alô alô alô graças a Deus Tudo bem pessoal boa noite tá todo mundo me ouvindo tudo bem Eu Preciso aumentar um pouco mais o microfone ok perfeito eh antes de tudo obrigado por vocês estarem aqui Aê agora ficou legal obrigado por vocês estarem aqui fico muito contente pela presença de vocês ainda mais Nesta aula que tá sendo quase como um intensivão porque o ano passado o ano passado não semana passada a gente já teve uma aula já estamos tendo essa agora e ainda em outubro teremos mais duas aulas então e espero que vocês continuem firmes
e fortes para e virem aqui porque estamos preparando as aulas com muito carinho cuidado tudo bem E hoje é aula sobre nós matamos o o c tinhoso do luí Bernardo Rana Aposto que talvez vocês estejam um pouco com esse livro Porque infelizmente ele não tem tanto tanto material de apoio sobre ele e é pensando muito nisso que a gente trouxe o professor oirat buo Uma salva de palmas para ele pessoal pode professor professor do biratan Ele é professor de literaturas africanas de língua portuguesa lá na fefp ele tem como foco de pesquisa literatura moçambicana Então
como sempre né gente não teria a melhor pessoa para estar aqui com vocês dando essa aula então novamente por favor uma salva de palmas [Aplausos] Oi gente boa noite tudo bem Boa tarde não sei eh bom eh eu fico sempre muito lisongeado apresentação do Franklin é sempre muito afetuosa eh e como ele disse sou então professor de literaturas africanas aqui da USP não há muito tempo Ah eu não há muito tempo também estava na graduação ah fiz tudo aqui na USP graduação mestrado doutorado pós-doutorado ã depois Passei pela Universidade Estadual do Paraná e agora vim
cá para Universidade de São Paulo justamente para trabalhar com isso que é o objeto principal das minhas atenções científicas que é este estranho mistério chamado Moçambique Ah eu desde a minha iniciação científica Então me debrucei sobre Moçambique sobre a literatura moçambicana durante o meu doutorado eu cumpri um estágio ah em Moçambique na capital de Moçambique a cidade de Maputo depois retornei concluir o doutorado aqui eh e não há dia que passe de minha vida sem que eu pense em Moçambique e sem que me lembre com muita saudade dos momentos muito felizes que passei lá de
modo que eu espero passarmos aqui uma hora muito agradável e em que eu terei o prazer de falar de Moçambique com vocês tá bem Ah gostaria de fazer uma pergunta básica todo mundo que tá aqui vai prestar o vestibular por favor levantem a mão hum sim todo mundo eh eu adoraria fazer a mesma pergunta e pedir que l a mão mas não não levantem para saber quem foi que leu o livro entretanto isso me dá uma angústia terrível certo não quero saber e falarei eh supondo que todos tenham lido o livro Até porque se não
leram Talvez tenham alguma dificuldade de entender alguns pontos que eu tratarei eh mas eu espero tenho uma esperança eh portanto de que depois da aula mesmo que não tenham lido o façam e Leiam antes da prova é um prazer L ler o c tinhoso e eu tenho arrogância de supor que depois da aula talvez até a leitura seja um pouco mais fácil já que a primeira leitura do do livro talvez não seja tão simples assim eu concordo Tá certo a literatura moçambicana como um todo grande parte dela é muito introvertida ela é voltada para dentro
de si própria ela é feita para que moçambicanos Leiam certo com um ou outro escritor que escreve mais pro exterior né o honana é Talvez um desses exemplos de escritores introvertidos a minha comunicação portanto ela vai se basear em três etapas mas a primeira eu quero fazer um histórico eh de algumas questões que são muito básicas pra gente entender ah a que contexto histórico social este livro fala depois eu quero passar rapidamente sobre os contos Ah me demorar um pouco mais no princípio no primeiro e e o principal conto da coletânia nós matamos o canto
em oso depois passarei eh brevemente sobre os demais e no fim tentar eh vou tentar organizar uma arrazoado geral ã de todos os contos certo ã e depois portanto a aí a gente pode conversar um pouco bom eh eu acho que a gente não consegue entender nada de Moçambique se a gente não entender Primeiro as questões ah políticas e sociais ali da África austral como um todo certo vocês sabem que no ano de 1885 teve a conferência de Berlim ã e provavelmente vocês aprenderam na escola que a conferência de Berlim partilhou a África entre as
potências europeias em regiões coloniais ou protetorados que sejam certo entretanto Isso é uma meia verdade a partilha da África é um processo muito maior do que foi a conferência de Berlim e a conferência de Berlim ela marca um momento da partilha da África ela não resolve toda a partilha da África e também tampouco eh inaugura a partilha da África a partilha da África era um processo já antigo eh e que foi ainda muito além da conferência de Berlim chegou inclusive até a primeira guerra mundial foi um dos motivos de de existência da primeira guerra mundial
pois bem A África austral é toda essa região que compreende Namíbia botsuana zimbábue Moçambique mala tanzania Suazilândia Loto e África do Sul ou seja toda essa porção sul do continente esses países estão intimamente ligados historicamente e culturalmente por vários motivos né ah este aqui é Moçambique Este é o recorte do território da África austral que cbe a Portugal Vejam Só todos os países que estão à volta de Moçambique foram colônias britânicas e tem como língua oficial a língua inglesa o único país al de língua portuguesa é Moçambique uma pequena Ilha da língua portuguesa na África
austral Por que que isso aconteceu a conferência de Berlim não definiu o futuro da África e nem encerrou o processo de partilha do continente entretanto o que que o que é que traz de novo a conferência de belim Ela traz a consagração do direito de posse efetiva do continente ou seja Portugal dizia que estava em África desde o século X 16 certo portanto indicava para si no contexto da partilha da África toda essa zona pintada de Rosa aí no mapa que é o chamado mapa Cor de Rosa Costa contra Costa de Angola a Moçambique certo
entretanto contra os interesses eh lusitanos pesava o direito de posse efetiva o que isso significa a Portugal foi capaz de entrar efetivamente nesse dentro desse território e colonizar efetivamente esse território não foi nem sequer tinha possessões lá nem sequer uma bandeira portuguesa nem sequer o revólver português estava nesse território portanto não tinha direito direito tinha a a potência que primeiro entrasse nesse território e efetivasse a colonização lá certo bom a reivindicação da África ah Desculpem a reivindicação do mapa Core Rosa português esbarrou nos interesses britânicos no território que queria construir uma colonização que fosse do
cabo ao Cairo do Extremo Sul até o extremo norte do continente Então Portugal acabou enredado nesses Inter interesses britânicos e ficou numa disputa internacional para saber de quem era essa terra certo é neste Episódio Ah é neste nessa nessa dinâmica que acontece o episódio do ultimátum britânico quando a a a Marinha britânica cerca a cidade de Lisboa volta os seus canhões para dentro da cidade manda o emissário em terra e pede que Portugal Desista do mapa corde Rosa certo Portugal muito prontamente entrega o território h no interior do continente e se limita a ficar com
uma porção na costa eh índica e outra porção na costa atlântica Por que que isso é importante porque nessa altura Portugal precisa efetivamente colonizar essa mancha na no continente na Costa índica do continente africano sen não perde este território paraa África do Sul é nessa altura que Portugal derrota a última instituição política que resistia a colonização naquele Território que é uma instituição política chamada gazan culo certo que era governada por um soberano que levava por nome inung gunhan Portugal então Eh se envolve numa guerra que dura 2 anos de 1895 até 1897 para derrotar este
soberano e colonizar efetivamente aquele território antes que a África do Sul o Faça Ah desculpem antes que a Inglaterra o faça o Reino Unido faça certo então eles capturam a corte uma parte da corte do gazan culo levam a essa corte para o exílio batizam o inung dão a Ele o nome de Reinaldo Frederico e ele morre nos nos Açores certo no exílio entretanto esse aqui é o General de Guerra que capturou in gungunhana certo Vejam Só uma cena Colonial típica o general lá depois da guerra comemorando o seu grande feito de ter efetivamente derrotado
a última instituição política e que impedia a colonização efetiva do território moçambicano e por que que isso é importante certo no interior do continente no interland como a gente fala na região do transvaal que é hoje o norte da África do Sul Ah o Reino Unido tinha encontrado carvão mineral e diamante muita riqueza e eles precisavam do território moçambicano para escoar esta produção vocês estão vendo aqui na Pretória johannesburg aqui hoje inclusive as capitais da África do Sul e a saída mais perto pro bar é Lourenço Marx o que hoje é a capital de Moçambique
Maputo saindo em linha reta com uma estrada de ferro a gente chega no mar portanto essa mercadoria escua rapidamente pr pra Europa e não se encarece né bom Moçambique aliás Portugal não tem condição de colonizar efetivamente Moçambique então precisa se anexar ao desenvolvimento do Capital britânico para conseguir constituir Ah uma colonização efetiva do território e é isso que Moçambique vira Nessa altura um apêndice do Capital britânico e o sul de Moçambique é convertido num repositório de mão de obra para o trabalho nas minas e o seu território vira um território de escoamento de produção das
minas da África do Sul isso é muito importante a gente não pode esquecer isso N é isso gera um ciclo da vida do em moçambicano de nascer crescer esperar até a idade o suficiente para poder ir trabalhar nas minas de carvão na África do Sul depois voltar paraa sua terra passar três meses se envolver em um outro contrato ir pra África do Sul volta para Moçambique paga um monte de imposto volta paraa África do Sul e assim vai indo África do Sul Moçambique África do Sul Moçambique até que um dia ele pega tuberculose porque afinal
eles ficam meses e meses debaixo da terra e acaba morrendo cedo essa figura que vai pras minas e volta é o magaça e a gente não pode esse nome isso é muito importante para entender nós matamos o c tinhoso bom Vejam só nessa altura então onde era Gaza é construída uma belíssima cidade uma cidade luxuosíssimo segundo os melhores padrões urbanísticos e arquitetônicos da Europa adaptados aí esse contexto certo uma cidade planejada aqui o centro da cidade que na verdade é o kais que é a o aparelho mais importante de toda a cidade certo eu digo
que é uma cidade belíssima ela era chamada pelos portugueses de pérola do Índico certo Vejam Só que bonito a bonita a estação dos caminhos de Ferro uma riqueza sem precedentes Vejam Só largas Avenidas alcatroadas muita sofisticação uma cidade belíssima Vejam só o que tá escrito aí no chão conseguem ler aqui é Portugal certo Vejam Só uma cidade belíssima e uma cidade que não era feita para brancos ela era feita apenas para negros Ah desculpe era uma cidade não era feita para negros ela feita era feita apenas para brancos Moçambique comunga muito da lógica do aparate
que prevalecia na África do Sul prevaleceu a partir de 1940 esta cidade era uma cidade feita para brancos os negros só pod podiam entrar lá dentro se tivessem uma permissão oficial para fazer isso depois das 9 da noite se não tivessem uma guia de marcha precisavam podiam ser presos inclusive certo olha só a cidade era praticamente um resort para a riqueza do Capital britânico e o pouco de riqueza do Capital português que lá existia bom e os negros por outra parte sendo exportados como mão de obra para trabalhar nas minas de carvão da África do
Sul certo en voltos numa pobreza extrema para além dessa belíssima cidade planejada pelos portugueses certo o que acontece a formação desse estado colonial em Moçambique ela obedece essa lógica portanto uma lógica piramidal vejam isso isso é muito importante é uma estrutura jurídica da sociedade lá no topo quem estão quem está portanto são os cidadãos portugueses aqueles brancos colonos pessoas que migram de de Portugal para Moçambique para tentar fazer alguma Fortuna na vida em geral pessoas que são pobres em Portugal e lá na colônia conseguem manter montar uma Cantina ou se envolver em alguma algum ofício
da burocracia colonial e acabam ganhando algum dinheiro e vivendo em condições muitas vezes muito melhores do que aquelas que viviam em Portugal imediatamente apis a ele são os asiáticos imigrantes e filhos de imigrantes pessoas basicamente ou do Paquistão ou da Índia que vão para Moçambique estão lá duas três quatro gerações já vivendo lá é uma camada muito importante chineses também uma camada muito importante da sociedade moçambicana são esses asiáticos que migraram para lá certo logo após eles tem esses negros assimilados O que são os negros assimilados Portugal entende que entre os brancos e os negros
que estão na base da pirâmide tem um vazio cultural enorme é preciso que haja negros que saibam falar português e que saibam falar a língua da Terra para que possam se comunicar com seus patrões certo portanto começa um processo formal de assimilação e o nome é este é o nome legal é assimilado que se fala certo o assimilado é aquele negro portanto que vai pra escola da missão estuda língua portuguesa formalmente aprende essa língua portuguesa e precisa provar diante da autoridade Colonial que tem domínio daquilo que se chama portanto de civilização portuguesa então ele tem
que fazer uma prova em que ele mostra que ele calça sapatos que ele sabe falar português que ele sabe comer de talheres que ele dorme numa cama e assim por diante né como ele precisava dominar a norma culta da língua portuguesa Acontece uma ironia Histórica de muitas vezes ele dominar a língua escrita em português muito mais do que o branco que o avaliava já que esses brancos portugueses muitas vezes eram muito pobres e eles próprios não tinham acesso a ensino formal enquanto os negros na terra acabavam tendo um ensino muito bom certo depois seguindo aí
nas camadas da população moçambicana tem essa Elite periurbana que é um grupo de pessoas que vai trabalhar nas periferias das grandes cidades certo precisam trabalhar lá como ah empregadas domésticas como jardineiros como pequenos contínuos de escritório eles acabam Aprendendo Português rapidamente não passa por um processo de escolarização formal entretanto domina uma língua portuguesa que é uma língua portuguesa completamente diferente daquela que os brancos falavam ou mesmo os Ass lados é um português todo misturado com a língua local certo é um português que pejorativamente é chamado dentro da cidade de cimento de preto Guis português de
preto e é um português riquíssimo e é um português que hoje em dia originou a variante moçambicana do português que não é a portuguesa entre um português falando e um moçambicano falando há uma diferença enorme que é muito audível pro ouvido brasileiro talvez não seja a gente ouve o moçambicano falando a gente pensa que ele tá falando com sotaque português mas não é é muito diferente certo este português que o moçambicano fala é este português que se originou entre as elites periurbanas essas elites periurbanas formalmente Eles não eram assimilados eles não tinham direito eh à
identidade ao documento de identidade de um assimilado eles eram juridicamente indígenas entretanto culturalmente Eles já estavam muito longe das Aldeias de onde tinham nascido muitas vezes até já se esqueciam da sua língua materna para falar aquela língua da Periferia ou uma língua transformada em de contato na periferia e na base da pirâmide a imensa maioria da população moçambicana que são os negros que eram chamados juridicamente de indígenas pessoas que estavam sujeitas a uma legislação brutal de opressão e subordinação da mão de obra dessas pessoas ao trabalho forçado muitas vezes certo a aquilo que em Moçambique
se chama de shibal trabalho forçado tem que trabalhar na roça de um branco isso aqui é fundamental pra gente entender nós matamos o c tinhoso tudo bem tudo bem bom nós matamos o c tinhoso ess livro de autoria de um jovem escritor chamado luí Bernardo Ruana e esse é um nome muito bonito e muito mal falado no Brasil as pessoas pronunciam esse nome das formas mais estranhas possíveis Entretanto a pronúncia correta del dele é honana certo digam Ruana honana é isso não pode falar outra coisa não pode falar raana não pode falar nada além disso
é Ruana certo o Luis Bernardo Ruana era um cara que trabalhava era um cara de origem assimilada ele era um assimilado os pais dele eram assimilados certo eh aprendeu língua portuguesa formalmente um português muito bom uma língua escrita muito eh ele tinha muita habilidade na língua portuguesa escrita certo e Logo no início dos seus 20 anos ele começa a despontar no jornalismo da cidade de Lourenço Marx como um jovem talento Hum então alguns escritores e um crítico literário do período entre eles rfl José cravinha e Eugênio Lisboa começam a incentivar o Ruana a publicar Os
Contos dele ele publica alguns contos da Imprensa causam um barulho tremendo certo e depois finalmente no ano de 1964 esses contos são todos compilados nessa antologia que leva por nome nós matamos o c tinhoso certo nós matamos o c tinhoso gerou um debate enorme na imprensa era um livro que foi acusado de tudo quanto é coisa as pessoas que eram favoráveis à colonização de Moçambique diziam que o livro instila o ódio entre raças em Moçambique e não dizia a verdade da colonização porque segundo essas pessoas que apoiavam a colonização do território a colonização portuguesa era
muito pacífica e estava trazendo uma civilização de fato para pessoas que eram consideradas bárbaras ou primitivas Seja lá o que for certo outras pessoas que eram aqueles que eram radicalmente contra o livro achavam que o livro não apelava o suficiente para ser anticolonial dizia que faltava alguma coisa que a crítica devia de ser mais pesada que o livro era um pouco esquisito ao mesmo tempo que indicava uma crítica não fazia crítica de modo tão frontal Vejam Só que curioso porque hoje em dia parece que a gente Lê esse livro e tudo que a gente ouve
a respeito dele é colonialismo colonialismo colonialismo Hum e nessa época em que o livro foi publicado as pessoas achavam que não era tão anticolonial como como poderia ou deveria ser ou como eram talvez outras Produções literárias do período certo Por que que será que isso acontece né talvez a gente pode falar sobre isso né bom aí o luí bernardon noana jovenzinho Nessa altura vocês me perdoem essa foto ele tá seg um cigarro e é só agora eu pude perceber e me dar conta de que talvez isso não fosse muito adequado Mas tudo bem bom em
1964 logo depois da publicação do livro ele se juntou a nascente frente de libertação de Moçambique que era uma organização que juntava vários grupos políticos eh anticoloniais emancipatórios eh e e que neste ano de 1964 segundo Reza a narrativa oficial no dia 25 de Setembro ã desferiu uma violenta guerra contra o exército português guerra essa que duraria 10 anos e que em 1974 culminaria na independência política do país na emancipação política do país tudo bem Ah nós matamos o cano tinhoso foi publicado em várias línguas rapidamente ele recebeu uma tradução em inglês em 1969 para
o russo em 67 para o francês na Bélgica em 73 em 73 também sai a primeira edição portuguesa deste livro enfim é um livro que é um sucesso editorial num meio literário muito escasso em que as tiragens e as edições são muito pequenas e porque pouca gente lê em português certo e o livro ainda estava envolvido num debate enorme né Talvez isso Justifique o sucesso editorial enorme dele porque não tem nada que faça um livro vender mais do que uma polêmica a volta dele Certo bom muito se fala da relação de nós bamos o canhoso
com o contexto social e histórico do colonialismo português em Moçambique é ou não é se alguém já tentou estudar alguma coisa sobre esse livro encontrou Ah o nós matamos o canhoso fala do colonialismo em português do colonialismo colonialismo colonialismo e as pessoas ficam falando de colonialismo e não falam da obra hum agora a pergunta que eu faço é como é possível estabelecer essa relação por meio de um olhar objetivo aos contos ou seja o que é de literário que existe dentro do do texto que faz a gente pensar ou não pensar em colonialismo certo ou
seja Quais são os expedientes estéticos utilizado para utilizados para estabelecer essa relação e de De que modo essa referência é feita que ele fala de colonialismo a gente já sabe hum Hum e não precisa nem abrir o livro para saber porque todo mundo já falou o que que a gente precisa entender é Como isso acontece dentro do texto e como esse colonialismo surge dentro do texto em forma de texto de literatura de articulação da língua certo e acerca disso que a gente tem que se deter para poder entender como essa conexão é feita porque senão
a gente tá discutindo história e não tá discutindo literatura tudo bem E a gente pode chegar na história mas a gente passa primeiro pela literatura e a gente tem um específico aqui que é o literário bom nós bamos o canhoso o primeiro conto da coletânia aquele conto que mais se fala talvez maior conto ali da coletânia e o mais importante pra gente entender talvez essa conexão não que os outros sejam menos importantes mas este é o mais denso certo e que inaugura a tópica dentro do da coletânia tópica essa que é retomada por todos os
contos né para já aquilo que salta aos olhos quando a gente tá lendo começa a ler a gente percebe que o canhoso esta personagem que dá nome ao livro e ao conto uma personagem antropomorfizado o que isso significa que ela aparece no conto parecendo um ser humano ou seja são atribuídas a esta personagem características que não dizem respeito a cães mas sim a seres humanos comportamentos humanos certo pois bem isso ocorre também com outros cães na narrativa mas a gente vai ver porque que isso acontece por que essa personagem é antropomorf dentro do conto né
por suas características físicas aspecto dente debilitado alvo a ser abatido pela Malta muitas vezes o conoso foi lido na Fortuna crítica do livro por tudo aquilo que se falou dele do ponto de vista da crítica o c tinhoso foi lido como o símbolo do colonialismo a ser abatido certo Por quê Tá lá o c tinhoso tinha os olhos azuis e assim começa o conto aí as pessoas falam bom pronto o c tinhoso é o colonialismo tem que abater o colonialismo Pronto né o c tinhoso então surge como um símbolo como uma metáfora do colonialismo certo
e eu não gosto dessa interpretação eu não concordo com com ela e vou dizer para vocês por que eu não concordo bom Vamos ler alguns trechos dos Contos que talvez nos ajude a entender diz assim ó o can tinhoso tinha os olhos azuis que não tinham brilho nenhum mas que eram enormes e estavam sempre cheios de Lágrimas que lhes corriam pelo focinho metiam medos aqueles olhos assim tão grandes a olhar como uma pessoa pedir qualquer coisa sem querer dizer bom as pessoas então olham para isso aí o qu tinhoso tinha olho azul olho azul aparentemente
é um fenótipo português Branco europeu portanto conoso é o símbolo do colonialismo então entanto Vejam Só o que a gente tem na sequência o cão tinhoso tinha pele velha cheia de pelos brancos cicatrizes e muitas feridas e em muitos sítios não tinha pelos nenhuns nem brancos nem pretos a pele era de que cor preta como a pele de um Gal gala ninguém gostava de lhe passar a mão pelas costas como aos outros cães Ora se o olho azul do canhoso serve como motivo pra gente corroborar a ideia de que o conoso é símbolo do colonialismo
O que que a gente faz com a pele preta dele ele não era branco então não já não tá encaixando tem alguma coisa aqui que não tá errada tem alguma coisa errada que não tá certa certo bom a minha hipótese vai por outro caminho Qual que é a minha hipótese de leitura a gente não pode esquecer o que que acontece dentro do conto onde acontece e como acontece Afinal o que é que acontece dentro do conto certo a gente não pode se esquecer que todo conto acontece numa vila numa numa pequena Vila uma aldeia semirrural
muito longe da capital de Lourenço Marx é isso que o Russell Hamilton um crítico dos Estados Unidos ele chama de microcosmo social uma zona semirrural é uma pequena Aldeia na fronteira na fronteira entre o mundo rural em que predominam os indígenas submetidos ao trabalho compulsório e o mundo Urbano em que vive essa estrutura burocrática do estado colonial a justa posição desses dois universos numa pequena Aldeia Eu acho que eu a justa posição desses dois universos numa pequena Aldeia cria um pequeno um pequeno contexto muito pontual uma amostra de como funciona o mundo Colonial como um
todo o que significa é como uma amra que a gente tira de qualquer material original para poder fazer uma análise aguda hum não é assim quando a gente vai fazer uma biópsia tem alguma coisa estranha no seu corpo Então você colhe uma pequena amostra daquilo e aquilo é levado pro laboratório então o analista olha aquilo lá aquilo lá tentando encontrar dentro daquela amostra todos os elementos que compõem aquele tecido que estava no seu corpo Originalmente é isso que acontece dentro desse conto certo como ele se passa lá naquela Vilinha naquela Aldeia lá no contexto muito
específico lá da moamba certo e aquilo funciona como uma amra da estrutura social Colonial total de Moçambique no período as personagens são todas muito íntimas elas se conhecem umas à outras certo e há representantes de toda estrutura colonial e todas ao mesmo tempo justapostas nesse pequeno universo minúsculo da Vila certo Vejam Só a estrutura social dessa Aldeia ela é marcada inicialmente por personagens típicas vocês já repararam isso no conto não é ele fala do senhor administrador do Senhor professor da Senhora professora do senhor doutor veterinário do Senhor chefe dos correios e toda vez que essas
personagens aparecem eh os nomes delas nunca aparecem delas nunca aparecem a gente não sabe o nome do senhor administrador porque ele é sempre chamado de o senhor administrador em letra maiúscula em caixa alta O Que Que Isso demonstra reverência é quando a gente vai falar de Deus no texto bota Deus ele em letra maiúscula significa que Deus é tão grande que a gente tem que colocar a letra do texto em letra maiúscula não é a mesma coisa aqui o senhor administrador cujo nome nós não conhecemos porque o texto parece que tem medo dele e fala
dele com muita reverência e o mesmo acontece com a professora com veterinário com o senhor chefe dos correios cujos nomes nós não conhecemos os nomes nós conhecemos apenas da Malta certo Vejam Só o conto é narrado da perspectiva do Ginho quando eu disse para vocês aqui que o conto o texto parece que tem medo do senhor administrador e se refere a ele com muita vênia com muita reverência a gente não pode esquecer que quem é que está narrando ali é Ginho é essa personagem Central desenvolvimento do conto certo que é um menino negro ele é
uma espécie de café com leite no interior da Malta a gente não pode fazer confusão com essa palavra Malta Malta significa galera significa agrupamento junto ajuntamento de de amigos certo no interior da Malta o Ginho portanto é uma espécie de café com leite aquele menino que todo mundo manda que obedece todo mundo e que nunca toma iniciativa de nada e nunca pode est em nenhuma posi de protagonismo éessa que o conto tá sendo narrado e é por isso que ele tem medo do senhor administrador da Senhora professora sempre em letra maiúscula certo essa Malta esse
grupo de amigos é liderado por Kim é liderada por Kim que é um menino branco de origem Portuguesa e Vejam Só os nomes dos outros amigos todos que estão lá dentro né Telmo Carlinhos Chico de origem portuguesa Chico apelido de Francisco Telmo e Carlinhos são nomes portugueses depois os outros amigos dele lá na na Malta de origem indiana ou paquistanesa é que são faruk gulamo is sufo e Shangai esse Shangai aí a gente não sabe mas talvez ele possa até ser de origem chinesa certo pode ser um apelido que denote isso e depois outros meninos
que podem ser negros ou brancos como noroto chorro certo mas são personagens que pouco aparecem ali tudo bem E além disso a os moleques do Costa meninos que não falam português direito hum aparecem lá no meio do conto num momento muito específico mas a importância deles é enorme no desenvolvimento do conto bom e o que é que afinal acontece dentro do conto a gente já viu onde acontece com quem acontece Agora resta perguntar o que acontece dentro do conto ora o cão tinhoso vive lá mais ou menos pacificamente perdido na capoeira da escola e ele
precisa ser abatido E por que que ele precisa ser abatido por causa desta cena a cena mais importante do conto todo mais importante até do que o próprio desfecho dele que eu imagino que vocês saibam Qual é eu vou contar depois certo diz assim ó vamos ler esse trecho o senhor administrador e os outros estavam na varanda do clube a jogar a sueca como também era hábito todos os sábados à tarde eu estava a olhar para o senhor administrador quando ele e o parceiro levaram um capote depois olhou para mim e viu que eu também
estava a rir olhou para o cantinhos e viu também a rir-se Olha o cantinhos Tá rindo ou seja ele tava jogando baralho e ele perdeu tomou um capote ele perdeu não é foi enxoval ali no perdeu tudo não é aí o Todo mundo começou a rir do senhor administrador o senhor administrador olhou pro Ginho sentado no chão o Ginho tava rindo olhou pro canhoso e o c tinhoso também supostamente estava rindo porque o conto é escrito da perspectiva do do Ginho pois bem o que que ele fez olhou para o c tinhoso viu também a
rir Por isso Zangou se perguntou aos outros e quem é que quem é que disse que isso não era a Arca de Noé ele Tava incomodado porque ele tinha acabado de perder um jogo de baralho ele era a mais alta a autoridade administrativa da da Aldeia era o senhor administrador e estava perdendo um jogo de baralho e todo mundo estava rindo dele e ele ficou muito zangado e onde foi que ele descontou a raiva dele no canhoso porque segundo a perspectiva do Ginho o canhoso também estava rindo dele bom ele joga mais uma partida torna
a perder se sente mais uma vez humilhado e disse o seguinte ó O doutor da veterinária ainda ainda se estava a rir por ter lhe dado limpa quatro bolas e ele acabou com aquilo de uma vez ouve lá o que é que este cão está a fazer ainda vivo está tão podre que é um nojo caramba bolas para isso ai que eu tenho de me meter em todos os lados para pôr muita coisa em ordem Ora por que que afinal o senhor administrador a mais alta autoridade da Vila da moamba decide matar um cão um
cão sarnento que tava lá que ninguém nem encostava porque ele estava perdendo um jogo ele teve a autoridade dele posta em cheque nesse momento ele estava sendo ridicularizado porque ele tinha perdido o jogo e ele não admite isso então como uma forma Dee exercitar o poder dele é mandar matar o cão para mostrar quem manda ele pode até perder o jogo mas quem manda é ele se ele mandar matar o cachorro tem que matar e o que que acontece até o fim do conto Afinal a ordem sai dele vai pro senhor doutor da veterinária o
senhor doutor da veterinária não tem coragem de matar o cão passa isso paraa malta como se fosse uma brincadeira de todo mundo pegar a espingarda dos pais eles vão pro meio do mato para matar o cachorro o que é que acontece lá hã hã eles matam o cachorro efetivamente mas isso já não tem mais importância percebem se matou não matou não faz diferença o que é que importante aqui é que uma ordem absolutamente aleatória que não tem importância nenhuma na vida de ninguém naquela Aldeia acaba saindo da boca desse senhor administrador e percorre toda a
estrutura social do senhor administrador até o pobre do coitado do cão até que autoridade daquele senhor administrador seja finalmente reforçada e pacificada diante de um momento de aparente hesitação ou vacilação dessa autoridade que foi o fato dele perder um jogo entendem o que que é autoritarismo uma pessoa autoritária uma pessoa autoritária é aquela que faz questão de ficar dizendo que manda mesmo quando não é preciso aquela pessoa que faz um exercício nulo e vazio do poder que ela tem apenas para dizer quem é que manda E por que que uma pessoa é obrigada fica dizendo
para todo mundo o tempo inteiro que manda a pessoa que manda que tem autoridade ela não precisa ficar reforçando diante de todo mundo que ela tem autoridade as pessoas acatam a autoridade dela e respeitam agora a pessoa que tem que ficar dizendo para todo mundo e provando por todos os meios que ela manda e que ela é autoridade que ela é quem manda ali é uma pessoa que não está segura da sua própria autoridade é isso que está acontecendo com o senhor administrador ele não tem segurança a respeito da sua autoridade na aquele contexto perder
um jogo é algo que o deixa completamente aturdido a ponto dele ter que fazer um exercício vazio da sua autoridade mandando matar um cachorro que não tem nada a ver com isso só para dizer quem [Música] manda tudo bem então no meio da Malta quando o cachorro vai ser finalmente abatido começa uma treta sem entre os meninos que estão todos armados o Kim é o menino que quer liderar a Malta muito mais do que lidera e tem que ficar tentando impor a sua força eh tem que ficar tentando impor a sua força a todo custo
sobre os demais e isso gera conflitos dentro da Malta tem meninos lá que não querem acatar o poder do Kim e o Kim aos berros fica gritando com os demais e ameaça de atirar em todo mundo o tempo inteiro vira um clima de tensão tão violento que você fica pensando meu deus adolescentes armad a ponto de se matarem uns aos outros no meio do mato certo isso pode parecer uma coisa muito aleatória que eles iam se matar uns aos outros mas essa esta ameaça de morte é uma ameaça absolutamente racializada neste momento de conflito certo
Vejam só esses trechos primeiro o Quim é obrigado a fazer tudo aquilo que ninguém quer fazer é preciso empurrar o cão na corda ninguém quer empurrar o cão é ele que tem que obedecer todo mundo ele leva a arma do pai dele mas ele é obrigado a dar a arma dele pro outro porque ele não pode est armado por qu Por que que ele tem que obedecer todo mundo porque ele é negro certo e Vejam Só ouve lá tu deixas esse cão todo podre que é o nojo encostar-se a ti o faruk Estava sempre a
meter-se comigo mas o Kim queria combinar a coisa e não queria ouvir o que ele dizia diz o Quim ó deixa lá é preto e basta deixa lá bem Malta o o cão não sai daqui e a gente vai cada um para a sua casa buscar as armas ora o faru esse menino olha pro Ginho o Ginho Tá parado o cão tá encostado na perna dele ele se incomoda com isso fala Poxa vida esse cão nojento aí você deixa ele encostar em você aí o outro Responde bom ele é preto É por isso que ele
tá fazendo porquice é isso que ele tá falando certo depois kem olhou para o gulamo e perguntou devagar em voz baixa ó meu filho da mãe queres que te arrebente o focinho bom o Kim que quer mandar em todo mundo tá brigando com o gulama ali certo Os dois estão batendo boca e ele diz o seguinte quer que eu te arrebente focinho aí o outro diz arrebenta uma ova tu aqui não armes e mandão que eu não tenho medo de ti o gulamo tinha se virado para o Quim com arma e tudo ouve lá queres
ter alguma coisa comigo monhé de um raio Vejam Só essa expressão monhé is é uma expressão pejorativa para se referir a indivíduos de origem asiática sobretudo indianos Nesse contexto moçambicano é uma expressão muito pejorativa é um insulto então ele tá insultando o gulamo porque o gulamo é indiano é um insulto racista depois o qu não teve medo da arma do gulamo isso era o teu avô Meu labg ordinário nunca te contaram isso lá na tua Aldeia seu mager o que que é la bregu e mager São dois insultos que eram usados para os portugueses naquele
contexto insinuando Justamente que os portugueses eram indivíduos pobres que estavam passando passando fome em Portugal e iam pra África tentar conseguir alguma Fortuna e chegavam lá não tinham aa nem beira aí o que que ele diz moé filho de um corno pronto continua estão vendo uma sucessão de Insulto racista e o Kim ah desculpem e o Ginho chamado de ali no interior da Malta veja só e Malta agora é que vai ser e toucinho desata corda é o k mandando o jinho desatar a corda para matar o cão diz o jinho mas eu não era
capaz de me mexer todo envergonhado e com o pescoço a doer como não sei o qu Ei Malta vocês nunca me viram a matar um preto ou seja o kin é branco o jinho é preto ele pode dispor da morte ou da vida do do jinho do jeito que ele vai entender por qu porque é preto depois quando chegamos ao matador os moleques do Costa vieram ver a Malta passar Esses moleques do Costa que eu fiz referência lá e que a gente não pode esquecer certo os os moleques do Costa não sabem falar português ou
pelo menos falam o português aquele português ao qual eu fiz referência aquele português dentro da variação moçambicana diz assim onde vai G Menino leva chingar vai no caça onde vão os meninos levando a espingarda vão a caçar mas aquele cão não presta diz o Quim fora daqui negral depois os moleques julgaram que o Kim falava na brincadeira e não se mexeram mas o quin apontou a arma e repetiu fora daqui negral fora daqui cabrada escura ou seja ele pode atirar nesses meninos porque eles são negros é isso que ele tá dizendo é ou não é
vejam gente então a estrutura social que está descrita dentro do conto lá no topo o senhor administrador o representante máximo do Poder Colonial formalmente constitu Depois a senhora professora o senhor chefe dos correios o senhor doutor da veterinária a gente não sabe o nome de nenhum deles todos eles são tratados pela autoridade que representam nessa estrutura absolutamente rigorosa da sociedade não é esses que vem em segundo lugar são representantes secundários do Poder Colonial formalmente constituídos Mas eles estão em braços do estado colonial é a professora é o chefe do correio é o médico veterinário Depois
tem esse Sada da cantina que é um certo representante informal porque ele não é nenhuma autoridade formalmente constituída mas é um branco é um português que tá vivendo lá na aldeia apesar de não ter muita autoridade não deixa de ser um branco certo entretanto veja que o nome dele aparece o nome dele é Sá é o Sá da cantina o Ginho não se refere a ele como o senhor Sá da cantina não é o Sá da cantina depois a gente entra na Malta certo na Malta os nomes de todo mundo aparecem os apelidos na verdade
e a gente tem ali no topo tentando se impor a todo custo o Kim e depois o Carlinhos o Telmo e o Chico são os brancos são as pessoas que estão numa zona de Privilégio dentro da Malta depois em segundo lugar vem esses asiáticos faru gulamo sufo Xangai e noroto zona de disputa e discriminação ou seja Eles não aceitam a autoridade dos brancos entram em disputa com eles mas quem fica no topo são os brancos não eles por fim estas personagens que são as personagens que estão dentro do uma zona de completa exclusão dentro da
da Malta quais são essas personagens o Ginho a Isaura e o c tinhoso e é dessa perspectiva que o conto é narrado Ele olha para toda essa pirâmide de baixo para cima e é por isso que o o c tinhoso vira praticamente outro ser humano do lado dele ele sabe o que o c tinhoso tá sentindo os dois são igualmente excluídos daquela sociedade vejam bem eu não quero dizer com isso que a seja uma negra assim como o Ginho a gente não tem indicativo nenhum no conto de que a Isaura era Negra mas a Isaura
era atribuído um comportamento neurodivergente se lembram disso eles consideram a exura louca porque ela conversa com c tinhoso e excluem ela do convívio social por causa disso então o Ginho é excluído por racismo o cão tinhoso é excluído dos demais cães porque tá velho desdentado sarnento e a Isaura é excluída porque não tem um comportamento correspondente ao que era o padrão da normalidade naquele momento os três excluídos e é dessa perspectiva que eles falam e é dessa perspectiva que o Ginho fala e narra o conto todo tudo bem Vejam Só a gente repete aqui toda
a estrutura como que tudo aconteceu o que foi que aconteceu o cão teve que ser morto então vejam só lá em cima a gente tem autoridade questionada lá no jogo de baralho o senhor administrador se vê envergonhado porque tá sendo ridicularizado emite a ordem de matar o cão e Essa ordem desce toda a estrutura da pirâmide até chegar lá no final acabou comendo aqui né Eh em que a autoridade é refeita restaurada com a morte do cão Ou seja a autoridade foi pacificada quem manda continua mandando quem obedece continua obedecendo e fim de conversa que
foi oi tudo bem gente é dessa forma que eu acho que o nós matamos o canhoso dialoga com o contexto Colon é dentro dessa estrutura que essa ordem eh despenca como uma rocha rolando Ladeira baixo e todo mundo tem que obedecer tendo ela importância ou não tudo bem Bom agora eu vou passar rapidamente sobre os outros contos a apareceu agora o tá vendo a autoridade preservada aqui né no topo da no topo da da pirâmide tá lá o senhor administrador e c embaixo os meninos do Costa que estão totalmente com Ah eu tenho que voltar
porque ficou fora então aqui né ó a gente tinha Essa zona de exclusão dentro da Malta e a gente tem esses meninos aqui que nem na Malta estão que são os meninos do Costa que são os indígenas se lembram do do da base da pirâmide lada pois bem aqui estão os indígenas os meninos do Costa Os Meninos Que aprendem a falar português misturado com a sua língua falam aquele português variado certo não fazem parte da Malta e dentro da malta ainda tem a zona de exclusão tudo bem bom a gente pode dizer que a ordem
de matar o cão atinge esses meninos do Costa porque eles quase morrem quase morrem no momento em que o quin os desafia certo manda eles saírem de lá senão eles podem morrer então eles quase morrem junto com o cão certo então a ordem que saiu de lá de cima da autoridade questionada ela chega até lá embaixo quando tudo é pacificado com a autoridade preservada Tudo bem Tudo bem então vou passar pro resto dos Contos pra gente ter um pouco a ideia do que eles falam e depois a gente pode conversar um pouco tá bom bom
inventário de Imóveis e jacentes este conto Qual é a ação desse conto o que é que acontece dentro desse conto nada nada o conto é contado da perspectiva é narrado da perspectiva dessa personagem protagonista que Muito provavelmente é ainda o Ginho que está deitado na sua cama enquanto ele está deitado na sua cama ele está lembrando tudo que existe dentro da casa dele e todo mundo que tá dormindo lá dentro e pronto acaba o conto é só isso ele é um pensamento é um átimo de segundo é um conto que se Desenrola dentro de uma
estrutura que a gente chama de motoc contínuo é o tempo de um pensamento é o tempo que dura aquele o desenvolvimento ação daquele conto que afinal de contas é ação nenhuma certo bom o conto é atomizado ele tem pouquíssimas páginas ele tem uma ação atrofiada é isso que eu tô dizendo não acontece nada no conto certo o menino fica lá meditando Ah ele medita ele reconstrói essa descrição da casa e por meio dessa descrição nós conseguimos indícios muito significantes de uma condição social e política muito específica certo ah na casa dormem 10 pessoas é uma
casa de quatro cômodos e dentro desses quatro cômodos dormem 10 pessoas todo mundo amontoado certo são asas pessoas papá mamã Tina Gita lolota Nelita nandito Joãozinho Carlinha e o narrador e do lado de fora da casa dorme o Capataz na munana o Capataz eh numa Palhota que abriga um fogão então tem gente para caramba lá dentro num espaço muito exigo certo [Música] hã bom eu vou passando depois Qualquer coisa a gente volta e lê esses trechos todos certo o que que é importante a gente entender Qual é a condição política e social que vive que
vivem que vive aquela família Vejam Só as portas e as janelas estão fechadas o Papá não gosta de dormir com as portas e as janelas abertas não sei por quê pode-se pensar que é por causa da doença mas eu acho que ele foi sempre assim ele agora dorme no nosso quarto porque os médicos quando lhe deram alta recomendaram lhe que dormisse numa cama dura o que se improvisou no nosso quarto já que isso não se podia fazer na cama de casal no quarto dele portanto aquele pai está doente ele tem que dormir numa cama dura
certo e tem que dormir de portas fechadas não pode tomar friagem que doença será que esse pai tem hã Eu não tô ouvindo o que vocês estão dizendo tuberculose Por que que ele tem tuberculose porque ele vai pras minas e volta o conto não tá falando isso o conto nem esquece tá dizendo qual é a doença tem que trocar de novo é bom que ele vem geladinho né Aí dá uma refrescada na mão Obrigado pois bem eh o conto não tá dizendo nada disso ele só está dando o indício de que esse pai tem a
tuberculose mas é um indício bastante robusto né Depois Ah o Ares está pesado nesse quarto porque além de estar tudo fechado dormem aqui incluindo-o cinco pessoas às vezes somos seis e isso dá-se mais frequentemente porque a cama agora ocupada pelo papá é normalmente ocupada pela Tina egita que agora dorme com a mamã no outro quarto O que significa esse pai está ausente geralmente ele não está lá por que que ele não está lá se é verdade que ele tem tuberculose se é verdade que ele é Maga vai trabalhar nas minas de carvão mineral da África
do Sul Portanto sazonalmente ele está ausente de casa vai lá trabalha nas minas Mas além além disso tem um outro motivo vejam [Música] lá voltamos aqui ó tem um outro motivo que leva a ausência do papá Vejam Só entre a porta que dá para a casa de banho e a que dá para este quarto encostada à parede do Corredor há uma instante com cinco prateleiras todas cheias de livro tem a cobril lá uma cortina feita de um pano idêntico ao das Cortinas da sala de visitas as cortinas do quarto da mamã são também do mesmo
pano só neste quarto é que as cortinas são diferentes são de um pano grosso e amarelado Tina diz que o que o pano é feio mas quando o Papá esteve esteve preso tirou duas Cortinas e com elas fez uma saia que não era parecida com nenhuma das que tinha visto eu acho que era feia o ou seja por que que este pai normalmente está ausente porque ou ele está nas minas contraindo tuberculose ou ele está preso Vejam Só o que que tem dentro da casa uma miséria profunda não tem nem o que comer não tem
nem onde dormir não tem colchão mas tem livro O que significa que esse papá Provavelmente estava metido em atividades subversivas e era por isso que ele estava sendo preso mas o conto não está dizendo isso o conto está apenas insinuando e a gente preenche esses vazios certo com questões com significados que são históricos sociais qu cham atenção de mais um trecho apenas Vejam Só ah além do quarto em que estamos e do outro em que está mamá nossa casa tem mais duas divisões a sala de visitas e a sala de jantar esta última tem as
paredes enegrecidas pelo fumo porque Dantes a mamá tinha ali o fogão a um canto é ocupado por uma mesa já despolido e sem estilo rodeada por sete cadeiras uma de cada espécie um armário em que alguém escreveu Elvis e e vários sacos no canto atrás da porta as refeições como não cabemos todos à mesa Aita e anelita sentam-se no chão viradas uma para a outra encostadas uma aos sacos e a outra ao armário ao meio fica o prato de alumínio quando faz frio sentam-se sobre uma esteira invariavelmente prato contém arroz e caril de amendoim naturalmente
um dia uma delas enjoou e virando a car a cara pegou no lápis e escreveu Elvis no armário acho que devia ter sido assim porque a inscrição está num ponto tal do armário que forçosamente foi feita por alguém sentado ao nível do chão Vejam Só que curioso ele tá olhando pra cozinha ele vê que a cozinha uma mesa com sete cadeiras uma cadeira diferente da outra que que isso significa que naquela casa nunca ninguém comprou um conjunto de cozinha pegou a cadeira que sobrou de algum lugar juntou tudo e deu no que deu e ainda
faltou faltaram duas que são sempre pras menores que tem que sentar no chão do lado do armário e quando ele olha para aquele armário ele vê lá no embaixo da porta escrito Elvis então ele procede a uma aguda Investigação Criminal como que aquele Elvis foi ser escrito lá naturalmente as duas alguma das duas enjoou da comida que é sempre a e escreveu ali elves numa altura que só uma delas poderia ter feito agora o que que é importante aqui invariavelmente a comida é arroz com caril de amendoim o que que é caril de amendoim é
um pequeno ensopadinho feito com Amendoim pilado as senhoras em Moçambique pilam milho uma velocidade uma de cada lado não sei como que elas conseguem pois bem pila o milho para fazer esse ensopadinho esse caril certo arroz com caril de amendoim é arroz com molhinho por cima não tem carne não tem proteína é uma dieta muito pobre muito pobre invariavelmente é só isso que tem para comer então vejam só por meio da investigação criminal dele para saber como que aquele Elvis foi parar embaixo da porta do armário ele consegue refletir a respeito da pobreza e da
miséria que essas populações estão vivendo não tem o que comer não tem nem dinheiro para comprar móvel não tem dinheiro nem para comida vai ter dinheiro pro móvel tudo bem É por isso que nos meus contos preferidos da coletânia ele quase que não diz nada Mas ele significa tudo certo tudo bem Vou passar pro pro próximo Dina Dina é um conto denso é um conto mais tradicional do ponto de vista da narrativa porque ele é narrado em terceira pessoa certo e mostra a história de madala um senhor que já é muito ancião e que trabalha
arduamente na roça na roça é chamada machamba nesse território certo é uma um grande latifúndio um grande espaço de produção agrária certo e essas pessoas trabalham lá até o limite da exaustão toca o Dina Dina é uma palavra que não é inglês vocês provavelmente devem ter visto ah Dina é uma palavra que vem do inglês do dinner vem mas Dina é uma palavra numa língua chamada Fan galó e o que é Fan galó é uma língua que a gente chama de língua criola que surge nas minas da África do Sul em que se juntam pessoas
de toda a África austral para trabalhar lá essas pessoas vê do zimbábue do Zâmbia da tanzania do malaui de mozambique enfim da sua Zelândia todo mundo se mistura lá e falam muitas línguas ali falam ronga falam Maua falam indele falam zulo falam Nossa falou muitas línguas faladas ali todo mundo se misturando gerou uma língua nova ali uma língua de contato no contexto das minas certo e é desta língua que vem essa palavra Dina que vende dinner em inglês mas aqui significa o moço Dina em língua Fan galó certo pois bem toca o sinal do Dina
O que significa que que as pessoas podem parar de trabalhar e irem almoçar porque estão com fome estão morrendo lá de fome não é entretanto elas só podem fazer isso depois que o branco mandar o que significa que não existe direito formalmente constituído o direito é submetido à autoridade do branco é o branco quem dispõe do tempo e e das condições de vida dessas pessoas apesar a despeito de um direito formalmente estabelecido pelo sinal do Dina que não é obedecido pelo Capataz tudo bem e o que que acontece Esse madala é uma figura de muito
respeito ali no contexto da roça certo ã Vejam Só madala dirigiu-se para um dos celeiros velhos sentou-se à sombra escolhendo o lugar entre os homens do grupo do Curral que ao vê-lo aproximar deixaram-se deixaram de conversar sobre mulheres e vestiram um ar mais reverente conforme o madala Tá chegando as pessoas param de falar bobagem e ficam mais sérias em sinal de respeito a madala hum madala Como é que vão as coisas no teu grupo perguntou uma voz madala não respondeu prontamente porque Antes de emitir qualquer opinião tinha de repetir a pergunta interiormente e ouvir a
resposta do seu íntimo Então ela era uma pessoa muito sábia ele demorava muito para responder porque ele tinha que repetir a pergunta pensar na resposta estar seguro da resposta então depois emitia cer o que que acontece o madala o madala é pai da Maria e a Maria vai visitá-lo no horário do Dina certo e a Maria é uma personagem muito complexa Vejam Só Maria eu fui buscar o teu pai para ou Veres mas só agora que ele disse que estás aqui porque o Capataz estava comendo num sítio perto do lugar onde ele estava sentado o
dimo parecia gostar muito da madal da Maria Mas madala sabia que como ela dormia com muitos homens ninguém quereria casar-se com ela esta é a filha do madala e veja só ela chega o dimo tenta desviar ela de perto do madala porque o madala tá sentado perto do Capataz O Capataz não pode ver a Maria lá Por que que ele não pode ver a Maria lá existe um perigo certo Vejam Só o que acontece não vou dizer o que acontece vou ler um bafo quente ácido do homem aproximou-se da sua face a capulana da Maria
desprendeu-se durante a breve luta e a sensação fria de água tornou-se lhe mais vívida um arrepio fê-la contrair-se sentiu nas coxas nuas a Carícia morna e áspera dos dedos calos do homem madala olhou em volta ninguém o olhava diretamente mas todos os homens do Acampamento se se se tinham disposto pelas sombras de modo a poderem vigiá-lo só o jovem do grupo do Curral que ainda pouco interpelar é que ainda mantinha a expressão mal criada o que que acontece finalmente o Capataz vê a Maria e violenta a Maria na frente do pai dela na frente de
todo mundo que tá ali almoçando certo o que que acontece no final tem essa aparente preparação de uma batalha de uma disputa os Homens todos se rebelam e ficam à espera de madala para que eles ataquem o Capataz e organizem ali uma revolta matem aquele homem sei lá o quê Vejam Só o diálogo ó madala a voz do jovem contin tinha-se madala diz diz-nos o que é que devemos fazer fala e nós acabamos já com isto tudo eles podem matar-nos mas nós não temos medos medo de morrer um rumor de aprovação elevou-se da massa compacta
dos homens do Acampamento madala ergueu os olhos percorreu demoradamente as fisionomias incendiadas dos seus companheiros madala todos nós vimos o que ele fez à tua filha mesmo diante de ti diz qualquer coisa diz madala os olhos slices do jovem buscavam avidamente um traço de revolta nos olhos de madala o íntimo de madala estava adormecido o que que o que é que acontece no final desse conto então eles se revoltam eles matam Capataz ficam à espera de madala se madala der uma ordem eles matam se não der não acontece nada o madala pacificamente levanta e volta
ao trabalho tudo bem a questão que a gente se põe é isso né Se madala tivesse agido O que teria acontecido eles poderiam até ter matado o Capataz mas todo mundo morreria em seguida O que vale mais para madala ali manter todo mundo vivo ou vingar a Pois é o estupro da filha dele não é essa é a questão agir ou não agir como agir se agir a gente morre se não agir a gente é massacrado todos os dias certo bom a velhota é um conto muito curioso certo ele é é curto relativamente curto a
ação dele é simples um rapaz que é negro Vai pra baixa de Lourenço Marques pro centro da cidade apanha num bar e volta para casa absolutamente revoltado porque é negro e apanel de brancos ele não tem paciência nenhuma com a família dele e fica ali um diálogo entre a mãe e o filho a os meninos os irmãozinhos dele querendo saber o que é que tinha acontecido com ele ele não quer falar ele não quer falar de nada ele não quer falar com ninguém a respeito daquilo certo e fica amargando aquilo e meditando a respeito do
que é o futuro dele o futuro dos irmãos o futuro daquelas pessoas naquelas condições certo bom aí ele apanha e esse momento é muito importante Vejam Só não via velhote os Miúdos não sei desde quando porque ultimamente voltava à casa muito tarde e saía muito cedo mas não tinha bem não tinha bem a certeza de os querer ver de os querer ver mais alguma vez a velhota era insípida e os Miúdos eram chatos e barulhentos sempre com porcarias para resolver claro que isso não era nada não era nada que se comparasse aquilo do bar de
abocado eu vou lê aqui porque eu não tô conseguindo enxergar direito Ah se comparasse aquilo do bar de abocado ou de tando de todos os outros bares restaurantes átrios de cinema ou quaisquer outros lugares no gênero em que todos me olhavam de uma maneira incomodativa como que a denunciar em mim um elemento estranho ridículo exótico e sei lá o que mais que nojentos e eu sem poder rebentar amente por causa do raio da velhota e dos ranos dos Miúdos aquilo do bar abocado era final que se passava eu não consegui bater o tipo porque ele
era todos os outros percebem isso e todos os lugares que ele ia ele era considerado um elemento estranho inadequado para aqueles espaços e ele nunca podia se revoltar contra essas pessoas por causa da velhota porque ele tinha a mãe em casa velha e as Crianças certo agir ou não agir agir e botar todo mundo em risco ou um pouco todos os dias aquilo do bar Afinal era o que se passava ele não conseguiu bater naquele rapaz branco que o agrediu por quê Porque ele era todos os outros ele não era só um branco ele era
todos os brancos que estavam lá ele era um representante de uma estrutura opressiva de dominação Colonial ele não era só um indivíduo certo tinha uma desigualdade de forças brutal naquele contexto ele não poderia agir se ele agisse ele poderia pôr a própria vida da mãe em risco certo ah mesmo não adianta contemporizar tudo é a mesma coisa mesmo os que T mania de que fazem exceção só são isso em Campos neutros ou quando tenham a necessidade de vir até mim porque em volta deles edificam muros até tabus e defendem-se com os mesmos nojentos olhares enojados
sempre que vai para além desses muros sempre que alguém vai para além desses muros Eu que o diga Afinal Ele apanhou e o que que ele tinha que fazer eu precisava de ir para casa e a comer arroz e caril de amendoim como eles queriam que fizesse mas não para encher a barriga eu precisava de ir para casa para encher os ouvidos de berros os olhos de miséria e a consciência de arroz com caril de amendoim qual é o lugar de um negro nessa sociedade é o lugar da miséria e da resignação ele não deveria
estar no cinema nos bares em todos esses lugares em que ele era considerado um elemento estranho tudo bem O Conto é muito bom gente depois ele tem toda uma reflexão a respeito do Futuro A mãe por mais velha que seja ela tem uma expectativa de mudança ela acha que o tempo vai mudar tudo ele não tem é por isso mesmo que ele não conta pros irmãos o que que aconteceu porque um dia os irmãos V crescer e vão entend como que asis funcion naquela sociedade tudo bem V passar gente cobre eu é um conto muito
importante conta a história de novo do Ginho no seu contexto familiar e ele fala de uma história muito simples o cachorro da família está lá no quintal encontra uma cobra certo o cachorro do vizinho chega e começa a latir Pra cobra latir Pra cobra a cobra dá um bote Mata o cachorro Qual que é o problema esse cachorro pertence a um vizinho Branco certo o conto é muito interessante Ele conta a história o contexto familiar né era uma família de assimilados certo e eles têm empregados lá dentro e a mãe que era uma negra assimilada
trata os empregados brutalmente porque é uma coisa muito curiosa né mas o contto problematiza isso né Essas pessoas que vão acendendo dentro daquela pirâmide elas vão assumindo o seu papel na preservação daquele autoritarismo que tá ali dentro certo e a mãe dele também nãoé pois bem o desfecho do conto baseado no na morte do cão morto pela cobra é muito importante né Vejam Só o vizinho vai lá tirar satisfação com o pai do Ginho o ch beni e essa cena é muito interessante ó diz o seguinte ó Boa tarde senhor Castro ó ch beni o
meu cão perdigueiro apareceu-me morto com peito inchado os meus pretos dizem que veio daqui da tua casa ganir antes de morrer eu não estou para muitas conversas só te digo isso ou pagas me uma indenização ou faço queixa administração resolve era o melhor perdigueiro que jamais tive eu acabo agora mesmo de chegar do serviço e não sei de nada eu não quero saber disso para nada pouca conversa pagas ou quê mas ó Senor Castro Senor Castro coisa nenhuma são 700 paus e é melhor as coisas ficarem por aqui Como Queira Senor Castro mas eu não
tenho dinheiro agora isso depois veremos espero até o fim do mês e se não pagas rebento contigo Senor Castro nós conhecemos há tanto tempo e nunca isso comigo não pega eu já sei o que vocês querem só a porrada Vejam Só era o branco senhor Castro falando com o Chen que era negro e ele fala ô Senhor Castro não seja tão violento a gente se conhece há tanto tempo o senhor Castro responde isso não pega comigo com vocês só a porrada ele deixa de falar com indivíduo ele fala com vocês agora quem são esses vocês
negros e o que que ele tá dizendo não venha tentar me enrolar com negro a gente trata como porrada ou seja o pai é enxovalhado na frente do filho certo e depois no final quando eles estão tentando eh quando o filho tá tentando entender o que é que aconteceu com o pai por que o pai não não meteu um soco na cara do Branco etc e o pai ã diz o seguinte meu filho tem de haver uma esperança quando o dia acaba e sabemos que amanhã teremos um dia igual que sempre seremos a mesma coisa
temos de ir arranjar forças para continuar a sorrir e continuar a dizer isso não tem importância ainda hoje visto senhor Castro enxovalhar isso foi só um bocadinho da ração de hoje não meu filho tem tem de haver uma esperança ela tem existir mesmo que isto tudo só o negue ele tem existir tá falando de Deus e depois aqui no final a mãe dele se mete no meio da conversa ele diz não é nada mulher mas o nosso filho acha que ninguém monta em cavalos doidos e que nos Famintos e mansos é onde lhes dá mais
jeito percebeste quando um cavalo endoideceu de pé a gente só tem duas opções aqui o cavalo fica fou que morre de um tiro ou ele é morto todos os dias aos poucos não é isso que a gente tem visto em todos os contos ou a gente se revolta e todo mundo acaba morrendo de uma vez ou a gente não se revolta e todos os dias morre um pouco tudo bem bom as mãos dos Pretos contam a história de um outro menino tentando entender porque que os negros são negros e e as palmas das mãos são
brancas aí ele passa por uma miríade de explicações as mais absurdas e no final a mãe dele Traz essa explicação que é uma explicação muito bonita eu só vou ler isso e vou passar pra frente deus fez pretos porque tinhas Dios tinha Dios a ver tinha Deus haver meu filho ele pensou que realmente tinha de os haver depois arrependeu-se de os ter feito porque os outros homens se Riam deles e levam-nos para as casas deles para os pôr a servir como escravos ou pouco mais mas como ele já já os não pudesse fazer ficar todos
brancos porque os que já se tinham habituado a vos pretos reclamariam fez com que as palmas das mãos deles ficassem exatamente como as palmas das mãos dos outros homens e sabe por que foi Claro que não sabes e não admira porque muitos e muitos não sabem pois olha foi para mostrar que o que os homens fazem apenas obra de homens o que os homens fazem é feito por mãos iguais mãos de pessoas que se tiverem juízo sabem que antes de serem qualquer outra coisa são homens deve ter sido a pensar assim que ele fez com
que as mãos dos Pretos fossem iguais à mãos doss homens que dão graças a Deus por não serem pretos tudo bem Não vou nem comentar vou passar pra frente tá bem bom TIM é uma Conto com a maior complexidade certo é o conto que conta a história desse V8 que é um menino que trabalha dentro dessa estrutura de trabalho forçado na machamba do lodric o Rodriguez que ele chama de lodric assim que ele consegue falar esse nome certo e ele tem um plano ele conhece ele conhece a natureza do terreno aonde bate o vento do
Ying Timo e ele sabe onde plantar as melhores as melhores roças certo então ele trabalha na machamba do Rodriguez que é uma machamba que está mal posicionada que quando vier o vento seco o vento do ining Timo vai destruir essa machamba logo e ele sabe onde ele pode plantar para fugir do intimo certo então o que que ele pensa vou plantar lá na baixa trabalho pro seu Rodriguez metade do expediente na outra metade eu planto para mim mesmo e logo eu vou conseguir ficar muito mais rico do que o Rodrigues e é pronto É simples
Esse é o plano ele junta o dinheiro casa e vai ser feliz e vai ser mais rico do que o seu Rodrigues só que o que que acontece se o seu Rodriguez sabe falar a língua que ele fala o changana certo e conta isso pro senhor administrador conta para ele que os brancos estão plantando no lugar errado e que tem um melhor lugar e que aqueles pretos que estão sendo lá oprimidos T um domínio da tecnologia agrícola muito maior do que os brancos que estão lá e o que que acontece então Claro eles roubam essa
tecnologia do V8 e o vírgula 8 percebe que tudo aquilo que ele sempre tinha planejado que era de construir uma riqueza própria dele para que ele possa casar todo esse plano vem abaixo daí o que que acontece no final ele quer se revoltar e quer ajuda dos amigos para se revoltar porque ele não pode se revoltar sozinho um cavalo que Endo dece morre com um tiro não era isso que tinha falado no conto anterior então ele sabe que um cavalo não pode enlouquecer sozinho certo então vejam só Minga nós podemos fazer nada eles levam-nos à
terras e nós temos de não dizer nada V não respondeu sentado num caixote mantinha-se de cabeça baixa matum butana insistiu tu não pode zangar Minga não te deve zangar matum butana V8 falava lentamente titubeante matum butana eu nasci naquela terra o meu pai também nasceu lá toda minha família do Guana meus avós todos estão lá enterrados maguana o rodriga tem tem Lojas tem tratores tem machambas grandes porque é por que é que ele quer o nosso sítio por quê depois vocês digam-me uma coisa acham que isso tudo do lodric está certo ninguém respondeu V8 dobrou-se
sobre o ventre e riu mansamente intrigados os trabalhadores entreolharam-se os outros também se enxeram de medo disse Por fim V8 todo sufocado pelo riso estão todos com medo bom muito revoltado o que que acontece ele enloquece e começa a matar os amigos certo é esse o o desfecho gente agora eu vou passar então só para uma razoado geral de como esses contos todos se relacionam a gente tem três perspectivas para todos esses contos uma perspectiva da infância uma juvenil e de revolta e depois essa econômica e do trabalho certo a perspectiva familiar é dos Contos
nós matamos o conoso inventário de Imóveis e jacentes e papá cobre eu o núcleo anônimo da mão dos Pretos que é também da Infância e depois da Juvenil e da Revolta Timo e velhota e depois da perspectiva do trabalho é deing Timo Dina e velhota tudo bem diz a Fátima Mendonça que essa perspectiva essa escolha estratégica de narradores cujas idades percorrem o ciclo da vida humana infância idade adulta e assim como as características do antih herói que revelam não só narradores mas também personagens acrescentam as narrativas uma coerência estrutural que permite percebê-las como parte de
uma grande narrativa que retomando ainda Maria Azira seixo se revela larga e impossível apenas concretizem fragmentos distantes adivinhando se Cruel o seu desdobramento e impressionante o salto das suas significações subjetivas são fragmentos de vida não há denúncias né Aliás não há acusações né só há denúncias certo bom diz o o Luis Bernard Huana O apelo à revolta apelo à violência se pode fazer dessa maneira não precisa de ser explícito eu Suponho Até que esse apelo é mais profundo e mais duradouro quando seja não Expresso se essas histórias terminassem com as punhaladas no peito e as
palavras de ordem se calhar não havíamos de estar aqui 30 anos depois a falar delas e essa é a minha conclusão né ah quando a gente olha para nós matamos o c tinhoso ele apresenta uma sequência de acusações Mas ele não faz julgamento O Julgamento fica na mão da gente certo e toda a perspectiva de revolta que é montada ela é rapidamente desarmada e as duas únicas perspectivas que estão lá dentro é a revolta individual que vai acabar em morte instantânea ou é a não revolta e a Morte paulatina Lenta ao longo dos dias certo
as acusações estão feitas o juízo cabe a quem aos leitores tudo bem obrigado [Aplausos] gente Pessoal quem tem pergunta por favor OK é assim virado Boa noite e eu queria saber se você podia disponibilizar os slides pra gente por favor pergunta ótima ó vou dizer uma coisa bem francamente eu não tenho não gosto muito slide porque eu tô aqui explicando o que que esses slides significam se eu disponibilizo Eles saem circulando por aí eu perco o controle eu sou inseguro eu fico me sentindo assim desnudado mas veja bem Este vídeo fica disponibilizado lá no YouTube
você pode acessar os slides com a minha explicação Olha que legal obrigada quem mais pessoal ok Oi boa noite e eu fiquei com uma dúvida assim sobre o que exatamente tipo o c tinhoso representa no primeiro conto é isso sim pois é essa a inquietação que a gente tem né A gente sempre acha que o cão tinhoso é um símbolo de alguma coisa que está além do próprio cão né A minha aposta é de que o cão representa o cão ele não tem um significado para além de si mesmo ele é um elemento que tá
na última escala da zona de exclusão daquele daquela estrutura Colonial cerrada que existe lá nãoé mas eu não acredito que ele seja símbolo de algo um símbolo metafórico daquilo eu não acredito nisso eu acho que é o cão mesmo né Ele é antropomorfizado porque ele é construído da perspectiva do Ginho e pronto não é um um elemento excluído daquela Malta assim como o próprio Ginho e a própria Isaura são eu queria saber porque com tantos contos dentro do livro porque o Canoso foi escolhido como a capa vamos dizer sim Bom enfim ao aí é difícil
da gente saber né Por que foi escolhido eu não não posso dizer o que eu posso dizer é que significado que isso tem né A gente tem que pode tentar interpretar o significado que isso acaba ganhando ali no no conjunto bom é o conto mais longo de todos é o conto que tem um desenvolvimento mais sticado mais complexo de todos ali ao lado de intimo e talvez de Dina certo ah e ele também inaugura eh um conjunto de tópicas aglutinadas dentro de um conto só que a questão da violência eh laboral que a questão da
violência social do racismo Ah e de toda a questão do autoritarismo da sociedade colonial e a possibilidade do agir ou não agir diante disso tudo isso tá aglutinado lá eu acho que ele acabou eh se tornando um conto paradigmático entre os demais não é eh eu interpretaria dessa forma boa noite quando eu li o primeiro conto eu fiquei muito intrigada em relação a Isaura e principalmente a relação dela com o Ginho e eu queria entender um pouco mais assim porque acho que toda essa questão dele da falta de coragem principalmente dela emci de não querer
que matassem o cão e ter essa representação de de espaço para ele e também ser a parte da da exclusão eu fiquei muito intrigada com a imagem dela com a figura dela em si talvez se você puder falar um pouco mais sobre sim pois é Vejam Só que curioso a Isaura é uma personagem muito importante porque a ela é atribuído um comportamento supostamente neurodivergente ela é considerada louca ali naquele contexto mas o que é que ela faz que é digno de loucura ela apenas tem afeto com o c tinhoso certo e fala ali com o
Ginho enfim não é é dessa Perspectiva da humanização dela em relação ao cão é que ela é considerada louca é essa a loucura dela é ser humana não é diante do cão é o Ginho tem ali uma relação curiosa com ela ele fala com ela então ele já fura um bloqueio ser que certo que esse o bloqueio da exclusão não é e depois ela acaba no fim tendo uma coragem que o próprio Ginho não tem porque quando ela vê que eles vão atirar no cão ela salta na frente de todo mundo ela não tem medo
de morrer e é o Ginho que arrasta ela e depois eles acabam caindo no meio do mato e tem uma relação ali que é quase erótica né porque eles ficam abraçados eles sentindo o corpo quente dela nãoé descreve o Calor da Pele dela tudo mas o conto só ensino a isso a gente não não sabe nada além disso quer dizer eh a empatia que um projeta em relação ao outro como seres humanos nesse espaço de de exclusão e uns aos outros eu digo Ginho Isaura e o canhoso né é tão grande que chega no final
pode até parecer erótica essa empatia tem uma sugestão de certo erotismo mas o é isso esses contos eles não dão nada pronto pra gente Eles apenas sugerem Certo boa noite tudo tudo bem É em relação ao primeiro conto tem o trecho falando que as feridas do can tinhoso eram por causa da guerra e da bomba atômica eu queria saber o que que esse elemento da bomba atômica tem a ver com a narrativa Pois é o conto quer dizer o conto não diz objetivamente que o c tinhoso tá é sarnento por conta da bomba atômica essa
é uma explicação completamente absurda que o Kim traz não é E por que que o kin Traz essa explicação absurda Porque ele é o único da Malta que tem acesso aos cinemas de Loreno Marx assiste filmes eh no cinema e vem com essas explicações eh qual é a função da bomba atômica ela é um elemento eh de distinção diferencial naquela sociedade o Quim tem acesso à informação não é e é por isso que ele quer se sobrepor aos demais e muitas vezes essa informação não é verdadeira ele apenas tá inventando porque ele quer se sobressair
acima dos demais e vem esse tipo de explicação absolutamente absurda o cão tinhosa desse jeito porque ele sobreviveu a bomba atômica isso é completamente descabido mas ele usa isso para se sobrepor aos demais mais alguém Ok boa noite queria agradecer a palestra e a minha pergunta eu acho que ela já foi respondida de forma indireta mas tinha um elemento que eu queria perguntar que era o seguinte essa relação da Isaura dela Senor divergente e e eu tinha visto algumas análises quando eu li o livro faz um tempo já de que ela ela fazia carinha no
cachorro e tal e era um jeito porque essa ideia do do cachorro ele ser uma representação do império Português decadente e tudo mais e nessa dela fazer carinho no cachorro de ser uma coisa dela afagar o cachorro dela e tornar a colonização Mansa então dessa dessa ideia dela ser uma pessoa neurodivergente então ela é tido como louca porque ela faz esse tipo de coisa porque ela passa pano pro para esse império Português decadente eu queria saber eh como que você enxerga isso já que você discorda da ideia de que esse cachorro é uma representação do
do do império Português e eu não sei se isso é um elemento irrelevante mas não sei sim é eh eu acho o seguinte eh a relação do da Isaura com o coun tinhoso é uma relação de afeto certo uma relação eh de afeto eh a relação do Ginho com c tinhoso é uma relação de afeto de comiseração afinal ele próprio se projeta no cão ele se vê no cão né durante todo o o conto e e afinal quando todo mundo tá pronto para matar o cão tinhoso todo mundo hesita Aliás o próprio senhor doutor da
veterinária hesita e ele próprio não quer matar o cão ninguém quer matar o cão certo é uma relação de afeto se o cão tinhoso é o colonialismo e as pessoas estão vivendo uma desgraça de de contexto absolutamente opressivo e discriminatório desse jeito quem é na sociedade que tem afeto suficiente com o col Realismo de não querê-lo de não querer matá-lo não é e por isso que eu não não entendo essa essa questão do afeto entendeu ela não casa não me imagino que as pessoas que tivessem sendo oprimidas pelo colonialismo elas tivessem ô meu Deus para
que que a gente vai expulsar os brancos daqui né não imagino isso né agora a relação dela de com o cão não é uma relação de passap pana é uma relação de afeto Sim ela se projeta no cão da mesma forma que que o m jinho se projeta e todo mundo ali tá sendo excluído né É por isso que ela constrói essa empatia com o cão né depois dela última pergunta gente a sua é a última Boa noite eu gostaria de saber o que significa Elvis Elvis é o nome do cantor ah el pres isso
mas o que que tem a ver com a fome com a miséria ou Nada é aleatório o que ele tem a ver a escolha do nome Talvez seja aleatório mas veja eles eram pessoas que liam Revista Cruzeiro que era uma revista muito importante aqui no Brasil eles Liam times e sei lá ah Newsweek não lembro agora o nome das revistas ou seja a indústria cultural mundial e dos Estados Unidos tudo chegava naquela casa e é por isso que aquele Elvis tá lá eles sabiam Quem era Elvis não eram não estavam alheios aquilo que acontecia no
mundo né a relação do Elvis com a fome não é a palavra em si mas é onde a palavra foi escrita e como ela foi parar lá ah tá é isso que tem relação com Obrigada Oi boa noite e a minha pergunta mais relacionada a uma questão eh escrita eh você acha como você acha que relacionariam o livro da ilustre casa de Azevedo Ram de Ramires eh que tá na na na lista de obras com esse livro porque um fala sobre esse imperialismo português e o outro fala sobre a decadência do Império É sim pois
é Vejam Só é é a contraparte desse livro aqui né o Gonçalo Mendes Ramiro aquele Fidalgo ele é um Fidalgo absolutamente ente não é e a vida dele é uma sucessão de fracassos e ele é descrito dentro do romance de uma forma absolutamente ridícula né com aquela ironia mordaz do essa de Queiros chega no final ele consegue superar todos os fracassos dele como indo pra África e fazendo Fortuna então vejam só se o Gonçalo Mendes Ramiro este sim Talvez possa ser visto como um símbolo de um Portugal que antigamente tinha sido Fidalgo e hoje em
dia é um uma sucessão de fracassos a solução desse Portugal é o quê é a África né mas eu não posso bater o martelo dizer que é exatamente isso enfim é uma sugestão né uma possibilidade de leitura eh os dois mostram o mesmo projeto um um projeto de salvação da decadência portuguesa o outro a decadência do projeto de salvação da decadência o colapso do império é isso bom pessoal já está dando o nosso horário então eh gostaria muito de agradecer ao professor Ubiratã Uma salva de palmas para [Aplausos] [Música] ele é o que eu sempre
falo quando a pessoa entende de literatura ela engaja a gente a querer saber o que ela ainda tem a dizer daí eu pergunto para vocês o seguinte para uma outra obra em um outro momento vocês viriam pra aula desse homem aqui [Aplausos] ou seja professor do BBM no vestibular você não vai se escapar tão fácil não tá bom então tá bom então eu fico muito contente por vocês estarem aqui vamos passar agora aos recados paroquiais seguinte nós temos ainda neste mês quantas aulas Ok eu quero saber o quanto que vocês estão a par do que
vai ter quais são as próximas obras isso olha que belezinha vocês TM acompanhado quem sabe eu dou uma bala para vocês semana que vem mas bem quem sabe mesmo mas tudo bem Ok eh vamos agora então por favor fazer o sorteio dos livros porque eu sei que muitas pessoas estão aqui também por causa dele ok Ah e eu quero por favor que vocês de uma salva de palmas pra capulana que nos doou 10 livros então obrigada Editora [Aplausos] capulana chegou até mim de que nós tivemos 114 pessoas aqui Alguém chegou a não ganhar ficha ninguém
Ok o silêncio para mim é negativa então perfeito então Vamos sortear 10 livros vocês estão acompanhando aí né Tá 10 livros entre em 114 ok Bora lá primeiro sortudo ou sortudo do 22 [Aplausos] aí segunda pessoa 113 Nossa que pessoa sortuda gente terceira 14 quarta a quarta quatro OK quinta pessoa 63 Ah tá aqui quer ver que todo mundo que eu vou sortear vai tá aqui mesmo não vai acontecer como semana passada que a pessoa ganhou e depois foi embora não o contrário é foi embora e depois ganhou ã sexta pessoa [Aplausos] 81 sétima 73
[Aplausos] 56 penúltima [Aplausos] 71 última pessoa sortuda Bora lá Bora lá Bora lá 111 A então muito obrigado pessoal nós nos vemos daqui duas semanas e voltem em paz tudo bem pra casa de vocês tchau tchau boa noite sortudas por aqui sobe Professor vem comigo