[Música] Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. Meus queridos irmãos e irmãs, no 10º dia do Natal, ou seja, dia 3 de janeiro, a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de uma devoção que não está mais no calendário geral, mas que nós podemos praticar.
No Missal, nós temos uma missa votiva do Santíssimo Nome de Jesus; no lecionário também estão todas as leituras muito profundas. A gente fica até constrangido de escolher uma das leituras, porque é tal a profundidade desta celebração, dessa devoção de celebrar o Nome de Jesus, que nós, numa homilia de 5 minutos, não seria possível explorar tudo isso. Veja, no Antigo Testamento, lá no livro do Êxodo, Deus revelou o Seu Nome na sarça ardente.
Deus diz a Moisés: "Eu sou aquele que sou. " Deus está dizendo que Ele é a fonte de todo o ser, que Ele é uma presença ativa em todos os seres, porque Ele é aquele que é. Nós, na realidade, não somos, e esse Nome os judeus guardaram com todo zelo e devoção, toda a reverência e cerimônia que os judeus tinham no Antigo Testamento para com o Nome revelado na sarça ardente.
Agora, nós, cristãos, temos por Jesus, pelo Nome de Jesus, o Seu Nome Yeshua, traduzido para o português e adaptado para o português: Jesus. A carta de São Paulo aos Filipenses nos diz com toda clareza que Jesus recebeu um Nome que foi exaltado por Deus sobremaneira, para que, seja no céu, na terra ou nos abismos, todo joelho se dobre e toda língua proclame que Jesus Cristo é Senhor para a glória de Deus Pai. Então, toda a liturgia, não somente aqui da terra, mas a liturgia celeste, realmente proclama o triunfo do grande Nome de Jesus.
A devoção ao Nome de Jesus sempre existiu na Igreja, tanto que na liturgia nós descobrimos a cabeça diante do Nome de Jesus; inclinamos nossa cabeça, dobramos o nosso joelho em várias ocasiões ao Nome de Cristo, porque o Nome de Jesus não é somente o Nome dele, é a própria presença dele de tal forma que os apóstolos curavam os doentes em Nome de Jesus e proclamavam o Nome de Jesus. Quando os apóstolos são chamados diante do Sinédrio para serem julgados, os sacerdotes do Templo de Jerusalém dizem: "Nós proibimos vocês de pregar este Nome"; no entanto, "enchestes a cidade com vossa doutrina", e os apóstolos saíram de lá alegres por sofrerem pelo Nome de Jesus. Então, tudo isso a Igreja celebra e proclama na sua liturgia.
Nos últimos séculos, essa devoção aumentou através dos cistercienses e dos franciscanos, onde alguns franciscanos, como São Bernardino de Siena e São João Capistrano, faziam pregações mesmo a respeito do Nome de Jesus, e no final da pregação, eles faziam o povo adorar o Nome de Jesus através do monograma de Cristo. Acho que todos vocês já viram o monograma de Cristo. Talvez não o reconheçam quando virem, porque para nós, de línguas latinas, o monograma de Cristo parece um IHS.
Na verdade, em grego, é o ípsilon (Y), o eta (H) maiúsculo e o sigma (S), que é o início do Nome de Jesus. Então, na tradição artística católica, nós costumamos colocar essas três letras; para brevidade, eu vou descrevê-las aqui como IHS rodeadas de raios de luz fulgurantes. Então, esses santos faziam pregações a respeito do Nome de Jesus, e no último dia da pregação, desvendavam o monograma de Cristo para que as pessoas adorassem o Nome de Jesus, sabendo que no Nome de Jesus está a presença deste Divino Salvador.
O Nome de Cristo quer dizer isto: "Yeshua", Deus salva. E, claro, diz São Pedro aos sumos sacerdotes: "Não há nenhum outro Nome no qual nós possamos alcançar a salvação. " Deus abençoe você.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém.