A vida não tem um roteiro pronto. Ela é completamente imprevisível e o tempo todo atravessada por eventos que não tão no nosso controle. É muito fácil a gente cair em narrativas empacotadas de que se você correu o suficiente, der tudo de si ou simplesmente pensar positivo vai fazer você chegar onde quiser.
Mas nem sempre é assim. A ilusão de ter a vida completamente resolvida aos 30 ou de simplesmente você virar uma chavezinha na sua cabeça e pensar: "Ah, agora eu sou adulto e sei de tudo". como a gente imaginava que seria quando a gente era criança.
Mas é só uma ilusão. Os 20 e poucos anos têm um potencial enorme de ser os momentos mais especiais da vida, assim como os mais desafiadores ao mesmo tempo. E a expectativa do que a gente queria ser, do que os outros esperavam ou até mesmo se comparar onde as outras pessoas estão podem fazer essa fase ser carregada de frustração, vazio, sensação de insuficiência.
como psicóloga e como alguém que tá na faixa dos 20 e poucos e sim que se cobra muito também, eu resolvi fazer esse vídeo para tentar trazer cinco pontos que eu acho que são importantes de todos nós termos clareza. Os 20 e poucos são basicamente um grande experimento social, onde todo mundo finge que sabe o que tá fazendo, mas no fundo ninguém tem certeza de nada, mas a gente se compara como se todo mundo tivesse recebido um manual secreto da vida, menos a gente. E eu tenho um amigo que tá casando, outro que tá terminando a faculdade, outro que tá viajando o mundo e outro que precisou trocar de área algumas vezes para poder se encontrar.
Nenhum deles tá vivendo errado, nenhum deles está atrasado em comparação ao outro. E é aqui que a gente se perde achar que existe um destino final onde tudo vai fazer sentido e um momento mágico que você vai ter sucesso, segurança e um propósito inabalável. Mas e se eu te disser que essa chegada utópica desse eu ideal não existe, que você pode tentar basear a sua felicidade num ponto distante, mas vai viver a vida toda correndo atrás de algo que nunca chega.
Essa insatisfação vai permanecer. A real é que o sucesso ele não tem um molde único e muito menos um prazo de validade para ocorrer. Se você não tá atrasado, você só começou de um lugar diferente.
O seu ponto de partida, as suas oportunidades, as suas batalhas internas que você precisa fazer todos os dias ã são únicas. Então, por que você se compara com quem teve um caminho totalmente diferente do seu? Afinal, nós somos seres sociais, mas nunca na história a gente esteve tão exposto à vida e a opiniões alheias como hoje na era digital.
Então, você pode perguntar ao seu avô ou alguém mais velho com quem que eles se comparavam quando eram jovens? E a resposta provavelmente vai ser um vizinho, um padeiro, alguém da família, ou seja, poucas pessoas e vindas de um lugar social muito próximo. Já hoje a gente tá a um clique de distância de milhares de pessoas ao redor do mundo todo.
Então, ao invés de medir o seu progresso olhando paraas outras, compare-se com quem você era ontem. O que que você aprendeu, como você cresceu, o que que você faria diferente e sobre o medo de errar nesse percurso. Bom, eu vou te contar um segredo que sim, você vai errar e tá tudo bem, porque o maior erro não é escolher o caminho errado.
O maior erro é você ficar parado esperando a escolha perfeita enquanto a vida segue sem você. E aí vem a importância do repertório comportamental, ou seja, se expor a novas experiências, novos assuntos, pessoas diferentes e circunstâncias diversas para você aumentar o seu repertório de vida e ampliar não só o seu conhecimento, mas a forma com que você consegue ver o mundo. E isso é um trabalho contínuo.
A gente cresce ouvindo que precisa ter sucesso rápido e as redes sociais reforçam isso. todo dia um vídeo novo de alguém, sei lá, com 23 anos, que já é milionário, poliglota, empreendedor e acorda 5 da manhã para meditar, enquanto você só queria entender se você tá na carreira certa ou se deveria ter lido aquele e-mail que a faculdade te mandou e você deixou passar. Mas olha, viver no imediatismo é a receita perfeita paraa frustração.
O que realmente importa não é onde você está agora, mas quem você quer ser daqui a 5, 10 anos. Não como um ideal inatingível, como a gente tava falando agora há pouco, mas como um norte, um guia. E o mais importante é o que você precisa fazer hoje para construir essa versão de você.
O problema é que muita gente busca soluções mágicas, como se existisse um atalho da vida que evita o medo, a insegurança e o erro, só que o crescimento leva tempo. Você não se torna alguém mais inteligente e preparado ou resiliente do dia pra noite. Você constrói isso aos poucos, abastecendo o que a gente chama de reserva cognitiva, que é como se fosse um fundo de emergência pro seu cérebro.
Quanto mais conhecimento, experiências e habilidades você acumula ao longo da vida, aqueles repertórios comportamentais, quanto mais você se estimula cognitivamente e fisicamente, mais preparado o seu cérebro fica para lidar com desafios, mudanças e até com o envelhecimento. Ela que pode explicar porque que existem alguns idosos com 80 e todos anos que ainda são ativos lúcidos, enquanto outros podem apresentar problemas cognitivos, declínios, sejam motores e afins. e a reserva cognitiva que se constrói a partir das conexões e de como você estimula e se desafia, seja por meio da leitura, aprendizado, resolução de problemas, exposição a novas situações, basicamente investir na sua reserva cognitiva hoje é garantir que o seu cérebro tenha uma maior flexibilidade no futuro.
Então, ler, aprender novas habilidades, desafiar os seus próprios pensamentos, tudo isso é como investir num futuro que você não apenas vai ter mais opções, mas que você vai ter mais clareza de escolha. Bom, muita gente acredita que autoestima é só se sentir bem consigo mesmo, fisicamente, mas se eu te disser que autoestima não é só sobre sentir, mas sim sobre fazer. A forma com que você se vê não só vem de pensamentos positivos que você joga para você no espelho, ou seja, a capacidade de agir e de confiar que você pode lidar com desafios.
E quando você percebe que é capaz de fazer, de aprender, de se adaptar, resolver outros problemas, a sua autoestima deixa de depender de validação externa e começa a ser construída de dentro para fora. Todos nós, quando crianças, a gente constitui a nossa autoestima, o nosso senso de prazer, de validação, parte daquilo que a gente faz e parte do que o ambiente reforça. Por exemplo, uma criança que gosta de brincar de Lego, a construção que ela faz do Lego ali pro si só já é gratificante.
É uma atividade que ela se sente bem fazendo, ela se sente bem consigo quando vê aquele resultado. Depois, se as suas figuras cuidadoras chegarem e falarem: "Nossa, que legal, bom trabalho, incentivar a fazer mais", tudo isso compõe essa autoestima saudável. Porém, algumas pessoas não conseguem sentir essa gratificação intrínseca sozinhos, esse orgulho do Lego sozinhos e dependem apenas da validação externa.
E aquele comportamento de senso de autoeficácia não ganha valor por si só e sim pela validação que recebe. O problema é que muitas vezes a gente deposita a nossa satisfação, as nossas expectativas no que os outros esperam, no reconhecimento do chefe, na aprovação que os seus amigos vão te dar, no relacionamento perfeito. E quando essas coisas não vêm, o que que sobra?
O prazer e a satisfação verdadeiros, eles vêm quando você consegue se sentir bem com quem você é e com o que você faz, independente do olhar externo. Isso não significa que o externo não importa, mas sim que ele não pode ser a única fonte do seu valor. Se a sua confiança vem só do que os outros pensam, você nunca vai sentir que a sua autoestima o que você é suficiente.
Mas quando você aprende a confiar em si mesmo, as opiniões de fora elas deixam de ser um julgamento e passam a ser apenas opiniões. Por isso, é muito importante buscar atividades que te gerem prazer intrinsecamente, sejam hobbies, esportes, desenhos, desafios, em geral, aquelas coisas que te deixam com essa sensação de alta eficácia aguçada. Elas são muito importantes de serem alimentadas e incrementadas na sua rotina.
E ficar imerso na crise dos 20 é algo muito profundo, é difícil de contornar. Afinal, a gente tem aquela sensação de que podia est fazendo muito, mas ao mesmo tempo já faz demais ou então que tá ficando para trás e aquela necessidade de sentir satisfação e realização no que se executa, mas essa satisfação parece nunca chegar. Então, por muito tempo, eu bati muito cabeça nisso também e até eu conseguir entender e encontrar a área que eu gosto e que eu realmente me vejo realizada, como por exemplo, psicologia, e conseguir fazer as minhas ideias saírem da minha cabeça, se materializarem em algo que eu crio.
Então, os vídeos aqui fazem muito bem essa função, principalmente quando eu relaciono a videogames, que é uma das minhas maiores paixões junto com a psicologia. Então, ter essa possibilidade de criar algo de dentro para fora e ver aquilo se materializar traz essa sensação de autoeficácia, essa realização que às vezes a crise dos 20 sufoca por a gente se sentir sem opções. E claro, pensando nessa lógica de se experimentar e de tirar suas ideias para fora do papel e ver de forma prática como as coisas podem se concretizar, a Lura tá fazendo a imersão deve, simplesmente o maior evento gratuito de programação para você conseguir se experimentar nessa área de forma mais efetiva.
Então a Lura é uma parceira a longo prazo aqui no canal e eu tô sempre recomendando muito bem ela. E caso você sempre quis conhecer um pouco mais e nunca acabou tomando essa iniciativa, tá aí a perfeita oportunidade para você, porque são cinco aulas gratuitas, onde em cada uma delas você vai aprender de forma prática do zero a programar, incluindo desenvolver alguns jogos ali mais simples, como desafio da ponte de vidro, pedra, papel e tesoura e até mesmo um quiz inspirado em show do milhão. Esse aí se vocês fizerem, me manda o link que eu vou querer muito ver.
Então, é a chance de você ver suas ideias se materializarem na sua frente, você aumentar o seu portfólio ou até mesmo aprender do zero essa habilidade iniciar numa nova área, fazer uma transição de carreira ou simplesmente aprofundar os seus conhecimentos, porque os professores da Lura são mega qualificados e nessas aulas vocês vão ter direito também, além da comunidade a certificado para você poder valorizar ainda mais o seu currículo. A imersão gratuita da Lura vai te levar a um novo nível de forma prática, divertida e com muito conhecimento. Oportunidade perfeita para você conhecer mais a Lura, aprender com ela e ver o quanto que ela pode elevar a sua vida profissional.
As inscrições para imersão dev da Lura gratuita é por tempo limitado, então não perde, não fica de fora. O link tá aqui na descrição, então bora, porque eu quero muito que vocês consigam trazer esse senso de satisfação pra vida, trazer essa essa felicidade, esse brilho de ver as suas ideias se materializando e tornando reais. Bora.
Em um mundo onde ter centenas de amigos em redes sociais virou status, a gente esquece que conexão de verdade não se mede por número. Você pode ter 1000 contatos no WhatsApp e mesmo assim se sentir sozinho e não ter com quem compartilhar essas coisas. A verdade é que a profundidade das relações importa muito mais do que a quantidade delas.
Não adianta você estar cercado de gente se você não pode ser você mesmo nesse grupo. Se você sente que precisa agradar o tempo todo, medir suas palavras ou evitar ser vulnerável. Então, esses laços são superficiais por si só e a superficialidade não sustenta ninguém.
Vínculos de qualidade não são feitos de presença constante, mas sim de presença real. Então, são aquelas pessoas que te desafiam, te acolhem, te fazem crescer de alguma forma. São os que te lembram de quem você é, mesmo quando você se esquece.
Muitas vezes o nosso erro é colocar tantas metas ou tantas prioridades do nosso eu ideal nos 20 e poucos e acabar esquecendo de nutrir essas relações. Por muito tempo eu fiz esse erro também. Tanto que hoje eu me sinto 100% realizada profissionalmente, mas em termos de relações eu fiquei muitos anos fechada, porque tudo que eu pensava era trabalho, trabalho, trabalho, trabalho.
Não que isso não tenha me rendido coisas boas, me rendeu coisas maravilhosas, porque intrinsecamente eu me sinto recompensada com o que eu faço e eu amo o que eu faço. Porém, precisa ter equilíbrio. No momento em que eu deixei essa parte dos vínculos cair, eu senti o pênalti.
E agora para regular isso de volta é difícil, mas não é impossível. a gente consegue eh se desafiar e a gente consegue reequilibrar essa balança quando precisa. Então, o ideal é que, por mais que você invista muito no seu futuro profissional e afins, que você não esqueça de deixar separado o seu tempo e algumas fichas para você também colocar nas suas relações, porque essas sim são as mais importantes.
Um estudo de Harvard, que é considerado um dos mais longos a respeito do desenvolvimento humano, acompanhou mais de 700 homens ao longo da sua vida, desde pequeno até a velice. E foi constatado que aqueles que tinham melhores relações, observa, não é a maior quantidade, e sim as melhores, mais satisfatórias na autopercepção deles, foram aqueles que tiveram uma maior longividade, uma maior expectativa de vida e até mesmo menor propensão de doenças neurodegenerativas. Então esse dado consegue ser correlacionado.
Sem falar que os fatores sociais impactam diretamente também na nossa reserva cognitiva, que a gente estava conversando agora há pouco. Bom, nem sempre é a realidade que te afeta, mas sim como você a interpreta. Dois indivíduos podem passar pela exata mesma situação, mas enquanto um segue em frente, o outro paralisa.
A diferença é o modelo cognitivo de cada um. O seu modelo cognitivo é um filtro mental que interpreta o mundo com base nas suas crenças e experiências e padrões de pensamento. E dentro dele podem existir pensamentos disfuncionais, ou sejam distorções que fazem você enxergar os problemas maiores do que realmente são ou se autossabotar ou até mesmo desistir antes de tentar.
Sabe aquele não sou bom o suficiente ou se eu falhar tudo vai estar perdido? Esses são como colossos internos, tá ligado? Shadow of the colossos.
É como se a gente também tivesse os nossos próprios colossos que foram construídos ao longo da nossa vida e a gente precisa identificar eles, saber os pontos fracos e atacar para desconstruir essa ideia que a gente tem, que a gente montou ao longo da nossa vida, de quem a gente é e a forma como que a gente vê o mundo. A gente tem aqui um vídeo sobre cinco hábitos que você precisa eliminar e tal, que é onde eu explico tudo sobre modelo cognitivo, falo os tipos de modelo cognitivo, os esquemas de abandono, rejeição ou desamor e assim por diante. Então, é bem interessante você assistir, porque também tem ferramentas de como você consegue utilizar elas no seu dia para tentar identificar o seu próprio modelo cognitivo.
É claro que tudo isso com o auxílio de um profissional é muito mais indicado, afinal você consegue ã ser mais desafiado, ter mais perguntas e um direcionamento também para descobrir esse modelo cognitivo e ver ferramentas para agir em cima dele. E bom, seus pensamentos distorcidos não são verdades, mas sim histórias que a sua mente conta e que você pode reescrever. Porque no fim, como já dizia o Epiteto, o filósofo estóico, não são os fatos que perturbam o ser humano, mas sim a interpretação que fazemos deles.
E se você muda essa forma de pensar que você construiu ao longo da vida e que você leva como verdade, você muda também a forma com que você vive, que você enxerga suas relações, o seu desempenho e assim por diante. É muito fácil a gente cair no comodismo de pensar que, bom, tal e tal experiência aconteceram comigo porque eu sou insuficiente ou porque eu sou uma pessoa ruim ou porque nada que eu faço vai dar certo. Mas no momento em que a gente pega isso e e identifica, que é um padrão de pensamento que a gente costuma ter nas relações ou na vida profissional e percebe o quanto que isso afeta e refutar isso de alguma forma pode trazer uma melhoria na forma com que você vive, é surreal e não espera muito tempo para identificar.
Eu acho que 20 e poucos já tá ali, ó, no limite. Identifique logo essas suas falhas. E a gente sempre vai ter falhas, é claro, mas o quanto antes você começar a reparar elas, o quanto antes você se esforçar para esse autoconhecimento, melhor.
Bom, esse vídeo foi um pouco diferente do que eu costumo trazer aqui, mas eu acho que muito necessário. Eu espero que tenha dado algumas pistas assim de como lidar com algumas inseguranças ou de como olhar para si de uma maneira mais gentil. E muito obrigada pela atenção de sempre e tchau.