Eduardo Viveiros de Castro - A revolução faz o bom tempo

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Os Mil Nomes de Gaia
Equipe de vídeo: realização: Joaquim Castro e Luiz Giban edição: Joaquim Castro ass. de edição: Guil...
Video Transcript:
[Música] [Aplausos] [Música] alô alô bom eh esse pequeno defeito do microfone me eh me permite começar com um um uma um pedido de desculpas pela pela pelos problemas técnicos ontem e anteontem de tradução de tradução quer dizer de de comunicação sonora eh com os fones etc e a razão para esse problema é simbólica é o fato de que a equipe eh a equipe de som que responsá pelos equipamentos de tradução eh sonora todos os profissionais dela estão na real and eh eh eh trabalhando lá e mandaram para cá Os Estagiários e equipamentos eh de menor
qualidade O que explica bastante enfim é uma ilustração da relação de Gaia com a real Oil and Gas eh enfim né é um mito concreto não precisa talvez eu pudesse parar a conferência aqui porque isso explica tudo eh duas palavras eh para começar sobre dois títulos um sobre o título do colóquio né como eu falei ontem não se trata tanto de mil nomes que sejam sinônimos de Gaia né como se Gaia fosse algo que já estivesse definido e estivesse lá fora né em relação a nós ou melhor mesmo lá dentro nós lá dentro de Gaia
né pelo menos porque tal como eu a vejo Gaia não tem nem dentro nem fora em relação a nós e ou mesmo nós em relação e nós em relação a Gaia a imagem a imagem velha mas sempre fascinante que é a imagem da fita de Mós ou da garrafa de Klein né de um objeto que não tem nemem nem dentro nem fora ou nem um lado e outro me parece pertinente para definir a nossa relação paradoxal com Gaia porque na verdade não só não é como nunca foi possível separar a humanidade de ambiente como não
se trata de colocar um dentro e um fora um ambientado e um ambient né trata-se Muito mais me parece de dois modos falar araia e falar em humanidade Eh Ou qualquer outro Avatar do sujeito eh trata-se muito mais de dois modo de começar um percurso né se pode começar por Gaia ou pelo antropos ou pelo humos pelo humanos pelo vivente né e chegar-se ao outro lado sem nenhuma descontinuidade porque é um lado só né Eh o que não quer dizer que não haja uma dobra eh nessa uma dobra ou uma torção nessa figura de um
lado só né essa adba talvez se chame justamente antropoceno eh mas não se trata como eu dizia e procurar os 1 sinônimos de Gaia os mil nomes de Gaia não são os mil sinônimos de Gaia como nas tábuas de tradução do Velho Oriente Médio as Tábuas de tradução teológica que eh o Yan assman e eh eh tão tão belamente eh eh elaborou eh no seu livro vários livros mas principalmente no Moisés e o monoteísmo e que Bruno latour evocou nas suas gif lectures né em que você tinha tábuas traduziam os deuses egípcios nos fenícios nos
palestinos e assim e assim por diante não se trata de de criar uma tábua de tradução para Gaia como se se tratasse sempre do mesmo Deus que é chamado Júpiter aqui Zeus ali e assim por diante né mas eh eh talvez trata--se de buscar Desfazer os equívocos homonímia mama É Gaia o que Floresta que o nome an mame para isso que eles dizem isso que vocês chamam de natureza nós chamamos de Floresta né Eh como aliás uin eh também chamava no o o planeta eh que ela ficona num num dos seus livros ou seja não
se trata de imaginar que pachamama seja um sinônimo de Gaia ou que Floresta uiri em nomame seja Gaia e assim por diante trata de saber eh eh como aquilo que nós chamamos de humanidade né se acha imediatamente dividida e multiplicada por suas diversas e diferentes alianças cosmopolítica com outros entes terrestres extraterrestres visíveis invisíveis técnicos e assim por diante né Essas alianças que e portanto que essa humanidade imediatamente dividida imediatamente multiplicada por suas alianças diferentes eh se define portanto de muitos outros modos dord eh trata-se portanto de saber como aquilo que nós chamamos de humanidade e
que se acha dividida e multiplicada por suas diferentes e diversas alianças com outros entes eh e que portanto se define de muitos outros modos que como uma espécie seja no sentido fixista seja no sentido pós darwiniano como né Essa essa entidade atinge a fim do seu percurso prático e reflexivo e eh o seu correlato imanente com isso que nós chamaremos de mundo aqui a saber o conjunto aberto e variável dos outros entes pelos quais passa a humanidade de referência e eh para poder voltar a si para poder olhar para si os 1 nomes de Gaia
são os mil nomes dos que dão nomes aos que aos que chamamos ao que chamamos de Gaia né são os mil povos disso que chamamos Gaia né E disso que chamamos povos né povo é um conceito que eu vou tentar elaborar ao longo dessa palestra sobre o antropoceno e a idade da Terra afinal de contas não esqueçamos antropoceno é uma idade da terra né é uma das idades da terra sbre antropoceno eu baste me dizer por hora que não tenho dúvidas de que ele assinala o fim do ocidente como guardião do Universal né podemos imaginar
que o ocidente acabou já quanto ao capitalismo é uma outra história tô falando do ocidente podemos imaginar que o ocidente já acabou e que já nos abrimos já estamos abertos querendo ou não para uma multiplicidade de outras versões de Gaia enquanto vamos observando e sofrendo os efeitos que nossa versão vai produzindo sobre os demais entes do mundo isso quanto ao primeiro título quanto ao título da minha intervenção que se chama a revolução faz o bom tempo tinha um subtítulo que eu tirei mas agora vou falar então não tirei que é utopia e entropia eh mas
a revolução faz o bom tempo e é um título que é irônico Mas apenas M irônico irônico porque as duas coisas não existem mais nem revolução nem bom tempo mas e são duas ideias de certa maneira obsoletas e todo nosso problema é como revivê-las como fazê-las ganhar novamente algum sentido né se os eNom entendem que são os seus chames que fazem um bom tempo e se os prefeitos do Rio e de São Paulo entre outros entendem que seja a fundação Cacique cobra coral que faz o bom tempo a revolução aspas né é uma forma muito
Nossa de meterologia né aquela que descobriu recentemente aliás que fazer história que é a aspiração de toda a revolução né ainda que seja uma aspiração equivocada porque a revolução não pertence ao elemento da história mas ao elemento do d Mas de qualquer forma a revolução é uma forma muito Nossa de Meteorologia né que descobriu recentemente que fazer história né Tem uma ligação profunda com o fazer o bom tempo né Coisa que não nós não suspeitávamos né existe uma homonímia que não é só uma homonímia muito interessante em português e em francês infelizmente não em inglês
entre tempo no sentido do tempo que faz que os ingleses chamam de weather né e e o tempo que passa o tempo objetiva e ou subjetivamente que passa a histria em ingls enfim né o tempo que faz o tempo da meteorologia e o tempo que passa que é o tempo da cronologia ou da história n que estão ligados por um tempo que faz mas que dura muito tempo que é o tempo do clima que é uma terceira categoria que de certa maneira faz a mediação entre o tempo que faz hoje e o tempo que passa
Inexoravelmente um no sentido de um bom futuro depende cada vez mais de um bom tempo no sentido de um clima suportável n Essa é nos parece a a questão hoje como fazer as duas noções de tempo interferirem uma na outra como é que o wether time e climat estão ligados de uma maneira que nós não suspeitávamos ou que sempre suspe a humanidade sempre soube e nós apenas agora comeamos a redescobrir título dessa palestra o a revolução faz o bom tempo foi tomado de um texto de 1971 de um personagem que chamemos delicadamente de controverso que
é guide debor o um dos e inspiradores um dos fundadores da e destruidores da Internacional situacionista um texto chamado o planeta doente e la Planet malada esse texto foi escrito em 1971 quando nós estávamos ainda embalados em sonhos grandiosos de tecnologia ET e o clube de Roma ainda não tinha eh eh feito seu relatório então é um texto que tem um caráter relativamente visionário eh e eu vou ler aqui um pedacinho desse texto porque eu queria fazer uma homenagem a esse texto independente dos outros textos do Guide debor esse texto me parece um texto eh
absolutamente surpreendente ele diz entre outras coisas o seguinte enquanto imbecis passa ele o estilo is é estilo deborde ano enquanto imbecis passadistas se pensam se creem mostrar lúcidos e modernos por se mostrarem sintonizados com seu século proclamando que a autoestrada ou sarcel sarcel é um é um Subúrbio eh onde os os pioir e os e os judeus fugidos da guerra da Argélia eh foram obrigados num condições condições abomináveis com prédios pseudo modernos etc então enquanto os imbecis creem se mostrar lúcidos e modernos por se mostrarem sintonizados com seu século proclamando que a autoestrada ou sarcel
tem sua beleza que se deveria preferir ao desconforto dos pitorescos bairros antigos ou ou ainda observando gravemente que o conjunto da população come melhor a despeito de toda a nostalgia da velha boa cozinha agora temos comida na mesa do pobre apesar de ela ser venenosa pelo menos eles podem morrer obesos do que de fome né o problema da degradação da totalidade do ambiente natural e humano deixou de se colocar completamente no plano da pretensa qualidade antiga estética ou outra para se tornar radicalmente o próprio problema da possibilidade material de existência do mundo a impossibilidade de
existência do mundo está de fato perfeitamente demonstrada por todo o conhecimento científico independente e o que se discute apenas a hora o dia do juízo ou da cobrança leion em francês né e quais são os paliativos que se forem aplicados firmemente poderiam fazer recuar superficialmente este dia em 971 que ele tá falando e uma tal ciência essa ciência que prevê isso apenas pode acompanhar a marcha da destruição do mundo que é produziu essa ciência que mantém essa ciência mas ela é obrigada a fazê-lo com os olhos abertos eu lembro aqui do primeiro slide qu Antonio
no mostrou ontem que dizia a ciência Olha o mundo com os olhos abertos e ele diz aqui ele é obrigada a contemplar a destruição do mundo com os olhos abertos né ela mostra por isso no nível caricatural A inutilidade de um conhecimento sem aplicação Sans amplis em francês Isto é de que adianta saber se tudo que ela sabe é que o mundo vai ser destruído mas ela não tem aplicação ou ainda eu continuo um outro pedaço dele ele diz os senhores da sociedade os dominantes são obrigados agora em falar de poluição seja para combatê-la parênteses
pois eles vivem apesar de tudo no mesmo planeta que nós e este é o único sentido em que se pode dizer que o capitalismo realizou uma certa fusão das classes como não só para combatê-la como para dissimulá-lo pois a simples verdade dos danos e dos ricos presentes basta para constituir um imenso fator de revolta uma exigência materialista dos explorados tão inteiramente Vital Quanto foi a luta dos proletários do século XIX pela possibilidade de comer após o fracasso fundamental de todos os reformism do passado um novo reformismo se desenha que obedece as mesmas necessidades que os
precedentes a saber lubrificar a máquina e abrir novas oportunidades de lucro à empresas de ponta o setor mais moderno da indústria se lança assim nos diferentes paliativos da poluição como um novo nicho de mercado tanto mais rentável quanto uma boa parte do Capital monopolizado pelo Estado está à disposição para este fim mas se este novo reformismo está voltado ao fracasso de antemão é Exatamente exatamente como estavam votados ao fracasso os reformism passados ele se distingue desses últimos do reformismo das eras anteriores por uma diferença radical dois pontos ele não tem mais o tempo a seu
favor ponto final isso me parece um texto passavelmente visionário para ser escrito em 1971 Ele termina com essa frase bombástica um parágrafo incendiário que termina com a seguinte frase a revolução ou a morte Ponto de exclamação Este slogam não é mais a expressão lírica da consciência revoltada mas é a última palavra do pensamento científico né e continua na frase que dá o meu título Quando chove cidadãos é uma exortação Quando chove eh quando há Nuvem de poluição sobre o Paris não esqueçam nunca que isso é responsabilidade do governo a produção industrial alienada faz chover e
a a revolução faz o bom tempo ponto eh isso foi escrito Como disse em 71 né Eh muito antes portanto que a imensa maioria da esquerda Universitária eh entre as quais eu incluo por razões que a Débora da noves que expôs em Paris há do meses Bruno latur eh começasse a se preocupar com isso né Eh em 1971 nós já começ prestar atenção à entropia né Eh nós fora do mundo dos físicos que prestam atenção desde 50 né mas ela ainda não havia chegado à economia digo a mainstream do pensamento econômico aliás ainda não chegou
né seja ele de esquerda ou de direita né nem era ainda uma categoria propriamente política mas apenas uma categoria própria a nos inspirar belas ideias metafísicas né E muito antes de debor aliás Charles fourrier né escreveu um livro chamado um artigo a deterioração material do planeta no qual ele falava no declínio da saúde do Globo né isso naturalmente dentro da sua teoria do sexo dos astros etc mas ele já dava testemunho de uma a ideia de um declínio de uma deterioração material do planeta como uma questão premente né Eh isso eu peguei essa referência a
ao ao fier no livro do boné e do fros o evento antropoceno que é um livro que tem um imenso mérito me parece de desmontar a ilusão de que nós nos tornamos subitamente reflexivos né agora e que só agora nos demos conta do que nós estamos fazendo ao nosso mundo né Eh o bon fras mostram como o que não faltou foram avisos E inquietações desde que o capitalismo começou né E a questão dele é que nós marchamos para deles é nós marchamos para a destruição sabendo que estávamos marchando para a destruição como conseguiram nos convencer
do contrário né como Conseguiram fazer isso apesar de sabermos né só agora me parece né né Eh em suma só agora o socialismo científico que infelizmente não se chama mais assim é pena não devemos guardar os valores eh eh antigos o socialismo científico só agora por mais que ele comece a citar com tediosa frequência o volume 3 do Capital sobre o o Rift metabólico eu não sei como traduzir isso eh eh e descobrir que o Marx foi o primeiro ecologista né só agora que ele começa a se dar conta de que nós podemos eh eh
estar caminhando para aquilo que o gunter chamou de Apocalipse sem reino Isto é vamos ter o Apocalipse não vai ter nada depois não vai ter o milênio Apocalipse sem reino né Eh e ou seja destruição absoluta do mundo em vez de o milênio pós-capitalista isso quando né o socialismo científico ou velha esquerda como preferirem não insiste em Celebrar o poder da transfiguré e sua capacidade de nos lev vai para o Além mundo da automação integral do Lazer igualmente automatizado e da renda automática Isto é da renda Universal né resta ver se Como dizia Aristóteles os
fusos vão trabalhar sozinhos né a automação se a renda Universal vai ser Universal bastante para incluir os operários da Nike no Vietnã ou da zar em banglades e se os milhar e os milhares de escravos nas fazendas do agronegócio brasileiro e resta saber também se os flagelados do é o africano eh que vão invadir a Europa eh também terão direito ao ócio com dignidade né Eh o lazer Universal eh bom eu vou falar na Revolução eh palavra antiga né talvez na apropriada nessa era de contra-revolução nós sabemos que essa éa nós estamos na era que
se construiu como contra revolução contra revolução de 1968 né Eh nós sabemos o que está acontecendo nós sabemos o que é sabemos quem é o Que Nós não sabemos é o que fazer nem eh eh nem pior ainda nem como fazer né o que fazer o como fazer está inteiramente fora da província da competência dos cientistas do clima e de seus congêneres que em geral quando dão opinião sobre o que fazer não sobre o que há o que há eles sabem muito bem mas quando eles dão opinião sobre o que fazer dizem coisas de arrepiar
os cabelos né posso dar alguns exemplos ou talvez vou me limitar a evocar a sugestão recente de de Edward Wilson o grande mymc cólogo e sociobiologista eh e ecologista que propôs H poucas semanas atrás o conceito de Half Earth Meia Terra a sua ideia de dedicar metade do planeta aos viventes não humanos eh ele não diz exatamente onde vai ficar essa metade e de que em Qual metade vai est os Estados Unidos naturalmente né Eh mas Meia Terra para os viventes não humanos imagina-se que a outra Meia Terra só vai ter humano vai ser um
negócio desesperante né mas é o típica a típica ideia de jerico como se diz em português característica do cientista natural americano em que ele fala a da terra como se fosse alguma coisa que ele pudesse dispor nós estamos no velho no novo velho nomos da terra agora o economos da terra né Eh mas por isso que nós precisamos eh tomar nós cientistas antinaturais eh eh eh a peito o processo de dizer bom isto é o que há agora nós vamos discutir como fazer para que não seja isso não seja mais o que há cabe a
nós entrarmos no jogo né Eh sem falarmos é claro nas divagações do James lovelock o grande de James lovelock sobre um governo autocrático mundial que poderia enfim seria que se imporia como solução única solução necessária pra catástrofe que já começou né Eh começamos pelo comecemos então pelo Ant do que fazer vamos começar um pouco sobre o pensamento da crise né E pelo que se percebe como crise do pensamento que é correlata a esse pensamento da crise né ou crise da Imaginação me parece que o que tá em jogo é o que a gente poderia chamar
eu tô Seguindo aqui o chakar mas não só ele uma crise do ideal humanista da Liberdade ou da emancipação né eu cito chakra aqui ele diz nenhuma discussão sobre a liberdade desde o período das luzes até o presente levou em conta cidade de de agência geológica que os seres humanos estavam adquirindo ao mesmo tempo em que iam conquistando a sua liberdade né E que os dois processos estavam intimamente ligados os filósofos da Liberdade estavam principalmente e compreensivelmente preocupados com a questão de como os humanos poderiam escapar da Injustiça e da opressão da desigualdade ou mesmo
da uniformidade imposta a eles por outros humanos ou por sistemas de fatura humana né o período que eu tenho em mente de 1750 ao presente diz ele foi também um período em que os seres humanos passaram do uso da lenha e de outros combustíveis renováveis para o uso em larga escala de combustíveis fósseis a mansão das liberdades modernas diz ele assenta sobre um consumo permanentemente crescente de combustíveis fósseis a maioria de nossas liberdades até agora dependeu do consumo intensivo de energia ponto né compare-se isso com que dois historiadores do antropoceno o Christofer boneo e fros
eh e que são críticos ferozes do chakra Bart dizem entretanto uma coisa muito parecida eles dizem uma das tarefas maiores da Filosofia Contemporânea é sem dúvida a de repensar a liberdade de outro modo que como Independência em relação às determinações naturais explorando ao contrário o que pode haver de enriquecedor e de Emancipador nos Laços que nos ligam aos outros seres de uma terra finita e termino com a pergunta O que resta de infinito em um mundo finito eh e adiante eles falam na outra passagem deles curta eles dizem a falam da necessidade de dar fundamentos
materiais diferentes à nossa liberdade eu acho que essa é uma expressão muito feliz né a ideia de que nosso problema é como dar fundamentos materiais diferentes à nossa liberdade não abrir mão dela mas dar a ela fundamentos materiais diferentes resta ver se nós os ocidentais temos os instrumentos conceituais necessários para isso né se os instrumentos são conceituais e se é uma questão de apenas de repensar né me parece que a crise da Liberdade né a angústia de vegia se transformando em uma gaiola né cada vez mais exígua que ameaça nos esmagar né não significa simplesmente
me parece Isso aqui é uma pequena nota de esperança depois eu vou falar mal da Esperança mas me parece que a crise da Liberdade não significa simplesmente uma situação de perda de escolha uma necessidade de uma nova humildade diante de uma catástrofe que nós não podemos anular porque ela já aconteceu em larga medida só podemos mitigá-la né uma política do menos pior né Eh enfim situação que a gente encontra em toda eleição aliás né Eh do ponto de vista político e aqui eu retomo um argumento do sempre esperançoso Emmanuel wallerstein né que não não chega
a ser o meu met rapan Mas eh e que ele tá ele tá discutindo quando ele tá discutindo num texto recente a instabilidade pré-crítica como ele chama do sistema Mundial né Ele diz numa situação de instabilidade como a presente do capitalismo do sistema Mundial capitalista pequenas mobilizações sociais podem ter grandes efeitos né O que nos faz retomar a dião a dimensão da Liberdade contra o determinismo econômico né de alguma forma você tem uma espécie de um certo paradoxo aqui né que é interessante explorar Você tem uma perda de liberdade diante do que na verdade não
é mais o não é futuro como a gente pensava já é passado por isso que nós não temos Liberdade em relação a isso né ou seja as condições sobre as quais nós fazemos nossa história são cada vez menos conforme a nosso gosto muito mais do que o Marx dizia na época dele né e terrivelmente exigentes né Mas por outro lado o a a posição do wallenstein parece sugerir uma um aumento de liberd verdade em relação ao futuro né ou seja porque pequenas mobilizações sociais no momento de instabilidade pré-crítica de um sistema podem produzir bifurcações catastróficas
eh enfim essas coisas né O que significa dizer que ao contrário do que dizia a famosa frase do Jameson ou do gek É sim mais fácil imaginar o fim do capitalismo do que o fim do mundo né Eh e ou é mais fácil pelo menos imaginar o fim do capitalismo e passar ao ato né do que imaginar o fim do mundo e passar ao ato né isto é aprender a viver depois do fim do mundo o problema é que nós vamos ter que imaginar os dois provavelmente né O fim do capitalismo e o fim do
mundo mas não não metamos a imaginar por toda essa importância que eu tô dando a noção de imaginação ou como se gosta de dizer hoje ao reci a narrativa que se deve outra Precisamos de outras narrativas né que basta estar de posse das narrativas corretas para C transformação visada se realiza automaticamente na prática né Eh entre outras coisas porque o direito de errar me parece que deve ser preservado né mas errar no sentido de errância experimental e não no sentido do errar em resultado da Combinação Letal de arrogância e ignorância que caracteriza a posição existencial
do do ocidente né boa parte da nossa presente condição deriva do predomínio político do jeito que não erra Isto é o homem que constrói o mundo a partir do conceito aquilo que Levis trou chamou e de engenheiro para grande indignação do Bruno latur né Eh o o engenheiro é o homem que não erra o homem que constrói o mundo a partir do conceito em detrimento né do pensador selvagem daquilo que listrou chamou do bricoler né E que hoje nós chamaríamos de sujeito do conhecimento tradicional é o novo nome do pensador selvagem né e que que
e que poderíamos chamar também de sujeito que sabe de onde está falando porque sabe de que onde ele está falando né contra portanto a geoengenharia e a favor estee é o meu eh chamado da geobolivia [Música] Suprema bricolagem que consiste em fazer das tripas coração né que é exatamente o prodígio da bricolagem né Eh eu vou pular boa parte do texto hã 15 minutos Mas é bom pois pior que chega na hora chega na hora crucial já aí faltam só dois eu tô Frito eh eu acho que bom Ok vamos ver eh não eu queria
eh defender Na verdade o o o um pouco a posição do chakra Bart e a noção de que a espéci é um um um um de fato um um ator paradoxal um ator impossível mas ainda assim um ator que se vê convocado se vê eh conclamado a agir e não pode agir porque ele não se reconhece não não chega a sua não se pode transformar num para si né Eh o antropoceno me parece que surge como um rótulo né que na verdade define a convergência de uma crise de uma dupla crise não uma crise duas
crises né de um lado a crise do capitalismo tardio né e de outro a aceleração das mudanças na ecologia planetária não as mudanças mas a aceleração das mudanças na ecologia planetária né a humanidade como força geológica Enfim vocês conhecem seu argumento né lembremos que as cianobactérias foram uma força geológica absolutamente monstruosa monumental modificaram o planeta terra eh talvez de maneira muito mais radical do que eh o homo sapiens mas o que caracteriza a mudança produzida pela pela ação humana né Eh eh eh é a velocidade o ritmo dessas transformações né A o o o a
dimensão das transformações eu diria que nada se compara a produção de oxigênio feita pelas C bactérias né nem a nossa produção de gás carbônio se compara de gás de gás carbônico se compara ao que fizeram as cianobactérias mas o problema é que nós estamos fazendo no ritmo um pouco mais rápido do que os um ou dois bilhões de anos que elas levaram para tornar o planeta respirável né Eh o problema do antropocena é a aceleração do tempo né a transposição da da cronotopo de alguma forma né Eh mas o antropoceno eh eh eh né produz
também uma um descompasso entre as subjetivações coletivas clássicas né a classe eh eh eh a multidão o o o povo a nação né Eh e a objetivação da espécie né a espécie se torna objetivamente ela se objetiva enquanto que as subjetivações clássicas entram em eh eh crise né Eh se a a crise da eh da da da Agora se a primeira crise a crise do do capitalismo tá eu vem despertando desde a virada do século uma sequência de reações intermitentes e dispersas contra a mundialização neoliberal contra o capitalismo financeiro e assim por diante né Eh
e fez proliferar essa reação né Essa essas insurreições fez proliferar todo o novo entusiasmo pela ação política coletiva de tipo minoritário insurrecional Extra palal extraparlamentar de massa etc né a segunda crise a crise das da aceleração das mudanças ambientais né que PIS em primeiro plano os efeitos deletérios dos fluxos materiais ou reais decorrentes do processo de acumulação do Capital né A primeira de certa maneira a primeira reação foi é contra em larga medida o neoliberalismo enquanto máquina de de financiarización do do do sistema e a segunda crise é uma crise de forma alguma daquilo que
o não é a crise das moedas mas a crise das chaves para falar com a linguagem do do Alf de ontem nós estamos o problema da segunda crise é que é uma crise real é da da produção real de enfim gás carbônico de de de de venenos etc e não uma crise simplesmente eh eh do mercado ainda que nós saibamos que é a finalização financiarización que puxa a a a segunda crise né Eh eh mas essa segunda crise a crise do do mundo a crise do mundo real é um verdadeiro buraco negro para o pensamento
político da velha esquerda que continua invariavelmente industrialista Progressista né e agora aceleracionista eh um aceleracionismo que eu vou que me parece não deixa de ser irônico está fundamentalmente atrasado em relação ao mundo né Eh próprio daes são aceleracionistas Mas eles estão muito atrasados que é uma não deixa de ser engraçado eh Além de que essa segunda crise traz a cena atores clássicos igualmente clássicos como os estados nacionais a ONU né e agora as Mega corporações você falares como esses atores a humanidade a espécie esses Mega atores né um governo ecocreto mundial esses gigantes eh eh
quase ficção científica e fica a questão que me parece que é uma questão muito importante da da hierarquização ou da priorização ontológica e política que nós damos a essas duas crises né bem como dos dos cenários futurol nóg decorrentes dessas duas crises aqui eu acho que existem duas sensibilidades muito distintas que pode até convergir eh como as duas crises convergiram mas são duas sensibilidades que se dispõem em L em lados cosmologico opostos os que enxergam a catástrofe pelo lado dos humanos a crise do capitalismo e os que enxergam a catá pelo lado dos terranos Isto
é a a intrusão de de Gaia pelo lado dos terranos significa eh humanos alguns humanos e e muitos não humanos né enquanto que os enxergam a crise pelo lado dos humanos vem o problema como um problema de economia doméstica num certo sentido doméstica no sentido oico lógico do termo né o o apocalipso Ecológico né bom não fal desculpe não faltam prognósticos que declaram que o sistema Mundial aceitando a existência desse objeto se preferir pode chamar de Roma Mundial Dá no mesmo né Eh que o sistema mundial está em seu estágio terminal né não faltam prognósticos
que dizem dessa vez vai né né Eu ouvi isso vári eu sou sou velho mas ainda assim qualquer maneira já ouvi várias vezes que dessa vez ia né Eh eh enfim que o capitalismo tá em seu estágio terminal né e os profetas vão de do Guide debor ao wallerstein né E que ins o capitalismo tal como o conhecemos eu chamo atenção que essa expressão tal como conhecemos é uma expressão que mereceria reflexão que ela cada vez mais aparece no nosso discurso é um idiomatismo inglês né as it know it mas eu acho que ela significa
uma coisa de de estranho a vida tal como a conhecemos o estado tal como o conhecemos o homem tal como conhecemos né Que diabo quer dizer tal como conhecemos exatamente né e o que qual seria o oposto disso eh mas enfim que o capitalismo tal como conhecemos está em via de desmoronar e que a crise de 2008 é o prenúncio do fim etc etc né seja como for se se é possível sair do capitalismo o Val Stein crê que em 20 ou 40 anos estaremos fora dele o o o o que não quer dizer que
seja uma previsão otimista hein diga-se de passagem porque ele não tá dizendo que o que vem depois vai ser melhor né Eh o ele mas de qualquer maneira ele diz que a luta hoje não é mais sobre o fim do capitalismo é sobre o que que vai substituí-lo com efeito né tem toda a razão eh se é possível sair do capitalismo não é possível sair do antropoceno is me parece o ponto crucial que legitima a posição do chakra Bart muito tempo depois do capitalismo acabar inclusive do seu autor né o antropoceno vai continuar do ponto
de vista enfim tal como ele é definido pelos pelos geólogos e pelos geoquímicos geobio químicos etc muito tempo depois de nós saímos do da da do planeta terra o planeta terra vai continuar eh eh registrando os efeitos da revolução industrial da emissão de gás carbônico e assim por diante ou seja o antropoceno vai durar muito mais tempo que o capitalismo portanto chamá-lo de capitaloceno né focalizando nas causas mais do que nas consequências porque é isso que significa capitaloceno é deslocar A análise pras causas e não pras consequências É uma opção mas me parece uma opção
que perde de vista o fato de que é possível sair do capitalismo mas é impossível sair do antropoceno tudo que nós podemos fazer é empurrá-lo com a barriga Com perdão da expressão para que nas coisas não sejam eh eh absolutamente péssimas e sejam apenas relativamente horríveis né Eh eh ou seja isso o que o antropoceno é um ponto de não retorno né Eh o antropoceno não pode não ser o fim do mundo mas é certamente um modo inferior do mundo né tanto quanto nós e vários outros seres estão em em questão né com uma persistência
muito mais garantida e muito mais duradora do que a do capitalismo a temporalidade do antropoceno é de outra ordem que os ciclos de kondratiev ou os ciclos hegemônicos do wallenstein vai durar muito mais tempo e os ciclos vão ser muito mais longos né e Elia um ponto de não retorno como várias pessoas têm advertido stanger eh e outros né Eh e seguindo aqui os cenários descrito pelas ciências ambientais né É isso que torna tão difícil imaginar o o futuro porque esse futuro em boa parte não é mais futuro é passado né Eh e portanto imodificável
né não há narrativa que modifique o passado como desculpem hoos né Eh não dá eh a crise está atrás de nós pensar um tropo é abandonar a esperança de uma saída da crise ou como diria Pinelli ontem It's Over né the Dream Is Over né e a realidade também isso aqui é o a dificuldade da imaginação é que toda a imaginação do da da do antropoceno tem que começar por recusar como um cálice de vinho envenenado a teleologia otimista que marca a nossa cultura dominante em todos os setores do espectro ideológico né o problema portanto
é mais uma vez é que Jameson estava fundamentalmente errado é muito mais fácil imaginar o fim do capitalismo O difícil é imaginar um fim do capitalismo que não desemboque necessariamente no paraíso né ou Mas sim ao contrário no inferno de baixa intensidade né onde a tarefa crucial será manter a alegria e a vontade de viver né ela não vai ser não vai ser não vai cair do céu não vai nos ser dada pelas pelos fusos trabalhando sozinho nem pelo lazer automático ou a renda automática né Eh eu termino aqui com uma eh as o que
seriam as alternativas em relação a o que bom enfim a o que fazer eh eu começaria com uma uma frase que eu botei no Twitter eh que é o meu lugar de pensar eh em que eu dizia assim uma maneira enfim um pouco irresponsável um pouco Leviana dizer assim o fato de que a função capital e a função trabalho sejam ocupadas por animais pertencentes à mesma espécie zoológica atrapalha muito o progresso da luta de classes né porque enfim eh dá toda sorte de né de impede a percepção eh radical da do antagonismo porque afinal de
contas são todos humanos e tal né Se nós estivéssemos no mundo tipo do Wells na máquina do tempo em que você tem duas espécies diferentes né Eh talvez ficasse mais fácil nós imaginarmos o verdadeiro conteúdo da luta de classe porque é muito mais do que a luta de classes seria uma luta de espécies no caso né Eh quem são essas outras humanidades O que são essas outras da humanidade eu acho que aqui e aqui eu me concentro num numa numa oposição que me parece que eu que eu já usei antes mas que me parece crucial
é que eu acho que há duas maneiras de conceber esse eh eh eh antropos que não que que não somos nós né como pensar um um nós que não somos nós visto que nós o o pronome nós é o pronome é o pronome perigoso por Excelência é como pensar esse outro eu acho que há duas maneiras de conceber esse outro esse não ocidental esse não capitalista esse essa outra classe essa outra espécie enfim esse outro outro humano Quem é esse outro humano acho que H duas maneiras básicas de pensar esse outro humano ou você imagina
esse outro como um pobre Isto é o outro é o pobre Como dizia o o o Bond Dragon ontem você vê os os ilus de tuvalu como pobres Isto é como vítimas de um de um sistema injusto de um sistema maligno mas a relação com você é uma relação essencialmente que o Pobre é uma versão diminuída uma versão pobre de você mesmo né o pobre então é aquele que você deve tirar da pobreza é alguém que você vai transformar em alguém parecido com você você vai tirá-lo da pobreza vai despal perá e portanto o pobre
é essencialmente um eu pobre né ou você pensa esse outro como um índio Isto é como alguém que não está em nenhum forma alguma interessado em ser você e cuja diferença com você não se mede pela quantidade Mas pela qualidade né E que Portanto o problema não é tirá-lo da situação Onde está mas associar-se à sua luta para que ele possa permanecer sendo o que ele é né E aí você tem uma outra política na verdade e isso do Brasil isso é muito claro né o governo brasileiro presente pensa o índio como um pobre né
Não só pensa como transforma em um pobre pobre toda a política governamental brasileira é como vamos transformar o índio em pobre para em seguida incluí-lo nos programas de inclusão social para você incluir o índio né no sistema você precisa primeiro desan porque índio mesmo é para usar uma expressão gauza irredutível né Eh eh eh já o pobre ao contrário é um objeto da caridade um objeto da das políticas públicas é alguém que deve ser assistido então o governo brasileiro trata índio como pobre né transforma pensá-lo como pobre é transformá-lo em pobre a alternativa é pensar
o pobre como índio né isto é eh dar aos ao pobre né as condições de exercer plenamente o seu potencial de diferir né de diferente para usar a expressão nós traduzimos o otherwise da da da da da Bet povinelli né e portanto e o que implica uma outra maneira de pensar o país a política a luta de classes e assim por diante né uma coisa é você ter pobres e não pobres outra coisa você ter índios e brancos né e toda a questão se resume em pensar o índio como pobre ou pensar o pobre como
índio eu evidentemente Professo a o a a política de que é preciso pensar todos aqueles que Nós chamávamos de pobre categoria estatística Isto é categoria de estado né É em índios categoria antropológica né isto é categoria contra o estado e essa é a primeira observação a guisa de conclusão e a segunda é uma profissão de fé no que eu chamaria de uma política ontológica Eco anarquista a palavra anarquismo apareceu aqui três vezes por três pessoas diferentes falando o Mauro falando numa ontologia anarquista o Carlos mondragon falando que ele tava desanimado com a com a política
eh eh eh estatal mundial e que pensava que a solução talvez Tivesse Que Ser anarquista alguma coisa como o anarquismo Isabele stanger colocou os anarquistas no meio da da legião dos outros que dos dos pequenos dos locais né como e eu acho que essa palavra anarquismo tem Aparecido tantas vezes aqui e Nenhuma vez a palavra socialismo né Eh me parece significativo em termos do que que enfim das pequenas claro que vão falar em socialismo aqui Não se preocupem mas o fato de que o anarquismo aparentemente começa a reganhar algum tipo de dignidade ideológica política e
retórica sobre tudo eu acho que toda ação posição reflexão queima uma ontologia que não que não exprima uma ontologia política Eco anarquista é parte do dispositivo de neutralização Em que consiste a sociedade liberal ou império ou capitalismo Mundial integrado ou produtiva integral da vida com direito à renda Universal etc enfim isso que tá aí né se vocês quiserem chamar de esquerda eh o eco anarquismo ontológico político ótimo mas então todo o resto não é esquerda é direita eh o monologia eco anarquista eu concluo com essas três eh posições negativas inclui para além do seu anticapitalismo
Evidente primeiro uma recusa do monar ismo ontológico né porque não adianta ser anarquista político com monarquia ontológica né como a gente conhece vários o grande exemplo é o chomsky Né grande anarquista eh político porém monarquista fanático quando se trata de Ontologia só H uma né é o cérebro humano é a espécie enfim é uma ontologia uma monon naturalismo absolutamente intransigente Eu acho que só é possível é impossível o anarquismo um verdadeiro anarquismo político sem o anarquismo ontológico recíproco Além disso eh isso envolve o o que eu chamo de Ontologia política EC anarquista envolve uma recusa
de qualquer tipo qualquer tipo de excepcionalismo humano inclusive né recusa de pensar uma humanidade é uma causa comum né as duas coisas juntas eh recusa do monarquismo ontológico e recusa do excepcionalismo humano desemboca em uma recusa em qualquer tipo de gesto de confiar-se às mãos da Santíssima Trindade do eh eh eh da modernidade a saber o estado pai o mercado filho e a Razão o espírito santo né Eh Ou seja mercados de carbono mercados de biotecnologia e PCC etc mas também significa recusa de perspectivas que a gente poderia chamar cidadanista para adaptar uma expressão francesa
né de colaboração com o Estado e com o mercado em suma recusa do geop poder que vai se constituindo pouco a pouco no nosso planeta né então isso me parece que é a a a a a a enfim a a são os três as três exigências do que eu chamaria de um Eco anarquismo como eh de uma de uma ontologia política Eco anarquista como eh eh a posição a única posição eh não vou dizer confortável mas eficaz no mundo em que eh eh eh os estados nação como reconheceu o rendra pauri o presidente do ipcc
os estados nação não podem mais resolver o problema é preciso recorrer a outras instâncias no caso dele ele vai falar das outras instâncias são os governos locais e as grandes empresas mas evidentemente a outras instâncias além dessas outras instâncias né Eh eh E cabe a nós encontrarmos essas outras instâncias que não são eh de qualquer maneira a confissão do pau me parece altamente sintomática o presidente do ipcc de um órgão da ONU formado pelos Estados nação de vários vários anexos Mas enfim né dizendo os estados da Nação não vão dar conta disso né O que
que isso significa para nós né deixarmos de confiar no no pai estado né no filho mercado e também no Espírito Santo ciência né Eh os três as três manifestações as três pessoas da divindade moderna obrigado [Aplausos] [Música] na [Aplausos] [Música]
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