o olá eu sou a suzi eu sou filósofo a professora da ufpe abc eu vim aqui falar sobre o atílio bebê mais especificamente sobre o necro política mas no fim das contas a gente acabou falando sobre muitas coisas foi ótimo tá aqui foi terapêutico quero que eu tenho para dizer espero que vocês gostem de ouvir o nosso bate-papo nós levantamos muitos problemas e não apresentando solução para praticamente nenhum deles mas foi muito bom oi pessoal bem-vindos mais uma vez ao nosso quem somos nós se você quiser ter acesso a todas as conversas que a gente
já fez vai no quem somos nós ponto com.br escolhe a plataforma que você preferir hoje a gente ainda conversa sobre o pensamento descolonial aqui com a gente para falar sobre o pensamento do camaronês historiador filósofo e professor de harvard é bem bi e a sua necropolítica a doutora e mestre em filosofia pela unicamp suze piza e e aí oi quem é você eu só suzy sou mãe inconformada eu sou filósofa sua mãe eu sou uma brasileira é isso que prefiro o que que é que quer dizer inconformada e eu acho que para mim a minha
maneira de olhar o mundo sempre muito muito crítica muito questionadora muito muito na margem sempre com uma perspectiva muito de inconformismo de questionamento isso atravessou a minha vida como um todo no não tem a ver só com a formação acadêmica já é anterior e aí acabou interferindo no tipo de filosofia que eu escolhi estudar também mas acho que eu tenho a ver bastante com que eu sou não só com que eu faço né tem bastante a ver o que você escolheu filosofia primeiro acho que foi ela que me escolheu você quer dizer isso e eu
comecei a fazer nas redes sociais que e foi por um acaso você sempre gostei muito de ler comecei a fazer a faculdade de redes sociais e lá uma apareceu um professor que apresentou a filosofia e por isso foi capturada por por ela mas eu acho que a gente não escolhe a filosofia assim é uma área difícil exige muito da gente você praticamente passa a vida estudando porque a gente se dá bem profissionalmente nessa área do mundo bem pequeno infelizmente consigo trabalhar me sustentar com esse trabalho mas eu sei que é um privilégio isso não é
são poucas pessoas que conseguem então acho que não foi uma escolha nessa escolha implica um pouco numa certa racionalidade assim meu não eu tive contato com isso e não consegui parar de fazer isso desde então e eu não vejo também só como uma profissão eu não paro de fazer filosofia o tempo todo eu nas férias eu tenho que me obrigar não ficar lendo filosofia então acabou que sendo a forma de vida mesmo então acho que ela que me pegou tá e quando você falar eu escolhi um trabalho e filosofia meio à margem nem sei o
que que você quer dizer com isso então eu acho que essa é a minha postura de muita de inconformidade com o mundo e de questionamento me fez que com que assim na própria filosofia eu esteja na margem sempre então o no geral o filósofo ou a filósofa e tem uma formação clássica europeia eu também tive porque isso não tem muito como escapar né dentro da nossa formação nós faculdades mesmo currículo ele é todo é praticamente em cima dos grandes clássicos e eles são europeus e alma europa inclusive bastante restrita né então os autores que são
selecionados para você estudar e até que eu tamanho do bem nisso se eu tava estudando isso você que me gostei muito de estudar gostava tudo mais mas não ter sei e já era minha segunda faculdade apareceu um professor que começou a questionar justamente a universalidade desse pensamento e a partir daí eu dei uma virada radical assim eu já tinha uma postura de muita crítica então assim dentro dessa formação clássica eu tava sempre mais à esquerda do que a direita eu tava sempre mais compensadores que era um pouco mais radicais que não eram tão com for
mistas mas eu ainda tava dentro do jogo digamos assim mas quando ele chega esse universo é ocidental sou eu tava na margem dentro do jogo né e ele trouxe esse questionamento eu lembro que assim uma das aulas que ele deu era perguntando para gente se a filosofia era universal o que para gente na época era um susto porque nunca ninguém tinha questionado uma coisa dessa a gente achava que sim que era né ou se era universal universal que era filosófico ele jogava esse questionamento para gente querendo brincar um pouco com a ideia se une é
um recurso ideológico da própria filosofia para convencer todo mundo que aquilo que ela disse de ser feito a universo todo né quando na verdade diz respeito à pouca gente e aí depois do choque porque assim isso dói escutar essas coisas né mas quando a gente leia o cliente falando sobre ética o raio ele falando sobre angústia mesmo estando em são paulo são bernardo do campo a gente acha que é com a gente aquilo se não você não tem nenhuma identificação com aquele texto lá então quando alguém chega para você fala que uma coisa que você
estuda há dez anos não é com você não então a minha com você né não é que não é com você não é também até ser com você isso é é isso esse é o ponto não é que não é necessariamente aí tem uma outra questão que é o suficiente às vezes é com você as vezes não é com você mesmo e às vezes é contra você acho que foi a sua casa você naturaliza e você naturalizou como universal é isso mas acho que o ponto talvez depois mais para frente que começou mais me incomodar
começar a descobrir que tinha muito ali que era contra amigo a isso me pegou de novo foi um novo choque e aí você escolheu então aí eu resolvi fazer um jogo duplo porque se sente duplo eu vou fazer a gente dupla na filosofia é porque não tem emprego para filósofo latino-americano ou africano no brasil porque os grandes departamentos são tomados pela filosofia europeia e eu já tinha uma boa bagagem filosofia europeia então eu continuo estudando filosofia europeia eu faço as duas coisas mas eu comecei a estudar filosofia latino-americana e suja lá atrás na graduação então
primeiro foi filosofia latino-americana depois surgiu as epistemologias do sul e aí eu abri bastante né não só filosofia sociologia tal e depois da filosofia africana e depois um pouco de tudo isso começou a se chamar aí o pensamento a colonial depois de deus colonial agora de colonial então começa a gente já discutir o resultado de deus colonial de colonial eu vou passar tá bom porque isso é uma bagunça ou com acadêmica entre os seres humanos normais como eu e todo mundo que nos assiste os dois pontos mais faz sentido é velho tá beijo exatamente exatamente
e aí na africana né que é onde a gente vai ficar aqui que é uma coisa que a gente tem pouco acesso né na verdade a latino-americana também mas tá mais perto né de alguma maneira e africana a gente ter pouquíssimo acesse e tem um cara que é super importante que é sobre ele que a gente vai falar talvez o mais importante da áfrica não sei mas eu também conseguiu ou pelo menos o mais conhecido é mais universal vamos chamar usando a outra usando o mesmo truque mais universal da áfrica da aula oi nego babá
você jeito que também eu consegui uma projeção ocidental para a filosofia africana ele faz o jogo duplo também e é é mais ou menos isso europeia e ele também pensa e com isso ele foi conseguindo o espaço institucional reconhecimento e aí os livros são publicados e fez muito bem é por isso que a gente conhece eu não tenho nada de errado não não tem nada então eu acho que nem falei o nome dele que eu aquile e ele não sei nem se foi ele que colocou esse nome ou pelo menos isso o conceito de necropolítica
sim o que é isso então é dele esse é muito importante falar tu acha que a tua pergunta já ela é excelente porque na filosofia por exemplo a gente dá muita importância para isso não filósofo cria conceito tarefa nossa fazer isso e ele é um filósofo então ele fez a tarefa dele seja ele criou um dispositivo que ajuda a gente é a p o espaço extremamente complexas ele parte de um conceito do fukkoku eb o política e só que ele vai dizer que o conceito do folclore não é suficiente para avaliar situações específicas como as
que ele quer avaliar então ele vai parte do fogo não nega foi o olho não disse que o conceito não é importante vamos falar o quê que abriu foi por isso para depois pensar na minha com ele primeiro vão o bill e depois né legal então assim ou ficou tem toda uma tradição de pensar o poder então é a temática dele e num dado momento da vida dele ele resolve pensar um pouco como que o poder passou por uma metamorfose digamos assim história que ele tá sem pensa no poder na modernidade mas dentro da modalidade
ele vai avaliar uma mudança específica que é quando se descobre a população como alvo do poder porque assim vaso aumento da obra dele ele fala do corpo como alvo do poder a criança como alma do poder o doente psiquiátrico como algo do poder numa obra o cimento da biopolítica ele vai falar sobre a população com alto poder e a esse trabalho não ficou é super importante porque vai mostrar como que a a vida passa a ser gerida pela política a uma gestão da política e esse texto vai discutir já o neoliberalismo comecinho do neoliberalismo não
é porque é uma discussão ainda muito inicial ficou mais nos começo dos anos 80 né eu brinco até que ele nem viu o neoliberalismo como a gente deu sorte ele não servisse hoje coitado dá até dó né ele não viu nada mas enfim ele já já conseguiu antecipar várias coisas e ele pensa então nessa forma é um poder específico para as populações gerenciar a vida das exatamente o os né das tudo vacinação onde as pessoas vão morar controle de natalidade então são políticas que você faz e que define as escolhas que definem a existência das
pessoas cabeça dele o política e na vírus uma grande lição de biopolitica tem várias coisas que a gente poderia discutir sobre isso então precisa dá para ter uma ideia um pouco do qual que é o terreno que que o bebê vai fazer ele vai dizer o seguinte então não é o suficiente para entender populações que foram colonizadas e não é o suficiente para entender sociedades complexas como as que a gente vive agora então quer dizer ele já tá muito à frente do fogo ficou morrendo no começo dos anos 80 né viu o neoliberalismo nascendo bem
betado tá vivo você está discutindo isso agora e aí ele vai inventar esse conceito pensando numa necro política portanto te vejo um biopoder um necro poder e vai trazer para gente notícias tristes de serem escutar o nome já é horroroso anexo a política se já tem medo já tem medo de saída né do que vem é uma política ou um vermelho e vai denunciar que a política é gerida por nenhuma racionalidade positiva digamos assim e que na verdade a política usar a morte para fazer a gerência daquilo que lhe interessa você já a morte passa
a ser a forma da gestão da política matar ou deixar morrer e isso não aparece como uma anomalia aparece como projeto porque eu acho que a gente já sabia que a política mata nós sabemos por conta não é ovo o que o ocidente não aprendeu ainda talvez nem com bebê né porque até não foi tanta gente assim que ainda parou para pensar sobre isso é que isso é um projeto que isso não é um problema de um sistema não é não é uma efeito colateral isso é essa é a proposta e ele vai acrescentar um
dado e aí sim vem essa dimensão de ser uma filosofia negra ou seja de ser um filósofo africano que ele vai mostrar o seguinte que o racismo acaba sendo o a dor dessa maneira como a morte vai ser administrada ou seja essa sociedades elas vão essa essa política ela vai ser gerida de tal maneira que vai precisar do racismo para você definir quem morre quem vive como morre e como vive onde morre e onde vive e aí quando você começa a ter contato com essa reflexão aí eu poderia dizer ele certamente não viu mas a
gente vê o brasil e isso é uma coisa talvez por isso que o bebê tenha chegado tão forte no brasil porque ele tá falando de uma perspectiva sim né de um africano que conhece a experiência da colonização só que a gente aqui no brasil tem essa experiência muito clara não é muito então tem uma alive nos estados unidos ele tá nele vão chamar meio americano exatamente ele tá dentro de uma situação entendo que é melhor que a nossa pode o cômico é muito curioso ver como que essa estrutura que ele criou ajuda a gente a
pensar nossa situação e provavelmente ele mesmo não tem essa admissão apesar de claro conhecer o brasil mas deve conhecer de maneira superficial então eu tenho dois duas dimensões aí é você pensar na morte como projeto né e a partir daí você pega horroroso então esposo é horroroso existe mais um projeto racional sim entendi sim como entende que eu tô falando para você colocar como um projeto que se alto faz pelos interesses um projeto racional de administração administração da morte e do limbo também né para o estudando um pouquinho para poder conversar com você para não
ficar tão ignorante parece que tem assim também administrar as pessoas no limbo não deixa elas nem muito vivas nem muito mortas que isso faz que é pensado para acontecer e também é porque quando você cria uma uma geração de trabalhadores para dormir dentro de caixote de entrega de comida você cria isso né é que eu vou projetado aqui não fala assim é que parece tão tão cruel é tão um nível de crueldade tão alto que fica mais fácil você entender isso como um defeito e não como entende né como um defeito do sistema que não
se acertou você olha lá assar na noruega eles resolveram isso não sei quem eles resolveram em outros países na europa mesmo de uma maneira geral agora menos mas estava mais resolvido e tal então é um de nós não fica mais fácil achar assim nós não conseguimos ainda fazer direito por isso que tem isso do que simplesmente fala é pensado para ser assim só nossa é difícil não é admitir difícil agora sim tem tem uma alma atrás a tentar bem bem dentro da própria filosofia então aqui ele acaba se apoiando em autores que a gente na
tradição da filosofia política já vem estudando que é por exemplo tem um filósofo italiano que é o agamben ele já vem discutindo isso há algum tempo não especificamente em relação à necropolítica mas ele dá outra dá uma base né para gente a pensar tudo isso de uma outra forma e acaba dando apoio para o bebê dizendo o seguinte a gente tem muitas ilusões em relação a democracia e em relação à racionalidade também porque a gente pensa ela moralmente boa né então isso foi plantado na nossa cabeça gente não consegue se livrar de isso mesmo que
a realidade nos digam o contrário todos os dias né a gente talvez seja difícil suportar de outro jeito essa né no sentido talvez seja muito difícil suportar exatamente o que a gente não consegue mas também fala se você olhar a história das democracias recentes ela é uma história do estado de bom então as democracias contemporâneas elas funcionam exceção caso vez qualidade então trump um bolsonaro como como presidente não é não é normalidade não então só que isso não é exceção porque quando você tá ativamente quando você vai observando as sociedades ocidentais que acontece muito então
quando você vai vendo grandes guerras grande genocídios sejam esses né que a gente ponto ou a historicamente como relevante ou aqueles que a gente ignora como os nossos aqui brasileiros não é exceção então pensa no caso brasileiro né genocídio da população negra isso essas são sua normalidade e nem é de agora né você poderia dizer não mas você é porque agora não agora não vejo desde essa fica difícil entendeu não é exceção esse é o ponto então a democracia funciona com o dispositivo genocida não dá medo você fala isso e qual é qual é a
alternativa e ativa a democracia não é quando fala assim parece assim não então a democracia a democracia gera isso de novo tem países que não né talvez a gente precisaria eu tive um professora muitos anos maior medo de falar é eu só vou inclusive na época agora horrorosa para falar isso exatamente eu sei não finge que não falou é assim a gente é muito eu brinco site muito binário né a gente pensou é democracia ou é a ditadura né e na verdade não existe são essas maneiras a gente poderia inventar tão grande nas formas de
organizar nossa vida social mas eu tive um professor que me influenciou muito que ele falava a gente precisa desativar democracia democracia por si só não é o suficiente você tem que a desativar então sim essa democracia que a gente tá falando tem que ser bom ela é uma democracia o que ela não democracia neoliberal ela mandei o meu cras ia da micropolítica é uma democracia dessa democracia que a gente tá falando que não que a gente não quer mais e a democracia só que a gente qual é a democracia que a gente quer botar um
lugar outra né então isso é importante quer dizer precisaríamos pensar em alternativas ao mesmo tempo continuar lidando com um termo tão genérico né dizendo não a questão é salvar a democracia ponto final né ela também tem isso então a gente precisa de fato adjetivada e filho que a gente quer para não cair nessas nessas confusões ontem mesmo tava falando com sobre isso com os alunos a gente parte de um de experiências empíricas democráticas a gente cria conceito da democracia depois a gente queria ideia sobre democracia e parece que hoje a gente trabalha com significante meio
vazio assim quer dizer nós temos pessoas muito diferentes defendendo democracia então parece que tá na hora da gente entrar num acordo do que que és o que que é isso que a gente tá defendendo então tem alguma algum consenso tem não tem no sentido de liberdade de opinião o inep não como funcionamento mas assim democracia como sua capacidade de se expressar livremente vá minorias a melhoria não está submetida a maioria eu acho que essas coisas mais vezes né se você for usar o básico né do estado de direito você consegue ir mas você consegue rapidinho
exatamente mas nós não estamos vivendo no estado nem isso eu não tô aí a questão é como que a democracia dentro do estado de direito admite o aquilo que não é permitido no estado de direito esse é o grande problema é essa brecha que o agamben pega e o bebê também pega porque como que a democracia o estado de direito definido instaurado aceita aquilo que não cabe no estado de direito então mas é difícil porque e se a democracia aceita diferentes opiniões e é isso mesmo o pneu que é bom hitler foi eleito tá certo
possuem os outros exemplos e deu também foram eleições tá certo então como é como impedir né acho que não é difícil de eu acho que democracia é tem esse defeito amor não sei se é defeito a palavra falava que tinha que ter uma definição mínima né então por exemplo a eleição deve ser respeitada sem a menor dúvida porque formalmente ela é um ela é adequada e ela garante portanto não representação mínima defender a tortura dentro da democracia você não pode não pode também é que a gente não tá respeitando isso é esse é o ponto
então assim isso no liberalismo você já tem o norberto bobbio como ela não foi muito interessante para isso ele discutiu muito isso né que fala até aí tem que ter as regras mínimas do jogo e as regras mínimas do jogo é o seguinte sim a gente e são não importa quem for só que é o seguinte tem que se respeitar as regras do jogo não tem que respeitar a minoria espera ó e monte de outras coisas aqui mas essa complicação agora essa essa acho que essa linha onde o bebê vi ela é muito forte justamente
porque ela acaba é como se ele trouxesse exemplares nas sociedades colonizadas por que na verdade ele fala das sociedades contemporâneas mas ele tá mostrando uma estrutura que é colonial então a sociedade colonizadas elas trazem a marca da micropolítica por que que que ele discutir ele discute por exemplo não santo soberania num regime em que a morte é o projeto quem tem poder é quem define quem vai morrer viver que ela é mais né e e no fim então quem é o soberano o soberano não tem nada a ver necessariamente com quem foi eleito o soberano
quem vai decidir quem vai morrer ou não e aí nesse sentido poderia ser a milícia e não o representante público que segue a constituição angra é isso ele joga isso para nós no ensaio pequeno né um texto e livrinho é um foi escrito para ser um artigo mas que funciona muito bem mas é curioso eu acho que tem o impacto do texto porque é um texto acadêmico o diálogo com vários autores mas tem um impacto para nós eu acho que isso é um é algo muito interessante como que o público brasileiro lidou com com tudo
isso porque justamente a o bebê tem um outro livro que eu gosto muito inclusive que a crítica da razão negra o título forte aí sim eu trabalho mais né mas mais robusto e e nesse livro ele justamente tematiza o tema da raça e do racismo que dá subsídio inclusive para pensar na na política o esse livro crítica da razão negra ele vai mostrar o como que a sociedade que foram colonizadas e a maioria delas inclusive as que foram colonizadas e depois foram escravocratas né específica mesmo raça não só né somos o maior exemplar maior inclusive
quantitativamente como usar o país que mais mas sequestrou né é continuam com a mesma estrutura então é como se fosse ainda uma sociedade de senhor de escravos na maneira como as coisas funcionam não isso não é uma democracia então você vem aqui de novo a gente o que que nós estamos chamando de democracia então na verdade eu acho que quando a gente critica tudo o que está acontecendo no fim das contas a gente ficar desesperadamente defendendo a democracia só que a gente tá defendendo uma ideia né de uma coisa que não necessariamente está sendo implantada
a gente tem alguns instrumentos então nesse olhar a gente tem alguns instrumentos de democracia mas não somos uma democracia né acho que isso é meio claro né só não é isso não acho que não tem mensagem eu sou muito ser formalmente na porque essa é melhor do que o que era antes ou não nesse sentido porque às vezes nem formalmente a gente conseguir muitos do império para república foi um golpe tá certo entre vários golpes vários ditadores vários o seu que lar a gente tava um bom tempo não tanto tempo mas é um bom tempo
desde a constituição de 88 formalmente tentando entrar em alguma coisa democrática vai pensar nesse período de 88 para cá eu acho que a gente teve momentos nesses últimos nesse tempo demais respeita as instituições que a gente tem agora mas não então mas sim ao sem dúvida assim gente já foi pior que eu tô querendo dizer assim não antes da restituição é a gente já foi pior né a gente nem sae.ava ideia de exatamente tentar mas não tinha nem eleição direta ele propõe como romper quer dizer esse pensamento os escravocratas sei lá como é que nesse
livro a crítica da razão negra a primeira coisa que ele vai trabalhar até unicamente é o seguinte ele vai dizer que que seria essa razão negra a razão negra é o discurso que o branco europeu colonizador né não é a ideia de um branco identitário qualquer branco é o branco é o colonizador diz sobre o negro ou seja é o discurso que o colonizador criou sobre o negro que ele vai chamar de delírio de ficção é bem interessante que recorre muito a uau discurso inclusive da psicanálise são delírios são ficções né são discursos que não
tem muito sentido porque são cheio de estereótipos e como sobre os indígenas mental desde que desde que você diz personalize o outro exatamente aquela coisa bem estereotipada né bastante superficial e que precisaria fazer um exame nesse discurso porque o que acontece apesar de não parecer muita coisa o discurso eles legítima as ações de opressão ou seja a legitimação simbólica é o que sustenta o que a gente vive não é ela que provoca a opção mas se você não tem uma rede discursiva que você fale ah mas é assim mesmo e é claro que essa pessoa
não poderia dar em outra posição você poderia ter uma ação que interferir e naquilo então na crítica da razão negra ele trabalha muito inclusive seguindo pouco essa linha do cocô de que você não tem como mudar uma estrutura de poder se você não fizer uma mudança profunda no discurso e aí ele faz uma uma uma proposta e foi uma de uma crítica nesse discurso essa essa esse falso discurso sobre o negro esse discurso sobre raça o que é uma outra excursão isso é mais complicada porque na verdade o que a gente teve no brasil nos
últimos anos foi um fortalecimento muito grande dos movimentos e fim identitários usando o conceito de raça até como forma de conseguir minimamente né disputar espaços tão mas a gente se é só um recurso político porque nós somos nós não são porque não é um tiro no pé não sou então não é o que ele não certo né então na verdade você acaba se utilizando de um discurso que foi usado criado por outra conta então tá bom então quer dizer que você tá dizendo que eu sou assim então tá eu sou assim e eu quero ser
assim e agora a gente vai jogar nesses termos né mas ele entra nessa discussão inclusive quase aqui de uma análise do discurso mas não é um filósofo inclusive como como muitos filósofos que se colocam com essa tarefa de apresentar uma proposta concreta eu acho que no necro política o netropolitan um tapa na cara né é aquela hora de você falar nossa então eu acho que para nós brasileiros de uma agora então mas a questão é esta se ser parte assumindo então que ele tá certo né começa nem sabe se foi o word viram notícia entender
não sei se tem essa sensação mas permanecem para mim que eram ser ignorante a hora que eu chego não lhe para conversar com você foi bom aí agora faz o que com isso não sei que você entende que eu tô falando claro eu acho que assim a gente a gente tá com problemas demais né e a gente tá se sentindo eu vejo isso inclusive no meu meio entre os colegas de que alma falência já aparato teórico para lidar com tantas situações problemáticas ao mesmo tempo então tem sido cada vez mais difícil você pensar em soluções
para tantas coisas na ter acontecido a gente já tinha problemas gigantescos e nos últimos anos se agravou muito mais mas eu acho o seguinte faz parte do processo o reconhecimento do problema a gente não não tem disso não era e o pior que eu acho que talvez seja o grande problema não há um reconhecimento o que poucas pessoas consideram isso como verdade né e mesmo que não tem site maneira tão rebuscada como uma articulação da gestão da política como na política o próprio genocídio nego não é reconhecido e tem dados estatísticos sobre isso mas ele
ia falar do enfim vai se é falado com bastante frequência mas por alguma razão que fala não quem é mais assassinado é jovem negro e teria ele irmão isso não é um dado escondido vamos assim não é mas é pelo contrário se fala toda hora vou ter um 30 mil mover não 50 mil mover no brasil o brasil onde se mais mata é mais por alguma razão e isso passa em branco então e parece que faz parte desses mecanismos que a gente tem de defesa de não enfrentar os o que nós somos e tem outras
coisas que são muito graves e nesse sentido o bem bem outros filósofos africanos e afro-brasileiros também brasileiros tem ajudado muito a o brasil o atual brasileiro ele ainda não usa a raça como recurso epistêmico como recurso para produzir conhecimento nem os intérpretes do brasil fizeram isso se você pegar os grandes intérpretes do brasil a maioria vai pegar portugal portugal é o nosso começo portugal é aonde tudo começou mesmo para pensar nos problemas é por conta de portugal que não sei o quê por conta de portugal que nós temos enfim problemas de corrupção é por conta
de portugal que a política só que na verdade a gente tem um fato histórico que a escravidão que é muito maior resolveu me falado mas não é mais falado mas ainda é muito pouco você tem essa em poucos pensadores conseguiram um prazer né uma quase como uma notícia cria um abalo na na academia conseguem atingir um pouco mais é o grande público mas eu penso que ainda falta levar a sério isso porque é como se nós não tivéssemos ainda pensado na eu posso falar não eu tô olhando o começo errado e enquanto eu não consegui
olhar a importância disso eu não vou perceber que a gente ainda tá numa sociedade escravocrata eu acho que não vê a população negra morrendo ainda tem a ver com isso apesar desse reptil estatisticamente que tem uma questão estatística também que a estatística te coloca um pouco distante olha aí uma questão de comunicação né só morreu 30 mil morreu 30 mil ou cinco é muito parecido não sei se entendi você falando que não tá morrendo aqui né eu não sei que tá morrendo aqui eu tô vendo lá na televisão que tá então isso também fica um
pouco distante fica distante tem essas escolhas né que são feitas parece que também que a gente escolhe a tragédia com que a gente também tem mais facilidade para lidar hoje de manhã morreu mais gente no brasil por conta da chuva do que ameaça do coronavírus ma o vírus tá mas quando mais a preocupação porque talvez que seja um pouquinho mais longe e aí eu possa é difícil entender esses mecanismos que novo escuta tem tudo isso mas e parece que isso é o que a gente tá trazendo aqui é importante de pensar porque hoje cada vez
mais quem trabalha com política também estudou psicanálise se não é não é coincidência né a gente não consegue só entender pela teoria política o que tá acontecendo não dá não e pela racionalidade também estava questão também logo eu vou voltar para comunicação de novo porque se é as decisões não são racionais então não não saber disso é um problema não saber que as decisões não são racionais e o bem bem vai dizer a política não é racional e essa matéria que tá micropolítica digita explicitamente e nós ainda acreditamos que ela é mas qual é a
alternativa esse eu entendo exames que você tá falando alternativa fala assim é irracional e o que eu me posiciono como é esse foi exatamente assim que eu pensei free tá bom eu admito que ela tem uma parcela e racional vamos chamar assim a política as coisas e tal é mas se eu aceitar que a política irracional ponto o que eu faço mas agora você entende assim o que eu faço eu acho que é a e essa falta ele falar boca então então é mas isso tem muita gente que reclama dos filósofos vocês falei aí não
nós não tem eu faço com isso se a política irracional e política no sentido amplo né que a gente tá falando aqui nem eu faço o quê então se não tem sentido se não tem uma racionalidade mas tem várias entendeu para mexer aí acho que assim a primeira coisa é quando a gente fala que não é racional você poderia desmontar uma mentira uma farsa que foi criado o que é o seguinte quando se concebe a política como racional você precisa o ponha uma noção de um ano também racional problema começa aí claro que você cria
um aninho que não existe em lugar nenhum e cria um mundo para ele e um projeto político para ele bom esse humano não existe o mundo que ele tava e eu também não existe o projeto também não funciona ok então a gente sabe que isso é mentira o que a gente vai fazer com isso é outra coisa mas isso não existe então a gente também não tem muita alternativa porque não é isso agora vamos pensar o seguinte se eu quero pensar no projeto político que nós estamos aqui e nós vamos viver juntos isso parece que
tá dado certo então precisamos de um projeto político o caminho talvez fosse justamente começar a pensar nova mesmo se eu não sou então esse humano racional que que eu sou né porque o finn necessário não precisa ser a neta política porque eu não preciso pensar um claro não sou racional claro então não claro claro concordo na verdade humano em princípio não é nada ele ele não é um só ou é tu ou é qualquer coisa ele não é bonzinho racional ele também não é o outro então a política não precisa ser uma necessidade ela foi
contingenciado pela história inclusive criada pela própria racionalidade moderna ela é uma consequência da negação da irracionalidade é isso eu acho que ela é uma consequência é levanta as consequências da racionalidade moderna porque o capitalismo traz muito da racionalidade moderna então mas eu vou voltar lá mas o marxismo também é racional vamos chamar assim né e é um instrumento de compreensão da sociedade e funcional então assim ele também parte do pressuposto da racionalidade não é então a gente tem dois moderna também caminhão é tem dois sistemas que partem do ser humano racional vovó se a gente
nenhum dos dois deu muito certo do ponto de vista prático e tal de das pessoas viverem melhor né cada um com seu defeito cada um com seus problemas não importa não não tô falando como instrumento de filosófico né porque a gente faz de novo eu quero voltar para isso eu não sou racional os instrumentos racionais que a gente tem não estão dando conta é né eu me assumi como irracional também como irracional não sei o que fazer com isso mas eu não sei o que fazer com isso né é porque a gente sente um momento
no brasil no mundo exceto muito tenso tudo muito esquisito etc qual é a solução que qual é a solução todos nós que você tem que dar solução tá nós quais são as ansiedade é uma cidade sua bom legal ótimo isso aqui não esse instrumento não tá funcionando mais esse instrumento tá funcionando mais eu não sou assim lá nós não a e agora mas eu parti parti do seguinte princípio assim até pelas minhas pela manhã a trajetória eu próprios estudos da filosofia latino-americana foram me dando algumas convicções ao longo do tempo eu tenho retomado elas já
bastante se nos últimos meses principalmente a gente precisa tentar encontrar alguma algumas alguns lugares para se segurar a gente está no momento que tá muito difícil conseguir esse justamente porque é tudo muito rápido eu tô num despacho que você não consegue nem pensar tem algumas coisas que eu acho que a gente poderia tentar encontrar como você falou em relação a democracia tem alguns consensos então gente se encontrar alguns consensos né é um ponto importante e a gente se encontrar algum consenso em relação ao humano um deles e eu acho que isso é uma coisa que
seria extremamente importante é entender que a gente precisa viver junto as pessoas eu não sei se as pessoas não tem certeza sabe isso vai aprender mas se você for pensar como espécie um humano nunca viveu sozinho ele é sempre com o colocado como um ser social gente aprende na escola e assim é uma pensa lá no básico coçando bolsa já nasceu da barriga de alguém não foi e essa pessoa que no caso foi a sua mãe precisou de um homem para você existir não teve outro jeito ou seja quando ela hoje não 3 até aí
sim mas não quer dizer social espírita o bicho que é assim também e não funciona não é isso social é mais alguma coisa que você mostre que assim a nós temos essa existe esse comum e se alguma coisa que é com o outro se isso é uma base se nós não somos indivíduos isolados porque assim tem uma tradição hoje que defende que somos isolados e isso pode ser definido por que qualquer projeto político vai passar por aí somos também isolados né não tem uma solidão é intrínseca a cada um você não é e também ao
mesmo tempo que você convive você também não tem uma solidão que é sua e mas é isso é guarda uma certa interioridade mas isso não significa que você não precisa de ver com outro né que você tenha laços que estamos dos dois mas eu acho que isso essa decisão ele é super importante e eu acho também o seguinte se você chegar à conclusão que somos isolados não precisa ter projeto político nenhum e aí é cada um por si deus para todos eu sempre falo isso bárbara e absoluta é isso se você acredita que somos indivíduos
isolados para que esse política para que conversar primeiro nessa tentação centro começamos já começamos o nosso nosso construção do nosso castelo você percebe pizzaria fazer um processo de dizer o seguinte ok estamos pensando em alguma coisa que possa fazer a gente viver melhor a gente viver bem é esse o propósito o propósito então vamos tentando construir esses consensos porque eu acho que a grande confusão hoje ela tá aí então não se trata só de ter um posicionamento em relação claro a maneira como a política tem sido conduzida para isso certamente a gente vai ter que
ter uma resistência concreta porque a operação é concreta não vai adiantar simplesmente a gente teorizar mas quando a gente pensa num projeto para o futuro para os nossos filhos pros nossos netos esse projeto o grupo política foi projetado por alguém isso é muito importante a gente pensar a gente pode projetar alguma coisa melhor eu acho que a gente esquece disso o neoliberalismo foi projetar ela não é natural das então eu entendo o que você quer dizer se a gente conseguiu ir para cá então a gente consegue para lá também se quiser nos anos 60 sentaram
a um grupo de filósofos inventado neoliberalismo numa mesa ele ele se inscreveram negócio os livros estão aí até hoje para as pessoas estudarem e depois esses projetos que nem era o que eles pensaram tá porque certamente mudou depois lógico do foram para muito pior já era já não é na minha você não era perfeita mas mudou para pior então o pior foi foi para os laboratórios foi para chile do pinochet né primeiro grande laboratório mas enfim foi para outros laboratórios o e foram desenvolve um deles até acompanharam no meio de perto assim para ver como
é que a coisa aí mas hoje foi criado tudo que a gente vive foi criado só que esses projetos e nem sou bem bem ou ficou ajuda muito né como é que você cria um discurso e depois ele vira a verdade né ele passa a ser naturaliza exatamente e a essa essa forma da gestão da morte né ou seja você fazer política por meio da morte é já tá cada vez mais se generalizando no brasil isso já é uma realidade e e vai saindo cada vez mais que é mais fácil olhar quando fosse a o
hitler fez isso e o fica mais fácil você colocar como uma uma aberração é né assim né e sentei já vão acontecer o cara era louco ele fez isso pensado vô vai depois e não é que não acreditar é difícil encarar que isso seja colocado como uma estrutura política exatamente em sada para acontecer assim agora de um momento de exceção como uma guerra entender né e essa questão do racismo que o bebê traz é muito bem de mostrar o como que ele é um regulador quer dizer o bebê e outros tantos filósofos africanos fazem isso
aí brasileiros parar de pensar o racismo só de uma dimensão moral a gente só pensa racismo como uma admissão que é super importante claro é mas a gente já faz isso né mas pensar no racismo do ponto de vista político a maneira como ele funciona com o melhor fera como dispositivo porque na verdade ele é muito eficiente aí um criador em que sentido ele organiza como se você pensasse por exemplo que você tem um funcionário dentro de uma empresa que é obrigado por fazer por exemplo toda a regulação da de uma produção ou criar um
regimento para que um determinado em uma determinada instituição funcione é no sentido de regular mesmo como se fosse um regimento institucional ou jurídico com todos os passos o racismo é isso ele funciona para tudo ele interfere na legislação trabalhista e interfere na maneira como a construção da cidade funciona a gente faz planejamento territorial com o racismo no brasil ele é um regulador ele organiza a vida de todo mundo ele estabelece desde padrões que é que a gente já conhece que são estéticos vão morais mas ele estabelece também toda uma série de divisões a sociedade quando
o bebê traz a questão da micropolítica ele vai dizer estabelece também que morre quando morre como morrem então ele acrescenta uma dimensão a importante é como se ele funcionasse como um grande dispositivo e nesse bom mesmo aquele que não é racista ele se beneficia muito disso e talvez por isso que é melhor gif sobre o é difícil encarar é isso aí às vezes também como é que você vai né porque assim se você for levar o racismo muito a sério mas muito a sério mesmo na assim às últimas consequências você não consegue ter uma pessoa
limpando a sua casa oi e aí a sua vida fica difícil porque você precisa trabalhar porque você precisa de alguém para ajudar você a cuidar da criança copiar o sal fizer lá o que então como que a gente faz isso pessoalmente eu tô falando eu tenho um ser humano né como ser humano claro que a gente tem limite geral apesar de que não necessariamente a empregada vai ser negra mas não está chamando o legal é que tá jogando racismo nos somente cor não necessariamente no brasil é a falando estrutural é o racismo negro mas percentualmente
né isso até o branco também tem o racismo branco ateísmo pobre tá certo brasil ele consegue e o bem bem fala disso no na crítica da razão negra o pobre se torna o negro é o dever negro no mundo fala então nesse sentido o brasil não merece uma situação um ano atrás assim que eu conversando com uma aluna numa aula porque você imagina a quantidade de problemas e situações que hoje em dia a gente tem na sala de aula e essa conversar sobre essas coisas e aí aluna começou a falar umas coisas estava incomodada com
a aula e tal e não dá do momento eu perguntei para ela ser empregada dela era negra né e aí ela parou parou parou parou e falou acho que ela é acho só que ela demorou uns três minutos para dar nossa sabia aquilo para mim foi assim sabe aquelas coisas é presente de aula entendeu porque foi muito interessante ela não sabia porque na verdade não faz naquele caso não faz muita diferença tava também presença real da pessoa é nem sabia quem era a pessoa que ela era branca por exemplo como eu sou eu acho que
ela era como se fosse negra mas assim mas não há dúvida que o pelo fato do nós temos sido e a o nosso nossa história para atravessada por isso né pela pela escravidão e é dos africanos e por para a gente não ter conseguido se livrar dessas frutas até hoje porque o fato das kadam não é uma passado acho que isso é uma coisa que os intelectuais não falam muito pouco a escravidão não é um fato do passado e se a gente não lembrar de todo dia a gente esquece de olhar né o que que
tá nossa avó o livro do laurentino gomes escravidão foi um best-seller é ruim o primeiro acho que é ele é nesse sentido eu acho que é um é um assunto que a lilian shox também tem falado bastante sobre isso a mídia tem falado mais subir talvez seja um passo a gente se do ponto de vista teórico e você pode fazer exercícios simples né a gente faz muito escuro estudantes quais são as características de uma sociedade escravocrata aí você levanta não pensa só na formalização da escravidão é não é isso só vamos pensar nas características gerais
da que os escravos os escravizadas moram e como que eles vivem tipo de roupa que eles usam é né o quê que eles que eles ali como que se ele se alimentam com que eles trabalho né então se levanta tudo isso é como que eles vivem o tamanho da lugar na pensa em tudo isso levanta ótimo agora esquece o lugar onde aconteceu né supostamente isso na época e começa a variar agora e aí você vai ter uma surpresa muito diferente exatamente esse a isso é um pão ponto importante e aí na crítica da razão negra
o bebê traz muito essa essa discussão não quer dizer de tentar mostrar o quanto que é importante a gente se dá conta disso e mas fica nesse ponto filosoficamente ele é muito parecido com o cocô ficou é a mesma coisa é um é um analista do presente é um próprio ficou falar minha tarefa fazer diagnóstico do preservada uma vontade de bater porque e daí eu fico angustiado e dane-se qual que é a sua ideia até onde você por aqui o nosso podia dizer para você o seguinte eu já fui eu tô aqui nós tipo agora
problemas eu como problema seu né então é isso é uma coisa que fica exatamente essa sensação sua bom um e para onde que vai da onde que a gente sai existe experiência de sociedades escravocratas que conseguiram sair disso médio estados unidos mas não saiu né entendeu pois é seus agora eu acho que é só tô perguntando excelente pelo acho que pelo seguinte nós temos que ser essa experiência né quem melhor do que nós né me mostra me esquecer esse lugar porque nós somos o exemplar nós deveríamos nós somos nós que temos essa tarefa histórica porque
ninguém fez mais isso do que a gente né o criou-se uma falsa uma falsa história de que a as pessoas que foram sequestrados vinham de outras relações comerciais para cá saiu uma obra agora por um pouco tempo não vou lembrar o nome do autor agora mas ele prova de várias maneiras que noventa e cinco porcento dos navios negreiros que chegaram aqui saindo daqui o ou seja saíram do brasil e te buscar viu isso na boca com ela era um beijo nesses importante tese mas não só para os brasileiros lá na inglaterra ganhar dinheiro com isso
com certeza era era mercadoria exatamente uma mercadoria legado tratada por um gado né então isso tá tá sendo reproduzido agora de várias formas né em várias modalidades a gente vê acho que esse último ano em são paulo não 2020 né mas pegar agora de 2019 para cá quando a gente olha a configuração do trabalho na cidade é assustador né tem a quantidade de pessoas que tá entregando o cigarro de bicicleta na casa das pessoas ou uma coca cola né pra ganhar um centavos numa entregas em direito trabalhista sem nenhum tipo de proteção isso é trabalho
que só falo análogo à escravidão para poder dormir melhor então está acontecendo no mundo né é claro tá aí eu não fui eu foi inventado aqui é tá então tá acontecendo nós estamos copiando só alguma coisa que já vem acontecendo no mundo que é precarizar o trabalho mas você ver é o como o a gente tava falando do neoliberalismo que é um grande não tema que o bebé discutir muito é diferente você tem o neoliberalismo aplicado numa inglaterra ou na do que você tem numa sociedade da américa latina a mesma coisa você tem precarização do
trabalho mundo todo né então a questões da onde da onde está começando essa precarização né na inglaterra né com um lugar que você teve durante muito tempo o estado de bem-estar social montado é uma coisa que ela vai cair orar com certeza mas não vai nem chegar aqui no nesse nível você vai precarizar o trabalho aqui onde você nunca teve mais estrutura mínima de proteção então é um mundo inteiro tá fazendo assim exatamente só que a gente cima melhor a gente já oi gente já tava saindo eu acho que tem um tem uma potência sim
mas é uma coisa que eu queria falar que eu acho que é bastante importante até mesmo em termos de produção de conhecimento eu não sei se assim as pessoas têm a dimensão do quanto demorou para ter um filósofo negro falando isso é muito raro não tinha nenhum nem um pouco tinha mas não era ouvido não é um vídeo que tinha tava fazendo filosofia na sua casa ou dentro da sua faculdade ninguém obri gava dimensão né ninguém publicava a essa visibilidade não é para esse tipo de trabalho e o bebê nesse caso encontre os caminhos para
fazer esse mas nós até nos outros que não fizeram mesmo mesmo tipo de processo que ele fez não tão institucionalizado e conseguiu também o franz fanon que morreu muito jovem tem poucas obras mas tem hoje também uma visibilidade muito grande né o mesmo caminho né bebê conseguiu a visibilidade pela pela qualidade da obra mesmo e nesses últimos anos agora a gente viu uma avalanche de produções com surgiram as feministas negras e vim hoje a gente tem uma uma diversidade muito grande mas eu não imaginava ver isso na filosofia achando que não ia ver achava que
ia ficar para a próxima geração porque ela é sempre foi uma área a filosofia e no geral boa parte das ciências humanas mas a filosofia em especial é isso nem era discutido não é nem que falava assim ah eu não vou falar sobre esse lojas imaginava que era possível ter simplesmente dizia se isso não é filosofia ponto final né e isso com a filosofia latino-americana africana então nem pensar né não uso mais filosofia no aliás com a filosofia oriental também é isso é sabedoria não é filosofia e essa era uma forma simpática de dizer que
era sua mão na a mais mas não considerar é não é tão bom quanto o que a gente faz aqui então um pensamento que que é pretensamente universal mas que foi produzido por uma parte muito pequena da europa né que praticamente é a alemanha frança inglaterra e grécia e uma grécia ela atrai uma cidade travesso sei que não é um pedacinho também muito pequeno e que essas nem a grécia também que quando você vai olhar de onde é não sei o que vai emagrece que ia mas não importa né nesse caso porque eu sólida é
um pouco beber falando aqui fica da razão negra lida com a ideia não é moída com a concretude e então isso foi uma grata surpresa assim eu acho que é uma é um aprendizado moral muito importante hoje quando eu vejo filósofos dos grandes departamentos falando entendeu aprendendo nome falando apresentando a teoria chamando a pessoa em um congresso para falar é um grande aprendizado moral porque de fato parecia que era uma reprodução em como ciente desse nesse colonialismo o eterno né e eu imagino que com isso a gente vai ter muito mais coisas que agora sim
né que devem aparecer nessa academia não tem que transbordar para a vida real deveria deveria fiz até um um uma uma atitude mais clara de se colocar para as pessoas isso aqui é um pouco isso sim é certo assim é de tentar puxar para o dia a dia os pensamentos todos os pensamentos mas assim eu acho que isso é usar não academia também mas no caso a gente também acha que vale não vale a pena se você como a ciência se troca a ciência não tem que se colocar ainda é para as pessoas porque hoje
se reclama um pouco as pessoas a consciência as pessoas tô perdendo a crença na ciência estão perdendo a crença na academia seja ela e o que for então mas não tá na hora também da gente estender a mão a gente não porque eu não sou cabelo mas na academia estender a mão para as pessoas e flora você não quer me compreender também claro eu não tenho linguajar não tem um formato hermético feito para isso é igual médico né que eu falei hoje umas palavras usa umas palavras aquele médico eu uso máscara você nunca sabe o
que tá acontecendo porque você não consegue fazer exatamente não tá na hora de parar com isso também assim eu sou totalmente favorável acho que você produz quando eu conheço esse produto crescimento preparar aqui é outra não produz conhecimento sozinho você produz conhecimento com todo mundo né para as pessoas e com todo mundo mas a gente falava dos vários tipos de racismo tem racismo acadêmico tem racismo epistêmico essa distinção como se ah ah não eu sou o cientista e aquele grupo é o senso olá eu sou o filósofo e aquele grupo não é pior não é
ações como aquele ep é um é um degrau né uma é uma uma uma hierarquia isso é profundamente é um prejuízo muito grande para todo mundo eu acho que todo mundo tem pensado muito nisso né as universidades estão sendo atacadas de várias maneiras e no meio do processo de defesa academia tá pensando em tudo isso é super importante acho que o todos os momentos de grandes crises são momentos para a gente ir pensar as universidades elas elas têm é muito envolvimento com as comunidades porque você tem extensão que você tem oferecimento do serviço de sete
e tal mas é curioso que assim muito foi feito nesse sentido então por exemplo eu produzo conhecimento eu ofereço conhecimento para você e isso é ótimo mas falta ainda fazer junto produzir junto e tem muita coisa para acontecer e eu espero que aconteça né que a gente possa até ter espaço para fazer isso mas essa corrente das epistemologias do sul e aí o boaventura de sousa santos é o que deu força para esse para esse grupo que hoje é gigantesco né tem gente no mundo inteiro ele ele acabou criando um conceito né que ele chama
de sul global ele fala todo lugar que de alguma maneira sofre com capitalismo com o colonialismo ou com patriarcalismo na verdade que sofre com os três normalmente eles vêm próximos é isso vem junto né e sociedades que são cruza ou sociedades ou até cidades porque ele fala às vezes você tem um país que não mas dentro daquele país um levanta terminar da cidade uma determinada região é subalternas né então é bom conceito é bem flexível e então esse esses povos do sul global e tem intelectuais e esse pessoal ele começou justamente a pensar em formas
de produção de conhecimento que valorizasse a produção das comunidades e ao mesmo tempo a relação com a academia e eu acho que justamente por conta desses trabalhos também que a filosofia africana conseguiu em serviço é porque tem muito da filosofia africana que não chega até nós porque tem coisa que é inalcançável mesmo por ser de uma cultura muito distinta mas acabei me que não tem por que não chega né isso aqui é curioso tem umas coisas malucas assim porque a gente traduza o pensamento europeu a vida toda né e e muitas a maior parte dos
pensadores africano escreve em inglês porque se ele escrever de outro livrinho é exatamente ele tava coisa mais fácil do mundo você poder pegar um texto desse fazer contato lê e traduzir para que as pessoas têm um tem um contato então não havia de fato nenhum tipo de impedimento a não ser racismo é só que é difícil falar sobre isso porque aí você tá fazendo o quê acusando a academia como um todo na conselho errado é isso não é racismo mas eu acho que às vezes não é nem sempre é pensado nem todo o racismo é
pensado muitas vezes ele é inconfessado ele é inconsciente e você mas isso não significa que o efeito dele não já vejo seja menor claro mas é racismo e a pessoa pode até não saber mas é um processo é importante mas é um filósofo potente e seria bom ter elo mais no brasil porque acho que a gente tem umas ideias para trocar com ele entendeu acho que a gente poderia dizer algumas coisas para o bebê que ia ajudar a complementar e o quadro da macropolítica a gente tem muita experiência nisso eu costumo brincar com isso né
pessoal vai estudar vai estudar estado de exceção né que a política vai estudar o agamben vai estudar o local schmidt para ajudar na área de por causa do totalitarismo eu falo ali aqui né o brasileiro não precisa disso né a gente tem muita coisa aqui para poder pensar em tudo isso é um bom momento para gente fechar quem você acha que nós somos quem somos nós e eu tô lendo os meus alunos agora um filósofo alemão chama peter sloterdijk que eu não não compartilho das ideias dele mas eu gosto de usar com os meus alunos
autores que não necessariamente eu concordo que o ano a discussão bacana na sala de aula né e aí ele ele usa um áudio definição exatamente mas ele usa duas características do humano que eu concordo totalmente assim ele fala nós somos dentes com uma abertura biológica gigantesca que faz porque a gente possa ser praticamente tudo e uma ambivalência moral infindável bom então eu gosto muito dessa definição assim eu acho que isso fala muito da gente assim essa abertura biollo nossa temos vinculação com a natureza mas ao mesmo tempo elas não ela não nos determina e a
gente poderia ser qualquer coisa e essa ambivalência moral que a gente começou a nossa conversa hoje falando sobre isso então eu acho que somos isso esses dentes e [Música] e aí e aí