O que é o inconsciente né esta pergunta ela está sempre associada ao interesse que nós podemos ter pela [Música] psicanálise o inconsciente está muito associado ao nome de Freud e a própria psicanálise como um todo não há como né hoje se falar se mencionar o inconsciente mesmo que possamos né só fazer uma rápida menção ter uma rápida impressão do que que vem a ser ele mas não há como dissociá-los então são coisas muito associadas Freud nos apresenta o inconsciente a partir de várias situações mas eu gostaria aqui de destacar uma situação uma circunstância que é
muito interessante quando Freud por exemplo vai nos tar inconsciente a partir dos atos falhos o que que são atos falhos por exemplo é quando eu vou falar qualquer pessoa vai falar uma palavra e no lugar de uma palavra que eu tenho intenção de falar eu falo outra aquela palavra escapa da minha boca quando eu vou chamar a pessoa por um nome às vezes uma pessoa muito conhecida íntima muito próxima eu troco o nome daquela pessoa quando eu guardo por exemplo as minhas chaves num lugar até então muito habitual e quando eu vou lá procurar por
elas as minhas chaves não estão lá por exemplo E aí eu me pergunto onde eu puso essas chaves né então os atos falhos são esses tropeços é aquilo que rompe em mim e comporta traz para mim uma surpresa por exemplo com relação à fala com relação às ações temos diversas possibilidades de atos falhos e Freud vai nos dizer que o ato falho tem íntima relação com o inconsciente ele é uma forma de apresentação do inconsciente em nós em que sentido no sentido de nós começarmos a considerar que isto que me pega de surpresa isto que
muitas vezes pode me levar para o meu próprio avesso Eu tenho um discurso por exemplo muito bem encadeado Eu tenho um plano do que que eu vou falar e de repente eu né me vejo falando o contrário e Imaginem por exemplo a seguinte situação um rapaz que começa a se aproximar de uma moça começa né a namorar né com esta moça começa né se começa um relacionamento e num dado momento ele chama né ele aa chama pelo nome de uma outra pessoa Talvez até pelo nome da ex-namorada isso é um grande avesso né Isso é
um reviron isso é um tropeço isso então é um ato falho Freud vai nos dizer que isto que me pega de surpresa e que pode me demonstrar pode me levar a um certo avesso a ponto de eu começar a me perguntar o que que é isto que fala em mim o que que isto tem a ver comigo isto que está se manifestando em mim Isto é o quê e mais ainda que relação isto tem com comigo é por aí exatamente que ele começa a nos apresentar o inconsciente Então por Esse aspecto da surpresa por Esse
aspecto do Tropeço e isto tem muita relação também com o que depois ele vai nos propor como o complexo de Édipo nós não podemos esquecer que Édipo né o herói da da tragédia e da lenda gregas Édipo é é uma palavra que vem de oedipus idip significa ao pé da letra aquele que tem os pés inchados oedipus é portanto aquele que anda tropeçando Imaginem o que que é o andar de uma pessoa que tem um pé enchado nunca é um andar muito retilíneo nunca é um andar muito forte é um andar meio claudicante ele tropeça
então quando Freud nos diz que nós todos somos habitados somos atravessados pelo complexo de éb ele está exatamente nos dizendo que nós todos somos habitados por isto que faz com que eu manque manque no duplo sentido eu manco porque eu não ando muito bem eu ando torto e também no sentido da mancada como por exemplo de um ato falho inconsciente é Exatamente isto que me atravessa que mostra uma certa estranheza em mim mesmo sobretudo ali onde eu achava que era tudo muito conhecido muito assegurado Então nesse sentido inconsciente é um estranho que habita os espaços
mais familiares em relação a mim isso que é inconsciente o estranho que não é o estranho longin não é o estranho do lado de fora não é aquele estranho que Eu aponto e acho que estou separado dele livre dele muito pelo contrário inconsciente é o estranho que me habita E aí nós temos uma imagem a meu ver muito lúcida disto na nossa poesia na nossa língua né Por exemplo quando nós nos Lembramos de drumon e podemos pensar na pedra no meio do caminho né uma pedra que está posta no meio do caminho isto que é
um inconsciente Quando os pacientes vêm para análise eles começam a falar deles e começam a se deparar com as suas pedras no meio do caminho Pedras em relação às quais eles já tinham certo saber antes de virem paraa análise e pedras que vão curiosamente surgindo ao longo da análise tem uma pedra no meio do caminho isso é inconsciente mas notem não é uma pedra que está ali atrapalhando o caminho e eu posso portanto esperar que o bom caminho seria um caminho sem pedras a proposta de Freud sobre inconsciente É nos fazer verificar que as pedras
fazem parte do caminho el elas não são intrusas do caminho elas não são aquelas pedras que simplesmente atrapalham que não deveriam estar no caminho A grande questão é para cada um de nós como prosseguir como caminhar considerando-se que existem pedras no caminho e não esperando uma uma não não tendo uma expectativa talvez muito idealizada de que a minha vida minhas escolhas minhas trajetórias pudessem funcionar como caminhos isentos de pedras isentos de tropeços muito pelo contrário o inconsciente aquilo que está em mim e ele não se esgota então é uma pedra que sempre estará ali eu
tenho então que aprender de certa forma a lidar com essa pedra saborear essa pedra extrair consequências importantes para mim das Pedras que fazem parte do meu caminho [Música]