Quando um filme tenta mostrar algo a você (e você não percebe)

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Thiago Fantinel
Quando um filme tenta mostrar algo a você (e você não percebe) Análise do filme Sem Limites (2011)....
Video Transcript:
Só um escritor. Estranhamente, ninguém acreditava que eu tinha mesmo um contrato literário. Quão letal você seria sem os limites da sua mente barulhenta.
Um comprimido por dia. E o que eu podia fazer nesse dia não tinha limites. Até onde você seria capaz de chegar se a sua mente se tornasse sem limites?
No final da semana, minha conta de corretagem tinha mais de 2 milhões de dólares. Eu sabia o que tinha que fazer e como fazer. Garanto a vocês que nenhum outro vídeo no YouTube até o momento se aprofundou nesse filme da forma que faremos nesse vídeo.
Existem momentos na vida que você sabe que sua vida antiga terminou, atribuindo pontos como o existencialismo de Dostoyevski, a caverna de Platão, o controle de 1984 e até um dos personagens de Graciliano Ramos. Tudo isso para explorar de maneira detalhada as práticas inconscientes que o NZT aprimorou no cérebro do nosso protagonista Edward Moura. Cheguei muito perto de produzir o impacto no mundo.
Até o final desse vídeo, irei explicar a você como o caos da sua mente se relaciona totalmente com o efeito do NZT e como esse caos simboliza, na verdade a verdadeira mente sem limites. Antes de dar início à análise, permito-me sugerir uma coisa a vocês que facilitará a compreensão dos pontos que abordarei no vídeo. Coloquem-se na perspectiva de um observador em terceira pessoa, analisando não o efeito do NZ, mas o padrão que Ed segue enquanto usa o NZ, interpretando Ed não como um cara que usa uma pílula mágica, mas como um cara que é aquilo com ou sem a pílula mágica, individualizando o Ed do NZ, focando mais na jornada do personagem e não no motivo que desbloqueou a ascensão dessa jornada.
Em resumo, foquem no que ele faz e não no que fez ele fazer o que ele faz. Dito isto, podemos dar início à nossa análise. [Música] Estranhamente, ninguém acreditava que eu tinha mesmo um contrato literário.
Logo de início, podemos sugerir que a jornada do protagonista simula o próprio processo da busca pelo conhecimento, mas de uma forma diferente da busca do mito da caverna, por exemplo, já que no mito da caverna, o sujeito que sai dela volta para dentro da caverna para chamar os outros para sair da caverna com ele e é desprezado por isso. Pensa que o filme sem limite sugere uma espécie de continuação do mito da caverna, mas não uma continuação como a continuação que abordei no vídeo sobre Round Six, que a propósito recomendo muito que vocês assistam. A continuação do mito da caverna que o filme sem limite sugere é uma onde o sujeito que saiu da caverna, ao invés de voltar para a caverna e ser apenas desprezado pelos outros prisioneiros, volta e é novamente preso contra a sua vontade.
Não porque alguém o colocou de volta ali, mas porque alguma coisa o colocou de volta ali. Afinal, ele queria continuar fora da caverna e deleitar-se com tudo que é fora dela, mas alguma coisa o aprisionou de volta nas correntes. O único interesse dele agora é ficar lá fora e deleitar-se de tudo que ele viu e de tudo aquilo que ele ainda não viu.
Ele anseia em usufruir de tudo que há fora da caverna. Essa é a continuação que esse filme traz para nós no início. Bom, está disfarçado de romance de ficção, mas na verdade é o meu manifesto pessoal sobre o papel do indivíduo no século XXI.
Uma continuação cuja a busca pela libertação das correntes de um sujeito que sabe que está preso é o conflito inicial, não sendo a caverna algo induzido por alguém, mas sim algo induzido por ele próprio. Eddie é um escritor e ele tem um contrato literário que com certeza não foi conquistado por Meracaso. Estranhamente, ninguém acreditava que eu tinha mesmo um contrato literário.
Provavelmente ele estudou, explorou e se aprofundou em muitas áreas de conhecimento distintos para tornar-se um escritor. Ned é um sujeito que tem plena noção de sua capacidade mental, plena noção do quanto estudou e plena noção do quanto é capaz de conquistar, mas que em contrapartida está passando por sérios problemas relacionados à sua criatividade. Ele não emborreceu, não esqueceu do que sabe, ele apenas está travado.
Eu só preciso ter paciência e ficar aqui trazendo para o contexto do mito da caverna, a frustração em saber que há luz fora daquela caverna do qual ele se encontra é o que aperta mais as correntes que o seguro. Eu passei algumas semanas assim, talvez alguns meses. Ele está tão frustrado com o fato de estar preso que acaba ofuscando todo e qualquer pensamento de solução para sua libertação.
A pressão em seus ombros é tanta que acaba por não ter o principal fator para a criatividade fluir, o óscio. Esse é o conceito principal, não sair daqui. Quanto mais pressão você coloca em ter que fazer uma atividade criativa, menos ela funciona.
Paradoxalmente, quanto mais criativo você é, mais caótica sua mente naturalmente tende a ser. Por isso, o óssio é um fator tão essencial para a fluidez da criatividade. É como organizar o caos que a sua mente já é e trazer para o mundo um pedaço da harmonia que resultou desse caos.
Mas voltando pro filme, é de ver a sua vida desmoronando aos poucos. Ele não quer perder mais nada, mas parece que a cada dia um pouco mais daquilo que ele havia se tornado até ali cai um pouco mais em ruínas. Então é assim, não porque ele desaprendeu de tudo que sabia, mas porque simplesmente não consegue exercer o seu ofício, que é a escrita.
Tá, mas quanto já escreveu? Nenhuma palavra. Isso acaba deixando em um ciclo vicioso.
Afinal, para conseguir melhorar a sua vida caótica, ele precisa escrever. Mas para conseguir escrever, ele não pode ter a pressão de uma vida caótica como a que ele vem tendo. Logo, Ed acaba não conseguindo escrever, porque a pressão envolvida no fato de sua vida estar um caos não dá nenhum espaço para o óscio e, portanto, sua criatividade não flui.
E com a criatividade não fluindo, nenhuma palavra consegue nascer de seus dedos. Tô atrasado com o livro e isso tá infernizando meus dias e minhas noites. E quer saber?
Então, voltando pra metáfora da caverna, Ed já viu como era fora da caverna. As palavras estão todas no lado de fora da caverna, mas ele não consegue acessá-las. Bloqueio criativo.
É. Uhum. Pelo menos não conseguia até o momento em que seu ex-cunhado Vern, com toda sua astuça de traficante, o presenteia com uma pílula transparente chamada NZT48.
Vejam os detalhes sutis na maneira do qual a pílula foi enquadrada nos primeiros momentos de Ed com ela. Uma com a pílula enquadrando-se diretamente com a sua pupila, simbolizando que aquilo que Ed está segurando mudará a maneira como Ed enxerga as coisas. E a outra é no momento em que ele olha para a pílula antes de ingeri-la, mostrando o NZ enquadrado juntamente com as chaves de seu apartamento em mãos, simbolizando que aquilo é como uma chave mestra, uma chave capaz de abrir todas as portas antes fechadas na mente dele, sendo então a chave da caverna de um lado e a chave das correntes que prendem ED nessa caverna do outro.
Falando um pouco sobre NZT, se eu pudesse definir de uma forma crua o que exatamente constitui uma pílula dessas, a riscaria dizer que o NZT nada mais é que uma pílula de osso imediato e poderoso, que se traduz em uma organização cujo funcionamento se dá através do caos. Em outras palavras, quanto mais informações bagunçadas e desorganizadas houverem na mente, mais poderosa essa mente se tornará sob o efeito do NZT. Não à toa.
No dia seguinte, Vern diz a Ed: "Funciona melhor se você já é inteligente". Faz sentido, não é? Já que quanto mais inteligente a pessoa é, mais caótica a mente dela tende a ser.
Quanto mais caot a mente dela é, mais harmoniosa ela se tornará com o efeito do NZT. É a organização da mente em tempo real. Então, voltando para o contexto da caverna, o NZT simboliza a chave responsável pela libertação das correntes daquele sujeito que sabia que estava preso, mas que não conseguia sair.
E no caso era o Ed. Então, agora que o Ed saiu da caverna novamente e está usufruindo dos seus benefícios, podemos nos aprofundar no processo de estar fora da caverna. Eu estava cego, mas agora enxergado.
Agora que Ed saiu da caverna, vamos observar quais foram as características inconscientes que ele apresentou, analisando o momento exato em que o NZT fez efeito em seu organismo. Notem que a primeira coisa que é de testemunha é uma visão sua em terceira pessoa, uma visão de si mesmo há alguns segundos atrás. Isso simboliza o desligamento de Ed com o seu ego, como se Ed estivesse se desprendendo de si mesmo para conseguir observar o que ele vinha sendo até aquele momento e então refletir sobre o que fazer.
Reparem que logo após o desligamento do ego, sua mente começa a se organizar de dentro para fora, como se ele visse sua libertação acontecendo quase que de forma literal, como se aquele é o que ele viu fosse somente a versão prisioneira da caverna, evidenciando que a caverna do qual ele habitava era, na verdade, o ponto mais profundo de sua própria mente. Em seguida, saindo da caverna escura e assisada, ele agora se depara com a luz de fora da caverna irradiando em seus olhos. Diferente da caverna, as cores do lado de fora são vivas e saturadas.
Agora é de contemplo que está ao seu redor e passa a prestar atenção nas coisas que antes não prestava. Os sons, os detalhes, as percepções, tudo menos no problema, que no caso era moça gritando com ele. Desligado do ego, Eddie instantaneamente compreende que todos aqueles xingamentos direcionados a ele refletiam problemas da própria pessoa em relação a ela mesma.
Portanto, por que ele daria qualquer relevância para aquelas palavras vazias que pouco diziam a seu respeito? Por isso, a pergunta que é feita logo em seguida desconcerta totalmente o rumo da conversa. Qual o problema?
A conversa que até aquele ponto parecia ser sobre ele inverteu-se e tornou-se completamente sobre ela. Minha existência não devia incomodar tanto você o que é. O que Ed fez foi apenas virar o foco diretamente para o problema dela.
Problema na faculdade de direito. Afinal, resolvendo o problema dela, acabaria de forma indireta resolvendo o problema dele também. Nesse momento podemos nos aprofundar em uma característica muitíssimo relevante quanto ao efeito do NZT em Ed, a sofisticação do vocabulário.
Comece com a história do R. É interessante gramaticalmente. O cara era uma vasta gama de palavras sem nenhuma repetição e sem a presença de nenhuma gíria ou vício de linguagem.
Apenas coerência e clareza para transformar os seus pensamentos em palavras. Essa questão do aprimoramento da linguagem é quase um resultado natural da mente quando se está constantemente absorvendo muitos conhecimentos. Não, à toa no diálogo de Edd com a Jota no final do filme é pontuado.
Retalhado. É uma bela palavra. Eu não conhecia antes.
Até ele surpreendeu-se com a vasta gama de palavras que aprendeu e notou o quão pobre era o seu vocabulário. Meu vocabulário é muito pobre. E se você é um sujeito que tem como apto a leitura, o estudo ou a constante busca por o conhecimento, sabe que uma das primeiras coisas que você nota a ter melhorado significativamente em você está relacionado com o vocabulário e com a sua comunicação.
Quanto mais você estuda, mais organizada se torna a sua expressão através das palavras. Afinal, um vocabulário pobre e limitado, juntamente com uma linguagem pobre e limitada, denota uma gama de conhecimentos pobre e limitada também, que acaba sendo o resultado natural do pouco repertório de estudos. Você é louco.
O nosso papo é, tá ligado? Porque nós já, a visão é diferente, aí nós já chega e pumba, entendeu? Se eu só conheço 10 palavras possíveis, uma 11ª pergunta sobre outro tema me faria repetir uma das minhas respostas conhecidas.
O mesmo aconteceria com uma 12ª, uma 13ª e assim sucessivamente, até o momento em que eu só repetirei as mesmas coisas para perguntas que nada se relacionam com o que sei. Normalmente é assim que se formam as gírias. Eu ten um parceiro meu que ele pá e aí sei que tem, aí eu troco ideia com ele e tal e aí o meu parceiro, ele sempre falou para mim, falou: "Mano, mas isso significa que você tem que sair por aí falando bonito igual um piceiro intelectual com todo mundo e concluir que quem não fala assim é burro?
Evidente que não. Ponto que podemos aprender com esse enriquecimento do vocabulário e da linguagem é que quanto mais você conhecer palavras e aprender a expressar os seus pensamentos através dessas palavras, menos manipulável você se tornará perante as outras pessoas. Tentarei exemplificar isso melhor a vocês.
Será? É fica. Hum.
Momento passou, mas a gente volta porque os detalhes. No livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, num determinado capítulo, o protagonista Fabiano acaba sendo preso por se desentender com o policial na rua. Na cela, um guarda tenta perguntar a ele o que aconteceu exatamente entre ele e o policial para concluir se poderia libertá-lo naquele momento ou esperar até o outro dia.
Mas Fabiano ficava apenas respondendo com os grunhidos sem sentido e uns barulhos estranhos. Isso tudo porque de tão escasso que o seu vocabulário era, Fabiano não conseguia encontrar as palavras certas para explicar ao guardo o que exatamente havia acontecido entre ele e o policial. Ele sabia o que tinha acontecido.
Era uma coisa bem simples de resolver, mas ele não sabia como explicar porque o seu vocabulário, extremamente limitado não o permitia fazê-lo. Bem cruel, não acho? Tente se colocar nessa situação por um momento.
Imagine que você está sentindo uma coisa. É uma coisa que existe, que está ali acontecendo, mas você não sabe o que é essa coisa. como se você estivesse com alguma dor no joelho, mas não sabe que o joelho se chama joelho e que a dor se chama dor.
Então, como você conseguiria ajuda para curar o seu joelho se você não sabe explicar que isso que você tem chama-se dor no joelho. Claro que esse é um exemplo meio exagerado, mas se aprofunde um pouco nesse conceito e pensa em quantos joelhos e quantas dores nós provavelmente temos e não tratamos porque não sabemos explicar exatamente o que é. vendo por essa ótica, talvez não seja um exemplo tão exagerado assim, mas mantendo-se ainda nessa linha de raciocínio quanto as palavras.
No livro 1984 de George Orwell, uma das premissas principais da história é evidenciar que quanto menos palavras existirem, mais controle se tem da população. O governo cria departamentos que limitam, ressignificam e excluem palavras inteiras do vocabulário, tornando as regras de linguagem e seus significados sempre a favor do estado. Isso é uma regra padrão.
Quem controla as palavras controla a narrativa e controlando a narrativa fica muito mais fácil controlar você. Pensem comigo um pouco. Quantas pessoas são enganadas diariamente por coaches ou gurus da internet, simplesmente pelo fato desses gurus utilizarem termos e palavras propositalmente complexas para explicar coisas simples?
Eles nem entendem sobre o que o cara tá falando, mas concuem que o cara é um gênio ultra inteligente porque utiliza palavras que eles não conhecem. No fim, um sujeito cobra R$ 100 para ensinar a fritar um ovo e o outro paga sorrindo de orelha a orelha, tudo por conta do vocabulário escasso e limitado do cara que pagou. Logo, ampliar o vocabulário e a linguagem é uma das características naturais de quem está também ampliando a própria mente, o que o torna, portanto, menos manipulável.
Em outras palavras, quanto mais o seu vocabular amplia, melhor você se expressa. E quanto melhor você se expressa, mais fora da caverna você tende a estar. E Ed começou a usufruir disso.
Vamos recapitular o que observamos no filme até esse momento. Eddie libertou-se das correntes no momento em que se desprendeu do seu ego, o que voltou a sua atenção para detalhes mais úteis e relevantes. Isso consequentemente o levou a organizar melhor seus pensamentos, o que consequentemente o fez expressar-se melhor através de suas palavras e, portanto, resolver o problema daquele momento.
Agora refletimos sobre o que acontece depois disso. Casa é de volta a seu apartamento. Mas não podia ser a minha casa, certo?
Quem podia viver desse jeito? Agora que a organização interna está se consolidando, é hora da organização externa se consolidar também. Afinal, como ter um ambiente harmonioso dentro da mente se tudo que os olhos enxergam do lado de fora está caótico?
Se a vida tá um caos, ao menos a mesa, a pia, a cama estão limpos e organizados. E vamos lá. Não serei eu, o coach Alam Marco Kevski, que virá dar sermão clichê em você sobre organizar as coisas.
Eu talvez seja sujeito com a mesa de trabalho mais desorganizada que vocês já ouviram falar. O resto da casa, OK, mas a minha mesa de trabalho, essa reflete totalmente a minha mente. Meus roteiros começam assim, minhas ideias todas começam assim.
É bagunça pura, mas eu não mergulo muito disso. Muito provavelmente meu trabalho fluiria bem melhor se eu fosse minimamente mais organizado com a minha mesa. E por falar em trabalho, eu vou aproveitar a deixa para pedir uma coisa a vocês.
Pra realização de vídeos como esse, é necessário muito tempo e muito estudo da minha parte. Atuo em todas as frentes desse canal e dou o meu melhor em todos os aspectos. Então, a única coisa que peço a vocês é o like no vídeo, a inscrição no canal, um comentário dizendo que achou e se quiserem dar uma chance quanto aos outros vídeos do canal, creio que vocês irão gostar.
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Vocês me ajudam muito e me inspiram muito como artista e como pessoa. Muito obrigado. Agora voltando pro vídeo.
Depois de organizado o ambiente externo, o interno passou a se organizar ainda mais, começando pelos vícios que agora parecem estar cessando de forma natural. Não suportava bagunça, não tinha fumado nenhum cigarro em 6 horas. Todo vício nasce como uma fuga temporária do caos interno, mas como o caos está organizado e harmonioso, não há espaço para vícios.
E sem espaço para vícios, a mente passou a ter o caminho totalmente livre para dançar a música da criatividade. Então, ele fez aquilo que precisava fazer, teve a ideia e a executou em tempo real, assim, organizando o seu fluxo de trabalho, organizou a casa, organizou as ideias e o que veio em seguida organizar a sua aparência. Afinal, não adiantaria muito organizar o que os seus olhos viam se o que os outros olhos viam em você estava desorganizado com o seu interno organizado, com o que ele via organizado e com o que os outros viam nele organizado.
Agora é só deixar todas as melodias se misturarem e então dançar a música que tocar. Agora, o entusiasmo não está aceitando muito bem a melancolia, a boa aparência não está aceitando muito bem a escuridão e os bons assuntos não estão aceitando muito bem o silêncio. Então você naturalmente procurará um ambiente onde esses pontos estejam presentes e você encontrará esse lugar.
É, terá uma alta a curto prazo, mas essa expansão rápida desvalorizaria as ações em dois anos. Lá as suas ideias se encaixarão. Porque não há uma garantia contra a natureza humana.
Somos programados para exagerar e os ouvidos que as ouvirem as compreenderão. Eu sei que tem o portfólio. Eu estou muito interessado em trabalhar com você.
E isso fará você se inspirar a seguir melhorando, sofisticando sua rotina e sofisticando o seu cérebro. Fiz novos amigos que me convidaram para ir à praia. Agora o ciclo vicioso inverte-se por completo e você, sem perceber, busca o aprimoramento constante.
Não porque precisa dele, mas porque flui naturalmente. Todos os meus medos, toda a minha timidez sumiram. Por que não tentar aprender outro idioma, um outro instrumento?
Por que não aprender uma coisa nova, mesmo que demore? Por que não fazer se você tem vontade de fazer? Se eu não estivesse avançando, eu sentia como se fosse explodir.
Não tem jeito. Se continuar nesse ritmo, você vai sem perceber. Acabaram manjando coisas maiores.
De repente, eu sabia exatamente o que precisava fazer. Não era escrever, não era os livros. Era muito maior do que isso.
Na final, você sabe que há muitas coisas grandiosas no mundo e sabe que tem a capacidade necessária para consegui-las. Olha onde você já chegou, começando com menos do que você tem hoje. É um ciclo natural, mas cuidado.
Eu precisaria de dinheiro para chegar lá. Nesse ponto, talvez o seu eco volte a bater na porta. Eu ganhei $000 em um dia.
No dia seguinte, 7. 500. Estava devagar demais.
Com isso, coisas como a ganância, o imediatismo, a soberba e o excesso podem constantemente tentar sabotar você, não importando a área que você vem a atuar, que não é uma garantia contra a natureza humana. Somos programados para exagerar. Esse é um dos lados negativos de uma mente sem limites, já que em algum momento você entrará nesse dilema moral.
E a depender do quão sem limites sua mente está, você talvez escolha um caminho ruim. Eu quintupliquei meu dinheiro quatro dias seguidos. Então você trapaceou no jogo.
Nesse momento você deverá impor alguns limites a si mesmo. Dostoevski advertia que uma mente sem nenhum limite poderia levar à ruína moral, existencial e espiritual apresentada justamente nesse ponto do filme. Ah, foi trapassa.
Para ele, a ideia de uma mente sem limites, do ponto de vista de ultrapassar convenções morais, sociais e espirituais, não é um ideal de liberdade, mas um abismo perigoso, acreditando que um sujeito sem um senso de limite, imposto por coisas como a fé, a consciência ou a comunhão com as outras pessoas, tende se tornar autodestrutivo, alienado de si mesmo e capaz de justificar qualquer mal em prol de seus planos. O que, convenhamos, é o que Ed está lentamente se tornando. Mas até onde eu poderia ir?
uma diretoria, uma potência mundial, talvez presidente. E o filme exemplificou isso de forma muito eficaz para nós. É, você sabe que isso sempre acaba mal.
Portanto, lembre-se de buscar a melhora, o aprimoramento e a sofisticação do seu ofício e da sua pessoa, mas sem esquecer de onde você veio. A ética, o caráter e os princípios são limites que devem permanecer com você durante toda a jornada da sua vida sem limites. Senão, apesar de ser recompensado materialmente, jamais carregará dignidade dentro daquilo que possui e isso importa.
Esse processo de sucesso é um padrão a ser desenhado sob suas linhas, meu caro. Alguns conseguem mais rápido, alguns demoram mais. Alguns quando se deparam com a crise de moral, se desviam no caminho, como no caso do próprio Ed.
Mas o ciclo tende a ser o mesmo. Apenas adapte ele para a sua área de atuação e verá que esses passos quase sempre se repetem. E por falar em padrões que se repetem, existem momentos na vida.
Momentos em que você sabe que cruzou uma ponte, que sua vida antiga terminou. F um foi minha ponte. Você vai nos matar com esse poder.
[Aplausos] No roteiro da sua vida, isso foi um presente, não uma conquista. Já se perguntaram porque Ed conseguiu trabalhar com Carvão Lum no filme? Já adianto que não foi por conta da quantia de dinheiro que Ed ganhou com as ações.
Se trata de algo um pouco mais profundo que isso. O preço das ações não é baseado em como uma empresa trabalha, mas em como a psicologia do mercado é vem. Talvez você nunca tenha pensado mais a fundo sobre isso, mas todos nós somos altamente previsíveis.
O mundo tem a tendência natural de caminhar para certos problemas, mesmo que de forma inconsciente. Nem todo mundo entende esses padrões e isso pode parecer só uma percepção, mas é um truque que funciona. Então eu escolhi baseado nisso.
Toda ação segue um padrão. E se você identifica o padrão de uma ação sendo tomada agora, você acaba possuindo conhecimento, mesmo que parcial e incerto do padrão de reação que essa ação poderá resultar amanhã. Esse é o trabalho que Ed consegue com Carvan L no filme.
O sucesso de Ed no mercado financeiro é o que chama a atenção de Van Lum. Mas isso não se deveu pela quantia de dinheiro em si, se deveu pela maestria de Ed em observar o mundo ao seu redor e prever a reação que cada padrão global resultaria antes deles de fato acontecerem. Por isso, ele sabia o momento de comprar uma ação barata.
Ele identificava o padrão que resultaria na alta dessa ação, baseando-se não em padrões financeiros, mas observando o rumo que o mundo estava tomando. Nota que quando Ed está trabalhando, as pessoas ao seu redor não fazem perguntas relacionadas a dinheiro. Por que está comprando essas?
O presidente foi indiciado? Porque uma decisão tomada lá dentro faz o mundo caminhar em uma direção. E com o mundo caminhando nessa direção, haverão empresas que ganharão e empresas que perderão, tornando natural que o dinheiro que circula nessas empresas também seja diretamente afetado, o que acaba afetando os investidores, que no caso é onde Ed se encontra.
Mas não pelo contrato de defesa poupudo que ele subornou para conseguir, ainda está valendo. Então não se trata de adivinhação barata, se trata de atenção, identificação, reflexão e então uma sugestão que no caso de Ed eram todas certeiras. Eu não tenho delírios de grandeza, eu tenho uma receita de grandeza.
Por isso, Carvão Lum buscou o Ed. Se coloque no lugar dele por um momento. Se um sujeito que, com recursos e privilégios limitados, trabalhando apenas através de sua capacidade analítica, conseguiu tamanho feito.
Foi de 12. 000 para 2. 3 milhões em 10 dias.
O que esse mesmo sujeito conseguiria junto comigo, que sou um dos pilares econômicos do mundo? Dê uma olhada nessas empresas e me diga o que acha. Essas empresas não são a questão, são no mundo real, pessoas como Ed não estão jogando o jogo do dinheiro.
E quando digo pessoas como Ed, não me refiro a pessoas inteligentes como ele, mas a pessoas inteligentes como ele que ultrapassaram a linha ética que ele ultrapassou no filme. E acredita em mim, há muitas pessoas assim no mundo. No mundo real, uma capacidade analítica como a de Ed, juntamente com a ausência de um limiar ético, não deve perder tempo jogando o jogo do dinheiro.
Pessoas como ele sempre estarão jogando o jogo do poder. A menos que esteja jogando dos dois lados, controlando todo jogo de poder, afinal, identificando sobre quais padrões o mundo está caminhando, ele poderá estar sempre um passo à frente de tudo e todos. Isso não vai acontecer.
Por que não? Teria que destruir a Líbia. Para essas pessoas ter uma nação inteira disposta a morrer por você enquanto imploram por uma ordem sua.
O mundo ia ter que implorar por energia feitual e virtu com a caneca de esmolas. É muito mais divertido do que ficar brincando naquele sob de gráficos financeiros. Mas até onde eu poderia ir?
uma diretoria, uma potência mundial, talvez presidente. Em suma, por que apenas ganhar dinheiro se eu posso imprimi-lo? Estava na hora de alguém agitar o mundo capitalista e fazer as coisas acontecerem.
Por que especular ações para ganhar milhares se eu posso ser aquele que dá a ordem que me trará bilhões? Você vai nos matar com esse poder. Você não sabe como avaliar seus concorrentes porque jamais competiu?
Seu poder de dedução é um dom divino da sorte ou herança genética, não sei. No roteiro da sua vida, isso foi um presente, não uma conquista. Você acha que pode queimar todas as etapas?
Você vai nos matar com esse poder. Não à toa. O desfecho do filme se dá com Ed candidatando a senador Eduard Moura para senador por Nova York.
Afinal, que outro lugar se encaixaria melhor com seus interesses senão a política? Depois de descobrir a fórmula, é possível modificar, melhorar, corrigir os erros, aperfeiçoar. Depois de tudo que foi apresentado, eu pergunto a você uma coisa.
O que és tu, meu caro, senão um transparente refém de si mesmo? Observando o filme, o que o fez concluir de que a pílula, que foi a responsável primordial do triunfo astronômico do protagonista. Por que a pílula?
Sugerir que uma pílula mágica o faria ser como ele foi apenas admitir a si mesmo a própria ignorância. É nada mais que uma sombra, uma ilusão que o mantém imerso na sua própria caverna. O sair da caverna não está na pílula, mas na tentativa dessa pílula em ressignificar o que há de mais caótico dentro de você.
Porque se observarmos de forma um pouco mais profunda e singular, veremos que essa pílula do filme poderia também simbolizar um livro que mudou sua visão de mundo, um filme que apresentou uma coisa que nunca viu, um acontecimento pessoal que alterou as suas percepções ou até mesmo um vídeo como esse que você está assistindo agora. Falando por mim, eu só estou fazendo esse vídeo porque um dia eu assisti um vídeo sobre cinema que me despertou a semente do fascine e depois passei a assistir filmes atribuindo essa ótica do estudo anterior, o que acabou por me despertar cada vez mais interesse. Era o caos da minha mente se organizando aos poucos.
Minha organização acabou por me levar a novos caminhos, então acabei por tornar-me um roteirista. Até o momento em que notei que para mim a literatura era tão bela e abrangente quanto o cinema que consumia. Então tornei-me escritor, que até hoje é onde minha mente mais se organiza, apesar da minha mesa desorganizada.
Com o passar do tempo e o exercitar organizado da minha desorganização, cá estou eu, atribuindo minhas reflexões literárias à análises cinematográficas e postando-os no YouTube para vocês. Logo, essa jornada me trouxe, pelo menos até o presente momento, a essa conversa com você. Um vídeo que assistia anos atrás dialoga comigo mesmo e com vocês de maneira indireta, o que acaba por se traduzir em uma nova perspectiva, transformando esse vídeo em uma sugestão de fascínio que o leva à própria organização, assim como o NZ fazia no filme.
Talvez o seu caos mental o trouxe para cá, assim como o meu caos de outrora me levou para lá. Então, como um sujeito que aqui está diante da constante reflexão pessoal e artística, eu lhe faço uma nova pergunta. Será que você realmente está preso em uma caverna ou apenas está ocupado pensando sobre as correntes do mundo?
O NZ é a metáfora do que tu, meu caro, é também capaz de fazer, não através de pílulas ou remédios mágicos, mas através do seu caos. Lembre-se de que é o caos que faz a pílula funcionar. Logo, não é você quem precisa da pílula para performar melhor, é a pílula que precisa de você para ter o funcionamento adequado.
Então, encontre a sua própria pílula, o seu próprio NZT. encontra o lugar onde o seu caos se organiza e ele o levará pros lugares que você almeja, assim tornando a sua mente sem limites. E eu espero que esse vídeo tenha ajudado você nesse processo de busca.
Muito obrigado por assistir.
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