[vinheta ♫♫♫] Olá! Hoje nós vamos dar continuidade ao estudo da nocicepção. Ou seja, do estudo dos mecanismos periféricos, do mecanismo de transdução e de condução das informações que vão, quando chegarem, ao córtex cerebral, promover a sensação de dor.
Hoje, eu gostaria de enfatizar aspectos envolvidos com a condução, com as vias periféricas de condução da informação nociceptiva. Para esta aula, alguns conhecimentos são importantes. .
. que a transdução do sinal nociceptivo que nós já analisamos no outro dia. Conhecimentos sobre o funcionamento de sinapse, que também nós conversamos em outra oportunidade, e vias neurais sensoriais envolvidas na condução dessas informações.
Os receptores nociceptivos, os nossos setores, receptores de dor e as vias de primeira ordem. Vias de primeira ordem são aquelas na extremidade das quais estão os receptores. Então, aqui, olhando um tecido, a pele aqui com a epiderme e a derme.
Os receptores de dor estão localizados nas fibras A delta ou fibra C. As fibras A delta são fibras de calibre relativamente pequeno, e elas são mielinizadas. Mas elas são fracamente mielinizadas.
Já as fibras do tipo C são fibras amielínicas, sem a camada de mielina no seu axônio. Portanto, a velocidade de condução do potencial de ação nas fibras é relativamente lento. As fibras A delta, elas são sensíveis a estímulos nociceptivos térmicos ou mecânicos.
O estímulo nociceptivo térmico é um aumento excessivo de temperatura,via de regra. A nossa situação, acima de 45 graus centígrados os receptores de calor deixam de sinalizar calor e os receptores de dor, estes aqui. Essas fibras A delta ou C passam a sinalizar dor.
Passam a. . .
ou seja, o estímulo passa desse limiar e aciona receptores de dor. Eles são sensíveis a. .
. assim, a temperaturas altas. Assim como estímulos mecânicos, ou seja, o tato promove sensação de tato.
Mas se a pressão for excessiva, essa pressão excessiva é detectada por essas fibras e a pessoa vai sentir dor. Ou as fibras do tipo C são polimodais. O que vem a ser.
. o que significa polimodais? Significa que elas são sensíveis tanto a estímulos térmicos, mecânicos, qualquer tipo de estímulo.
Elas são sensíveis a esses estímulos e causam a sensação da dor. Ou seja, elas são um mecanismo periférico que vai gerar a dor. Essas fibras A delta, os seus receptores se localizam aqui e eles são simplesmente terminações nervosas livres ou nuas.
Essas terminações estão aqui dentro do tecido, elas não têm nenhuma. . .
essas terminações dessas fibras, a de primeira ordem não tem nenhuma especialização. Elas simplesmente são terminações do axônio que que penetram assim no tecido. Essas fibras silenciosas aqui eu vou comentar daqui a pouco.
De qualquer forma, essas vias aferentes que são chamadas de primeira ordem, porque são as primeiras. . .
as periféricas. Elas têm o corpo celular aqui no gânglio sensorial, fora do sistema nervoso central e elas penetram pelo corno posterior da medula espinhal, como qualquer informação sensorial. O corno posterior da medula espinhal, como vocês devem ter visto em aulas assim, de anatomia, ele é subdividido em 6 camadas.
O importante é que essas vias sensoriais do tipo A delta penetram pelo corno posterior e acabam fazendo sinapse com neurônios de projeção. Chamam-se neurônios de projeção, porque eles se projetam. São esses neurônios aqui que se dirigem para centros superiores, como por exemplo, para o tronco encefálico ou lá para o tálamo, eles sobem para estruturas superiores do sistema nervoso central.
Então, as fibras A delta e C fazem sinapse com esse neurônio de projeção. Esses neurônios de projeção também são compartilhados por fibras de receptores mecânicos, que são conduzidas. .
. essas informações de estímulos mecânicos. Mecânicos de tato e pressão, não mecânicos de dor.
Esses estímulos mecânicos de tato ou pressão são conduzidos por fibras do tipo A beta. A beta que fazem, compartilham neurônios de projeção para o tronco encefálico ou o tálamo. Bom, dando continuidade eu gostaria de analisar uma classificação das dores.
A dor rápida e a dor lenta. É uma maneira de se analisar a sensação de dor. E essa classificação está relacionada com os tipos de fibras de primeira ordem.
. . das vias de dor.
A nocicepção que dará origem a dor é conduzida por 2 tipos de fibras periféricas: as fibras do tipo A delta e fibras do tipo C. A diferença entre elas, as fibras do tipo A delta são mielinizadas, mas fracamente mielinizadas. Enquanto que as fibras do tipo C são amielínicas, portanto a velocidade de condução do potencial de ação nas fibras do tipo C é bem menor do que a velocidade de condução do potencial de ação nas fibras do tipo A delta.
E isso tem como consequência, que a estimulação das fibras do tipo A delta produzem uma dor rápida, de início rápido e também de encerramento. Ou seja, de finalização relativamente rápida. Já a estimulação das fibras do tipo C, por exemplo, em estímulos de queimadura, por exemplo, tendem a ter um início mais lento e uma duração mais prolongada, pelas suas características.
Características histológicas: as fibras do tipo C são amielínicas, portanto conduzem mais lentamente o potencial de ação do que as fibras do tipo A delta. Dando origem a esta classificação da primeira dor e da segunda a dor. Essas fibras.
. . normalmente são encontradas ao mesmo tempo, estimuladas ao mesmo tempo.
Então, diferenças entre as fibras A delta e C. Em relação à sinapse com o neurônio de projeção, aqui eu quero analisar e esse aspecto é essencial, nessa. .
. aula, que a relação das fibras de primeira ordem do tipo A delta ou C com o neurônio de projeção. Ou seja, com aquele neurônio que se propaga.
. . se dirigirá ao tronco encefálico, ao tálamo e depois ao córtex.
Esse é o neurônio de projeção. Eu quero analisar especificamente esta sinapse aqui, entre as vias de primeira ordem e o neurônio de projeção, ou também chamado neurônio de segunda ordem. Aqui embaixo, a gente vê o seguinte: aqui está a fibra A delta.
A fibra A delta, volto a dizer, é uma fibra relativamente fina, mas mielinizada, a condução do potencial de ação é menor do que outras, mas também é maior do que a fibra do tipo C. A fibra do tipo A delta. .
. perdão, a fibra do tipo A delta libera glutamato como neurotransmissor, o glutamato. E isso é essencial.
O glutamato é liberado por essas fibras de primeira ordem sobre o neurônio de projeção. E o glutamato é um neurotransmissor excitatório, que utiliza o cálcio, como íon principal para despolarizar a membrana pós-sináptica, para despolarizar a membrana pós-sináptica. As fibras do tipo C também usam o glutamato como neurotransmissor, como ele mostra aqui: aqui ele representa o glutamato e um potencial de ação chegando aqui, nessas fibras do tipo C.
Liberam glutamato que vai atuar sobre os receptores glutamatérgicos, que utilizam canais de cálcio. Canais de cálcio penetrando o cálcio e portanto, despolarizando a membrana pós-sináptica por influxo de cálcio. Mas as fibras do tipo C, o terminal sináptico das fibras do tipo C também sintetizam.
. . também contém, melhor dizendo, também contém substância P, que é um peptídeo.
Ele, de fato, é sintetizado como nós vemos em outra aula, lá no corpo celular. Mas essa substância P é armazenada aqui em vesículas, no terminal sináptico e essa substância P também é liberada quando o potencial de ação chega aqui, nesse terminal sináptico. Portanto, nessa sinapse aqui, eu volto a recapitular alguns aspectos que nós vimos na sinapse.
O cálcio atua tanto na célula pré-sináptica, como ele sempre faz, liberando esses neurotransmissores, tanto glutamato quanto a substância P. E o cálcio é o íon que promove, ou que desencadeia a despolarização da célula pós-sináptica, que nesse caso específico aqui é o neurônio de projeção. Então, nas fibras do tipo C.
. . nós temos 2 neurotransmissores sendo liberados ao mesmo tempo pelo impulso nervoso, que foi gerado por um estímulo nocivo lá no terminal.
. . na terminação nervosa.
. . que está aqui longe dessa via sensorial de primeira ordem.
2 neurotransmissores nas fibras C: o glutamato e a substância P. Ambos excitatórios da membrana pós-sináptica. Ambos excitatórios, mas com particularidades elétricas diferentes.
A abertura de canais de cálcio pelo glutamato gera um potencial de ação rápido. Já a ação da substância P tende a prolongar, tende a aumentar a duração da despolarização da membrana pós-sináptica. Então, o glutamato tem um efeito imediato e a substância P prolonga, alonga essa ação despolarizante da membrana pós-sináptica.
Portanto, nas fibras do tipo A delta, a quantidade de potenciais de ação na membrana pós-sináptica é constante pela liberação do glutamato, e sempre excitatório, sempre despolariza. No caso da fibra do tipo C, há uma amplificação desse sinal, e esse sinal se prolonga mais pela ação da substância P. Então, esse peptídeo, nessa sinapse entre o neurônio de primeira ordem, um neurônio de projeção é muito importante na transmissão das informações e as nociceptivas.
Conclui-se daqui, que a sensação de dor gerada pela estimulação das fibras do tipo C tende a ser mais prolongada, e via de regra, mais intensa do que a estimulação pelas fibras do tipo A delta. Tipos de receptores para a dor, ou os nociceptores. Então, uma outra classificação de dor.
Há várias maneiras de se classificar a dor. Então a dor pode ser nociceptiva, que é, via de regra, desencadeada lá pela lesão tecidual, como nós vimos numa outra oportunidade. Ou seja, os estímulos nociceptivos são aqueles que tendem a lesar o tecido, que efetivamente promovem morte celular de parte do nosso corpo.
Ou, a dor nociceptiva também é gerada por um processo inflamatório localizado lá no local da lesão. Ou seja, o processo inflamatório, na verdade, pode ocorrer independente de uma lesão. A gente pode ter uma inflamação sem ter havido uma lesão.
Em ambos os casos, nós temos a sensação de dor. As chamadas dores neuropáticas têm este nome por que elas são ocasionadas, causadas pela injúria. Ou seja, pela lesão de fibras nervosas periféricas, diretamente.
Quando a gente lesa uma fibra nervosa periférica, nós podemos ter, normalmente se tem, o que se chama dor neuropática. Por exemplo, a infecção por um vírus do herpes zoster causa uma dor muito importante, e isso é por uma lesão das vias nervosas. .
. assim, comprometidas por essa doença. Então.
. . essa segunda parte aqui do slide, nós tínhamos visto lá no início.
Os nociceptores são terminações nervosas livres ou nuas de fibras do tipo A delta, ou fibras do tipo C. As fibras do tipo C são sensíveis a vários tipos de estímulos nociceptivos, de várias modalidades. O que eu gostaria de comentar são.
. . que é o de conhecimento bem mais recente, que são essas fibras do tipo C, elas são fibras do tipo C e elas são chamadas de receptores silenciosos.
Por que eles são silenciosos? Eles. .
. esses receptores silenciosos, que são fibras do tipo C, eles são receptores acionados pelo processo inflamatório. Ou seja, eles não são acionados diretamente pelo estímulo original, por exemplo, por uma lesão ou por um estímulo mecânico.
Eles são acionados pela consequência inflamatória daquela lesão inicial. Todos esses mecanismos aqui, como nós temos visto. Já vimos em outra oportunidade, tendem a amplificar o sinal.
Tendem a aumentar ainda mais a quantidade de potenciais de ação gerados aqui na periferia, que se dirigem lá para o sistema nervoso central e finalmente, quando chega em áreas de processamento central, a pessoa tem a sensação de dor. Ou seja, todos esses mecanismos aqui tendem a amplificar a sensação de dor. Bom, nesta aula, o que nós vimos foi a existência de 2 tipos de fibras nervosas de primeira ordem, que conduzem os impulsos nervosos.
É originado nos estímulos nociceptivos. As fibras do tipo A delta, que é da origem. .
. que se chama dor rápida, e fibras do tipo C que dá origem a dor lenta ou tardia. Deve-se dizer nesse momento, que no nosso corpo não existem locais exclusivos só com fibras do tipo A delta ou só com fibras do tipo C.
Elas estão misturadas, há áreas onde se encontram mais fibras do tipo A delta, outras em que se encontram menos fibras do tipo A delta. Ou. .
. e mais do tipo C. Ou seja, a relação entre elas muda um pouco, conforme a área do corpo.
Mas elas estão. . .
expressas assim, em várias. . .
em todas as partes do corpo. Então, o principal neurotransmissor das vias A delta e C, na sinapse com as vias de projeção é o glutamato. Isso é muito importante: o glutamato é o neurotransmissor excitatório entre a célula pré-sinática e pós-sináptica da sinapse da via de primeira ordem com o neurônio de projeção.
As fibras do tipo C além do glutamato, também liberam substâncias P, e essa é uma das causas da continuidade da dor. Ou seja, do alongamento da sensação de dor originado da estimulação de fibra do tipo C. Por isso elas são.
. . dor lenta ou tardia.
Bom, era isso que eu gostaria de ver.