe rendeu em 1998 o prêmio pulitzer é o mais prestigioso prêmio da imprensa norte-americana a morte da verdade é a primeira obra do mexico após a aposentadoria do times e ela decidiu se debruçar sobre a
manipulação da informação ea construção de notícias falsas na campanha presidencial e no governo de donald trump foi lançado em julho do ano passado nos estados unidos e chegou ao brasil ainda no final de 2018 é um livro relativamente pequeno um pouco maior que um livro de bolso cerca de 200 páginas que pode ser devorado facilmente em algumas horas ao longo de onze capítulos e chico mostra como trompa e veículos de comunicação de direita que o apóiam construíram uma rede de propagação de informações distorcidas que se espalham nas bolhas das redes sociais reforçando preconceitos e intolerância
ea polarização da sociedade americana a escritora vai além da simples radiografia e recupera as origens desse movimento que ela chama de violação e esse parcelamento da verdade assim michiko traça paralelos entre aspas os atuais de trump sua turma com regimes totalitários do século passado a morte da verdade diálogo tanto com pensadores chave da nossa história recente como hanna área de umberto eco como com escritores que imaginar um futuro sombrio se como phillip k dick thomas pynchon e claro de órgãos apesar do livro analisar apenas fatos era também é impossível para o leitor brasileiro lerá morte
da verdade sem refletir sobre os acontecimentos políticos do nosso país sobre a enxurrada de informações falsas que marcou a campanha presidencial de 2008 a morte da verdade de mexico capitani foi lançado no brasil pela editora intrínseca uma boa leitura todos com produção de lã moallem colaboração de ricardo monteiro josé está em e músicas do caio prado a gente termina aqui mais um politiquês eu sou honrado corsaletti espero você na próxima valeu [Música] a história dele é bom [Música]
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