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O Brasil e a Índia são parceiros estratégicos, cooperam em áreas que vão da mudança do clima ao setor de defesa e integram alguns dos principais mecanismos diplomáticos atuais. Mas nem sempre foi assim. Neste vídeo, faremos um resumão da história das relações entre o Brasil e a Índia.
Então bora saber mais. Os primeiros contatos entre os atuais Brasil e Índia remontam há vários séculos. Na era das Grandes Navegações, os portugueses realizaram expedições para a Índia, em busca do comércio de especiarias.
Durante o domínio colonial português sobre o Brasil e Goa, os povos dessas regiões promoveram intercâmbios culturais e gastronômicos. O Reino Unido estabeleceu um domínio imperial no Raj Britânico no século XIX. A colonização britânica na região durou até 1947, quando esse território foi dividido em dois Estados independentes: a Índia e o Paquistão.
No ano seguinte, o Brasil foi o primeiro país latino-americano a estabelecer relações diplomáticas com a Índia. A missão diplomática do Brasil em Nova Delhi foi aberta em 1948 e elevada à categoria de embaixada nesse mesmo ano. Inicialmente, as relações entre o Brasil e a Índia tiveram baixo perfil.
O comércio era limitado pela distância, pelo protecionismo econômico e pela falta de complementaridade. Passaram-se duas décadas até a assinatura dos primeiros acordos bilaterais, sobre comércio, cultura e cooperação nuclear. Nas Nações Unidas, a partir dos anos 1960, o Brasil e a Índia compartilharam posições sobre a defesa da soberania, da independência e dos interesses dos países em desenvolvimento.
Essas convergências foram manifestadas na Assembleia Geral da ONU e em outros foros multilaterais relativos ao comércio e ao desenvolvimento. Em 1968, a primeira-ministra Indira Gandhi fez a primeira visita oficial de uma liderança indiana ao Brasil. Do lado brasileiro, o primeiro presidente a visitar a Índia foi FHC, em 1996.
O Brasil e a Índia têm uma cooperação já tradicional na área de ciência, tecnologia e inovação. Seu primeiro acordo de cooperação nesse campo foi assinado em 1985 e substituído em 2006. Além disso, os dois países já concluíram acordos e desenvolveram iniciativas conjuntas de cooperação em áreas como agricultura, biocombustíveis, biotecnologia, espaço e meio ambiente.
Brasil e Índia estabeleceram uma parceria estratégica em 2006, reconhecendo a importância mútua de sua relação nos campos político, econômico, de cooperação e de coordenação de posições em foros internacionais. Em 2020, os líderes dos dois países aprovaram um Plano de Ação para fortalecer essa parceria estratégica, incluindo iniciativas de coordenação política, comércio, investimentos e cooperação. O compartilhamento de posições em temas multilaterais favorece a participação conjunta do Brasil e da Índia em várias organizações e foros negociadores internacionais.
Em 2003, os dois países se uniram à África do Sul e fundaram o IBAS, um mecanismo de coordenação política e cooperação para o desenvolvimento que também promove ações para o combate à fome e à pobreza. Somando-se à China, esses países formam o BASIC, uma coalizão que trabalha para o avanço das negociações para o enfrentamento à mudança do clima, com atenção especial à situação dos países em desenvolvimento. E incluindo a Rússia, esses cinco países formam o BRICS, um mecanismo diplomático de cooperação e concertação política, com atividades relacionadas à reforma da governança global, à cooperação em diversas frentes e ao financiamento de projetos de desenvolvimento.
O Brasil e a Índia foram membros fundadores da ONU e têm um histórico de grande contribuição para as operações de paz da ONU. Além disso, os dois países já participaram em várias ocasiões do Conselho de Segurança das Nações Unidas como membros não permanentes e desejam conquistar assentos permanentes nesse órgão. Para coordenar posições sobre a almejada reforma do Conselho de Segurança, eles se uniram à Alemanha e ao Japão, formando o G4, um grupo que defende a inclusão de novos membros para trazer maior legitimidade e eficácia ao Conselho.
O Brasil e a Índia também são parceiros importantes na área de defesa e se comprometeram a cooperar em pesquisa e desenvolvimento, na troca de experiências e de informações, na aquisição de equipamentos militares e na realização de exercícios militares conjuntos. A economia é outra área de convergência de posições entre o Brasil e a Índia. Nas negociações multilaterais de comércio, os dois países passaram a coordenar posições e a defender os interesses dos países em desenvolvimento.
Na Organização Mundial do Comércio e em outros foros globais, articularam-se para promover a liberalização comercial, o desenvolvimento e o acesso a medicamentos. E no G20, cooperam com outras grandes economias do mundo para a discussão de estratégias e a coordenação de políticas nas principais questões que afetam a economia global. A Índia é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil e o segundo na Ásia.
O comércio bilateral cresceu mais de 20 vezes desde o início dos anos 2000. O Mercosul e a Índia já têm um acordo de comércio preferencial e trabalham para ampliá-lo. Na pauta de exportações do Brasil para a Índia, destacam-se as vendas de gorduras e óleos vegetais, petróleo bruto e ouro.
Do lado das importações, o Brasil compra da Índia sobretudo óleos combustíveis, compostos químicos e produtos para controle de pragas. Há investimentos indianos em diversos setores da economia brasileira, incluindo energia, mineração, agronegócio, automóveis e tecnologia da informação. E por um acordo assinado em 2020, o Brasil e a Índia buscam facilitar os investimentos e reforçar os laços econômicos bilaterais.
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