com qual frequência você pensa no Império Romano recentemente uma Trend dominou as redes sociais e Ok eu sei ela não é tão recente assim é que o tempo na internet acaba sendo um pouco relativo Mas enfim as mulheres ao redor de todo o mundo comentavam sobre como seus companheiros namorados e maridos pensavam pelo menos uma vez por semana no Império Romano boa boora estou pensando ontem eu não pensei nem an mais com que frequenta se você pensa impero romano é faz nunca isso acontece talvez porque há algo na ascensão organização e queda do império romano
que até hoje mais de 1500 anos depois ainda continua a inundar os nossos pensamentos principalmente o nosso Imaginário é claro que isso acontece também devido ao fato de que Roma é o alicer em que toda a cultura ocidental se estabeleceu nós ocidentais não conseguimos ignorar isso quando refletimos sobre o a nossa volta mas ainda assim é incrível nós pensarmos que tudo o que temos desde as estradas a infraestruturas os aquedutos um sistema monetário padronizado o sistema legal e Inclusive a própria língua origem de diversas línguas são heranças de Roma o foco constante portanto no Império
Romano ele é um pouco justificado você não acha há um fluxo para a história e a cultura esse fluxo está em raizado no que as pessoas pensam e o que elas pensam determinará como agem é com estas palavras que Francis Schafer em 1977 abre a sua série documental de 10 Episódios intitulada How should we then Live ou em português como então viveremos Schafer levanta uma pergunta muito simples porém ainda assim cheia de significado veja bem olhe ao seu redor mas eu peço que você olhe atentamente não veja somente pessoas ou ocupações e eventos cotidianos Não
tente enxergar o fluxo das coisas os ventos que nos empurram e as ondas que nos carregam até perguntamos como chegamos aqui e para onde iremos mas o que quase não perguntamos é como viveremos o hoje como nós habitaremos o tempo então quando olhamos para o momento atual que vivemos os problemas que enfrentamos as crises pelas quais passamos nós precisamos entender que essas coisas elas não são frutos ocasionais acidentais meros frutos da espontaneidade como se não estivessem ali e de repente agora estão porque há uma linha traçada perceptível no decorrer da história que auxilia na hora
de compreendermos o tempo os renascimentos culturais as revoluções industriais as guerras mundiais e os avanços tecnológicos não surgiram do nada cada um deles é uma resposta a falhas ansiedades e necessidades herdadas de épocas anteriores assim como o império romano sucumbiu as suas próprias falhas internas podemos hoje nós também vermos as fissuras nas Fundações da nossa cultura moderna Vivemos em busca do progresso e de inovações Mas será que isso não nos custará uma estabilidade moral e social que talvez nos conduzirá ao mesmo destino de Roma novamente é só olharmos ao redor mediante aos trágicos acontecimentos pandemias
globais às crises econômicas as guerras culturais a solidão crescente em uma era hiperconectada tudo isso nos lembra que assim como Roma não estamos imunes ao colapso há uma fragmentação interna na nossa sociedade que pode nos levar à ruína Qual é Então a solução devemos nos entregar à desilusão e ao desespero devemos nos tornar apáticos e esperançosos estamos nós à beira de um apocalipse iminente ou utilizando a pergunta de Francis Schafer como então devemos viver para respondermos o tempo em que vivemos precisamos entendê-lo e entender o tempo requer de nós um conhecimento da História que nos
trouxe até o presente momento inclusive Muito obrigado Carl Truman Valeu Pois é homens de todo o planeta alegrem-se porque nós precisamos voltar para o império romano segundo chefer para entendermos onde estamos no mundo de hoje nas nossas ideias e em nossa vida cultural e política é preciso seguir três linhas distintas na história filosofia ciência e religião a filosofia porque ela busca Responder questões básicas e a ciência por tratar das manifestações físicas do mundo a religião porque a visão do mundo religiosa das pessoas influencia fortemente a forma como elas vivem individual mas principalmente socialmente tem um
autor de um livro que eu gosto bastante o Remy brag ele é autor desse livro Europa a via romana o Remy brag é um é um intelectual e mundialmente reconhecido e com grandes contribuições pra história do mundo antigo ele vai dizer que os romanos propriamente dito eles não acrescentaram nenhum conteúdo novo na história da humanidade o que que eles fizeram eles trouxeram de outros lugares pro a para o seu próprio ambiente o conteúdo então o direito ah com o direito ah grego a religião e Judaica e eles foram então criando ali uma uma civilização sintetizando
aquilo que era helenista e hebraísmo Rem brag o que que caracteriza Ah o pensamento Romano ou a atitude Romana essa característica de síntese a transformar o conteúdo recebido mas sintetizando coisas misturando coisas não era propriamente dito a uma cultura o império romano e daí as suas derivações uma cultura de conteúdo Roma por influência grega decidiu fundamentar sua cidade Napolis ou seja nas estruturas da cidade mas os seus cidadãos eles eram limitados por aqueles que ocupavam cargos de significância como os patrícios os Comerciantes e membros da cavalaria Romana por exemplo os escravos bom nessa época os
escravos não eram nem considerados dignos e não só escravos tá na Grécia e na Roma antiga as crianças por exemplo também não eram consideradas pessoas a sociedade antiga ela era organizada no que nós podemos visualizar como círculos concêntricos no centro desse círculo estava o homem adulto nascido livre esses homens eles tinham o maior valor e as outras pessoas elas eram consideradas e valorizadas dependendo de quão similares elas fossem a este modelo mulheres estrangeiros escravos e crianças a literatura do mundo clássico inclusive descreve as crianças em um certo tom de despreso usando adjetivos como fracas medrosas
e irracionais ora é óbvio que uma sociedade assim ela não funciona estabelecer a vida familiar e a moral de toda uma sociedade sob a as pernas do homem adulto nascido livre não nos dá estrutura suficiente para mantermos uma civilização ainda mais um império tão gigante quanto o Império Romano quando esse sistema não funcionou os deuses então passaram a ser o centro da sociedade Mas nem todo o Panteão de deuses juntos foi suficiente pois os deuses gregos e Romanos eram uma espécie de humanidade ampliada e não divindades os deuses bom eles não eram realmente Deuses né
eles não tinham nenhum ponto de referência suficiente do ponto de vista intelectual ou seja eles não tinham nada que fosse suficientemente grande ou pelo menos suficientemente permanente a que pudessem preender o seu pensamento ou a sua vida esses Deuses eram feitos por humanos eles tinham bocas mas não falavam tinham olhos e ouvidos mas não viam e nem ouviam eles não tinham estruturas para fornecer base para a vida do povo nas palavras do próprio shefer todos os deuses juntos não podiam fornecer uma base suficiente para a vida a moral os valores e as decisões finais aqueles
deuses dependiam da sociedade que os havia criado e quando esta entrou em colapso os deuses caíram junto com ela era uma força extremamente poderosa mas seguindo essa linha nós observamos que eles não conseguiram existir a a uma base superior né eles não tinham uma base forte uma estrutura forte então da mesma forma que se tornaram grandes eles não tinham ideais absolutos e quando não tem ideais absolutos é fácil acontecer numa linguagem bem moderna uma fragmentação essa fragmentação eh fez com que o o o império a aos poucos começar a ter forças internas contrárias e forças
externas também que invadiram e se tornaram contrárias ao império eles eh tentaram resistir né de várias formas a isso Lutaram de de algumas formas né através eh de posições totalitárias né quando César se tornam as forças de eh maiores né os imperadores começam a ser vistos também como Deus e passa a ter um uma adoração a esses Deus é uma tentativa de fazer da religião uma força eh consolidadora do império já que eles estavam fragmentados em suas bases por fim a república deixou de existir e deu lugar ao império romano centrado no Imperador Augusto César
a estrutura de uma civilização alicerçada inteiramente num Deus humano o problema aqui é que os interesses pessoais do Imperador passaram a ser mais importantes do que o interesse social ele procurava então legislar sobre a vida familiar e moral acontece que nem mesmo todas as suas grandiosas conquistas e a força militar sustentaram também o peso da realidade mas espera eu preciso te explicar o que que é esse peso da realidade que tanto tenho falado aqui porque com certeza você já se perguntou as grandes questões da vida por exemplo para que fui criado ou qual é o
propósito da vida existe uma verdade absoluta a vida humana ela é carregado de significado responsabilidade e consequência por exemplo toda a escolha que você faz carrega um peso para a realidade física moral e espiritual viver exige de nós certa reflexão quer intencionalmente ou não porque há sempre uma grande reflexão por trás dos Passos da Humanidade para entender melhor o problema shefer nos sugere imaginar uma ponte carros e pessoas passam por essas estruturas mas apenas se essa Fundação ou essa ponte estiver firme elas atravessarão com segurança a vida Napolis os deuses e o Imperador eles não
foram suficientes para servir de segurança e então Responder questões para a humanidade em Roma por serem criações humanas foram e são muito frágeis apolis os deuses e nem Augusto César conseguem sustentar os pesos impostos pela realidade o império romano ele veio ao chão mas não por conta de fatores externos mas mas porque a sua própria estrutura interna não era forte o suficiente havia uma fragilização que levou Roma a queda Os Bárbaros eles só deram um empurrãozinho final pro que nós entendemos como colapso de Roma e o que nos resta hoje são só ruínas agora a
quando a gente tem essa ideia do Império Romano da atitude Romana Essa Via Romana constitutiva da Europa aí a gente tem então uma bela chave de leitura cultural para os tempos do contemporâneo o próprio R brag vai dizer os Estados Unidos os Estados Unidos São Romanos é claro que não no sentido é óbvio que não no sentido mero étnico num sentido Ah historicista Não o que ele tá dizendo aqui é que a a as culturas que ficam amalgamando conteúdos antigos trazendo para um solo novo que não produzem nada que são muito mais voltados para algo
prático que são muito mais ah utilitaristas nos seus raciocínios eles acabam reproduzindo essa atitude romana a nossa cultura inteira é assim o colapso do Império Romano causou incertezas sociais políticas e intelectuais sendo o berço para o que os historiadores chamam de idade média outro nome poderíamos dar é síntese tendo em vista a quantidade de concessões e combinações entre as duas cosmovisões predominantes da época que eram o cristianismo e o neoplatonismo você também pode conhecer esse momento como Idade das Trevas como alguns historiadores chamam mas essa falsa ideia só veio da Renascença que considerava tudo que
veio antes dela como inferior após Constantino aproximar-se da fé cristã a igreja saiu da Periferia e foi para o centro Embora tenha ganho mais voz pública Ela acabou também se tornando muito vulnerável às idolatrias do próprio Império com a influência do platonismo que via a vida material como um obstáculo espiritual muitos cristãos passaram a desvalorizar a vida terrena as catedrais medievais que dirigiam os olhos ao céu acabavam por reforçar muito essa visão grandes arquiteturas religiosas que para além da sua beleza e de toda a arte por trás de tudo ensinavam uma grande separação entre as
coisas do andar de cima Santas e sagradas das do comum e do ordinário as coisas que são do andar de baixo a idade média trouxe um reavivamento cultural com o surgimento das primeiras universidades impulsionando a filosofia a música e a arquitetura tudo isso culminou na Renascença que ao contrário do que o nome sugere não renasceu o homem mas renasceu a visão sobre ele agora o homem era a medida de todas as coisas por exemplo A escultura Davi de Michelangelo simboliza muito bem esse humanismo orgulhoso o homem tentando ocupar o que nós entendemos como o andar
de cima Enquanto isso a reforma protestante focada no homem contrastava com esse humanismo renascentista os reformadores rejeitaram a ideia de uma razão humana autônoma e ilimitada confiando a autoridade da Bíblia como resposta definitiva para a vida e a moral todo o movimento reformado se dedicou E trabalhou para purificar a igreja dessas influências humanistas confrontando três principais a autoridade da Igreja sobre as escrituras a contribuição humana na salvação e essa mistura a síntese entre ensino bíblico e o paganismo Embora tenha restaurado aspectos da cosmovisão cristã nós precisamos reconhecer que a reforma também contribuiu de um certo
modo para a secularização ao afirmar por exemplo a autonomia humana às vezes interpretadas como uma rejeição da Autoridade Divina entende quase um humanismo confessional Mas é isso deixamos a história do passado um pouquinho de lado e vamos voltar a focar um pouco no nosso agora vivemos numa contínua desconexão social um distanciamento social estrutural uma certa fragmentação das relações humanas ou seja as relações sociais que costumavam ser firmes elas estão em processo de independência vou te dar agora um exemplo a família que antes ocupava um espaço Central nas relações humanas tem sido rebaixada para dar lugar
ao indivíduo isolado segundo ex membro do Senado Holandês professor de teologia e diretor do seminário na Holanda Royal Kiper a situação contemporânea ela está solidificada num tripé não muito seguro nós entendemos como informatização globalização e individualização a revolução da informação ela é um paradigma interessante porque são tantas informações que nós acabamos não retendo nada informações a todo tempo numa velocidade antes nunca Vista globalização no caso é a ideia de construir um espaço Global a ideia de Não termos mais fronteiras para que principalmente economia tecnologia possa fluir e individualização é esse processo do próprio indivíduo poder
valer-se de todas as opções disponíveis para ele e construir a si mesmo a questão é que isso tudo acabou formando em nós uma característica nós acabamos nos tornando um certo tipo de Hiper consumidor ele consome tudo ele não é um consumidor só de mercado teias mas pelo fato da quantidade de informações que ele é submetido pelo fato dele Morar Numa espécie de espaço global e e dele querer usufruir de todas essas potencialidades para si ele ele ele consome tudo ah dos seus relacionamentos pessoais ao próprio Deus ele ele ele tenta se manter numa relação com
Deus com as pessoas com sua igreja com o seu trabalho na medida do consumo porque ele tá desenraizado ele ele nasce aqui ah no Brasil em São Paulo vai estudar na Alemanha se casa no Japão e vai trabalhar na Índia ou às vezes ele Experimenta tudo isso do ponto de vista da própria internet ele Ele estudou numa universidade online na que tem sede na Alemanha ele conheceu e e mantém amizades com uma série de pessoas que estão no Japão e assim por diante ele é desenraizado ele tem uma crise de identidade isso isso tudo favorece
uma crise de identidade esse tripé apresentado por Royal Kiper faz com que a gente tenha uma vida que não se atenta aos processos formativos que sempre nos foram importantes como por exemplo família igreja e estado nós acabamos não criando raízes não temos mais fronteiras geográficas que nos limitam e tudo o que precisamos está a um clique de distância logo começamos a ter uma percepção da realidade menos Comunitária menos enraizada e vamos gradativamente nos tornando mais um hiper consumidor individualista o que temos portanto analisando Isso é o que entendemos como uma crise antropológica é pois é
inclusive alguns Já chamaram os nossos tempos de líquidos Será que essas estruturas que utilizamos para sustentar a realidade à nossa volta elas realmente são suficientes realmente nos darão alicerces para suportarmos o peso da realidade há um filósofo sociólogo cientista político Professor estudioso Bom enfim você entendeu que fez anál análise sobre a cultura que nos CCA que é o autor inclusive desta obra aqui uma era secular o autor é Charles Taylor e os insights que ele faz são muito preciosos para nós entendermos um pouco a condição do homem contemporâneo porque uma das coisas que Taylor vai
falar é acerca do que nós entendemos como Imaginário social e o que que ele quer dizer quando ele fala sobre Imaginário social ele não tá falando de uma Filosofia de vida consciente mas de um conjunto de intuições e práticas é a maneira como as pessoas pensam sobre o mundo como elas imaginam o mundo e principalmente como elas agem em relação a ele intuitivamente explicando então quando alguém diz por exemplo meu corpo minhas regras ou eu sou uma mulher presa num corpo de homem as pessoas concordam não porque elas possuem uma compreensão elaborada sobre as questões
de gênero ou questões biológicas mas sim porque de alguma forma parece certo intuitivamente afirmar essas coisas a final que mal está fazendo para o mundo a questão do Imaginário social é que essa afirmação ela não era possível por exemplo de ser feita há 40 ou 50 anos atrás pois é gente o mundo ele não é mais o mesmo quando falamos sobre moralidade ética não podemos acreditar que isso só acontece nas vias da racionalidade ou da aut reflexão Afinal são raras as pessoas que leem livros sobre moralidade ética nós não analisamos os livros teóricos e diferentes
perspectivas filosóficas para aplicarmos e entendermos moralidade porque quando pensamos sobre isso Nós pensamos de forma intuitiva nós sentimos é algo que parece certo e que está de certa forma dentro de nós porque algo que há 50 60 anos provavelmente seria incabível nós pensarmos ou sentirmos acerca do mundo hoje torna-se completamente possível dado que esse contexto já permeia a realidade de toda a nossa contemporaneidade isso tudo já permeia o nosso Imaginário e o problema aqui é que nossos processos formativos como família e igreja por exemplo já não possuem um lugar tão proeminente assim na vida deste
indivíduo moderno logo este por conta das pressões as miríades de opções ou até mesmo como Taylor fala de pressões cruzadas este sujeito moderno torna-se fragilizado a pressão que a realidade coloca sobre a vida do homem moderno derruba todas as pontes de sustentação que ele acredita possuir um outro tipo de mudança na forma que enxergamos e nos relacionamos com a vida também tem acontecido se no passado por exemplo nós observávamos o mundo como algo que possui ordem e significado e que então o nosso papel era descobrir o seu propósito e vivermos essa realidade agora entretanto parece
que enxergamos o mundo como algo totalmente manipulável sabe onde não há necessidade de nos conformarmos com a realidade ao nosso redor E isso ele vai chamar de mimeses e poes basicamente mimeses eu aceito a realidade do mundo conforme ela se apresenta poes eu a manipulo conformando ao que eu quero que seja ou seja na poiesis eu mesmo faço o meu futuro e moldo o mundo como eu bem entender neste livro aqui a ascensão e Triunfo do self moderno o Car Truman utiliza um exemplo muito interessante para exemplificar essa mudança de mimeses para poiesis e não
fala para ninguém não mas boa parte do que estamos falando aqui nesse documentário é o trumman falando no livro dele então eu recomendo muito que você vá lá ler e adquirir o seu também tá Fica a dica aqui o que ele vai dizer é que no mundo da Europa medieval as pessoas não tinham controle sobre as coisas ao seu redor por exemplo o fazendeiro você pega ele ali ele dependia inteiramente da chuva para irrigar as suas plantações e se houvesse algum tipo de doença ou algo parecido ele não tinha como tratar e nem tinha fertilizantes
para tentar cuidar do solo a mesma coisa doenças por exemplo caso surgisse uma era impossível tratá-la de maneira definitiva se o seu filho nessa época fosse estudar no exterior você nem conseguiria saber se o veria novamente em Vida entenda as pessoas do passado elas estavam completa e inteiramente à mercê do ambiente à sua volta e graças ao avanço tecnológico elas puderam mudar um pouco a forma como enxergavam o mundo com isso eu não estou dizendo e falando que a tecnologia seja algo ruim de maneira alguma mas sim que as inovações tecnológicas afetam profundamente a maneira
não só como pensamos mas também imagin o mundo o mundo de hoje não é o lugar objetivamente revestido de autoridade que era a 800 anos pensamos nele muito mais como uma questão de matéria prima que podemos manipular por nosso próprio poder para nossos próprios fins e não é somente isso como imaginamos e também pensamos não só acerca do mundo mas também acerca de nós mesmos é cada vez mais fácil imaginar a realidade como sendo Algo que podemos manipular de de acordo com nossas próprias vontades e desejos e não algo que necessariamente precisamos nos conformar ou
aceitar passivamente e é isso que nos vendem como o grande Triunfo da humanidade então quando alguém fala que se sente uma mulher num corpo de homem isso só é possível num mundo onde as pessoas pensam de forma poética onde a ordem e o significado não estão ali estabelecidos Não não eu decido criar eu decido estabelecer ou escolher para mim o significado que o mundo terá a natureza humana nesse cenário torna-se algo que cada indivíduo ou sociedade inventa a tecnologia ela nos possibilita imaginarmos uma realidade onde realmente Somos livres e autônomos ela molda a nossa identidade
conforme sentimos que deve ser e outro importante argumento que o Truman aborda aqui é que ao longo longo da história nós podemos encontrar diferentes formas de lidarmos com o mundo e com a realidade inicialmente havia o homem político inspirado ali por Platão e Aristóteles sabe os filósofos que esse homem encontrava sua identidade nas atividades cívicas depois do político surge o homem religioso ali da idade média que focava em práticas religiosas e encontrava o seu sentido em atividades eclesiásticas em seguida vem um homem econômico este se identifica pela atividade econômica mas de forma um pouco ainda
muito instável e finalmente surge o que nós entendemos como homem psicológico e o homem psicológico é este que busca sua identidade internamente não como nos outros anteriores a ele em coisas exteriores Mas agora ele é mais centrado nas coisas internas na sua felicidade pessoal no seu próprio bem-estar e isso é o que nós chamamos de individualismo expressivo Ou seja que cada um de nós encontra seu significado dando expressão aos nossos próprios sentimentos mas também aos nossos próprios desejos por favor contestem as coisas não aceitem que a realidade é percebam que as coisas estão e se
elas estão elas podem ser alteradas Tá bom então a gente muda a nossa forma de pensar e a gente atribui isso automaticamente a Deus aquilo que eu considero correto para mim eu projeto nessa divindade cara mas eu acho isso assim Óbvio tipo assim é velho e a gente tá precisando de estudo científico para mostrar aquilo que há tanto tempo a gente tá batendo na tecla a gente cria os deuses a nossa imagem e semelhança o homem moderno contemporâneo ele nunca esteve tão informado globalizado sem fronteiras e como ele mesmo se entende livre ele acredita que
pode definir sua própria identidade a família não é mais uma formadora de identidade a igreja e a religião São só mais uma das grandes e outras inúmeras opções na grande prateleira do consumo moderno é mais uma escolha a se fazer e o que acontece quando essas bases formadoras de identidade tornam-se menos sólidas e acabam entrando em colapso o que acontece é que nós temos uma crise identitária e quando tudo ao nosso redor ele é em estável E aparentemente não há nenhuma certeza verdadeira não é muito difícil entender porque que o filósofo moderno disse penso logo
existo não são os outros as estruturas ou a religião que pensam por mim porque ninguém me diz o que eu tenho que fazer a humanidade contemporânea ela clama eu penso eu existo E aí tudo acaba caindo nos aspectos subjetivos do que eu penso e sinto em relação à sociedade é claro que o homem Ele não é um cérebro num palito nós temos sentimentos o problema é quando há uma ênfase crescente nos sentimentos como fonte de autoridade na nossa cultura os sentimentos tornaram-se decisivos e autoridades sobre Quem Somos Nós somos o que sentimos talvez falando assim
nós não conseguimos enxergar realmente o grande buraco que estamos como sociedade mas eu vou tentar explicar para vocês de uma maneira simples você por exemplo já ouviu o ditado ame o pecador não pecado certo mas o que fazemos quando o próprio pecador se identifica com o pecado ao qual é condenado nesse cenário não amar o pecado é não amar aquele que se identifica com isso justamente porque há um padrão de identificação eu sou isso e não mais somente eu faço isso a questão central aqui que acontece na nossa sociedade é que apoiamos as respostas para
essas perguntas em nós mesmos cada um individualmente é a própria regra e definição absoluta da Verdade e da realidade acreditamos ser completamente livres e autônomos se Roma em um determinado momento possuiu um Imperador atualmente cada um à sua maneira impera sobre a sua própria vida o homem alcança então o status de o centro da sua própria história busca agora autonomia em relação às instituições tradicionais e constrói sua identidade longe de qualquer autoridade externa Essa obsessão moderna pela Liberdade idual acima de tudo abre o caminho para uma sociedade totalmente fragmentada onde as nossas relações são efêmeras
e o nosso prazer é exaltado acima de tudo e se tornou a nossa meta última Se necessário irá destruir Pontes que antes eram sólidas para promover a fluidez do seu próprio desenvolvimento o nosso materialismo e esse consumismo exacerbado só escracha as grandes diferenças sociais gritantes que estão presentes no mundo ser autêntico no fim é o que que há de melhor e é por isso que cada vez mais os nossos artistas se lançam em excentricidades vazias enquanto o público aplaude dizendo Uau que original novamente somos confrontados com aquelas perguntas para que que eu fui criado Qual
o propósito da vida existe uma verdade absoluta o que é que pode nos dar satisfação se estamos imersos em uma cultura individualista sem raiz autônoma e livre é óbvio que as respostas para essas perguntas também expressaram a esta condição a questão para o homem moderno não é mais Deus existe mas sim se o cristianismo é bom ou não se o Deus da Bíblia pregado por nós ecoará nos seus desejos mais profundos no seu Imaginário Deus é válido e a ideia de religião é boa se questionar os projetos de felicidade e realização pessoal do indivíduo contemporâneo
homens e mulheres hoje no mundo secular não se importam tanto se Deus existe ou não mas sim e cada vez mais se ess ess a divindade lhes faça sentir Seguros certo de um sentido com significado de vida e que principalmente não comprometa a sua busca por satisfação o porqu e como essa mudança ocorreu é um caminho bem longo e já é possível identificarmos as fissuras nessa ponte que utilizamos para aguentar as pressões da vida Edward gibbon em seu livro declínio e queda do império romano dizia que foram cinco os atributos que marcaram o fim deste
Império primeiro um forte amor pelo espetáculo e pela untuosidade uma crescente discrepância entre ricos e pobres Uma Obsessão pelo sexo uma excentricidade nas artes mascaradas com originalidade e entusiastas fingindo ser criativos e um crescente desejo de viver fora do Estado é caro amigo bem-vindos à cultura contemporânea à nossa casa e Mesmo distantes parece que não estamos tão longe assim de Roma não é mesmo enquanto nós dormimos o mundo mudou e caso acordemos fica o questionamento como então viveremos [Música]