era uma manhã comum no Vila dos sonhos Hotel um lugar onde sofisticação não é apenas uma palavra é a base de tudo localizado em Florianópolis o ambiente brilhava literalmente os pisos de mármore impecáveis refletiam Luz dos luxuosos lustres no teto e os hóspedes que por ali passavam eram exatamente o que se esperava de um hotel tão renomado empresários ados famílias elegantes casais que exibiam um estilo de vida que poucos podem alcançar nada parecia fora do esperado Paula a recepcionista chefe estava em seu terceiro dia no novo cargo ela havia acabado de ser promovida e estava
determinada a provar que merecia a conquista orgulhosa De seu uniforme azul marinho Impecável ela se mantinha séria profissional seu olhar percorria recepção sempre atenta ao que acontecia ao seu redor qualquer deslize na postura ou no tempo de resposta poderia custar muito caro em um ambiente como aquele e ela sabia disso seu trabalho era sustentar a imagem de exclusividade que o Vila dos sonhos representava na fila da recepção rostos bem produzidos e acessórios caros falavam mais alto do que palavras era fácil identificar quem fazia parte do perfil do hotel e talvez De forma inconsciente Paula já
havia se acostumado a classificar cada pessoa que entrava no saguão havia uma espécie de padrão ali um que ela entendia bem um que ela acreditava seguir a risca e na verdade tudo parecia so controle pelo menos até aquele momento de repente a porta giratória deu espaço para algo que fugia completamente da rotina um homem entrou ele era simples vestia uma camisa polo Verde desbotada calças jeans que pareciam já ter várias histórias e sapatos confortáveis mas claramente surrados pelo tempo nas mãos carregava uma mala que dava a entender que cada viagem havia deixado sua marca velha
e desgastada algo nele destoava ou pelo menos era o que Paula pensava seus a colocaram em Alerta aquele homem não parecia o tipo de cliente esperado para um hotel como Vila dos sonhos enquanto atendia o próximo hóspede ela lançou um olhar rápido quase automático avaliando o visitante que acabara de entrar franziu a testa algo não fazia sentido o que alguém assim está fazendo aqui foi um pensamento que cruzou sua mente e que embora não tivesse razão aparente para existir parecia permanecer ali o homem caminhou calmamente até o balcão como se não notasse ou não se
importasse com os olhares que começavam a surgir ao seu redor ele sorriu mas não de forma exagerada era um sorriso discreto firme educado como o tom de sua voz quando finalmente disse bom dia gostaria de saber se há suítes disponíveis Paula visitou por um instante Claro nada Na aparência de uma pessoa deveria impedir que ela respondesse de forma profissional e foi o que ela fez ou pelo menos tentou consultou rapidamente o sistema do hotel mas a sala já estava sob uma leve tensão ela não conseguiu evitar que sua postura revelasse um ar meio defensivo talvez
até de julgamento temos sim senhor mas é importante avisar que nossas diárias começam em R 2000 Isso inclui serviços exclusivos como Spa privativo e restaurante Gourmet sua voz embora polida carregava uma Sutil carga de ironia o homem permaneceu inabalado seu sorriso não desapareceu e ele respondeu de forma simples e direta isso não será um problema poderia reservar uma suí para mim algo naquela resposta abalou a ionista a confiança dele parecia desproporcional ao que seus olhos julgavam ser a realidade não conseguiu evitar mais um suspiro muito discreto para ser notado por todos mas nítido o suficiente
para ela mesma perceber ela inclinou-se um pouco sobre o balcão cruzando os braços como se isso fosse solidificar sua autoridade na conversa senhor não quero ser Rude ela começou escolhendo cuidadosamente as palavras mas este hotel tem um perfil mais sofisticado TZ o Senor considerar alg mais acess parte daqua era hest outra carregada de suposições suas palavras suaram educadas mas sua entonação traiu suas verdadeiras emoções foi desdenhosa o julgamento que vinha mantendo em pensamento agora ganhava voz o homem permaneceu calmo embora seu sorriso tenha desaparecido por Breves segundos ele apenas respondeu com a mesma firmeza de
antes agradeço a preocupação mas posso pagar pela suíte só preciso que a senhora faça a reserva agora não era mais um simples diálogo o Tom havia mudado completamente As palavras dele pareciam ecoar pelo salão Enquanto alguns hóspedes ao redor começavam a notar a troca olhares curios se voltaram para o balcão Paula sentindo a atenção crescer mudou sua postura tentando esconder um desconforto que começava a crescer mas suas palavras seguintes não ajudaram Senhor vou ser direta Este não é o tipo de lugar para ela pausou e corrigiu tentando suavizar o que queria dizer para quem não
está preparado para o padrão daqui aquelas palavras ditas com floreios de profissionalismo carregavam um peso suficiente para escancarar o verdadeiro problema Paula havia julgado o homem ela não estava mais apenas sugerindo algo estava impondo uma suposição O silêncio que se seguiu foi interrompido apenas pela resposta dele que parecia mais calma do que ninguém esperava entendi o recado mas antes de eu sair Será que poderia falar com o gerente do hotel tenho certeza de que ele pode me ajudar foram essas palavras que deram início ao que Paula jamais poderia prever atenção na sala atingia níveis insuportáveis
a reação de Paula foi instintiva arqui uma sobrancelha claramente desconfortável com o pedido do homem simples como se sua solicitação fosse um abuso contra a ordem natural daquele ambiente ela lançou um olhar breve ao entorno percebendo os hóspedes coxixando entre si a cena se tornara um espetáculo inesperado e ela precisava fechar o ato o quanto antes o nosso gerente está ocupado no momento respondeu com visível desconforto buscando encerrar o diálogo ali mesmo sua intonação carregava a insinuação de que qualquer tentativa adicional seria apenas uma perda de tempo e francamente não acho que isso vá mudar
a situação O senhor realmente ia considerar outra opção o homem sustentou seu olhar com uma calma quase desconcertante sem se alterar inclinou levemente a cabeça e respondeu Tudo bem eu posso esperar antes que Paula pudesse sequer assimilar aquela resposta uma movimentação súbita no saguão chamou a atenção de todos um homem usando um terno muito bem ajustado entrou abruptamente a Passos apressados seu rosto exibia uma mistura de urgência e preocupação como alguém que sabe que precisa corrigir algo antes que seja tarde demais os olhos dele varreram o espaço até que pousaram sobre o homem com a
roupa simples parado no balcão naquele momento sua expressão mudou completamente qualquer sobra de profissionalismo deu lugar a uma onda de surpresa e desconforto Ele pareceu congelar por um breve sego antes de caminhar apressadamente na direção deles sor Hang exclamou quase engasgando nas palavras sua voz misturando alívio e antecipação seja bem-vindo de volta ao Vila dos sonhos não sabíamos que o senhor viria hoje Paula sentiu o impacto imediato daquelas palavras como se tivesse acabado de receber um golpe direto no peito Senor heng o nome ecoou em sua mente carregado de incredulidade e imediatamente vergonha Luciano heng
aquele homem simples era o dono do hotel o criador daquele Império que Paula estava tão orgulhosa de representar seu rosto ficou lívido como se todo o sangue tivesse abandonado sua pele suas mãos tremiam levemente ainda pousadas sobre o balcão enquanto ela tentava assimilar o que acabara de acontecer a era cruel ela não apenas havia julgado mal um cliente ela havia julgado mal o dono Luciano Manteve sua postura Serena mas havia um peso em suas palavras quando ele respondeu ao gerente Olá Roberto Não se preocupe decidi aparecer de última hora ele então voltou o seu olhar
para Paula prendendo-a naquela posição de Puro constrangimento Parece que causamos um pouco deusão aqui não é mesmo o Tom dele não era ríspido mas carregava uma frieza calculada que fazia cada palavra pesar como chumbo nos ouvidos de Paula o gerente agora visivelmente desconfortável tentou interpelar em uma tentativa de controlar o estrago ah Senor Hang sinto muito por isso vou resolver isso imediatamente Luciano levantou uma das mãos sinalizando para que ele se aquiet asse Roberto quero falar com ele pausou por um breve segundo e então concluiu ela o saguão que antes estava repleto de murmúrios e
cochichos agora mergulhou em um silêncio absoluto o som ambiente era abafado por uma tensão quase palpável todos os olhares estavam voltados pra cena cada pessoa se perguntando como Aquela troca terminaria para Paula não havia escap Luciano caminhou até o balcão com passos deliberados firmes mas nunca apressados ele Pareci meditar a cada movimento como quem sabia que tinha algo importante a dizer e que cada palavra teria um propósito claro então você é a recepcionista que acha que roupas definem Quem deve ou não ser atendido perguntou ele mantendo o mesmo tom equilibrado mas sem deixar espço para
dúvid sobre o peso da pergunta o coração de Paula parecia querer sair do peito ela tentou deixar escapar uma resposta qualquer resposta mas as palavras simplesmente não vinham quando finalmente conseguiu foi um balbucio hesitante eu eu sinto muito Senhor eu não sabia que o senhor era o proprietário Luciano Balançou a cabeça lentamente você não sabia que eu era o dono respondeu ele com um leve tom de provação Mas sabia que eu era um cliente e mesmo assim decidiu que não valia a pena me atender com respeito cada palavra parecia atravessá-la uma verdade dura mas inegável
Paula sentiu o peso do momento engolindo em seco seu rosto antes confiante e seguro agora exibia fraqueza e arrependimento Foi um erro senhor um erro terrível ela finalmente conseguiu arular sua voz trêmula mas cheia de sinceridade eu me deixei levar pela aparência e cometi um julgamento precipitado Luciano observou-a calmamente por alguns segundos cruzando os braços como se decidisse o que dizer a seguir ele sabia que toda a atenção no salão estava fixada neles mas ele não parecia se importar pelo contrário parecia determinado a usar aquele momento não apenas para corrigir a situação mas também para
ensinar uma lição sim Você cometeu um erro todos nós cometemos erros ele começou sua voz firme e cheia de propósito mas a verdadeira questão é você está disposta a aprender com eles sim senhor estou Paula não hesitou sua voz ganhando mais firmeza desta vez era como se tudo nela estivesse dependendo daquela a única resposta e de certa forma estava Luciano respirou fundo como se o peso da situação também recaísse sobre ele e então olhou ao redor deixando o seu olhar pousar brevemente em cada hóspede curioso presente no saguão Roberto disse ele voltando-se para o gerente
quero uma reunião com toda a equipe ainda hoje vamos revisar como estamos treinando nossos funcionários o gerente acenou com a cabeça prontamente e quanto a você Luciano olhou novamente para Paula e havia um tom mais Ameno em sua voz agora vou lhe dar uma chance uma única chance quero que você participe do novo treinamento e mais do que isso que Compartilhe o que aprendeu hoje Paula sem hesitar respondeu com um vigor que não havia demonstrado antes sim senhor Obrigada pela oportunidade assentiu levemente E com isso voltou a caminhar para o elevador mas antes de entrar
parou uma última vez e virou-se para dizer ah e Paula da próxima vez que você julgar alguém pela aparência lse disso todos merecem respeito independentemente de como estão vestidos aquas palavas ficaram gravadas elas não apenas encerraram o encontro elas marcaram um novo começo i