Day1 | Paola Carosella: "Os sonhos que eu tenho não têm limite"

[Música] obviamente todo mundo teve muitos Day ones mas eu escolhi um para falar hoje que não foi o dia em que eu nasci não foi o dia que eu escolhi ser cozinheira não foi a primeira vez que entrei num restaurante não foi na primeira vez que eu fiz um an não foi a primeira vez que eu vendi um restaurante o meu Day one foi na verdade o meu dayi 14.924 e foi o dia que eu pelo menos do jeito que eu lembro realmente eu morri de medo de pânico na hora de tomar uma decisão eu

tinha 40 anos foi faz 4 anos atrás não precisam fazer as contas 4 anos atrás eu tinha 40 anos estava no Brasil há 12 anos eu tinha uma filha de dois eu tinha um restaurante quase quase quase falindo eu tinha um relacionamento absolutamente falido e eu tava morando no cheque especial quem não viviu no cheque especial alguma vez ninguém tá vendo todo mundo me en viu no cheque especial ok uma cagada [Música] e eu voltei do do restaurante eu cheguei à noite na minha casa subi as escadas fui até o quarto da minha filha fiquei

olhando para esse ser essa coisinha assim que estava no verso que eu tinha colocado no mundo obviamente fiquei mais desesperada ainda porque não é só você é ainda você mais alguém eu desci no meu escritório era meia-noite eu sentei na mesa eu apoi os cotovelos acima da mesa eu tava muito brava estava muito cansada de ser infeliz eu enviei a minha cabeça dentro das mãos eu comecei a chacoalhar assim de um lado pro outro chorei desesperadamente mas eu não demoro muito para fazer as coisas aí 2 segundos depois eu levantei assim eu tá beleza então

vamos lá peguei duas folhas de papel e umaa eu escrevi hoje e na outra eu escrevi do anos eu colei as duas folhas de papel na parede eu sentei no chão e eu fiquei olhando para essas duas folhas e para essas duas para esses dois cenários aonde que eu tô hoje E por que que eu t tão mal porque que eu sou tão infeliz e aonde eu quero estar em do anos e o que que eu posso fazer para mudar isso o que que eu posso fazer para mudar e para estar melhor e eu estava

sentada no chão e eu ficava olhando pros papéis eu fazia umas caras assim eu hoje 2 anos e eu faz me Por que que tanto exercício facial assim porque honestamente eu não sei pensar eu não sou uma pessoa que pensa sério sério eu sou cozinheira eu sou muito intuitiva nunca tive que pensar muito antes de tomar uma decisão mas essa decisão precisava ser pensada porque ela ia marcar o curso da minha vida adulta não podia ser qualquer coisa eu pensei pensei pensei fiz caras fiz Tentei tirar a resposta do Papel mas não aconteceu nada fiquei

um tempão sentada no chão e quando levantei do chão levantei do chão com quatro certezas não tinha ainda resposta mas eu tinha quatro certezas que iam me ajudar a tomar essa decisão eu vou morrer algum dia eu espero que agora não mas algum dia eventualmente eu vou morrer eu não sou feliz na vida que eu tenho não tô vivendo a vida que eu quero eu preciso fazer alguma coisa para mudar essa vida porque ninguém vai mudar a vida por mim e eu sou cozinheira essa certeza eu tinha eu sou cozinheira eu cresci brincando de cozinhar

eu sou eu venho de uma família de migrantes italianos na casa das minhas avós a cozinha era o centro de tudo era o lugar da onde saíam todos os cheiros era o lugar da onde saíam todos os barulhos o barulho do grito sabe família Imigrante italiana tudo no grito o barulho da galinha viva morta o barulho do Galo a risada a mesa farta com todo mundo sentado na mesa se você chegava tarde na mesa quando a avó chamava pra mesa ela te jogava um chinelo na cabeça que vinha assim e aí você tinha que esquivar

o chinelo senão você sentava na mesa éramos o refinamento e a classe nessa família mas eu me encantei com a cozinha eu adorava a forma como a minha avó colocava a comida na mesa me Parecia um ato muito poderoso dessa né A minha avó uma bunda desse tamanho com avental cheio de flores ela chegava com a bandeja com os ravioli e colocava na mesa a gente estava sentado numa mesa gigante de fórmica imitação mármore né porque Imigrante então a Messa grandona de fórmica e ela deixava uma bandeja de ravioli tinha 2 milhões de ravioli lá

dentro fechados a mão um por um recheados de frango de fiado criado por ela mesma alimentado por ela mesma assassinado por ela mesma no molho de tomate feito por ela mesma temperado por ela mesma com manjericão e alho da horta dela mesma com aceite de oliva que ela mesma tinha feito com queijo ralado que ela mesma tinha maturado e chegava na mesa e colocava assim tipo como se tivesse colocado sei lá um hamburguinhos sabe deixava na mesa e via que todo mundo estava tipo E aí ela deixava na mesa e falava manja que te fa

B né ia embora assim e eu achava isso tão poderoso eu me apaixonei com essa coisa da essa coisa meio erótica da cozinha né Essa coisa incrível da cozinha que você P Põe assim no meio da mesa e tá todo mundo baba assim é poderoso realmente é poderoso a Fartura por outro lado a minha vida teve um um outro lado esses serão os finais de semana as férias mas eu cresci eu sou filha de pais separados e e eu cresci morando com a minha mãe num apartamento aonde o cotidiano Era bastante diferente a esse não

tínhamos nem galinha nem horta nem ninguém que cozinhasse eu tive uma mã incrível muito forte super empreendedora linda inteligentíssima que trabalhou muito a vida inteira e estudou muito a vida inteira mas foi sempre muito triste então se ela não estava em casa porque estava trabalhando ou estudando ela não estava em casa porque estava trancada no quarto ficando triste então a minha infância e a minha adolescência se deram dentro desse espaço com muita solidão e o que me resgatava da Solidão era cozinhar e eu cozinhava voltava da escola e cozinhava ou eu copiava as minhas avós

ou eu copiava as culinaristas da TV os ingredientes que eu tinha eram meio limitados porque não tínhamos a Fartura da caa da minha avó tinha T de lata pão de forma salsicha maionese ovo e manteiga mas com esses ingredientes eu fazia de tudo de tudo todo tipo de quadrado de pão de forma com os ovos em diferentes cantos era muito criativa com a cozinha e assim eu comecei a o jantar para esperar a minha mãe quando ela voltava do trabalho então a cozinha me impactou muito de duas formas eu tinha a cozinha da sedução a

cozinha da fartura a cozinha apaixonante e eu tinha a cozinha do Ofício de não ter nada para fazer mas encontrar dentro desse espaço algo para fazer que me resgatasse de um espaço onde eu não era feliz então obviamente quando terminei a escola os 18 8 anos eu escolhi ser cozinheira muito bem eu ia falar dentista mas não cozinha eu tinha junto comigo todos os dramas da adolescência tudo que a adolescência traz era comigo eu me senti um bicho estranhíssimo Eu odiava o meu corpo eu não sabia como andar com meu 1880 então eu andava meio

assim meio escondida assim eu me sentia gorda feia um saco de batata eu não sabia ser sociável não sabia como me relacionar com as outras pessoas a cozinha caiu assim perfeita em mim porque me acolheu dentro de um espaço onde eu era tão estranha quanto o resto das pessoas que estavam lá dentro e e eu me dei bem lá dentro eu adorava as roupas eu gostava de me enfiar me embrulhar na aventais todos manchados de coisas comos panos amarrados na cintura e eu me dei bem na cozinha eu gostava de cozinhar eu era boa para

isso e eu fui crescendo comecei sendo uma estagiária invisível depois eu fui uma cozinheira invisível Depois eu virei uma cozinheira mais ou menos visível Aí eu virei su Chef eu viajei eu fiz estágios em Paris em restaurantes estrelados eu fui para sei lá Londres Nova York alguns lugares e aí depois de 10 anos de trabalhar com muitos cozinheiros e com outros chefes e e de me formar como cozinheira eu decidi que o que eu tinha que serer o que eu tinha que fazer era abrir um restaurante porque você trabalha 10 anos como cozinheira e se

você não quer trabalhar mais para outras pessoas você tem que empreender Eu não fazia a mínima ideia que era para mim era abrir um restaurante eu tinha uma pequena herança e nesse momento eu perdi a minha mãe e o meu pai muito jovem com 26 a minha mãe com 28 anos eu tinha 28 anos o meu pai eles eu acho que eles não tiveram um Day one onde eles conseguiram mudar as regras do jogo eles morreram de tristeza eles se deixaram ir e me deixaram de herança a minha mãe uma caça e um seguro de

vida e o meu pai uma aquarela pintada a mão por ele azul com um vaso branco com flores amarelas Mas isso não valia muito então eu vendi a caa e eu peguei o seguro de vida e com isso eu investi no Brasil porque eu estava no no Brasil era 2001 e eu tinha chegado no Brasil era meu último ano de cozinheira eu estava trabalhando com Francis malma no cozinheiro argentino bastante famoso e o Belarmino Fernandez Iglesias um grande empreendedor gastronômico nesse país que foi embora semana passada nos deixou semana passada estava abrindo Figueira ruá Então

já estava aqui já tinha feito um anos de Figueira ruá já tinha treinado já sabia tudo que eu tinha que saber sobre a cozinha e eu decidi investir aqui no Brasil porque eu não falava português porque eu não tinha documentos porque eu não conhecia ninguém então ia ser muito fácil empreender no Brasil Então eu fui no Consulado do Brasil na Argentina pesquisei como que seria feito vendi tudo que eu tinha peguei o dinheiro era meio milhão de reais que nessa época era o valor necessário para eu conseguir um registro Nacional de estrangeiro visto de investidor

e foi isso que me deram um visto de investidor e assim eu com visto de investidor mais o dinheiro que estava aqui investido para abrir o restaurante eu virei uma empresária e como empresária eu fui uma excelente cozinheira muito boa ganhei prêmios e tudo o meu primeiro restaurante Jam Júlia foi um restaurante pequeno que foi um sucesso realmente foi muito bem sucedido não foi por culpa da cozinha não tá era bem sucedido quer dizer o fracasso não foi por culpa da cozinha porque a comida era muito boa mas aconteceu uma coisa que eu acho que

acontece muitas vezes que é que para eu ter a Júlia precisei ou ou precisei ou quis ou escolhi ter um sócio e Essa sociedade em algum momento quebrou-se a confiança da sociedade quebrou-se e eu parei de acreditar não somente nele como na capacidade dessa sociedade ir paraa frente ou ir além talvez a gente pudesse arrumar esse problema mas não íamos Ir Além íamos continuar lá e eu não queria eu queria ir além eu tive muita sorte porque o pai dessa pessoa foi muito Nobre e muito e muito grande e comprou a minha parte nessa sociedade

coisa que é muito estranha porque ninguém comprar parte de um chefe de cozinha num restaurante mas ele me devolveu 3 anos depois o mesmo valor que eu tinha investido então com esse com essa experiência de ter escolido o sócio errado eu entrei no embalo e no lugar de escolher um sócio errado eu escolhi sete argentinos 7 a desse lado daqui o se a um nunca dá muito certo mas enfim ótimas pessoas mas com ideias diferentes e eu queria eu tinha muito claro o que eu queria fazer eu queria abrir um restaurante Generoso eu queria abrir

um restaurante que fizesse um impacto muito maior no espácio onde estava e na sociedade onde estava além de ter clientes ou além de sei lá ticket médio eu queria ter pessoas que fossem muito felizes comendo e se alimentando no meu restaurante Eu queria um espaço Branco aberto eu queria um lugar que pudesse crescer e se expandir que soltasse Raízes que tivesse uma horta de alfaces e sei lá um monte de outras coisas eu terminei tendo uma espécie de boate era uma caça preta toda de madeira com música Lounge Quando Você entrava tinha música Lounge ou

eletrônica sei lá era caríssimo restaurante tinha 14 met de terno e gravata Cafona mas enfim eu cozinhava eu cozinhava muito bem então o restaurante deu certo por alguns anos ele deu certo estava cheio os números funcionavam o negócio era um bom negócio assim mas era um bom negócio apenas pela minha causa porque nenhum 17 sócios estavam aqui Estavam todos lá né e-mail E aí como tá o faturamento eh e eu não gostava do que eu estava fazendo eu não acreditava Nessa proposta Eu não acreditava na proposta eu eu eu caí lá dentro né porque todo

mundo faz cagada alguma vez eu caí lá dentro Eu não acreditava nessa história da Gastronomia ser uma coisa tão densa aonde você precisava ter esses 14 letras de terno e gravata chegando com um prato e demorando 4 horas para explicar da onde tinha vindo essa esse pombo reado de augas cultivadas por virgens descalças nas costas de não sei a onde não sei a onde com po não sei o qu com não sei qu não sei qu eu queria servir comida eu queria servir comida de uma forma muito mais amorosa de uma forma muito mais sei

lá democrática se a gente pode falar mas não a gente não chegava a um acordo o restaurante faturava ele estava muito bem desse jeito ninguém tá a fim de me ouvir e um dia aconteceu uma coisa muito interessante para mim eu acho que muito mais do que interessante fo foi uma coisa assim tipo foi a coisa eu fui mai eu tive uma filha eu pus um ser humano nesse universo e aí tem algumas pessoas que falam que quando as mulheres são mais elas ah tiram as unhas né Eu soltei todas as minhas unhas e eu

falei ó a gente precisa mudar porque isso aqui não tá dando certo e eu não sei se eu estava sentindo uma tendência de mercado porque eu não sou empresária mas eu tinha certeza absoluta de que o Brasil ia mudar e eu tinha certeza absoluta de que a alta gastronomia toda a parafernália que Ela implica e que ela envolve com os 4.560 objetos que você precisa para ganhar uma estrela michelan não ia funcionar porque todas essas coisas que você precisa são extremamente caras e elas acabam indo na conta de um cliente que termina pagando R 890

por um prato de sei lá frango então Eh eu tentava explicar para eles Olha a gente realmente precisamos mudar essa restaurante ele não é muito amável ele não é muito gentil ele não tá recebendo as pessoas do jeito que deveria o Brasil Isso foi em 2000 e 13 2012 o Brasil vai mudar dequi a pouco o o público vai ser diferente a gente precisa se adaptar nós precisamos ter uma proposta muito mais amável isso aqui não não não vai funcionar eles se importaram três pepinos se funcionar não funcionava E eu continuava lá dirigindo uma empresa

na que não acreditava com todo o meu dinheiro lá dentro sem avançar sem soltar raízes Eu apenas remava para ficar sempre no mesmo lugar e lá voltamos nós Aquele ano onde eu morri de medo 4 anos atrás para tomar uma decisão Eu dirigi uma empresa que eu não gostava a grana toda que eu tinha fora o cheque especial estava lá dentro Eu não estava indo para lugar nenhum eu não era feliz eu queria muito mais do que eu tinha mas não muito mais não muito mais grana não muito mais de ambição gigante eu queria me

espalhar de alguma forma nesse mundo que fosse mais significativo do que apenas ter um restaurante cheio com 57 lugares Então nesse momento onde eu estava sentada no chão olhando para esses dois papéis eu e eu tinha essas certezas a mais forte que eu era cozinheira eu comecei a analisar as minhas opções eu podia continuar desse jeito e Ser miserável mas eu não queria porque eu queria ser feliz eu podia abandonar deixar tudo como estava sair da empresa e procurar um espaço onde eu pudesse fazer as coisas do jeito que eu queria mas nobrea obriga você

nunca abandona o barco com sócios dentro eu podia procurar um sócio assim em meia hora que comprasse a parte dos meus outros sócios para eu poder convencer esse novo sócio de que na verdade o que eu queria fazer era muito mais legal do que já estava fazendo mas eu não podia escolher um sócio por necessidade eu tinha que escolher um sócio por afinidade Então esse dia na verdade o que eu reparei e o que eu entendi foi que o mais valioso dessa empresa era eu isso pode parecer um pouco arrogante mas na verdade não é

eu era que estava cozinhando eu era que fazia que chegassem as pessoas eu era que dava valor para esse espaço e absolutamente ninguém ia dar valor para isso mais do que eu eu tinha que dar valor ao meu valor no dia seguinte quando eu cheguei no escritório do Arturito eu levantei o telefone eu liguei pro banco eu vi quanto dinheiro eu tinha disponível eu peguei um empréstimo esse dia de R 2 milhões deais Que é muito para quem não tem nada se todo mundo aqui tá falando de 170 bilhões e tudo mais mas para quem

não tem nada nada nem carro nada 2 milhões é muito eu tinha uma grande garantia a garantia eu era a minha garantia eu mesma eu e a minha capacidade de cozinhar eu e a minha capacidade de colocar comida na mesa com o mesmo tesão e empolgação das minhas avós eu era a minha garantia porque eu sei que se eu preciso eu posso trabalhar 700.000 horas por dia porque eu gosto o que eu faço eu era o meu paraquedas eu não tinha mais nada mas eu peguei o empréstimo e fiz uma negociação um pouco longa com

com sócios Porque alguns queriam outros não queriam alguns queriam muito mais outros queriam mais do que mais e enquanto a gente estava entrando nessa negociação esse momento que eu estava falando onde o Brasil ia mudar e aonde a gastronomia Precisava mudar e eu já sabia que era necessário mudar e mudar rápido estava acontecendo e estava acontecendo no momento neg como comprar esse restaurante enquanto eu negociava o preço o meu restaurante ia caindo cada vez tinha menos clientes quando eu terminei de comprar finalmente Eles aceitaram o preço e finalmente eu comprei o restaurante no dia que

eu entrei de volto falei Ok eu t aqui vamos lá cheguei agora T aqui vamos lá que que a gente faz eu encontrei um restaurante que tinha muitos menos clientes e que estava num ponto de faturamento que era super arriscado eu tinha 40 funcionários olhando para mim e eles olhavam assim para mim eu eu lembro de entrar no restaurante e ter 40 olhos sabe 40 olhos grudados no corpo inteiro assim que que fazem e o que que você vai fazer agora Como que você vai tirar a gente Dessa cagada onde a gente tá que que

você vai fazer para reconstruir esse restaurante e eu olhava para todo mundo e falava tá tudo bem alguma coisa fica tranquilos a gente vai fazer acontecer porque isso aqui agora é só fazer acontecer que a gente vai fazer acontecer e enfim eu fiz acontecer eh eu fiz a única coisa que eu sabia fazer que era cozinhar eu trabalhei do jeito que eu sei trabalhar Eu segurei eu peguei a coisa do jeito que eu sei fazer que é com tudo então eu virei uma espécie de polvo dentro do restaurante você abria a porta do banheiro e

eu estava lá dentro desentupindo a piada privada você ia no escritório eu estava lá no computador Você entrava na cozinha e eu estava cozinhando frango desentupindo sei lá alguma Cuba que estava entupida limpando o fogão se você ia na junta comercial eu estava na junta comercial se você ia falar com contador eu estava falando com contador falava com o advogado falava com os fornecedores entrava no site do Banco enfim comecei a fazer tudo o que é necessário para recompor uma empresa que se jogar por inteiro e fazer tudo que é necessário só que eu não

estava na cozinha e aí eu peguei aí eu aí eu fiquei na frente de um problema terrível se eu não cozinhava eu não tinha clientes então não tinha empra mas se eu não administrava a empresa não servia para nada que eu cozinhasse porque eu não ia ter nada então eu tive que pensar que de novo não é uma coisa que eu saiba fazer muito bem mas eu Cheguei a uma ideia quase brilhante que foi ok Um dia por semana então eu vou cozinhar e os outros dias eu vou ser a dona do restaurante empresária ou

tentar ser ou aprender a ser e deixei esse dia o o as sextas-feiras abertas para eu ser cozinheira e me reconectar com aquilo que eu sei fazer que é cozinhar me importava nada se eu custo de mat min a prima esse dia fechava se eu queria servir trufa e vender por R 18 o prato eu só queria cozinhar e foi o que eu fiz por muitas sextas-feiras eu criei os cardápios de sexta-feira onde toda semana eu ia cozinhar o que eu queria e oferecer o que eu estava a fim de oferecer por um preço muito

lógico e os executivos de sextas-feiras começaram a florecer e começaram a fazer barulho na cidade e junto com isso o restaurante também começou a Florescer e começou a brilhar novamente e se encheu de clientes novamente e uma dessas sextas-feiras eu decidi fazer de entrada empanadas saltas e foi um sucesso e todo mundo pediu empanadas saltas de entrada então eu falei hum Então vamos pôr no jantar então coloquei no menu fixo do jantar empanadas saltenhas E aparentemente Isso se chama teste de mercado mas para mim eu tava apenas fazendo empanadas e vendendo empanadas e as empanadas

Venderam muito bem e as pessoas pediam uma depois pediam duas depois pediam três depois pediam seis para viagem depois ligavam para pedir mais então cheguei em casa e abri uma pasta no meu computador que chamava projeto empanadas E aí eui empresária tem algumas pessoas que falam que a vida recompensa aqueles que se arriscam eu honestamente não faço a mínima ideia se a vida recompensa aqueles que se arrisca eu vi pessoas se arriscando muito e não sei se foram recompensadas mas comigo com certeza aconteceu porque um dia apareceu alguém que me completou e que com certeza

sem essa pessoa eu não estaria aqui e não seria nada do que eu sou eu sei que se falou já disso milhares de vezes mas honestamente as únicas certezas que a gente ganha na vida o que a gente aprende na vida elas se aprendem no inferno e nunca no paraíso eu tinha errado o suficiente como para saber reconhecer quem poderia ser a pessoa que tivesse as características e que fosse do jeito que pudesse me Completar e com o qual pudéssemos crescer juntos eu escolhi muito bem e eu tive uma sorte gigante de ser escolhida por

ele então em 2014 2014 em 2014 o Benny que é esse senhor com essa barba vintage ali e eu tiramos o projeto empanadas do papel e la Guapa o primeiro café de empanadas latinas artesanais saiu do papel e virou loja e eu peguei mais um empréstimo para fazera Guapa já tinha um de 2 milhões peguei mais um uma empresa pode ser vista como um grupo de pessoas que se juntam para fazer negócios ou pode ser vista como um grupo de pessoas que se juntam de que são parte de um coletivo maior e de que cada

uma das coisas que fazem vai causar um impacto e num momento a onde a palavra empresário parece uma má palavra você vê os titulares né o deputado e o empresário e você já sabe que tá tudo errado ali e num momento tão triste como esse eu tenho muito orgulho de ser empresária e eu tenho muito orgulho da forma como Benny e eu fazemos negócios nós crescemos de forma lenta e sólida mas a cada passo que damos pra frente nós espalhamos pros lados somos cientes do espaço que ocupamos dentro da nossa pequena comunidade somos cientes do

espaço que ocupamos na cidade somos cientes do impacto que nós causamos no país Essa é a única forma que eu acredito que vamos mudar um pouco esse mundo dessa forma que ele é sendo sendo super conscientes de que parte de nós o que a gente faz qualquer coisa isso está fora do roteiro não me matem mas a gente tem no Arturito e lag Guapa muitos colaboradores negros Vocês acreditam que temos muitos clientes que não olham para eles e que pedem para serem atendidos por brancos uhum isso é algo que tem que mudar enfim hoje é

o meu Day 16 6.289 tá escrito aqui eu sou muito mais feliz do que antes Olá Guapa Vale hoje 40 vezes mais que o investimento inicial e isso tudo por causa do Barba o Arturito tem o Arturito tá tá bem tá cheio Tem funcionários colaboradores cozinheiros garçons que estão muito felizes de trabalhar lá pagamos todos os empréstimos e eu saí eu fiquei hoje eu tenho uma certeza mais das que eu já tinha eu tenho a certeza de que eu consigo traçar o destino da minha vida e eu tenho uma riqueza gigante que não vem dinheiro

uma riqueza que vem de olhar para trás e saber que eu sonhei alguma coisa que eu quis fazer alguma coisa que eu consegui fazer e de olhar pra frente e saber que esses sonhos que eu tenho não tem limite e que eu não vou parar muito [Aplausos] [Música] obrigada na