o governo militar estava iniciando a fase de maior repressão na ditadura quando numa sexta-feira em janeiro de 1969 o Capitão Carlos Lamarca deixou o quarto Regimento de Infantaria de Quitaúna em Osasco São Paulo dirigindo uma combe carregada com 63 fuzis além de submetralhadoras e muita munição tudo Furtado do exército Naquela tarde há 55 anos o militar nascido no rio estava desertando e ao mesmo tempo iniciando a sua curta mas intensa trajetória na luta armada a partir de então Lamarca assumiria o comando do grupo Vanguarda Popular revolucionária a VPR e se tornaria um dos principais inimigos
dos homens de farda vamos resgatar essa história Carlos Lamarca nasceu no Morro do São Carlos no estcio região central do Rio aos 17 anos ele ingressou na Escola Preparatória de Cadetes em Porto Alegre e depois foi transferido pra academia militar das Agulhas Negras a Amã em Rezende no interior do Estado do Rio em 1962 lamarc integrou durante 18 meses as forças de paz das Nações Unidas Na Faixa de Gaza ele voltou de lá se dizendo impactado pela pobreza do Povo Árabe no oriente médio e começou a demonstrar simpatia pelas ideias socialistas depois do golpe de
1964 que deu início à ditadura larca estava servindo como Tenente no Rio Grande do Sul quando foi acusado de facilitar a fuga de um Capitão brizolista que tinha sido preso no cortel o militar começou a se aproximar de grupos de oposição e em setembro de 1968 chegou a se encontrar com o guerreiro Carlos Mariguela no dia 24 de janeiro de 1969 pouco mais de um mês depois da edição do ato institucional de número 5 o famoso ai5 que endureceu a repressão na ditadura o capitão abandonou o exército numa kombe cheia de armamentos o plano Inicial
era ainda mais audacioso Lamarca pretendia fugir com mais de 500 fuzis o objetivo era atacar o palácio dos Bandeirantes Onde fica a sede do Governo de São Paulo além da Academia de polícia e o quartel do segundo Exército mas o caminhão que seria usado para levar todas aquelas armas embora foi descoberto quatro militantes foram presos e o guerrilheiro teve que rever a sua estratégia mesmo assim a deserção de um oficial e o furto de dezenas de armas representaram um vexame PR as forças armadas que passaram a tratar o Lamarca como um grande traidor a partir
daí o carioca de 31 anos que era considerado um excelente atirador assumiu o comando da Vanguarda Popular revolucionária a VPR e realizou uma série de ações que o governo e a imprensa da época chamavam de terroristas a hoje ex-presidente Dilma russef também fazia parte da VPR mas divergia do chefe da organização ela era a favor de uma linha mais política e menos armamentista em Maio de 1969 Lamarca liderou um assalto a banco em São Paulo para financiar a luta armada no episódio um guarda civil foi morto com tiro na nuca depois de tentar impedir o
roubo em 1970 O Guerreiro tentava implantar um centro de treinamento de combate no Vale do Ribeira em São Paulo mas a sua localização acabou sendo descoberta e a região foi tomada por quase 3.000 militares enviados para capturar ou matar o ex-capitão do exército Lamarca e seus aliados chegaram a ser encurralados mas depois de um tiroteio intenso conseguiram fugir pra mata fazendo de refém o tenente Alberto Mendes Júnior o militar de 23 anos acabou sendo assassinado a coronhadas por um dos guerrilheiros o ex-presidente Jair bolsonaro já falou várias vezes sobre essa passagem de Lamarca pelo Vale
do Ribeira o político era um adolescente morador da cidade de Eldorado e conta que o episódio Serviu de motivação para ele anos depois entrar PR as forças armadas ainda em 1970 Lamarca liderou no Rio o sequestro do embaixador suíço Giovanni bucha que só foi libertado depois da soltura de 70 presos dos porões da ditadura Lamarca e sua companheira a psicóloga Yara iavelberg decidiram então fugir pra Bahia enquanto ela foi para Salvador ele se escondeu no sítio de um militante em Buriti cristalino no interior do Estado com o plano de fundar uma Guerrilha Rural depois que
a Yara morreu numa emboscada na capital baiana os agentes da repressão encontraram várias cartas enviadas por Lamarca para ela A partir dessa correspondência o guerrilheiro foi localizado e cercado por centenas de Agentes do Estado ele ainda conseguiu fugir e passar 20 dias escondido na mata mas foi encontrado descansando a sombra de uma árvore a 300 km do sítio onde ele tava Carlos Lamarca morreu com sete tiros no dia 17 de setembro de 1971 seu corpo foi chutado pelos soldados e sepultado numa cova sem nome em Salvador o governo militar determinou que ninguém deveria I nem
sequer falar dele para que o nome do guerrilheiro fosse esquecido mas depois da ditadura Lamarca foi lembrado tanto em livros quanto no cinema quem quiser saber mais sobre essa história pode entrar no blog do Acervo no site do Globo