eu nasci mulher preta numa cidade racista machista e misógina feito vitória então num estado como o espírito santo que os índices de mortalidade de mulheres negras são alarmantes e é alarmante também os índices de violência contra a juventude negra ou seja a sociedade está falando pra gente é difícil viver né porque se é difícil ver de novo e depois velho quer dizer se vai morrer uma hora e se você morrer é pra bater também agradecer mesmo né e quando a gente fala e fala das dificuldades de ser uma pessoa negra pode parecer mimi vitimismo pode
parecer não essa coisa da cabeça de quem não é negro sem generalizar mas normalmente você vê vitimismo e mimi e aí eu venho falar em nome de uma comunidade que preza pelo mínimo que eu respeito eu não to nem pedindo mais pra colocar se colocar no meu lugar eu vou pedir no mínimo respeito e vejam como a gente não tem o hábito de conjugar o verbo respeitar o que a gramática é claro né é eu respeito ele respeita nós respeitamos é muito simples mas a gente não se apega e isso e aí fica esse jogo
vulgo essa confusão de que eu não tinha respeito eu não tolero e pronto só que o preconceito é preconceito racismo racismo o racismo é condicional a pessoa sofre só porque nasceu preta ela é maldita desde o nascimento por um único fator é preta vocês conseguem imaginar como isso é dilacerante uma vida toda como sumo ti lá as nossas almas ao passar dos tempos como é difícil construir e reconstruir vidas é auto estima diante de um passado todo de violência de que pretendia gostosa de mulatas agem tele globeleza de você até que é competente mas só
pôde realizar o seu cabelo né de amigos que não são tão racistas porque tem amigos pretos porque já se relacionaram com mulheres negras nunca apresentaram para as famílias mas se relacionaram com ela estão observando como racismo está implantado na vida da gente o tempo todo como tá aí nos diálogos nossos das mesas nas brincadeiras e alguém ainda acha que mimi vitimismo enfim vou contar uma história muito rapidamente aqui souberam muitos anos fui chamada representatividade porque blogueira não é uma coisa que nós mulheres negras tínhamos muito direito de ser né então eu fui chamada representatividade cada
vez mais falava sobre as coisas do meu povo do meu cabelo da minha maquiagem porque sou vaidosa sim obrigado de nada não me sinto culpado por isso também é ea gente não tinha muitas possibilidades e eu já estava discutindo muitas coisas questionando outros modificando sua consultora jurídica trabalhei muitos anos na iniciativa privada inclusive a última com tecnologia que foi uma experiência nova de libertação de idéias que também restabeleceu e ressignificar idéias na minha vida mas eu fiquei grávida e grávida eu pensei 'bom eu sou preto meu marido é preta muito óbvio que eu vou ter
uma criança preta né e mais é um menino era um menino que desde a minha barriga já era um suspeito padrão um oi na barriga é já tinha todas as características e fenótipos estabelecidos já era um suspeito padrão e as coisas vão mudando dentro de mim da preocupação porque quando você sai né da do conforto de se deter que se proteger para ter que protejam seu acordo aumenta e aí meu filho já tinha nascido e meu marido fomos para uma praia famosa aqui em vitória nunca frente do mesmo quiosque que nós vamos há 12 anos
em nosso filho tinha um ano e meio começou a brincar com outra criança não negra e os pais falaram com a criança assim eu não quero você brincando com esse tipo de gente oi tipo de gente que tipo de gente meu filho pode ser com um ano e meio que tipo de gente o filho de cada um aqui pode ser com e mail porque meu filho mal sabia falar com ninguém o racismo vez e aí eu resolvi sair da bolha eu eu fiquei pensando que eu vou fazer com a educação do meu filho eu vou
preparar para o mundo ou preparar outra ele e aí eu que sou meio pink com os amigos meu cérebro falei nós vamos dominar o mundo eu quero preparar meu filho quer preparar o mundo para ele eu vou sair da bolha e um belo dia eu sentada num bar com a minha melhor amiga clare saúde é um ato que a gente tem que as melhores idéias que a gente tem normalmente os bens toques são nos bairros né e eu falei de um projeto que eu tinha porque a gente freqüentava muitas muitas feiras encontros fora do estado
ea gente é muito encontro de cacheado né aqui eu tô vendo todo mundo sabendo cuidar do cabelo fazer por banti mas eu vi aquela galera com essa força na rua porque só quem tem uma estética negra sabe como é que é difícil sustentava na rua a gente via que nos eventos as meninas iam todas arrumadas às vezes travestidos de negro mas no dia a dia qual estamos importando aí eu comecei a falar pra mim mesmo para bora falar de zumbi de não dar para falar que a áfrica é um continente no país para falar das
cores para falar das vitórias da parte boa de que a gente vem de um povo livre que foi escravizada não escravo e que a gente mente livremente forte porque vamos combinar que um povo que resistiu há tantas mazelas e ainda é a maioria da população do país cara é um povo forte ou não e aí a gente criou é ela me perguntou na verdade a marisa me perguntou o que faltava para fazer isso tudo né porque eu sempre usei produtos feitos por empreendedores negros eu sempre gostei muito de usar a estética urbana da rua do
hip hop com do samba com as coisas da minha sexualidade para trabalhar então eu era capaz mesmo de trabalhar de terno e turbante essa roupa e um scarpin e o mercado não está preparado para essas coisas né muitas pessoas não estão nem na rua e aí aquela isso me perguntou tá faltando que pra você óbvio dinheiro né mas tava faltam coragem e ela falou assim prazer coragem a minha melhor amiga me deu o maior dos investimentos que eu já tive ela me deu coragem e aí eu percebi que naquele momento em diante não caminhava só
e era isso que tornava parada especial porque a gente encontrando outras mulheres um caminho ea venda do que as nossas histórias eram semelhantes a solidão da mulher negra às os alisamentos no cabelo e usar uma toalha no cabelo enrolado é fingir que tem cabelo que balança porque a gente faz é isso a gente fazia isso não existiam nem produtos para o nosso cabelo imagina então cabelo cumprido balança e porque tem que balançar e porque tem que ficar para baixo e por que que tem que ser estabelecido e por que que eu priscila mulher preta que
sou cheia de curva que fala exclusivamente ballons pescoço e tem um cabelo que quando eu solto black nome porque que eu tenho que ser outra pessoa vocês estão vendo como racismo de lacerda lei a ponto de a gente ter coragem de virar para uma mulher preto e falava você não é tão preto assim a você é preto mas é tem feições femininas a ela é preta mas é legal su preta aliás vou fazer outro parágrafo que o brasil tem um negócio sensacional que é chamar os outros de moreni pardo né eu não sei mas assim
a gente está aqui nesse ambiente todo mundo fala inglês assim maravilhoso mas assim eu me lembro que no inglês tem do neto né que é o moreno e quando você vê o net em né normalmente aquele italiano é do cabelo escuro o crespo também que a cecília não tenho cabelo crespo mais branco ué preta e aí a gente transforma isso a brasileira não ser que a gente faz com isso aí a gente usa o termo pardo alguém aqui já comprou um carro parado alguém que já passou em uma loja sensacional e falou eu quero aquela
camisa parda e uma casa partida de janelinhas brancas alguem ja qe fúcsia é cor marsala é cor até o papagaio goinski vocês foram uma loja de tinta é cortar essa colar a pagar algo em que eu fiz uma pesquisa maravilhosa para mim falar pra vocês mas se vocês votarem lá pardo não tem é porque pago não é co e você já viu alguma coisa sem cor que fosse lembrada notada respeitada apontada face lembro e porque eu ia gostar de ser uma dessas coisas e por que eu mereço ser uma dessas coisas estão vendo como racismo
de lançar como a gente multiplica não tenho medo de falar você é uma negra linda você uma preta ainda tem gente que não sabe lidar com a palavra preta ou negra ficou com medo de falar não fala você de cor indicou não todo mundo indicou que vocês conseguem ver que todo mundo indicou né uma cor branca com a maré ou mais amarela é uma cor mais avermelhada método de cook vira para o próximo e fala você aquela negra linda que ela preta linda ou preto não não por favor não repassem o discurso racista vão parar
com isso vamos parar com isso mas enfim depois do encontro das pretas no encontro das pretas a gente fez é uma reunião com discussões em uma feira já foi empreendedorismo e nós reunimos duas mil mulheres negras no clube de pesca em santo antónio nós já estamos indo pra nossa quarta edição ea último reuniu 5 mil pessoas num único dia entre homens e mulheres famílias inteiras indo no encontro das pretas ea gente virou assim a gente está na lista do comum segundo o segundo maior evento afros entrada do país a gente só pede pra feira preta
de são paulo e aí a gente se organizou é porque mulher preta gente desculpa mas a gente é poderosa demais né vamos combinar eu tenho a gente sobrevive todos os dias a luta é grande tá a luta é muito grande a luta é de tratamento para abastecer o carro em que o o o frentista se acha no direito de olhar pra você e de falar com a petinhada na direção como se ele pudesse invadir esse meu espaço tá é muita coisa junta o racismo o machismo ea misoginia isso é muito sério enfim a gente se
organizou virou uma associação temos uma sede física no centro histórico de vitória próximo ao palácio anchieta e hoje eu tenho orgulho de falar que eu sou presidente da única organização de economia mista criativas em porcentual for centrada e de protagonismo feminino no país nós temos sete projetos que andam concomitantes todos de ação afirmativa nenhum patrocinador nenhum edital subsidiado pelo governo só metodologias inteligentíssimas e criativos de auto financiamento porque quando a gente vai vender nosso produto por um iniciativa privada a gente escuta assim ah mas isso é preto isso é racismo reverso do racismo é reverso
agências têm idéia de como eu gosto é sério tá eu não vou falar sobre racismo reverso aqui mas ele procura no google por favor tá e aí a gente conseguiu juntar uma equipe sensacional de mulheres é que consegue pensar essas ações afirmativas uma atrás da outra uma atrás da outra sendo estudada sendo falado e referenciada no brasil inteiro e fora do brasil tudo aqui nem que a gente acha que não ter tornado enfim a parte importante eu acho dessa caminhada encontro mulher negra empoderada porque empoderamento tem uma palavra sensacional que é poder né e dá
por dar poder é da autonomia e da independência né da liberdade mas eu também não acredito em alguém 100% empoderado por que meios humanos e 100% moderado é como se eu não preciso de ninguém porque seja atingiu o negócio ali do empoderamento significa que não precisa de ninguém para te ajudar né e essa vida deve ser chato também mas o caminho é lindo e ele é sensacional para a mulher negra que pega toda aquela vida de educação racista de negatividade e de mazelas e ressignifica para coisas positivas é importante é que a gente está caminhando
junto a gente está vivendo um momento importantíssimo é uma revolução que é feminina preta e crespa que eu tenho orgulho de estar junto com outras várias mulheres na linha de frente mas o que eu queria dizer aqui pra vocês é que a gente precisa parar de podar as verdades a gente precisa parar de limitar a vida alheia seja ela com condicional comum é o ser negro ou seja como o de escolha de qualquer forma a gente precisa falar e eu vim falar em nome dessas mulheres e é por isso que eu queria terminar falando uma
coisa pra vocês meu nome é priscila gama eu sou uma mulher preta mulher preta negra e eu sou linda sou limpa olha sou saudável sou educada sou competente sou forte sou resistente e eu me orgulho [Aplausos]