Olá estamos começando mais um episódio da série escrevendo o Brasil uma série produzida em parceria entre a ampu Brasil e a Sociedade Brasileira de teoria história da historiografia eu sou Marcelo Durão E hoje nós contamos com a presença da professora Rebeca Gontijo que a professora do departamento de história do programa de pós-graduação em história da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e também do programa de pós-graduação em ensino de História o próprio história dessa mesma instituição professora Rebeca muitíssimo obrigado pela sua participação na nossa série bem a professora Rebeca é autora de vários livros
Capítulo de livros e artigos nas áreas de história da historiografia teoria da história do ensino de história entre os seus muitos trabalhos é possível destacar por exemplo o velho vaquiano captando de Abreu memória historiografia escrita de si é um livro publicado em 2013 pela 7 letras e pela faperj e aqui eu destaco esse esse livro especificamente professora Rebeca que é um trabalho que deriva da sua pesquisa de doutorado não é e que trata do personagem que é o tema da nossa conversa de hoje justamente João Capistrano Honório de Abreu um dos mais importantes historiadores brasileiros
do final do século 19 e das décadas iniciais do século 20 Capistrano é considerado ao lado de nomes como barragem João Ribeiro entre muitos outros como os principais precursores da historiografia profissional e um dos Pais fundadores da pesquisa histórica no Brasil E aí professora Rebeca devido a importância desse personagem para nossa historiografia Será que seria possível que você trouxesse para os nossos espectadores Uma Breve introdução da vida e do legado intelectual de Capistrano a história historiografia brasileira se possível explicando um pouquinho porque que ele pode ser considerado um clássico da nossa historiografia Olá Marcelo Obrigada
pela apresentação agradeço a ampu pelo convite Enfim vou tentar resumir um pouco do que eu estudei sobre o Capistrano de Abreu né João Capistrano Honório de Abreu como Marcelo lembrou nasceu em 1853 no Ceará viveu no Rio de Janeiro de 1875 até 1927 quando morreu ele não tinha um diploma de curso superior né Ele tentou ingressar na famosa escola de direito do Recife mas não foi aprovado é com tudo desde cedo ele era reconhecido como um grande leitor e ao longo de toda sua vida eles consolidou essa imagem dinheiro dito né ele foi um autodidata
como muitos outros na sua época né e entre os anos 1870 e 1880 ele atuou como redator em jornais como A Gazeta de Notícias né ele escrevia sobre lançamentos literários ele também foi professor de francês e português e em 1879 ele começou a trabalhar na Biblioteca Nacional ali ele tomou contato com um grande acervo né de documentos sobre a história do Brasil e alguns anos depois em 1883 ele prestou concurso para o Imperial colégio de Dom Pedro II onde lecionou a disciplina coreografia e história do Brasil até 1899 quando a matéria Foi extinta e em
1887 ele ingressou no Instituto Histórico e geográfico brasileiro então com o tempo ele se tornou um respeitado Historiador anotador né de outras obras tradutor prefaciador geralmente de obras sobre história e geografia né as pesquisas dele focalizavam os séculos 16 e 17 sobretudo né mas ele também era um estudioso das línguas indígenas né reconhecido internacionalmente publicou obra sobre essa temática fazer a parte de uma rede de estudiosos chamados de americanistas né estudavam os povos indígenas das Américas então ele fez parte da chamada geração 1870 né a geração da crise do Império e naquele momento era crucial
tentar explicar a formação do povo brasileiro e essa explicação ela se apoiava com frequência num tripé que era raça meio e instituições esse tripé articulado ao fator tempo servia de base para compreensão da história e na visão de Capistrano embora os homens estivessem subordinados as leis da natureza eles poderiam acender ao mundo histórico esta entender como é que essa sessão seria possível né quando nós lemos captura de Abreu é possível observar esse esforço para mostrar como essa sessão para o mundo histórico se torna possível né o capturando ele descreveu tipos humanos e atribuiu esses tipos
um papel na história esses tipos eram caracterizados a partir de uma nada a relação entre si e com o meio os traços psicossociológicos como se dizer na época né os traços psicossociológicos desses tipos humanos é que permitiriam uma maior ou menor capacidade para se sobrepor a força restritiva do meio então nós podemos dizer que Capistrano ele enfrentou o problema da relação entre vontade e determinação ou entre liberdade e determinismo ao elaborar só a narrativa da história do Brasil São temas clássicos né das Ciências Sociais e que nós podemos observar que eles estão presentes nas preocupações
para entender isso melhor nós devemos observar o modo como ele descreveu os agentes da ocupação do solo né os povoadores do Brasil e Ele identificou é os indígenas o que que eram os agentes autóctones e os exóticos ou estrangeiros que eram os portugueses e negros né o Capistrano fez isso levando em conta as múltiplas relações que esses grupos travavam entre si e com o meio ambiente e supostamente a mescla que era o termo que ele utilizava para se referir a essas relações ela a mescla ela referia-se menos as características inatas de cada grupo humano e
muito mais ao estatuto de historicidade atribuído a cada um para tentar explicar melhor né de modo geral o Capistrano ele distingue os tipos que pertencem ao mundo da natureza né como eu disse no caso indígenas e negros e aqueles que pertenciam ao mundo histórico no caso os europeus não tanto em função de características inatas mas em função do modo como cada um desses grupos lidava com o meio ambiente e estabelecer relações entre si então o tripé meio raça instituições ele interessante é porque ele permite notar que as instituições não correspondem as organizações administrativas e políticas
né juridicamente constituídas Como pode parecer a princípio né quando ele se refere a instituições a mim parece que ele remete as relações humanas aos modos de cooperação entre os diversos tipos humanos que participaram desse processo colonizador né Por exemplo as formas de divisão do trabalho as formas de associação os sistemas militares de defesa até mesmo as línguas as religiões tudo isso entra nesse processo de construção de relações entre os diversos grupos humanos e no período que seguiu a abolição e a proclamação da república era urgente conhecer os problemas do país né e tentar apontar soluções
diante de um quadro é que muitos intérpretes consideravam como de inexistência ou o mesmo inviabilidade da própria nação né havia um crescente interesse a respeito do povoamento do interior e o Capistrano se destacou no estudo desse processo de povoamento do Sertões é para tentar sintetizar um pouco mais né ele pretendia Ir Além do modelo proposto por Francisco Adolfo de Van Hagen na sua história geral do Brasil que era uma obra muito marcada pelo elogio a colonização portuguesa né o plano do Capistrano ela escreveu uma história do Brasil é um plano que ele alimentou desde a
juventude né E que foi adquirindo vários contornos ao longo do tempo o plano de escrever essa história em 1890 por exemplo ele disse que pretende elaborar uma história traços e largas malhas né E esse projeto começou a ser desenvolvido na medida em que ele fazia anotações para reedição da obra de Van halguem isso me tomou vários anos né sendo que em 1905 a convite do ministro então ministro de Viação e obras públicas Lauro Miller o Capistrano escreveu um dos Capítulos de um livro chamado o Brasil suas riquezas naturais suas indústrias é um livro publicado em
1907 e o estudo de Capistrano intitulado noções de história do Brasil até 1800 no índice ele acabou recebendo o título de breves traços da história do Brasil colônia império e república esse capítulo desse livro é uma versão revista de vários textos que Ele publicou em periódicos desde o início da república e nesse mesmo ano de lançamento do livro sobre o Brasil Ele publicou o seu capítulo em separata em formato de livro com o título que nós conhecemos até hoje que é o de capítulos de história Colonial né então esse livro ele obedece a um ordenamento
temático e é possível é perceber uma hierarquia de sentido crescente no grau de importância que ele atribui a cada período histórico né o significado de cada período ele varia ao longo da narrativa é e ele alterna momentos de síntese e momentos de em que ele faz uma espécie de crônica dos acontecimentos políticos administrativos ele combina duas formas de narrativa dentro do mesmo livro ele combina estudos de casos sobre temas mais específicos com um esforço de síntese para tentar indicar o sentido da nossa história né então esse livro ele apresenta de modo geral o processo de
deslocamento do litoral para o Sertão e nesse processo de povoamento nós podemos observar A Ascensão da natureza para história na obra do Capistrano Muito obrigado professora Rebeca por essa excelente introdução né na qual a gente pode de fato ter uma visão bastante aprofundada sobre a concepção de história do Capistrano em especial em relação a diferença que ele possuía em relação à geração anterior de historiadores especial em relação a barragem não é então agora que o nosso espectador já conheceu um pouco melhor a biografia e a obra do Capistrano já está mais familiarizado com a concepção
de história dele mesmo eu gostaria de trazer a nossa conversa para um tema um pouco mais contemporâneo pouco mais atual E aí tendo em vista a importância né de realizarmos essas reflexões né gente principalmente todos os usos políticos que estão sendo feitos hoje do passado nacional e levando em consideração é um grande nome da historiografia brasileira né e Principalmente nesse ano de celebração do Centenário da Independência do Brasil que a gente está debatendo tanto esses usos políticos eu queria te perguntar que o Capistrano é bastante conhecido que são Historiador interessado no período colonial você mencionou
aí a obra dele né sobre o período colonial os cadernos de história Colonial eu queria saber se tem também será que tem também na obra desse Historiador alguma espécie de reflexão sobre o século XIX e talvez Mais especificamente sobre o evento da Independência do Brasil capturando se interessa por esse tema e também para além de uma abordagem mais factual Talvez né da própria Independência se tem na obra de Capistrano alguma reflexão sobre a ideia de um Brasil soberano independente no sentido mais amplo e talvez metafórico do termo uma concepção de Brasil soberano independente no Capistrano
tentar responder né a partir da do que eu já li da obra do Capistrano né então no livro Capítulo de história Colonial é que eu entendo que é uma história do processo colonizador que tenta apontar o sentido dessa história a narrativa se encerra em 1800 ele não contempla o momento da Independência nesse livro com tudo Capistrano Ele publicou texto sobre século 19 incluindo resenhas de obras sobre esse período né inclusive obras que tratam da Independência do Brasil né então por exemplo durante as comemorações dos 7 de Setembro e 1881 Ele publicou um artigo em que
ele chama atenção para afirmação dessa data na consciência Nacional naquele momento né porque segundo ele o 7 de Setembro até 1881 não era lembrado como uma data importante ele era lembrado como era o fato denático né Mas a partir daquele momento ele é despontava como um Marco né na nossa história ao contrário do Van Hagen que atribuiu um papel decisivo a personagens históricos né sobretudo aqueles vinculados à Casa de Bragança né varga atribuir um grande papel o papel decisiva Dom Pedro I na independência do Brasil já o Capistrano ele levou em conta é um movimento
de longa duração né segundo ele o movimento que é germinado das Bandeiras Paulistas nos arraiais de Pernambuco e na Inconfidência Mineira então ele quando Pensa a independência ele procura ele a trata como algo inevitável né E que antecede 1822 embora ele concordasse com a comemoração de 7 de setembro ele também argumenta nesse texto que isso deveria ser feito a luz de um outro evento 15 de novembro de 1825 quando Dom João VI otorgou a carta de lei ratificando Tratado de aliança e paz que reconhecer autonomia do Brasil em relação a Portugal Ele acha que esse
outro HIV é tão importante quanto né mas para o Capistrano Sete de Setembro teve uma incubação de séculos né Essa é a palavra que ele usa né a separação ela teria ocorrido quaisquer que fossem as circunstâncias né como eu disse antes é um aconteça seria um acontecimento inevitável segundo ele e no ano seguinte 1882 o Capistrano publicou um outro texto em que ele apresenta uma periodização da história do Brasil e ele procurou identificar as características que distinguiam os diversos períodos da nossa história algo que segundo ele van Hagen não conseguiram realizar né e resumidamente o
período de 1750 a 1808 representava segundo Capistrano a consolidação do sistema colonial e Já o período seguinte de 1808 a 1850 né um período que possui a data de 7 de Setembro né de 1822 esse período teria sido da decomposição desse sistema né cujo golpe Inicial teria sido abertura dos portos né por Dom João VI continuado por Pedro I A proclamar a independência e concluído pelas regências e por Pedro segundo ao derrotar as tentativas separatistas então todos esses eventos que marcaram é o início do século 19 capturando entende que são eventos que marcam o fim
de um a decomposição né que é o termo que ele utiliza decomposição do sistema colonial e notável né o esforço que ele faz de sintetizar né esse período esse processo esse longo processo né um processo secular e o destaque que ele dá os conflitos as lutas as rivalidades seculares né ele considera não apenas as ações individuais né eventos isolados mas a longa duração do movimento né e ele considerava também que desde o início da colonização a diferenciação entre colônia e Metrópole era um fato inevitável né Ela é marcada por uma série de lutas cada uma
delas dando sentido a um período histórico então é importante lembrar que o capistran para o Capistrano a independência está inserido inserida nesse período de decomposição do sistema colonial e sua inevitabilidade não estava vinculada a uma ideia de continuidade do projeto colonizador português como aparece numa área né a colonização seria um movimento guiado por Portugal no sentido da criação e amadurecimento do Brasil né evidenciando a continuidade desde a colonização e a emancipação até até desde a colonização até emancipação proclamada pelo Herdeiro do Trono não encapsulando a independência ela fazer a parte de um contexto de decomposição
relacionado a eventos ocorridos dentro e fora do Brasil Europa da Revolução Francesa a revolução das cortes de Lisboa passando pelas invasões napoleônicas né tudo isso é produzir um efeito né resultou na vinda da corte para o Brasil e na abertura dos portos né em 1808 que é uma data que o Capistrano considerava como uma das mais importantes para a história do Brasil né segundo ele Tais eventos é teriam arrastado personagens como Pedro I em direção a causa separatista nascida no século anterior então é uma concepção de história que pressupõe que o processo histórico arrasta os
indivíduos né eles estão eles interagem ele se relacionam eles é atuam como agentes mas existe uma força maior secular que os movimentos naquela direção né me parece que é essa é a compreensão do processo histórico dele e no artigo de 1900 né que eu acho que é o terceiro artigo que retrata da questão da Independência ele vai retomar esse tema é já no início do século 20 então é nesse nesse artigo além de afirmar o que ele disse antes né ele vai completar o argumento da Independência sobre a independência como um processo de longa duração
chamando atenção para a importância de alguns eventos posteriores a data de 7 de setembro de 1822 né então ele ele observa o período anterior a 22 e eventos posteriores que vão completar o processo de independência por exemplo ele chama atenção para primeira Assembleia Legislativa que se reuniu em 1826 ele também chama atenção para abertura das primeiras academias de direito em 1827 e para atuação da Imprensa então para ele essa organização da atuação na Assembleia Legislativa abertura de academias de direito atuação na empresa elas fazem parte desse mesmo processo de ruptura com Portugal né então é
nítido esforço dele para caracterizar Independência como esse processo de longa duração que não nasceu nem se esgotou em 1822 né E essa interpretação me parece que ela ainda é atual nesse sentido ele ainda permanece como uma um autor que embora não tenha escrito muito né não tem se dedicado muito a esse tema ele pontua o aspectos que ainda são considerados no debate sobre a independência Muito obrigado pela sua resposta professora Rebeca bastante esclarecedora sobre como na obra de capturando a gente teve uma complexificação maior tanto da concepção de história até então vigente no Brasil né
é uma concepção história muito mais complexa né que traz todo esse vocabulário cientista mas também a gente tem uma complexificação da ideia de tempo né todas essas camadas temporais né território às vezes com esses distintos fatores mas também uma visão mais complexa sobre o próprio Brasil né Isso é muitos atores que constituem essa concepção de nação brasileira que ele tá trazendo para gente nesse final aí do século 19 nesse começo do século 20 bastante interessante E aí por fim né pegando gancho do que você falou sobre um elemento mais contemporâneo e da atual no pensamento
do Capistrano eu gostaria de concluir a nossa conversa com uma outra problemáticação contemporânea sobre o legado desse Historiador dessa vez apela famosa reflexão nitiana sobre as vantagens e desvantagens da história para a vida mas tentando pensar criticamente sobre essa herança que o Capistrano levou para o nosso presente sendo assim eu gostaria de te perguntar o que é que a gente poderia afirmar como vantajoso do pensamento de Capistrano isso é que seria contemporâneo e útil para pensar a vida no Brasil do nosso tempo e o que é que teria talvez de desmantajoso de antiquado e talvez
de ir na atual na obra desse Historiador né você mencionou aí alguns elementos né muito assim dificilistas talvez né uma história eu queria te perguntar isso principalmente diante dos muitos desafios e problemas que são enfrentados pelos historiadores e pela sociedade brasileira como um todo né na contemporaneidade o que a gente pode destacar como contemporâneo e natural no pensamento desse historiador É difícil responder essa pergunta né eu eu vou me apoiar um pouco nos histradores que sobretudos especialistas né no mesmo na mesma temática do Capistrano né é recuperar um pouco do que eles disseram né e
a partir disso tentar pensar Qual seria a atualidade né do Capistrano então por exemplo José Honório Rodrigues ele considerava que o Capistrano havia realizado uma reviravolta na historiografia brasileira né ele conhecia bem os estudos históricos sobre o Brasil produzidos até a sua época conhecia a documentação existente nos arquivos e dominava bibliografia estrangeira sobre o Brasil então isso colocava numa posição de um bom analista né da dos estudos históricos até o momento em que ele escrevia produzia seus textos né já um Historiador contemporâneo nosso Ronaldo vanha que é um especialista né no século 16 17 18
né ele considerou que o que a obra do Capistrano foi ultrapassado em vários aspectos né sobretudo No que diz respeito à história indígena né é o vanfas ele leva em conta a descrição das culturas indígenas na obra do Capistrano e que ele considera superficial e repleta de estereótipos né é contudo o mesmo banho pois também chama atenção para abordagem do tema da miscigenação na obra do Capistrano né E isso considerando a mescla cultural e não tanto racial um outro aspecto que ele considera né considera importante é que o capturando avançou em relação a historiografia de
sua época né quando ele questionou é o direito português sobre a Terra Brasileira tentou dimensionar disputa pela colônia entre Portugal França e Holanda né bem como entre os indígenas nessa questão da disputa entre vários países europeus ela é importante né enfim são aspectos que um especialista no período sintomas da obra do Capistrano destacou né já um outro Historiador né José Carlos Reis que também escreveu sobre o Capistrano ele considerou que o Capítulo de história Colonial é uma nova história do Brasil né embora é segundo reis essa obra fosse parecida fisicamente com seu autor né modesta
magra quase silenciosa porém ao mesmo tempo extremamente eloquente essas suas palavras do Reis para descrever o Capistrano né que a pessoa não era tão magro assim mas tudo bem Essas são as palavras de reis que são conhecidas né Além disso algo que é atual diz respeito ao interesse por uma história da sociedade Colonial né isso vários intérpretes do CAPS chama atenção para Esse aspecto né ele não é um ele não conta uma história da colonização portuguesa e das ações dos governantes a história dele é uma história que procura é investigar a sociedade Colonial ela procura
considerar aspectos da vida da cultura dos povoadores né ele foi um dos primeiros a propor o estudo das famílias por exemplo o estudo das festas o estudo da cultura material É mesmo que ele não tenha desenvolvido todos esses aspectos da sua obra né na sua investigação ele chamou atenção para a importância do estudo dessas dimensões né e ele também considerou como importante a história econômica e a articulação entre uma história que ele chamou de externa que considerasse a história portuguesa europeia e uma história que ele chamou de íntima né uma história interna a vida na
colônia né então esse duplo aspecto esse duplo duplo olhar eu acredito seja bastante atual né a historiografia é dificilmente ainda que a historiografia tem se especializado e promovido estudos de caso Essa dupla dimensão né de que considera a história europeia e a história do Brasil ela ainda é importante para os historiadores né então a originalidade né do livro do Capítulo de história Colonial é para alguns autor alguns intérpretes da obra dele estaria no capítulo chamado os Sertões né porque é nesse capítulo que ele saia uma espécie de análise etno histórica né Ele é uma análise
atenta a história da cultura material e a história social porque ela tem investigando cotidiano né da vida na colônia E tá procurando compreender o pensamentos povoadores também né então seria o aspecto original da obra dele é certo que a visão de que determinados grupos humanos pertenceriam ao mundo natural enquanto outros pertenceriam ao mundo histórico foi ultrapassada pelos estudos etnográficos antropológicos históricos desenvolvidos ao longo do século XX a perspectiva evolucionista ela perdeu força ao longo do tempo bem como os vários tipos de determinismos que marcaram a produção intelectual no século XIX e início do 20 né
então para além desses aspectos né presentes na obra e de Capistrano que permitem relacioná-lo a um movimento mais amplo é de renovação dos estudos históricos né a luz da sociologia da economia e do cientificismo do início do século 20 é interessante observar como o estudo de sua obra nos ajuda a compreender certas interpretações ainda correntes acerca do Brasil e dos brasileiros né ele e outros estudiosos da primeira metade do século 20 como Oliveira Viana e depois deles Sérgio Buarque de Holanda Gilberto Freyre Caio Prado Júnior eles construíram Chaves de leitura né da nossa história que
ainda a mover ainda estão presentes em muitos discursos sobre o Brasil e os brasileiros né E nesse sentido ainda que não seja lido como um autor obrigatório né nos cursos de história as interpretações de Capistrano a meu ver eles estão presentes em várias interpretações recentes de diferentes formas né ou como referência direta ou como referência por meio de outras referências né então por conta disso eu entendo que ainda vale a pena reler esses autores do início do século 20 né Sempre possível encontrar ali um esforço de entendimento né do Brasil é que vai eleger determinados
conceitos que podem ter caído em Jesus ao longo do tempo mas é que podem nos ajudar a entender permanências e mudanças né na nossa visão a respeito da história ao longo do tempo né sem conhecer a obra desses autores Nós não entendemos essas permanências e mudanças né então a meu ver essa seria a vantagem né de ler esses autores do passado ainda hoje obrigado Mais uma vez professora Rebeca Gontijo por essa belíssima síntese do legado de Capistrano e a ampu Brasil e a Sociedade Brasileira de teoria história dessa geografia agradecem muito pela sua participação e
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