A Fábula do Estado da Ilha - Episódio 1 - PAPEL MOEDA - 2ª Temporada - Como os Mercados Funcionam

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José Kobori
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Video Transcript:
Bem vindos a continuação da nossa fábula do estado da ilha, uma série de vídeos que criei para explicar como a economia funciona. Iniciei a criação desta fábula para tornar mais simples a compreensão de uma ciência tão importante como a economia. Como sempre relembro, a economia ao contrário do que muitos pensam, não é uma ciência exata, mas sim uma ciência social, ou seja, é nossa natureza humana que explica como interagimos, criamos e mantemos um sistema econômico.
Ao longo dos episódios anteriores, fiquei muito feliz com o feedback de vocês que carinhosamente se referiam ao conteúdo como uma série melhor que as dos serviços mais populares de streaming, e chamaram os primeiros 10 vídeos como sendo a primeira temporada. Então em homenagem a vocês aqui do canal inicio hoje a criação da segunda temporada da nossa Fábula do Estado da Ilha, nesta eu explicarei como os mercados funcionam. Para um entendimento melhor desta segunda temporada de como os mercados funcionam, e para solidificar os seus conhecimentos, recomendo que assistam os dez episódios da primeira temporada de como a economia funciona.
O card com a playlist completa vai aparecer aqui acima, fique a vontade em compartilhar o conteúdo com aqueles para os quais você acredite que seja útil. -------- Bem, no último episódio da primeira temporada, o habitante da ilha retornou para casa, satisfeito como sempre com os novos conhecimentos. Porém, ansioso para entender sobre o porquê do crescimento econômico sustentável só ser viável pela poupança e pelo investimento.
As últimas palavras do professor ficaram em sua mente: "a poupança gera investimento, que gera acumulação de capital, que gera crescimento econômico e, no futuro, todos consomem mais e melhor. " Alguns meses se passaram e todos aqueles conceitos econômicos aprendidos já faziam a diferença no desenvolvimento da economia do estado da ilha. Mas como ele previa o crescimento atingiu uma limitação pelos fatores de produção explicados pelo professor no último encontro.
Não tardou para que ele retornasse ao estado do norte para matar sua ansiedade no reencontro com o professor, que com certeza lhe daria respostas as muitas dúvidas que surgiram nesse período. Para sua surpresa o professor o aguardava no cais do porto, embarcado num grande barco com mastros enormes e panos amarrados a eles, como se fossem bandeiras arriadas. Com o sorriso e a hospitalidade de sempre, o professor convidou o habitante do estado da ilha para ir ao seu encontro.
Quando ele embarcou naquele grande barco ficou impressionado, nunca havia visto algo parecido. Não conteve a sua ansiedade e começou desferindo várias perguntas ao mesmo tempo. Calma, disse o professor.
Vamos ali, apontando para a praça do cais do porto, naquele comércio podemos almoçar e colocar nossa conversa em dia. Fiz questão de lhe receber sobre esse grande barco porque ele me ajudará a explicar o que deixamos para esse encontro. Mas são tantas perguntas professor, disse o recém chegado visitante do estado do norte.
Eu sei, respondeu o professor, mas me lembro que na nossa despedida fiquei de lhe explicar melhor sobre como viabilizar a poupança e o investimento para criar uma economia sustentável. Isso, interrompeu o habitante, passei todos esses meses com suas últimas palavras em minha mente. "a poupança gera investimento, que gera acumulação de capital, que gera crescimento econômico e, no futuro, todos consomem mais e melhor.
" Eu preciso decifrar como esse ciclo virtuoso pode ser viabilizado, no estado da ilha apesar de colocarmos em prática tudo que o senhor me ensinou, nossa economia "empacou". Mas não entendi o que esse grande barco tem a ver com isso. Nesse momento chegou a mesa o já conhecido e apreciado prato: Carne com batatas.
Salivando o habitante da ilha exclamou aos risos: isso nós não conseguimos replicar na nossa ilha. O professor acompanhou com uma longa gargalhada e, na retomada do fôlego, os dois comeram feito um "padre". Gostou?
Perguntou o professor ao habitante assim que ele deu a última garfada. Ainda com a boca cheia e antes de conseguir responder o professor emendou: aposto que está mais gostoso que os anteriores. Exato, tirou as palavras da minha boca.
Como isso é possível? Perguntou o habitante do estado da ilha. Essa carne não é daqui, respondeu o professor.
Sem entender nada o habitante da ilha coçou a cabeça e, naquele minuto de silêncio, veio a imagem do grande barco e da saborosa carne. O senhor está muito misterioso professor, tudo o que ví e experimentei desde que cheguei é novo pra mim. A carne também me ajudará explicar e consolidar alguns ensinamentos, novos e antigos.
Nesse momento o professor pagou a conta do almoço com algo parecido com pedaços de folhas. Foi demais para o habitante do estado da ilha. O que aconteceu com as moedas de cobre?
O que é isso que o senhor utilizou pra pagar o almoço? Isso que utilizei nós chamamos de "papel moeda", disse o professor ao habitante do estado da ilha, que, coitado, pela cara não estava entendendo nada, mas apreciando toda confusão, afinal o objetivo de sua viagem era justamente novos conhecimentos. Como surgiu esse "papel moeda", porquê ele têm valor e porquê o dono do comércio aceitou esse pedaço de folha?
Já caminhando pelas ruas do estado do norte o professor começou a explicar. Com o desenvolvimento da nossa economia grandes volumes de moedas eram utilizadas para nossas transações, afinal as empresas cresciam e as pessoas ficavam mais ricas. Empresas cresciam fez os olhos do habitante do estado da ilha brilhar, era exatamente o que ele buscava nessa viagem.
Entender como as empresas crescem e as pessoas ficam mais ricas. Então com medo de perder o fio da meada ele interrompeu o professor: Como vocês tornaram isso possível professor? O professor novamente pediu calma ao seu hóspede e aluno.
Você me pediu pra explicar sobre como surgiu o papel moeda, e agora é isso que eu estou explicando. Mas eu entendo o que despertou a sua memória e curiosidade. Vou adiantar só esse ponto para sua ansiedade não te matar.
Pessoas mais ricas é igual a poupança, empresas crescendo é igual a investimento. Aquele brilho de outrora surgiu novamente nos olhos do habitante do estado da ilha, o brilho de quem viu as portas de um novo mundo se abrir novamente. Mas isso explico depois, pontuou o professor, vamos voltar ao surgimento do papel moeda.
Empresas maiores e pessoas mais ricas significam economia crescendo e transações comerciais e financeiras aumentando. Bens mais valiosos necessitam de volumes grandes de moedas para efetuar as transações. Todos nós depositamos todas nossas moedas no banco, nosso comprovante é um recibo de depósito.
Quando precisamos comprar algo vamos ao banco e retiramos uma parte das nossas moedas para fazer frente as nossas necessidades. O habitante do estado da ilha entendia tudo, até porque não havia nenhuma novidade na explicação. Bem, prosseguiu o professor.
Nas necessidades diárias parecia tudo perfeito nesse sistema, mas quando compramos algo de alto valor, ou as empresas realizam grandes transações, precisamos de ajudantes para carregar uma quantidade maior de moedas. Nossa, é verdade, imagino o trabalho para carregar todas essas moedas. Disse o habitante do estado da ilha.
E como vocês solucionaram isso? Foi simples e intuitivo. Respondeu o professor.
Passamos a trocar os recibos de depósito. Como assim? Não achei simples e intuitivo.
O professor rindo prosseguiu: vamos lá, vou te explicar passo-a-passo. Quando precisávamos comprar algo de alto valor íamos ao banco retirar nossas moedas, como eram muitas o peso era enorme, com o tempo passamos a pagar com o próprio recibo de depósito. Ahh, comecei a entender, disse o atencioso aluno.
Mas tinha um problema, disse o professor. O recibo nunca era do mesmo valor da transação, então isso nos evitava carregar muito peso mas gerava uma certa confusão. Tínhamos que ir ao banco pedir para fracionar o recibo, por exemplo, ao invés de um recibo só de 1.
000 moedas, dez recibos de 100 moedas, ou 100 recibos de 10 moedas. Dessa forma ficava mais fácil realizar as transações. Com o tempo todos depositavam as moedas no banco e passaram a receber vários recibos de depósito.
O banco acabou padronizando esses recibos, temos aqui no estado do norte recibos de 1. 000, de 500, de 100, de 50, de 10 e de 5 moedas. Com o tempo ninguém mais carrega as moedas, só esses recibos.
Assim surgiu o papel moeda. Nossa professor, realmente, depois que o senhor explica parece simples e intuitivo mesmo. Mas e aquele barco gigante com aquele pano enorme pendurado, passou rapidamente para a próxima pergunta o habitante do estado da ilha.
Aquilo se chama Navio, e o pano gigante pendurado é uma vela, respondeu o professor. Vela? Aquilo queima?
exclamou o seu querido aluno. Com um sorriso no rosto o professor respondeu: não, vela é o nome que deram ao mastro com o pano, aquele pano se abre e o vento empurra o grande barco, com isso não precisamos mais de tantos remadores e chegamos bem mais rápido ao nosso destino. Deram quem?
Perguntou o habitante do estado da ilha sobre o nome do grande mastro com pano. Temos vários desses viajando pelos mares levando e trazendo nossas mercadorias, chamamos de navios mercantes, mas não fomos nós que inventamos, isso e muitas outras coisas que nos ajudam atualmente aprendemos e copiamos do pessoal das ilhas do leste. A informação de ilhas ao leste era desconhecida do habitante do estado da ilha.
Como assim, existem outras ilhas ao leste? Não só existem como são bem mais antigas que as nossas. É um velho mundo que descobrimos em nossas viagens, afirmou o professor.
Mas como o senhor sabe que são mais antigas? Perguntou o curioso aluno. Porque são bem mais desenvolvidas do que nós.
Mas isso vou te contar após o jantar, disse o professor já chegando na sua residência. Os dois então entraram e o habitante do estado da ilha foi para o quarto de hóspedes Espero que tenham apreciado o conteúdo de hoje nesse primeiro episódio da segunda temporada da fábula do estado da ilha. Se gostou clique no like e compartilhe com amigos e parentes.
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