NAVIO NEGREIRO Castro Alves

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Carecas de Saber Videoaulas
Análise dos livros- Biblioteca CARECAS DE SABER A gente te prepara para encarar o ENEM. SEM CADASTR...
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[Aplausos] ladies Olá pessoal eu sou Cristiana professora de literatura aqui do careca de saber pois bem Vamos hoje falar de poesia poesia romântica poesia condoreira abolicionista com o nosso lindíssimo né castral assim Pessoal vocês sabiam que faz pouco tempo que eu fui dar uma olhadinha nas fotos nas pinturas do Castro Alves ele era um homem lindíssimo assim e um e um belíssimo poeta também pois bem o Castro Alves ele é um poeta da da geração condoreira que faz parte né do movimento romântico Então vamos lembrar vamos lembrar um pouquinho então que né que geração é
essa após a independência a poesia romântica né sobrevoou as terras brasileiras a primeira geração né da poesia foi a geração nacionalista indianista cujo grande poeta foi o Gonçalves Dias aquele lá da canção do exílio minha terra tem palmeiras onde canto sabiá lembram disso pois bem essa poesia era altamente eh utópica e Idealista nacionalista que tinha como grande herói o índio tentando fazer dele né justamente eh o caráter diferencial que o separaria de Portugal e Europa pois bem e todo mundo sabe como que essa poesia foi altamente eh Idealista uma vez que não né Eh focou
o índio real o Canibal pois bem a segunda geração romântica foi a a geração Ultra romântica eh cujos grandes representantes foi por exemplo Alf de acevedo é aquele poeta que morreu virgem né e o Fagundes Varela também aquele ó que D dest tenho da horora da minha vida né aquela coisa toda é uma poesia altamente s Mentalista o cara fica o dia todo olhando pra lua mesmo quando tem sol Ele olha pra lua é uma tristeza só é lágrima é noite é lágrima é aquela amada sempre Virgem afastada e sempre nessa segunda geração romântica é
aquela virgem pálida a ponto de morrer muito muito sentimental pois bem pessoal a terceira geração que já aí eh já década de 60 né do século 19 é uma geração um pouco menos ingênua porque assim eh é uma geração que tá preocupada com os problemas sociais porque imagina pessoal o Brasil né declarou a independência em 1822 e virou uma nação moderna né uma nação independente entretanto né veio aquela aquela papagaiada de índio e de sentimento de virgem pálida mas havia um problema crucial que que meio que era nossa eh o nosso calcanhar de Aquiles porque
esse país que cantava o Índio puro a donzela virgem Era um país que mantinha inda a escravidão então parecia que o que os que os poetas os intelectuais tanto preocupados com a com essa nação brasileira colocava para debaixo do tapete justamente um problema muito sério que era escravidão já que na Europa já foi né já já tinha sido completamente abolido a escravidão e o Brasil ainda diríamos que o maior recurso econômico do Brasil era ainda a partir da escravidão então a terceira geração eh romântica que é a geração social ou então a geração condoreira vai
ser essa geração né que vai ter como Condor né esse pássaro que chega ao longe mais alto porque é uma coisa muito importante nessa geração é que ele vai olhar por cima através da ideologia romântica é quase indo para um Realismo porque assim enquanto que os primeiros poetas sejam da primeira geração que é a nacionalista ou a segunda Ultra romântica que faziam de conta que não viam a realidade no icua a terceira geração romântica a condoreira ela vai ultrapassar a Utopia e vai enxergar o problema E aí pessoal nessa terceira geração condoreira também a chamada
geração abolicionista Porque diríamos que o grande herói Finalmente vai ser a vítima o negro porque era muito fora da realidade você eleger o índio como herói sendo que eh quase todos já tinham sido exterminados então enquanto que na terceira geração se via que ainda é possível salvar alguém salvar o negro o escravo pois bem e nessa geração condoreira o nosso grande representante é o Castro Alves o Castro Alves ele é um poeta que nasceu na Bahia ele se criou no interior da eh eh da Bahia o pai dele o pai dele era médico então muito
acho que com 10 anos de idade o Castro Alves foi para Salvador eh eh já que que o pai ia ia trabalhar lá como médico e assim Acontece uma coisa muito importante n na vida do do Castro Alves ainda é criança o pai dele e a mãe dele o Castro Alves vão se mudar junto com o irmão para uma casa de um antigo Negreiro ou seja o antigo eh eh traficante de negros de escravos e ali nessa casa onde vai morar o Castro Alves ele vai ter uma ele vai ter acesso a uma série de
elementos de tortura de equipamentos eh é de tortura que vão marcá-lo por toda a vida pois bem o Castro Alves depois vai estudar ele vai sair da Bahia vai estudar eh direito em Recife e aí vai começar a a a grande carreira de poeta doed do Castro Alves porque assim o Castro Alves típico dessa geração condoreira ele vai ser aquele poeta que vai declamar é aquela poesia para falar justamente em púlpito aquela poesia para se falar em bancada para ser falada muito mais do que ser lida já que tem a ideia de propaganda de militância
política muito forte nesse sentido o Castro Alves ele vai ser muito exemplar porque ele além de ser muito bonito ele era muito vaidoso então quando chegava aos teatros né de Recife para declamar suas poesias o Castro Alves ele se maquiava ele ele colocava pó de arroz Carmim na boca e colocava muito óleo naquela cabeleira negra que ele tinha e chegava né a no teatro para contar essa essa poesia altamente evolucion depois vai conhecer a Eugênia câmara que vai ser o grande amor da sua vida ainda em Recife uma atriz portuguesa bem mais velha que ele
vão para São Paulo para continuar a estudar direito em São Paulo e lá vai conhecer quem e Rui Barbosa Joaquim Nabuco José Bonifácio que é uma galera jovem que aí que também está alimentando esse caráter abolicionista Então você percebe que como que aos pouquinhos o Castro Alves ele vai né criando essa personalidade altamente libertária entretanto né gente ele já tinha uma certa tendência tuberculose a mãe morreu de tuberculose muito jovem ele vai dar um tiro sem querer no próprio pé vai amputar o próprio pé e quer dizer ele vai tirar ele vai atirar no pé
mas v ultar o pé dele né e depois quase no finalzinho da sua vida 24 anos ele vai pela última vez assistir uma peça da gen câmara e morre de tuberculose aos 24 anos então uma vida muito breve mas muito forte já que além das paixões né o o o Castro Alves vai ser um homem da liberdade é o poeta dos escravos né como se fala pois bem o poema mais famoso dele é Navio Negreiro de 1869 pois bem pessoal esse poema ele foi escrito né 19 anos depois da Lei Eugênio que e eh Eusébio
de Queiroz que é a lei que vai proibir o tráfico negreiro pois bem nesse poema aqui pessoal ele vai retratar justamente Como olhar frente Como olhar cerca Como olhar próximo aos problemas porque justamente eh ele vai retratar primeiramente eh uma ave que sobrevoa muito de longe um navio e de longe é muito lindo é muito poético é muito idílico como se fosse a própria visão mesmo do brasileiro sobre a própria realidade de longe nós viemos Peri de Hoje nós viemos Iracema então e a visão vai se aproximando e quando quanto mais vai se aproximando as
coisas vão justamente mostrando a sua verdadeira face e muitas vezes quando você aproxima muito a face do Paraíso você pode eh ao contrário de ver o paraíso encontrar o demônio Mas vamos lá vamos ver bem o comecinho do poema estamos em pleno mar doudo no espaço brinca o luar Dourada a borboleta e as vagas após ele correm cansam como turba de infantes inquieta estamos em pleno mar do firmamento os astros saltam como espumas de Ouro o mar em troca onde Acende as ardentias constelações do líquido tesouro estamos em pleno mar dois infinitos ali se estreitam
num braço insano azuis Dourados plácidos sublimes qual dos dois é o céu qual o oceano Pois vem você percebe né esse começo altamente poético estamos em pleno mar é a é o primeiro canto dos seis né que vão seguir navio negreiro e aqui quando você lê apesar do título O Navio Negreiro a primeira parte é altamente eh idílica então ele vai colocar uma cena em que há um céu profundamente azul tão azul que se confunde com o oceano e aqui você consegue eh já visualizar a profunda maestria poética do Castro Alves pois bem então começa
essa descrição muito de longe né como se fosse o interior via satélite ele tá vendo via satélite com uma distância considerável e tudo parece bonito pois bem no segundo canto aproxima-se um pouco justamente esta ave e percebe aqui os marinheiros que trabalham justamente nesse navio E vai encontrar uma série de de marinheiros de diversas nacionalidades e também aqui eh o poeta ele vai cantar essa diferença relacionando sua própria mitologia então ainda que aprossi um pouco a visão haverá uma parte altamente idílica ainda meio que eu diria pessoal que isso aqui não é at de certa
maneira é um pouco irônico porque de longe tudo é muito poético Mas então pessoal a partir do terceiro canto tá que é justamente eh quando a águia do Oceano desce do espaço imenso então quando essa águia esse albatróz também ele desce aí que conforme o poeta vai dizer as tétricas figuras as Infernais figuras então frente nessa aproximação estaremos finalmente no inferno de Dante e a parte quatro desse poema é justamente quando o poeta vai entrar no navio e assim pessoal quando se ultrapassa a casca de um lugar utópico né que é justamente isso que nos
fala o o castronis nesse poema quando eu vou ultrapassar essa casca de utopia aí eu vou encontrar o sonho dantesco vamos ver então como é que ele vai colocar isso era um sonho dandes o tombadilho que das luzernas a vermelho brilho em sangue a se banhar tinir de ferros estalar de açoite legiões de homens negros como a noite horrendo a negras mulheres suspendendo as tetas magras crianças cujas bocas pretas rega o sangue das Mães outras moças mais nuas e espantadas no turbilhão de espectros arrastadas em ânsia e mágoa vãs pois bem pessoal aqui começa o
inferno de Dante você percebe que essa citação aqui não é à toa né o sonho dantesco ele tá se referindo àquela obra do A Divina comé o Dante algier e aqui né ao invés do inno de Dante que é aos políticos que aos quais Ele não gosta nesse inferno aqui é o inferno que o brasileiro tenta não exportar para fora lembrando pessoal que inferno significa inferior e interior ou então no subsolo e me parece muito propício justamente essa imagem Infernal além da parte moral é porque como se ao longo da história dessa recém-nascida nação brasileira
a escravidão estivesse no num espaço inferior no subsolo né como se ninguém quisesse apresentar esse problema pois bem quando se aproxima e vê né essas crianças né com as suas bocas pretas eh eh tem sugando não mais leite das Mães porque não existe mais leite mas o próprio sangue das Mães você percebe que há uma profunda idade uma uma animalidade que assolou a humanidade do escravo e diríamos que essa humanidade foi desalojada mas para que isso tenha ocorrido justamente quem causou essa animalidade esse Devir animal do escravo foi justamente essa máquina mercante né que foi
escravidão e claro que era era simplesmente o que os portugueses tentavam esconder a partir do do Canto quatro deste poema Castro Alves coloca pelo avesso a hipocrisia do Brasil por isso que aqui não é tanto uma fase né Idealista da poesia romântica mas já voltada para um certo Realismo já que quando se põe pelo avesso a Utopia você encontra a realidade pois bem eh e a partir desse canto quatro o poeta ele vai se aproximar dessas figuras né E vai eh eh cantar justamente as suas origens porque quem sabe aqui dentro dessa desse navio dentro
desse inferno dentro dessa terceira margem como diria Guimarães Rosa entre a América e a África existe um espaço eh eh líquido né que não é terra de ninguém esse espaço é o navio negreiro quem sabe nesse meio espaço eles não são humanos mas houve um momento anterior de humanidade que era Justamente na África e aqui vai nos dizer o poeta eles são os filhos do deserto Vamos ler aqui então mais um pedacinho da obra são os filhos do deserto onde a terra exposa a luz onde vive em campo aberto a tribo dos homens nus são
os guerreiros ousados que com os Tigres mosqueados combatem na solidão ontem simples fortes bravos hoje míseros escravos sem luz sem ar sem razão gente eh e uma coisa que vale a Penas eh salientar que a a origem do próprio racismo né ele começa a surgir a partir do século 16 com força Porque até então Eh desde a Grécia né o racismo era muito mais político então assim eh havia pessoas da mesma raça Mas que havia um preconceito enorme porque faziam parte de políticas diferentes de cidades diferentes o racismo como né como um todo como um
problema ele e e ele vai surgir a partir desse problema econômico e justamente vale a pena também lembrar porque pode ficar em vestibular o tema sobre o racismo na internet então vamos ficar ligado nisso pessoal o racismo né ele surge a através dessa desse processo né de escravocrata eh África América e mais do que isso o que provoca esse racismo também uma diferença técnica enquanto que os europeus tinham um certo poderio técnico e Caravelas equipamentos os os africanos tinham outro tipo de técnica nesse ponto né sobressaiu o que o o que tinha mais né mais
quantidade e nós vimos o que acontece ao longo da história então Castro foi um dos primeiros poetas que teve a coragem de denunciar esse problema social que que perpetuavam o Brasil com cara de bonzinho então esses filhos do deserto um dia já foram livres a partir do momento que eles atravessam essa terceira margem é que a sua humanidade se desumaniza parece que entre vamos fazer aqui uma reflexão entre a África e o Brasil vai se fazer uma ponte aqui a terceira margem aqui está o navio negreiro e aqui parece que é uma conta eh ao
revés o humano aqui vira animal vocês sabem que que que durante muito tempo você acreditava que tanto os índios como os africanos não eram considerados humanos era uma uma subespécie de gente pois bem então é com uma característica muito inflamada muito apaixonada típica né justamente dessa terceira geração com do Orelha ele vai encerrar esse poema eh pedindo para Colombo intervenção existe um povo que a bandeira empresta para cobrir tanta infama e cobardia e deixe a transformar-se nessa festa em manto impuro de bacante fria meu Deus meu Deus mas que Bandeira esta que impudente na Gávia
tripudia silêncio musza chore tanto tanto que o Pavilhão se lave no teu pranto aure Verde pendão da minha terra que a brisa do Brasil Beije e balança estandarte que a luz do sol encerra e as promessas divinas da Esperança tu que da Liberdade após a guerra foste aseado dos heróis da lança antes de houvessem roto na batalha que servires a um povo de mortala Fatalidade atroz que a mente esmaga extingue nesta hora o brig mundo o trilho que Colombo abriu as vagas como um íris no pélago profundo mas é infame AD demais da etéria plaga
levantai-vos heróis do novo mundo Andrada arranca esse pendão dos ares Colombo fecha a porta dos teus Mares eu adoro esse fim é incrível né Colombo fecha a porta dos teus Mares é com tanta paixão e aqui ele se pergunta essa nação tão apaixonada que que presta tanto a liberdade ainda trabalhando com escravidão então aqui ele questiona a própria nação e pede para Colombo fechar essas portas né fechar as portas para essa desumanização mar oceano significa útero pessoal como que o Oceano Atlântico transforma a vida em desva né em escravidão pois bem pessoal esse foi o
poema do Castro Alves tem que se ligar porque o Enem adora colocar esse poema também e eh nas suas questões pois bem essa foi a aula de hoje até mais
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