Pouquíssimos acontecimentos ganharam lugar na história com o nome de sua data. E muitos são marcos nacionais, como o 4 de Julho, a independência dos Estados Unidos, e o 7 de Setembro, a do Brasil. Mas o século 21 começou com uma tragédia: que se tornaria conhecida assim globalmente: o 11 de Setembro.
Um dia impossível de esquecer. Sou Camilla Veras Mota, e esse é mais um capítulo da nossa série especial 21 notícias que marcaram o século 21. O nome se refere ao dia 11 de Setembro de 2001, quando os Estados Unidos sofreram o maior ataque a seu território desde o bombardeio japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941 na Segunda Guerra Mundial.
Na manhã daquela terça-feira de setembro, no comecinho do século 21, quatro aviões comerciais americanos foram sequestrados na costa leste do país. Dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York; um se chocou com o Pentágono, sede do Departamento de Defesa, na capital Washington, e outro caiu numa área desabitada no Estado da Pensilvânia. Ao todo, 2.
977 pessoas foram mortas, além dos 19 sequestradores dos aviões. O 11 de Setembro é considerado o ataque terrorista com o maior número de mortos da história. E mudou, em vários aspectos, os rumos do mundo.
Mas antes de falar sobre os antecedentes e as consequências, vamos relembrar o que aconteceu. O relato dessa terça-feira fatídica começa aqui no Aeroporto Internacional Logan, em Boston. São 7 e 59 no horário local, e o voo AA11, da American Airlines, acaba de decolar com destino a Los Angeles.
Nele, viajam 11 membros da tripulação e 81 passageiros. Entre eles, cinco sequestradores comandados por este homem: Mohamed Atta. O líder da operação.
Apenas 15 minutos depois da decolagem, às 8:14, Atta e seus homens tomam o controle do Boeing 767. Depois de virar para o norte, colocam o avião em direção a Nova York. Enquanto o sequestro do voo 11 tem início, outro avião decola no mesmo aeroporto de Boston: o 175, da United Airlines.
O mesmo modelo, um Boeing 767, e o mesmo destino: Los Angeles. Dentro, estão nove membros da tripulação e 56 passageiros. Cinco deles, sequestradores.
Apenas seis minutos mais tarde, decola o terceiro avião, desta vez de Washington. É o voo 77, da American Airlines. Um Boeing 757 com seis tripulantes e 58 passageiros a bordo, entre eles cinco sequestradores.
Com qual destino? Los Angeles. Foram escolhidos voos que iam para a costa oeste, do outro lado do país, porque eles teriam os tanques cheios de combustíveis para a longa viagem.
E com isso, fariam mais estragos. São 8h24. Há três aviões no ar com cinco sequestradores cada um, mas apenas o primeiro está nas mãos deles.
Mohamed Atta, que está no controle do voo, decide mandar uma mensagem aos passageiros, mas erra o botão e manda uma mensagem via rádio, que está gravada: Enquanto os sequestradores do primeiro voo tentam acalmar os passageiros com uma mentira, "estamos voltando ao aeroporto", o quarto avião decola de Newark, que serve a região metropolitana de Nova York Outro Boeing 757, o voo 93 da United Airlines, com destino a San Francisco. São sete tripulantes e 37 passageiros, incluindo quatro sequestradores. Exatamente nesse momento acontece o segundo sequestro.
Eles tomam o voo 175, da United, e o conduzem para Nova York, onde segundos depois ocorre a primeira colisão. São 8h46 de 11 de setembro de 2001. O voo 11 da American Airlines, pilotado por Mohamed Atta, atinge a torre norte do World Trade Center.
O avião entra pela face norte do edifício, entre os andares 93 e 99. A confusão nesses momentos é total. Ninguém entende o que pode ter acontecido.
As TVs de todo o mundo começam a transmitir, ao vivo, estas imagens: uma das Torres Gêmeas, um símbolo global, em chamas. Mas ainda tinha muito por acontecer. Poucos minutos depois, os sequestradores do voo 77 da American Airlines, que saiu de Washington, tomam o controle do avião, dão meia-volta e retornam para a capital.
Tinham se passado 12 minutos desde a colisão da primeira aeronave. São 9 horas e três minutos quando todo o mundo vê, pela televisão, um segundo avião se chocando contra a outra torre. O voo 175 da United bateu, de frente, entre os andares 77 e 85.
Naquele momento, o presidente George W Bush estava em uma visita a uma escola da Flórida. Pouco antes de entrar, ele havia sido informado que um avião tinha se chocado com o World Trade Center. Mas dois minutos depois, esta imagem entraria para a história.
Seu chefe de gabinete, Andy Card, informou o presidente com as seguintes palavras: "Um segundo avião atingiu a segunda torre. Os Estados Unidos estão sendo atacados”. Bush levou 24 minutos para se dirigir à população em um discurso televisionado.
O que ele não sabia é que apenas um minuto antes, às 9 e 28, um quarto avião acabava de ser sequestrado. Oito minutos depois, às 9 e 37, um terceiro avião se chocaria contra outro ícone dos Estados Unidos. Desta vez, o Pentágono, sede do Departamento de Defesa.
Símbolo do poder militar do país. Não havia nenhuma dúvida de que os Estados Unidos estavam sob um ataque coordenado, e que qualquer avião poderia ser usado. Por isso, foi decretado o fechamento do espaço aéreo do país.
E ordenou-se a aterrissagem de todas as aeronaves. Enquanto isso, as duas torres seguem em chamas em Nova York. A Torre Sul, a segunda a ser atingida, não consegue suportar o dano e colapsa completamente.
Apenas 56 minutos depois do choque do avião. Enquanto uma nuvem gigante de escombros se espalhava pelo baixo Manhattan, na Pensilvânia o voo 93 da United, o último dos quatro que continuava no ar, cai num campo do município de Stonycreek. Segundo as investigações, o objetivo dos sequestradores era atingir o Capitólio.
Mas como ficou público mais tarde, os passageiros souberam em ligações telefônicas o que tinha acontecido em Nova York e se amotinaram contra os sequestradores. Cerca de meia hora mais tarde, às 10 horas e 28 minutos, a Torre Norte, a primeira a ser atacada, também desaba. Meia hora após o mesmo acontecer com a outra torre e pouco mais de duas horas depois do início de toda a operação.
No fim da tarde, um outro prédio do complexo World Trade Center, o 7 WTC, também desabou. Sua estrutura não aguentou o abalo sofrido pela destruição das Torres Gêmeas. Entre as vítimas fatais dos atentados estavam centenas de estrangeiros, número que nunca foi determinado com precisão, já que muitos tinham dupla nacionalidade - eram cidadãos tanto americanos como cidadãos de outro país.
Mas cerimônias oficiais chegaram a falar em "mais de 90 nacionalidades" representadas entre os 2. 977 mortos. Três deles eram brasileiros: Anne Marie Sallerin Ferreira, Sandra Fajardo Smith e Ivan Kyrillos Fairbanks Barbosa.
Trezentos e quarenta e cinco integrantes do Corpo de Bombeiros de Nova York, que tentavam resgatar pessoas que estavam nas torres, também perderam suas vidas nos desabamentos. Além dos mortos nos atentados em si, o 11 de Setembro faria centenas de outras vítimas, incluindo aquelas que estavam lá para salvar vidas, como bombeiros, policiais e profissionais de saúde. Os desabamentos geraram fumaça com diversos materiais tóxicos e até mesmo cancerígenos, como chumbo e amianto, liberados principalmente pelos desabamentos.
Anos depois, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos estimou que cerca de 400 mil pessoas haviam sido feridas ou expostas a materiais tóxicos no 11 de Setembro. Até o fim de 2018, mais de 2 mil tinham morrido de doenças associadas à exposição a materiais perigosos naquele dia, principalmente de câncer. O restante do dia 11 de setembro de 2001 foi marcado pelo caos no transporte aéreo americano.
Os voos comerciais ficaram suspensos nos Estados Unidos por três dias. Monumentos, atrações turísticas e sistemas de transportes ficaram fechados e o país, em alerta máximo. Quando os voos foram retomados, a preocupação com a segurança era extrema, e transformou o setor aéreo.
Foram introduzidas normas de segurança que até então não existiam e são mantidas até hoje em aeroportos do mundo todo. Entre elas, estão: Entre elas, estão a proibição de entrada com líquidos na bagagem de mão, já que podem conter algum tipo de explosivo; A necessidade de passageiros separarem objetos pessoais, como cintos e sapatos, na passagem por equipamentos de raio-X no aeroporto, antes do embarque; E protocolos para dificultar a entrada de pessoas não autorizadas na cabine dos pilotos. As investigações começaram imediatamente.
Um ponto de partida foi uma mala pertencente a Mohamed Atta encontrada no aeroporto de Boston, e que continha dados do egípcio e de seus companheiros. O FBI, a Polícia Federal americana, rapidamente apontou 19 sequestradores, que estavam distribuídos em grupos de cinco em cada avião, com exceção do voo 93, tomado por quatro. Atta, identificado como o líder operacional dos atentados, pilotou o primeiro Boeing a atingir o World Trade Center.
Dos outros 18 sequestradores, 15 eram sauditas, dois eram dos Emirados Árabes Unidos e um, do Líbano. As autoridades apontaram o saudita Osama bin Laden, líder do grupo islâmico extremista al-Qaeda, como o idealizador dos ataques. Naquela época, Bin Laden já era o mais perigoso e conhecido militante islamista do mundo.
Ele estava na lista dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI pelos atentados a bomba contra as embaixadas americanas em Nairóbi, no Quênia, e Dar es Salaam, na Tanzânia, que deixaram mais de 200 mortos em 1998. Bin Laden vinha defendendo publicamente ataques contra alvos americanos. Ele tinha conclamado os muçulmanos a participarem de seu movimento por meio de dois fatwas, mensagens proferidas pelas lideranças religiosas a seus fiéis.
Segundo a revista americana The Atlantic, Bin Laden publicou sua primeira fatwa em 1996, produzida meses depois de ele se instalar no Afeganistão O documento de 30 páginas, chamado "Declaração de Guerra Contra os Americanos Ocupando a Terra dos Dois Lugares Sagrados", Bin Laden escreveu: "O povo do Islã sofreu com a agressão, a iniquidade e a injustiça impostas sobre eles pela aliança judaico-cristã e seus colaboradores". O principal motivo apresentado por Bin Laden era a presença de tropas americanas na Arábia Saudita, onde estão as cidades de Meca e Medina, sagradas para os muçulmanos. Essa presença começou em 1990, quando os sauditas permitiram a entrada dos americanos para lançar a guerra que expulsou as forças iraquianas de Saddam Hussein do Kuwait, e continuava naquele ano de 1996.
Dois anos depois, em fevereiro de 1998, Bin Laden publicou uma nova fatwa, desta vez assinada em conjunto com outros quatro líderes associados à al-Qaeda. A "Declaração da Frente Mundial Islâmica por uma Jihad contra os Judeus e os Cruzados" reforçou o chamado por uma guerra global contra os Estados Unidos e seus aliados visando alvos tanto militares como civis. Os dois documentos foram publicados pelo jornal Os dois documentos foram publicados pelo jornal Al-Quds Al-Arabi, baseado em Londres, e enviados por fax para muçulmanos em todo o mundo.
Ou seja, os atentados de 11 Setembro eram uma espécie de continuação da guerra conclamada por Bin Laden e sua al-Qaeda nos anos 1990. Mas foram também uma forma de atingir os Estados Unidos diretamente e em alvos estratégicos, tanto no campo econômico quanto político. As Torres Gêmeas de Nova York simbolizavam a força do capitalismo americano, enquanto o Pentágono e o Capitólio representam o poder político da maior potência do planeta.
Logo após os ataques, ficou a sensação de que o 11 de Setembro era um acontecimento com potencial de mudar o mundo. Algumas mudanças foram práticas e quase imediatas. O presidente George W.
Bush prometeu uma resposta contundente. Disse que não haveria distinção entre aqueles que organizaram os ataques e quem dava abrigo a eles. Naqueles dias, Bush viu seu índice de aprovação interna saltar dos cerca de 55% para 90%.
Com isso, conseguiu reunir com facilidade apoio político, inclusive na oposição democrata, para as ações que viriam a seguir e que teriam grande impacto no mundo. O mais importante acontecimento resultante do 11 de Setembro foi a invasão do Afeganistão por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos. O conflito foi a ação mais visível do que o governo americano passou a chamar de Guerra ao Terror – um estado de guerra contra grupos ou indivíduos, principalmente organizações islâmicas extremistas, por trás de ataques contra a população civil.
A gente vê os resultados da Guerra do Afeganistão até agora, vinte anos depois. O atual presidente, Joe Biden, ordenou a retirada completa das tropas americanas e o ultimo soldado americano saiu do país no dia 30 de agosto de 2021. É o conflito mais longo do qual os Estados Unidos já participaram.
E o Afeganistão mergulha em mais um capítulo marcado pela violência, incerteza e tragédia É o conflito mais longo do qul os Estados Unidos já participaram. A invasão aconteceu bem rápido, ainda em 2001. O Afeganistão era governado pelo movimento islamista Talebã, que tinha tomado o poder na capital Cabul em 1996 e servia de base para Osama bin Laden e a al-Qaeda.
Apesar disso, o Talebã condenou oficialmente os atentados contra os Estados Unidos numa declaração oficial divulgada em 12 de setembro de 2001. O governo americano afirmava ter reunido evidências de que o ataque havia sido planejado por Bin Laden e sua al-Qaeda. Em 17 de setembro, George W.
Bush disse em entrevista coletiva que o objetivo era a captura de Bin Laden. Ele disse: "Eu quero justiça. Existe um velho cartaz, no velho oeste, que diz: 'Procurado - Vivo ou Morto'".
O presidente americano exigiu que o governo do Talebã entregasse Bin Laden e os integrantes da al-Qaeda no Afeganistão às autoridades americanas, fechasse todas as bases de treinamento do grupo e desse aos Estados Unidos acesso a esses campos para verificar que estavam mesmo inativos. O Talebã alegou precisar cumprir leis locais e costumes da cultura pashto de hospitalidade, que proibiam a expulsão do país de um convidado das lideranças locais. Ou seja, se recusou a cumprir as exigências americanas.
Essa posição levou à operação militar internacional iniciada em 7 de outubro de 2001 - e batizada pelos Estados Unidos de "Operação Liberdade Duradoura". A coalizão liderada pelos americanos contou desde o início com a participação do Reino Unido e reuniu mais de 20 países em combates no Afeganistão. A maioria dos países era integrante da Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança ocidental que esteve diretamente envolvida na operação.
A Aliança do Norte, um grupo afegão que já combatia o regime islâmico antes do 11 de Setembro, também participou. Inicialmente, a guerra também foi popular no Ocidente por buscar o fim do regime talebã. O grupo ficou famoso globalmente por adotar uma versão extremista da sharia, a lei islâmica.
Proibia meninas de ir à escola, forçava mulheres a usar a burca, que cobre todo o corpo, e aplicava castigos corporais, amputações e até pena de morte para quem não respeitasse suas regras. A derrubada do regime foi rápida. Em novembro de 2001, forças da Aliança do Norte e dos Estados Unidos tomaram Cabul.
Os líderes do Talebã fugiram para a região da cidade de Kandahar, no sul do país, ou cruzaram a fronteira com o Paquistão. Mas apesar disso, a guerra contra o Talebã no Afeganistão estenderia-se por anos, com diferentes fases e um alto custo, tanto financeiro quanto em vidas humanas. Calcula-se que cerca de 240 mil pessoas tenham morrido no conflito.
O custo financeiro, para os Estados Unidos, seus aliados e para a região, atingiu trilhões de dólares. Até meados de 2020, mais de 3. 500 soldados de países que formaram a coalizão tinham sido mortos.
E os resultados não foram exatamente os desejados: agora, vinte anos depois, o Talebã aproveitou a retirada para voltar a ganhar terreno. E, em tempo recorde, retomou o controle do Afeganistão. O temor é que o país volte a se converter em uma base para grupos extremistas e volte a impor sua versão radical do Islã no país.
O Afeganistão não foi o único alvo. Em 2003, foi a vez da invasão do Iraque, que resultou na destituição e morte de Saddam Hussein. A justificativa era uma suposta existência de armas de destruição em massa no país, que nunca foram encontradas.
Guerras como a do Afeganistão e a invasão do Iraque, em 2003, também foram usadas como pretexto para atentados nos países que participaram delas, executados pela mesma al-Qaeda e outros grupos extremistas. Exemplo disso foram os atentados de 11 de março de 2004 em Madri e em de julho de 2005 em Londres. No Iraque, a invasão levou ao caos e, segundo especialistas, abriu caminho para o surgimento e avanço de grupos extremistas como o autodenominado Estado Islâmico, que aterrorizaria o mundo na segunda década deste século.
Nós fizemos um vídeo sobre isso, depois dá uma conferida. Aos poucos, os Estados Unidos e seus aliados conseguiram capturar ou matar os principais acusados de planejar e comandar os atentados do 11 do Setembro. Com a ajuda do serviço de inteligência do Paquistão, os americanos prenderam em 2003 o paquistanês Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser o arquiteto dos ataques.
Outros quatro acusados de ajudar os sequestradores na logística também foram presos no Paquistão entre 2002 e 2003. Os cinco foram levados para a base americana de Guantánamo, na ilha de Cuba, onde o governo Bush montou uma prisão para acusados de terrorismo capturados ao redor do mundo. O presídio foi motivo de grande polêmica por deixar os detentos num limbo legal, sem o status de prisioneiros de guerra ou de criminosos comuns.
O presidente americano seguinte, Barack Obama, chegou a anunciar um plano para fechar a prisão em Guantánamo, Mas não encontrou um outro destino para mais de 40 prisioneiros. O presídio ainda está em operação. A previsão era de que os cinco acusados de envolvimento direto nos ataques do 11 de Setembro fossem julgados por um tribunal militar em 2021.
Todos poderiam ser condenados à morte. Mas Osama bin Laden conseguiu frustrar as forças e os serviços de inteligência dos Estados Unidos e de seus aliados por muitos anos. Apenas em maio de 2011, quatro meses antes do décimo aniversário do 11 de Setembro, ele foi finalmente encontrado.
Bin Laden estava numa área de alto padrão na cidade de Abbottabad, a 120 quilômetros da capital do Paquistão, Islamabad. Se escondia numa construção fortemente protegida, onde provavelmente tinha vivido os cinco anos anteriores. A casa, que pode ter sido construída especialmente para abrigá-lo, ficava a cerca de 1 quilômetro de uma academia militar paquistanesa.
Forças especiais da Marinha dos Estados Unidos, conhecidas como SEALs, realizaram uma operação militar contra a instalação. O ataque ocorreu pouco depois da 1h da manhã do dia 2 de maio, no horário local, e Bin Laden foi morto a tiros no local. Ele tinha 54 anos.
O corpo foi levado para identificação e, segundo autoridades dos Estados Unidos, lançado ao mar menos de 24 horas depois da morte O paradeiro de Mulá Omar, chefe do Talebã, só seria revelado em julho de 2015, quando o governo afegão informou ter descoberto que ele tinha morrido de problemas de saúde em 2013. Mas as consequências do 11 de setembro foram além das guerras, da caçada aos responsáveis pelos ataques e do aumento da segurança nos aeroportos e aviões. Houve um grande investimento em sistemas e protocolos de segurança e monitoramento de informação.
O argumento da segurança nacional e do antiterrorismo tem servido como premissa para governos de todo o mundo justificarem um aumento da vigilância sobre seus cidadãos. De um lado, houve de fato um aumento da segurança. Mas de outro, segundo muitos especialistas, os cidadãos também perderam liberdades.
Pouco mais de um mês depois dos atentados, Bush assinou nos Estados Unidos o Patriot Act, a Lei Patriótica, que facilitou operações de vigilância ao pernitir o monitoramento de comunicações via telefone e internet. Depois disso, agências como a NSA, sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional, chegaram a compilar ilegalmente até 56 mil emails a cada ano de pessoas que não tinham nada a ver com o terrorismo. Medidas semelhantes foram adotadas em vários outros países.
Outra consequência do 11 de Setembro foi um aumento na islamofobia. Segundo dados do FBI, os crimes de ódio contra muçulmanos dispararam nos Estados Unidos nos anos que se seguiram ao atentado. De volta a Nova York, a área onde ficavam as torres gêmeas, chamada desde o 11 de Setembro de "Marco Zero", passou por um complexo trabalho de limpeza e retirada de escombros ao longo de 2001.
Logo começaram conversas sobre como recuperar a área, e que tipo de construção deveria ser erguida no local. Ficou decidido que uma única torre substituiria as antigas torres gêmeas no horizonte da cidade. O novo prédio, chamado oficialmente de One World Trade Center, mas apelidado de "Torre da Liberade", foi concluído em 2013, ao custo de quase 4 bilhões de dólares.
Marcado por seu formato geométrico, em que as laterais são formadas por oito triângulos isósceles - quatro com suas bases no solo e outros quatro com as bases no topo -, o edifício é o mais alto dos Estados Unidos e de todo o Ocidente, com 541 metros de altura. A torre começou a ser usada comercialmente em 2014, e a abertura do seu topo para visitação pública ocorreu em 2015. Um museu e um memorial em homenagem às vítimas dos atentados também ocupam o local.
Uma tentativa de virar a página de um dos mais trágicos acontecimentos da história americana, mas sem esquecer das milhares de vítimas e das enormes transformações causadas pelo 11 de Setembro, que ainda ecoam pelo mundo Eu fico por aqui. Obrigada e té a próxima.