Drogas | Maria Rita Kehl

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Café Filosófico CPFL
Nesta palestra a psicanalista Maria Rita Kehl discute sobre o consumo, os efeitos e a legalização do...
Video Transcript:
e aí o olá hoje o polêmico tema das drogas porque elas estão tão presentes entre nós o que faz as pessoas procurarem nas drogas a sua válvula de escape para falar sobre essas questões café filosófico convidou a psicanalista maria rita kehl e e aí e eu quero fazer duas esclarecimentos iniciais primeiro a seguinte eu não sou uma especialista em drogas tá eu escolhi o tema da droga pela sua atualidade claro que na minha clínica aparecem pessoas com problemas com drogas e segundo pela sua atualidade e escolhi porque eu acho que é o tema que digamos
tá no centro ele é mais sede sintoma de outros problemas sociais quiser droga aparece como denunciando a droga não tô com sua mania né como denunciando problemas que todos nós mês que nunca experimentou nenhum tipo de droga vivemos hoje então foi por isso que eu escolhi porque ela nos ajuda a problematizaram todas as nossas relações na vida contemporânea a segunda coisa que a esclarecer é que provavelmente essa não será uma palestra contra as drogas eu pretendo discutir a questão principalmente do ponto de vista do grande problema que é o tráfico e vícios é a primeira
questão que talvez a gente tem que pensar é a seguinte porque se hoje a droga tá tão acessível as drogas basicamente a mais popular talvez seja maconha e com uma droga um pouco mais pesado mais perigosa cocaína mas se abriu agora está tão acessível principalmente na adolescência eu desde a adolescência porque eu acho que essa talvez seja a pergunta para a psicanálise não é que essa pergunta interessa a todos mas eu vou levando por onde dado por quê que alguns se viciam e a maioria não ou seja então a gente tem que começar a tratar
duas questões e separadas nenhuma porque é que se usa drogas ou porque a droga se tornou mais popular no brasil talvez um acidente todo de 20 anos pra cá e quando eu era adolescente a droga era uma exceção é uma coisa é um segredo é uma coisa desconhecida alguns iniciados né tinha um poder tinha um valor e inclusive de experiência subjetiva de enriquecimento da subjetividade o que é de transmissão de contrário de muitas pessoas procurava droga para afirmar uma atitude assim contra o autoritarismo enfim era uma outra coisa coisa droga é quase na adolescência quase
banal então a primeira pergunta seria essa porque aqui ela sendo tão banal então tão fácil acesso algum servicinho ele se o mesmo se tornar toxicômanos tem que ter problemas de desempenho problema escolar problemas com a saúde etc e a grande maioria não né então vamos ter que entender um pouco essa diferença segundo a gente tem que entender que talvez não exista sociedade humana que não tenha criado as suas os seus mecanismos de escape né de escape no sentido de escape da realidade crua cotidiana enfim enfeitar um pouco a vida ou saiu um pouquinho fugir um
a ganhar um pouquinho é próprio de todas as culturas que seja pelo meio que foi né nós estamos aqui no café filosófico é provável que algumas pessoas gostem daqui a pouco de pedir uma cerveja ou vinho whisky e continuar acompanhando essa essa conversa no estado de consciência um pouco diferente do estado de gamas assim isso não é considerado um grave problema não sei que a pessoa história uma contra mas não é considerado um grave problema que depois de um dia de trabalho a pessoa gosta de alterar a sua consciência é sua sensibilidade o seu estado
corporal etc usando deles por exemplo né o próprio freud ele diz uma coisa interessante que diz é impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem nenhum mecanismo de fuga e ele no meia a embriagueis estado de embriaguez né a fantasia a fantasia que às vezes a gente de fato embarca tanto nela que perde a noção da realidade a fantasia de cara limpa não tô falando de grandes buracos né e outros vícios jogo ele fala de vícios em geral né quer dizer então se não dá para enfrentar a realidade sem algum tipo de fuga se nós
estamos sempre de certa forma imaginariamente melhorando a realidade a nosso favor o tentando tornar um pouco mais aceitável tentando nos modificar para aguentar a realidade não é por que algumas pessoas conseguem manter um equilíbrio entre estados em que elas estão a seco na realidade enfrentando as coisas devemos como elas são se é que a gente consegue enfrentar realmente as coisas como elas são em outras pessoas para outras pessoas a realidade é tão intolerável que elas passam não consegui mais vão crescendo a ponto de não conseguir mais viver sem ajuda de algum tipo de aditivo ou
psicóticos que partem de uma vez no mundo da fantasia ou os alcoólatras ou a ana quer ir porque é que para algumas pessoas esse cap esse escapismo eventual se torna um vício é o que o fred vai viver ele diz olha a cura de qualquer vício simplesmente pelo imperativo de abstinência não pode agora você para e ficar limpo ela não não funciona porque não encara não vai a fundo naquilo que é digamos a fonte da paixão pela droga então ele deve considerar que as drogas o tempo o tempo todo mencionar o álcool junto tá embora
o álcool seja uma droga legal e em breve eu vou também incluí as drogas os cinco fármacos que agem as drogas legais médicas respeitadas que a pessoa compra em farmácias sem nenhum problema com a polícia mas que também de fio que também estragam é muitas vidas então a gente pode começar se colocando essa questão quando for ele fala que a cura pela e funciona porque não há pão vai até o fundo do que seja a fonte da paixão nós podemos pensar no uso de drogas pelo menos não uso contínuo de drogas como uma espécie de
paixão como a paixão pelo jogo presente que é um outro tipo de vício a outra coisa é que lendo também outros artigos de fica na lista que trabalham com drogados mais continuamente ele dizem olha não existe não adianta a gente querer resolver problemas usando assim existe o drogadito ou toxicomano então são todos iguais a sempre tratar de todos iguais né é um tipo clínico você analisa descobre porque as pessoas entravam e esse tipo resolve não cada toxicomano é um e cada um se vicia por razões e por caminhos singulares tá então eu tô que ficou
mania não é ela só ela própria digamos uma doença ela é sintoma o e sintoma que pode estar resolvendo problemáticas diferentes para cada um tem uma psicanalista que usa essa expressão que é uma expressão grega da droga como pharmakon que é uma expressão que designa aquele remédio que ao mesmo tempo que é remédio se você aumentar a dose é um veneno né como arsênico por exemplo né ele numa dose pequena ele é curativo se você aumenta a dose ele é legal né que a droga então ela é como tóxico é como se sujeito ficasse transitando
digamos assim nessa nessa linha até o limite em que o farma com remédio remédio no sentido aqui de remédio para sua angústia para a sociedade e para a sua dor de viver para sua dificuldade de enfrentar socialmente os outros enfim para cada um remédio para alguma coisa né ele vai testando em que ponto esse remédio pode se tornar o veneno então tem aí nesse teste de resistência que alguns drogados fazem uma espécie de teste digamos da sua onipotência imaginária quer dizer a gente pode imaginar um jovem e uma jovem um homem alguém pode ser viciado
também na vida adulta numa coisas adolescência que se acha de certa forma um vulnerável e esse sentimento de invulnerabilidade que de nada vai me atingir nada vai no destruir produz como contrapartida uma espécie de um namoro com a morte e quer dizer se eu me sinto invulnerável que desse eu me acho tão perfeito tão maravilhoso e fica na sede não tem castração para mim não tem falta para eu me livrar disso desse estado que é um estado quase de dívida congelada de vida que não tem vida porque não tem marca de falta de sofrimento etc
o produto cinema e vou namorar com a morte eu vou ver até onde eu aguento vou ver se esse negócio ganha de mim o seu ganho dela às vezes que ele quando ele se a droga começa como remédio e pode terminar como toque quando a questão do fármaco né é é uma das um dos efeitos esse remédio é que no momento em que o indivíduo tá se drogando que ele no exato momento é como se fosse um momento em que ele consegue abolir no encontro com esse objeto que é um objeto digamos perfeito para o
seu gozo entre ele a droga não vai faltar mais nada né não necessariamente inclusive a droga é social mesmo quando era compartilhada por um grupo cada um tá na sua drogadição né então no momento exato do consumo da injeção na veia da cheirada da carreirinha nada falta para o sujeito e é como se então nesse momento ele não precisasse falar e nem pensar não fica tudo em suspenso e ele transforma digamos assim como se o sujeito desaparecesse nessa hora o sujeito quando a gente fala em se canaliza gente fala alguém que é desejante alguém que
tá movido por um desejo torcendo consciente que dizer um ser humano em conflito dividido o que desconhece uma dimensão de si mesmo que tá pensar que precisar simbolizar que todos os outros estão muito dos outros então na drogadição é momentaneamente o sujeito desaparece deixando uma espécie de corpo que funciona um corpo que funciona que acolhe a droga que produz efeitos físicos efeitos apaziguadores mesmo que se defeitos sejam excitantes eles são apaziguadores daquilo que afinal de contas a dor de viver o que é que quando a gente diz que o sujeito desaparece quizer cada um de
nós vai pela vida tendo que arcar dessa forma consigo mesmo né com as suas questões com suas dúvidas com as suas insufi ciências com seus desejos em que na hora do encontro com a droga e como se isso ficasse tranquilo nesse momento eu estou pleno nesse momento um objeto muito bom digamos muito bom no sentido do prazer esperado apaga a questão subjetiva quase como se eu ficasse igual a droga eu me transformo num efeito desse desse objeto que entrou no meu corpo então é nesse sentido que o vira um corpo organismo um corpo em funcionamento
sem subjetividade claro que isso as coisas são tão simples assim é claro que esse feito um efeito momentâneo porque não existe vida sem sujeito quer dizer a angústia volta às vezes volta redobrada dependendo da droga que se usa o sentimento de falta ainda volta também e é por aí que começa o mecanismo devemos do vício mesmo então mais droga de novo para produzir de novo esse apagamento essa tranquilidade quanto maior angústia de depois mais imperativa necessidade de voltar a droga o outro é feito é um efeito de completude que desaparece a descontinuidade há entre a
pessoa que tá se drogando e o que que significa nas do grande outro quer ver qualquer entidade que a imaginária pequeno que é protetora que é que a seguradora que é poderosa quando a gente fala do grande outro nasce canais gente usa muito o exemplo da mãe da primeira infância tá acho que é melhor exemplo que ninguém mais poderoso na vida de uma uma pessoa do que foi algum dia a mãe do bebê né uma pessoa que a cole cuida ampara ama mais ou menos sabe tudo que a criança quer mais ou menos ele de
bebê mais ou menos ele é capaz de fornecer tudo que ela precisa para aplacar a fome a sede o frio o desamparo então essa essa figura protetora poderosa poderosa do ponto de vista a mãe pode ser uma pobre fazer lado não é poderosa no mundo mas o ponto de a contar da criança do tamanho da criança da incapacidade da criança se satisfazer amanhã poderosas em cima é a figura mais poderosa que ela já para o resto da vida ela nunca mais vai encontrar alguém tão poderoso então esta figura poderosa que a gente vai chamar depois
metafórica nem de grandioso quer dizer depois você criança já se separou da mãe já tá vivendo a sua vida mais independente e depois que nós não estamos adultos mentalmente a gente recorre muito a uma fantasia de que alguém vai cuidar da gente alguém vai nos dizer qual é o caminho certo para alguns esse alguém é deus para outros pode ser uma figura de autoridade mesmo professor um mestre para outros pode ser o próprio ser amado uma relação de amor e para outros quando a vida fica mais difícil e eles vão descobrir que não tem ninguém
não tem ninguém que tá cuidando da gente velando pela gente sabendo a nossa verdade nos dizendo qual é o caminho nos olhos então não tem né aí a vida fica difícil e do fred fala conectar dizendo é difícil enfrentar a vida sem algum tipo de fuga acreditar no outro que vela por nós já é uma uma espécie de escapismo não tem não tem que enfrentar a dura realidade em que no limite é um pouco cada um por si né cada um vai errado se cada um que cuide de ser cada um que tem que entender
o que quer porque não tem ninguém para dizer eu sei o que você quer o que você quer eu vou te dar o que você quer eu vou resolver o enigma do seu desejo né isso humano não existe mas a gente inventa um monte de perguntas não achar que esses enfim então um efeito da droga é momentaneamente desaparecer isso que me separa me deixa sozinha e desamparada e me separa dessa figura imaginária poderosa cuidaria de mim quase voltar digamos assim a ser um bebê no colinho da mamãe desaparece a descontinuidade entre o sujeito e esse
grandioso né mas ao mesmo tempo às vezes acontece o contrário e às vezes alguns drogaditos vivem na relação com uma mãe e vim com essa figura imaginária tão poderosa todo precisa tão sufocante que às vezes ao contrário às vezes sujeito se droga tá se estragar para se viabilizar como se ele tivesse que fugir dessa relação perfeita que ele imagina que se instalou na sua vida e que não tem liberdade para se tornar um sujeito indivíduo separado isso algumas relações mãe-filho vão produzir esse efeito não só relação mãe e filho mas a relação é filme é
ideal para produzir esse tipo de efeito então vocês vejam que já começa essa essa a comprovar essa hipótese dos finalistas e que não existe uma razão das pessoas e gravar em que eu tenho nada tá dizendo tem uns que se drogam para procurar amparo como se a droga junto do cor o sujeito pleno perfeito desaparece hades continuidade né ele tá completo e para outros eu contrário para outra droga para ele se detonar para ele se afastar digamos assim dessa dessa sensação de perfeição de completude que o sufoca tá são duas razões diferentes para uma pessoa
que gravar um a jornalista está sempre recebendo um sujeito e não um drogado né às vezes até a pessoa se apresenta como eu sou um drogado porque é mais fácil para ele se ver assim uma categoria não sou uma pessoa singular com a minha história com os meus problemas com a minha meu conflitos eu são drogados então a droga se apresenta na frente dele tá quiser como se tentasse apagar subjetividade dele é como se tivesse um crachá sozinho e fica chazinho identifica quem ele é jogado e com isso eu não sei mais preocupado ela analisa
que cuide disso ele é um drogado ele não tem que falar por ele mesmo ele não tem que se responsabilizar por ele mesmo a droga fez dele isso que ele é veja que acha na posição bastante infantil tem algo aqui que me explica eu não preciso tentar me entender quando a pessoa chega assim muito difícil cuidar você tem que refazer o caminho que não não fala você a droga não me diz e fala você e em um longo caminho para que ele deixe de acreditar que a droga resolve a sua subjetividade mas não seja do
pior jeito para que ele perceba aqui é a sua fala é a sua palavra é samsung indagações que vão produzir alguma coisa nessa nesse trabalho para satisfazer um desejo a droga aparece como o satisfação imediata e do prazer venha dependência o que começa como um remédio pode terminar como tóxico no próximo bloco maria rita kehl esclarece como se dá esse mecanismo é e aí é a que pode nos levar uma sociedade que só cultua o prazer as conquistas e o sucesso o perigo dessa direção é apontado pela psicanalista maria rita kehl e e o que
é que é comum a todas toxicomania no lugar do objeto do desejo que é um objeto simbólico profissionais não existe um objeto do desejo objeto que você encontra e pega para você e acabou ao contrário para ficar não existe o desejar continuar que é o que move a vida humana a vida criativa vida social a vida do trabalho etc e que vai criando objetos simbólicos que não é nada nem uma coisa palpável para representar o desejo não para satisfazer e acabou no caso da droga no lugar desse objeto simbólico do desejo que é um lugar
vazio que você vai preenchendo como pode ao longo da vida o que a droga vai restaurar é um objeto de satisfação não objeto de desejo como se fosse uma satisfação de necessidade tanto que o percurso do vício do qual que é visto cigarro a o porquê e é do prazer a necessidade primeiro é porque é agradável prazeroso produz algumas sensações algumas experiências e aquilo vai se fixando como um objeto que algum ivo objeto que podem satisfazer que me dá uma satisfação única e aí já não é mais um objeto do qual eu disponho como sujeito
hoje eu quero amanhã eu não quero hoje é melhor não que amanhã vou trabalhar hoje é sábado então eu vou fumar um baseadinho etc vai deixando de ser esse objeto de prazer que eu poderia dispor por isso que você não quer falar uma fala absolutamente contra as drogas para se tornar um jardim necessidade que eu dependo disso eu preciso disso sem isso eu não me aguento então aí rir uma escravidão esse objeto e na cidade é objeto do qual não sou escravo aí é o objeto que me tem e não eu que tenho esse objeto
mas objeto de necessidade eles são assim eles são interativos por isso que há também uma relação entre a droga ea violência porque no momento em que aquela falta se torna insuportável em que e se torna imperativo o sujeito é capaz de brigar bater eventualmente matar etc porque ele está dominado pela falta do objeto e pela necessidade de ter né ninguém mata por um objeto de prazer mas sempre objeto de necessidade objeto do brasil a gente pode inclusive substituir tá tudo bem não tem cerveja eu tô ouvindo não tem vinho fico sem nada eu vou amanhã
eu vou tomar então eu vou namorar em objeto de prazer a gente tem uma série pela vida e as drogas poderiam incluir entre eles algumas drogas pelo menos então o que acontece no lugar dos objetos do desejo tem um objeto de necessidade né que com qual tem uma relação vamos ver totalitária né preciso dele ele me completa é o único que eu posso querer etc seria muito interessante a leitura do livro de um quê que alguns talvez conheçam aqui do william bonner ovos que foi um escritor americano e oi ia entra vou com heroína que
é uma experiência aqui no brasil de conhece muito pouco eu só tive uma paciente que foi quando vivia na europa se drogado com heroína aqui é uma droga muito cara aqui né mas o bora nesse livro ele conta a sua experiência com ele ainda ele se drogou praticamente a vida inteira e ele intercalava períodos de vício com períodos em que ele se internavam desintoxicada depois voltava mas o que é de que é interessante é porque ele conta que ele não se lembra justamente do barato da heroína que aí tem um apagamento do sujeito então é
a narrativa dele é muito interessante porque ele conta como era a falta da droga o sofrimento inclusive celular quero em uma droga que substitui alguma elemento celular eu não entendo muito bem então as células do em no interior das células do corpo dói depois de algum tempo para foto de heroína porque ela substitui alguma coisa a vida da semana então na desintoxicação o sujeito tem que quase que tem umas essa renovação de muitas células do corpo que morre com a falta da droga tem que tomar alguns remédios para suprir isso mais ou menos então nesse
livro do meu gente já que quer dizer também que drogado na gíria norte-americana ele conta da falta da droga ele conta de todos os recursos para obter a droga quando ele roubava e não foi um criminoso mas ele matou uma mulher no jogo perigoso não como um assassinato mas um jogo de guilherme tell na gente onde estava a cabeça dele mas ele não é um criminoso que diga não assassinava para roubar e se drogar mas ele conta então a falta da droga a tudo que ele podia fazer para conseguir a droga é roubar a se
prostituir pedir dinheiro emprestado etc o momento de alívio de estar é mas ele não relatou em nenhum momento o como é que ele se sentir quando estava drogado porque esse momento ele não tem nenhum registro no caso dela então que ela joga fortíssima é como se esse fosse justamente o momento do apagamento do sujeito que aí não tinha mais um sujeito que um sujeito até um minuto antes e tinha um sujeito a partir do momento em que o efeito da droga termina tudo isso ele pode narrar o momento em que ele encontra a droga é
um momento em que ele não existe como sujeito não sei se isso é claro para você tá eu tá vivo não é que não existe né mas ele não existe como sujeito com alguém que é responsável pela sua vida aqui sabe mais ou menos o que está fazendo digamos assim não tiver fazendo nada porque ainda deixa a pessoa no estado de abstração mas é como se tudo que se passasse se passasse no outro lugar que não na sua subjetividade tanto que depois ele não poderia retornar a isso e vocais na memória ii e então quando
o sujeito vem dizer o som drogado e pensa que conhece essa resolvido você que vai cuidar desse assunto o que é que está se apagando tv nessa firmasa qual é a pergunta que não aparece exatamente a pergunta quem sou eu que é claro que uma pessoa que vai se viciando desde muito cedo e isso se instala na sua vida como um modo de vidro de fato ele não consegue responder essa pergunta quem sou eu ele é um corpo e abstinência à procura do objeto que vai resolver o problema da descendência isso não resolve uma questão
do ser de quem sou eu né a outra pergunta é o que é que me falta o que é que me falta que eu preciso estar o tempo todo grudado nessa objeto que me complete e é claro que não teria que chegar a entender que o que lhe falta não é a droga que lhe falta é algo que falta para todo ser humano em todo ser humano perdeu de alguma forma a sua completude praticamente eu não sei nós somos todos os faltantes de alguma coisa só que nessa necessidade da dra a necessidade imperativa da droga
esse sujeito perdeu a via de acesso ao seu desejo que a gente não sabe fazer nada com o seu desejo nós todos fazemos muitas coisas que os nossos desejos embora a gente não sabe o que a gente que deseja são os nossos olhos são inconscientes mas nós fazemos muitas coisas nós criamos coisas nas pensamos nós conversamos nós buscamos nossos pares nós buscamos nosso prazer enfim nós vamos te amo também nós enfrentamos nossos conflitos etc né é como se a droga interditar você sabia de acesso ao fato de que nós desejamos um bom então nesse sentido
elas evitam a droga as lojas deve tão da gente tem que lidar com a dor de viver a dor de viver saber que a gente vai morrer que a vida é breve que nada é muito fácil de que a gente pode perder suas quem te ama e que eu não preciso de escrever para vocês vários elementos para cada um uma coisa tem mais peso mas viver muito bom mas também dói então é como se a droga prometeste que pode apagar isso né hora aí vamos chegar um pouco perto da questão de por quê que na
nossa cultura droga fazer porque escolheu esse tema para não ter uma importante para discutir porto ninguém entende mesmo para quem nunca se drogou é que a nossa cultura é uma cultura que acredita que é possível viver sem nenhuma dor é uma cultura que acredita que é possível viver e que essa é a boa vida a boa vida é uma vida só de prazeres só de conquistas e realizações e sucessos interessam a palavra muito usada né então ela não produz os modos de sofrer vou usar essa expressão toda estranha modos de sofrer o que que é
isso por exemplo o cristianismo durante séculos produziu um modo de sofrer né para quem nessa sala é católico ou prática alguma religião das religiões do ramo judaico-cristã deve saber que vão a gente aceita o sofrimento na religião cristã porque a gente acha que deus tem suas razões te mandar aquele sofrimento tem que enfrentar aquele sofrimento com resignação a gente vai ser feliz na vida eterna e esse é um modo de sofrer eu particularmente não compartilhe não é assim que eu não sou religiosa mas eu entendo que se você tem uma religião o sofrimento é a
própria cultura te dá digamos assim que ajuda a sofrer né é você não se sente um ser bizarro um louco um fracassado que está sofrendo a religião utilizava sofrer normal de a sua prova pronto isso já é digamos assim um certo conforto para quem tá sofrendo e não deixa de sofrer mas o sofrimento faz sentido outros exemplos a a corrente do romantismo não é uma corrente de pensamento uma corrente estética que vem lá do final do século 18 da segunda metade do século 18 na europa fica muito forte no século 19 não tô falando do
que chamou de romantismo não que é beijo de novela não é isso romantismo no sentido de entender a vida como a nossa perda em relação à natureza nossa separação da natureza a nossa ânsia de voltar encontrar uma espécie de de comunhão com todo a nossa impossibilidade de encontrar essa comunhão com todo né isso tá lá na na cruzeiro os românticos alemães do século 18 produto o romantismo produziu modo de sofrimentos e das vezes valorizo sofrimento o primeiro se torna fonte de inspiração poética se torna sinal de sensibilidade então são modos de sofrer aceitos pela cultura
que fazem de quando uma pessoa sofre ela pensa o seu sofrimento de uma maneira digamos tem algum valor para ela que tem algum significado na nossa cultura que é uma cultura muito individualista e muito agonista é uma cultura dos prazeres o sofrimento nos deixando na solidão absoluta cada um tá sozinho de sobremesa eles com vergonha de dizer para o outro que sofre porque sofrer coisa protario quem é esperto não só então o desamparo aumenta no nosso mundo capitalista na cidade que apareceu de consumo que a gente vive hoje que não era uma coisa que a
sociedade capitalista de produção do século 19 no século 19 que eu começo do 20 também a sociedade capitalista mas o grande imperativo era você tem que renunciar o prazer se sacrificar e produzindo a trabalhar muito se esforçar muito sacrificar muito essa ética protestante devemos assim que regia o começo do capitalismo esse produto um só tipo de sujeito o freud estudou esse sujeito o sujeito digamos assim entre as reprimidos que achava que tinha que abrir mão de todos os seus prazeres e se disciplinar e trabalhar etc quando o eixo da economia passa da produção do consumo
que é a nossa sociedade hoje o que é o imperativo completamente diferente não é mais você tem que sacrificar você tem que renunciar aos seus prazeres você tem que adiar infinitamente a recompensa recompensa vai vir quando tiver bem velho tiver como lado muito dinheiro você tem que se esforçar não hoje ao contrário interativo é consumo né você merece você tem direito claro que isso é uma frase quase vazia porque na nossa vida que não vivi essa experiência de que a gente tem direito a trazer ele vai nos sante fazer assim que que ele vem né
a interativa de consumo ele se dirigem a todos na sociedade mas eles são acessíveis a resposta só essa sinólogos é muita gente fica de fora né e aí que a que a droga entra né como objeto e vamos ver substituiria todas as mercadorias que o cara não pode ter e todo dia ele vê anunciado que ele devia ter também esse mestre que diz o sujeito consuma goze viva no prazer o tempo todo ultrapasse seus limites no limão também esse mestre pode ser por exemplo a ciência o médico psiquiatra não que oferece a droga e na
casa dos água legal também para apaziguar as angústias e diz olha tem um poder para mim ir porque alguém que você ama muito morreu tô na prozac volta para festa um eu não tente ficar longe da festa durante tanto tempo quando na verdade eu luto não é uma depressão patológica o tempero e quem sofre até superar uma perda por exemplo tanto faz na frente de alguém que morreu uma perda de alguém que nos abandonou às vezes um filho que sai de casa e vai morar longe enfim tem um luto aí um tempo da gente parar
de sofrer essa perda e depois se acostumar com ela por esse vazio que fica né que que a medicina hoje disse droga para você é fácil tem uma variedade enorme enfim então da droga ficou farmacológica para droga ilegal o caminho já tá dentro quer dizer a ideia de que bem-estar é você tá livre da subjetividade [Música] a dançar fica mais hoje inclusive é uma é uma um caminho de cura que porque a gente tem interesse porque ao contrário onde você vai se embrenhar nossa subjetividade ele até você poder estar mais ou menos entrado nela é
um caminho que ter essa pouca gente fica se eu posso me livrar disso que eu posso anestesiar que eu posso automatizar minhas respostas tá sempre alegre que eu tomei fuzaketa menos ansioso que eu tomei cohab nova sei lá o que tá menos deprimido por quê por quê que eu vou fazer esse caminho complicado né [Música] g1 e vamos porque fugimos de encarar uma perda e até de viver um luto no próximo bloco maria rita kehl nos alerta também para o perigo do mundo do sem limites 1 e aí e como é a ser adolescente hoje
em dia o que os esportes radicais e até mesmo a mídia estimulando jovens o que podemos fazer para desviar os nossos filhos das drogas maria rita kehl nos aponta alguns caminhos e ah mas eu tô pensando nos adolescente nas crianças né que são é na estatística uma faixa de mercado né e tem um potencial de consumo x de danoninho de tênis não sei o quê de sandalinha de videogame paraná então é uma criança que ela é instrumentalizada pelo mercado de um lado que não é quem está educando ela mais tarde tocando e pelos pais nessa
vida atual nessa nesse capitalismo posso globalizado tão competitivo para adquirir aptidões né o homem ideal será que vai ser seu miguel então a minha preocupação é que as crianças hoje tem pouca vida interior e há quanto tempo de ócio pouco tempo de fantasia que é o que faz a vida fica boa mesmo se você se sentar aí droga você tem que fazer com aquilo que você tem uma riqueza interior né a criança de hoje ela ela vai de uma aula para outra de um curso para o outro de uma depois não tá fazendo nada tá
diante do videogame da televisão então o espaço da fantasia o espaço de brincar o espaço de fazer nada de pensar em bobagem que é isso que nos da riqueza humana de tá com os amiguinhos eu gosto muito quando eu vou para cidades menos que prendem mesmo menos as crianças dos apartamentos nas cidades menores eu vou que de repente daqui do dono de criança ali na calçada sentado fazendo nada jogando pedrinha falando bobagem pensando que isso em fazer para isso também não é tudo bem tem que estudar e tudo mas é para você começar a ter
essa experiência maravilhosa de fantasia ao mundo de inventar coisa com os amigos inventar brincadeira isso a criança hoje então a maioria das crianças são muito longe disso aí é um pouquinho da droga em relação ao adolescente porque os adolescentes hoje eles são talvez as maiores vítimas vítimas mesmo desse imperativo de gozo que tava na cultura toda que ver se a gente pensar por exemplo que a publicidade é porta-voz mais importante desse imperativo de prazer de felicidade absoluta de gozo sem limites entra eo ligamos a figura privilegiada que representa e no imaginário da publicidade essa possibilidade
de gozo é o jovem e o adolescente ele é o eleito para gozar a criança ainda tem que ser educado não tem que ir para escola ainda tem algumas tarefas ainda tá sobre as ordens do pai da mãe né o adolescente não imaginava felicidade também devemos da telenovela de uma ele é aquele que chegou digamos no potencial da vida adulta porque ele já tem maturidade sexual ele já tem um pouco de autonomia do seu ele vir ele já é mercado de consumo diferenciado a criança também né mas ele já é tem uma certa autonomia para
consumir então publicidade vai em cima dele e ao mesmo tempo ainda não pensa as possibilidades da vida adulta ainda não tá de gravata e pastinha acordando cedo no outro banco etc então ele é a figura privilegiada para o qual se dirige em todos os apelos de consumo vocês ordem nós estamos cercados na televisão eu adoro as capas de revista de adolescentes e jovens gozar antes se divertindo bebendo dançando muito numa festa numa rave no enfim então o adolescente ele se identifica com essa imagem que a devolvido à ele essa imagem de gozo total fora qualquer
um aqui já foi adolescente né sabe que se adolescente é difícil para caramba não tem nada a ver com uma vida de gozo absoluto se adolescente é uma época de insegurança é uma época em que você não sabe ainda você perdeu o corpo de criança ainda se não tá muito à vontade dentro do seu corpo que não é totalmente adulto ainda você mudou de turma você a família não te protege mais você tem que proteger sozinho você tem um medo danado de rejeição a criança até cem amiguinhos é até que fica mais ou menos bem
mas o adolescente fica apavorado porque a idade da turma envie não é essa idade de pleno gozo de plena alegria que a publicidade representa então é e o adolescente resolver esse problema a sua inadequação a sua solidão a sua dificuldade de dominar os códigos da vida adulta a sua insegurança o seu medo do futuro a sua fragilidade ficar em dar um pouco criança né esse caminho é da droga é o caminho que tá aberto para ele principalmente porque a maconha principalmente que é hoje quase que a o rito de iniciação da passagem da infância para
adolescência em alguns meios claro que tem mês que são mais protegidos mas em alguns meios sociais que são menos protegidos na escola da minha filha que hoje tem 17 do meu filho já tem 23 então já faz muito mais tempo quando a passagem do ginásio para o colegial é totalmente acompanhado de você ingressar ou não na turma da maconha uns demoram mais outros demoram menos pouquíssimos ficam de fora e é uma porta de entrada na vida adolescente né que tem muitas vantagens porque promove uma identi bom então aqui adolescente se sente meio feinho meio bolha
rejeitado meio nerd se ele vai lá fumar um baseado com os outros ele aceito eu não se sente bem ele vim com todo mundo porque daí daquela foi ia dar aquela relaxada no superego então a porta de entrada muito fácil e para dizer que como eu disse no começo não é uma falante drogas não é tão grave que os adolescentes experimento em maconha fumo maconha de vez em quando ele certo é grave que eles acham que sem maconha eles não se aguentam então aí vai depender muito do que a cultura vai fazer a gente vê
muita diferença inclusive em comunidades carentes que o caminho para tirar os meninos do tráfico da droga é o caminho do esporte né claro que o esporte ele vai dar muitas coisas que a droga daria auto-confiança vida em grupo desafios né lazer também trazer também né não é só não tá jogando ganhar perder sempre só que eu não acredito muito nessa contraposição que ele se o cara tá no esporte está livre da droga né porque o esporte hoje infelizmente ele também é muito levado para o lado da adrenalina das emoções fortes da também é uma imagem
do o que é desse dessa folha que tá tomando toda a cultura jovem hoje né é no line você ganhar de todo mundo é então esses anabolizantes os caras usam essa esses remédios para aumentar o rendimento etc são drogas também na escola do meu filho um adolescente morreu não musculação porque tomou uns negócio que eu não sei o que foi que não era conhecido o meu tive a notícia né e foi na coisa de cê de cada vez mais eu quero mundo do meu limite ele é o nome da droga seja no esporte seja na
dança seja mundo não limite é o nome da droga porque é muito gozo é disso que você extrapola todos os limites agora o sport pode ser visto uma outra maneira menos competitiva menos violenta né pode ser vistos como fazer uma coisa leve como uma coisa no dica aí eu acho que ele fez o sport já disse como pura desafio de competitividade de ganhar de ser melhor de tudo ele não é o contrário da própria é a lógica é a mesma não quer ver que o cara vai trocar ou não sei mas a lógica mesmo bom
então acho que o mundo do esporte verde aqui tem um outro jeito de significado né ea publicidade só usa o esporte para imagens de super-homem né correndo acima de todo mundo ninguém sente assim eu tenho impressão que na cultura que a gente vive hoje nessa cultura de muita televisão de muita na vida adolescente muito vazia é muito vazia e como é muito vazia muito fácil alguma coisa que encher esse vazio né claro que também na universidade mas na universidade talvez não seja tanto a própria universidade de gramas o corpo docente que vai oferecer isso né
mas hoje puxa o movimento estudantil o que que é né trabalho traga-o a produção cultural dentro da universidade o que é que ver isso talvez seja o momento em que esteja começando a voltar eu fico sabendo em são paulo através dessa escola da minha filha de tanto os grupos de jovens e adolescentes que fazem tantas coisas interessantes oi gente que para esses grupos a bebida e droga não são vitais elas podem ser usadas entendeu mas não são a razão de ser a única coisa que o cara acha que vale a pena quando ele sair da
escola tudo tão chato que ele tem que encher a cara eu acho que esse vazio da vida produz imediatamente essa reação de adesão aos baratos né não eu tenho impressão que a valorização das experiências de trocas grupais seja experiência criativa de grupos que fazem tô fazendo adolescência eles vai aparecendo né faz uma banda um grupo de música ou uma experiência de militância política ou de trabalho social que experiências grupais né a gente sente muito menos sozinho muito menos desamparados minha experiência grupal quando ela é uma experiência de criação ela te obriga a esse treino de
não ter satisfação imediata no mínimo que eu tenho outro ali com vocês e na nossa cultura individualista muito competitiva e que nos bota muito isolados muito uns contra os outros então classificação de ficar dependendo não de dos nossos semelhantes a relação mais junto já qualquer a droga ela é esse objeto né da satisfação imediata e tudo principalmente nessa cultura individualista mas situações grupais de trabalho de criação de pensamento como isso aqui né como esse aqui é um exemplo né é aqui é difícil está pensando tudo mas é prazeroso também tá aqui na também é é
criativo para cada um quem fala mesmo que não fala mais volta para casa então eu acho que o brasil uma cidade nesse nesse sentido muito privilegiada porque apesar de ter muitos dos vícios do neoliberalismo é uma sociedade que ainda é muito grande área em que as pessoas gostam de estar com as outras gostam de conviver não é uma cidade totalmente do cada um por si cada um no seu apartamento com o seu vídeo aço é recomendado sua puxadinho na sua caixinha né então a gente valorizar isso aproveitar isso é isso é claro que não sabe
elas o rio de janeiro onde tem mais grupo de samba grupo de rap e tem menos violência por exemplo na próxima de violência com o efeito da adição onde onde as pessoas estão não só criando cada uma por si as suas soluções para a vida mas coletivamente eu eu tenho impressão que seja no forno autoritário pelas medidas pelos caminhos da proibição do autoritarismo outro caminho possível é o caminho da das saídas coletivas nos encontros não é porque o encontro é uma fonte de prazer que droga nenhuma substitui né mas ao mesmo tempo ele não é
satisfação imediata nós estamos na cultura muito paradoxal muito paradoxal que por um lado e ela apela o tempo todo para algum tipo de barato mas não sou exatamente não tem um anúncio de maconha e cocaína mas todos os anúncios são de barato as imagens associadas ao barato são muito usadas pela felicidade né evocando o prazer evocando a farra evocando o gol viu sério e eu mesmo tempo nós vamos nessa cultura aqui chama o tempo todo por barato que convoca para o barato e que não converso sobre droga né porque aprender assim como no caso das
suas economias do vício grave o melhor caminho de cura são essas instituições aqui fazem trabalho grupal terapia de grupo conversa de grupo eu acho que também no caso de orientar nossos filhos e tentar que eles possam beber cerveja sem virar sem correr grandes riscos em virar alcoólica seria criar grupos de referência o que dei prós e contras que falam experiência aqui abre o espaço para discutir toda experiência que é muito marginal ela acaba sendo vivida de uma maneira sem limite porque o limite está dentro da maze não tá fora da mais [Música] quer dizer uma
coisa muito interessante onde tem uma proibição tem um desejo que se não fosse vou mostrar o bebê né se não fosse bolinha querer você vai para vir para aqui né ninguém proíbe ninguém vai ter a cabeça na parede fica chato eu vou então eu acho que a proibição indica um valor de gozo naquele objeto a falta de proibição e e diminuir isso né e principalmente eu acho que a legalização que infelizmente não pode ser um país só que acabar dizendo que tava escrito aqui não importa infelizmente não pode ser um país só porque se você
legaliza no país pobre como o brasil ele vir entreposto do tráfico internacional então é uma coisa que tem que ser discutido internacionalmente né mas a legalização primeiro lugar eu tenho certeza sem nenhuma estatística na mão que morre mais gente no tráfico do que de overdose on e quer dizer se aquele se a droga é uma questão de saúde pública morre muito a gente na guerra do tráfico do que na verdade não são suas traficantes as vítimas de bala perdida são as crianças que estão na rua morre muito mais gente vê a guerra do tráfico tem
problema de saúde pública infinitamente maior do que quem morreria de overdose em segundo lugar a legalização acabaria com o crime de tráfico e daí o cara um comerciante restabelecimento paga lá tem um cgc entendeu pode vender abre tá outra hora fecha que falta hora algumas horas são de receitas são de receita quer dizer muda essa face horrorosa na nossa sociedade hoje que é o tráfico que eles não têm menor interesse em legalizar principalmente os grandes do trabalho né porque é muito mais caro se for ilegal acabaria com isso e em terceiro lugar que eu acho
importante a legalização fica mais claro aí que o drogado é um sujeito das suas escolhas é porque aí ele tá fazendo uma coisa que é permitida que dá para ele pode falar que ele pode conversar que tem gente que droga mais nada menos que é não gosta gosta de modo que aí cada um que aqui com o seu conquanto se droga entendeu e eu tenho certeza que morreria muito lindo apesar de que é um risco que a droga não é bom para saúde quando consumido em excesso etc vai morrer muito menos gente no caso daqueles
que realmente não consegue volta ao limite com o vamo álcool como vamos ligar vai morrer muito menos gente de droga do que morre hoje de bala perdida que não é nem que ser outra fica de mesmo que lá na guerra no tráfico matou traficante de bala perdida de cara que comprou uma merreca não tem como pagar executado que desses barbaridades que a que o consumo ilegal da droga e principalmente numa sociedade que dizem o tempo todo droga esse porque isso que a nossa cultura de sem usar o nome da dra vez que tava enchendo de
hipocrisia ele droga esse viva no grande barato entendeu vivo então o mais esquisito ainda uma cultura que diz o tempo todo e caminhonetes a droga acho que são décadas entendeu no mundo para conseguir se entender essa questão mas é bom saber que pelo menos tem gente que admite discutir isso no ministério da justiça que que nós vamos fazer com filho crescimento um baseado dois o que for no fim de semana em volta da festa com ele vermelho com a boca seca decidi que nenhum maconheiro então ele vai não vai mais na festa não sai mais
com esses amigos e ou vão internar vamos mudar de colégio ou dizer pronta vamos conversar sobre isso e começar a criar a possibilidade que ele tem uma outra relação com a droga porque essa droga já é um fato na vida dele e não vai ser não é questão de dizer que bacana que vende em fazer uma cumplicidade que aí é perigoso também porque ele também quer se diferenciar de você se você acha bacana vai fumar um baseado com ele ele vai ter que ir para uma droga mais pesada né aquele é uma coisa que pai
e mãe não tem que a chorar no sentido da aprovação mas têm que incorporar no sentido de entender que isso tá na vida dele e tá na vida do grupo está na vida do país né ou do acidente e que aí que que vai fazer o destino que vai ser dado a isso e eu acho que eu achei um beijo opinião pessoal mesmo é presa canario não é nada tô usando essa coisa primeira pessoa que a nossa cultura só oferece majoritariamente duas portas entradas para a vida adulta e na minha adolescência dia outras costas havia
militância política havia trabalho social havia muita coisa que tinha passado a vida para vida infantil grávida adolescente um livro a vida adulta mas no mundo que não é o do nenenzinho da mamãe hoje ou é a porta do shopping então é quando a criança possa poder ir sozinha para o shopping né na adolescência o shopping é um lugar protegido tem segurança não vai ser sequestrada sempre tal ou a porta da maconha são as duas portas principais não quer ver que são as únicas eu não tô querendo simplificar mas são as grandes portas hora do shopping
é muito mais chata esse é o problema é fazer mais um pouco a interessante um pouco mas é muito mais chata do que a da maconha então isso tem que tentar oferecer outras portas de entrada na vida adolescente jovem no mundo que seja de informação que seja da arte que seja do trabalho social que seja da consciência política que seja uma participação no a mais criativa porque se fosse uma porta do shopping e da droga a droga tem mais futuro tá grande parte da população o shopping só produz exclusão mesmo que ele conseguir entrar lá
dentro que vai entrar dentro eu ficar olhando e sentindo mais novo vestido que os outros então é uma porta de exclusão também né não é só publicidade não é só propaganda que querem que os adolescentes sejam muito feliz e com uma vida muito somos nós pais não espaço que também somos influenciados pela cultura individualista hedonista da pós-modernidade que achamos que nós temos filhos para poder dar tudo para ele se tem que me cuidar tudo para ele nascer locação nos comentários né isso desde a infância né a gente ouvir isso no consultório ah eu não sei
se eu vou ter filho fez eu não estou em condições de dar tudo que ele quer é da onde tirou essa ideia que só pode ter sido para entregar tudo que ele quem tem que poder estar junto tem que poder dar o sustentem a escola né e o que vai faltar vai faltar para cada uma só tá alguma coisa então nós depositamos nossos filhos e principalmente na adolescência que a idade também da prática sexual né as nossas fantasias o que a gente queria ter gozado no gozo do que a gente queria ter tido de boa
vida não teve nós queremos que os nossos filhos tenham uma condição de excepcional felicidade essa nossa fantasia favorece o caminho da drogadição e as crianças hoje tem pouco tempo de ócio pouco tempo de fantasia que é isso que nos da riqueza humana o café filosófico sempre um tema para pensarmos juntos apontar rumos e formas de lidar com os problemas que enfrentamos em nosso dia a dia e e aí
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