Olá pessoal! Estamos, aqui, em mais um episódio do nosso estudo do livro Gênesis de Moisés. Você, que acompanhou o episódio anterior, viu que nós paramos exatamente em um ponto da leitura do Capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, “Bem aventurados os Mansos e os Pacíficos”, no item intitulado “Obediência e Resignação”, em que nós comentávamos que obediência e resignação, consoante os ensinos dos Espíritos, são duas virtudes muito ativas.
Damos sequência a este tema, lembrando, como diz os Espíritos, que “as duas constituem forças ativas porque carregam o fardo, das provações que a revolta insensata deixa cair". Eu vou ler de novo, porque esta frase é maravilhosa: “a obediência e a resignação, as duas constituem forças ativas, porque carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair". O que é a revolta insensata?
Revolta é o contrário de resignação e insensatez é o contrário da obediência. Lembram que nós dissemos, no episódio anterior, que a obediência tem a ver com inteligência, tem a ver com Adão, tem a ver com a nossa capacidade de examinar, comparar e aprofundar. Por outro lado, a resignação tem a ver com sentimento, a resignação é Eva, tem a ver com aceitação do coração, é quando o coração se abre e se entrega à Deus.
Quando o coração não se entrega diante da provação, ele se revolta. Quando ele não analisa, ele não examina a sabedoria de Deus por trás da provação, ele se torna insensato. É uma revolta insensata.
O que faz a revolta insensata? Deixa cair o fardo, abandona o dever, abandona o posto de serviço, abandona suas obrigações, abandona os entes amados, abandona as tarefas, abandona a si mesmo, abandona a Deus. Os Espíritos prosseguem: "O covarde não pode ser resignado".
Olha que interessante! Por quê? Para você se entregar de coração a Deus, precisa ser corajoso, porque você aceita, mas não tem garantias.
não tem garantias. Precisa ser corajoso! "(.
. . ) do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes.
" Olha que interessante! Por quê? Porque o orgulhoso e o egoísta deturpam a inteligência.
A visão do orgulhoso e do egoísta é distorcida e a sua inteligência é comprometida com os desvios dos seus sentimentos. Este é o ponto! O orgulhoso constroi raciocínios, aparentemente, maravilhosos, mas que são nefastos, são raciocínios cujas consequências são venenosas.
A inteligência, quando escravizada ao egoísmo e ao orgulho, é uma inteligência deturpada, não consegue sondar os desígnios de Deus, não consegue enxergar os planos ocultos de Deus por trás das coisas. Olha que interessante! E ai os espiritos vão dizer Se você acompanhou, você vai ver que no último episódio eu encerrei falando de Jesus no Monte das Oliveiras.
Mas, não foi à toa, porque nós citamos esta passagem? Por que olha o que os Espíritos vão dizer: o Espírito que dita esta mensagem é Lazaro, foi ditado em Paris, 1863, Lázaro diz assim: “Jesus foi a encarnação dessas virtudes (Quais virtudes? Obediência e resignação.
) virtudes que a antiguidade material desprezava. " Eu acho interessante dizer ‘antiguidade material’. Por que material?
Porque ele está falando do mundo dos encarnados, porque o mundo antigo das esferas superior é o mesmo. As esferas luminosas são as mesmas de hoje, de milhões de anos atrás. Percebem?
Elas não mudam seus valores. As esferas de onde Deus legisla para o Universo estão sempre em harmonia com a sua lei divina. É o mundo material que está em mutação, que está se aperfeiçoando e está tentando se adequar à lei de Deus.
Por isso que ele fala ‘antiguidade material’. E, é verdade! A antiguidade material desprezava a obediência e a resignação, assim como no nosso mundo de hoje porque a transição planetária revive a barbárie.
Hoje, nós estamos regredindo à barbárie. Basta você olhar o trânsito de uma cidade no horário de rush ou como as pessoas se comportam no trânsito, como elas dirigem os seus veículos. Não é?
É uma coisa bárbara! É impressionante como que nós nos transformamos, parece que nós perdemos a noção de que nós somos seres humanos por trás do volante, tamanha a truculência, a violência, o egoísmo, cada um defendo o seu: regresso à barbárie. Então, nós regredimos.
Neste mundo de hoje, falar em obediência e resignação, isto não é valor. Hoje, qual é o super heroi? É o que arromba, é o que quebra.
A porta está fechada e ele explode a porta. Entende? Ele destroi uma cidade para salvar uma pessoa.
Entende? Não aceita nada. Por conta de um trauma vivido, ele se veste de preto, mora numa caverna e combate o crime com um pouquinho de truculência, espalhando medo.
Estes são os nossos herois. É isto que nós valorizamos. É isto que nós valorizamos.
Aqui, Lázaro está fazendo esta ponderação. “Ele (Jesus) veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção”. Não é corrupção de dinheiro.
Não é disto que Lázaro está falando. É corrupção do DNA divino. É o que vai acontecer, aqui, na sequência da história com Adão e Eva: eles vão se corromper.
Eles foram criados à imagem e semelhança de Deus, mas não quiseram ser imagem e semelhança de Deus, preferiram seguir um projeto autônomo e independente de humanidade e eles entram em um processo de corrupção, de corromper, no sentido de corroer. Entendem? Para entendermos: é como se fosse um apodrecimento moral, um apodrecimento dos potenciais espirituais.
Eles vão se corrompendo. Este é o grande tema bíblico. Por isso, que nós vamos lá à frente encontrar Noé com a arca, porque este processo de corrupção, que começou com Adão e Eva, vai crescer exponencialmente, vai crescer avassaladoramente e abranger todas as sociedades, todas as comunidades.
É o que estamos vivendo hoje. Então, é o processo de corrupção do humano: nós não conseguimos ser humanos. Nós atiramos bombas, matamos crianças, mulheres e velhos indefesos.
Nós colocamos uma bomba no metrô. Daí, a pessoa que está andando no metro na Rússia é ferida, morre, por conta de uma bomba que nós colocamos a título de quê? A título de defender uma ideia, uma ideologia.
Isto é perder a humanidade. Isto é corromper-se. É esta a corrupção aqui e Roma - na época, que simboliza a humanidade no texto bíblico, o ser humano, as organizações humanas - estava corrompida.
E, é Lazaro que está falando. Lázaro diz que ela falecia, ou seja, morria. Mas escuta: não foi esta a advertência de Deus?
"No dia em que comeres da árvore do conhecimento do bem e do mal certamente morrerás. " É como se Deus dissesse assim: ‘o dia que você quiser evoluir experimentando o mal, você vai se corromper, vai morrer espiritualmente falando. ’ É isto!
Isto aconteceu. Jesus - diz Lázaro – “veio fazer que brilhassem no seio da humanidade deprimida os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal. ” Então, é o contrário.
Quer dizer, onde aumenta o egoísmo e o orgulho vem Jesus com o remédio: sacrifício e renuncia, que são o antídoto para combater o egoísmo e o orgulho. Em uma comunidade em que todos amam e que todos praticam a caridade, talvez não tenha necessidade do sacrifício e da renúncia, porque todos vão cooperar um com os outros. Percebem?
Se todos são amorosos, são caridosos, todos estão pensando um no outro, ninguém precisa renunciar sozinho, o fardo pode ser dividido. Mas enquanto impera o orgulho e o egoísmo, alguns têm que renunciar e tem que se sacrificar. Esta é uma lição profunda!
Daí, ele continua: “(. . .
) assim cada época é marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder”. Cada geração tem uma virtude e um vício. Se ela optar pela virtude, ela se salva.
Se ela optar pelo vício, ela perece. Daí Lázaro vai dizer: “(. .
. ) a virtude da vossa geração é a atividade intelectual. ” É verdade!
Basta você acessar o google. Digita aí no google qualquer coisa que você quiser. Digita ‘como fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate’, ‘como trocar o pneu de um carro’, ‘como trocar o pneu de uma bicicleta’.
Percebem? Digita um endereço para onde você vai. A marca da nossa geração, a virtude da nossa geração é a atividade intelectual.
E, o nosso vício - diz Lázaro - seu vicio “é a indiferença moral”. indiferença moral”. Eu acho interessante isto.
Não é a moralidade ou, ao contrário, a maldade: é a indiferença, que é pior. Indiferente! Não importa!
A nossa sociedade, hoje, humana é indiferente aos valores morais. Como se eles não existissem. Você pega o seu carro, na nossa grande cidade, na hora em que todo mundo está saindo do serviço, entre 6h e 7h e você vai ver que todos são indiferentes à gentileza.
Todos são (todos, que eu digo, é no coletivo), coletivamente, nós somos indiferentes à educação, à paciência, à calma, à serenidade. Todas as pessoas são agitadas, violentas, ansiosas, cada um querendo chegar primeiro, egoístas, grosseiras, com um instrumento poderoso na mão que é veículo. Nós assistimos, todos os dias, escândalos de corrupção, de uso do poder para interesse pessoal, de conchavos, e quando você examina estes companheiros que caíram nas teias do mal, percebemos que eles refletem a sociedade indiferente aos valores morais.
É isto que o Lázaro está dizendo. "Digo apenas atividade, á virtude e á atividade intelectual á atividade que ele esta dizendo digo apenas á atividade porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente verá mais tarde enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante (. .
. )" Olha que interessante! Ele está dizendo: 'Não é genial o que está acontecendo!
' É a média, é um esforço que todos estão fazendo, porque o gênio ultrapassa tudo isto. Aquele que se destaca na inteligência ultrapassa. "(.
. . ), mas que prova a elevação intelectual de uma época.
" Então, a nossa época experimentou uma elevação intelectual, o acesso à informação. Mas Lázaro está dizendo que isto não diz que nós nos tornaremos criaturas geniais, inteligentes, extremamente inteligentes. Não!
Talvez, bastante informadas, talvez criaturas com muito acesso, com muita atividade intelectual: quantidade, não qualidade. "(. .
. ) Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento!
Ai daquele, porque nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, assoitalaemos forçaremos a sua vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. ” Ora puxa, ora empurra. Freio e espora.
Que interessante isto. “(. .
. ) Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. " É por isso que o sofrimento está se multiplicando como nunca antes na humanidade.
A temperatura aumenta para derreter nosso orgulho rebelde. “(. .
. ) Bem-aventurados, no entanto, os que são mansos, pois prestarão ouvidos dóceis aos ensinamentos" Ouvidos dóceis! Docilidade ao ouvir.
É uma mensagem maravilhosa e que nos remete ao texto A serpente, aqui no capítulo três, representa exatamente o projeto de humanidade que foi concretizado no mundo e que nós estamos vivendo hoje. O projeto da serpente foi tão bem sucedido que se espalhou para todas as nações da Terra. O que acontece?
Multiplica-se a desigualdade, multiplicou-se o crime, multiplicou-se o suicídio, multiplicou-se a depressão, multiplicou-se o egoísmo e a indiferença. Você pode experimentar andar, em uma grande avenida de uma grande metrópole, experimente andar chorando em uma avenida. Raríssimas pessoas vão perceber que você está chorando.
Este é o projeto serpente: é o projeto do autocentramento, é o projeto do homem construindo o homem sem Deus. Tira-se Deus. Eu vou fazer sozinho, eu dou conta, eu faço.
Este projeto se alastrou e, agora, nós estamos experimentando o ápice das consequências desse projeto. Vamos examinar, aqui, algumas coisas para nós entendermos. Depois que o projeto foi acatado, ou seja, depois que a inteligência e o sentimento consentiram com o projeto da serpente, porque a inteligência que é Adão e o sentimento que é Eva poderiam ter obedecido, consentido com o projeto de Deus.
Mas, eles não consentiram, não acataram, não acolheram, não ouviram com docilidade. Mas, ao projeto da serpente, sim. A serpente foi muito bem recebida.
Na verdade, nós percebemos no capítulo 3 que Eva desenvolveu uma relação muito mais íntima com a serpente do que com Deus. O relacionamento dela com a serpente é quase de cumplicidade, de entrega. Então, ela consentiu, resignou-se, aceitou, acolheu a proposta da serpente.
Qual proposta? Vamos fazer, mas tira Deus. Nós vamos competir com Ele.
Nós vamos fazer algo melhor que Ele. Nós vamos tirar a posição Dele. Nós vamos ocupar a posição de Deus.
Este é o projeto da serpente: nós vamos ocupar a posição de Deus. E não é raro nós ouvirmos na Ciência, nas Artes, na Política, na Economia, variações da seguinte frase: nós não precisamos de Deus, não vem trazer esta coisa de religiosidade, de Deus, nós não precisamos disto. É comum nós ouvirmos isto que é o DNA da serpente.
Esta é a marca da serpente, é uma independência, é a célula que saiu do organismo, portanto, é uma célula cancerígena. Ela quer um projeto independente que destroi o organismo. Isto é importante!
Nós pegamos um teórico da sociologia vamos examinar as ideias dele, para saber qual é o DNA o que está por trás. das ideias dele? O que ele quer realmente?
Qual a proposta? Daí, você consegue ver se o projeto é divino ou se o projeto é da serpente. É fácil!
Você não precisa nem ler o livro. Você lê duas páginas e já identifica o DNA do projeto. É assim na Ciência, nas Artes, na Economia, em todos os empreendimentos humanos.
Em todos os empreendimentos humanos nós conseguimos detectar isto. É profundo este texto é muito profundo. Então, o que o texto diz?
"Eles ouviram o passo do Senhor Deus que passeava no jardim à brisa do dia" (Gen 3:8) O que significa isto? Até eles acatarem e projeto humano, eles gozavam de quê? De intimidade com Deus, eles sentiam a presença divina no jardim interior.
Deus caminhava no jardim interior como caminha até hoje e vai caminhar sempre. Mas, a diferença é que eles ouviam os passos, sentiam a presença e, aí, “o homem e sua mulher se esconderam entre as árvores do jardim” Este é o sintoma da desordem interior. Os dois se entregaram, porque, aqui, já começam os resultados, as consequências da falta de obediência e resignação, que é um processo de fuga da presença que, aliás, se você quiser ter uma ideia lúdica e literária disto que estamos falando - que é bem filosófico -, leia o capítulo do livro Morro Alto, sobre o mutum, que é a criança que tem uma experiência.
Lê que isto está bem retratado lá. O que acontece com a criança, com a relação que ela tem com Deus quando ela pratica o mal feito? É isto aqui: você se esconde, você não quer a presença.
Eu me afasto da presença. Daí, nós vamos pensando: quanto mais eu caminho na senda do mal, mais eu quero me afastar e o processo começa a se retroalimentar. Mais afastamento, mais prática do mal; mais afastamento, mais prática do mal.
. . .
até entrar em um processo de saturação e afastamento máximo da presença de Deus. “E o Senhor Deus chamou o homem: ‘Onde estás? ’ Disse ele.
" (Gen 3:9) Isto é muito bonito, porque nós estamos, aqui, vários episódios, tentando arranhar, tentando descortinar os aspectos amplos, gerais e universais desse texto. O que este texto fala, em essência, é da desconexão da humanidade de Deus. É isto que o texto fala!
E, de um projeto de reconexão da humanidade com Deus. Este projeto se chama Jesus Cristo, nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus Cristo é o projeto de Deus de reconexão da humanidade com o Criador.
Isto que nós estamos falando aqui. Olha que interessante: o Criador, na sua sabedoria e no seu amor infinito, percebendo que Adão se escondia, chamou-o e perguntou a ele: Adão, o que você fez? Não!
Não foi isto que ele perguntou. A pergunta é mais profunda. A pergunta é: Adão, onde estás?
Você está aonde? Porque se nós estamos falando de afastamento de Deus, esta pergunta é vital. Quem está próximo não vai ouvir: ‘onde estás?
’, só quem se afastou. A pergunta, aqui, é ‘Filho, o quanto você se afastou? Onde estás?
’. A pergunta é para a inteligência, não é para o sentimento, é para a nossa capacidade de refletir, de ponderar, de examinar, de comparar, de aprofundar. “Onde estás?
” E o que ele faz? Ele renuncia, mais uma vez, ao que lhe é devido. Ele fala: “Ouvi teu passo no jardim, respondeu o homem, tive medo porque estou nu e me escondi” (Gen 3:10) Senti a presença, percebi que estou nu.
Por que está nu? Porque, agora, o texto é simbólico: Adão perdeu a cobertura divina. Entendem?
Todo ser humano, toda criatura alinhada com Deus tem uma parcela humana e tem uma parcela de cobertura divina. Se eu me afasto da presença, da conexão com Deus, só me resta a parte humana, que é insuficiente. Eu sei que ela é insuficiente.
Isto é visível. A cobertura divina, o cobrimento, aquilo com que Deus nos cobre é o plus. Por isso em Atos nós vamos ouvir assim ou, até mesmo em Romanos, Paulo dizendo: se Deus é por nós, quem será contra?
Se eu estou sobre a cobertura do Criador, se eu estou homologado, em conexão, eu tenho uma cobertura. Se eu não estou, qual é a sensação? Sensação de desordem interna, sensação de desagregação interior, sensação de carência, sensação de incapacidade, sensação de fracasso, de baixa autoestima.
Isto vai se refletir como? Com uma necessidade de destacar. Com a necessidade de sobrepujar, de ferir, de conquistar, de dominar, para quê?
Para suprir a carência, eu faço o movimento contrário para suprir a carência. Carência que não será suprida por homens, porque, na verdade, eu estou sentindo falta da cobertura divina. Daí, ele se esconde porque não tem coragem, tornou-se orgulhoso, não tem coragem de retomar a conexão, não tem coragem de aceitar a presença divina que vai pronunciar retidões sobre tudo que é torto na nossa vida.
Presença divina que pronuncia retidões, corrige tudo que é torto. E, aí, Deus pergunta para ele: "E quem te fez saber que estavas nu? Comeste, então, da árvore que te proibi de comer?
" (Gen 3:11) É bonito o texto. É como se o Criador dissesse: ‘mas, então, você comeu do projeto homem sem Deus, projeto do mal? Você comeu dele, porque senão você nunca sentiria falta da cobertura, você nunca se sentiria nu, você nunca experimentaria essa consciência de estar nu, você estaria sempre acobertado, amparado’.
É bonito, aqui, o projeto: o projeto divino é o máximo de conexão com o mínimo de acoplamento. Olha isto aqui! Deus quer estar o maximamente conectado conosco, mas sem nos tomar, sem nos anular, então, com o mínimo de acoplamento.
Ele não vem para nos anular. Nós ganhamos em autonomia, em liberdade, com o máximo de conexão. É bonito isto!
Ele pergunta: você comeu? E aí o que Adão faz? Ele se entrega: "A mulher que puseste junto de mim me deu da árvore e eu comi.
" (Gen 3:11) ‘A mulher me deu e eu comi’: o que ele está dizendo aqui? Deixei de exercer as minhas funções, abri mão do que me competia. É quando você fala assim: amordacei a minha inteligência e, por isso, entrei nessa fria.
Assaltei, como diz Emmanuel, do verbo saltear, as ilusões assaltaram a minha inteligência, tamparam a boca dela, amarraram as mãos e os pés dela e colocaram no porta malas e a inteligência não pode agir. Daí você entrou naquela situação, levado pela ilusão e, agora, estamos experimentando o amargo sabor da desilusão e, pior, tendo que ir lá tirar a mordedura da boca da inteligência, soltar a nossa inteligência, olhar para ela e falar: ‘nossa como que eu cai nisto? ’ Adão que não exerceu, acatou e recebeu da mulher, está pondo a culpa nela, mas está confessando: ‘eu não examinei, não comparei, não aprofundei, eu acatei, sem avaliar, eu não fui Adão, não exerci as funções de Adão, omiti, entreguei-me à omissão.
’ É o tema da parábola dos talentos: aquele que recebeu um enterrou porque se omitiu, não quis correr o risco, não quis agir, ficou com tanto medo de cometer um erro e preferiu enterrar o talento. Está, aqui, a cena de novo se configurando e ele transfere responsabilidade. Depois, nós vamos ver que o ‘castigo’ para Adão, tem a ver com esta atitude dele.
Tem uma sabedoria, aqui: para Adão serão ditas palavras que tem a ver com a omissão dele e nós vamos perceber que não é uma maldição. O que Deus vai dar a Adão é o remédio para ele curar desse mal, que é a omissão, que é frouxidão da inteligência. Deus vai dar um remédio a ele, assim como vai dar para Eva, só que o de Eva é outro, porque o mal dela é outro.
Assim como vai dar também um para a serpente. A serpente também vai ser regenerada, mais dificilmente, mas também será e o remédio dela é outro. Mas, aí, é tema para o nosso próximo episódio e nós vamos ficar por aqui.
Até lá! Eu aguardo você.