sou e roçada resumão de hoje é sobre quarto de despejo da carolina maria de jesus chega é legal foi uma ficha técnica do livro então é o gênero e é um diário o subtítulo inclusive é diário de uma favelada portanto uma auto-biografia certo outra coisa importante é que nesse tipo de obra o narrador é o autor e personagem da obra beleza então narrador é a própria carolina maria de jesus qual é o espaço o espaço é uma favela em são paulo a favela do canindé que hoje inclusive não existe mais o tempo o tempo é
de 55 até 1960 tá e o estilo de época nós podemos chamar de literatura contemporânea porque ela não se enquadra ela não se encaixa e nenhuma escola propriamente dita tá certo bom vamos aos dados biográficos da carolina maria de jesus ela nasce em minas gerais ela é uma pessoa extremamente pobre tá certo ela é praticamente uma autodidata frequenta o 2 anos de escola e ela aprendeu a ler nos cadernos e revistas livros que ela achava na rua quando catadora de papel também quando era empregada e hélia na biblioteca quando era permitido ler na biblioteca dos
eventuais patrões que ela tinha tá certo lá pelos anos de 48 ela se transfere lula vai para são paulo e vai em seguida se fixar nessa favela do canindé e vai construir ali o seu barraco tudo bem ela vai ter os filhos nela tem três filhos de três pais diferentes um é o joão josé de jesus o mais velho o outro é o josé carlos de jesus e a caçula a vera eunice jesus de lima tá certo o livro como que nasceu esse livro cara é um jornalista chamado audálio dantas ele estava fazendo uma matéria
não a reportagem lá na favela do canindé e de repente e houve uma mulher brigando com a outra se perto dele e ela falando assim é se você não sei o que fizer isso aí eu vou colocar você no meu livro a ele ouve isso colocava o seu livro e ele vai lá falar com ela a cara que que lhes devolve meu livro e ela disse eu sou escritora poeta ele se sente bastante impressionado com aquilo surpreso aí vai no barraco dela e ela mostra pra pra ele cara se lava em 30 40 cadernos manuscritos
né cadernos que ela achava na rua tirava o que tava é preenchido e ficava com as folhas brancas e bailar e mostra o cara esses inscritos é que vão virar o livro chamado quarto de despejo diário de uma favelada beleza ele vai ser publicado em 1960 e vai ser um best seller vai fazer muito sucesso ele vai ser traduzido pra 13 línguas é ele vai depois ser referência para estudos sociológicos é estudos culturais é entretanto esse esse sucesso da carolina maria de jesus foi muito passageiro foi muito efêmero logo em seguida ela vai gravar um
lp tem até no youtube que também dá pra você ouve editar york carolina maria de jesus e um lp que ela gravou algumas músicas que ela também compunha tá certo e ela não consegue ter o mesmo sucesso na seqüência ela consegue ganhar algum dinheiro né ela comprou uma casa de alvenaria ela sai da favela ela tenta lançar outros vivos mas nenhum vai ter o mesmo impacto desse livro é inicial da sua carreira ela publica casa de alvenaria na que é a casa para onde ela se transfere saem da favela e depois pedaço de fome ela
vai é faleceu em 1977 com 62 anos de idade e e o dado auto-biográfico interessante é que a sua filha a velha nice vai se tornar professora tá ela não conseguiu na estudar e tudo mais mas ela deu é educação para pelo menos um dos seus filhos se tornar uma pessoa formada e professora legal né bom vamos as características desse livro que é um dos mais pedidos em vestibulares do país inteiro aí tá a um resgate da literatura dessa mulher forte cima dessa escritora tão singular dentro da nossa literatura brasileira como lá então essa obra
é bastante singular porque porque a visão de dentro você tem alguns outros autores que tematizaram a pobreza por exemplo o aluno devedor com o cortiço que tem até um vídeo aqui que eu gravei recentemente o próprio castro alves que falava sobre a situação do do escravo do negro mas eles estavam é numa visão de fora eles não eram pobres eles não eram é o excluído o oprimido é essa mulher tem uma visão que dentro da parada da ok hum essa ilha agora é bom ela é uma papelada que vai falar da sua situação de dentro
da favela isso é muito importante outra coisa né olha que que singularidade e olha que quebra de expectativa de quebra de estereótipo velho olha sequência ela é uma mulher negra pobre mãe solteira favelada catadora de papel catadora de lixo e completa ea essência do que qualquer palavra que vem aí que você imagina viciada drogada carreira não escritora está entendendo que dá aos estereótipos aí né porque que uma pessoa se não pode escrever não pode ser uma grande escritora é o caso a outra é essa questão da revisão anual da líbia antes alguns disseram que é
ele mexeu bastante para 1 20 cadeiras 30 cadernos de diário aí ele fez uma edição a disseram a ele mexeu ele inventou essa história aí vem um manuel bandeira faz lá uma crítica disse essa história poderia até ser inventada mas essa linguagem esse discurso ninguém poderia inventar então essa escrita de uma mulher chamada carolina maria de jesus com o carimbo do manuel bandeira eo audálio editou cortou algumas coisas sim mas a linguagem a literatura é dessa mulher beleza outra coisa importante essa linguagem é muito singular porque ela é ao mesmo tempo simples e rebuscada ela
tem palavra que descreve de maneira errada ortograficamente ela escreve lá educada com i por exemplo mas ao mesmo tempo ela escreve paa parágrafo nestas de fúnebre lá ela escreve leito ao invés de escrever cama está entendendo então o mesmo tempo ela tem linguagem simples oral com erros ortográficos dada a deficiência de repente né as lacunas da sua formação intelectual mas ao mesmo tempo ela também usa termos rebuscados como tépida né pra falar da água que a água não estava nem quente nem frio estava né é muito legal né é mais uma característica livro é a
denúncia social que essa obra vai é trazer né do da violência que ela reclama da favela é do sexo que o pessoal faz na frente das crianças da miséria da fome portanto é uma obra de denúncia social é o só tem que tomar cuidado na violência tentem casal brigando casal tem bebida mas não tem alusão a crimes como tráfico facções criminosas uso de drogas como hoje existe nas favelas está a comparando é até mais suave do que nós encontramos hoje mas não deixa de ser uma realidade a ser denunciada os seus amores ela não é
uma mulher que é acredita muito amor mas ela vai se envolver com um vizinho lá chamado senhor manoel um outro cara muito malandro é o cigano que até parece que tem uma um pendor de pedofilia e quando apercebe se afaste do cara e o pai da vela que paga uma pensão para ela fosse não vou colocar o nome dele porque não é ele é casado e daí o tempo da narrativa o tempo vai de 55 a 60 eu falei com lapsos cuiabá os temporais não é todo dia que está escrito ali né tem o mês
de junho de 55 têm em 58 de maio a dezembro em 59 de janeiro a dezembro em 60 o dia 1º de janeiro apenas e aqui eu faço uma comparação com o mito de sísifo que o mito de sísifo é aquele cara que foi castigado pelos deuses a todo o dia fazer a mesma coisa rolar uma pedra morro acima e quando terminava a pedra rolar no outro dia de novo o mesmo trabalho é o que a carolina tem que fazer todo dia um trabalho desse tipo porque ela acorda de manhã ela esquenta a água ela
faz um café lá e ela vai catar lixo catar é é papel essa nessas coisas pra comprar comida para seus filhos e no outro dia vai fazer a mesma coisa tanto que o dia que ela menos gosta é o final de semana né é ao sábado em que dela tem que trabalhar dobrado porque domingo tem é - coisa pra catar e não podem ver de beleza a e não é só ela que esse tipo todos são sítios dentro da favela todos estão condenados as mesmas cenas a as bebedeiras a violência na as crianças expostas a
isso e assim por diante essa essa rotina que se repete tanto que o primeiro eo último dia são iguais ela fala no primeiro dia do diário acordei e esquentei a água por aí o catar papel e alimentar meus filhos e o último dia é a mesma coisa é o primeiro dia do ano é o último dia do diário mas vai acontecer a mesma sina beleza a outra característica é a importância da educação por mais que os filhos sejam pobres ela quer que estejam na escola vai várias vezes levar a criança à escola lembrar que tem
escola a consciência social que ela apresenta na sua plenitude ela se acha bonita sendo negra a ela tem uma consciência política também ela fala do jânio era prefeito de são paulo juscelino que era o presidente do brasil o adhemar de barros que é o tchan em governador de são paulo e ela faz uma crítica a esses políticos e pra fechar a metáfora do livro o que é o quatro de despejo o quadro seja a favela o centro é a sala de jantar onde está tudo chique bonito e limpo ea favela é o quarto de despejo
e onde joga o que ninguém quer o que ninguém quer ver o que ninguém quer ter contato esses são os favelados e pra finalizar a última característica a questão da metalinguagem ela fala que está escrevendo um livro e esse livro é a forma dela resistir dela continuar lutando pela sua sobrevivência a sobrevivência dos seus filhos é essa é carolina maria de jesus uma das mais importantes singulares escrituras da nossa literatura e esse é o seu quarto de despejo de água e uma favelada espero que vocês tenham gostado do vídeo curto e com pat compartilha vem
com a gente aí e até o próximo falou galera