nós estamos no meio de uma crise climática já configurada e não há mais espaço para negacionismo nesse sentido quando a temperatura passa dos 2,5% mais elevados o risco de mortalidade na cidade de São Paulo aenta 50% sempre se afirma que a crise climática ela tem a injustiça associada a ela né quem sofre os efeitos de forma mais Severa são os mais pobres é a população negra são as mulheres de família tem números sobre isso então esse é um aspecto adicional da Injustiça climática que não é dependente da Geografia mas depende da sua idade e do
seu nível socioeconômico dentro de cada [Música] latitude Olá muito bem-vindos a mais um vodcast dois pontos aqui do Estadão espaço onde toda quarta-feira a gente traz dois convidados para discutir temas relevantes e ajudar você a ter o próprio ponto de Vista o tema de hoje no início de outubro grande parte do país atravessou a oitava onda de calor do ano com temperaturas até 5º mais altas do que o normal o tempo quente e seco tem favorecido os incêndios durante alguns dias São Paulo esteve entre as cidades mais poluídas do mundo além da saúde e do
meio ambiente essas questões passam por temas como desigualdade social e infraestrutura Estamos chegando a um ponto de não retorno o que cada um de nós pode fazer para amenizar essa situação e o mundo Será que realmente acordou para a gravidade desse problema é o que vamos discutir no programa de hoje e para tratar desse tema hoje comigo aqui sempre um repórter uma repórter especializada no assunto Juliana Domingos que é repórter de sustentabilidade do Estadão muito bem-vinda obrigada ros e os nossos convidados Paulo saldiva que é médico patologista e professor da Faculdade de Medicina da USP
muito bem-vindo Doutor prazer estar aqui falar sobre um tema importante cada vez mais né batendo na nossa porta também conosco Sueli Araújo coordenadora de políticas públicas do Observatório do clima urbanista e advogada muito bem-vinda é um prazer estar aqui com vocês para passar um pouco recado sobre a crise climática e o que pode ser feito e eu vou repetir a pergunta que eu fiz aqui da abertura quero começar com isso se no no entendimento de vocês chegamos a esse ponto de não retorno e não no sentido de dizer vamos voltar o que era antes absolutamente
mas no sentido de pensar ainda tem é um ponto de não retorno em relação a condições climáticas melhores do que vivemos hoje começar com a senhora bom o mundo já mudou n né Nós estamos no meio de uma crise climática já configurada e não há mais espaço para negacionismo nesse sentido né eh nós podemos tentar Minimizar um pouco os problemas principalmente eh reduzindo as nossas emissões de gás de efeito estufa isso no mundo todo né E temos que trabalhar com urgência para adaptação à mudança do clima a adaptação é um assunto que chegou tarde se
nós pegarmos o processo desde a Rio 92 a gente sempre eh tentou lutar pela redução das missões né Mas esquecemos que ao mesmo tempo nós temos que trabalhar com adaptação e há lacunas realmente grandes nessa perspectiva tem muito a ser feito as perspectivas não são boas a 2023 foi o ano mais quente registrado na história e 2024 provavelmente bate outro recorde né Eh e a humanidade não tá caminhando para atingir as metas do acordo de Paris longe disso né na verdade a nós estamos num crescendo e numa verticalização eh da curva de aumento de emissões
quando deveríamos estar correndo em prol da descarbonização é um desafio é complexo mas cada cada país cada comunidade tem que se esforçar nesse sentido Nós não temos outra alternativa que é buscar pelo menos melhorar esse quadro e bastante dramático que temos hoje V passar aqui então a palavra pr para o Dr Paulo e já contar que a gente antes fez uma conversa a gente tem uma conversinha prévia aqui e falávamos justamente sobre esse ponto de não retorno e quero que quero Vou até pedir para ele repetir a análise que ele tava fazendo aqui em relação
a qual seria o prazo para imaginar que seria possível voltar para uma condição climática melhor acho que essa pergunta ninguém sabe responder né quer dizer eu não retorno ao quê eh seguramente a gente hoje pode fazer pouco e estamos fazendo tarde e o nós temos um problema porque ao longo da evolução humana nós saímos da do paralelo 10 e tivemos quear Frio então todo o processo de seleção do do Sapiens foi baseado em termorregulação eh mudança termoregulação mudança adaptação fenotípica adaptação seleção natural de fenótipos que fossem adequados e depois eh desenvolver métodos de proteção de
sociedade de de vestimenta de hábitos sociais para chegar no frio Desafio Foi sempre chegar no frio e conseguimos bem né a gente é uma espécie que mais tem distribuição eh latitudinal e a adaptação ao calor não era problema porque já já tava quente né você imagina na Etiópia correndo atrás de cabrito em montanha em lugar árido Então você isso era Esso era o defa do sistema e agora aconteceu o contrário né tá tendo um aquecimento e tem um problema também que é a cultura o apego né o apego a consumo o apego a a a
várias coisas que também é uma realidade importante né você então primeiro você tem que mudar uma geração de pessoas que estão acostumadas a consumir de forma eh digamos é como se o mundo tivesse diabético né ele usa energia de forma perdulária ineficiente e e ao mesmo tempo eh você acelera a desigualdade porque os mais vulneráveis têm menos capacidade todo mundo quer sentar na janelinha todo mundo quer consumir como é a a a ideia que que se tem veiculado nos grandes meios de comunicação Então eu acho que essa eh então sendo mais específico Eu já vi
muita gente melhorar depois de crise depois que você vai Nati bate na trave e você fala Será que eu vou entrar no túnel luminoso eu vou eu vou embora aí aí quando você sai você fala bom eu vou voltar pro mesmo trilho eu vou sair queria pegar esse gancho Professor desculpa interromper Mas é interessante ver que o senhor tá falando porque tem eh quando a gente fala das ondas de calor né Eh acho que muitas vezes elas são consideradas talvez desastres climáticos eh um pouco mais silenciosos ou do que outros por exemplo no Rio Grande
do Sul um deslizamento e tal são coisas que a gente vai sofrendo e que muitas vezes a gente não a gente como população né coletivamente não percebe tanto talvez a gravidade Não age com eh enfim a a eficácia que deveria agir né Então queria perguntar né como você tá falando desse ponto de vista da crise que pode ser um ponto de virada eh o que que falta pra gente mudar a maneira de lidar com as ondas de calor no Brasil e pensando nas cidades na escala das cidades brasileiras o que que falta e o que
que pode ser feito o que que precisa ser feito nas cidades pros dois bom nós temos que agir com o foco em política climática né as ondas de calor são um um dos eventos eh negativos Associados à mudança do clima e você tem ao mesmo tempo eh enchentes né Eh eh uma uma variação eh ciclones tornados né tudo tudo agora é exagerado né quando quando na verdade os eventos extremos eles estão se tornando cada vez mais frequentes e mais intensos né tivemos em maio deste ano a a tragédia no Rio Grande do Sul com as
enchentes mas tinha ocorrido ess enchente no Rio Grande do Sul no Vale do Taquari no ano anterior a seca da Amazônia que está assustando todo mundo nesse ano ocorreu no ano passado também então Eh o que tá acontecendo é que a frequência desses eventos tá cada vez mais intensa né no mesmo momento maio de 2024 e que estava ocorrendo a enchente no Rio Grande do Sul tinha por exemplo uma onda de calor no México matando velhinhos no hospital de calor de calor né Aliás foi muito interessante que o professor falou porque o homem ele se
preparou pro frio né quando vem ondas de calor inclusive em países europeus ricos com infraestrutura o pessoal de mais idoso morre de calor né com com alterações eh eh na saúde decorrentes disso né e a gente fala pouco sobre isso né No No Brasil o que que está acontecendo agora porque eh nós temos na na verdade um período eh de com temperaturas altas e estiagem que se nós olharmos de uma forma mais macro ele vem Desde o ano passado mais ou menos de junho de 2023 E aí veio a época da chuva mas não veio
com umidade suficiente então a gente pode falar que nós estamos sofrendo uma estiagem longa que tá gerando todo esse problemão da vegetação tá toda ressecada no país inteiro muito sensível e qualquer uso do fogo que causa os incêndios na verdade isso vend de um processo que tem mais de um ano se associava esse processo no ano passado à questão da influência do Elinho o Elinho já foi embora agora poucos meses atrás e a coisa ainda não melhorou né Aí nós temos eh climatologistas como o Professor Carlos Nobre falando estou assustado porque ainda não reverteu né
se ele está assustada Provavelmente nós temos que ficar apavorados né porque é um período realmente eh des estiagem que tem se prolongado Vamos ver se agora eh com o início aí do que seria uma estação mais chuvosa se isso melhora mas eh realmente é todo um processo que tem que tem sido intensificado e nós temos que na verdade nós não podemos aceitar isso como um novo normal nós temos que eh direcionar os esforços para políticas públicas nas mais variadas áreas eh na linha tanto de mitigação quanto adaptação o governo federal está elaborando o plano clima
que ele se divide em plano clima mitigação e plano clima adaptação mas é realmente necessário e vai ter consulta pública agora em outubro é necessário que a gente cobre que seja um plano clima de verdade com medidas fortes intersetoriais quer dizer o ministério das cidade quando faz casa tem que pensar na questão climática o ministério dos transportes quando vai faz Rodovia tem que pensar na questão climática não pode ser uma questão da ministra Marina e sua equipe que também tá tentando fazer o que pode né E até conseguindo eh eh resultados razoáveis em controle de
desmatamento e o desmatamento é o nosso principal fonte a nossa principal fonte de emissão de gás de efeito estufa 48% das emissões brasileiras de gás de efeito estufa são de desmatamento e o Brasil não é bonzinho nessa história Nós somos o sexto maior mundial de gás de efeito estufa não é porque nós temos florestas que nós estamos bem na verdade nós estamos numa com uma situação ruim porque nós desmatamos muito nossas florestas pegar continu a continuidade da pergunta dela e retomar um raciocínio Acho que até casa perfeitamente com a pergunta da Juliana o senhor tava
dizendo antes que eh a pessoa sai o seu termo era inclusive expiração era essa que a pessoa age quando sai da UTI né que que é preciso saber agir diante de uma crise Então acho que vai bem se com auna bem com a pergunta da Juliana também para saber a gente tá sabendo agir né Ainda não mas crise tem um poder de tirar você do da zona de conforto né enquanto a crise tá lá no urso polar e que vai acontecer no futuro você vai começar a achar que dó do pena do urso mas ele
é grande Ele come peixe eu não tenho né quando tá na diminuindo espécies na Oceania mar de coral T ninguém vai se matar por causa do mar de coral vamos imaginar que as pessoas agem não por altruísmo mas por egoísmo acho que o egoísmo é mais frequente do que o altruísmo né E quando você traz a o clima pro teu quintal na tua janela de vida e afetando as pessoas que você gosta aí você muda de figura aí você vai gerar isso em votos você vai transformar isso em votos E aí você vai ter sustentação
política porque uma coisa que os políticos gostam é de ficar lá grudado se eles passassem pudesse passar Super Bonder na cadeira e ficar grudado é isso que eles gostam mesmo n então o o eu vou fazer uma analogia com o a crise de a greve de 2013 de ônibus que teve em São Paulo ninguém não entrava na campanha Municipal ônibus nem transporte coletivo a gente usava ponte viaduto e todo o dinheiro do do BNDS ou do BID vinha para fazer estrada em 10 anos mudou né mudou porque hoje você tem uma geração que tá mais
acostumada com isso a minha geração é perdida né estamos acostumado a comer energia que nem o de uma forma Então acho que dura que a gente tá vivendo mais então nós vamos ficar em cima do mandando no no mundo durante muito tempo mas os jovens já vão criar uma tá se gerando um novo consumidor Olha só para ter uma ideia eh a gente tem uma rede de profissionais de saúde que estuda séries longas de temperatura e poluição no mundo separando o que é derivado de queima porque hoje quando começou a queimar na na na Europa
e na Califórnia Você põe dinheiro para processar o satélite para separar o que é de combustão de de alta temperatura daquela derivada da queima de vegetal Então você consegue mas custa dinheirão hoje você já tem eh e também você tem séries de tempo grandes né então mais ou menos o seguinte quando a temperatura passa dos 2,5 por mais elevados o risco de mortalidade na cidade de São Paulo aumenta 50% eh então isso você imagina uma cidade que morre 200 pessoas por dia de morte morrida se aumentar 50% é 100 pessoas por dia então isso pelo
calor pelo onas de calor mas não tá escrito calor não é hipertermia sim questão Essa é é é invisível aí né vc eh pneumonia é em crianças abaixo de 9 anos e adultos acima de 60 70 são os mais vulneráveis né que são os mais são os mais pobres que não conseguem controlar as doenças crônicas que tem então só que como não tá escrito calor na no no deslizamento de terra tá escrito morte por deslizamento de terra a fogou isso aqui fica aparecendo eh e até Recordar eh eh professor teve a morte da fã da
Taylor Swift que foi justamente por exaustão térmica é ali foi ali foi exaustão terno mas mas é um caso muito assim eu eu sinceramente eu não tinha eu nunca tinha ouvido não sei vocês tinham ouvido assim como um laudo que viesse um noticiário algo que apontasse exaustão térmica é bem o que o senhor tá falando aí geralmente não é a pessoa Ferveu por dentro mas aa ferver por dentro você vê a exaustão térmica que você tá vendo É você vê em chegada de olimpíada você faz por sabe quando chega na maratona que a pessoa chega
trançando a perna tem um quadro clínico a temperatura corpó tá aumentada tem destruição das enzimas do músculo tem todo um quadro clínico Mas isso é a minoria o que vai acontecer é o indivíduo desidratar no calor a pessoa tá se exercitando ele perde muita água pela respiração ele perde você chega a perder 2,5 pela respiração nesse período ou mais aí você pega um idoso que não tem ação de sede aí o o sangue hemoc concentra porque você desidrat aí você faz um trombo e for no lugar você vai embora de infarto ABC o o rim
quando tem que trabalhar em dobro para concentrar a urina você diminui o fluxo urinário Então você tem mais chance de ter uma lesão R se o rim já não tá ruim descompensa se uma bactéria pode subir é infecção urinária sim é é é quando você desidrata o corpo causa do calor e o pulmão que tem que condicionar isso nós temos uma superfície corpórea de 1,5 chega 2 m só que o pão tem 100 como é que você esfria tudo aquilo como é que você não morre de calor bom então pão paga um preço os mecanismos
de defesa vão embora é pneumonia Professor uma pergunta o sistema de saúde tá preparado pra crise climática nesse sentido desse tipo de de ocorrência tá né infelizmente nós temos SUS mas teve uma sobredemanda a gente calcula que o sistema de saúde pelas nossos modelos né a gente acompanha também durante 20 anos 1830 cidades brasileiras com mapa termal então a gente sabe exatamente a sobredemanda do SUS Então quando você chega nesse período a gente tem um aumento da para cada 5 gra de aumento de temperatura fora da zona de conforto quer dizer da zona da Média
você aumenta mais ou menos 99% as internações no sistema internação não é você ficar ruim em casa é você ter que entrar no pronto socorro bom então a gente calculou nesses períodos que você teve um aumento em médio de 8 10 gus e outra coisa quando você tem essa poeira como aconteceu né queima de poluição e também a poeira esse aerossol gerado as bactérias e vírus pegam carona e com isso você ganha elas ganham eficiência de deposição penetração no pulmão então agora tá vai vai bombar influenza pneumonia vai vai ter qual que lche Ou seja
a gente fica mais vulnerável ao out infecções você fica mais vulnerável a infecção e e criança e é é é isso que que faz então você vai ter uma morte que o atestado de óbito não aparece calor não existe código internacional de doença para calor existe o agravamento das condições que você tem e das vulnerabilidades que você tem então a a Então esse é um aspecto adicional da Injustiça climática que não é dependente da Geografia mas depende da sua idade e do seu nível socioeconômico dentro de cada Latitude e e Então essa questão é uma
questão de cidadania não é mais do que uma questão de saúde ambiental uma questão de direitos fundamentais das pessoas ainda em dúvida sobre seu voto acompanhe a cobertura completa do Estadão o jornal especialista em política e escaneie o KR code durante o podcast e aproveite ofertas exclusivas senhora acha que já existe entendimento do poder público em relação a isso é realmente uma questão de cidadania bom eh sempre se afirma que a crise climática ela tem a injustiça associada a ela né quem sofre os efeitos de forma mais Severa são os mais pobres é a população
negra são as mulheres chefes de família tem números sobre isso né e e são essas eh eh essas essa parte da população que vai sofrer mais e que vai ter menos condições de se virar depois de eventos extremos né não vai ter como eh eu eu perdi minha casa mas eu posso pagar aluguel eles não vão pagar aluguel o poder público vai ter que chegar junto e e esse atendimento pós eventos extremos impõe realmente ação forte do poder público nas diferentes esferas então entendimento em tese existe mas em termos de concretude de políticas públicas eu
acho que a gente tá muito longe de est perto de de um caminho na verdade eh de entender a a crise climática como multisetorial e como eh tendo que estar nas diferentes áreas em que o poder público atua né então se ainda tá muito com aquele rótulo não só Ministério do meio ambiente mas secretaria do meio ambiente nos Estados né né é coisa de ONG metalista né e a a crise climática ela é multisetorial Ela é Federativa ela é internacional né E essa essa questão de governança complexa ela é muito eh difícil de gerenciar Mas
nós vamos ter que enfrentar né Então temos que ter eh um orçamento por exemplo da União que marca exatamente o que cada ministério tá fazendo em termos de política climática a gente não tem isso a gente não sabe quanto país investe em política climática na prática a gente sabe qual é o orçamento do Ministério do meio ambiente que é desse tamanhozinho assim dá vontade de sentar no chão e chorar independentemente do governo de qualquer governo né então Eh precisa na verdade eu acho que e esse entendimento sair do discurso sair do eh do da parte
introdutória de um plano governamental porque tem o discurso lá e passar a ser política pública concreta isso a população tem que exir porque a crise tá aí os eventos extremos estão aí né as Pesquisas mostram que os brasileiros têm noção da crise climática na no no na consulta pública do plano plurianual foi o tema número um escolhido pelos brasileiros só que eh elas não sabem tem uma sair da da constatação eh a crise climática tá aí e a população tá entendendo que tá importante mas sair disso para requerer Medidas com concreta de seus governantes ainda
não ocorreu esse salto né e é importante a gente tentar ajudar que isso ocorra continuando desculpas Deixa eu só perguntar uma coisa porque a senhora citou a a consulta pública mas termina que quem participa dessas consultas públicas já é um isso isso me preocupa de certa forma porque dizer assim foi o tema mais citado mas também é um público já muito segmentado né Dire é um público que entrou na internet no Brasil participativ para falar eh com a sua opinião sobre qual eram as políticas públicas prioritárias sim tem um viés mas a a várias pesquisas
já aplicadas que em menor escala por universidades que mostram que a preocupação clima ela já está mais espalhada sim né só que a população e pesquisas que pegam diferentes faixas de renda da população né só eh até acho que deveria ocorrer deveriam ocorrer pesquisas mais amplas mas o o que assim você tem precedentes com pesquisas feitas de forma robusta Tecnicamente Seguindo os critérios de como isso deve ocorrer que mostram que a preocupação existe mas que a população não tem noção no seu dia a dia do que que ela tem que fazer para contribuir isso não
tem então realmente não faz você não tem a ligação entre o o a preocupação e qual é a minha parte nesse jogo né nem que seja pressionar meu quem eu elegi mas qual é a minha parte nesse jogo eu queria só continuar no assunto das políticas públicas para falar um pouco sobre o fogo né a gente tá num cenário muito grave esse ano em que os dados do IMP mostra que a gente tá uma temporada de incêndio a pior da última década e a gente nem terminou ainda o período pior período né que é exatamente
onde a gente tá agora queria que você falasse um pouco sobre as medidas de atenção né a estrutura atual do Ibama ela é suficiente para lidar com com a escalada dos incêndios no Brasil como a gente tá vendo o que que a gente pode fazer para melhorar essa prevenção bom é preciso entender que o Ibama tem uma área específica de atuação que é o que a gente chama áreas federais prioritárias eh basicamente terras indígenas assentamentos do INCRA apoio ao ebio que também tem brigadistas nas unidades de conservação federais o Ibama não responde por cont prevenção
e controle de incêndios no país inteiro nunca respondeu a maior parte das atribuições nesse sentido São dos governos estaduais eh os governos estaduais deveriam estar dando as autorizações prévias para uso do fogo então quando eu uso em atividade agrícola na verdade desde o Código Florestal de 1934 90 anos tem na legislação pedindo autorização prévia para uso do fogo e atividades agrícolas tem no código de 65 e tem no atual de 2012 eu brinco que é a regra mais descumprida do país eu não conheço nenhuma outra regra eu passei a vida inteira escrevendo leis eu não
conheço nenhuma outra tão antiga e tão descumprida nós temos uma cultura de usar o fogo para atividades agrícolas que vem do Brasil colônia e nós usamos eh O problema é que veio a crise climática a a vegetação tá mais seca tá mais seca no país inteiro O país inteiro tá mais sensível nesse sentido qualquer uso do fogo descuidado vai dar incêndio com a situação atual da vegetação né e o uso do fogo descuidado é não pedir autorização para órgão ambiental Estadual isso não é do Ibama né e o órgão Estadual não tem condições de controlar
e exigir tudo isso porque não tem não tem eh braços pernas para isso né então você não pede autorização você não faz aceiros para impedir que o fogo vá paraos seus vizinhos eu não tô dizendo que é todo toda a o setor agrícola mas ocorre isso no Brasil inteiro né isso potencializa incêndios na modalidade culposa por negligência que se forem objeto de processo isso é crime existe o crime culposo de incêndio também por negligência existe o o Crime o tipo penal intencional né eu vou lá e quero provocar incêndio ministra Marina tá alertando que agora
pode est ocorrendo bastante isso inclusive no Estado de São Paulo porque o parte dos incêndios Aqui começou no mesmo dia né a polícia Federal tá investigando isso Eh mas na modalidade culposa e que é o por negligência se houver processo vai dar pagamento de meia dza de cestas básicas que que o que que ocorre ninguém tá nem aí né então há necessidade de aumentar as sanções Na minha opinião mas sim o Ibama Deveria mesmo paraas áreas que ele trabalha deveria multiplicar muito o número de brigadistas e entrar antes entrar na época da chuva fazendo aceiros
fazendo educação ambiental pra comunidade o o controle o combate ao fogo é uma etapa mas antes tem ter muito mais prevenção tem uma lei aprovada a Lei do manejo integrado do fogo foi aprovada agora esse ano em junho depois de anos de debate foi uma lei que começou foi redigida a primeira minuta pelo prévio fogo do Ibama e essa lei ela é toda orientada para fortalecer prevenção só que aconteceu ela foi sancionada e foi literalmente eh tostada não deu tempo pelos incêndios gigantes que estão ocorrendo né mas é uma lei técnica é uma lei que
merece a devida aplicação Doutor vai aí a questão da legislação mas vai além dela também em termos da própria educação da população bom nós temos legislação suficiente não é por falta de legislação talvez você possa discutir o apenamento mas legislação já existe antiga né no fundo a gente posso dar um merchan da Saúde nós temos que fundar a Sociedade Protetora do ser humano Urbano né que é um bip de que e e a gente não pode desacoplar o controle eh ambiental e mudança de práticas da geração de emprego porque se você perder emprego você pega
numa comunidade Lá você vai gostar mas na hora que fala bom eu vou vamos pegar a situação da que a gente não parou a cidade durante essa quer dizer já estaria ruim independentemente de ter queimada porque tinha todas as condições de secura de e a cidade continua funcionando normal não parou por qu se você parar a cidade um monte de gente ganha dinheiro dirigindo a entrega o comércio tal dois meses duas semanas de uma eleição para prefeito então você acha que o indivíduo vai fazer isso fica todo mundo se finge de morto e eu acho
que bom mesmo quando a gente discutiu a a lei de trânsito né da da transporte público a própria imprensa dizia que que os corredores de ônibus atrapalhava o trânsito pô se lembra acho que da faz parte do do da das escolas de jornalismo o Matina Suzuki levando dura de mal luuf quando eleum tava discutindo a história do fumo em ambiente fechado então tem uma mudança cultural que tem que ser feita e porque a história do negócio se regular não existe vamos pegar nós estamos eh falar de cigarro porque cigarro é folha queimada não é é
igualzinho a gente respirou cigarro só que esse cigarro não apagava né não é que você acendia uma não ele ficava queimando no seu nariz né e o o você acha que que a indústria do cigarro não sabia que fazia mal desde o final dos anos 50 e não produziu informação até hoje nos inferniza com o cigarro com vapo cigarro eletrônico você acha que chegou na cabeça do pessoal falou desculpa foi mal gente eu vou sair do negócio Desculpa aí todo mundo não existe isso então Eh o que resolveu foi precificar né então se viu que
na cadeia produtiva do cigarro que tem pequeno produtor tem produção tabaco tem toda aquela coisa para cada unidade de arrecadação você gastava nove de saúde bom então você tava subsidiando não tava fendo prejuízo com a indústria do cigarro aí você começa a ter uma política de com litigante que demorou anos até que a pessoal se se tivesse um movimento político né porque Até recentemente se não se você não é muito recentemente se você proibisse o fumo em ambiente fechado será considerado um opressor então agora se você eh eh agora tá mudando né o sinto de
segurança foi outra mesma coisa que você teve que colocar forçar através de uma certa vacina pô vacina que hoje não não pode mais obrigar né então isso quer dizer tem uma coisa que que precisa ser por isso que eu acredito na crise não vai ter outro jeito e professor Senor tá falando dessa desses dias aí que a gente estava com muita ção aqui em São Paulo e outras cidades do Brasil também no centrooeste no norte eh estendo a pergunta também a Sueli seria o caso de por exemplo restringir circulação de veículos tem outras cidades no
mundo fazendo coisas parecidas adotando medidas emergenciais né a gente tá lidando com a fumaça com essa fumaça das queimadas por exemplo de uma maneira ainda muito e de uma maneira ainda negligente nas cidades brasileiras é complementando é um protocolo né de como agir isso eu ouvi muito na no período mais crítico ali da fumaça e E aí De fato não só aqui São Paulo mas Brasília eu tava até procurando aqui ó Teve um dia que Brasília registrou não sei vocês vão saber explicar o que que é esse número mas mostra aqui a imagem para vocês
apontava como aquele iqar isso né o iq R perigoso quer dizer tava além do nível de insalubridade olha aqui ó mostrar para ele tava em 690 era era o pior pior faixa que tinha ali não tinha que ter pelo menos um protocolo mínimo de saúde que dis o que fazer a saúde fez ela aumentou provisionamento das unidades de eh de de pronto socorro de emergência mas então só a saúde que que fez alguma coisa mas o ideal seria que você tivesse um protocolo então pr pra cidade como um todo protocolo de saúde paraa saúde do
cidadão não do atendimento meramente nos postos mas né tipo carro eh escolas e a previsão do tempo que só diz que vai dar praia que vai dar calor quer dizer você não tem uma previsão do tempo de saúde você que é de diabético controla não tem isso ainda tem pro agronegócio a você vai quando você tem uma criação de frango a a você tem uma uma um aviso que diz olha aumenta a ventilação do galinheiro vai ter quer dizer no fundo eu tô dizendo que a gente podia ser igual aos demais animais que são produtivos
porque a vida humana custa barato mas o indivíduo que produz boi que tem leite que tem plantação aquilo ele sabe exatamente quanto vale Então essa é uma questão cultural é uma questão de de Como disse de cidadania então eu acredito que a saúde pode ser um caminho para você fazer advocaci porque o indivíduo vai ele vai apoiar os ambientes remotos mas ele tá no fundo cuidando dele nós temos em em Brasília uma tradição de convivência com a seca né É é é um território que fica vários meses sem chu e quando vem a chuva professora
as pessoas saem na rua comemorando aconteceu agora essa semana né Parece índio com a dança com as danças deles né comemorando que a primeira chuva chegou Existem algumas medidas O duro é como estender isso que assim eu convivi eu fui adolescente P Brasília criei minhas filhas lá e tem por exemplo tem abaixo de um nível de de humidade eles suspendem aulas nos colégios as mães estão acostumadas não precisa ter humidificador que as pessoas não vão ter recurso a molhar toalha e botar na cabeceira no bso pra criança est perto da toalha molhada Cansei de fazer
isso né mas isso foi um hábito que foi para uma cidade que chega na faixa de até menos de 20% Durante algum tempo chegou em oito esse dias chegou oito esse ano né E isso no plano piloto né isso a a toalha molhada eu acho que é meio cultura já com com bebês do Plano Piloto é uma é uma cidade muito sofisticada eu ia até comentar Professor o Distrito Federal quer dizer nós temos áreas de baixíssima renda favelas enormes né mas que a gente não nem chama de favela comunidades assim eh carentes enormes e mas
temos eh em média a renda média no distrito federal ela é elevada né então é como se fosse um pouco Ilha da Fantasia assim não é a realidade do país inteiro nós temos sim em nossas comunid idades super carentes mas assim a renda em geral do Distrito Federal uma cidade de funcionários públicos né Isso tem em outras cidades como Washington esse esse mesmo tipo de característica Então tem um privilégio sim eh mas a cidade ela tá mais acostumada a convivência com a seca do queo o resto do país Então esse tipo de medida tem que
ser o normal agora nos períodos de seca pro país como todo né E porque é realmente uma coisa Às vezes tem gente de fora que assim alguns amigos que chegam a primeira coisa na época da seca em Brasília é sangrar o nariz né todo mundo tem sangramento então a gente é uma coisa de convivência que tá piorando porque eu não lembro tem 40 anos de Brasília não lembro de 8% de umidade que acabou de ocorrer né é eu eu lembro até dessa questão das e é bem isso por mais que tenha essa essa ilha e
quando diz assim é só o Plano Piloto em relação às medidas adotadas não a as medidas são adotadas por exemplo no serviço público na escola pública nas escolas privadas em qualquer bairro eu prefiro chamar como bairro Porque como as pessoas vão entender em qualquer bairro eh do Distrito Federal vai vai ter esse tipo de medida por isso que eu pergunto é um protocolo ali é um protocolo mínimo que foi de convivência eh em questão dessa história da da chuva da da seca de do passar mal eu me lembro de uma sobrinha chegando assim do Nordeste
lá e dizend assim eu quero respirar água ela chorava falava eu quero respirar água e isso é uma coisa que a gente em Brasília acostumou de certa forma viver Mas nada se compara com o que ocorreu nesse ano com aquela aquela queimada toda e esse grau de insalubridade perigo né só que a tendência pelo visto é continuar ocorrendo cada vez pior é que Brasília a força da do das pessoas da humanidade ela começou a a humanizar o projeto quer dizer o A Brasília foi pensada como uma escultura né e Inclusive a segregação de cidades piloto
nem a África do Sul fez é é muito dura a segregação a cidade injusta quer dizer você tem uma você consolida a injustiça e inclusive você tem é lugar plano não tem um trem de superfície para trazer o pessoal da cidade piloto da cidade satélite para viver no no no trabalhar no Onde tá o emprego por sorte as cidades eh satélite foram criando os seus próprios comércios e desenvolvendo a sua economia mas no início era uma aberração e eu acho que o que o o o ou seja por isso que eu acredito na força da
criatividade humana que ela conseguiu dava um pouco de humanidade aquele aquele projeto de um avião que você via de cima e imaginava que as pessoas vão viver naquilo e e eu acho que o que o o o eh eu vejo Teresina por exemplo que é uma cidade que eu gosto com muito calor muito c com muito calor e você entra na casa das pessoas toma um banho meu filho oferece uma sabonete quer dizer tinha o o prefeito um prefeito que era meio meio esquisito que inclusive fez potic Cabana né aquela coisa que era para ser
Copacabana do Nordeste ele tem um projeto de pintar a rua de branco o assalto de branco para refletir para refletir então havi quer dizer cada um você acaba se adaptando nisso mas você tem uma mas foi uma mudança cultural todo não aguentava o calor então eu acredito que nós vamos ter agora frente a essa essa situação uma oportunidade de começar a reverter uma tendência e tornar mais aceitáveis a adoção de medidas Mas a gente não pode esquecer do emprego eu cansei de falar de saúde há muito tempo né no em vários lugares aí sabe que
eles que muitas pessoas falavam mesmo do setor produtivo do setor político que eu era romântico né pedi uma vez que eu era romântico era abraçador de árvore andava de bata Branca entando músicas da Mercedes Sousa e e e com grinalda de flores na cabeça né eu até perdi um certificado do senado federal de que eu era romântico porque eu ia levar para casa né porque teria o papel de que eu era romântico você cham você de tonto de descompromissado com a realidade sabe como é que eu leio a cidade eu faço autópsia tem um maior
serviço de autópsia médica do mundo que funciona eu leio a cidade no corpo das pessoas para mim isso não tem nada de romantismo tem com desigualdade tem com as com aumentodo absurdo do número dec de infarto em velhinho nessas ondas de calor eu encontro essas pessoas no e e que tão lá mortas converso com a família deles então eu acho que essa essa história eh desculpe o meu viés pessimista porque eu vejo o que deu errado né e e eu não consigo imaginar que isso não tenha papel e o que que dá para fazer agora
inclusive cada um de nós né pegando esses exemplos por do que a gente faz em Brasília né é um caso eh porque tá muito claro pra gente aqui que é um caminho sem volta né Você pode tentar eh evitar que chegue num grau ainda pior do que estamos mas não volta a ser bom Como já foi num passado bem distante inclusive Talvez um futuro muito distante e volte quando diminuir a população da terra e porque tá começando a cair com isso a demanda de energia Mas quem vai sobreviver até lá são são todos ou só
os mais ricos em quais locais né Professor Em quais locais quer dizer vai ter não tem aqueles filmes que vem onda grande que daí você o cientista avisa ninguém acredita aí você tem um lugar tem o Morgan Freeman de presidente dos Estados Unidos e você tem um monte de barco que só os bonitos da terra tinham direito a a sobreviver é isso que nós vamos fazer é isso que nós estamos programando para você sobreviver quem tem ar condicionado que tem coisa ou Vamos cuidar das pessoas aliás aproveitar que o senhor falou de ar-condicionado para trazer
dois pontos sobre o ar condicionado porque uma uma das questões é por exemplo tem até prédios antigos mesmo até mesmo uma questão de arquitetura que não é possível colocar ar condicionado tem prédio a gente conhece várias situações que não é possível pôr ar condicionado Então essas pessoas né Essas pessoas mesmo estando numa condição vamos dizer privilegiada que esteja numa casa própria que pudesse colocar esse ar condicionado e tenham o dinheiro para comprar o ar condicionado e para pagar a conta de energia com este ar condicionado quer dizer tem todo um ciclo aí mesmo assim não
poderia pô só que aí eu vou para outra questão que eu quero ouvi-los né Quero ouvir vocês dois numa situação dessa a gente tem que apelar mesmo para pode H um ar condicionado é o melhor caminho porque o ar condicionado por exemplo a seca o ar condicionado deixa o clima ainda mais seco aí Lig que faz mais faz o que é que faz mais mal assim em relação ao nosso organismo quer dizer eu eu eu penso Brasília Brasília tá aquele calor insuportável da seca e quando liga o ar condicionado você tem ao mesmo tempo uma
sensação de que refrescou Mas você passa mal porque eu fico ar mais seco ainda el vai fazer o qu o ar condicionado humidificador a gente não tem orientação sobre o que fazer em relação à saúde bom precisa também investir em arquitetura e urbanismo que converse com toda essa realidade eh eu eu trabalhei vou dar um exemplo bem pessoal eu trabalhei em Brasília durante quase 10 anos num edifício no setor comercial do arquiteto que a gente chama Lelé João Figueiras Lima e era um prédio enorme elevado a gente não tinha nem iluminação artificial nem ar condicionado
e se resolvia muito bem e a arquitetura eh dava condições disso né é o projeto que tá olhando como difícil como um todo o Lelé é o arquiteto dos hospitais da Rede Sara isso eh então eu olhar a arquitetura sobre os princípios bioclimáticos e agora tem que Inserir a crise climática e trabalhar o o mais que a gente conseguir nesse sentido então a solução para Cidade não são caixotes de vidro que dependam de refrigeração 100% que você não consegue nem apagar a luz e num lugar só só só apaga no prédio todo então a gente
precisa aprender a fazer arquitetura e urbanismo que converse com o clima mesmo nas situações de Enchente as cidades precisam conversar com as águas então a solução de drenagem não é eh um duto que leve rapidamente para um um outro local onde vai cheio de água a cidade tem que ser mais permeável né a cidade tem que reter água aos poucos aqui em São Paulo meia meia hora de chuva inunda tudo né e a a a a chuva vai procurar o se leito natural que é um rio que tá entubado no meio de todas as avenidas
aqui tem Rio embaixo fundo de vale é fundo de vale né então a gente precisa conversar mais com as águas então só chamando e antes de ser advogada pouca gente sabe eu fiz sou arquiteta chamando um pouco para minha praia eu acho que nós temos que investir muito eh na parte de arquitetura e urbanismo que converse com tudo isso isso conversa com gestores locais que acabaram de ser eleitos né as normas de parcelamento uso ocupação do solo elas estão nos municípios né E nós precisamos ter planos diretores que incluam a questão climática não basta o
município fazer um plano de clima que vai ficar na gaveta o o que quem tem que conversar com o clima são as normas urbanísticas que que vão ter influência geral no dia a dia do seu cidadão e o cidadão pode fazer o quê aproveitando sua experiência e arquitetura por exemplo sei lá a senhora tá falando eu pensando em em claraboia em cobogó eh o o que fazer quer dizer são medidas porque são paliativas claro que são mas cada um tentando fazer o seu na sua casa ol até não ladrilhar o quintal até ajuda porque nós
temos no Brasil é mania de ladrilhar mania de ladrilhar que folha sujeira não é isso até isso ajuda uma cidade mais permeável é uma cidade que conversa mais com o clima é mais adaptada mas a arquitetura melhorou bastante nisso inclusive com retrofit Los Angeles tá fazendo hoje você tem coberturas de verdes que são tapete verde que você diminuir a temperatura temha que espalhar tudo isso porque tecnologia tem Professor tecnologia tem então você tem jeito de você melhorar ventilação quer dizer você tendo circulação de ar você não precisa ter o ar condicionado Mas você pode usar
coisas antigas né aqueles filmes que tinha de da lembra filme de na Índia que i Expresso do oriente que tinha um negócio que virava assim na Índia os ventiladores jogam água também né jogam água quer dizer tem o que fazer não é uma questão é que desculpa a gente ainda tá meio meio da idade da pedra lascada do ponto de vista de tá todo mundo sem saber o que fazer assim meio barata voa né e e e então por isso que eu tô dizendo para na hora que que apertou é que você vai mudar que
você vai mudar dieta que você vai mudar coisas né que que vão fazer você reorientar tua vida e as cidades eu considero que são seres vivos né Eu acho São Paulo n cidade é uma senhora de 470 anos uhum tá obesa né ela cresceu mais do que a estrutura o sistema arterial todo entupido por trombos veiculares você faz ponte de sa fena em tope pra frente usa energia de forma perdulária você leva 70 kg de pessoas com 2000 kg de lata e usa os recursos naturais por exemplo nós temos um desperdício de água vazando no
país inteiro o índice de perda de água é absurdamente alto no Brasil todo inclusive em Brasília qu e quando tem uma água tem diarreia coa pros rius deixa eu dar uma pausa aqui para chamar para assustar um pouquinho mais porque eu acho que diante dessa conversa todo e tudo que a gente vem falando né que a gente dizer assim ah era tudo um assunto muito invisível Depois dessa fumaça toda e toda a inversão térmica que vimos e as enchente no início do ano Enfim acho que não tá mais invisível né para para os negacionistas dizerem
agora estou enxergando enfim mas vamos lá tem aqui Um um verifica ó vídeo usa gráfico desatualizado para negar a existência do aquecimento global então o projeto verifica do Estadão justamente para mostrar o que que a informação é falsa que é mentira o que é que estavam compartilhando um vídeo que apresenta dados sobre a circulação atmosférica para alegar que a temperatura do planeta obedece a uma sazonalidade ora esquentando ora esfriando que neste momento estaríamos passando por um período de resfriamento Global o autor do vídeo Nega que a ação humana teria alguma influência no aumento da temperatura
da terra enfim O Estadão foi lá fez O Estadão verifica investigou e concluiu que é falso obviamente essa informação é falsa o autor do vídeo mostra um gráfico antigo o que não retrata a realidade da temperatura média Global da Terra das últimas décadas dados atuais e mais robustos mostram que o planeta está aquecendo e que a ação humana é um dos fatores da mudança climática por fim aí na informação ó o responsável pelo conteúdo falso afirmou que todas as projeções são feitas com modelos de clima que não são confiáveis mas aí vamos paraa informação confiável
a gente tem um outro vídeo aqui deixa eu ver se eu consigo puxar na tela também e aí a gente vai trazer o que que é informação verdadeira eo sobre vários pontos justamente do que a gente vem comentando aqui né olha lá 2023 foi o ano mais quente da história do planeta firma Observatório europeu 2024 registra o mês de junho mais quente da história anuncia Observatório europeu verão de 2024 no hemisfério norte é o mais quente já registrados na história Janeiro de 2024 tem recorde de temperatura pro mês do no mundo a ponta Observatório Nasa
confirma Julho como o mês mais quente da história Qual é a previsão para 2024 São Paulo tem recorde de calor no ano pelo terceiro dia consecutivo Veja a previsão enfim Tô trazendo algumas das manchetes de jornal mas no dia a dia todo mundo tá sentindo né E infelizmente o que nós temos e Desde o ano passado é que nós ultrapassamos 1 gra me que é estabelecido No acordo de Paris como limite máximo de aumento de temperatura que deveria ser seguido eh considerando os níveis pré-industriais a dúvida dos cientistas é se isso se trata de um
um um período assim uma excepcionalidade porque nós estávamos há pouco tempo atrás 2021 o painel intergovernamental da ONU sobre mudança do clima o ipcc falava em 1.1 de aumento de temperatura já caracterizado até 2020 e ano passado e esse nós estamos tendo eh eh temperaturas médias no planeta que já ultrapassam 1,5 a dúvida é se a gente vai eh descer um pouco depois desse esse rolo de ainho é isso que os cientistas estão meio assustados né mas não vai voltar né Não vai voltar um pouco né então nós já estamos num limite que é o
máximo que nós deveríamos alcançar e e olhando isso assim Se piorar aí vão vão aumentar os eventos extremos a frequência e a intensidade é essa a crise que tá posta né e e e por isso mesmo nas negociações internacionais toda a lógica deveria estar voltada a reduzir as emissões de gás de efeito stuf e não é isso que tá acontecendo né não é isso as discussões são de financiamento as discussões são de como o petróleo pode financiar a transição tudo isso é válido mas a discussão principal teria que ser descarbonizar porque o mundo não pode
viver com essa temperatura Essa é a questão que tá posta Juliana a gente vive um cenário bastante distante ainda nas nossas cidades da dessa descarbonização né Acho que você pode falar também e o professor que a gente ainda Precisa percorrer um longo caminho para essa o que que no que que se traduz em termos de política pública essa descarbonização bom tem questões eh importantíssimas como eu gosto muito de priorizar transporte público mesmo que não seja elétrico gente o ônibus elétrico é ótimo Tomara que todos virem elétricos mas nós temos que ter metrô ônibus para todo
mundo então o a prioridade máxima absoluta tem que ser o transporte público porque o que eu Gero de emissões em vários carros individuais comparando com qualquer ônibus tem isso na internet né a figurinha de de Quantas pessoas cabem no ônibus quantos carros né como é que fica a cidade então tem que ter uma prioridade absoluta para pro transporte público para um olhar de uma mobilidade urbana mais justa com os cidadãos isso significa eh uma cidade em que você Garanta realmente os pressupostos até da legislação do estatuto da cidade que é a principal lei nesse campo
do no campo do direito urbanístico uma cidade que Garanta que a pessoa tenha como eh morar se locomover levar o filho na escola tudo eh relativamente de eh de uma forma mais próxima né então Eh Sim nós temos que investir muito eh na parte de gestão Urbana nos municípios costeiros temos que afastar o potencial construtivo da linha de costa o Brasil não está fazendo isso isso demora tempo o mar está aumentando numa velocidade que é elevada né E nós já estamos com problemas em algumas partes do nosso litoral do mar invadir né Nós temos várias
cidades que tem que tomar medidas rapidamente nesse sentido algumas até tomam por exemplo Recife costuma ser colocada entre as grandes cidades no mundo que tem problema né ela tá em cima d'água el tem até planejamento climático Espero que seja nunca estudei com detalhes mas sei que eles se investem nisso até porque é uma situação de muito risco né mas nós teríamos que cuidar nas cidades costeiras de afastar esse potencial da linha de costa e nós fazemos o contrário só aí lá em Camburiu Vocês já viram a foto daqueles edifícios né aquilo é um absurdo Aquilo
é uma negação climática né eu boto Edifício de dezenas e dezenas de dezenas de andares competindo né é que Dubai brasileira e na beira do mar na beira da água né então todo esse esse trabalho e de gestão das cidades olhando o clima é fundamental e é fundamental eu vou chegar perto assim dos cidadãos né o que eles podem fazer mais fácil eles conseguirem influenciar Provavelmente o seu Vereador na câmara de vereadores do que mudar alguma coisa no Congresso Nacional então essa essa essa demanda pra resolução desses problemas via a câmara de vereadores Talvez seja
um dos caminhos necessários Eu tenho pouca Esperança na Câmara dos Vereadores Eu também Professor Mas eu tento acreditar que é possí Eu tenho pouca Esperança porque vador em São Paulo custa caro ser é uma das eleições mais difíceis né e o plano diretor que é aprovado no quer dizer que tem uma o Executivo tem que submeter a vereança ele tem sido uma tragédia seguida de tragédia então o você precisa a a questão de emissão passa não só por a história do carro elétrico para mim é uma piada né um patinete elétrico emite mais CO2 por
km de passageiro do que um ônibus velho porque você tem quea energia para produzir a bateria você tem que tirar o lítio de algum lugar tem que reciclar depois então a intensidade de energia no ciclo de vida do patinete e você anda de patinete achando que você é verde imaginou com um carro daquele tamanho Então existe alguns equívocos que não são não são quer dizer a ignorância ela tem e não é que eu sou contra a ignorância pelo contrário acho que ignorância é uma coisa fundamental se você não soubesse que você não sabe você não
tinha a criatividade e a ignorância também pode ser circunstancial tem livros médicos são editados há mais de 100 anos 120 anos e que você percebe com edições anuais você percebe o que saiu era ignorância das circunstâncias né Faz parte você mudar e transgredir mas quando você sabe que aquilo é mentira e diz que eh e diz que é verdade aí é uma fé senhor sente por exemplo professora a Rosia tava mostrando né a a desinformação o senhor sente uma incidência e disso no seu trabalho assim pessoas que não acreditam na mudança climática e chegam lá
com os efeitos ou enfim não eu senti isso mais na covid né do chip do Bill Gates Depois o pessoal se arrepende mas já foi mas o negacionismo climático o senhor não tem visto percebido tanto não eu percebo mais nas no no hábito das pessoas né que o indivíduo compra um carro que vai de zer a 100 em seis coisa que leva não sei quanto uma autonomia com uma bateria grande e e diz que é que é sustentado quer verde iso chama-se é é é é é não é um Green washing é mais como se
você comprasse uma indulgência né que você comprasse uma relíquia com uma indulgência da igreja né que você compra uma pedaço da canela de São Francisco al devia ter uma canela grande porque o que já tem de pedaço de Santo espalhado aí né E você diz que aquilo você você vai pro paraíso me parece um pouco o que a su tava dizendo no início né de ter uma preocupação eh da população que ainda é uma coisa um pouco difusa e tal mas que ainda não conecta muitos pontos né de como a gente precisa agir para evitar
que o cenário piore não sei se faz sentido para vocês ISS começar com com c ó a minha a minha eu eu pô eu trabalho com com gente com doença grave ou morta eu tô vendo as consequências mas eu sou otimista eu sou otimista porque Hoje os mecanismos de informação são mais eficientes e eu vi o que aconteceu com o transporte porque a cidade não adianta você só fazer o transporte você tem que aprox mudar o uso e ocupação do solo gerar diminuir a distância do emprego isso o pessoal fala de cidade de 15 minutos
é uma bobagem imagina se tem cidade em São Paulo dá para fazer uma coisa de 15 minutos Mas você repete o conselho da Finlândia da Suécia de Estocolmo e reproduz aqui isso é um colonialismo né as soluções que estão servindo para para para para Escandinávia não vão servir na América Latina Eles talvez sab mais do envelhecimento na Europa mas a gente já sabe da miserabilidade né quem resolveu foi Bogotá foi cali foi o Recife Fortaleza tá resolvendo algumas regiões de São Paulo foi a Favela da Maré que resolveu o problema lá dentro de aquecimento com
verde de construção de cois então essa parte né ela ela precisa mesmo ciência vou colocar agora falei pô a gente também é metido para caramba É como se a gente descesse do morro com 10 artigos na Science faz um seminário e acha que fez política pública né então você tem que também ter uma simetria maior nisso mas a a crise vai ajudar eu acho que a a doença o medo de morrer é Fantástico em termos de você mudar de comportamento a gente já tá com um tempo esgotado vou começar a agradecer mas passar para as
considerações finais de vocês para terminar esse programa de uma forma otimista eu queria de vocês era mais um aconselhamento nessas considerações finais Cada um na sua área seja na saúde seja na sua área como um todo porque aí são várias né várias orientações mas talvez nessa parte de Urbanismo e arquitetura alguma alguma ação mesmo para quem tá nos acompanhando assim faz o quê eh faço o quê e principal por exemplo na saúde a a orientação de a pessoa se sentir mal e perceber isso é o clima é o calor enfim as considerações finais de vocês
mas queria realmente uma orientação para quem tá nos ouvindo Bom eu acho que é importante a as pessoas entenderem a gravidade da crise e eh fazerem demandas nesse sentido em todas as esferas se eu também professora eu também tenho eh receio que a câmara de vereadores não seja a solução Mas é ela que tem a responsabilidade de botar legislação urbanística é mas numa outra legislação vai vai ter diferença eh acredito como professor que a tendência é melhor é melhor e melhorar em relação a o posicionamento das pessoas Eu acredito muito nos jovens em relação a
a essa questão climática e ambiental de uma forma mais Ampla se nós pegarmos quem está em em cargos de liderança Qualquer que seja né eleitos ou os autos alta burocracia em Brasília não importa quem está nos cargos de liderança tem uma idade em que a pessoa passou a maior parte da sua vida sem ter esses momentos de crise os jovens eles vão viver a vida toda na crise Então eu acho que tem uma questão de resposta que vai vir em termos de uma ações mais efetivas contra a a crise climática quant os problemas decorrentes né
então acho que a tendência é melhorar eh a geração do professor que mais ou menos a minha eh a gente falhou nesse campo né Nós estamos Ainda tentando meio que mostrar pros outros que o que a gente tem de preocupação importante né mas no final de carreira e estamos lá gastando os nossos últimos esforços aí vamos dizer na próxima década um pouco mais do que isso mostrando a gravidade disso tudo mas acredito que com a nova geração a tendência é melhorar e acredito também no aprendizado na crise né no aprendizado orientado às políticas públicas a
partir de crises tem até eh eh linhas acadêmicas nesse sentido que mostram o quanto se aprendeu por exemplo em relação a uma tragédia como do Catrina né Tem vários estudos acadêmicos mostrando respostas do poder público na linha de aprendizado né a torcida é que eh de alguma forma isso seja impulsionado a partir dessa tragédia toda que tá colocado né então meu minha colocação eh assim final é no sentido eh Sim tenho esperança e não não estaria eh trabalhando ainda eu sou aposentada da Câmara dos Deputados não estaria trabalhando o tanto que eu trabalho se eu
não acreditasse que isso vai fazer diferença né dor eu vou m na sua linha viu professora eu sou um velho tô no bico do Corvo e eu vi o destoque quando né Eu acho peguei aquela história da guerra do vetin as mudanças que aconteceram no mundo e o mundo né e não era o que a gente imaginava que ia tá E com isso você fica rabujento amargo tira a esperança fura a bola das crianças quando sai no seu quintal né para para devolver você fica daquele jeito eu acho que eu não queria transmitir frustrações eu
queria transmitir esperança e porque eu acho que primeiro hoje você tem um arcabouo de soluções técnicas possíveis que é muito mais fácil uma quantidade dade muito mais fácil de você tomar e segundo vai existir uma comunidade de novos consumidores que viveu na crise ele sabe o que que é andar num ônibus longe ele sabe o que que é o sistema de saúde ineficiente ninguém Pou explicar para ele Ele viveu isso vai mudar essas pessoas e E os políticos vão entender isso e vão querer vão ter que buscar Vot invés disso e nós vamos passar por
uma crise grande vai ter um sofrimento grande mas o poder de transformação da crise é insuperável insuperável Então esse pessoal de Cambo uvo não vai querer comprar gôndula né para para andar na na praia eles vão querer que não que não inunde o apartamento que eles compraram Quem deixou fazer foi o município então o município que vai ter que resolver então acredito no poder das grandes metrópoles da sua capacidade da energia criativa que ela teve que ela tem a as nossa civilização não vai desaparecer eu acho que nós vamos ter que reescrever essa história e
para isso nós vamos ter que pagar um preço alto infelizmente para consertar vai sair muito mais caro gente muito obrigada começa agradecendo a Juliana Domingos repórter de sustentabilidade do Estadão me ajudando aqui nesse bate-papo nesse vcast muito obrigada de novo Juliano Eu que agradeço o convite sempre um prazer Agradeço ao Dr Paulo saldiva médico patologista professor de medicina da USP muito obrigada ciclista e gaitista e amante de São Paulo também e uma pessoa extremamente bem humorada vou vou entregar aqui ó dos bastidores piadista que vocês não temm ideia viu conta outras histórias pra gente ribar
bante é isso que a gente tá precisando inclusive R mais ou pôr Rivotril na na caixa d'água né na Cantareira porque seco assim tá difícil de aguentar né um projeto de curto prazo tô muito obrigada muito obrigada agradeço muito Sueli Araújo coordenadora de políticas públicas do Observatório do clima urbanista e advogada muito obrigada foi uma honra participar da conversa conversa muito rica aqui pra gente muito necessária e claro eu agradeço principalmente a você que nos acompanhou até aqui você sabe toda quarta-feira tem vodcast dois pontos do Estadão espaço onde a gente traz sempre dois convidados
que não precisam ter pontos de vista antagônicos podem ser complementares o que a gente quer é ajudar cada um a ter o próprio ponto de vista a refletir de fato sobre cada tema que a gente traz aqui curtiu gostou o seu like é super importante paraa gente compartilha esse link com outras pessoas chama mais gente para conhecer o vodcast que você sabe que realmente são sempre conversas sérias com espaço para discutir observar vários ângulos de cada um dos temas e claro aproveita aí assina O Estadão com desconto aponta a sua câmera aqui ó pro nosso
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