Como está a Educação Indígena? | Conexão

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Canal Futura
A Constituição determina que indígenas tenham educação escolar específica, diferenciada, intercultur...
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[Música] o essencial conexão é lei os povos indígenas têm direito à educação escolar específica diferenciada intercultural bilíngüe ou multilingue e comunitária a responsabilidade é do ministério da educação e os estados e municípios devem trabalhar para colocar este direito em prática segundo o ministério da educação o brasil tem 3 mil 345 escolas indígenas quase 260 mil estudantes matriculados hoje é dia internacional dos povos indígenas ea gente quer saber como anda a educação indígena no brasil aqui no estúdio estão aline pachamama que é historiador e fundadora da editora pachamama ea gabriela dos santos barbosa que é integrante
do núcleo de estudos de sobre povos indígenas e educação da uerj muito obrigada pela participação de vocês aqui com a gente hoje viu esse assunto é muito importante ali eu acho que eu estou bastante feliz de poder receber vocês aqui para poder ouvir de vocês sobre essa realidade a gente está vivendo um tempo em que a tal têm indígena está muito em voga é e está cercada de muitas polêmicas né de muitas discussões e aí eu queria começar perguntando assim enquanto historiador era quando doutora né o que você percebe quando a gente pensa na lei
é lei 10.645 falei certo 11.645 ela é aplicada por exemplo a gente você percebe que há a cultura indígena dos povos indígenas ela é ensinada nas escolas saudações a beijá-la muito aquela região lê pode falar saudações a biela salvação saber de allen superpoder o que quer dizer boa luz para manter boa então muito agradecida pelo momento é 11 645 é lacunar na verdade ela existe mas ainda há uma grande necessidade de tantos professores não indígenas entender como ela pode ser aplicado associado o currículo escolar e também sonhar voltado muito mais especificamente para as escolas indígenas
que é tem assim uma grande carência de materiais didáticos de materiais na língua daqueles povos que eles possam se identificar com as crianças se identifiquem com o material está na escola a gente até dayna na tela a lei determina a lic nos estabelecimentos de ensino fundamental ensino médio público e privado se torna se obrigatório o estudo da história e da cultura afro brasileira e indígena essa lei é de 96 né 11645 ela é ela a gente pega uma carona digamos assim né nas conquistas do produto povo afro-brasileiro e ela vem pra trazer essa questão dos
povos originários que além de 2008 e ainda é a uma necessidade grande se falar sobre se existe a lei porque já há uma lacuna sobre essa questão e ela não é ainda desenvolvida e executada como deveria ser foi errado além de 2008 viu agora line é quando você diz que ela não está sendo executada da forma como ela deveria ser quais são essas lacunas assim elenco pra gente por favor na questão da educação básica com os professores não indígenas ainda muito marcado 19 de abril como dia do índio como só essa data em referência aos
povos originários quando o 19 de abril não nos representa ele tem uma história ele tem um porquê o motivo de ter sido eleito não é por pelo governo de getúlio vargas lá em 1943 mas ele não representa uma luta uma conquista ele não ele não tem a dimensão toda que os povos originais brasileiros têm então essa lei ela vem pra colocar realmente o ensino no currículo que nós saiba que kick-ass as crianças entendam esse currículo no dia a dia porque é possível e todo o brasil há grupos originar os próximos ao as escolas a história
as às vezes no próprio nome da cidade são nomes de povos originários e que as pessoas desconhecem essa história é muito que aconteceu na formulação da própria história ela foi encomendada no século no final do século 18 para que nós tivéssemos uma história é a partir de um estudo de um alemão não era brasileiro alemão e que ficou na história oficial essa história oficial exclui os povos originário sim e gabriel é assim a partir desse ponto de vista é quando ela fala ainda falando vai fazendo muito sentido porque a gente eu tenho muitas ações não
sabe nada né que vocês percebem vez que observam e trabalha produzindo conteúdo e estudos sobre essa relação é como que anda a educação indígena brasileira e do ponto de vista das pessoas indígenas elas têm o direito delas garantindo elas têm direito delas garantido na constituição mas a gente tem um caminho muito longo a percorrer no sentido de colocar em prática aquilo que a constituição assegura e aí esse caminho ele passa por acima de tudo legitimar a figura do indígena como indivíduo constituinte da população brasileira e o entendimento do que vem a ser um digene é
porque a gente tem equívocos entre os nossos estudos uma coisa que a gente tem já bem alicerçada é a questão dos equívocos que existem em relação ao indígena o executivo que a sociedade brasileira como um todo acaba cometendo em relação à figura do indígena eu posso digitalmente por exemplo de king indígena todos os indígenas são iguais ea gente está aqui com a colega de uma etnia e eu trabalho tem uns 15 anos de experiência como etnia distinta e que se nós sentávamos é que tivemos um tempo para nos debruçarmos sobre as características de cada uma
veremos que temos bons aproximação principalmente a luta por assegurar os nossos direitos mas temos pontos que os distanciam e que nos fazem grupos culturais distintos então esse entendimento de que a gente tem etnias grupos distintos mais de 300 ac pelo último censo mais de 300 esse empreendimento que a sociedade brasileira como um todo precisa ter outro talvez mais importante é de que a cultura indígena a cultura de um grupo indígena como qualquer uma cultura de copo o conhecimento o modo de ser e viver em qualquer grupo cultural é dinâmico então ainda existe entre no senso
comum aquela ideia de que quem é o indígena é aquele que exige no na floresta é essa visão é esse entendimento é de algum modo ele legitima um passado mas a cultura indígena assim como toda cultura é dinâmica então eu pergunto a você que não é indígena porque você não está vestindo uma princesa isabel também mas você a sua cultura dinâmica e na interação você mudou sua maneira de se vestir e aí como é que a gente faz é na opinião de vocês como a gente faz para por exemplo é formar os professores na verdade
a pergunta que eu quero fazer isso ao que é hoje o cenário dos filhos de quem dá aula dentro das escolas indígenas é a gente tem maioria de professores que são indígenas ou melhoria e como que isso atrapalha ou ajuda na formação e na educação dessas pessoas queria começar pela line é você ter um exemplo mas não vou ali aí minha adentrar a questão da the call etnia é um grupo formulou uma escola construída a escola por mais de 20 anos né um grupo étnico que eu visitei a escola foi feita por eles e depois
que a escola passou pelos cuidados do estado esses professores indígenas de deverão passar também uma seleção para ser professores desta escola e essa seleção uma seleção para não indígenas e não para os indígenas são os indígenas dessa escola eles são os substitutos eles não são os professores efetivos inclusive o diretor da escola não é indígena mas a escola foi feita por indígenas uma questão é essa se o estado realmente vai cumprir com essa lei e respeitar outra questão é a ausência total da escola quando um amigo krahô o xavante ele quer ingressar na universidade primeiro
ele tem que saber outro idioma que o português nenhuma nenhuma das pessoas da região sabe falar o seu idioma mas o indígena precisa ser bilingue porque todo indígena é bilingue porque se ele não for bilíngüe nos comunica no seu próprio território então essa é uma questão e fui e também o esclarecimento dos professores não índios no espaço para esse professor indígena está nessas discussões ou mesmo próprio indígena com a sua sabedoria que nenhum diploma vai validar existe então gabriel na sua opinião e dentro da academia ou então entre as autoridades uma falta de respeito a
esses conhecimentos já que a limitar se referindo sim sem dúvida é a falta de respeito a esse conhecimento ela começa pela desprezo pela falta de espaço para que ele se manifeste pelo silenciamento por tornar invisível um grupo de pessoas tão grande então acho que diz respeito já começa por aí se você pensar também um outro aspecto que ela que vai muito ao encontro com que ela está falando é a questão da formação não só dos professores mas de todos que vão lidar com essa escola a falta de uma política de formação inclusive dos técnicos de
secretaria de gestores que vão interagir com essa escola para respeitar a diversidade que essa escola tem que ter a falta de uma continuidade porque a falta da formação ela passa é o indivíduo que não têm a formação que não está sensibilizado causa ele olha pra em interrupção de processos como coisa natural ea gente sabe que aí não é só na escola indígena mas em qualquer situação se você não tem continuidade você não vai ter sucesso nunca e aí falando um pouco sobre os professores eu queria mostrar agora é uma prática de ensino que preserva a
tradição indígena esse material que a gente vai assistir foi produzido pela universidade estadual paulista e mostra as reflexões de professores e professoras para lidar com a educação diferenciada nessa escola indígena olha só a gente está sem o áudio mas é muito interessante ea gente vai ver aí é dos professores falando sobre a do ensino do da história até têm a mesma área é da história para esses alunos e como é importante levar em consideração a própria história antes de ensinar a outra história e eu achei superlegal essa fala dela será que a gente já consegue
mostrar senão a gente pode passar para outro ponto aqui dá pra gente ver vamos ver então muitas coisas ainda se pensa tal se construindo se vendo conversando refletindo qual é uma melhor maneira a vida da escola lidar com essa situação de educação diferenciada né no contexto cultural no contexto diferenciado de foto terá a disciplina história não é muito especial a gm à parte dela você vai desenvolver conhecimento com os alunos com as séries iniciais com os maiores visando a sua valorização da sua própria história né entendeu tudo sobre essa altura o que eu disse que
ela era então depois é ensinado conteúdo dos livros e aí é na opinião de vocês precisa se dessa forma mesmo pra preservar é a a cultura e não deixar esquecer mesmo né acredito que é ensino primeiro aqui é só o seu a sua história e depois aprendi a outra história line seria muito bom se a nossa história oficial fosse essa que a gente entenda que é uma história na terra há uma história na memória dessas pessoas e essa história constitui o nosso país essa história oficial como eu mencionei antes ela foi encomendada ela tem um
olhar do outro é um olhar de fora sobre nosso próprio país as crianças tantas indígenas contas não indígenas têm o direito de saber sobre a sua terra sobre a sua localidade sobre o nome das suas árvores sobre os pássaros isso faz parte da história de um local isso faz toda a diferença para uma comunidade que é tanto os indígenas quanto não indígenas ganham muito com isso a adi se repensar talvez até no currículo porque não quando eu falo assim o termo índio não é o correto ser usadas pessoas professora que eu falo você poderia falar
povo originário me chama de pury a gente começa o processo quer mudar uma coisa de 500 anos sim assim que a gente quer é ótimo ótimo essa vala de que mudar sempre que mudar né com certeza será maravilhoso e é só isso que está dizendo eu acho que encontra um pouco uma coisa que seja vocês dois disseram na apuração que é é de falando sobre as pessoas indígenas que vão para as universidades é eu queria ouvir a sua opinião gabriel que a universidade ganha e o que a pessoa indígena ganha nessa troca de saberes por
exemplo a troca de saberes em qualquer circunstância e não precisa ser só na universidade não em qualquer circunstância onde há uma troca legítima de saber né sem que haja uma hierarquia sem que um saber se sobreponha sobre outro é todos ganham todos ganham porque aí a gente pode né vou for construir novos saberes a partir dos estaleiros já em troca e na no caso do da licenciatura dos cursos de licenciatura e pedagogia onde eu atuo ea gente vem vem entrando em contato com os guarani e colocando fazendo a ponte dos estudantes de licenciatura as com
a com os grupos indígenas o que eu tenho observado é que assim o guarani no nosso caso específico de trabalho com o guarani o guarani ele também está estudado e registado eles têm uma pedagogia própria pedagogia guarani a conhecer a pedagogia guarani contribui bastante não é pra que eu esteja formado só professores indígenas não elementos daquela pedagogia guarani podem ser bastante funcionais na escola não indígena então por exemplo o apelo que a pedagogia guarani faz o desenho a multiplicidade de linguagens é uma questão que implementada nas escolas não indígenas pode favorecer bastante processo de ensino
aprendizagem o apelo à repetição mas uma repetição inteligente não aquela repetição mecanizada bem específico da pedagogia guarani nos alunos de sentenciados em matemática por exemplo tem entrado em contato com esses processos têm incorporado e significado nas escolas não indígenas e tem tido sucesso em uma troca de conhecimentos e saberes ea gente contribui pra ele eu vou lhe dizer assim eu não me sinto à vontade de te dizer se eu contribui e como eu contribuí para a educação indígena eu acho quem vai te dizer são os indígenas que nos procuram o que eu tenho a felicidade
de ser procurado por eles mas que eles contribuem pra minha prática como professora universitária como formadora de professores dos anos iniciais desporto de professores de matemática eu ouço de alunos que frequentam as aldeias comigo e hoje é o de alunos assim nossa professora precisamos vir aqui pra entender alguma coisa que a gente vai poder usar na escola não indígena principalmente de periferia ou seja onde você tem grupo silenciado e aí você não tem grupo influenciado só dos grupos indígenas onde você tem grupo silenciado onde você tem cultura né abafada que não pode se manifestar você
pode muitas vezes está incorporando elementos hoje o guarani que o aponta como caminho de sucesso é impotência então né e além e você trouxe exemplo da guarani eu queria trazer mais é um exemplo agora que é um trecho de um documentário que se chama aldeia do saber é ele mostra a escola dos tapebas que fica em caucaia região metropolitana de fortaleza e essa unidade tem uma sede própria é oferece ensino infantil fundamental eles preservam os costumes indígenas por lá tranquilamente as aulas têm contato com a natureza tem manutenção de rituais e educação física que é
voltada pra as atividades da da tribo né e é muito interessante assistir o documentário inteiro tá na internet mas a gente vai ver agora um trechinho contando como que essa escola foi montada graças ao esforço dos moradores de lá veja só na época foi uma necessidade a gente tá na extremidade da terra indígena e tem 1 e ficou lindíssima diferenciada pela fama e necessidade né porque a juventude com um exemplo de uma liderança indígena que da minha mãe de prince que que estudavam em escolas convencionais junto com os branco é passar um preconceito né e
desde relação ao preconceito na sala de aula nós fomos obrigado a criar uma escola diferenciada aqui e eu sofria muito preconceito de ser chamado de carniceiro a como luar e isso me levou muito a chuva de manhã e à tarde a escola eu vim pra escola pra essa escola não tinha sério porque eu já estava um pouco mais avançada mas eu vim a estudar de manhã entre a escola à tarde porque eu gostava disse na época o nossos alunos ele sofria discriminação pelo jeito para seu jeito de andar pelo seu jeito de vestir na época
houve discriminação pelo cabelo de um aluno a estudar estudar escola que na época era da lado da escola do trilho neo eles queriam cortar o cabelo da menina fosse então assim a gente queria uma escola que não mudará seu jeito do aluno seda do seu jeito de 6 antes da escola antes da década de 90 basicamente a gente tinha comunidades indígenas muitos agregados e poucas delas conseguisse encontrar inclusive para a recuperação para fortalecimento das suas práticas culturais embora os rituais indígenas na memória dos mais antigos novos velhos sempre se coloca que os rituais sempre foram
realizados escondidos e lugar mas separado não é todo mundo que praticava rituais o artesanato as histórias e isso a gente pode sistematizar podia organizar por disseminar com mais força a partir da criação das escolas indígenas eu achei muito legal essa fala final quando ele diz que é a escola foi esse motor para quê porque dá muita sensação de que as pessoas começaram a sentir orgulho da cultura e não esconder mais do que faziam ali a escola tem essa potência a escola é aberta ela é uma possibilidade é o movimento ea e aí a integração total
dos povos nesse movimento você vê que a escola foi formulada por eles foi reunida por eles foi pensada por eles dentro daquela realidade ea escola é isso ela ela deveria não ter realmente muros nem todas as escolas que tivessem esse propósito e aí como é que aconteceu pra você que chegar no ponto de criar uma editora porque aí eu acho que cai um pouco com esse dado que eu vou dar é vamos falar agora um pouco dos desafios da escola indígena segundo o ministério da educação são três mil e 77 escolas indígenas que não têm
biblioteca mais de três mil não têm banda larga e 1500 não utiliza um material didático em específico isso é muito importante nesse item material didático na sua própria língua por exemplo o ministério da educação informou que trabalha atualmente na construção de 50 escolas indígenas e ao todo 3288 escolas estão localizadas em áreas rurais 57 em áreas urbanas ea gente chega aqui na sua na sua história você chega resolvendo uma questão quando a gente fala por exemplo de material didático né a editora começa com essa minha inquietação de trazer a história da minha mãe da minha
etnia para a história oficial digamos assim nessa violência simbólica que muitas a gente ainda vive uma violência física e simbólica também do nosso apartamento então quando você pública e você coloca palavra escrita registrada ela também um território de luta fim quando eu tento aí abri esse caminho né com essa possibilidade de trazer livros pole línguas que as crianças é indígena se sintam representadas que os povos originários se sintam representados nesse material com com todo o primeiro processo ele foi todo feito no pano pensando muito no respeito que nós temos com a palavra ea ele está
em português quer ditar em guarani purê e em português é esse está em guarani que é do tronco tupi time para explicar um pouco que nós temos troncos lingüísticos e daí essas 200 75 línguas a eleição de dois troncos que são conhecidos mas existem outros e o xavante que mostra uma cruzei também algumas palavras no purim que é que que mostra um outro tronco ea ideia gente no site conseguir gravar os trechos no guarani para as pessoas ouvirem as crianças escutarem ele só que ainda que entram em qual parte do processo e é um trabalho
da minha mãe é nosso povo purinho que ela é um trabalho de minha bisavó de minha avó de fazer bonecos companhia mas mármore pessoal de uma espécie de algodão ea gente começou a fazer primeiro esses bonecos né porque ele é originário que não traz arco e flecha mas ele traz a sua história sua memória e as suas referências nem tão a gente fala que o treino é esse originário e é ele foi com a venda dele que nós conseguimos publicar o primeiro livro que nós começamos sem recursos nós ainda estamos nessa ela tinha gelo também
no final de abril mas esse tipo de iniciativa mostra e mais uma força do povo indígena neve tiver mais uma mais uma forma de lutar é e assim é inspirador ali muito obrigada viu é mais uma forma de lutar na tabela é mais uma forma de lutar e o que eu acho muito importante a gente aproveitar o dia de hoje pra falar é que assim é que a luta é constante é antiga e muitas vezes ela é silenciosa mas ela nunca deixou de acontecer com certeza eu quero eu quero lamentar que os 25 minutos acabaram
mas agradecer muito por que vocês tiveram aqui muito obrigada viu foi um aprendizado muito grande eu espero que você em casa também tem aprendido muito e se você quiser rever essa e outras entrevistas é só acessar futura pt.org um beijo obrigado e até a próxima [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Aplausos] [Música]
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