então a proposta de hoje é falar mais da O tema foi história historiografia a formação da Nação A ideia é trabalhar como que a construção de uma narrativa histórica eh a construção de uma memória ela tá embricamento ela vai sendo modificada ela é um espaço de de conflito de debate e nós vamos numa certa maneira essa que é minha proposta percorrer esse debate inicial até chegarmos ao século XX quando eh nos anos 30 eh se acredita se consolida digamos assim os caminhos principais de interpretação do Brasil e as grandes narrativas que até hoje ainda animam
eh as leituras que nós temos do nosso passado a história a gente tem que começar com essa primeira definição eh na língua portuguesa assim como em algumas outras línguas há línguas onde a o termo história é ele é mais preciso a acepções diferentes na nossa língua o termo história eh tem múltiplas acepções basicamente o que nos interessa perceber aqui é que a mesma palavra história é utilizada para falar do que aconteceu do que os homens pensaram do que os homens sentiram de todas as ações pensamentos sentimentos da Comunidade dos homens no passado eh a história
fala portanto de um objeto que é a história mas a história também é a ciência que estuda este objeto que é história então entendendo assim nós podemos falar da história Brasil quando nós falamos da história do Brasil nós podemos estar falando do passado das coisas que aconteceram do que as pessoas viveram sentiram pensaram mas também podemos estar falando de uma narrativa que se construiu sobre essa história né a história na verdade ela se cristaliza digamos assim em três acepções fundamentais a história é um objeto ou seja algo que nós podemos estudar é o passado e
as ações dos homens e os sentimentos e os pensamentos dos homens no passado homens e mulheres Claro a história é esse conjunto de situações fatos acontecimentos que vão sendo pensados por nós no presente então a história também é uma sciência desse objeto é uma forma de pensar esse objeto a história é um conjunto de metodologias ela usa um conjunto de teorias um conjunto de procedimentos então para eu entender a história dos homens no passado eu busco vestígios eu construo documentos eu organizo esses documentos em instituições arquivos bibliotecas Eu tenho um conjunto de maneiras de abordar
traços vestígios que nos Foram deixados pelo passado os documentos essencialmente até o século XIX se concentravam nos textos escritos mas a história no século XX apostou muito numa expansão de novos temas novos objetos e novos documentos imagens sons relatos orais cinema filmes todos são documentos que podem ser construídos pelo Historiador no fazer história então a história é um objeto e a história é um fazer um ofício que quem conduz esse Ofício geralmente é o historiador mas nem sempre o historiador é aquele que se profissionalizou no século 19 para cá como o camarada que controla digamos
assim os métodos os procedimentos as teorias para estudar esse objeto que é história mas não só um monte de gente faz história estuda história sempre foi assim a história é um conhecimento muito antigo muito antigo bem anterior à ciências humanas bem anterior é é contemporâneo digamos assim da arquitetura essas técnicas que a humanidade construiu junto com a construção da própria civilização e há várias formas de pensar história até um campo específico da teoria e do método dos historiadores que é pensar ou seja pensar cada conjunto cada grupo cultural cada etnia tem um modo próprio de
pensar a própria história ou pensar a história dos outros a história dominante no nosso contexto do mundo Ocidental no século XXI é essa história que se constrói a partir de uma narrativa desde dos gregos e tal e a gente não vai debater isso muito aqui há uma Terceira Dimensão uma Terceira acepção da palavra que é muito importante também para nós se a história é um objeto e se a história também a ciência deste objeto fazer um conhecimento sobre um objeto a história também é a cristalização desse conhecimento em narrativas em textos em discursos basicamente o
historiador estuda o passado usando os métodos da ciência usando teorias da ciência histórica para produzir discursos esses discursos são grafados esse conjunto de textos de narrativas discursos sobre a história produzidos por um fazer histórico Nós também podemos chamar de história mas para sermos mais precisos nós nós historiadores preferimos chamar de historiografia a história grafada a historiografia é o conjunto de todas as narrativas sobre o passado feita por aqueles que estudaram o passado a historiografia ela altera o próprio passado ela altera o forma de pensar o passado e ela mesma pode ser o objeto de estudo
dos historiadores porque cabe a nós historiadores também estudar como os homens pensavam no passado um pouco é o que nós vamos fazer aqui hoje A ideia é pensar a história do Brasil mas também pensar como ela foi sendo pensada desde o século XIX até hoje como que os historiadores foram concebendo uma história do Brasil e construindo esse objeto que é uma construção que se inicia basicamente no século XIX não que antes do século XIX não houvesse uma reflexão sobre a nossa história do Brasil desse território da colônia da Conquista portuguesa na América no início do
século XI bem na verdade anteriormente no século 1637 Frei viente do Salvador escreveu uma história do Brasil é uma crônica contando alguns acontecimentos os governos Gerais o que que aconteceu o que foi feito tal desde o descobrimento do Brasil até mais ou menos a época dele início do século X é uma história do Brasil naquela época o Brasil esse objeto que deu o nome a história dele o livro História do Brasil era uma história de uma colônia portuguesa do estado do Brasil administrativamente o Brasil era o estado do Brasil se lembram que ontem eu mostrei
para vocês que o Estado do Maranhão criado em 1621 era autônomo do Brasil até 1770 quando Frei Vicente escreve em 1637 a história do Brasil o Maranhão tinha começado a existir e ele escreve uma história do Brasil anos depois na verdade 80 anos depois em 1720 um outro Historiador da Bahia chamado Sebastião da Rocha Pita vai escrever uma história da América portuguesa onde ele tentou condensar todos os fatos mais importantes e narrá-la Portuguesa ou seja um nome que unificava essas duas dimensões políticas o estado do Maranhão e o estado do Brasil que futuramente vão ser
unificadas no estado do Brasil em 1774 Mas como eu tava mostrando para vocês esse Brasil ele ainda não se entende como um ente autônomo ele não ele não constituiu ainda uma identidade isso vai demorar muito tempo para para prosseguir até o início da do século XIX o Brasil era um aglomerado de colônias um conjunto de de conquistas de Portugal coordenadas até 1763 mais ou menos meados do século XVI coordenados pel um governo geral sediado na Bahia e um governo não chamava geral mas o governo do do Estado do Maranhão a partir de 1763 o Governo
da Bahia muda para Rio de Janeiro que havia ganho uma importância gigantesca com o ouro com a exportação do Ouro pelo Porto do Rio de Janeiro e a correspondente compra de muitos produtos europeus pelo Porto do Rio de Janeiro e muitos produtos africanos dentre os quais principais o principal produto africano os escravos a cidade do Rio de Janeiro que ganhou essa grande importância muda a ade digamos assim da geografia da política eh do Brasil colonial e passa a ser o centro político mas é justamente no momento em que Pombal o Marquês de Pombal que foi
um ministro todo poderoso no reinado de Dom José em Portugal entre 1750 e 1777 ele promove uma reestruturação administrativa do Brasil fortalecendo as capitanias Gerais São Paulo Minas Gerais Bahia maranh Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul agora as várias Capitanias do Brasil São fortalecidas ele promove uma descentralização para centralizar o poder em Portugal e essa coordenação de um governo geral no Brasil vai perdendo sentido as capitanias falam mais diretamente com Portugal e o fato é que quando nós chegamos no momento da Independência do Brasil em 1822 nós tínhamos uma situação de um país
que não existia ou seja de um conjunto de recortes administrativos num espaço territorial do tamanho de um continente ou de um subcontinente que é a América do Sul levemente coordenados por um governo no Rio de Janeiro mas quase todos eles orientados para Lisboa isso de fato mudou e começou a mudar em 1808 quando por questões da política europeia nós não vamos entrar em detalhes aqui as guerras napoleônicas e tal a posição da monarquia Portuguesa era uma posição eh não neutra era uma posição favorável à aliança contra a as as iniciativas do império eh francês em
construção e Portugal se viu então numa situação de fragilidade quando as tropas napoleônicas invadem a península ibérica e por eh aliança com a Inglaterra consegue organizar a fuga da corte isso significava do rei da rainha do cabeleireiro do Rei do da pagem do da biblioteca de Lisboa que foi encaixotada de armários roupas e todos os serviçais e toda a parte mais importante da nobreza portuguesa para o Brasil para viver no Brasil aonde na Cidade do Rio de Janeiro a migração da corte de Portugal para a cidade do Rio de Janeiro criou uma situação absolutamente eh
singular na história da colonização na colonização da América que é a Metrópole o núcleo político da Metrópole não a Metrópole o núcleo político da Metrópole migrar pra colônia isso criou uma situação em que do dia paraa noite ou seja do momento do desembarque da corte no Rio de Janeiro e o início do estabelecimento de onde o Rei vai morar e agora vamos reformar essa praça vamos fazer isso aquilo o Rio de Janeiro passou a ser a corte portanto a sede da monarquia Portuguesa dos Bragança que era regido pela rainha Dona Maria e pelo seu filho
Dom João VI que vai ser futuramente Dom João VI Em 1815 e esse essa situação criou eh um ambiente onde essas Capitanias gerais do Brasil não tinham mais que se dirigir a Lisboa mas tinham todas elas que se dirigia ao Rio de Janeiro Isso não era visto de uma maneira muito confortável por várias das elites locais de algumas dessas Capitanias Pernambuco Maranhão que não vão de imediato imaginar que essa esse protagonismo agora Exagerado do Rio de Janeiro era algo salutar eles não viam como tal eles viam com um certo ciúme com uma certa preocupação do
fato de que agora a Corte não é era mais Lisboa como havia sido por mais de 1000 anos e agora a Corte não quase 1000 anos e agora a corte estava dentro do Brasil que não era uma unidade reconhecida como tal mas estava dentro desse vasto território americano mas não na sua capitania e sim naquela capitania do Sul Isso vai nos ajudar a entender porque na primeira metade do século X várias dessas Capitanias vão e isso quer dizer vai das elites políticas e econômicas dessas Capitanias como Pernambuco Rio Grande Tamaracá vão num certo sentido rejeitar
essa centralidade do Rio de Janeiro só que a centralidade do Rio de Janeiro ela muda e muda de uma forma radical a própria situação desse espaço eh americano agora digamos assim eh colocado sobre a sombra de uma cor que vivia no Rio de Janeiro a situação que que se vive agora é uma situação de que o Brasil passa a ter uma importância Central no espaço do império Português que se espalhava pelo mundo vamos lembrar ainda que Portugal tinha possessões na Índia tinha possessões na na Indonésia tinha possessões na África muito importantes o Rio de Janeiro
e o Brasil passa a ser o centro desse espaço Imperial e mais do que tudo a relação de dominação Econômica que a Metrópole exercia sobre a colônia que era a forma essencial das relações políticas e mercantis entre esses espaços metropol Metrópolis e Colônia desaparece Tecnicamente Como assim a partir de agora o Brasil passa a não ter mais que exportar as suas mercadorias para Portugal e Portugal que venderia essas mercadorias para o mundo esse papel de intermediário da Metrópole que controlava portanto os negócios os o comércio com as suas colônias passa agora para o Rio de
Janeiro e para dentro do Brasil Então da noite pro dia o fato Colonial Deixa de existir essa é uma é uma situação muito importante isso se se concretiza com um decreto que é dos primeiros decretos eh promulgados pela família real quando chega aqui pela Dona Maria que é a abertura dos portos O que significa abertura dos portos que a partir de agora os Comerciantes sediados no Brasil podem remeter as suas mercadorias para qualquer outro país amigo do mundo né menos paraa França a Inglaterra vai ter um privilégio importante nessa abertura dos portos nós não vamos
entrar nesses detalhes Mas isso muda o fato Colonial Porque até então os portos eram fechados todos os portos brasileiros deveriam remeter as suas mercadorias por Portugal para o mundo isso significava que a coroa cobrava impostos e os Anes portugueses tinham ganhos extraordinários na intermediação a partir de agora os Comerciantes portugueses estão a sua sorte vivendo sobre lá a regência de um preposto colocado pelo Napoleão e agora aqui no Brasil se resolve como vamos continuar negociando com o resto do mundo sobre essas novas regras criadas pela corte portuguesa no Brasil Isso muda o fato Colonial se
a colonização do Brasil começou em 1532 com a fundação de São Vicente em 1808 o Brasil Deixa de ser colônia de Portugal no entanto se lembra que ontem eu estava falando desses desses desses vários deslizamentos desses segmentos da história de continuidades e rupturas aqui nós estamos falando de uma ruptura importante até 1808 o Brasil todos esses conjuntos de colônias que constituíam o estado do Brasil o estado do marião depois o estado do Brasil Unificado eram colônias de Portugal a partir de 1808 não mais então o que que é o Brasil bem os portugueses não vão
demorar muito a resolver esse problema eh aliado com o fato de que a a a a mãezinha do Dom João Dona Maria era um pouco atrapalhada e tal e não ia viver para sempre quando Dom João coloca finalmente a coroa Deixa de ser Regente e vira Rei Dom João VI Em 1815 ele eleva o Brasil a reino 1815 Esse é um fato fundamental da história política do Brasil essa é uma ruptura política importante 1808 é uma ruptura política Mas é uma ruptura Econômica fundamental do sistema colonial 1815 já é uma ruptura política fundamental o Brasil
é elevado a reino que quer dizer isso que esse conjunto é fragmentado de capitanias Gerais mais ou menos comandadas pelo Rio de Janeiro agora passam a constituir um espaço político homogêneo denominado o reino do Brasil até então Portugal o Rei de Portugal Dom João sexto ele era rei de Portugal e do Algarve a monarquia portuguesa sempre foi uma monarquia dupla Portugal era um rein no Algarve era outro lá onde tem as praias no sul e ele era Rei de Portugal e do Algarve senhor dos domínios da Índia do estado do Brasil das conquistas da África
da Guiné tal tal tal tal agora ele é rei do Portugal do Algarve e do Brasil e senhor dos domínios da Índia do alg da da da Guiné e tal tal tal o Brasil passa se tornar um reino um Reino Unido ao reino de Portugal aí é desenhada uma bandeira é pensada toda uma uma simbologia disso é pensado toda uma reestruturação inclusive jurídica desse novo contexto do Brasil o Brasil é um reino de Portugal é um reino da coroa portuguesa da coroa do Algarve A Coroa do Dom João VI que ele não coloca na cabeça
porque isso é interessante eu vou só pincelar aqui desde 1578 quando o Dom Sebastião se perdeu nas orelhas do alcer kibir ninguém sabe se ele morreu ou não o fato que ele nunca mais apareceu então ele já tá morto mas em Portugal isso desencadeou uma crise dinástica que resultou em 1580 com a união Ibérica ou seja o rei da Espanha falou olha parem de brigar aí para quem vai ver quem vai ser o rei na época tinha assumido a coroa o tio do camarada do Dom Seb que morreu sem ter filhos O O Cardeal Dom
Henrique era Cardeal então ele não tinha filhos conhecidos então ele não podia ter sucessores isso criava uma ambiguidade uma situação tinha lá uns braganças já falando eu posso ser rei Mas eles ficaram quietos o rei da Espanha assume a coroa de Portugal mas desde então os reis de Portugal não colocam a coroa na cabeça não há nenhuma representação de reis e rainhas de Portugal com coroas na cabeça coroa sempre está ao lado porque era a ideia de que a coroa está esperando ser recolocada em Dom Sebastião para ser repassada aos novos Reis Quando o Brasil
se torna independente 1822 e se decide pela coroação do Imperador finalmente se inventará uma nova tradição uma nova simbologia um novo Ritual e uma coroa para o Imperador e não rei do Brasil o Brasil não vai ter rei a partir da Independência 1822 teve Rei por um período muito curtinho Dom João VI entre 1815 e 1822 essa é uma rura já importante não tão lembrada pela historiografia porque é muito mais lembrada pela historiografia claro o desencadeado que aconteceu em 1822 quando em 1821 é depois da expulsão dos Franceses finalmente lá da da da da da
Península Ibérica os portugu começam a reativar o seu governo autônomo Claro sobre o comando da monarquia de Bragança o rei tem que voltar a Portugal bem o rei voltará a Portugal e deixará no seu lugar aqui no Brasil como Regente desse reino que é o Brasil o seu filho Herdeiro do Trono de Portugal O Dom Pedro até momento príncipe Dom Pedro príncipe do Brasil 645 Dom Pedro eh Fica no Brasil obedecendo digamos assim os comandos do pai que volta a Portugal e em Portugal se inicia um processo político importante de redação de uma nova constituição
dado que há uma Revolução Constitucionalista em Portugal e h eh a manifestação digamos assim política de se organizar uma nova um novo regime jurídico para monarquia se tornaria uma Monarquia Constitucional não mais uma monarquia absoluta nós não temos que entrar em detalhes nisso só é interessante pensar que nesse momento as várias capitas do Brasil mandam representantes para essa Assembleia constituinte lá em Portugal os representantes das várias capitas do Brasil levam as suas ideias as suas propostas para organizar um espaço político novo que uniria todo o império Português os seus três reinos e as suas outras
regiões mas querem cada uma desses representantes das capitanias de Pernambuco da Bahia de São Paulo do Rio de Janeiro tal eh construir ideias diferentes não havia ainda um projeto de unificação do Brasil havia um projeto de fortalecer as autonomias das capitanias a capitania de Pernambuco já desde 1817 havia os as elites locais políticas e econômicas os grandes senhores de Engenho tal haviam já tentado forçar a mão para fortalecer a sua autonomia em relação ao Rio de Janeiro desde 1817 em 24 eles vão até paraa guerra contra o Rio de Janeiro e vão perder e gente
morreu lá o Frei Caneca e outros morreram em Pernambuco porque não aceitavam o projeto centralizador do Rio de Janeiro que vai se desenhando a partir de 1822 no próprio processo da Independência processo da Independência do Brasil ele articula uma solução unitarista do território uma proposta de unificar o reino do Brasil num único vasto território com uma autonomia política e com uma força política tendo como centro o Rio de Janeiro e o que ficou da corte de Portugal no Rio de Janeiro leia-se Dom Pedro O Herdeiro do Trono de Portugal e os seus principais assessores burocratas
políticos membros da Elite intelectual militar política que estavam ali junto com o Dom Pedro né os Andradas o Bonifácio vários que vão falar não nós nós temos um projeto pro Brasil o nosso projeto não tem a ver com o que tá sendo construído lá nas cortes em Portugal o nosso projeto tem mais com a ideia de manter o Brasil unido sob o comando único do Rio de Janeiro mas que que tem o poder a força eh digamos simbólica de unificar o Brasil ah é o príncipe do Brasil O Herdeiro do Trono de Portugal é é
o príncipe do Brasil é esse dom Pedro e aqui ele ficará bem as tensões entre o projeto que se desenvolvia no em Lisboa e o projeto do Brasil vão levar a uma ruptura política que basicamente tem um fato um momentoso que é o 7 de Setembro que é o momento on de O Dom Pedro fez a declaração dizendo olha ou Independência ou Morte chega as cortes de Lisboa não podem mais ditar o que acontece no processo político do Brasil por quê Porque havia uma forte pressão para reorganizar o sistema político nos termos anteriores A 1808
ou seja uma recolonização do Brasil mas não só havia vários outros representantes de outras Capitanias propondo outras ideias lá no nas cortes eh em Portugal então então Note que há um projeto político que vai se consolidando em torno da figura do Dom Pedro no Rio de Janeiro e que tem algumas características que eu tô aqui esquematizando para vocês uma delas é a defesa do unionismo a defesa da União do território sobre um único comando político ou do Rio de Janeiro a defesa da Monarquia e de uma monarquia que será também constitucional mas portanto Liberal a
uma ideia liberal de uma monarquia mas de uma monarquia que é a monarquia Bragança e a defesa da manutenção da condição criada pela ruptura do sistema colonial em 1808 ou seja de autonomia Mercantil e econômica do Brasil mas com a manutenção da coesão social com a preservação da escravidão o grande eh linha que amarrou o e e pactuou com as elites de todas as capitanias do Brasil o projeto centralizador do Rio de Janeiro foi a escravidão a manutenção da escravidão quando Pernambuco se rebela digamos assim contra o Rio de Janeiro e de fato eles entram
em conflito e é um conflito armado contra o Rio de Janeiro no final das contas o limite desse conflito é quando as elites econômicas e políticas de Pernambuco começam a perceber que dentro do movimento deles há uma elite política que começa a romper com as regras da economia escravista e começa a dizer nós vamos nos tornar autônomos em relação ao Rio de Janeiro porque nós vamos acabar com a escravidão que é exatamente o processo político digamos assim que está acontecendo em boa parte da América espanhola tema que eu acho que o Fernando vai trabalhar diga
então no Brasil depende da região né os momentos de maior densidade digamos da do do do sistema escravista na Bahia por exemplo da escravidão do açúcar 1 ter da população era escravo eh mas os escravos eram estavam envolvidos na no sistema produtivo mais dinâmico e que era capaz de produzir mais renda né As populações livres os homens pobres lives que não se encaixavam nem de um lado nem do outro viviam plantando alimentos ou prestando serviços aos grandes senhores ou aos médios senhores na verdade há um estudo importante do schwar sobre a sociedade economia da Bahia
desde o 16 até o século XIX onde ele mostra que uma das características muito muito fundamental da economia brasileira eh da economia colonial eh no Brasil até eh o século XIX é um padrão de posse de escravo muito fragmentado então era muito raro eh um proprietário ter mais de 100 escravos mais de 80 escravos a maior parte dos proprietários tinha dois três CCO escravos e plantavam cana e um moeno no engenho e um Engenho Sim deveria ter para funcionar pelo menos 30 40 escravos né porque ele funcionava em vários turnos os engenhos era a parte
industrial da economia do açúcar eles funcionavam ao longo do ano a safra ela percorria quase 10 meses do ano ou seja o engenho moia cana quase que ininterruptamente ao longo do ano a cana no mundo agrícola ia sendo plantada de modo escalonado de maneira a fornecer cana madura em boas condições para ser moída em todos os momentos do ano havia alguns momentos de parada Mas os engenhos para serem rentáveis eles tinham que funcionar dia e noite eles funcionavam sem parar praticamente só quando quebrava uma máquina tinha que ter alguma manutenção eh só os engenhos dos
Jesuítas que paravam aos domingos porque por uma questão Cristã os Jesuítas reclamavam muito que os outros trabalhavam os domingos também o que era uma coisa que os levaria ao inferno né mas os engenhos tinham que trabalhar de e noite então eles no engenho havia uma concentração muito grande da propriedade escrava agora no resto da sociedade ela era muito discriminada eh e o Brasil de uma forma característica diferente ente das sociedades das plantations na América é mais ao norte ou no Caribe portanto na colonização inglesa francesa eh o Brasil ele foi constituindo uma sociedade onde a
posse era extremamente difundida dos escravos mas muito fragmentada isso é uma característica eh que depois vai ser analisada por alguns outros historiadores por exemplo Sérgio o se situação onde você tem os dois polos orgânicos da sociedade o senhor de escravos e os escravos que organizam o funcionamento da economia e a dinâmica mais elevada digamos dos fluxos de renda mas no meio do caminho você tem uma imensa camada que ele orgânica que só tende a crescer e que cria essa massa de homens livres homens pobres que é o grande problema do Império Brasileiro no século XIX
é controlar essa população por quê Porque os escravos são ados pelos seus próprios senhores e não dizem respeito à vida política eles dizem respeito ao que acontece dentro da fazenda do cara e o estado não quer saber o que acontece dentro da fazenda do cara agora o resto da população que vive nas matas vive como homens livres tal esse vai se tornando um problema por quê Porque é uma população que crescendo cada vez mais e uma outra coisa que isso tem sido estudado no Brasil é que Diferentemente da dessas colônias digamos mais ligadas a uma
fase posterior do desenvolvimento do capitalismo mais industrial e portanto mais densas no Brasil eh havia desde do século X eh com a chegada dos portugueses aqui o início da colonização mas sobretudo isso vai se desenhando ao longo do 17 uma tendência maior à miscigenação que é um tema do fre uma um um nível de alforria muito maior aqui do que na América do Norte né nos Estados Unidos posteriormente no 19 eh lá tinha menos alforria do que aqui o número grande de alforrias no Brasil tem a ver com a miscigenação na verdade eh tirando os
eufemismos do Gilberto Freire tem a ver com a violência sexual do Senhor em relação às escravas que eram violentadas o tempo todo mas o senhor num segundo momento olhava pros filhos resultado da sua violência e falar ah eu vou alforriar o meu filho Nem sempre né porque a escravidão juridicamente é um instituto Romano que é traduzido pro novo mundo e o Instituto romano da escravidão ele é muito peculiar numa característica que é a ideia de que a condição jurídica do indivíduo Segue o ventre da mãe o o parto Segue o ventre É a frase eh
em latim que quer dizer que o filho de uma escrava é um escravo o que contrariava inclusive eh até muito recentemente toda a a a ciência a natureza o estudo eh da reprodução humana que até então seguia a concepção aristotélica de que a mulher era um vaso que recebia a semente do homem e criava O filho do homem né o homem tinha o poder total de fecundidade digamos assim nessas concepções que são eh eh para nós hoje Completamente absurdas mas que até então eram assim então quando um senhor via um filho nascer da Escrava fruto
da da sua violência do seu ato sexual Aquele filho era ele não era da mulher mas juridicamente ele era um escravo isso gera situações de maior alforria mas gera situações absurdas também o o o Joaquim Manuel de maced escreve sobre isso o próprio Machado de assist tem alguns contos no século XIX onde essas questões todas eh refletidas e pensadas né e a literatura brasileira pensou essa questão onde de repente o filho er da mãe é é um é um texto do do Joaquim Manuel de Macedo porque o pai aforou o filho mas não aforou a
mãe a Escrava quando o pai morre ele erra das propriedades do pai entre elas a mãe E aí ele se recusa a libertar a mãe ele vende a mãe aquelas histórias escabrosas e tal mas eh nós não temos essa contabilidade a historiografia Ainda não fez tem muita coisa sendo pensada pro século X quando nós temos mais documentação mas pro século X e X é mais difícil né no Estados Unidos é diferente a documentação que eles têm pro 19 é mais precisa e os historiadores da economia são mais conseguem fazer mais cálculos quantitativos Mas então se
a gente olha esse desenho da escravidão quer dizer se a escravidão se inicia com a colonização na verdade com a chegada do governo geral em 49 juridicamente se estabelece as condições paraa escravidão que legalmente por lei em 1570 O Dom Sebastião aquele mesmo que desapareceu vai promulgar uma lei legitimando a escravização dos índios que é totalmente contrária à lei do Carlos de 1542 paraa América Espanhola que proibiu a escravização dos índios essa lei ela é válida no Brasil até 1831 com um suspiro que vai de 1758 A 94 no tempo do Pombal quando ela foi
Teoricamente suspensa foi proibida a escravidão então a escravidão indígena permanece por todos esses 300 quase anos a escravidão africana começa a chegar aqui que os primeiros escravos africanos mas os escravos africanos são a maioria já na parte mais dinâmica da economia a partir de 1620 e vão prosseguir como escravos até 1888 então a a história da escravidão ela tá colocada aqui a história política ela tá colocada aqui é claro que as relações se estabelecem mas as rupturas são diferentes uma relação que se estabelece que eu mostrei para vocês que tem sido muito considerada pelos historiadores
é o fato de que o sucesso do projeto unificador centralizador e monárquico constitucional do pessoal do Rio de Janeiro aquele que estava atrás do Dom Pedro é muito e em resultado do fato de que eles conseguiram costurar entre as elites locais das várias Capitanias a manutenção do sistema econômico e social baseado na escravidão né E como que eles vão conseguir manter isso se já em 1824 quando o Rio de Janeiro quando o Brasil o império do Brasil é reconhecido autonomamente pela Inglaterra a Inglaterra nesse tratado exige que se faça o impedimento do tráfico de escravos
E agora como é que a gente vai fazer a monarquia vai simplesmente dizer isso não é problema nosso a gente assina que os escravos continuam a chegar porque a estão chegando aí e tal é proibido mas a gente Ass um papel aqui mas continuam a chegar aos escravos e assim será até 1850 quando finalmente acaba não tá proibido mesmo assim uma outra carga de escravos da África chega no Brasil Então até 1850 os escravos continuam a chegar no Brasil Esse é um fato né A partir daqui se inicia um processo comandado pela própria monarquia de
tentar achar caminhos para a abolição da esv atura para a emancipação dos escravos e a substituição de um sistema econômico e social pelo outro né Há um projeto lento e gradual que procura se desenhar e há também na sociedade começa a se formar um projeto mais radical daqueles que são contrários à escravidão e que dizem isso é um absurdo a escravidão tem que acabar imediatamente e esse grupo abolicionista tem várias facetas uma faceta um pouco mais liberal uma faceta um pouco mais conciliadora e uma faceta bem radical né aqui em São Paulo que era um
estado eh profundamente escravista onde a população escrava ultrapassava mais da metade da população livre se organiza uma proposta mais radical em relação ao fim da escravidão então H aquele grupo dos caifazes que são os camaradas que simplesmente invadem as fazendas tiram os escravos e levam eles embora e acabou a escravidão assim na marra né e levam para o Rio de Janeiro para Santos muito deles que vai se tornando uma cidade livre né e os escravos vão vivendo lá no morro do Jabaquara tal que é uma coisa interessante da história de São Paulo esse movimento mais
radical que vai ganhando força mas não interessa muito isso agora aqui pra gente eu quero voltar para falar da historiografia eu tava falando como em 1822 esse grupo político centralizador acaba digamos assim eh ganhando parada construindo uma alternativa política em torno do Dom Pedro que então passará a ser o imperador Dom Pedro I né então de imediato uma série de eh conversas diálogos propostas começam a se organizar em torno desse projeto político isso não nasceu da noite pro dia isso foi sendo costurado antes ou seja não é o Dom Pedro andando aqui por São Paulo
lá perto do riacho do Ipiranga que recebeu uma Car e dizendo é chega eu não aguento mais esses caras lá nas cortes tentando re escravizar o Brasil recolonizar o Brasil tira a espada Independência ou Morte quem tá comigo fica vamos embora e tal quer dizer isso é o que tá no quadro lá do Pedro Américo eh na verdade eh o Brasil esse esse projeto foi sendo construído e consolidado e muitas coisas tiveram que ser decididas sobretudo a partir do momento em que ele começa a se tornar uma idade quando a ruptura é decidida quando o
Brasil se torna efetivamente autônoma essa autonomia tem que ser construída ela tem que ser construída politicamente no âmbito das relações internacionais não há um estado autônomo sem reconhecimento internacional quem vai nos reconhecer Portugal Claro que não a gente tá brigando com Portugal mas desculpa você tá brigando com o seu pai é é por enquanto eu tô aqui no Brasil eu sou protetor do Brasil aí alguém vira e fala Imperador Mas por que Imperador Por que que o Brasil não passou a ter um Rei por que Imperador porque tava na moda tava na moda por causa
do Napoleão o Napoleão tinha se Coroado o Imperador a ideia de um império era uma boa ideia era uma boa ideia em vários sentidos não é porque só tava na moda porque era bonitão o cara sem Imperador mas porque politicamente também o Brasil ainda não era um reino como queria o pai dele Dom João emem 1815 o Brasil era um território como a Rússia e como agora a França era um império era um lugar onde vários espaços políticos deveri subordinados aerador e era um Imperador também porque como Napoleão a legitimidade política do Dom como Imperador
era o fato dele ser o protetor do Brasil Imperador Porque aclamado pelos povos isso foi decisivo na construção jurídica da legitimidade digamos assim do processo da Independência é preciso legitimar uma Independência Por que que o Brasil se tornou independente bem eu sou ucraniano eu quero independente porque eu falo russo não porque eu falo não eu falo russo eu quero me juntar à Rússia a língua tem um papel decisivo a cultura a etnia cada e o Brasil nós somos o quê eles olhavam você é O Herdeiro do Trono de Portugal eu nasci em Coimbra elou em
Coimbra Ele é meu colega somos todos portugueses nascidos em Portugal um ou Ah não O Bonifácio nasceu em Santos Oh ele é brasileiro ai é brasileiro ou é Brasiliense ou é Brasiliano vai virar Brasileiro né que é uma uma coisa também curiosa o nome que se deu a nossa identidade de brasileiro porque esse sufixo eiro é profissão né Então até então os holandeses falavam muito dos índios brasilienses ou dos brasilianos mas brasileiro começou a ser chamado as pessoas de brasileiro então nós somos brasileiros sim quem somos os brasileiros a quem mora no Brasil então na
minha fazenda os escravos também são brasileiros não eles são africanos eles são da Guiné da mina então eles não são brasileiros não e os índios que moram no sertão também também não são brasileiros Então quem são os brasileiros somos nós Os descendentes dos portugueses bem nós estamos aqui e o que legitima essa ruptura Ah é a aclamação dos povos o processo político se deu pela eleição do Imperador pela aclamação dos povos imediatamente foram enviados para todas as câmaras municipais do Brasil que eram umas 400 eh cartas solicitando que a câmara Municipal se reunisse em cada
município e aclasse o Imperador e Perpétuo defensor do Brasil o Dom Pedro o que foi sendo feito por todas as câmaras municipais todas inclusive Angola como eu tava dizendo para vocês são Paulo de Luanda aí o pessoal falou não não Angola não tá no Brasil é império do Brasil porque aí os ingleses iam ficar nervosos então deixa os angolanos para lá bem e o Maranhão o Maranhão fala eu não quero aclamar esse cara aí o Imperador precisa dizer não mas vocês vão me aclamar E como que eu imponho a aclamação bem Tem vários jeitos de
fazer isso um deles é mandar um canhão apontar lá pra câmara municipal mas que canhão é esse nós temos um exército aqui no Rio de Janeiro ó Doutor tem aqui tem o exército português tá estacionado ali e agora eles são eles dizem eles obedecem a mim ou obedecem a Portugal vamos lá conversar com eles alguém vai lá e aí vocês estão desse lado ou daquele tudo isso tá sendo construído em negociado então agora o exército em vez de usar roupa amarela vai usar roupa azul em vez de azul vai usar Verde Quais são as cores
do Brasil é o verde amarelo é fica verde amarelo mesmo não porque o Brasil é verde amarelo porque a casa de Bragança era verde amarela então a bandeira homenageia a casa de Bragança Ah mas vamos colocar o que no meio a esfera Milar como os reis de Portugal faziam desde o século XV não vamos colocar um outro brasão então alguém vem E propõe vamos desenhar um brasão que tem esfer lá aí eu ponho um ramo de tabaco do lado um ramo de café do outro tal então alguém desenha uma bandeira do Brasil alguém escreve um
hino pro Brasil o próprio Imperador toca musiquinha alguém escreve o texto começam a pensar então precisa ter um ministério ministério do quê da fazenda da Saúde da educação da cultura o ministério da cultura foi o Color que inventou Então esse não tinha precisa criar todos esses mecanismos prisa criar uma constituição é óbvio tem que ter uma constituição e como é que um uma Monarquia Constitucional baseada numa Constituição e portanto Liberal a altura do século XIX faz uma constituição convoca-se uma assembleia constituinte com representantes de todos esses municípios e tal que aclamaram o Imperador e os
caras vão lá discutir aí começa uma conversinha para lá outra para cá aí um levanta a mão e fala escravidão é absurdo aí o outro fala é Não sei eu tô com umas outras ideias aqui aí a turma que tem entorno do Imperador fala esses caras estão conversando demais Então fecha a assembleia e outorga uma constituição 1824 que é aquela constituição que eu tava dizendo para vocês onde eles eles outorgaram o o Imperador outorgou uma constituição onde não há palavra escravo escrita na Constituição Óbvio porque eles não iam criar uma uma nação um estado nação
baseado numa constituição Liberal com a palavra escravo lá dentro a escravidão era vista como um fato do mundo da propriedade do mundo da economia e que um dia nós pensaríamos nesse assunto bem mas essas várias outras dimensões começam a ser construídas né e esse é um momento muito interessante de construção das narrativas por quê Porque é preciso também aí eu tô chegando no no no na parte mais central do do argumento aqui que é a ideia entre e outras várias coisas o hino a organização dos ministérios do exército da igreja do não sei o que
da rua da monumento tal tal tal é preciso pensar a história Opa nós somos um país independente Claro por que que nós somos um país independente porque nós nos tornamos Independentes de Portugal e esse movimento essa reflexão ela já traz uma informação nova que é criada de abrupto Porque até então o Brasil era um espaço português era parte de um contexto jurídico histórico e social de Portugal no momento em que esse espaço quer se ver como um espaço autônomo e independente significa que ele se tornou independente ele deixou de ser dependente quer dizer que até
1922 o Brasil era dependente de Portugal portanto era uma colônia de Portugal isso significava o Brasil era dominado por Portugal então começa a se desenhar uma visão da nossa história que para nós hoje é muito corrente que a ideia de que existe um Brasil que foi descoberto em 1500 foi sendo ocupado criado cidades economia escravos e tal esse Brasil foi crescendo Mas ele foi crescendo como colônia ele dependia de Portugal em 1822 ele se tornou Independente de Portugal mas há um substrato que teria permanecido o Brasil o Brasil sempre existiu Essa é a ideia que
tá sendo construída no século X o Brasil existia como colônia de Portugal e agora finalmente amadureceu ao ponto se tornar Independente de Portugal Então a nossa história deveria ser dividida começaram a pensar eles entre um período colonial e o período do Brasil independente Eu dou aula lá na USP tem quatro disciplinas de história do Brasil Brasil colonial 1 e 2 Brasil independente 1 e do e assim desde que foi fundada a universidade criada o curso de hisa lá Brasil colônia Brasil independente e assim temem todos os manuais todas as coisas mas isso não foi não
apareceu pronto isso foi refletido a primeira reflexão sobre essa maneira de periodizar a história do Brasil surge num Instituto que foi criado em 1838 pelo grupo de militares burocratas ministros que viam no Rio de Janeiro e se agitavam em torno da sociedade eh Auxiliadora da indústria Nacional indústria não era fábrica indústria era agricultura tudo que fosse relativo à economia e que resolvem criar um Instituto Histórico e geográfico na cidade fluminense na Cidade do Rio de Janeiro esse Instituto Histórico e geográfico depois vai ser chamado brasileiro Esse é o emblema que que eles desenham veja aqui
tá sendo escrito aqui a data da criação do Instituto sobre a proteção de Pedro I é um gênio escrevendo isso isso aqui é o Pão de Açúcar eles desenharam isso isso foi apresentado ao Pedro I na segunda sessão do Instituto Porque na primeira sessão em 1838 eles decidiram que iriam uma das primordiais era convencer o Pedro I a ser protetor do Instituto e ele foi será protetor sentará nas reuniões dará dinheiro pro Instituto e tal e tal e tal a república vai continuar protetora a ditadura foi muito protetora do Instituto deu um prédio lá no
Rio de Janeiro no Botafogo o Instituto Histórico geográfico existe até hoje lá é uma das instituições culturais mais longevas do Brasil criado em 1838 com a tarefa de escrever história do Brasil estudar a geografia do Brasil porque esses temas caminham juntos ora o Brasil vai ser um território Unificado Qual é exatamente o território do Brasil ah pega o Google Maps aí vê não Alguém tem que desenhar o mapa Qual é o mapa do Brasil tem uns mapas aqui qual é a fronteira do Brasil o Brasil tem fronteira com a Venezuela o Brasil tem fronteira com
a Argentina qual exatamente fronteir tem como que a gente sabe que tem os documentos aqui espera aí vou mandar umas pessoas paraa Europa para trazer todos os mapas todos os documentos para abastecer a nossa diplomacia dessas discussões que vão prosseguir no Brasil até 1910 as fronteiras brasileiras com relação aos outros países da América se estabelecem em 1910 né então durante esses anos todos o Instituto Histórico e geográfico terá um papel importante de descrever o território de estudar o território de enviar missões às fronteiras e ao interior do território vai agregar também historiadores vai mobilizar indivíduos
para recolher os documentos que permitem escrever a história do Brasil e escrever uma narrativa sobre a nossa história isso é fundamental Digamos que amanhã o estado de São Paulo o tucão resolve se separar resto do Brasil vamos nos separar do Brasil ninguém aguenta mais em 2018 o Lula é eleito o Nordeste elegeu o Lula e tal eu vou me separar do Brasil e vamos colocar o Alkimin como protetor Perpétuo do tucan istão e o Fernando Henrique como imperador do tucan stão então tá bom então São Paulo vai se tornar um estado independente Então nós vamos
ter que escrever uma história de São Paulo nós vamos ter que criar uma narrativa mostrando que São Paulo sempre foi dominado pelo resto do Brasil e tal e nós vamos construir a especificidade da cultura de São Paulo como a gente gosta de farofa de milho e como São Paulo é uma terra de trabalhadores e os bandeirantes e tal e não sei o quê essa especificidade de São Paulo essa busca por exemplo de uma raiz própria de um orgulho próprio na verdade foi algo resultado por exemplo da Revolução de 32 Tod essas estátuas de Bandeirantes espalhados
por São Paulo Borba gatos e tal os nomes de bir apuera não sei o quê tudo isso é produto disso a restauração dessas casas bandeiristas e tal tem a ver com um pouco de uma tentativa lá nos anos 40 logo após a derrota de 32 de reerguer essa moral construindo aquele Obelisco medonho lá no Ibirapuera tá tá tudo isso espalhado isso não tá totalmente essa narrativa digamos de São Paulo autônomo não tá totalmente morta há uns anos atrás eu fui por exemplo num evento o estado de São Paulo esse jornal eh digitalizou todo o seu
acervo e resolveu lançar num grande evento Gilberto Gil tocou a cel cantou foi muito legal e eles fizeram um evento no auditório no Ibirapuera que dia que Eles escolheram para lançar o o o Estadão digital o acervo digital do Estadão dia 23 de Maio era uma terça-feira dia 23 de Maio tem a ver com o nome daquela Avenida que deságua ali né você sabe que é muito importante paraa história de São Paulo assim como 9 de Julho 9 de julho é feriado 23 de Maio não é deveria ser também juntaria faria um combinado combo com
21 E aí enfim bem a gente aí os caras vão lá e começam a falar da história do Brasil através do Olhar da história da Elite Paulista do Estado de São Paulo que construiu o Brasil e tal não sei o quê aí de repente tem o eles vão contando a história do Brasil num telão lá com os comentários não sei o qu aí chega o período do Getúlio período mais negro da história o estado de São Paulo sofreu uma intervenção eles não digitalizar os anos em que o estado de São Paulo estava sobre a intervenção
do estado novo não foram digitalizados porque o jornal com considera que aquele texto não é o jornal porque Getúlio monstro ditador e tal é isso é a revolução de 32 né mas São Paulo reagiu e criou a Universidade de São Paulo que essa locomotiva da cultura e da Inteligência brasileira que vai levar São Paulo paraa frente eles estão nervosos agora com isso porque a USP é um pouco e indócil Mas vamos lá oi sim sim dos dois lados as situações inclusive de conflito antes mesmo da Independência o Brasil teve uma guerra na Sis Platina e
que foi importante e depois vai ter a guerra do Paraguai e tal mas Haverá várias outras tensões e diplomacia negócios que vão ser feitos com as guianas com a França e tal com o Acre o Brasil vai trocar vai comprar vai negociar para até construir e desenhar as suas fronteiras com os outros países sim mas o Instituto abastece a formação de um conhecimento que é essencial para por exemplo o Itamarati poder pensar Qual é o melhor arquivo histórico de mapas de cartografia do Brasil é o arquivo do Itamarati no Rio de Janeiro é né e
do Instituto Histórico geográfico do do Brasil lá no Rio de Janeiro também na Praia do Botafogo agora com relação à história então eles têm que pensar uma história na sexta sessão do Instituto Logo no início do ano de 1839 já sobre a proteção do Pedro I eles se reúnem e o Presidente do Instituto que era o Januário da Costa propõe a seguinte tema ele fala assim vamos conversar porque as reuniões do Instituto é sentava os caras com chá como a Academia Brasileira de Letras P uns fardões não tinha fardão tomava um chá comia uns biscoitinhos
e tal focava um pouco sobre a vida das pessoas depois ó V ter um assunto sério aqui vamos primeiro pensar para pensar a história do Brasil a gente vai ter que reunir documentos e começar a refletir sobre a história do Brasil mas não há uma história do Brasil sem uma periodização Ah o outro diz muito bem pensado então eu proponho aqui uma discussão como periodizar a história do Brasil e aí tá as atas do Instituto contam isso Os Camaradas conversam até que um deles fala assim eu tenho uma proposta a história do Brasil deveria ser
dividida em três períodos o período pré-história antes da chegada do Cabral quando o Brasil era uma terra ocupada por uns índios quem vai estudar esse período são os pré-historiadores arqueólogos etnólogos antropólogos aí começa a história do Brasil em 1500 ótimo com a chegada do Cabral aí tem o período colonial que vai até o 7 de setembro de 1822 depois começa o período do Brasil independente a história do Brasil se divide em três períodos bat em Palma está provado então vamos escrever a história do Brasil Abreu e Lima escreve a primeira história do Brasil em 1843
é um manual compêndio da história do Brasil um camarada natural da Província de Pernambuco membro do Instituto Histórico e geográfico brasileiro e que vai escrever a história do Brasil em um volume para quê sobretudo pros alunos do colégio Pedro I poderem estudar a história do Brasil primeiro manual de história do Brasil serve aos estudantes do primeiro colégio ensino secundário digamos criado no Rio de Janeiro com o nome sobre a proteção do Dom Pedro I também tá até hoje lá que era para formar as elites os burocratas os filhos dos ministros dos Senhores grandes proprietários dos
Barões do Café lá no Rio de Janeiro aqui em São Paulo tem outros e tal e tal Abreu e Lima vocês sabem Abreu e Lima é o mesmo daquela Refinaria Abreu e Lima que deu tanta polêmica e tal que o Brasil fez junto com a Venezuela Por que o nome Abreu e Lima foi escolhido pelo governo do Lula porque Abreu e Lima é um herói na Venezuela né curiosamente esse Pernambucano que era filho de um de um padre que inclusive sofreu muito na mão da monarquia porque ele era o padre Roma um dos caras que
eh tava no no no na na no momento do de Pernambuco tentar afirmar sua autonomia em relação ao Rio de Janeiro eu não vou entrar os detalhes esse camarada ele foi muito importante ele se tornou um militar mas ele se tornou um militar importante Generalíssimo fora do Brasil lutando com o Bolívar e lá na Venezuela tem estátua do abril e lima tal depois um pouco mais velho ele volta pro Brasil e é absorvido como General do Exército brasileiro e frequenta o Instituto Histórico geográfico escreve o primeiro livro de história do Brasil 1843 e ele diz
na introdu seguindo a orientação do Instituto esse livro está dividido em três épocas a pré-história a história do Brasil colônia e a história do Brasil independente tá tá tá conto ela aqui o pessoal acha o livro meio ruim algumas resenhas saem na revista do Instituto que começa a ser publicado em 1839 falando esse livro é meio ruim entre eles quem vai dizer que o livro é um lixo é o Van Hagen eu vou falar dele daqui a pouco que era um Historiador estranho que vivia na Europa em Madrid ele vive em Viena depois vai para
Madrid tinha nascido aqui em Sorocaba filho de uns alemães que tinham vindo trabalhar um engenheiro que veio trabalhar na usina de de ferro de Sorocaba uma uma processamento uma usina de Ferro em Sorocaba e que tinha saído bem jovem do Brasil ido estudar em Portugal lutou ao lado do Dom Pedro I de Portugal não Dom Pedro IV de Portugal o nosso Dom Pedro I que vira em Portugal na guerra frati entre ele e o seu irmão Dom Miguel para ele retomar a coroa de Portugal O Dom Pedro ele é muito ligado à família real aos
braganças e adora o Brasil ele quer ser brasileiro em 1841 ele veio ao Brasil visitar a terra natal dele passa um tempo aqui tal fic um tanto quanto horrorizado com a barbárie que era um homem que viv em Viena depois foi viver em Madrid e ele diz eu quero ser brasileiro eu quero me tornar cidadão aí é rado a Ele o Título de Cidadão do Brasil mas eu vivo fora e ele se torna um diplomata e vai passar o resto da vida fora ele morre no Chile como Diplomata brasileiro no Chile mas ele vai escrever
muitos livros uma das primeiras coisas que ele faz na revista do Instituto é escrever uma resenha dizendo esse livro é muito ruim o cara não sabe nada de história do Brasil ele não cita um documento tal é uma recompilação daqueles livros do Frei Vicente e tal isso só vai entorpecer os nossos estudantes temos que escrever um livro melhor na época o Van haen ele não era bem um Historiador ele era um literato ele escrevia poesias e tal como todos eles que estavam lá no Instituto Histórico e geográfico o Instituto Histórico abrigava muitos desses literatos Gonçalves
Dias gonçalv de Magalhães José de Alencar tal esses românticos brasileiros que escreviam uma outra parte necessária da identidade da Nação a literatura brasileira em 1824 um amigo dos brasileiros ou seja um amigo dessa turma que resolveu declarar Independência Portugal deu um caminho pro pessoal aqui porque o pessoal ficou um tanto quanto nervoso e incomodado então nós somos um país independente mas nós falamos em português Nós escrevemos em português a nossa literatura é portuguesa não não é não nós temos que escrever uma literatura brasileira mas nós vamos escrever em Tupi eu não quero aprender Tupi um
ou outro maluco queria aprender Tupi não não es que Tupi é coisa de índio vamos escrever em português mas de um jeito diferente como assim diferente o ferdinandi que era um grande amigo brasileiros tinha escrito sobre o Brasil e era o diretor da biblioteca são genevieve lá em Paris perto do Panteão tem uma biblioteca linda lá e coleção dele é magnífica Então os historiadores brasileiros gostam de ir lá a ler o ferdin escreveu um artigo e publicou muito interessante que ele dizia como deve se escrever a literatura brasileira e ele dizia vocês devem seguir o
exemplo de dos românticos franceses como chatobrian mais para frente como Vítor Hugo vocês devem procurar o que é mais peculiar mais saboroso e típico do Brasil e exarcebada esse lado por exemplo a natureza Ah o Brasil é uma potência as as árvores são frondosas gigant os rios caudalosos o sol calor vocês T que escrever sobre isso escrevam sobre os índios também porque isso não tem outro lugar do mundo ah boa ideia vamos começar a escrever uma liter em português mas cujos temas são brasileiros e os camaradas começam a escrever sobre isso uma literatura brasileira O
o o Van Haagen vou falar dele daqui a pouco escreveu sobre isso né ah antes de chegar na liter vou voltar aqui pra literatura Opa por exemplo Gonçalves Dias publicou em 1851 os seus últimos cantos um livro de poesias últimos ele escreveu vários outros depois dentre eles tem um que é um canto aos Tamoios dos Tamoios onde os Tamoios falam os índios falam a voz poética dos índios ele vai escrever vários poemas do ponto de vista dos índios ele Gonçalves Dias assim como Gonçalves de Magalhães assim como José de Alencar e outros vão constituir no
romantismo brasileiro um movimento que a literatura vai chamar eles mesmos vão se chamar de indianistas ou seja onde a temática da história dos índios da cultura dos índios do ponto de vista dos índios é a temática principal do discurso deles os índios são escolhidos para serem os heróis da nacionalidade brasileira eles entam o Brasil O índio é o representante do Brasil por quê Porque é o habitante original o habitante autóctone é aquele que dá a imagem do Brasil e essa literatura ela vai ganhar mais força ó e as coisas os caminhos são as pessoas Eram
poucas na época os caminhos eram cruzados o Gonçalves Dias vai passar boa bons anos em Lisboa copiando documentos pro Instituto Histórico o Instituto Histórico paga para ele para passar uma temporada em Lisboa trazendo documentos pra história do Brasil o Instituto Histórico a revista Vai publicar a carta do caminha Vai publicar os principais documentos sobre as capitanias do Brasil até então ninguém sabia muito bem Ah tem a carta do caminha tem o Cabral veio aqui tem um escrivão da armada que escreveu Oh esse documento é maravilhoso por quê Porque esse documento é a certidão de nascimento
do Brasil e nós demos sorte nisso eles deram Porque de fato é um documento muito saboroso o documento da relato da viagem do Cabral da parte que ele encostou no Brasil né Há sete documentos na época testemunhais que falam dessa viagem do Cabral um deles é esse extraordinário documento do escrivão camin que é muito literariamente saboroso muito descritivo e tal que é muitos de vocês conhecem aqui na história do Brasil ele foi tratado como a certidão de nascimento quando eu estudava no no ginásio fazia parte da literatura brasileira quando começa a literatura brasileira ah na
carta do caminha e depois Ah vai indo aí tem o o Padre Antônio Vieira Depois tem o Gregório de Matos e tal aí o meu colega lá em Portugal fala assim ei ei vocês estão dizendo que o Vieira é literatura brasileira vocês ficaram doidos o padre Antônio viira nasceu em Lisboa o padre Antônio viira é literatura portuguesa tem que tá no outro manual manual da história da literatura portuguesa não o Padre Antônio Vieira é brasileiro Não não é é não é é não é em 1957 o Antônio Cândido meio que resolveu esse dilema pra gente
dizendo assim olha no livro que ele escreveu formação da literatura brasileira na verdade na verdade a literatura brasileira como um sistema cultural começa no século XVI com os árcades em Minas Gerais porque lá eles começam a falar de temas locais para um Público local então o sistema literário ele exige a produção de uma obra e de a recepção dessa obra localmente isso eu posso identificar lá temos de uma sociologia literária no final do século XVI mas essencialmente a literatura brasileira como tal nasce com os românticos esse Gonçalves Dias Magalhães e tal Porque eles de fato
vão se engajar na construção de um sistema literário Nacional aí ele escreveu esse livro até hoje fez muito sucesso mas não deixou de ter críticos como por exemplo os irmãos Campos o Augusto de Campos vai escrever um texto dizendo o sequestro do Barroco falando assim Esse sujeitinho Antônio Cândido meio sociólogo e meio literato resolveu sequestrar o Barroco Brasileiro tirando da literatura brasileira O Gregório de Matos o Padre Antônio Vieira tal isso não pode junto dele estavam os tropicalistas Caetano Veloso e tal que amavam o Gregório de Matos a turma baiana porque é o Gregório de
Matos é o grande poeta baiano e tal então não podem sequestrar o nosso Barroco até hoje h polêmicas sobre isso mas notem que a questão aí é a literatura brasileira O F dá essa dica o Van Haagen que eu vou voltar a falar dele escreve um livrinho em 1900 1800 44 que ele vai chamar florilégio da poesia brasileira ele ganh um prêmio do Instituto Histórico e geográfico ele reúne poemas desde o Santa Rita Durão no século X tal hã e vai falar isso é do século XV desculpa e vai falar isso é a nossa literatura
oh é um pequeno manualzinho de literatura brasileira eles estão pensando a construção disso O vag vai fazer isso e em 1843 quando é publicado o compêndio do Abreu e Lima o Instituto Histórico e geográfico lança um concurso como se deve escrever a história do Brasil o ganhador ganhará tantos mil réis em moedinhas de ouro uma medalha do Instituto e o seu texto será publicado na nossa Revista o que nós queremos nós queremos saber dos Senhores Qual é o melhor modo de se escrever história do Brasil Opa várias pessoas se animam pensam em responder ao concurso
como escrever a história do Brasil e quem ganha o concurso é esse camarada daqui Marcius que aqui aparece a portugues Carlos Frederico Felipe de Maros era um austríaco um camarada que esteve no Brasil conheci profundamente o Brasil provavelmente muito mais do que qualquer membro do Instituto Histórico geográfico brasileiro ele veio com outro colega dele SPS em 1817 junto com a comitiva da Dona Leopoldina que veio casar com Dom Pedro e andou pelo Brasil inteiro nas costas de mula barco tal aprendeu dezenas de línguas indígenas escreveu vários livros sobre as línguas indígenas sobre a flora sobre
a fauna brasileira e um livro que ficou muito famoso junto com SPS esse relato da viagem pelo Brasil ele para Viena lá fica como membro da academia de ciências alta posição intelectual e sócio correspondente do Instituto Histórico brasileiro quando ele recebe a revista em 43 que diz nós vamos abrir um concurso ele senta com a sua escrivaninha com a sua pena e escreve em alemão um texto que é uma tese de como se deve escrever a história do Brasil outros escreveram teve um que escreveu uma que dizia assim a minha proposta de escrever a história
do Brasil é simples Em décadas 1500 1510 conta tudo que aconteceu 1511 1520 tudo que aconteceu aí o pessoal do Instituto deu gargalhada né falou Pô esse cara tá no século X isso é uma coisa de cronista nós queremos uma coisa inteligente de como se pensa a história do Brasil e o f maios tem uma sacada genial ele propõe um método filosófico para entender a história do Brasil e o texto dele é publicado ideias gerais sobre a história do Brasil basicamente Resumindo o texto que tem umas 20 e poucas páginas ele diz o seguinte a
história do Brasil deve ser contada do ponto de vista da história da formação do povo brasileiro aí o pessoal do Instituto como assimo está escrito em alemão isso a formação do povo Mas quem é o povo Brasil aí o Van máo vai explicando a formação do povo brasileiro é o resultado da mescla ele usa essa palavra das três raças formadoras da Nação Os descendentes dos africanos dos indígenas e dos portugueses europeus cristãos antes ele diz que alguém aí fique nervoso dizendo e tal que eu t querendo elogiar aação eu tenho para mim diz como claro
que o rio mais caudaloso é o português e que a contribuição dos africanos e dos indígenas é muito pequena mas ela é significativa por porque ela vai dar um colorido especial a raça dos brasileiros e ele diz antes que vocês aí do Instituto fiquem nervosos eu quero dizer que essa mistura ela não se dá no topo da sociedade ela se dá lá na base nos pobres mas como em qualquer sociedade é lá debaixo que vai surgindo aos poucos os mais aptos mais capazes e que vão se tornar um dia a elite do país daqui a
séculos ele diz ele tá dizendo isso para falar pro pessoal do Instituto Histórico Ele tá dizendo que nós somos mulatos que nós somos Miss nós somos brancos europeus não Fiquem tranquilos eu estou dizendo que a história tem que ser contada assim O Encontro do encontro das três raças surgirá um povo peculiar E isso tem que ser contado diz ele mais à frente do ponto de vista da União do território sobre o comando da monarquia por qu se tivesse tempo eu ia ler um trecho aqui dele que que é genial onde ele fala assim por quê
Porque hoje o Brasil está muito propenso a essas ideias licenciosos há uma discussão muito desabusado na imprensa dessas ideais modernos e novidadeiro que vem da Europa não temos que tomar cuidado com isso porque nós todos sabemos tá escrito isso assim que só uma monarquia centralizada num país com tantos esc poder manter a ordem social então a história do Brasil será a história da formação do povo e a história que legitime a monarquia palmas para o Senor marcios uma medalha para ele o Imperador fica todo contente o Instituto Histórico tem um jeito de periodizar a história
e um jeito de escrever a história do Brasil de fato hisória do Brasil escrita NES teros esse senhor daqui natural de Sorocaba um sócio do Instituto Histórico do Brasil que muito modestamente não escreveu o seu nome na capa do livro ó isso hoje em dia é uma coisa que não se faz a gente que se mata para ter um nome na capa do livro mas nós vamos escrever o que ao lado warn haen Francisco Adolfo de Van Haagen esse camarada nascido em Sorocaba é um sócio do Instituto e ele escreve em 1854 o primeiro volume
da sua história geral do Brasil nessa história do geral do Brasil ele segue as instruções do f marus a história do Brasil é a história do encontro e da mistura das raças mas o tempo todo ele vai dizer sobre o comando dos portugueses cristãos as outras raças estão sendo submetidas pelos portugueses cristãos ele vai dedicar um capítulo à história dos índios os índios os índios do Brasil eram assim eram Tupis eram tupinambas faziam pipoca dormiam em rede tinham ocas e tal Capítulo dois o descobrimento do Brasil o Brasil então foi descoberto tal depois do descobrimento
capitanias hereditárias veio Martinho Afonso tal e aí dividiu as capitanias Em quantas capitanias hereditárias tal tal tal ele põe até um mapa com o desenho das capitanias hereditárias ninguém tinha feito isso até então porque o Van Haagen Diferentemente dos outros historiadores tava nos arquivos ele foi a Lisboa foi a Portugal tem um negócio de capitania hereditária tem tem o livro do registro das doações régias ele foi e viu todas as cartas forais e as cartas de doação leu todas e anotou exatamente quais eram os capitães e tal e não sei o quê e escreveu até
hoje nós estamos em 2016 até hoje dos melhores Capítulos sobre as capitanias hereditárias no Brasil é do Van Haagen ainda não se escreveu coisas mais complicadas do que ele Ah tem um cara em Portugal que escreveu um livro importante chamado capitanes do Brasil Saldanha tal mas muito tá lá Ele escreveu um livro em dois volumes 1854 1857 segundo volume onde ele dois grossos os volumes onde ele constrói o cânone da historiografia brasileira ele vai ter o primeiro a colocar um capítulo sobre a guerra dos Palmares ele vai falar da da descoberta do ouro tal todos
esses principais eventos digamos assim ele vai descrever claro que de um ponto de vista dele que vai usar a ideia da mistura das raças mas o tempo todo tentando falar que a raça Branca portuguesa é dominante sempre Vitoriosa por qu porque ele é profundamente reacionário conservador racista e escravista e ele faz questão de dizer isso ele faz questão de dizer eu que vivo na Europa ele fala isso o tempo todo em vários outros textos e tal sei muito bem o que D essas ideias meio socialistas esse liberalismo radical eu vi o que aconteceu na França
em 48 eu vi o que aconteceu aqui eu vi o que aconteceu ali eu sei que tem um manifes inho comunista circulando ali então aqui no Brasil não aqui no Brasil nós estamos bem porque a raça Branca manda e os escravos africanos obedecem ainda bem ainda bem aí o pessoal fala não cal pega devagar quem fala pega devagar os indianistas que estão lá escrevendo poesia cessi Peri tal não sei quê 18 qu a primeira edição em 1851 o Gonçalves Dias publicou esses poesias dele onde ele elogia os índios fala da bravura dos índios da Resistência
contra opressão tal na segunda edição dos anais históricos do Maranhão que foram escritos por esse berredo no século X o Gonçalves Dias que é maranhense escreve uma longa introdução para dizer que tudo que o berredo diz é uma loucura dizend Esse cara é um racista é um preconceituoso Ele sempre vai ver o lado tal mas nós sabemos que a história do Brasil é uma história de opressão nós sabemos que os primeiros séculos foram escritos no sangue dos indígenas os indígenas foram trucidados pelos bárbaros portugueses selvagens lusitanos que ocuparam o Brasil e tal Porque esses poetas
indianistas eram profundamente antilusitanos o que não causava um paradoxo na cabeça deles escrever em português que os portugueses eram sanguinários eles os filhos dos portugueses eles cujos pais tinham fazendas de café e tal mas eles escreviam isso o Van ragar fica nervoso quando ele lê o Gonçalves de Magalhães no berredo ele estril pior ainda quando ele recebe em 1857 publicada pela 2 de dezembro Era uma gráfica importante no Rio de Janeiro o grande poema do gonav de Magalhães esse poema é um poema incrível hoje em dia ninguém mais lê o poema mas antigamente se Estudava
na escola é um poema que nasceu com a ideia de ser o poema fundador da literatura brasileira O gç de Magalhães que era um literato meio Medíocre Mas um figurão da política tal sujeit barbinho andando por ali abraçando o Imperador ele dá o trabalho de escrever um grande poema para fundar a literatura brasileira Qual é a ideia o modelo dele Quem fundou a literatura portuguesa tá em todos os manuais Quem fundou Qual é o poema fundador da literatura portuguesa Camões Os Lusíadas dos Camões Qual é o tema dos Lusíadas a viagem do Vasco da Gama
ponto os descobrimentos e tal em 10 cantos um poema épico eu vamos fundar a literatura brasileira Vamos eu vou escrever um poema em 10 cantos épico e eu vou escolher um tema Qual é o tema a Confederação dos Tamoios o gonçal de Magalhães era professor de história no Colégio Pedro I ele fica 7 anos estudando a história da Confederação dos Tamoios que para ele é o conjunto das lutas dos Tamoios contra Os Invasores Portugueses e que de uma forma muito oportuna esses tamios eram aliados dos Franceses e nós não somos amigos dos Franceses diziam lá
o pessoal do Instituto Histórico nós somos inclusive sócios do Instituto historic em Paris aliás Paris é lindo você teve lá ah tomou o boj no v e tal Vitor Hugo conversi com ele e tal bem esses Tamoios eram aliados dos Franceses portanto da civilização na luta contra a tacanha violenta dos portugueses maravilha esse é o tema do meu poema a guerra dos Tamoios contra os os selvagens portugueses esse tema dos tamois já tava no Gonçalves Dias ele vai desenvolver gonçal escreve CCO páginas ele escreve 150 páginas o grande poema em 10 cantos e tal eu
não vou falar muito do poema porque não tem muito tempo mas ele é muito interessante em termos poéticos ele é quem vai dizer isso é o Zé de Alencar outro indianista importante que vai publicar um livro trouxe aqui para vocês que vai fazer muito sucesso no mesmo ano O Guarani maior sucesso editorial do século X O Guarani do Jé de Alencar n de Alencar que publica um romance esse sim muito bom até hoje tem que ler para passar no vestibular o Confederação dos Tames tá esquecido vai escrever no jornal do comércio no Rio de Janeiro
uma crítica dizendo esse poema que saiu aí é muito ruim é pífio o cara é péssimo literário tudo bem O tema é bom mas o cara não sabe fazer as rimas estão desencontradas tal ele escreve uma crítica duríssima com pseudônimo e Garu aí um outro cara responde dizendo Você tá louco o poema maravilhoso tal é tudo bom representa o Brasil assinado o amigo do poeta aí ele responde esse amigo do poeta não sabe nada de literatura Aí o amigo do poeta diz eu sei sim há uma polêmica no jornal anônima anos depois se descobriu essa
polêmica foi publicada que o amigo do poeta era o Imperador Pedro I ele mesmo respondia defendendo o poema Por quê Porque ele bancou o poema bancou o Gonçales de Magalhães ele imprimiu o poema e distribuiu inclusive pelo mundo o Gonçalves Dias tava em Lisboa copiando os documentos na torre do Tombo aí chegava no fim da tarde eles iam lá para um saral para algum lugar beber um dos points intelectuais de Lisboa era a casa do Alexandre Herculano grande Historiador português no século X e o gonçaves dias conta que numa carta Ele conta isso que ele
tava na casa do Alexandre julan quando Alexandre julan levanta o livro e fala vamos ler aqui o livro que eu acabei de receber do Imperador um presente que livro é esse é um uma poema aí de um cara Gonçales de Magalhães tal vamos ler aí o o o Alexandre fana começa lê o poema e joga o livro no chão e fala é um absurdo esse antilusitanismo esses caras perderam a noção no Brasil que que eles estão pensando Eles escrevem em português contra nós nós éramos a mesma nação até Poucos Anos Atrás é um débil mental
e não sei o qu e o gonçalv dias escreve que ficou com muito medo acovardado lá no inho da sala por causa da reação do Alexandre Herculano mas o fato é que o poema é defendido pelo Imperador vocês terem uma ideia o tema é a Confederação dos Tamoios a guerra dos Tamoios contra os os portugueses é uma guerra que como vocês sabem resultou no extermínio dos Tamoios Eles foram todos mortos dos tamios hoje sobrou uma estrada que desce com o nome Tamoio em direção ao litoral é o que sobrou dos Tamoios né eles foram todos
exterminados pelos portugueses no momento da construção do Rio de Janeiro porque eles eram aliados dos Franceses os portugueses foram lá aumar o estáo de sar seu sobrinho e tal foram lá para expulsar os os franceses e Lutaram contra os tamanhos mataram todos Cortaram a cabeça tal tal e criaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro né consta que São Sebastião os ajudou na luta contra os Tamoios mas no poema o São Sebastião tem um papel ambíguo ele é bonzinho porque os tamanhos se recusam se cristianizar e um deles o aimbiré que era o
mais guerreiro mais violento e nervoso e tal que queria guerra Total contra o Bárbaro português que invadia as terras brasileiras ele num num dos cantos o o tio dele Tenta convencer ele a se converter ao cristianismo ele fala eu morto eu não vou me converter a religião desses selvagens e tal e fica na dele e dorme muito cansado atormentado pelo fato de que tinha negado o cristianismo e no seu sonho Esse é o Adamastor do poema é o momento central do poema ele dorme sonha no sonho aparece São Sebastião não criado de flechas mas muito
bonitinho Porque mesmo não sendo Cristão São Sebastião existe apareceu para ele e falou ô meu camarada venha cá eu vou te mostrar uma coisa vamos voar voa por sobre o Corcovado ainda não tinha o Cristo Redentor sobre o Corcovado eu vou te mostrar essa cidade no futuro que cidade a cidade que se construirá aqui vocês vão perder a guerra vocês serão dizimados mas surgirá aqui uma grande cidade uma cidade que será a capital do Brasil capital de um grande império aí ele vai mostrar a chegada da corte a coroação do Dom Pedro ieo a coroação
do Dom Pedro II tal t tá vendo vocês vão morrer mas não em vão o sacrifício de vocês Será preservado porque é o espírito de independência será depois abraçado pelo ttara tara tara tara neto do rei que tá mandando matar vocês e vocês serão vingados digamos assim espiritualmente Ah tá ótimo e o poema assim continua na verdade no Brasil como em vários outros estados o nacionalismo a ideia de nação e a ideologia da Nação surge antes da Nação antes do do do próprio Estado Nacional se estabelecer né no caso do Brasil eh ao contrário desculpa
no caso do Brasil ao contrário quando o estado surge ele cria a nação e para criar nação ele tem que criar uma ideologia Nacional o estado politicamente e territorialmente falando o território é um espaço geográfico onde há uma soberania política e para esse espaço e essa soberania se legitimar é preciso criar uma ideia de nação e esse é um um dos grandes dilemas não só do Brasil da Itália também é da Alemanha também é quer dizer porque a criação do Estado precede a criação da Nação a nação é uma invenção posterior né E para se
criar uma nação se precisa criar várias Chaves vários mitos vários símbolos vários suportes é preciso criar uma memória coletiva é preciso inventar uma história né E é isso que eu tô falando aqui quer dizer esses camaradas estão inventando essa história agora do mesmo jeito que eles estão concebendo Endo tudo isso escrevendo esses poemas esse poema era lido por 200 pessoas por 300 pessoas né esse poema ainda não era ensinado na escola mas a ideia era Vamos criar um poema assim como o poema do Camões que um dia será a base do ensino a base da
ideia de uma nação a base do sonho de ser brasileiro e tal ou seja a ideia de pertencimento a uma comunidade imaginada que é ideia de nação a ideia de nação é uma ideia que eu tenho que você tem que ele tem ela tem ela é italiana ela tem uma outra ideia de Nação da da Itália que é uma ideia de que nós pertencemos a uma comunidade que é imaginada por nós que nós temos um antepassado comum por exemplo Pedro ele foi o nosso Imperador bem pensando bem os meus avós estavam chegando da Itália a
minha família não estava no Brasil a minha família chegou no Brasil no século XX Então por que que eu tenho esse vínculo com a memória do Brasil porque eu estudei na escola porque eu vijo televisão porque eu li a literatura porque a cultura brasileira me egna e me forma forma o meu caráter o caráter brasileiro o nacionalismo como uma ideologia é algo que constrói uma identidade nacional né Nós temos várias identidades né temos temos identidades profissionais identidades políticas e temos uma identidade nacional a identidade nacional brasileira ela é têni ainda ela é muito mais fraca
do que outras identidades do que a russsia do que a alemã porque talvez por causa das Guerras e tal mas a identidade ela começa a surgir nesse desenho inicial em torno do projeto político do Rio de Janeiro tanto é assim que Pernambuco por exemplo que tentou se tornar autônomo do Brasil em 192 cria um Instituto Histórico geográfico de Pernambuco com a proposta de escrever uma história de Pernambuco que não seja a história que está no sendo imposta pelo Rio de Janeiro a história de como Pernambuco foi uma capitania mais rica do Brasil que veio nassal
então temha coisa da nostalgia na sovana e como Pernambuco era autônomo como Pernambuco era diferente eles vão tentar produzir uma história autônoma até muito recentemente isso em Pernambuco tem algum sentido per tem umaa doed I hemis per do Rio de Janeiro tem do Dom Pedro isso tem seno too como é ainda hoje né Em cada momento que a gente reflete sobre isso em cada momento que a gente Para para pensar eh o Brasil há 20 30 anos resolveu criar um espaço pra memória por exemplo pro Zumbi dos Palmares e dedicar um dia um feriado é
o único feriado tirando do Tiradentes dedicado a indivíduo e ele Nacional ainda um herói que tá sendo construído e que há 30 40 anos atrás não era um herói possível de ser imaginado Tiradentes era Tiradentes foi sendo construído quando no final do século X veio a República no século XIX o esses caras todos do Instituto Histórico nem queriam saber do Tiradentes quem era o Tiradentes era um camarada que morreu por um crime de falta de lealdade a avó bisavó L nosso interor n Por que que nós vamos louvar cas ele foi ter captado porque ele
era que acidente ou seja ele negou lealdade a bisavó do nosso rei então ele que Dana quem vai trazer o Tiradentes como um herói são os republicanos e vão inclusive criar a imagem do Tiradentes barbudo sofrendo meio Cristo tal tal e finalmente conseguir fazer a Praça Tiradentes no Rio de Janeiro mas eles não conseguiram derrubar a estátua do Pedro na Praça Tiradentes o Brasil é muito bizarro tem no a estátua do Tiradentes fica lá em frente a câmara municipal mas a Praça Tiradentes tem uma estátua do Dom Pedro que é neto da mulher que mandou
trucidar o Tiradentes não é Curioso issoo o Brasil é curioso por quê Porque Ah Nunca as rupturas nunca vê assim né a gente tá demorando Demorou quantos anos acabou a ditadura já vão quase 30 anos agora tem um ou outro que tá tirando o nome da rua aqui ao lado tem um monstrengo que tem o nome de um ditador não tem esse minhocão e assim vai né oi a não pelos pelo pelo grupo dos republicanos o clube Republicano e o Partido Republicano no século X Oi que aquel cultura é o Tiradentes Na verdade o feriado
do Tiradentes Se não me engano é 1965 Quem proclamou o dia do Tiradentes 21 de Abril feriado nacional foram os militares logo depois do golpe de 64 E aí virou um feriado nacional 21 de Abril dedicado à República tal e é o herói da República que é o tir a a igreja era muito forte no Instituto primeiro Presidente do Instituto era um Cônego inclusive Januário da Costa e o Instituto era formado basicamente por literatos esses intelectuais professor do Colégio pedo i e pessoas que viviam escrevendo né intelectuais e burocratas grandes burocratas do império ministros Generais
eh altas hierarquias da igreja que particip Av das reuniões do Instituto o Instituto tem um caráter meio oficiales sempre teve sobre a proteção do imperador que depois de grandinho começou a frequentar as reuniões do Instituto efetivamente ele ia sentava conversava discutia os temas da história do Brasil nas reuniões do Instituto mas deixa só caminhar aqui com a minha minha pequena narrativa então é curioso ver como que quando van Haagen lê esse poema ele tá lá em Madrid ele fica muito perturbado a ponto de quando ele publa o segundo volume O Tomo I agora dedicado à
Sua Majestade imperial ele resolve introduzir um discurso preliminar os índios perante a nacionalidade brasileira na nota de roda pele explica que esse discurso foi uma palestra que ele proferiu na academia histórica em Madrid onde ele tenta demolir o argumento que ele vai chamar de idiota dos indianistas ele vai dizer esses indianistas brasileiros Zé de Alencar Gonçalves Dias Magalhães toda essa trupe são na verdade uns Patriotas caboucos Esse indianismo é um patriotismo cabô E aí ele insinua várias vezes e fala tal que no fundo eles defendem os índios Porque eles devem ter meio sangue indígena é
uma turminha meio Cabocla que quer dizer que o Brasil é o resultado da mistura dessas raças e ele diz eu mostrei que o Brasil não é o resultado da mistura das raças o Brasil é o resultado da vitória de uma raça sobre as outras os brancos no comando porque quem ganhou a batalha contra os Palmares como eu conto no meu livro foi o domingo Jorge Velho e o Bernardo Vieira de Melo que são brancos e portugueses e não foi o Zumbi dos Palmares Portanto ele diz assim a história do Brasil é contada pelos vitoriosos que
somos nós portugueses descendentes dos Portugueses e não pelos indígenas e não pelos africanos então ele diz assim me desculpe o senhor Magalhães Mas se a história do Brasil fosse contada pelo aimbiré bastaria ele pegar um livro e escrever na na primeira página do livro opressão violência dominação ele teria escrito a história do Brasil do ponto de vista dos indígenas pra nossa sorte o mend o estáo de S mataram eles todos ele escreve isso é uma coisa totalmente bizarra se o zumbi tivesse ganho a guerra dos Palmares Eles teriam escrito um volume falando escravidão opressão violência
e a nossa rebelião venceu Mas eles perderam a guerra sorte Nossa por quê Porque somos nós no comando porque os brasileiros que estão lá no Brasil plantando café no oeste de São Paulo estão tendo que enfrentar não os Peris não os Aires não esses índios literários desses camaradas mas sim os índios verdadeiros que são selvagens com flechas e que matam os caras que querem plantar café e produzir riqueza então esses índios tê que ser exterminados e os africanos ah os africanos T que continuar escravos Mas aos poucos eles vão Morrendo de tanto trabalhar e logo
logo o Brasil será branquinho e Europeu como deve ser ele escreve e fala isso e publica no livro Os o pessoal aqui no Brasil fica descabelado literalmente e literariamente detona um varal Esse cara é louco tal era aquilo que eu tava falando ontem é tipo o humanitismo doss brascubas quer dizer o cara vem aqui dizer Ao Vencedor as batatas que vence o mais poderoso que a raça superior M Não não é bem assim nós estamos inventando uma história aqui que tá muito bonita muito Redonda muito tal esse cara é louco de dizer uma coisa dessa
e o Imperador tomando chá lá com o Vittor Hugo ficava nervoso Vitor tem um cara escrevendo lá que no Brasil vocês estão matando os índios não não nós somos muito corretos os índios são muito importantes para nós e tal e não sei qu e o Van Haagen é colocado debaixo do tapete literalmente ele fica possesso não é escrita nenhuma resenha na revista do Instituto sobre o livro dele mas paradoxalmente os dois volumes do Van Haagen são a história do Brasil mais importante M escrita no século X porque a mais documentada a mais extensa a mais
erudita é a mais reacionária tudo bem nós temos que criticá-lo mas é a mais bem feita ninguém Conseguiu chegar à altura do Van haag já no século XX Capistrano vai continuar dizendo isso nós ainda estamos vivendo a sombra do Van Haagen falta ainda um grande Historiador no Brasil infelizmente por quê Porque ele escreveu um monte de idiotices também mas ele foi o único que foi fazer a pesquisa séria documentou tudo que ele disse e tal mas para mostrar como a guerra dos palmares para ele é importante não é para mostrar a resistência dos escravos ele
diz lá é para mostrar que quando esses escravos se rebelam a elite branca Soube se organizar e detonar os escravos então é um exemplo de como os escravos podem continuar sendo dominados poste posteriormente a historiografia vai retomar os estudos sobre a guerra dos palmares para mostrar isso vai posteriormente quando no século XX 1945 a primeira história dos Palmares escrita do ponto de vista do movimento negro do ponto de vista de uma leitura dos Palmares como uma resistência dos escravos A Dominação e a opressão tal tal 100 anos depois né então é muito interessante nesse momento
o Van Haagen fica de escanteio o Gonçalves de Magalhães que escreveu o poema logo é agraciado com o título ele vira Visconde do Araguaia muito pomposo tal e o vragen passa o resto da vida dele mendigando do Imperador um título que ele só receberá alguns anos antes de morrer como Visconde do Porto Seguro que ele vai estampar na capa do segunda edição do livro segunda edição De onde é suprimido esse texto tão desagradável publicado por ele contra os coleguinhas dele então ele fica bem quieto tira esse texto aí ele grafa lá Visconde de Porto Seguro
mas ele tá perto da morte dele curiosamente ele vai escrever um último livro antes de morrer um Tratado de quase 300 páginas em francês que ele apresenta na no Instituto Histórico de Paris onde Ele defende o título do livro é a origem turaniana dos indígenas brasileiros onde Ele defende através de um estudo do finicia Tupi é um derivado da língua finísimo um século dois antes do Cabral então eles são tão invasores quanto os portugueses e a terra é tão deles quanto dos portugueses é isso ele fica totalmente vidrado nessa ideia de tentar desacreditar os indianistas
no entanto a lógica da ideologia indianista se se preserva permanece digamos assim a a há uma poética indianista na literatura brasileira que vem até hoje de alguma maneira quer dizer a imagem de um índio que é o nosso eh digamos assim antepassado mítico mas o índio verdadeiro Ah desse ninguém quer saber ah hoje esse a a turma tem ódio ah por quê Porque tão ocupando territórios tão ocupando espaços do Brasil São improdutivos atrapalham a plantação de arroz e nem bem índios são vestem cal tem conta no banco Como podem ser índios não sei exatamente né
mas são indígenas hoje no Brasil recen momento 2010 identifica Auto identificou pelo menos 817.000 brasileiros que se dizem indígenas a Constituição de 1800 1988 garantiu num Capítulo específico direitos especiais pros povos indígenas e entende que o Brasil é uma sociedade multiétnica étnica onde há várias línguas várias culturas e elas têm direito a existir autonomamente de forma independente cabe ao estado proteger essa autonomia e essa identidade indígena no entanto isso é algo ainda muito polêmico na sociedade brasileira que ainda não se reconhece como uma sociedade multiétnica ainda projeta essa ideia de uma sociedade misturada uma sociedade
resultada resultado de uma mescla como queria F Maros por quê Porque outras leituras vão surgir A partir dessa leitura do século XIX né a o indianismo terá uma digamos assim uma um último suspiro essa poética num Macunaíma eh do Mário de Andrade eu trouxe até aqui para vocês eu iria ler o último capítulo não sei se vocês se lembram quem não leu o macunaima Tem que ler Óbvio Mário de Andrade publica em 1928 Provavelmente o que é o último suspiro dessa poesia indianista dessa poética indianista né O indianismo que funcionou como essa ideologia é do
genocídio Como já foi chamado por um crítico literário do Rio de Janeiro por quê Porque é uma poética que fala e dá um lugar ideal pro índio ao mesmo tempo que tá acobertando ou legitimando O Extermínio dos povos dos povos reais né porque dá o índio um lugar que que é um lugar que o indígena não quer ter que é um lugar no imaginário de uma cultura de uma sociedade que o está exterminando porque o índio real ele existe as sociedades indígenas estão lá tem a sua cultura sua cosmologia o seu modo de ver o
mundo mas não são respeitados a poética indianista cria uma ilusão de uma uma proteção imaginária de um índio mas só nas páginas do livro né porque porque o livro do do do Guarani do Zé de Alencar termina com cessi e Peri mas não termina com os dois transan tendo filhinhos termina com eles pegando uma canoa e sumindo né e de uma certa maneira o Mário de Andrade tá falando disso no livro dele porque o makunaima é um índio mas vai deixando de ser vocês se lembram do livro e tem a coisa da discussão da mistura
das raças e tal ele vai passando por todos esses temas da nossa cultura que tá sendo construída no século XIX para terminar o livro com o macunaima sendo o último último da sua raça e que tá lá na beira do rio melancolicamente tentando lembrar de tudo que poderia Lembrar da sua cultura até que ele se cansa disso e resolve virar estrela uma lá apagadinha como todas as outras estrelas de cujo nome nós nem lembramos e termina assim né o último capítulo é justamente ele Mário o narrador dizendo que vai lá no araro cuera né e
encontra um papagaio que fala lá e fala o que que esse papagaio tá falando Ah ele tá contando umas histórias que eram aquelas histórias que o makunaima melancolicamente sozinho contava e ele vai ouvir o Papagaio e registrar as histórias do último índio né que essa a ideia do último Tamoio que aparece aqui no quadro do eu o último Tamoio é do Amoedo esse daqui é o Moema do Vittor Meirelles Esse é de 1866 É porque eu ia falar do quadro do Vitor Meirelles lá atrás tal bem no final do século X começa a surgir uma
crítica a esse pensamento do século XIX tanto a obra do Van haen o principal crítico da obra do Van haen é Capistrano de albu autor dos capítulos de história colonial os Sertões que eu falei ontem 1905 que é a terceira edição que consolida e antes deles o abolicionismo do Joaquim Nabuco já traz um pouco dessa crítica social quer dizer olhar o Brasil de uma maneira crítica olhar o Brasil através de um olhar de um problematizador e não um olhar construtor de uma ideologia ou construtor de uma imagem da nação mas olhar a nação como um
problema essa é uma invenção do final do século X eu eu listei aqui três podia trazer outros mas esses são importantes Capistrano de Abreu Euclides Joaquim Nabuco pensadores que olham pra nação e vem problema não vem a necessidade de construir uma imagem um discurso porque a nação já é Para eles um problema e o grande problema da nação é derivado desse descompasso entre ideia da Nação e o estado que anima essa ideia que é legitimado por essa ideia e a população o povo o Brasil é um Estado Nacional o Brasil tem uma ideia de nação
mas o Brasil não é uma nação por quê Porque a população é escrava porque a população se ela é escrava ela é estrangeira porque a população não participa porque a população não lê nenhum desses livros porque o Brasil é gigantesco H milhões de pessoas espalhadas porque os sertanejos não sabem nada do que acontece no litoral e vivem um mundo a parte e quando o litoral e a república as ideias mais avançadas políticas da época se chocam com esse Brasil essa população é um massacre né que é o tema do do dos Sertões do Euclides Então
essa é uma leitura profundamente melancólica e problematizadora digamos dessa questão da nação isso começa a surgir no início do século do final do século XIX e isso é o que configura o quadro das primeiras décadas do Século XX e alguns pensadores Alguns intérpretes vão procurar formatar entre os anos 20 os anos 30 grandes interpretações que tentam compreender que tentam explicar que tentam portanto organizar uma leitura do que é o Brasil uma nação em construção uma nação que ainda não existe uma nação em descompasso ou uma nação já harmônica né um Pensador Central na década de
20 é Oliveira Viana Oliveira Viana é um advogado um literato que vai escrever esse livro em 1920 aqui é a quinta edição a capa da quinta edição e esse livro vai ter um populações meridionais do Brasil ele retoma a narrativa do fus o Brasil é a mistura das três raças assume a perspectiva vanana digamos assim de dizer é uma mistura das três raças pode ser mas essa mistura é muito prejudicial por porque oado é um degenerado Bras terá sentido se a raça Branca conseguir se manter no poder no comando e isso só vai acontecer se
o Brasil conseguir superar esse certo feudalismo em que ele vive essa fragmentação e tiver um estado forte um estado Centralizado um estado profundamente duro e que Garanta a manutenção do branco no poder como no tempo da colônia ele é profundamente conservador e reacionário e ele diz na colônia as coisas funcionavam direito porque o Senhor dos escravos Era branco tinha um chicote na mão e controlava seus escravos só que isso foi dando Ah foi misturando tudo virando uma bagunça e o Brasil hoje é uma república meio feudal de coronéis e tal e esse negócio só vai
dar certo se o Brasil for extremamente Centralizado de novo para manter o branco no comando o Oliveira Viana não tá escrevendo no vazio esses anos são os anos do nazismo os anos do fascismo das teorias raciais mais loucas e radicais nós achamos hoje no século XX mas nos anos 20 as pessoas achavam que era isso mesmo as pessoas muitos que liam Oliveira Viana claro que tinham alguns críticos evidentemente esses críticos vão se organizar em três digamos assim correntes a obra do Gilberto Freire 1933 a obra do Sérgio Barque de Holanda 36 e a obra do
Caio Prado Júnior 36 são obras que reagem aonia do pensamento do Oliveira Viana o Oliveira Viana vai ser mais ou menos o ideólogo do estado novo o golpe de 30 depois 37 o estado novo ele vai ser inclusive um cara que vai ajudar constuir a ideologia fascista do estado novo ele vai ser assessor do Ministério do Trabalho e ele vai propor todo o fundamento jurídico da organização do sindicalismo corporativo do estado novo fascista brasileiro imitando o modelo italiano né então ele é um intelectual muito ativo que vai escrever dezenas de livros e vai ter um
papel muito importante ao long da ditadura do estado novo e ele é profundamente racista e a coisa mais louca é que ele não se olhava no espelho porque ele era mulato o Oliveira Viana e o tempo todo ele tá dizendo ah M nação produz um ser depreciado e tal nós precisamos separar as raças se se desse corda para ele ele fazia as leis de Nuremberg valerem no Brasil proibindo Casamento entre raças e não sei o que tal tal bem quem vai escrever contra ele esses intelectuais vários vão escrever mas esses se destacam aqui para nós
nos anos 30 nós temos uma revolução no pensamento brasileiro e esses três livros marcam essa revolução Gilberto Freire Sérgio Bararque Caio Prado Júnior Gilberto Freire antropólogo estudou nos Estados Unidos escreveu uma tese de mestrado na universidade de Colúmbia tem uma base de Formação protestante ele não é católico estudou numa escola Protestante e ele vai escrever uma história do Brasil em três volumes casa grande sem zala sobrados e mucambos orem e Progresso uma trilogia onde ele vai propor uma interpretação absolutamente radical da história do Brasil na medida em que ele incorpora o que o Oliveira Viana
estudou incorpora o que o f Maxis falou a história do Brasil a história da mistura das três raças mas ele diz mas essa mistura é maravilhosa essa mistura é o que há de bom no Brasil porque essa mistura produziu um povo único uma cultura única e ele vai desracializada quando isso se deu se deu no mundo colonial de que forma de uma forma harmônica por quê Porque a Família patriarcal Sob o comando do Senhor escravo harmonizou as tensões entre a cultura africana indígena europeia e produziu uma mistura saborosa única muito peculiar muito rica e que
é maravilhosa o que aconteceu no século XIX com o fim do patriarcalismo essa cultura brasileira foi se degenerando com influências externas do ecletismo dos Franceses e tal o que nós temos que fazer no século XX retomar as nossas origens mais puras e mais autênticas o alejadinho que é um mulato é o Nosso Herói quem vai escrever uma história do alejadinho e botar o alejadinho no panteão da cultura brasileira Rodrigo Melo Franco quem é o Rodrigo Melo Franco é o diretor do serviço de proteção do patrimônio artístico nacional que foi criado a partir da proposta do
Mário de Andrade pelo Capanema ministro da educação e cultura do governo do Getúlio quando eles se organizaram para criar esse serviço de Defesa do patrimônio Eles não queriam Rodrigo Melo Franco esse Mineiro eles queriam Gilberto Freire para ser o homem porque ele era o grande intelectual Manuel Bandeira Lia Gilberto Freire Lúcio Costa li Gilberto fre e todos eles se inspir fre na ideia de que o Brasil é uma nação autêntica resultado da mistura das culturas e o Brasil surgiu no mundo Colonial por isso que o Lúcio Costa e o patrimônio querem defender Ouro Preto as
igrejas Barrocas tal tal T tudo que é do século X diz o lcio Costa pode derrubar por porque é um lixo Sueco francês netico porcaria tem que preservar o que é Colonial porque o Colonial é o brasileiro Manuel Bandeira diz a mesma coisa bem o Gilberto fre não podia porque politicamente ele estava queimado com o governo do Getúlio então põe o Rodrigo Melo Franco Rodrigo Melo Franco vai publicar os boletins do quem ele chama para publicar o primeiro volume Gilberto fre mocambos brasileiros onde ele mostra que o Mocambo é o exemplo arquitet vernacular mais típica
da cultura brasileira porque mistura características do índio do português e do africano então o Mocambo tem que ser estudado como o exemplo da arquitetura Popular que expressa a nossa nacionalidade e o o Rodrigo Melo Franco escreve uma introdução dizendo Gilberto freir é um gênio tal tal tal tal tal Por que que o alejadinho é o nosso gênio da cultura brasileira porque ele é um mulato que é o resultado dessas misturas lá em Minas barroco onde Lourival vai encontrar o autêntico Barroco Brasileiro que é bem diferente de todo o Barroco europeu por qu porque é um
Barroco que encontra com a terra e tal não sei o qu Então esse é um momento muito interessante a obra do Gilberto Freire Vai ter um enorme impacto na cultura brasileira e um enorme desdobramento não dá para entender o Darc Ribeiro sem Gilberto Freire não dá e o Darc que é genial ele compra a ideia dober Freire da mistura das raças em alguns momentos ele também perde a estribeira há entrevistas do Darcy em que alguém chega para ele e fala assim mas lá no Paraná tem muito japonês em alemão deviam ser proibidos de falar alemão
porque se vivem no Brasil não podem falar alemão esse negócio de vir esses estrangeiros para cá atrapalhar a cultura brasileira o daxi falava às vezes umas loucuras assim né Por vez por outro alguém falava e Os turcos e os italianos não o Brasil a é o português o indígena e tal isso tá na LDB lei de diretriz de base da educação que quem escreveu foi Darc Ribeiro né o professor de história no ensino agora tá mudando né as bases nacionais mas essas coisas ainda se mantém deveria ensinar aos seus alunos a contribuição da cultura indígena
Africana e Portuguesa para a formação da nação brasileira tal tal tal tal vejam que é uma releitura Mas é uma releitura positiva do encontro das raças agora das culturas e que vai ter um enorme impacto na cultura brasileira como um todo até muito recentemente até hoje esse é uma Essa é uma das leituras hegemônicas de quem nós somos é uma das leituras hegemônicas de quem são os brasileiros né Nós somos um povo resultado do encontro tal tal nos anos 2000 quando foi a a celebração do descobrimento do Brasil isso chegou à loucura né o o
Fernando Henrique organizou a celebração dos descobrimentos chamou aquele ministro da do Turismo para organizar isso que era o Rafael Greca um débil mental lá do do Paraná e que resolveu inventar umas cerimônias uma delas era o fogo o português traria o fogo do conhecimento o indígena o fogo do não sei o quê o africano fogo tal chamaram um Almirante português barbudo que veio com uma tocha e as três tochas se encontraram no na Fortaleza de Guanabara numa cerimônia no dia 1eo de Janeiro para mostrar a união dessas três forças que criam a nação aí aparecia
uma propaganda na televisão a Daniela mercu andando assim na beira do do do porto seguro a praia tal falar assim o Brasil começou com os índios que viviam aqui depois chegaram os portugueses veio o Cabral e tal logo Depois vieram os africanos aí mostra ass um ressort tá todos viviam bem aqui e aí nós nos juntamos e deu o carnaval aí quando ela começa a cantar lá no festejo tinha uma caravela de fiberglass a Marinha Brasileira resolveu fazer uma caravela de fiberglass para navegar pela Costa do Brasil a caravela fundou há 500 anos atrás os
caras faziam Caravelas que atravessavam o planeta né e a Marinha Brasileira fez uma que afundou aí os caras começam carnaval lá em Porto Seguro para Celebrar 21 de Abril o descobrimento aí os índios patachos lá perto Ah não que V Celebrar o quê imagina que no México alguém vai celebrar a chegada do Cortez tem uma festa estamos celebrando a chegada do Cortez não tem isso no México no México Você vai no museu de Antropologia que é o museu de história do México que é absolutamente magnífico uma arquitetura espantosa os caras construíram ali uma narrativa da
história do México que começa 20.000 anos atrás não começa com a chegada do Cortez é óbvio e nenhum mexicano vai dizer eu sou o descendente do Cortez tal mas não tá falando em castelhano por acaso mas nós somos descendência o o o museu lá constrói uma narrativa que chega nos Astecas e aquela pedra do sol é maravilhoso o museu Mas é uma narrativa também né aqui no Brasil esse negócio aí quando os indígenas falam não não não não não nós queremos discutir esse assunto fazem uma marcha aí na época o governador de da Bahia era
o Antônio Carlos Magalhães chama PM aqui em São Paulo a gente sabe como é que é os caras fazem uma Mara para estragar a festa desce o o sarrafo nos índios assim vai o Brasil até hoje é assim né Essa narrativa tem um esse esse essa dimensão opa o o Sérgio boar escreve uma outra reação ao Oliveira Viana ele escreve uma reação mais baseada na sociologia alemã ele aqui de São Paulo Rio de Janeiro tal um intelectual que passou um tempo na Alemanha leu Zil leu Weber tal ele vai basicamente construir uma ideia de ler
o Brasil como capitalista desde o início aquilo que eu tava falando ontem mas um capitalismo estranho porque extrativista emente do Oliveira Viana o Brasil não é agrícola o Brasil sempre foi extrativista o problema do Brasil é o passado o problema do Brasil não é olhar pro passado e encontrar no passado a sua essência Isso tá errado tá errado o que o Oliveira Viana fez Óbvio tá errado o que o Gilberto Freire tá fazendo eu sou crítico dos dois e eu acho que a essência do Brasil é algo que será construído e será construído aonde basicamente
a ideia do Gilberto do Sérgio boque é dizer que está germinando no Brasil uma nova ideia do Brasil nas cidades na vida urbana n classes médias nos intelectuais Ele termina o livro propondo Uma revolução democrática brasileira Ele acha que um novo Brasil deve surgir olhando pro futuro e não pro passado por isso que certamente Sérgio bo É o mais radical desses pensadores né talvez até mais do que o próprio Caio PR Júnior vou chegar no Caio PR Júnior muito interessante o livro do Sérgio Buarque e é muito instigador até hoje para todos nós depois ele
vai abandonar essa ideia de pensar uma grande interpretação do Brasil e vai se tornar um Historiador eh e como ele mesmo diz depois ele vai preferir ser apenas o pai do Chico que diz que era mais importante ser pai do Chico do que ser o próprio Sérgio Barque mas ele é para nós que somos historiadores Certamente ele é o grande Historiador brasileiro não pelo raiz do Brasil que é um livro magnífico mas um livro de juventude uma interpretação um ensaio mas as suas grandes obras de história caminhos e fronteiras visão do do Paraíso são obras
magníficas um cara super erudito é extraordinária obra do do Gilberto Freire e os livros dele sobre a monarquia brasileira na história geral da civilização brasileira bem o Caio Prado Júnior ao a por outro lado ele é adota uma postura diferente crítica ele é um Pensador marxista um militante comunista filiado ao partido comunista e que vai pensar uma alternativa à interpretação do Brasil a partir da Leitura que ele fez do das obras dos principais pensadores marxistas Mas é claro que ele vai ler o Oliveira Viana vai ler o Gilberto Freire e muito da sua obra deriva
de uma crítica de uma reação constante à Obra do Oliveira Viana e do Gilberto Freire não ele não só é contra o Oliveira Viana por exemplo toda a forma como ele interpreta a sociedade brasileira no período colonial através da ideia do clã patriarcal ele trouce do Oliveira Viana Ele pensa através do Oliveira Viana Mas é claro que ele como um Pensador marxista tá preocupado em identificar o que é para ele o fundamento econômico da dominação Colonial que é a questão do vínculo com o capitalismo nesse estágio de formação do capitalismo no século X e o
novaz que desdobrou a obra dober do Caio Prado Júnior no seu trabalho nos anos 70 que vai vir aqui falar para vocês ele vai poder falar um pouco mais dessa interpretação do Caio Prado é uma interpretação que ficou muito circunscrita e não teve tanto Impacto social como a do Gilberto Freire ou a do Sérgio Buarque curiosamente porque dentro do Partido Comunista ele era um outsider porque ele negava a interpretação dominante que era da terceira internacional via as leituras estalinistas e tal de que o Brasil era feud tinha sido escravista era feudal e precisava se industrializar
então o papel dos comunistas era se aliar com o Getúlio para fazer a Revolução Industrial no Brasil e ele dizia o contrário ele dizia não o Brasil no século X já era capitalista e sempre foi capitalista porque o escravismo no Brasil era uma dimensão do capitalismo comercial na escala do mundo se o Brasil sempre foi capitalista Qual é o nosso papel como revolucionários socialistas é trazer a revolução socialista imediatamente para o Brasil e superar a dependência a revolução É a superação da dependência a neocolonial que é uma dependência dos Estados Unidos e essa ideia do
Caio Prado num primeiro momento nos anos 40 30 40 quando ele escreve tem pouca influência mas posteriormente terá mais ele é o primeiro autor a trazer paraa narrativa da história do Brasil o conflito entre as classes entre senhores escravos as grandes tensões que vão surgir no século XIX as revoltas eh das da no período da Regência no evolução política do Brasil ele vai falar muito disso né então ele é um um primeiro autor que vai desenhando esse novo cânone digamos assim da historiografia brasileira e que ao longo do século XX vai se consolidando ele é
portanto Um clássico necessário para entender a construção dessa nova narrativa da história do Brasil se a gente pegar os manuais de escola eu diria de cada 10 de cada 20 manuais de escola 19 Vão falar da formação do Brasil tal tal numa leitura muito derivada da interpretação do Caio Prado Júnior ela de fato se tornou hegemônica mas se Nós pensamos em termos da cultura brasileira da música da poesia da interpretação tal tal tal a obra do Gilberto Freire ainda tem um grande peso entre nós tem tem um grande peso essa ideia do encontro de um
país missen sempre pensando nessa missa Claro de uma maneira positiva o que era quando o livro foi publicado algo extremamente revolucionário o Antônio Cândido no prefácio do Raiz do Brasil fala isso ele fala hoje nós achamos o Gilberto Freire um chato e um reacionário Ele tá dizendo isso nos anos 60 mas ninguém tem ideia nos anos 30 o que significava le o Gilberto Freire era uma Revolução Por que que ele tá dizendo isso nós achamos ele chato e reacionário porque o Gilberto Freire nos anos 60 foi pirando na maionese começou a defender uma ideia de
que o português tinha essa Psicologia de de se mienar e tal e foi criando uma que ele mesmo vai chamar uma ideologia do lzo tropicalismo de que o português era um povo culturalmente psicologicamente preparado para se mienar e portanto criou novos mundos quando ele colonizava ele não truci dava eleena e o Salazar lá em Portugal achava isso tudo muito bonito Gilberto freira era chamado para dar palestras e tal não sei qu isso foi virando um tanto quanto conservador e reaça além do que o Gilberto Freire estava de braços dados com a ditadura militar primeiro que
ele achou que ganhar lá 100 poderes como Ministro da Educação que ele não foi mas ganhou a Fundação Joaquim Nabuco que foi dada para ele como um feudo ele foi diretor da fundação 20 tantos anos e o filho dele mais 30 anos quando o Lula em 2002 o Lula em 2002 resolveu canetar e tirar o filho do Gilberto Freire Fernando Freire da presidência da Fundação Joaquim Nabuco e botar um outro professor esse cara tá 30 anos diretor da fundação Tira põe outro sa na primeira página no jornal Fernando Freire não é mais em Pernambuco foi
uma coisa Como assim é como eh desnome o barão de não sei aonde do título de barão porque o a fundação joquim Nabuco era o feudo da família Freire né e o Freire tinha dessas e e fez dessas idiotices lá de Pernambuco Ah o pessoal de São Paulo esse Marxismo de São Paulo esse floresta Fernandes escrevia no jornal falando disso bem esse floresta Fernandes Esse Fernando Henrique esse pessoal que me critica por quê Porque o florestan Fernandes aqui na Universidade de São Paulo começou fez um estudo sobre a questão racial no Brasil encomendado pela ONU
nos anos 50 e chegou à seguinte Conclusão o o Brasil é profundamente racista por quê Porque com o fim da escravidão os negros não foram integrados na sociedade de classe Eles foram sendo excluídos da sociedade de classe por quê Porque a sociedade brasileira deu preferência à vinda dos Imigrantes sobretudo os europeus e os negros foram colocados de lado isso produziu uma sociedade profundamente racista aí o Gilberto dizia fre dizia não o Brasil é m genado há uma democracia racial no Brasil o flor Fernandes dizia não você tá dizendo que é uma democracia mas o Brasil
é racista aí o Freire dizia Esso é coisa de marxista e tal bem dizendo isso nos anos 60 o Floresta foi chamado tal né por causa disso Óbvio mas se criou uma enorme antipatia entre a Universidade de São Paulo e o pensamento do Gilberto Freire quando eu era estudante lá nos anos 80 a gente era proibido de ler Gilberto Freire ninguém Li Gilberto Freire por quê Porque o Gilberto Freire aquele cretino aquele que botou o florestan na cadeia aquele que não sei o qu tal o apoiador da ele era vivo né ahto freir O fim
do mundo tal aí depois de um tempo as pessoas começaram tem que ler é importante veja bem dá para entender o Manuel Bandeira sem o Gilberto Freire Dá para entender a criação dos fã dá para entender a cultura brasileira não tem que ler tem coisas e quando você lê o Gilberto Freire apesar de algumas loucuras que ele fala lá por exemplo ele fala que o no no no período colonial se somou o ímpeto sádico do Senhor com o masoquismo da escrava me poupe né não precisamos ler isso mas se você ler a obra como um
todo ele escreve bem ele tal ele é bem divertido Gilberto freir por um lado que ler com atenção né claro como tudo mas é aí nos anos 2000 que se começou a reler Gilberto Freire na USP foi feito um seminário e tal e não sei qu e curiosamente um dos dos caras que resolveu reabilitar o Gilberto Freire organizar um seminário e dizer que ele era o maior intelectual do Século XX e tal foi esse camarada que Esse sujeitinho aí que chama-se Carlos Guilherme Mota que havia escrito uma tese de doutorada de doutorado para dizer que
o Gilberto fereira er um déb mental aí 20 30 anos depois ele resolve dizer não Gilberto freir é o maior gênio da cultura brasileira e tal e não sei qu porque tava aparecendo no jornal e não sei o que ver como que são as coisas mas esses pensadores são fundamentais para nós nos anos 30 para pensar a montagem das principais interpretações do que é o Brasil a partir daquele colapso digamos assim século XIX início do XXX de uma ruptura melancólica com essa sintonia tão boba digamos entre a ideia da Nação e uma nação que não
existia dos indianistas que era um sonho alguns pensadores sérios Nabuco tal falando olha desculpa há um enorme problema aqui porque nós somos um Estado Nacional nós somos uma nação mas nós não somos uma nação porque entre o povo e a nação a um descompasso a uma ruptura um abismo os modernistas inspirados por essas novas interpretações que projetam de uma maneira positiva a possibilidade de uma nação cada uma a seu modo e não melancólica e negativa como Euclides e Capistrano porque o Capistrano ficava na rede dele dizendo esse negócio nunca vai dar certo o Brasil é
o fim do mundo né esses caras não dizem o Brasil vai dar certo o Brasil é possível há uma interpretação possível e esse é o espírito do modernismo é o espírito do Mário é o espírito do Manuel Bandeira o Mário de Andrade andou o Brasil inteiro tentando justamente uma das grandes tarefas do Mário que em 1942 naquele famoso discurso que ele faz aos estudantes ele reconhece como inacabada incompleta incerta ele diz a grande tarefa do modernismo seria conectar o pensamento dos intelectuais da cultura brasileira com a população brasileira e com a verdadeira cultura brasileira que
eu vou encontrar onde nas ribeiras do Rio São Francisco nas Carrancas nas músicas populares nas cantigas de roda no samba então esses caras vão começar a entrar no morro para ouvir o samba pode ouvir o samba Claro ai as famílias ricas do Rio de Janeiro ficam nervosas porque o Chico Buarque e ouv samba e tocar samba no boteco à noite só o filho de um louco como Sergio para fazer uma coisa dessas ficar tocando samba isso é coisa de um menino direito menino direito vai estudar medicina engenharia se formar não o verdadeiro Brasil está no
morro no lupino Rodriges e tal então essa essa tentativa de aproximação chega um momento digamos mais forte naquela véspera do da revolução de 64 isso que eu tô falando para vocês é uma é uma digamos assim uma uma paráfrase de um texto importante do Roberto Schwartz mas nesse momento esses fios vão ser rompidos né um dos grandes problemas da ditadura entre vários outros problemas da ditadura de 64 foi que ela liquidou esse movimento né ela rompeu com vários dos vetores que estavam construindo essa nação e esse Brasil ela impediu isso de acontecer impediu na porrada
impediu prendendo impediu exilando impediu aqui do lado da gente no Teatro de Arena invadindo e descendo o porque não podia fazer uma peça Zumbi dos Palmares não podia aproximar a cultura popular da cultura eh erudita era era algo mal visto pela ditadura Claro porque isso era um programa Emancipador do ponto de vista deles eles queriam uma outra ideia eles queriam uma outra leitura né o grande livro de Cabeceira do golbery era o Oliveira Viana óbvio né e isso é um problema agora a obra do Gilberto Freire tinha um espaço e continuou tendo nos anos 60
70 por quê Porque criava a ideia de um Brasil harmônico de um Brasil possível onde os antagonismos se acalmavam ele dizia isso no casag grande sem zala casag grande e sem zala ele põe aquele e Comercial porque ele não diz que não é a casa grande contra Senzala é a casa grande a Senzala como no uma relação Mercantil de sócios na verdade por quê Porque no Brasil as tensões da escravidão são acomodadas harmonizadas harmonizadas por uma processo de miscigenação e essa é uma leitura conservadora que interessava nos anos 60 70 e tal então a capoeira
a capoeira regional a capoeira que usa a bandeira do Brasil que usa do Brasil essa pode essa que o Getúlio tirou do morro e falou essa é brasileira um Sporte Nacional essa continuava tendo então a gente ia treinar capoeira tinha que cantar o hino nacional antes a bandeira do Brasil tava lá tal Porque era Regional agora a capoeira de Angola a capoeira da Resistência Essa era proibida Essa era marginalizada do mestre Areias ficava lá no cantinho né isso tô falando dos anos 70 anos 80 né Então essas tensões continu avam mas essas grandes interpretações elas
um pouco orientam uma reflexão sobre o Brasil no século 20 e claro uma boa parte dessa força se dissolve nos anos 90 finalzinho do século passado já nesse contexto mais pós-moderno globalizado onde essas questões todas de identidade de Cultura estavam se perdendo vão de fato se perdendo mas essa é é uma outra questão uma outra reflexão que a gente pode fazer eh inclusive que nos ajuda a entender porque que essas leituras foram se perdendo porque que nós não temos mais nenhuma grande síntese eh nenhuma obra que que traga uma grande interpretação eh da história do
Brasil né teve algumas tentativas aqui lá mas isso um pouco se perdeu né E na verdade se perdeu também eu acho eu tô finalizando aqui essa conexão da Cultura né Eh eu tô eu tô exagerando para eh fortalecer o meu argumento é claro que não é assim mas de uma maneira geral se perdeu o diálogo entre historiadores arquitetos geógrafos antropólogos essas a especialização na universidade ela foi caminhando pro para aquela coisa que já um Pensador do 19 dizia a idiotização da especialização né de você ficar só Cada Um Na Sua caixinha escrevendo as suas teses
e tal e não há mais um percurso entre os Então é isso eu tenho colega sociólogo que nunca vai numa peça de teatro não sabe o que é uma escultura não tem nenhuma relação com outros Campos da cultura cada cada um tá vivendo dentro do seu catinho né e isso é é problemático para pensar a cultura brasileira né nesse sentido que eu acho que é é uma uma proposta da escola da cidade isso tá 100% dito a escola da cidade quer ser um desses espaços que remam contra a maré eh um curso como esse que
traz para falar o pessoal da literatura das artes plásticas da história são esses espaços interessantes que permitem a a retomada digamos de um ambiente de de criação multi disciplinas né