Roda Viva | Sidarta Ribeiro | 06/01/2020

[Música] olá boa noite com transmissão pela tv cultura emissoras afiliadas e conectado no youtube facebook twitter o roda viva começa agora um dos cientistas mais renomados do país o dado do roda viva de hoje reuniu décadas de estudos para pedir que as pessoas prestem atenção às mensagens do inconsciente o chamado está no livro o oráculo da noite que explora de maneira inédita a importância dos sonhos para a evolução da humanidade a obra passeia por diversas áreas de investigação da mente das tradições tribais a medicina ea psicanálise seu autor um militante pela ciência no brasil prega

a resistência a insônia do mundo ea valorização do sonho como uma janela para buscar experiências do passado para buscar nas experiências do passado as soluções para o futuro para falar sobre esses e outros assuntos o convidado do roda viva de hoje é o professor titular de neurociência e vice diretor do instituto do cérebro da universidade federal do rio grande do norte sidarta ribeiro formado em ciências biológicas pela universidade de brasília tem mestrado em odontologia pela universidade federal do rio de janeiro em seguida completou doutorado em neurociências pela rockefeller university em nova york e pós doutorado

na university na carolina do norte no brasil foi um dos fundadores do instituto do cérebro da universidade federal do rio grande do norte além de pesquisador e escritor é um incansável defensor de maiores investimentos em ciência e tecnologia além de batalhar contra a fuga de cérebros para outros países para conversar com sidarta nós convidamos bernardo esteves ele é repórter da revista piauí reinaldo josé lopes ele é repórter de ciência do jornal folha de são paulo daniel fernandes editor do núcleo metrópole do jornal o estado de são paulo danilo thomas colaborador do jornal valor econômico e

do site português fumaça alexandre vezes ignace diretor de redação da revista superinteressante e nós contamos ainda com o olhar atende cima do nosso cartunista paulo caruso boa noite professor boa noite daniela muitíssimo obrigado pela presença no roda hoje eu achei o livro absolutamente intrigante e vim pra cá pensando como é que estão os seus sonhos hoje num momento de tanta popularidade no país em que o debate está tão entre intrincado que mensagens eu 30 encontrado aí no seu subconsciente os sonhos mudaram de algum tempo para cá do ponto de vista da ciência brasileira um verdadeiro

pesadelo ponto de vista dos indígenas da amazônia e eu acredito que de fato a gente está vivendo um grande retrocesso mas ao mesmo tempo nós estamos tendo um debate é muito mais aprofundado sobre o projeto de país nós queremos ter qual é a vocação do brasil vocação do brasil é vender soja vocação do brasil é vender minério ou é produzir conhecimento investir no capital humano essa discussão está completamente viva e nesse sentido é tem otimismo espero que nós sejamos capazes de fazer um grande país o brasil é muito grande não tem porque não ser um

grande país aumentam abrir a roda mas já com daniel professor é o senhor falou a respeito da polarização igor que a vocação que a gente tem um país que a gente quer ser e eu faria uma pergunta é bem nessa linha é e propositiva também tentando entender é independentemente do ácido do espectro do governo em questão mas de que forma a gente pode construir uma excelência maior ou criar uma excelência na questão da ciência na questão da educação e parece que o senhor sempre fala que há um potencial muito grande não é desenvolvido em que

a gente está patinando e que isso pode de alguma forma é ser construído a partir de agora como construir isso talvez 40 minutos seja necessário para ela a mãe dela estão blocos só tem 20 minutos se a gente olhar para o mundo 30 anos atrás o brasil não tinha um pib semelhante à da china da coreia do sul não tem nenhuma razão para o brasil não ser um país desenvolvido a não ser o fato de que as forças produtivas continuou organizadas de maneira escravista o investimento é muito comum encontrar uma pessoa muito rica no brasil

que investe em museus nos estados unidos na europa e não investe no brasil não existe um problema no país que diz respeito à distribuição que diz respeito à maneira como o trabalho é realizado e apropriados como que a gente vai resolver esse problema muitas pessoas que são ricas acham que se pagarem impostos o estado vai dissipar sua riqueza então que elas façam elas mesmas o que precisa ser feito que é basicamente investir em educação ciência e tecnologia por um período sustentado o investimento em ciência no brasil aumentou muito na primeira década deste século e nós

caminhávamos para o investimento é do tamanho de um país desenvolvido e agora nós fizemos o caminho reverso estamos de volta um orçamento de 20 anos atrás se nós fizermos isso a gente vai entrando de marcha ré no século 21 e é o lugar que vai sobrar pra gente é acoplado no fim da fila é vendendo commodities que eventualmente serão muito baratas haverá competidores o futuro muito ruim por outro lado acho que a nota de otimismo é que nós temos um povo extremamente trabalhador é criativo se nós investirmos do povo isso vai dar certo isso aconteceu

em outros lugares não tem nenhuma razão para não acontecer aqui bernard sidarta você fala dos cortes nos recursos na ciência fez doutorado e pós doutorado em universidades de ponta nos estados unidos tem cacife pra fazer carreira em qualquer grande universidade do mundo mas você escolheu se instalar em natal é uma cidade distante dos grandes centros científicos brasileiros quatorze anos depois nível de recursos para a ciência é recursos federais paciência vem baixando de ano a ano desde o segundo mandato da dilma você se arrepende da sua escolha de uma do bumbum né eu preciso ir embora

do brasil se ele deixar de ser viável mas isso não aconteceu ainda então enquanto não acontecer a gente vai é tentar construir lá né é é as pessoas me perguntam como é que eu me sinto me sinto como violinista no convés do titanic ele disse que estava esperançoso de daniela professor é uma proposta que o que o senhor tem é da federalização o ensino no ensino básico e médio como acontece com o ensino universitário federal por que o senhor acha que a federalização é uma solução para a educação no brasil essa proposta não é minha

né a pessoa que eu vi falando sobre isso é o encenador cristovam buarque mas eu acho que ela faz sentido porque é e me choca é que os professores universitários que são que estão no sistema federal é estejam conseguindo trabalhar mais o pessoal que dá aula um para as crianças às professoras do magistério tem um salário de fome isso é chocante na minha opinião nós devemos unificar a carreira de professor pelo teto pelo teto tratar todos os professores como sendo parte de uma única carreira e se o professor do magistério tiver mestrado doutorado que tenha

recompensas por isso é fundamental a gente entender que o país só tem solução através da educação se não houver investimento em educação ciência e tecnologia não há solução e as pessoas que pensam o contrário deveriam é estudar um pouco o que aconteceu com os nossos vizinhos o que acontece com os países desenvolvidos é a coréia por exemplo um país que foi muito desenvolvido em termos de cultura é mesmo dia d da sua ciência é por muitos séculos depois passou por um processo de invasão estrangeira e perdeu sua riqueza e chegou a 75 por cento de

analfabetos no século 20 e depois conseguiu se recuperar a coreia do sul a gente precisa fazer alguma coisa parecida a gente precisa de um grande movimento unificado coerente em direção ao futuro eu acho que a federalização pode ser pode dar conta disso mas evidentemente a palavra em si não quer dizer nada o que importa qual é o projeto como isso é realizado se der vou continuando esse tom apocalíptico e acho que é bem legal porque a gente vive um contexto não só de corte de verbas por razões orçamentárias que é que é real e talvez

necessário mas num contexto de guerra cultural a ciência no país realmente e ao a universidade final aos conceitos de racionalidade que a ciência antraz é um é realmente um curso de guerra a minha pergunta é os cientistas poderiam ter feito mais no brasil se proteger ou praia minimizar o evitar é essa guerra quase declarado praticamente do declarado é gente tem uma impressão é de que seja iniciativas para divulgar o que eles fazem população durante muito tempo a maioria deles também foi muito tímido e também ficarão um pouco encastelados no sistema que que produziria é conhecimento

às vezes muito incremental de maneira um pouco acomodado e sem a muitos casos enfrentar os desafios que eram um importante episódio do país então dá pra ter federal ter se protegido melhor dessa guerra dava pra ter criado fortalezas antes de tomar o bombardeio que estão tomando hoje eu entendo de onde a sua pergunta vem eu acho que é fundamental a aproximação dos cientistas com a sociedade seja pra falar de ciência ou seja para falar da importância de financiar ciência são coisas um pouco diferentes é tenho feito exercícios de de engajar de me engajar em conversas

com pessoas que pensam diferente por exemplo eu pego um táxi eu pego b é tipicamente encontra pessoas que estão apoiando o atual governo e que tem uma opinião a princípio favorável ea gente começa a conversar sobre o que está acontecendo teve um momento que recentemente na bienal do livro peguei um engarrafamento de uma hora de conversa eo motorista é muito entusiasta e aí ele perguntou o que você acha que eu comecei a dizer que achava ele falou é que não tinha pensado pelo lado de vocês cientistas e eu falei olha esse no lado dos cientistas

é o do lado de todo mundo porque o seu carro tem ciência e tecnologia o seu celular têm ciência e tecnologia flex o agronegócio é porque a gente tem muita terra foi mais o agronegócio porque teve ajuda do b rhayner e seropédica fez pesquisa que descobriu como é que fixa nitrogênio usando bactérias então não tem como a gente escapar o século 21 no século da tecnológica e é uma se existe uma aceleração então existe uma urgência é quando o bolsonaro foi candidato e disse que investir 3 por cento do pib em ciência todos os cientistas

riram porque nossa bandeira histórica foi 2% mas ao mesmo tempo nós temos um ótimo vamos ótimo que maravilha que ministros marcos pontes poças e o guia dessa transformação positiva não é o que acontecendo os recursos estão sendo já é em queda brutal né e com o governo teme foi muito ruim e no governo revolucionário pior ainda ea está acontecendo na humilhação da ciência brasileira que está literalmente se mobilizando fazendo passeatas deixando a bancada e fazendo manifestações para garantir a bolsa do mês que vem então isso não é um discurso nacionalista e não é um discurso

de pátria grande esse é um discurso de desmonte eu realmente quero saber qual é o nacionalismo que está envolvido em desmontar a ciência e tecnologia de um país isso precisa mudar é preciso que a gente defende a finep finep do ministério da ciência e tecnologia precisa defender o cnpq é preciso defender a cap o brasil vinha dando certo se nós olharmos a o número de artigos publicados o impacto desses artigos se nós olharmos número de cientistas por milhão de habitantes tudo estava crescendo e agora estamos andando para trás é preciso urgentemente que as pessoas se

conscientizem que não haverá futuro se nós investirmos continuarmos nesse caminho o professor a gente existe uma tendência é pela legalização do uso recreativo da maconha ainda nos estados unidos canadá aparentemente essa seria uma parece mais uma questão de menos uma questão de ser e mais uma questão de quando eventualmente no mundo inteiro esteja tão legalizado e regulamentado quanto álcool por exemplo mas você não vai um pouco mais longe diz que todas as drogas incluindo as mais pesadas elas deveriam ser legalizadas regulamentadas você acha que seria de fato possível essa posição que eu defendo é atualmente

a posição da sociedade brasileira para o progresso da ciência sbpc da qual sou diretor um dos diretores ela foi tirada em assembléia no ano passado na região de maceió por unanimidade raríssimo passar um manifesto por unanimidade e por que foi o berço da humanidade porque nós compreendemos que as drogas todas são potencialmente perigosas e todas são também potencialmente remédio depende da dose que falou isso para os céus há muitos séculos atrás é o que é realmente tóxico é a proibição agatha fec foi morta não sabemos exatamente de onde veio essa bala uma boa impressão de

que veio do estado mas independente de onde veio a bala é uma bala de uma guerra que não deveria existir essa guerra mata as pessoas que não usam drogas então a gente precisa acabar com a guerra que regulamenta todas as substâncias o crack por exemplo uma invenção da guerra às drogas antes do crack havia cocaína que é menos perigosa que o crack e por causa do cerceamento se inventou para que então a gente precisa repensar essa questão o que é não existe a droga do demônio ea droga de deus nós tratamos o álcool uma droga

de deus é celebrado os jogadores de futebol são vistos são as propagandas envolve jogadores de futebol muito bem sucedidos com mulheres maravilhosas é em lugares lindos bebendo e as crianças vêem isso e não tem nenhuma propaganda negativa no rótulo dizendo que tem que beber água quando bebe álcool então a gente glorifica o álcool e ao mesmo tempo trata a maconha como se fosse mágica do diabo quando na verdade não é um remédio incrível e os países que inventaram a proibição já dizia inventaram nós estamos de modelo e precisamos nos atualizar a gente vai conseguir aqui

mas vou fazer só um esclarecimento para quem está em casa assistindo a gata a menina citada aqui pelo professor era uma criança é oito anos se não me engano oito anos ela foi assassinada tomou um tiro de fuzil pelas costas quando estava dentro de uma van com a família e isso aconteceu na cidade do rio de janeiro na periferia é professor o senhor eu li várias entrevistas que que o senhor vem dando não necessariamente por causa do livro mas já no ano passado falando um pouco sobre essa preocupação com uma revolução na educação ce diz

que o brasil precisa de nove revoluções salvo engano é a primeira delas precisaria ser na educação pelo conteúdo da fala que o senhor já fez aqui percebo que para o senhor a gente está vendo uma involução me parece claro não só pelo garrote orçamentário mas por toda a polêmica que está tendo na relação entre o governo e as universidades a minha pergunta é qual é o risco concreto que a gente tem de 1 a fuga de cérebros do país ela já está em andamento ou inda pode acontecer como é que o senhor vê esse quadro

e qual o resultado disso para o brasil no médio prazo digamos assim porque é o grande problema de mexer em área tão sensível quanto à educação é que às vezes você faz uma mudança aqui que vai levar anos para você trazer de volta ou mudar a direção se eu consegue me dizer como é que tá vendo essas duas questões tabela desde que dom joão 6º chegou aqui a gente experimentou dois duas situações diferentes uma situação em que havia uma estagnação da construção do estado e uma situação em que havia uma construção do estado a gente

pode dizer que a construção do estado durante a ditadura militar é teve problemas mas foi também a construção pujante a finep é dessa época embrapa dessa época o que a gente está vendo agora é uma desconstrução do estado e isso é novo e isso é ruim um país do tamanho do brasil não tem opção a não ser dar certo imagina o tamanho um país tão grande completamente miserável mas no futuro distópico em que as pessoas vão estar em função do lixo pra comer e os robôs administrando toda a sociedade porque existe uma elite dominante que

que pôs que controla a inteligência artificial esse cenário mad max ele está num futuro próximo possível por outro lado e 30 anos a china saiu de onde estava e está agora a coreia do sul também fez esse trabalho então é o que eu entenda que a gente precisa acordar a gente está como que hipnotizado como que hackeado todo mundo confuso e com a sensação de que não há futuro possível nunca houve tanto futuro possível enquanto agora porque nunca houve tanta ciência tecnologia no país a gente comparar com a índia é um país de baixa pequena

população para a área que tem porque a gente não dá certo precisamos mudar essa luta política fratricida no entanto não é do interesse do brasil nós possamos baixar a bola dessa briga e falar como é que a gente faça esse país dá certo e todo mundo concorda pelo menos em tese que investir em ciência e tecnologia e educação nós vamos conseguir fazer isso se não fizermos teremos uma inércia muito grande eo país pode deixar de ser uma grande promessa e passar a ser realmente um grande inferno ele está virando um grande inferno pra quem mora

na favela da maré pra família da gata félix a vida um inferno e isso não faz sentido sim mas a questão é a 1 há uma parcela significativa da sociedade que vê a universidade ou a os intelectuais digamos assim como uma elite que deixou de entender o brasil esse brasil classe média é um discurso muito corrente talvez com o pessoal que tem conversado entre uma viagem e outra como eu estava contando aí possa é ter essa percepção eu vou retomar então ali o que o reinaldo disse um pouco como é que faz para trazer a

universidade para perto de novo das pessoas eu me tornei professor universitário em 2008 o que eu vi acontecer de 2008 pra cá é a entrada do povo na universidade 75% dos alunos da universidade pública federal são pobres a grande mobilidade social através da educação então o fato de muita gente acreditar em uma coisa insana não torna essa coisa razoável as pessoas acham que vamos desenvolver o país em universidade estão loucas as universidades privadas com poucas exceções fazem muito pouca pesquisa muito pouca inovação a nossa polícia federal tem que ser protegido e as pessoas que são

contra a universidade tem que estudar e entender melhor e e saberem que a mobilidade social dos seus filhos e netos está nessa universidade foi assim que aconteceu nos outros países desenvolvidos nos países que se desenvolveram e nós estamos perdendo o bonde da história agora sim muita gente quiser investir numa estratégia suicida o país vai dar errado e aí volto à questão da fuga de cérebros já está acontecendo hoje em dia o brasil está fazendo o que está formando gente em alto nível de mestrado doutorado para mandar para fora do país qual o sentido disso qual

o sentido de ser feito sem fronteiras mandar milhares de pessoas no exterior e depois não têm emprego pra ninguém isso é burrice o problema do brasil hoje é uma opção de esquerda direita mas é ainda mais uma questão de racionalidade e racionalidade engraçado que é é colocar a educação tem uma cena que ficou emblemática durante um protesto agora são tantos que eu não vou nem lembrar qual que 11 grupo arrancou uma faixa é de pela educação à luta pela educação enfim é dizendo que era uma bandeira de esquerda enfim colegas a roda aberta quem vai

falar com danilo professor nos estados unidos uma das principais fontes de financiamento de pesquisa das universidades é o dinheiro privado diz alunos de empresas como é que é aqui no brasil esse não é assim comenta deveria muito pouco investimento privado ainda em ciência no brasil e quando há investimento privado com algumas exceções por exemplo serrapilheira que é uma coisa maravilhosa mas que com exceções é um investimento extremamente focado num certo resultado e o foco no resultado antes de você saber exatamente quais são as potencialidades muitas vezes ele limita a sua descoberta então a pesquisa básica

é fundamental agora então o investimento privado é importante a filantropia privada é importante um investimento que visa lucro também é importante mas a gente tem que ter clareza nos estados unidos o principal investidor em ciência o governo através da rede então as universidades privadas nas maiores universidades harvard eo bota fé no que seja elas todas têm muito dinheiro do governo então a idéia de que o estado vai se desincumbido essa tarefa vai passar essa tarefa o setor privado ela não funciona em nenhum lugar do mundo então porque aqui é jabuticaba vai ser propalado se isso

não acontece o que a gente precisa de investimento público e privado continuado sustentados em vôo de galinha que a gente possa passar gente passar 30 anos fazendo a coisa certa o debate muda as coisas vão ser totalmente diferentes mas para isso a gente precisa ter a clareza qual é o projeto de país o brasil é um país incrível maravilhoso e confuso a gente ainda não tem resultante é uma espécie de movimento browniano várias partículas batendo uma partícula maior ela não vai a lugar nenhum agora pensar como tal sistema de incentivos hoje pelo investimento português tem

uma visão que é claramente instrucionismo criacionista do evangélico adicione ao mesmo tempo acontecendo agora se não fosse uma visão só se destrutivo aí porque a gente tem problema de orçamentária atual vamos cortar um pouco mas vamos tentar manter coisa saudável é como é que na sua opinião a gente ajustar o sistema de incentivos em termos de prioridades de vida vão pra coisa funcionar melhor do que do que estava funcionando quando a gente tinha muito mais dinheiro que a gente tem hoje se nós tivéssemos em 2010 e o ministro da ciência fosse me sérgio rezende é

queridos a gente é eu poderia falar aqui que nós precisávamos melhorar o sistema porque o nosso sistema de avaliação pode ser melhor porque nós devemos focar em mais qualidade não necessariamente a quantidade porque nós devemos internacionalizar mais a nossa ciência enviar mais pessoas para fora passar um tempo fora e também trazer estrangeiros uma coisa que a gente faz o nosso instituto a diretora do nosso instituto quer te esqueces schmidt hoje a alemã eu sou vice diretor isso é muito importante trazer cérebro em vez de exportar cérebros o problema é que fazer esse discurso agora é

que nem você dizer olha a gente possa trocar a pia da casa enquanto a casa pegando fogo sidarta queria voltar o tema dos cortes de recursos para as ciências é 11 uma dimensão importante desses cortes foi a suspensão de bolsas de estudo para estudantes de gás de grande após graduação mestrado doutorado e pesquisadores em início de carreira com a gravação que são uma parte importante significativo do contingente dos grupos de pesquisa agente que está fazendo pesquisa que faz do brasil o 13º maior produtor de ciência do mundo eu queria saber como é que esses cortes

estão afetando diretamente o seu grupo de pesquisa ou de seus colegas do instituto do cérebro fundamental nós temos vários alunos sem bolsa é nós professores estamos pagando os nossos alunos com recursos próprios tirando do bolso a bolsa que eles não têm evidentemente a gente não consegue pagar bolsa integral então as pessoas vão trabalhando com pouquíssimo dinheiro uma situação é muito difícil manter o moral da tropa uma situação como essa e é o que está acontecendo com as pessoas terminam seu doutorado elas são absorvidas muito rapidamente no primeiro mundo e elas vão passar a ir 45

anos ganha uma bolsa que às vezes é melhor do que o meu salário e isso é ótimo para pessoa agora qual é a estratégia para o país a china investiu por anos em enviar cientistas para treinamento nos estados unidos e agora eles trouxeram todo mundo de volta trouxeram os melhores evidentemente então o ultrapassando os estados unidos em várias áreas por exemplo nas ciências biomédicas o brasil pensa grande ou ele vai acabar fracionado vai acabar destruindo se redimir algum projeto de pesquisa ou desistir meninos eu vou fazer aqui um compromisso com você ver nada eu preciso

fazer um intervalo porque a gente estourou o tempo nosso bloco mas volto rapidinho com mais entrevista com o professor sidarta ribeiro ea palavra está garantida com o bernardo pode me cobrar a gente volta logo [Música] roda viva está de volta o nosso entrevistado de hoje é o neurocientista sidarta ribeiro cumprindo minha palavra bernardo pode retomar a cidade estava te perguntando é se você tem que redimensionar a um projeto de pesquisa ou adiar ou mesmo abrir mão de um projeto de pesquisa em função dessa dessa desses cortes de boas completamente enganados o orçamento do meu laboratório

é menor do que o salário de um pós doc nos estados unidos o orçamento no laboratório inteiro é menor do que o salário de um dock nos estados unidos como é que a gente consegue fazer ciência assim é isso que eu ia perguntar como é que faz e qual é o limite até onde essa situação é aceitável essa regra é essa essa realidade de pagar do próprio bolso de deixar de fazer pesquisa até quando isso é possível porque não me parece e há também peças opinião que essa situação mude a curto prazo se não muda

qual é a perspectiva no mundo sem o brasil vai acabar e tem que mudar o trabalho de outra maneira já que é assim então tem que mudar rápido o bastonário entende isso ou ele sai deixa alguém que entende isso fazer e tem algum plano algum projeto pra explicar talvez para o governo levar essa demanda o governo de uma forma mais clara é já que os sinais emitidos até agora pela academia as manifestações mesmo de quem perdeu bolsa de pesquisa não parecem ter surtido muito efeito a sbpc sociedade brasileira para o progresso da ciência a academia

brasileira de ciências abc os seus presidentes sou judeu moreno pessoas davidovitch professora helena nader tem feito e corpo a corpo freqüente e intenso junto aos parlamentares foi criado um grupo de trabalho no âmbito do parlamento com a ajuda de dois mil e seus planos eram de outros parlamentares para sensibilizar os parlamentares o governo vai se sensibilizar porque a ordem paulo guedes é vender tudo para pagar juros para pagar os banqueiros e rentistas desde os anos 80 a economia brasileira está sendo desmontada à parte produtiva para se investir em finanças da dinheiro dinheiro que gera mais

dinheiro e que depois é enviado para fora do país ou a gente acorda ou não não verás país nenhum a gente precisa mudar alexandre a gente tem um ponto ali que não é que costumam levantar da autonomia universitária que a gente tem vídeo que a gente tem visto é que o governo governo nacional tenha aparelhado na a amazônia até aparelhado universidades com pessoas de sua confiança lhe que não são exatamente as mesmas tam que o que os professores gostariam de ter a de como leitores num cenário assim o senhor teria um ultimato pra ficar no

brasil quer dizer quantos anos mais o senhor conseguiria ficar por aqui em dezembro a minha esposa falou 'vamos embora eu falei não vou nem tinha começado governem zé mas já dava pra ver cheiro de queimado era forte e eu falei não vamos ficar a gente está construindo a gente faz parte da construção de um país se as coisas estão mal é porque ainda não deu certo agora qual é o limiar a não ser com o time a cada um tem o seu conheço várias pessoas cuja liminar já foi ultrapassado tem gente indo embora do país

com licença com vencimentos de gente sem licença sem vencimento e tem gente está realmente tem nenhum plano de voltar eu fiquei 11 anos nos estados unidos fez uma parte importante na minha formação lá e desde o primeiro dia eu queria voltar e construímos fazer parte da construção do instituto junto com meus bravos e bravas colegas do instituto cérebro fizemos instituto com todo apoio institucional dos reitores da torre toda a reitora agora a gente está olhando a situação foi um bom o país vai acordar nós somos de fato um país que tem um futuro brilhante um

gigante que vai se levantar a gente vai virar um livro cristão aliás diga se de passagem não é cristão né no enem é pré moisés porque cristo falava e compaixão respeito tratar os outros como a si mesmo e o que está em voga hoje é óbvio e tratar os diferentes como total intolerância a gente tem um fundamentalismo um tanto tribal não é que há tanta sacanagem chamadas de cristiane é horrível não é questão danilo professor tradicionalmente só tem forças armadas fortes se existe tecnologia também né nesse país no caso brasileiro a gente viu a fusão

da em breve com a boeing também vendo também a privatização da petrobras e 11 a tecnologia brasileira ea pesquisa ficando pra trás como é que o senhor tem avaliado o papel dos militares nesse nesse quesito no governo bolsonaro não consigo conceber um militar que não seja nacionalista e patriótico eu disse isso e fui rebelde recebido ao presidente da finep general magno no recente encontro da sociedade no al ain da sbpc e eu disser vamos fazer um encontro de cientistas e militares a gente precisa pensar o país juntos quem criou o cnpq no primeiro presidente do

cnpq no mirante um grande favor a alberto foram os militares que criaram a finep foram digitais que criaram embrapa então onde é que eles estão agora a gente precisa fazer para que as pessoas voltem a defender a construção do país a idéia de que vender tudo privatizar tudo inclusive para empresas estatais de outros países e que isso vai resolver nossa economia que vai ficar tudo bem é uma fantasia é uma fantasia infantil é uma fantasia desonesta eu conheço vários militares que estão não satisfeitos com essa situação o que a gente precisa fazer é voltar a

um uma discussão sobre o projeto onde nós estamos indo lá no tenentismo anos 20 começou um movimento que levou a grandes transformações eu tenho dito a alguns amigos mais à esquerda que de certa maneira o que está colocado a gente resolver o problema da intentona comunista em 35 houve uma tentativa de sublevação de esquerda que causou uma briga é que dura desde então desde então as forças armadas não conversa com as forças de esquerda e precisa acabar o país precisa de todo mundo junto e as pessoas que acham que não precisa de ciência do caso

não preciso de ajuda o professor é queria chamar atenção para outra categoria que está encurralada que posteriormente acionou além dos cientistas que já venceu no começo do programa que são os indígenas a ser gasta no livro é uma oportunidade talvez 30 tendo o livro pra falar é do conhecimento tradicional indígena as histórias indígenas nativas indígenas é comum como inspiração para uma situação atual em que muita gente voltou com o projeto assimilacionista que quer simplesmente acabar com as etnias indígenas como entidades culturais históricas e paradas e fazer todo mundo pronto todo brasileiro e acabou esse negócio

de tribo o que que o conhecimento indígena ensina paciência para a neurociência atual moderno senado é essa questão ela pode ser feita de duas maneiras diferentes a gente pode fazer essa essa discussão do ponto de vista da moral a gente pode fazer essa discussão do ponto de vista do coração do cristianismo e dizer olha são povos originários que foram expulsos de suas terras que muitos deles não moravam na amazônia foram expulsos para a amazônia muitos deles não morava no xingu xingu já foi um convencimento dos brancos e muda-se para esse lugar lá vocês serão protegidos

então a gente pode entender que é indecente imoral indigno esse tratamento com os povos originais e nós também podemos fazer uma discussão econômica sem o coração e pensando em dinheiro porque é o grande deus hoje em dia o meu dinheiro eu nesse mesmo táxi de horas que eu tive lá no de uma hora que eu tive no dia da bienal no rio de janeiro é e o motorista defendia que a amazônia foi desmatada para se fazer fazenda pra gado de corte e e eu pra gente foi conversando acho que o importante é conversar de maneira

desarmada 100 sem estresse sem briga e quando foi chegando lá perto do jardim botânico ele falou ah então quer dizer que o dinheiro forte que tem lá não é óbvio é é planta é fungo é animal eu falei é fla então tem que tirar os índios e pegar a fernão não quem sabe qual é a folha boa ea folha ruim é ruim é extra nós olharmos ao a evolução da espécie no nesse planeta a maior parte do tempo nós somos caçadores coletores chegasse um marciano agora faz qual foi a forma de vida sustentável que esses

macacos aí conseguiram foi essa então eles são pessoas profundamente orientadas pelos sonhos é o que é uma coisa que eu proponho no livro é que a nossa essa dissonância entre ter todos os meios para transformar o planeta e ao mesmo tempo sentir que não há futuro possível talvez venha do nosso abandono do sonho que é um espaço mental privilegiado para simular as conseqüências dos nossos atos professor entrando nesse ponto há no livro você defende que a humanidade deveria voltar a entender melhor voltar a entender melhor a importância dos sonhos no nível pessoal isso é bastante

simples entender a minha casa eu vou dormir mais eu vou te vou olhar melhor para os meus sonhos talvez vou conversar com o terapeuta mas o que significa em termos sociais isso chega a dizer no livro putz seria interessante que a principalmente na adolescência as aulas começassem um pouco mais tarde é esse tipo de coisa que esse novo tipo de mudança que você vê que foi o que seria interessante às escolas as empresas pessoal olhar e ver que é importante que as pessoas durmam bem e só em b é o capitalismo que se desenvolveu paripassu

consciência e lino e nem na ciência no capitalismo sonho teve qualquer lugar então o som era um fato social central até o fim da idade média depois deixou de ser e ficou em lugar nenhum é isso faz com que o sono por exemplo seja muito mal visto no local de trabalho e muito mal visto nas escolas no japão as pessoas trabalham até morrer tentando uma palavra pra isso é o que acontece hoje a gente sabe que o sono é fundamental para desintoxicar o cérebro das toxinas que ele mesmo produz as pessoas que dormem mal que

dorme de maneira fragmentada acumulam proteína beta amilóide que depois de muito tempo vai gerar o mal de alzheimer antes disso vai gerar depressão é gerar diabetes vai gerar obesidade vai gerar ansiedade então é a falta de sono é de causa doença o problema é que a noite está completamente invadida pelas mídias pelo tempo tudo que é elétrico e eletrônico então a pessoa espera o sono chegar assistindo uma série de telas que estimulam o cérebro para que libere mais na hora dela lina e o cérebro não tem vontade de dormir e a melatonina não é produzida

porque existe uma luz de comprimento chegando então tudo cria uma situação para que a pessoa durma muito pouco isso vai gerando uma grande um grande mal-estar mal-estar civilizacional engraçado né porque a gente essa partida vamos a partir das telas de certa forma acaba sendo uma escolha do indivíduo e tudo bem o indivíduo se educa né mas é engraçado uma parte né que existe uma glorificação de ficar sem dormir né até quando você vê ali poxa acho que nunca dorme ali natal por não durmo três horas por noite 4 legal esse trabalho teve natal e ipad

é isso aí você vê nas empresas natal tudo isso as empresas também né as pessoas curtem falar a dormir às 5 horas hoje vamos lá fui dormir duas da manhã estava andando de bicicleta às 4 o seu ponto então é esse quer dizer a gente a gente as instituições tudo isso deveria olhar e tratar a falta de sono da mesma forma que a gente tratar o tabagismo por exemplo perfeito quando a pessoa está assistindo um programa que está gostando muito na tela está produzindo é o caso certamente o caso havia agora é hora da gente

entrar no ar às dez da noite a gente não tá também não prejudicar ninguém só se não que não houvesse o roda viva depois ela deve dormir não deve ficar acordado até às quatro da manhã a gente tem que entender que tudo aquilo que que é interessante que nos estimula está produzindo mudanças no cérebro como por exemplo a liberação de dopamina são os mesmos mecanismos envolvidos por exemplo o tabagismo o uso da cocaína é então a gente tem que ter moderação quando você me perguntar sobre drogas o que a gente tem que legalizar todas as

drogas mas legalizar e regulamentar e isso vale para as telas vou passar a palavra daniel que tentou entrar e é não eu ia perguntar em cima dessa dessa colocação do alexandre inclusive que é o senhor acha que esse culto quase 1 ao álbum a eu não dormir é bom e não dormir é por isso que eu sou produtivo por isso que eu tenho sucesso se a gente pode colocar assim é tá ligado a essa esse número cada vez maior ou essa percepção cada vez maior da síndrome de down das crises a crise de ansiedade a

crise do pânico até uma uma depressão talvez um pouco nesse mundial de saúde fala disso na adc desse tom acima que a gente está vivendo com recorrência cada vez maior desses casos quer dizer esse é a outra pergunta a introspecção que o senhor fala é um caminho para a gente tentar de alguma forma combater isso acho perfeito daniel é nos últimos sete milhões de anos vivemos em escassez em portanto que a pressão de seleção era eu faço tudo para criar mudança para os meus e pra quem tá fora guerra e com abundância crescendo a partir

da agricultura invenção da agricultura o que nós consideramos o lucro interno foi crescendo é um clã depois virou uma cidade da praia um país num périplo é mas esse instinto de de muito amor por dentro muito ódio de fora se preservou até hoje está preservado até hoje só que nos últimos 70 anos nós chegamos à abundância já tem comida pra todo mundo no planeta então o programa distributivo problema é que as pessoas que têm 5 bilhões de dólares realmente sofrem porque não tem seis isso é uma doença isso precisa mudar rápido senão a gente não

vai ter um futuro bacana agora é um outro fenômeno é um fenômeno de medicalização da sociedade então a idéia de que todo mundo vai tomar algum tipo de pílula ou várias pílulas e inclusive sem nenhum tipo de estudo científico que digo que acontece quando você mistura todas elas aquela pessoa é isso está gerando um grande mal-estar um argumento do livro é que nós precisamos nos acalmar nós vamos olhar para aquilo que deu certo no passado nós vamos focar naquilo que traz bem-estar sono exercício físico alimentação saudável ninguém precisa ter mais daquilo que precisa para consumir

e ninguém deve ter menos e isso não precisa ser necessariamente uma proposta comunista ele faz uma proposta pós capitalista tem desculpa o danilo pergunta mais cedo sobre os militares o papel dos militares do governo queria evocar um episódio é justamente na reunião da sbpc que você mencionou que estava fazendo uma apresentação bastante crítica com um balanço bastante crítico sobre política científica do governo bolsonaro e essa reunião foi toda filmada por quatro militares fardados que você contasse para o público como foi essa esse episódio e como você reagiu ele se sente intimidado pela presença deles registrando

a sua fala bernardo é o que eu fui apresentar lá foi o produto de trabalho de vários meses de um grupo de trabalho da sbpc sobre financiamento e política de financiamento da ciência no brasil um grupo que eu coordenei que tinha uma série de pessoas muito importantes snipes resende deu professora helena nader jorge guimarães muitas outras pessoas eu estava velho muitas pessoas importantes fernando galembeck todo mundo focado em pensar o que foi esse financiamento porque chegou a esse ponto e como é que a gente pode melhorar então eu fui apresentar um uma uma série de

considerações que não eram minha opinião mas sim produzir um estudo me preparei pra começar a falar eles entraram e começaram a filmar eu senti um pouco de estranhamento mas não muito porque a essa reunião teve bastante apoio do comando militar do oeste havia militares fardados na reunião e eu tive um diálogo interno que percebam será que eu isso significa que eu devo amainar a minha crítica não mas sim o que eu devo fazer algum tipo de ironia não eu vou falar exatamente aquilo que eu me preparei para falar o que falei é e eu falei

depois para a imprensa que realmente isso não me preocupa nem me incomoda o que me incomoda não é eles terem vindo filmar a minha palestra que me incomoda é o orçamento do cnpq está sucateado que me incomoda é o fndct está com um contingenciamento de 86% que me incomoda não haver projeto para o país eu quero mais é conversar com os militares eu quero mais é discutir como é que a gente faz esse país ser grande o senhor sempre disse quando falar quando falou sobre esse episódio que não chegou não conseguiu chegar a uma conclusão

sobre o que é que eles militares que em filmaram sua exposição tinham ido fazer ali o senhor continua assim eu não procurei saber não isso não procurei saber outros outras pessoas procuraram saber a resposta que eles estavam lá como indivíduos talvez seja verdade não é muito plausível porque havia um certo equipamento é a maneira posicionamento há uma movimentação e nesse caso ele estava ali para me chamar eu deveria ter me pedido me dado um papelzinho para assinar com a cessão de direitos de imagem mas na verdade é que esse não é o ponto é um

pouco o que aconteceu com com a demissão do professor galvão do inpe a gente ficou discutindo a demissão do galvão e não discutiu o desmatamento da amazônia então a gente acaba se perdendo uma cortina de fumaça o que é importante é que é relevante é que o país é um país pujante o país com potencial está sendo desmontado se filmar um demitir um outro isso é muito ruim ou não no meu caso não sei se é ruim talvez não seja nada me interessa o que me interessa discutir o país professor o presente essa questão do

desmonte da ciência do fim das bolsas e tudo mas a gente também tem uma questão nova até uma professora postou isso num nas redes sociais esses dias que você tem alunos dizendo o estudante dizendo que terra redonda é uma questão de opinião do professor que a terra pode ser plana ou seja como lidar com essa questão com a mentira a notícia falsa e o fanatismo dentro da sala de aula porque isso está errado está acontecendo isso é um problema é nada de realidade daniel acho que a gente está vivendo a torre de babel de novo

né então mito bíblico os povos se encontram começa a construir uma torre para tentar chegar ao céu mas era tudo o bruno era tudo arrogância e quando chega no meio da construção eles não se entendem gerando um relativismo é eu sou a favor de algum relativismo porque sem relativismo não têm tolerância mas evidentemente nós só sair da caverna chegamos aqui porque concordamos em relação a muitas coisas importantes o leão entrou aqui pra decorar todo mundo aí falou o leão ele fala não o leão coelho bom então fica na realidade existe a realidade é concreta e

a terra não é plana então eu acho que a gente tem que ter paciência mas a gente tem que ter uma firmeza e nesse sentido o país para se defender porque se o país é outro dia uma entrevista da família da maria falando que as igrejas da igrejas evangélicas vacilaram porque deixaram os cientistas cuidar da ciência é ridículo absurdo né aliás eu vou dizer o contrário os cientistas vacilaram porque deixaram as igrejas evangélicas chegaram onde chegaram absurdo todo mundo tem direito à sua religião sou a favor das religiões tenho a minha mas por favor é

igual a mim que eu inventei agora problema grande problema não é justamente esse que as forças políticas que mais cresceram nos últimos anos são os que não reconhecem e se essa base na realidade que ninguém discute porque são os fatos eu acho que tudo pode ser objeto de manipulação política esse não é o problema central que já tinha assegurado agora é muito louco né porque tinha esse discurso antigamente eram os pós modernos é o pessoal bens que futuro é e beleza e é muito engraçado é mas enfim a gente tem um ministro que sabe que

até redondo o ministro da ciência e tecnologia ele viu é inclusive foi uma ele chegou a testemunhar é publicamente nem ele diz que tem um chega até sente um desconforto físico né quando vê que algumas pessoas inclusive pessoas que atuam no governo tem dúvidas aí sobre sobre o formato da terra por isso eu vou retomar que uma coisa que a gente falou no bloco anterior não falta aproximar reaproxima em algo é questão dada em que momento teve essa ruptura da academia com o que uma parte da sociedade se sentiu à vontade para buscar esse tipo

de desinformação é que esse desacoplamento ele não começa na ciência começa na educação se você tem uma educação de sólida de qualidade ninguém vai chegar à idade adulta achando que a terra é plana que a educação no lixo os professores ganham um salário de fome são humilhados obrigados a trabalhar vários empregos e tem criança em casa então como é que está a construir um país decente se a gente não faz o básico é básica trivial todo mundo hoje a gente tira cem anos há mais de cem anos atrás e se tiver uma revolução educacional que

foi na época do lançamento ea gente está aqui não é nova não é os cientistas têm que fazer divulgação científica claro e eu sei disso e eu acho importante faço porque entendo que é importante e acho que podem fazer mais recursos mas mas o problema não é não é ali que começa não o problema começa no ensino fundamental muito ruim no ensino médio muito ruim e que está sendo sucateado o que é ensino fundamental à distância gente senão uma grande responsabilidade porque porque a criança vai receber educação de quem dos seus pais que também não

sabem nada como é que vai funcionar isso esse negócio de roupa escura de diz deter fazer educação em casa funciona quando os pais são extremamente curtos eu conheço exemplos nos estados unidos de amigos que fizeram e wall-e e à emi maravilhosos que eu adoro e eu falava nossa que coisa perigosa e eles fizeram e os dois filhos deles impressionantes só que eles fizeram disso uma ocupação integral e são pessoas extremamente bem educadas e bem informadas todos os dois com doutorado nós temos um minuto alguém quer fazer deixar uma provocação para que ele responda na entrada

do próximo bloco eu gostaria que ele falou da religião pessoal é que o bc não tem um pouco de medo de de preconceito dos cientistas em relação à sua abertura para o lado espiritual místico opel falei que era uma provocação pra gente tratar na volta no terceiro bloco do roda viva a gente vai fazer de novo uma pausa muito rapidinho e retomo aqui a conversa com o cientista o professor sidarta ribeiro é um segundinho só fica com a gente [Música] estamos de volta roda viva com o neurocientista professor sidarta ribeiro o reinaldo deixou uma provocação

mobilizar pra você retomar e aí o professor responde então legal é a minha pergunta é a seguinte se você não tem medo de se ficar um pouco marcado como o cientista místico e levar o preconceito dos cientistas pela sua abertura para a espiritualidade inclusive com a espiritualidade e uso de substâncias em teóricas nessa coisa de de estimular o lado espiritual do cérebro e abertura para religiões isso num se coloca num canto um pouco é isolado em relação aos docentes talvez me coloque mas não estou preocupado com isso não é acho que a vida é mais

importante noventa e mais de 95% das pessoas no planeta acredito em deuses algum tipo de deus então a gente tem que encarar isso com bastante cuidado negar a religião dizer que a religião não interessa me parece um erro a ciência filha da filosofia da religião muitos cientistas importantes eram religiosos meu problema não é com a religião de modo algum é o contrário no primeiro o fundamentalismo é ea minha religião pessoal parte da do entendimento de que existem dois tipos de deuses completamente diferentes os deuses de dentro do df que moram no cérebro da gente e

o deus de fora que a gente pode chamar de um universo na minha concepção faz todo sentido cultivar cultuar deuses que moram no cérebro da gente que podem nos ajudar com todo tipo de bênção que diz respeito ao próprio corpo mas coragem mais determinação é mais garra pra aguentar as vicissitudes da vida o universo por outro lado não me parece que não faz sentido pra mim que a gente peça nada para universo a gente está no universo faz sentido contemplá-lo isso acho bacana agora é a eu queria um emprego de nós mesmos não isso me

parece um pensamento infantil com todo respeito a quem pensa assim até porque como lembrou amigos muito queridos existe o grande mistério né a gente acabou de sair da caverna a gente pode não saber nada e posta falando um monte de besteira mas com o que sabemos até agora essa me parece uma descrição parcimonioso irracional da situação e porque a paixão dos neurocientistas onde muitos pelo que eu tenho visto pelo budismo de emergência dizendo que o budismo seria uma coisa com base empírica neurobiológica dizem estar ligado a uma série de práticas de harmonização do corpo e

da mente e de expansão da mente a mente é ela não é uma coisa data você tenha somente novamente uma coisa de expansão através do estudo através das artes através da cultura e através de práticas de meditação e enfim de práticas várias do yoga etc vou falar aqui da nossa capoeira então é os muitos cientistas que são ateus o que não tem uma simpatia por nenhuma das religiões existentes enxergam no budismo uma maneira de alcançar espiritualidade sem acreditar nessas entidades é que para ele são imaginárias você já teve alguma experiência transformadora então com o uso

de alucinógenos com o uso de algum alucinógeno eu já relatei isso na imprensa inclusive presente é era né e sim nós procurarmos a a literatura científica dos últimos dez anos que nós vamos verificar é que as substâncias que atuam no receptor de serotonina como dmt lsd psilocibina cogumelos é mdm a substâncias extremamente terapêuticas para a depressão para trauma é está publicado nas revistas mais importantes da medicina como o lance como jama é e acabaram por exemplo um jogo só porque fez agora um centro de pesquisa 17 milhões de dólares só para psicodélicos então os psicodélicos

assim como a maconha são o futuro da medicina estão para medicina do século 21 como os antibióticos na medicina do século 20 é e quem achar que não faz ficar chupando o dedo porque é isso vai chegar já chegou já no primeiro mundo já tem na farmácia as pessoas procurarem na farmácia vão encontrar um remédio à base de desconstituição da maconha é que ela fora o sativex aqui um negativo foi de us 2.800 reais e é por isso que tenho defendido o auto cultivo não não só pra que a gente possa registrar falar é um

debate muito forte no país nesse momento inclusive é uma certa tensão dentro do próprio governo entre a anvisa e o o o ministro que que osmar terra da cidadania que exerce digamos assim poder de influência ou decisão a respeito desse tema que é sobre a cannabis medicinal da maconha medicinal o senhor acha que a discussão ela tá ela precisa de um rearranjo de embocadura talvez porque há uma certa confusão entre a voz isso e isso é legalizar a maconha não gostaria que você falasse um pouco sobre o assunto e como é que acha que ele

deve ser encaminhado para a sociedade que também tem muita dúvida a respeito disso é e até a questão da mandar uma conhecida e técnica o que se fala da substância que eu acho que entra nessa discussão do do ministro é no brasil hoje ainda que ele tem inclusive mais facilidade com esse sr ele defende a não é que eu sou contra mas tem a questão da maconha sintética e que na minha opinião não faz o menor sentido é a maconha está para as plantas como os cachorros estão para os animais invenção humana feita para satisfazer

necessidades humanas existem mais de mil raças de cachorro um é para cuidar do centro da sua criança tenta proteger sua casa ontem para levar o esqui para o cara que caiu na avalanche que você não usa o são bernardo para fazer outra coisa eu uso o cachorro certo para a tarefa certa maconha mesma coisa foi cultivado ao longo de milênios em torno do himalaia tem maconha para dormir tem uma coisa pra acordar para trabalhar pra fazer amor pra ter filho tudo isso é foi desenvolvido por nossos ancestrais e só funciona porque dentro do cérebro da

gente você que está assistindo em casa tem muita maconha no seu cérebro você acha que uma coisa é ser proibida pense que você tem muita maconha no seu cérebro se o zelo do canabinóides canabinóides endógenos nós temos seis mil anos de experiência com a maconha mas nós não temos nem 10 anos de experiência com sintético sintético tem que ser estudada com cuidado a maconha é segura e é um remédio é uma commodity está mudando a economia de muitos países hoje no brasil esse debate tem três pontas uma ponta que diz que maconha é veneno de

jararaca e não pode ter que é a posição do governo outra que diz que maconha plutônio uma coisa muito perigosa mas muito útil você tem que saber que cada planta e e gasta muito dinheiro pra saber o que aconteceu com aquela planta que a posição da anvisa e que só atende a grande indústria ea outra que são os pais e mães de pacientes de crianças e de idosos que estão utilizando maconha medicinal plantando em casa e fazendo seu ar medicinal acostamento baixo eu sou da opinião que nós devemos permitir que as pessoas se tratem se

elas querem comprar um remédio 2.800 na farmácia que compra mas elas querem plantar em casa tem que ter esse direito que é absurdo e imoral e pedir que uma pessoa se tarde se data para continuar no assunto das drogas uma das suas linhas de pesquisa na ufrn justamente o efeito das chamadas drogas psicodélicas como ayahuasca é o santo daime sobre o cérebro eu queria que contasse para nós que resultados você vem conseguindo com essas pesquisas em que medida que esses resultados poderiam influenciar políticas públicas ótima pergunta obrigado bernardo acreditem ou não o brasil hoje ele

tem a maior parte da produção de pesquisa sobre o efeito dessas substâncias psicotrópicas na plasticidade neuronal existem cinco artigos publicados no mundo mostrando que essas substâncias aumentam a quantidade de proteínas envolvidas em formação de novas sinapses inclusive a promoção de novos neurônios pesquisas do professor dá aula de araújo do professor estiver dos reis no rio de janeiro drogas do instituto do cérebro pessoas e charles leão do instituto do cérebro pesquisas muito importante que o outro está no top da unicamp pessoas muito importantes que hoje demonstram que aquilo que acontece durante o sono que a produção

de novas sinapses também acontece quando as pessoas utilizam substâncias psicotrópicas e lembra que o eduardo chem também com mma então o brasil nesse momento detém é uma literatura que acaba de ser iniciada a gente tem em papel importante e nosso instituto do cérebro tem avançado nas pesquisas gosto de falar por exemplo do trabalho publicado pelo grau de araújo pela fernanda pagando mostrando que a eu acho que é um antidepressivo bem melhor do que os antidepressivos que estão disponíveis por aí o que faz uma digamos assim indica a posição não é do devedor da igreja do

santo daime da barquinha aquelas religiões sincréticas que estão utilizando a ayahuasca o vegetal há muito tempo em cerimônias religiosas que é possuem um efeito tem um efeito é terapêutico então você pode olhar para ele como religião e pode olhar para aquilo como a psiquiatria do século 21 claro ninguém nega nada pra você querer colocar mais uma vez este objecto do seu livro em foco que é o cérebro é como a gente sonha o filme pizzolio aqui no roda viva entrevistando zé dirceu dilma fez uma pergunta decisiva pra ele sobre como ele se sentia indo para

santa bárbara d'oeste não falando que era e depois vem a anistia de volta seus a dizer como é que é isso que eu tenho eu fiz o desenho da repórter não era japonesa saiu mandando um caráter já disse e usar de seus que vão depois ela me liga e fala assim ela queria te dizer eu sou karateca e tem mais o meu futuro é meu marido me apaixonei por ele casar com ele e tem mais força ao colega na escola quem mandou a foto do senhor de cabelo branco barba tudo pois não sei quem é

esse cara naquela madrugada a lembrei quando a diretora entrou comigo meu irmão aos oito anos de idade na escola conheça os novos alunos acomode entre vocês eu entrei um rapaz me abriu os braços e tem embaixo dele ele cheirava sabonete phebo era o carlos alberto rocha 12 aí contei pra sair ela depois ficou emocionado mas aí uma coisa que eu falei é o seguinte uma coisa que ele não vai esquecer nunca ele era bom futebol eu não marco um jogo contra o colo do pai nos apanha de 2000 o goleiro essa coisa até o cheiro

do sabonete estava na minha memória quer dizer não é uma coisa só e motiva é visual mas tem uma coisa que é um é como se fosse um pendrive de tudo o que você viveu excelente é o fred chamou o sonho de um dia vir a rédea do encontro processo inconsciente então se a gente pensar em termos de século 21 a gente pode dizer que os sonhos são um um momento privilegiado o processo privilegiado para se acessar o nosso banco de memórias e as suas combinações possíveis fontes de toda a criatividade tem uma coisa que

me chama bastante atenção no livro e o senhor trata desse assunto é em vários lugares mas enfim a 1 a aam o pesado investimento da indústria farmacêutica no sono algumas das drogas mais vendidas no mundo são drogas para fazer dormir ao mesmo tempo o senhor diz não tem nenhum investimento na questão do sonho está um pouquinho é pra gente sobre isso inclusive é uma coisa interessante diz a mercantilização da palavra sonho né quando aplicado no nosso dia a dia está muito vinculada o desejo de adquirir alguma coisa enfim porque qual é o que diz balance

ou porque que gasta se tanto para poder dormir e não se fala dos benefícios onde que tipo de de proveito você pode tirar de um bom sono com um bom sonho eu acho que até pior porque esses remédios em sua maioria não induzem sono reduzem simulacro de sono o sono não é uma pagar do cérebro sono não é um desativar do cérebro uma concepção de 100 anos atrás o sono na verdade é extremamente ativo durante o sono a gente está produzindo um monte de moléculas se livrando de um monte toxinas esquecendo memórias consolidando memórias misturando

memórias para poder gerar criatividade soterrando algumas memórias com as quais a gente não consegue lidar que o processo da repressão então tudo está acontecendo quando a pessoa toma um barbitúrico toma um baba é rico não é um belo dia de penico ela não é tem sono um sono saudável sono bacana um sono restaurador é uma espécie de apagão e no dia seguinte ela acorda muitas vezes até cansada irritada e com problemas de memória então o problema é que as pessoas estão abandonando aquilo que é natural que a nossa capacidade de dormir de sonhar qualquer pessoa

tem que passar de dormir e sonhar assim como tem de respirar ou se alimentar faz parte do hardware biológico e nós estamos trocando isso por uma medicalização tem apelo para dormir tranqüilo pra acordar tempo para poder trabalhar entrar é pelo paraná morar e surreal qual é o caminho o caminho voltar para a sabedoria dos antigos é sono exercício físico e alimentação relações bacanas cultura livros né porque as pessoas não têm sono quando estão em frente a uma tela porque aquela luz que chega ea formação da melatonina que aliás é a única dessas todas que eu

separo como sendo uma coisa bacana defendo muito crítica dessas substâncias no meu livro mas defendo os a melatonina que é produzido pelo próprio cérebro e às vezes a pessoa não está produzindo preciso ingerir mas é melhor ainda que ela produza e para produzir muito simples apaga todos os aparelhos elétricos e pega um livro bom e vai ler e depois algumas páginas ela vai dormir e se eu vou chamar o nosso tempo acabou mas é a primeira vez que eu vou apresentar esse programa com muito peso na consciência o roda viva faz um rapidíssimo intervalo e

volta mas entrevista com o neurocientista sidarta ribeiro fica com a gente apesar de está começando a avançar a hora do sono [Música] o quarto e último bloco do roda viva com o professor sidarta ribeiro daniel a palavra está com você eu ia perguntar no gancho da resposta do senhor anterior se esse é um caminho que o senhor imagina se individual ou seja cada cada um de nós precisa de alguma forma entender que isso é necessário ou entender que isso é viável para si ou se como sociedade a gente mudando alguns parâmetros de sucesso é possível

é possível se chegar numa numa questão - talvez dura menos dramática se a gente pudesse colocar assim daniel acho que ambos acho que toda transformação profunda na sociedade passa pelo indivíduo tive no japão recentemente um lugar onde não tem bicho na rua de jeito nenhum faz a alemanha parece um lugar sujo mas isso é um processo de educação de décadas mas por outro lado acredito na instituição acredita no estado acredito que as empresas podem ter um papel sobre isso em várias empresas de ponta de tecnologia as pessoas têm lugares para dormir várias universidades de ponta

as pessoas têm lugar está a dormir é eu tenho defendido tem feito estudos sobre isso tem pessoas estudando isso no meu laboratório atualmente por exemplo a que autoriza uma aluna minha de doutorado junto com natália mota fazendo pesquisa felipe pegado pessoas estão pesquisando é a utilização do sono na escola para aumentar a duração do aprendizado um grande problema da educação é que as pessoas aprendem podem até tirar uma nota 10 e depois não se lembra de nada e isso acontece inclusive nos melhores centros do mundo e isso acontece pela maneira como a gente faz a

educação que é sem sono após a educação para consolidar e com uma única prova em que você descarrega o que sabe depois esquece o assunto é então a existência de salas de sono nas escolas e aí o entendimento de que ir dormir durante o horário escolar pode ser tão importante quanto se alimentar quando está com fome foi ao banheiro quando precisa o banheiro é isso precisa acontecer há evidência científica já está disponível sidarta 2011 e visitei o instituto do cérebro que estavam em uma casa recém alugado ou comprado pelo pai a lugar nenhum um dos

equipamentos em caixa ainda né naquele momento vocês tinham você e nove colegas seus recentemente rompido com um milhão de congoleses foi sentido em que estava envolvido nesse projeto de criar um instituto de neurociência em natal quando escrevi esse respeito em 2011 e deixou no ar a dúvida sobre se haveria espaço para dois institutos fortes de neurociência de natal de colegas ele acabou inaugurando um ano passado campus do cérebro que já estava em construção naquele momento eu queria te devolver essa pergunta agora oito anos depois tem espaço como é que você vê a evolução dos dois

institutos desde aquele momento bernardo no brasil tem espaço pra muita ciência nós precisamos de muita ciência é um dos países que têm dos grandes países do mundo que têm menor número de cientistas por milhão de habitantes então é muito bem vindo que natal tem dois institutos se nós o eu participei da fundação do primeiro foi o primeiro diretor e participei da fundação do segundo título e fui o primeiro diretor do instituto é por bastante tempo todo eu sou o vice diretor é eu não tenho nada para falar do instituto do professor nicolelis o que eu

posso te dizer que o nosso instituto tenha maior produtividade neurociência daquele estado o governo federal mudou nesse ano a diretriz de combate ao abuso de drogas trocando a redução de danos pela abstinência é um assunto que divide especialistas porque alguns casos alguns falam em redução de danos enxugar gelo e tal eu queria saber a opinião do senhor sobre isso o pneu é a pior possível além de ser um pesquisador e cientista e também sou membro da plataforma de política de drogas e que essa questão é bastante estudado redução de danos é uma necessidade porque são

pouquíssimas pessoas que de fato não conseguia ler ea abstinência o modelo está colocado agora é o modelo que privilegia comunidades terapêuticas de cunho religioso com pouquíssima ou nenhuma ciência envolvida e uma discussão um moralista sobre é aquilo que é bom pro outro tipicamente as pessoas que têm essa posição acham que droga é aquilo que os outros gostam e que ela não gosta você perguntar se nós deveremos legalizar a cerveja na sua cara com muita estranheza e no brasil a droga consumido álcool 66% da população não teve contato com álcool não estou defendendo que nós tornamos

o álcool e legal estou defendendo que nós sejamos equânimes que nós queremos isonomia que a substância seja regulado de acordo com seu potencial de dano e de benefícios é a idéia de que você vai impedir uma pessoa que tem uma dependência de drogas de de usar drogas e que o objetivo final pra todos e abstinência idéia que não tem base científica isso não quer dizer que algumas pessoas não devo ou não quero chegar nesse nesse ponto mas se nós olharmos à nossa sociedade e perguntamos quem é que vive sem drogas ninguém porque todo mundo ou

usar algo usa tabaco ou usa café ou os açúcar as pessoas que estão no hospital tipicamente estão lá por excesso de açúcar para a gente encerrar esse episódio me recordei aqui a sbpc foi expulsa do do conad certo sim excluído excluídas tudo bem não falava mais legal é como é que não existe algum diálogo hoje entre a sbpc e o governo nessas áreas em torno dessas áreas onde ela costumava auxiliar neves existe muito diálogo da sbpc com o governo através do mc tic professor ildeu moreira o nosso presidente da sbpc tem bastante diálogo com o

ministro marcos pontes no que diz respeito ao conade as questões o conselho noite promete que as drogas é esse diálogo foi rompido no momento que é se você foi excluída é e várias outras entidades foram excluídas e é interessante é pensarmos que esse covarde já era o conar depois temer no novo governo temer ele que foi criada uma maioria a favor dessa visão é de contra a redução de danos a favor de comunidades terapêuticas religiosos então é na verdade os cientistas estavam lá em minoria era apenas o a opinião contrária que se manifestava regularmente perdia

todas as votações o que foi feito agora esse expurgo não só no conad também no conama no conselho de meio ambiente é um é um expurgo que visa não ganhar uma posição dentro do conselho mas visa eliminar o contraditório articulando perdão pra pra fazer frente a esse tipo de de medidas a gente não tem por exemplo no congresso a bancada forte que represente os interesses dos cientistas receber esse tipo de articulação sendo feito outros setores da sociedade tão bem mais articulado está sendo feito sem treinar na presidência anterior da sbpc professora helena nader fez um

trabalho muito intenso junto ao parlamento eo professor ildeu moreira que é o atual presidente é reeleito é aumentar ainda mais esse contato através da criação deste grupo de trabalho com vários parlamentares como falei aqui mesmo disse celso pansera e outros parlamentares orlando silva é e qual é a ideia a ideia que a ciência é política de estado a gente precisa de ter é a formatação é sólida do que a nossa política científica nós temos um marco legal para a ciência e tecnologia que não foi ainda implementado isso precisa acontecer isso não pode estar à mercê

da dos caprichos desse ou daquele governo sob pena de nós levarmos à pátria então todo mundo que é patriota que coloca a mão no peito e fala eu quero um país decente tem que compreender que nós estamos falando de mudanças estruturais de que precisa ser continuada c o parlamento é o local adequado para fazer isso tem havido muito diálogo com o presidente da câmara com rodrigo maia no entendimento de que ali é possível corrigir esse desatino agora que se está num novo procurar comigo ea gente tá que é justamente a dificuldade de você dialogar com

base em fatos no contexto atual não vai ver os livros limite de você criar política pública com base em ciência quando a questão deixou de ser quais são os melhores fotos e passou a ser simplesmente ideológica como é que você abre um buraco nesse tipo de muralha da impressão que é que ele siga na verdade não tem muito o que fazer porque se separaram depois de argumentar com base em fatos é ela que é a história da torre de babel né o que você faz quando está todo mundo alucinando pessoal acha que quem ensina quem

toma psicodélico mas pelo jeito não é quem lê errado a bíblia ea bíblia tem muita coisa bacana que é o contrário disso é tem colega do lado o instituto que é o professor daniel takahashi um grande cientista e que fez um modelo matemático e flora é a maneira de acabar com a flec news não é true news não é você falar a verdade é você fazer mais pequeninos absurdo por exemplo até plano e falando em uma terra não é plano na verdade ela tem o formato de uma força aí o pessoal de terra conversa aqui

no brasil o verbo é pessoal deteve luzes mesma roupa enfrentam na terra conversa aqui no brasil que é o meu irmão só deve ter de lucas é no fundo você criar uma situação pra mostrar quanto que isso é ridículo quanto isso é engraçado quando a gente pode rio trágico quando as pessoas realmente acreditam nisso não vejo saída sem um debate franco sem uma firmeza da parte das pessoas que cientistas ou não aderem aos fatos científicos e sem uma uma mudança muito profunda na educação porque isso realmente começa lá na base se as pessoas têm uma

escola muito ruim então bombardeados por uma televisão aberta de péssima qualidade se as pessoas não lêem nada porque cada vez lei - no brasil se lê pouco e as novas gerações lei cada vez menos nosso futuro é trágico mas o fato de estarmos falando isso aqui agora é esperançoso é interessante que ontem hoje a bbc fez uma entrevista com o ministro ricardo sales é do meio ambiente misto meio ambiente ricardo salles em lá fora então ele está dando uma entrevista em inglês e eles puxaram a entrevista pelo fato de ele reconhecer que o aquecimento global

é causado pelo homem né porque isso também é uma questão polêmica controvertida para o governo o ministro das relações exteriores pensa diferente e de alguma forma esse choque pode ser produtivo senhor acha eu acho interessante daniela que ele não teve coragem de repetir lá fora os motivos que conta aqui dentro porque afinal de contas ele não queria ser linchado intelectualmente no exterior eu acho que esse é um momento em que a gente tem que ter bastante clareza do que está em jogo é e novamente com os dados do inpe não são dados produzidos por um

dia que alguém tirou da cartola são dados de satélites até inclusive vários outros países a discordância quanto a isso é o que eu entendo que nós precisamos de um saudável constrangimento intelectual nós não podemos aceitar que uma pessoa fala uma inverdade como essa nós temos que ser firmes na defesa daquilo que nós consideramos que são fatos existem opiniões existem fatos têm logos e tem doxa são coisas diferentes a rexam falando sobre na das das opiniões e dos fatos né por um lado também a gente está pegando a gente está pegando ao longo da que esse

ponto de vista há os problemas mas vamos dar da extrema-direita né negócio legal que seja o aquecimento global tudo mais no outro lado do outro lado de outros do outro lado do espectro ideológico a gente também tem alguns sintomas dessa alguns sintomas de obscurantismo então por exemplo quando você vai quando você vai falar em substituir a matriz energética então aí pega uma hora por uma hidrelétrica não pode o que é vai alargar o negócio nuclear não pode nem falar disso podem falar disso sobra basicamente solar e que para boa parte do mundo simplesmente não tem

como fazer pra esse pra ir pra esse tipo a esse tipo de argumento e que nesse caso não é só isso não é educação porque muita gente bastante escolarizada então e até professores evento e defendem isso qual o seu ponto em relação a esse vamos chamar é esse obscurantismo mais ilustrado acho que a gente tem que ter a mesma postura né agora isso não quer dizer que esse significado então hidrelétrica é bom nuclear é bom vamos falar sobre isso vamos conversar sobre isso no caso do brasil que tem uma exposição ao sol gigantesca eng solar

é uma ótima voltando um pouco para sua gestão o aquecimento global é causado pelo homem ou não de certa maneira não faz mais diferença ele é um fato ele é causado pelo homem não falta quem vai dar é uma luta pra poder fazer o governo admite que ela fora não que eu quero dizer o seguinte é eu acredito que entre o gênio ea ciência diz que entrou gênio mas o ponto principal é que ele está dado e que se nós não mitigarmos esse aquecimento o américa do sul inteira que têm terras no equador vai se

divertir ficar e quem vai se dar bem hemisfério norte haja certa maneira também está dado e vai tentar fazer mitigar agora eu acho que o que é interessante é que quando as pessoas são fundamentalistas seja à esquerda seja à direita às vezes acabam se tocando a gente muita gente falava sobre israel que é um dos maiores aliados da ultra direita era outra esquerda eu acho que esse é um momento que a gente precisa se unir no centro o que é interessante no brasil é que estamos todos no mesmo barco se o brasil sofrer uma defecção

na amazônia o agronegócio vai acabar então isso significa que existem interesses em comum entre ecologistas e e e fazendeiros isso precisa encontrar esse local em que é possível ter esse debate em que a gente pode dizer mas porque não nuclear por causa disso e porque não hidrelétrica por causa daquilo qual é a alternativa e nesse caso ea solução era meio que caso a caso cada o futuro da distribuição de energia é você não tem que gerar toda a energia no local e levada para um lugar muito distante porque é uma antecipação muito grande então quanto

mais você puder gerar localmente e pra isso solar e eólica são ótimos melhor o brasil é um país que pode se investir pesadamente em energia solar deve se nós tivéssemos investido mais energia solar do que o petróleo há 20 anos atrás se todo mundo tivesse em casa geração de energia solar para se vender para retirar alguma renda disso talvez até os interesses internacionais da pressão não fosse tão grande nós infelizmente chegamos ao final da edição do roda viva de hoje com o neurocientista professor sidarta ribeiro muitíssimo obrigado eu agradeço bastante também aqui a presença dos

meus colegas bernardo esteves reinaldo josé lopes do daniel fernandes danilo tomás do alexandre em vez de ignacy e do nosso cartunista cada vez mais perguntador paulo caruso e agradeci claro a você que nos acompanhou até essa hora contra as recomendações do nosso especialista de hoje uma boa noite uma ótima ano e fica o convite na próxima segunda feira às 22 horas nós temos um compromisso aqui no roda viva espero vocês até lá [Música] [Música] [Música]