Esses dias um amigo meu comentou que havia levado uma multa e buscou o histórico do GPS no Google pra ver de onde era essa multa. Quando ele abriu o histórico, ele se deparou com isso, o detalhamento do dia inteiro da rota dele: aonde ele tinha ido, qual o tempo de trajeto, quanto tempo ele tinha ficado lá, além do nome dos estabelecimentos. É como ter alguém acompanhando seus movimentos, todos os dias.
O Google sabe, além do seu nome, data de nascimento, gênero, endereços de e-mail e telefone, e várias das suas preferências. Pra te recomendar vídeos novos, ele guarda as informações sobre as suas pesquisas feitas no YouTube e os vídeos passados que você assistiu. Registra as pesquisas a partir das buscas realizadas em sites, para saber quais são os conteúdos que têm maior relevância para você e, assim, a publicidade que ele faz ser mais exata.
Como se não bastasse isso, o Google sabe o que você compra e também tem esse histórico de localização que se conecta ao seu GPS, sabendo sobre os seus percursos, as viagens feitas, as fotos tiradas em cada lugar, com as datas e os locais que você parou, seja restaurante, farmácia ou boate. Ele segue essa rotina todos os dias e armazena tudo o que você faz em um arquivo, sendo capaz de encontrar informações que, provavelmente, nem você lembra, com uma simples pesquisa. Muitas pessoas ficariam aterrorizadas apenas pela perspectiva de viverem sob essa vigilância, mas sabe o que é o pior disso tudo?
Muitos concordam e aceitam a presença desse espião. Na verdade, elas nunca desgrudam dele. Afinal, quem hoje consegue ficar mais de 30 minutos longe do seu celular?
Independente da marca ou do sistema operacional instalado, pode ter certeza de que, em algum momento, ele armazenou informações sobre você – e se seu trabalho exige o uso de mais ferramentas, como um computador, tablet ou smartwatch, aí a espionagem é ainda mais ampla. Tudo está sendo coletado o tempo todo. E aí surge a questão: o que eles vão fazer com todos esses dados?
Qual o valor que dados rotineiros, de pessoas comuns, podem ter para grandes empresas? E de que forma eles já estão sendo utilizados? Um caso na justiça americana tá sendo emblemático pra que muita gente desperte para os perigos dessa perda de privacidade.
Tudo começou em 1969, Jane Roe dava entrada em um processo contra o estado do Texas, alegando que as leis de lá, que proibiam o aborto mesmo nos casos de risco de morte para a mãe ou abuso sexual, eram inconstitucionais. Na época, o estado do Texas foi representado pelo promotor Henry Wade. De instância em instância, o processo chegou à Suprema Corte Americana, que com uma maioria de 7 votos a 2, deu ganho de causa a Roe, argumentando que a decisão de abortar deveria se restringir à mulher e seu médico, não cabendo ao Estado limitar seus direitos, pelo menos durante os primeiros trimestres de gravidez.
Passados 33 anos, em 2022, a Suprema Corte – então de maioria republicana – revogou a decisão do caso de Roe vs Wade, ao decidir sobre um novo caso, Dobbs versus Jackson, sob o argumento de que “o aborto não é previsto especificamente em lei e que a decisão de 1973 teria sido baseada em uma interpretação da constituição”. Essa decisão eliminou o direito constitucional ao aborto na totalidade do território americano, permitindo que cada estado estabeleça suas próprias leis sobre o assunto. O efeito multiplicador levou vários estados a tornarem o aborto ilegal nos primeiros meses de gestação.
Isso limitou o acesso das mulheres a procedimentos seguros e baratos, forçando-as a recorrer a clínicas clandestinas ou se deslocar para estados onde o aborto ainda era permitido, como a Califórnia. E isso tem tudo a ver com a segurança dos nossos dados. Estima-se que, em 2024, 43,77% dos aparelhos celulares nos Estados Unidos tenham o sistema Android, do Google, instalado.
Sabendo que muitas pessoas mantêm ativado, por padrão, seu “Histórico de Localização”, que registra todos os seus deslocamentos , armazenando tudo na nuvem de dados do Google, se uma mulher vai até uma clínica clandestina realizar um procedimento ilegal, o Google sabe disso. E, em tese, essa informação pode se tornar uma prova criminal contra ela. Desde que o Texas tornou ilegais tanto o aborto quanto a terapia de transição de gênero para crianças e adolescentes, mulheres e pais têm recorrido a outros estados, ou a hospitais e clínicas que não cumprem a lei vigente, pra realizar esses procedimentos.
“O Hospital Infantil do Texas, o maior hospital infantil do país, havia declarado publicamente, em março de 2022, que pararia de realizar tratamentos de transição de gênero em menores. No entanto, Haim descobriu que os tratamentos continuavam e que o programa parecia estar se expandindo. Ele gravou várias apresentações online de funcionários médicos incentivando a transição de crianças, onde um assistente social descreveu como deliberadamente não registrava esses tratamentos nos prontuários médicos dos pacientes para evitar deixar rastros.
” Temendo que esses dados de localização pudessem ser fornecidos judicialmente, e que prejudicassem as pessoas que descumprem as leis, 42 congressistas democratas assinaram uma carta, endereçada ao CEO do Google, Sundar Pichai, pedindo para que a empresa parasse de coletar informações de localização de seus usuários. Em resposta, o Google concordou em mudar o procedimento de armazenamento do histórico de localização, fazendo com eles ficassem guardados somente nos aparelhos de seus usuários e, assim, pudessem facilmente ser apagados. Além disso, a empresa também introduziu uma nova automação, que deleta automaticamente dados considerados sensíveis, como visitas a clínicas de aborto, médicas ou centros de reabilitação de narcóticos e outras substâncias.
Isso significa que nem mesmo o próprio Google terá acesso aos dados do histórico de localização de seus usuários. Por extensão, as autoridades, que frequentemente solicitam esses dados pra investigações de todos os tipos, também não conseguirão acessá-las, nem via ordem judicial. Meu primeiro contato com esse sistema de localização do google foi no Canadá quando eu comprei um celular que a localização vinha ativada de fábrica.
Eu achava curioso como toda vez que eu saía do restaurante onde eu trabalhava, o google me perguntava como a minha experiência no restaurante tinha sido e pedia pra eu deixar uma avaliação. Eu comecei a me incomodar porque era absolutamente todo dia, será que ele não percebia que eu não ia lá pra comer? Até que eu desliguei a localização depois de umas 2 semanas, quando já sabia me virar bem sem GPS.
Toronto, a cidade que eu morei, é fácil de se locomover, então pra minha próxima viagem pra lá eu não vou precisar usar GPS, mas vou precisar usar a NOMAD, a conta internacional que vai me permitir fazer qualquer tipo de transação por lá, seja pagar a conta no restaurante ou comprar um imã de geladeira pros meus amigos. E é justamente por isso que a Nomad é a patrocinadora desse vídeo, por que ela facilita a nossa vida e também por que na hora de viajar tá cada vez mais perigoso levar dinheiro vivo, e mesmo que você vá pra Islândia, o país mais seguro do mundo, você ainda tem o percurso dentro do Brasil até o aeroporto com essa dinheirama toda em mãos. Eu pretendo viajar logo, então já tenho minha conta lá, mas mesmo que você não vá viajar a NOMAD vai te ajudar e muito, porque além de poder usar em mais de 180 países, você pode também investir nas bolsas nos Estados Unidos, proteger seu patrimônio com dólar, então abre a tua conta agora mesmo usando o cupom ELEMENTAR no cadastro e ganhando até 20 dólares de cashback na sua primeira operação de câmbio.
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Bom, depois de muito tempo com esse android com localizador desligado eu herdei um telefone velho da minha mãe, da Apple, mas pra ser honesto até hoje o localizador permanece desligado. A Apple detém a outra grande fatia de usuários de sistemas operacionais de celular, alega que todos os dados de seus usuários são criptografados de ponta-a-ponta, tornando impossível que a empresa os acesse ou os forneça às autoridades. No entanto, existe uma brecha, já que, quando os dados são guardados no iCloud eles podem ser decodificados, uma vez que a Apple possui as chaves de criptografia do serviço – o que possibilita o acesso a tais informações quando solicitados via ordem judicial.
Ou seja, mesmo que exista boa vontade dessas empresas para protegerem seus usuários da sua própria espionagem, na verdade, tudo o que elas fazem é disfarçar como espionam, afinal, seus lucros com anúncios dependem disso. E enquanto o valor de mercado desses dados aumenta, a perda da privacidade se torna uma realidade inevitável. Para mim, as informações armazenadas sobre nossos hábitos por essas empresas não são nenhum tipo de absurdo, nem me fazem sentir que estamos sendo vigiados 24 horas por dia – pelo contrário, fornecer dados muitas vezes facilita nossas vidas de inúmeras formas.
No entanto, entregar informações pessoais exige confiança, e é uma crise exatamente nesse departamento que atravessamos atualmente. É impossível confiar 100% em uma grande empresa de tecnologia quando o assunto são os nossos dados. Seja por escândalos como o da Cambridge Analytica, que revelou que o Facebook havia vendido dados de milhões de americanos para influenciar as eleições presidenciais de 2016, ou por ataques hackers nos centros de armazenamento de dados de empresas – que ocorrem a cada 39 segundos, em média.
As brechas estão se tornando cada vez mais evidentes, fazendo com que o direito à privacidade pareça, cada dia mais, um sonho distante e inocente. Então é isso? Nada poderá ser feito contra essas empresas?
Pra termos acesso aos seus serviços de tecnologia, devemos renunciar a questões importantes como a privacidade e a liberdade de ir e vir? Em 1996, o sociólogo Manuel Castells introduziu o termo “capitalismo informacional” pra descrever uma era que tem como principal característica a intersecção entre economia, tecnologia e informação, que se tornou o pilar de qualquer fato social. E quem entendeu muito bem isso, logo de início, foram as gigantes da tecnologia, que basearam seus modelos de negócios dando bastante ênfase pra coleta de informação em seus produtos e serviços.
Hoje, não é exagero dizer que os dados são o ouro do século XXI, e é por isso que há tantos países se debruçando para tentar conquistar a maior quantidade possível enquanto se protegem de possíveis tentativas de espionagem. Peguemos por exemplo o caso do TikTok, que esteve na mira das autoridades americanas por muito tempo. Durante sua presidência, Donald Trump falava abertamente contra o aplicativo e chegou a tentar impedir que novos usuários o baixassem.
Com a chegada de Biden à presidência, a insistência no tema se intensificou. Republicanos e democratas se uniram pra barrar o que consideram uma ameaça de espionagem. Com o tempo, essas acusações se estenderam para outros setores e empresas chinesas, como a Huawei, que fornece equipamentos para a tecnologia 5G pra alguns países, sendo banida dos Estados Unidos por colaboração para a espionagem do Partido Comunista da China.
Mas se você acha os chineses os únicos vilões da história, as coisas não são tão simples assim. No início dos anos 2010, o site WikiLeaks revelou uma série de documentos sigilosos da diplomacia norte-americana e de suas agências especiais, como a NSA e o FBI. Dentre os documentos divulgados, havia alguns que revelavam que líderes de países estrangeiros estavam sendo espionados, como a ex-chanceler alemã, Angela Merkel, e a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Em resposta, o governo brasileiro em parceria com a Alemanha propôs uma resolução na ONU chamada “O Direito pela Privacidade na Era Digital”, que prometia ser uma manifestação simbólica clamando pela proteção dos direitos humanos também no âmbito digital. Como de costume, a medida não provocou muitos efeitos além de uma salva de palmas na ONU, mas mostra que ninguém está a salvo dos efeitos da espionagem, e agora, com o avanço de tecnologias mais robustas de análises de dados, a vida de uma pessoa poderia ser revirada de cabeça pra baixo em questão de segundos por meio de um aparelho – e o pior: nada poderia nos proteger, porque muitos de nós dá autorização para isso. Com a chegada do iOS 14.
5, a Apple introduziu uma ferramenta simples, mas ao mesmo tempo muito eficaz: o controle do rastreamento por parte de aplicativos. Isso significa que, para um determinado aplicativo saber o que você está fazendo em seu celular, você precisa dar permissão para que ele tenha esse conhecimento. Para não ficar atrás, o Google fez o mesmo logo depois, limitando como aplicativos de terceiros coletam informações – mas isso não impede que essas empresas, no caso, Apple e Google, continuem coletando esses dados.
Certamente, muitos podem argumentar que todas as pessoas podem negar a permissão para que essas empresas acessem seus dados. O problema é que, apesar de realmente terem esse poder de escolha, muitas delas não fazem isso por não saber que podem mudar suas configurações no celular e impedir que suas informações sejam coletadas, ou até têm essa informação, mas na hora de executar, não conseguem alterar as configurações que já saem como padrão de fábrica. Portanto, se hoje nossa privacidade já vive na beira de um precipício, temos que ter cuidado dobrado para não aceitar entregar nada que não seja estritamente necessário.
No caso do meu amigo, ele simplesmente excluiu o histórico e pediu ao google para não armazenar mais os dados de rota dele. Um pequeno passo para sua jornada digital, mas um grande passo para a privacidade dele. E você sabia desse histórico de localização do Google?
Se não, confere ai no seu celular e manda o google deixar de ser enxerido na tua vida. E não esquece de deixar teu comentário aqui abaixo. Ah, e não esquece de abrir a sua conta na NOMAD pra começar a investir, viajar e comprar no exterior, ainda hoje.
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Então aperta nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.