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[Música] Você está no canal do Conselho Federal de Psicologia. Acompanhe as principais ações do CFP aqui. Inscreva-se e ative o sininho para receber os conteúdos do seu conselho em primeira mão. [Música] Boa tarde. Eu sou Pedro Paulo Bicalho, presidente do Conselho Federal de Psicologia. Estou aqui não somente para dar as boas-vindas, mas para dizer o quanto é importante esse dia de hoje. Estamos aqui porque estamos em volta da primeira conferência livre de psicologia para a saúde do trabalhador e da trabalhadora. Um momento especial porque não estamos sozinhos, estamos juntos com a SBP, a Sociedade Brasileira
de Psicologia Organicional e Trabalho e da FENAPS, que é a Federação Nacional de Psicólogas e Psicólogos. Agradeço imensamente a participação aqui conosco do Hugo e da Vânia, nossos companheiros de vá de de muito tempo. E eu quero dizer que talvez a grande importância de estarmos aqui agora é porque a psicologia se transformou. Aquele projeto inicial de psicologia que foi regulamentado pela lei 4119 lá em 1962. Aquele projeto a gente fez com que ele se transformasse e a grande transformação que nós fizemos com a psicologia brasileira ao longo tempo foi exatamente quando nós começamos a nos
aproximar mais das políticas públicas. Primeiro começamos como trabalhadores e trabalhadoras de políticas públicas. Esse processo cresceu, passamos a estar presentes em mais políticas públicas, começamos a ser gestores de políticas públicas e, por fim, o nosso trabalho junto ao monitoramento dessas mesmas políticas. Para vocês terem uma ideia, hoje a psicologia brasileira somente no controle social nacional está aí presente, está presente em mais de 70 espaços. Porque para nós é muito importante não somente monitorar as políticas públicas, como produzir reais incidências no modo como elas são construídas e efetivadas no nosso país. Portanto, estarmos juntas e juntos
nesta conferência livre só nos mostra a importância de participarmos, de incidirmos e de transformarmos a sociedade brasileira. E só existe conferência em países que apostam na democracia. Portanto, a política nacional de participação social é aquela que nos permite, que nos convida, que nos convoca enquanto sociedade civil a produzirmos opiniões, incidências, a transformarmos o rumo do modo como as políticas são produzidas no país. E quando nós falamos em saúde trabalhadora e do trabalhador, essa é também uma temática da maior importância pra psicologia brasileira. Portanto, vem aí a quinta conferência, quinta conferência de saúde da trabalhadora e
o trabalhador. Estamos aqui porque precisamos nos preparar para isso. E como é que a gente se prepara para uma conferência? É construindo conferências livres. É a gente olhando para nós mesmos e pensando o que pode a psicologia brasileira no campo da saúde da trabalhadora e do trabalhador. Portanto, sejam muito bem-vindas e bem-vindos. Esse é um momento importante, não somente paraa democracia. Portanto, estamos aqui festejando a participação social, porque estamos festejando a democracia brasileira. Sejam muito bem-vindos, porque a psicologia é muito importante na produção de incidências no campo da saúde da trabalhadora do trabalhador. Portanto, que
esse dia de hoje seja um dia que nós possamos refletir, pensar, analisar, mas sobretudo para que a gente possa produzir participação, para que nós possamos produzir orientação, porque se existe uma coisa que a gente tem certeza é que psicologia é cuidado que transforma. Olá, boa tarde a todas, todos e todes. Me chamo Gabriel Henrique Figueiredo, sou conselheiro do Conselho Federal de Psicologia do 19º plenário do CFP e represento o Conselho Federal de Psicologia no Conselho Nacional de Saúde e também estou como membro da comissão organizadora dessa nossa primeira conferência livre nacional, né, que vem discutir
as propostas, né, e eleger delegadas e delegados paraa nossa quinta conferência nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora. Quero saudar a todas as psicólogas, psicólogos e psicólogues do SUS, do Sistema Único de Saúde, que aqui se fazem presentes, eh, embuídos na tarefa de construir propostas e diretrizes paraa nossa conferência nacional, eh, tão importante nesse momento eh que estamos vivenciando em função das diversas mudanças na na nossa política, né? né? Nós tivemos alterações na NR1 que insere a avaliação de risco psicossocial, mas tantos outros desafios que convoca a psicologia para estar presente neste momento, discutindo
a saúde da trabalhadora e do trabalhador dentro do nosso país, né? eu quero aproveitar a oportunidade também para dizer e agradecer a presença das inúmeras profissionais que também participaram das etapas municipais e que estão saindo delegadas e delegados paraas etapas estaduais, né? Então, a nossa esperança enquanto Conselho Federal de Psicologia, assim também o Conselho Nacional de Saúde, é de que a psicologia ela esteja presente dentro da dessa quinta conferência nacional, contribuindo para os rumos, né, e pro futuro da saúde da trabalhadora e do trabalhador. Eu acho que eh nós pensamos que a psicologia ela tem
contribuições significativas, né? E nós possuímos um acúmulo teórico, né, técnico, metodológico ao longo dos últimos anos, construindo instrumentos, né, de avaliação psicológica, mas também técnicas paraa nossa atuação profissional neste campo. Eh, então, e desejamos também, né, discutir e refletir os desafios que o mundo do trabalho ele nos convoca, né, diante do avanço, né, do neoliberalismo e de de políticas tão eh desafiadoras para quando se fala de saúde mental no mundo do trabalho, né? Então essa essa conferência livre, ela tem a uma grande oportunidade de de colocar a psicologia na nas trincheiras da construção eh para
o Sistema Único de Saúde, na no que se refere à saúde da trabalhadora e do trabalhador. Então, sejam todas bem-vindas e bem-vindos e bem-vindes e que possamos ter uma excelente tarde e discussões eh potencializadoras ao longo do nosso trabalho. Eh, convido aqui a Fernanda Magano. Olá, boa tarde a todos, todas e todes. Eu sou uma mulher branca, tenho cabelos loiros, ã, clareados artificialmente na altura dos ombros. Uso uma blusa de caveiras mexicanas com o bóton do Zé Gotinha aí com o escudo do Conselho Nacional de Saúde. O Zé Gotinha então como guardião do Sistemônico de
Saúde, do controle social do SUS. H, uso maquiagem laranja, brinco laranja e anéis grandes. Eu fiz a audiodescrição, que eu acho que esse movimento de inclusão é fundamental a cada uma das nossas atividades. Eu sou dirigente da FENAPS, Federação Nacional dos Psicólogos e pela FENAPS fui eleita presidenta do Conselho Nacional de Saúde em dezembro próximo passado. Então, junto com Gabriel, estamos compondo o pleno do Conselho Nacional de Saúde e na concretização das ações referentes à pauta de saúde e saúde mental. A quinta conferência nacional de saúde do trabalhador e trabalhadora teve como tema central definido
a questão do direito humano à saúde do trabalhador e trabalhadora e colocado a questão de três eixos norteadores pro nosso debate que vão ser apreciados aqui hoje no decorrer dos trabalhos. um eixo temático na perspectiva da do processo de revisitar a política nacional de saúde trabalhadora e trabalhadora, um eixo temático sobre a questão das novas formas e relações de trabalho e o terceiro sobre a questão da participação social. É importante destacar essas questões porque elas fazem conexão com a psicologia e com a necessidade de pensar toda a construção da perspectiva da saúde no ambiente de
trabalho, com o enfrentamento dos riscos psicossociais, todo o debate que fomos construindo ao longo do último período junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, fazer todo um movimento de pensar aqui as proposituras que vão ser incorporadas à conferência nacional, muito no sentido de fazer a voz e a vez da psicologia no que tange a essa perspectiva do cuidado da sociedade brasileira e do trabalhador e trabalhadora. E para ir finalizando, é importante destacar que a quarta conferência de gestão do trabalho, educação e saúde foi uma conferência que tratou as especificidades da saúde do trabalhador e trabalhadora
do SUS e serviu de etapa preparatória para essa quinta que vamos realizar a etapa nacional em agosto próximo. Então sigamos juntos fazendo essa construção tão necessária e importante para cada um e cada uma de nós e que sejam bons trabalhos de grupo e que consigamos eleger de forma horizontal representantes para estar conosco na Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora como Direito Humano. Desejo então que vocês façam aí essa construção e nos encontramos em breve. Um abraços. Obrigado, Fer. Fazer aqui um comentário que eh nos honra muito ter uma psicóloga na presidência do Conselho
Nacional de Saúde. Eh, e representando a FENAPS, né? E aí aproveito para convidar a a presidente da FENAPS, da Federação Nacional de Psicólogas e Psicólogos, Vânia Machado, pro uso da palavra. Olá, Vânia. Olá, tô me ouvindo? Tá me ouvindo, Bruno? Bruno, tá me ouvindo? Tô te ouvindo. Oi. Oi. Estamos te ouvindo. Minha saudação. Minha saudação a todos e todas. Eu sou cumpri aqui a a a inclusão. Fernanda bem lembrou. Eu sou a mulher branca, tô usando óculos. uma camisa de listar azul e branco. Eh, então, agradecer a oportunidade desta construção coletiva aqui, conferência de saúde
trabalhadora e da trabalhadora da psicologia junto com CFP e a FDCOT, nós da FENAPS, nós estamos muito implicados, né, no tema desta conferência, como já foi bem lembrado aí por Fernanda, a saúde de da do trabalhador como direito humano é é constitucionalmente, né, prevista, eh, faz parte da política do estudo. Eh, e todos os ambientes de trabalho devem garantir, né, aos trabalhadores e às trabalhadoras a saúde e a segurança do do seu trabalhador. local de trabalho, nós temos demandas, né, que vê aparecendo já, eh, que são a nossa presença no interest, né, que são serviços
de referência de saúde do trabalhador e da trabalhadora no SESM, SESMIT, que é o serviço especializado, agora com a atualização da NR1, né, que coloca a saúde mental, as doenças mentais como doenças relacionadas, possibilidade de serem, né, consideradas doenças relacionadas ao trabalho. Então é muito importante a nossa presença. Estamos totalmente implicados. O trabalho é central em nossas vidas, mas ele não pode ser fonte de sofrimento, adoecimento e às vezes até morte, né, para muitos trabalhadores. Deve ser fonte de realização, de valorização e reconhecimento. Nós na FENAP somos 16 sindicatos representados na nossa direção e a
nossa prioridade é estarmos presente no controle social, nos conselhos e nos conselhos de saúde, principalmente nas comissões intersetoriais de saúde do trabalhador que assiste que tá com essa grande tarefa e totalmente implicada na no chamamento das conferências agora nesse processo que nós estamos. Então, a nossa representação máxima está no Conselho Nacional, que já foi bem lembrada aqui, a nossa eh vice-presidente da FENAPS, é a presidenta do Conselho Nacional de Saúde. Então, a nossa presença ela é importante para nos qualificar, né, no na atuação, na qualificação da política nacional de saúde do trabalhador. É naciste que
o debate ocorre, mas agora o grande debate nas conferências. Então é importante a nossa presença e eu aproveito para convidar todas as psicólogos e psicólogas engajados aí nos seus municípios e estados, que procure o seu sindicato de psicólogos, se filie, fortaleça o nosso sindicato e crie essa possibilidade de estar nos espaços de controle social da saúde, porque é nos municípios e nos estados onde a política se efetiva e onde nós estamos trabalhadores e trabalhadoras trabalhando nos mais diferentes locais de trabalho. Então vamos todas juntas e juntos defender e garantir a saúde e a segurança de
todos e todos os trabalhadores deste nosso país. Muito obrigada. Um abraço a todos e todas. Obrigado, Vânia. É muito bom mais uma vez estarmos juntos, CFP e FENAPS, lutando pelo Sistema Único de Saúde e pela nossa psicologia. Convido agora o presidente da SBPT, a Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho, Dr. Hugo Sandal. Olá, Hugo, boa tarde. Tá com a palavra. Olá, eu sou um homem branco, calvo de cabelos e barba grisalhos, vestindo uma camisa preta e óculos de armação azul. Eu tenho a fundo uma tapeçaria e uma pintura, ambos bem coloridos. Também sou
um homem gay e neurodiverso. E a falta de preparo das organizações em lidar com essas condições já me trouxe prejuízo profissionais. Uma experiência que dialoga com o que viemos discutir e transformar nesse encontro. Olá, minha gente quer bom estar entre amigos. Eu sou Hugo Sando, presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional do Trabalho e é uma honra representar a SPOT nessa primeira conferência livre da psicologia para a saúde da trabalhadora. e do trabalhador. A nossa entidade nasceu para fortalecer a produção científica, o compromisso ético e a transformação das práticas em psicologia organizacional e trabalho em
defesa da dignidade de quem trabalha. Nosso propósito é pavimentar caminhos profissionais mais justos, saudáveis e humanos, onde o desenvolvimento profissional caminha junto com a proteção da saúde. Mais do que um evento, essa conferência é um grande encontro de incômodos necessários ou de incomodados necessários, que somos nós. Agora mesmo, nós estamos num momento em que que ilustra bem os desafios da saúde de trabalhadoras e trabalhadores. mês que vem entraria em vigor a nova NR1, reconhecendo que há fatores psicossociais que adoecem pessoas que trabalham e preveni-los é responsabilidade das organizações que poderiam ser punidas por ignorar essa
responsabilidade, algo revolucionário. Mas soubemos semana passada que a implantação ocorrerá em caráter educativo, ainda sem consequências para os danos causados à saúde mental dos trabalhadores. uma forma simpática de dizer que o setor patronal pediu e conseguiu adiar colocar quem gera sua riqueza entre suas prioridades. Enquanto isso, vivemos uma contradição extrema. Nunca tivemos tanto conhecimento científico acumulado sobre mecanismos de adoecimento no trabalho, ao mesmo tempo que nunca tivemos tantos trabalhadores afastados por doença. Só em 2000 e e só em 2024 foram mais de 440.000 1 afastamentos por abalos à saúde mental, quase o dobro do ano
anterior. E para cada afastamento, quantos sofrem em silêncio desprotegidos? Nós da psicologia temos o compromisso de defender a dignidade de quem trabalha e transformar o trabalho em espaço de saúde e realização profissional e, por que não, de sonhos. E é por isso que nos reunimos hoje para bolar políticas públicas, exigir ambientes saudáveis e fortalecer a participação ativa de trabalhadores e trabalhadoras. Aqui hoje não só denunciamos o que fere, mas construímos o que fortalece. Cuidar da saúde no trabalho não é luxo nem gentileza, é uma urgência, é uma questão de justiça e de direitos humanos. E
a boa notícia é que estamos juntos, eu aqui entre amigos, inclusive, construindo redes, fortalecendo vozes e transformando a realidade. Então vamos nessa propor com ousadia soluções que realmente façam diferença na vida de quem trabalha. E eu te convido a fazer nesse dia um marco de resistência e esperança e de transformação. Muito obrigado. Obrigado, Hugo. É sempre muito bom também estar com SB SBP, né, que também é membro do FMB, as o Fórum das entidades da Psicologia brasileira, eh que tem contribuído significativamente com o Conselho Federal de Psicologia nas produções aí eh do mundo do trabalho,
né? Então, é muito bom, em nome do 19º plenário, agradeço mais uma vez uma parceria com a sociedade. Convido agora o Luís Leão, eh, representante do Ministério da Saúde. Neste momento ele tá como coordenador geral de vigilância em saúde, meu conterrâneo, né? Então, quero aqui saudar e agradecer mais uma vez. Tá com a palavra, Luía. Obrigado. É um prazer estar muito prazer muito grande estar com vocês aqui. Eh, eu quero imediatamente deixar um abraço para todos e todas vocês, do nosso ministro da saúde, Alexandre Padilha, da nossa secretária de vigilância e saúde e ambiente, Dra.
MariaÂngela Simão, nossa diretora de departamento, Agnes Soares, e também trago um abraço de toda a equipe de vigilância em saúde do trabalhador e da trabalhadora da nossa coordenação geral. Deixar meu abraço e meu cumprimento ao presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Bicalo, também a querida amiga que está eh liderando esse processo de construção da quinta Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora pelo Conselho Nacional de Saúde, junto com outros e outras coordenadores e coordenadoras da quinta conferência. Nossa presidenta Fernanda Magano que já trouxe a palavra. Meu abraço também à Vânia Machado, a
presidenta da FENAPS, também ao Hugo, presidente da SBP e a todos e todas que estarão nessa mesa de abertura. Deixo meu cumprimento ao meu amigo Bruno Chapadeiro, que é também colaborador do Conselho Federal de Psicologia, membro da Comissão Intersetorial de Saúde Trabalhador e da Trabalhadora também, eh, ao Antônio Virgílio, né, que é conselheiro e que estará nessa mesa de abertura, e a professora Leni Sato, que é também histórica no nosso campo de saúde do trabalhador, contribuindo muito eh para o fundamento das ações em saúde do trabalhador na rede pública de saúde e falar da minha
alegria por essa conferência livre. Olha, o movimento em torno da saúde do trabalhador e da trabalhadora, no que tange as conferências municipais, estaduais e a etapa nacional e as livres está muito bonito. Nós temos em torno de 1000 conferências entre as realizadas e por realizar conferências livres. Nós temos em torno de 100 conferências realizadas e está um movimento muito potente, diverso e relevante pra gente deixar um marco na história desse país em torno dessa quinta conferência. A oitava Conferência Nacional de Saúde, pessoal, criou o Sistema Único de Saúde. Por que não essa quinta conferência não
deixar um legado de tamanho eh sem igual na história desse país? Eu tenho dito que até agora nós estamos indo rumo à quinta conferência. Depois nós iremos rumo ao que a quinta conferência nos indicar, propor e deixar de legado. Eu quero nesse sentido, parabenizar o Conselho Federal de Psicologia, a Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho, também a Federação Nacional dos Psicólogos, pela iniciativa dessa conferência livre e todo mundo que apoiou. Parabéns por essa organização. É indispensável que a psicologia participe desse campo de debates e de atuação. Então eu quero louvar, por exemplo, a
iniciativa que vocês fizeram de ter uma de ter não apenas essa conferência livre, mas de produzir uma nota técnica sobre o combate ao assédio moral no trabalho. Parabéns, porque isso mostra o compromisso desse Conselho Federal de Psicologia. independente do atraso da aplicação da NR1, é importante que o conselho já tenha dado suas contribuições e essa é uma das eh mais relevantes. Tem outras também que eu vou citar eh já, mas é dizer que essa é uma contribuição que vale a pena registrar, porque acho bastante relevante, inclusive nesse momento histórico que a gente está vivendo. Outra
coisa que eu ressaltaria é que em relação à NR1 e a incorporação da obrigatoriedade das empresas fazerem uma gestão do risco psicossocial é um ponto de avanço importante. Por outro lado, nós temos que lembrar que o Ministério da Saúde desde 2001 tem a publicação do manual de doenças relacionadas ao trabalho com um capítulo exclusivo sobre transtornos mentais relacionados ao trabalho. Não só os transtornos, mas os aspectos que contribuem paraa geração desses transtornos. Então, nós temos instrumentos mais anteriores que nos capacitam, nos impulsionam a ter uma ação nas empresas públicas, privadas e em qualquer tipo de
organização para preservar, prevenir, promover, proteger a saúde mental dos trabalhadores e das trabalhadoras. Da mesma forma, o Ministério da Saúde publicou recentemente uma atualização da lista de doenças relacionadas ao trabalho, com contribuição de membros do Conselho Federal de Psicologia que aqui estão. Inclusive, essa lista é um outro poderoso instrumento que nós temos que lançar mão e avançando em todos os tipos de estratégias possíveis para que essa epidemia de transtornos mentais relacionados ao trabalho e de sofrimentos, não necessariamente eh patologias, sejam reduzidos no nosso país. É para isso que a gente quer eh fundamentar também nível
nacional um plano nacional de vigilância em saúde mental. do trabalhador e da trabalhadora que nós estamos, não é, tentando eh seguir avante e lançar pelo Ministério da Saúde, que eu peço a colaboração inclusive do Conselho Federal de Psicologia para atuar junto conosco. Por fim, dizer da relevância que vocês têm na produção de um material de base para referência da psicologia atuar no campo da saúde do trabalhador, o CREPOP. Dizer da importância dos profissionais de psicologia atuando nos centros de referência em saúde do trabalhador ao redor do país. Nós temos 227 centros de referência com 2800
profissionais e muitos deles são psicólogos e psicólogas. Então, obrigado ao Conselho Federal de Psicologia por todo esse apoio e aos psicólogos e psicólogas pela contribuição na área de saúde mental no SUS. Por fim, eu lembro que essa conferência se trata de todos os trabalhadores do nosso país, formais, informais, precarizados, uberizados, escravizados, eh servidores públicos da agricultura, do campo, da floresta, das águas, seja onde for. Não se trata de uma discussão sobre trabalhadores da saúde ou do SUS, que a gente pense numa solidariedade dessas muitas classes e frações que tem recebido o impacto da precarização do
trabalho e da desvalorização, inclusive na sua saúde mental. Ótima conferência para todos e todas vamos avante rumo à quinta conferência nacional do saúde trabalhador e da trabalhadora e a saúde trabalhador e da trabalhadora como um direito humano. Muito obrigado. Obrigado, Luís, e parabéns pelo trabalho aí na coordenação de vigilância. Eh, o CFP tá aqui à disposição sempre e contem conosco, né, sempre que precisarem. Para não delongar muito, chamaria então agora o Bruno Chapadeiro, nosso colaborador do CFP e membro na Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Conselho Nacional de Saúde. Tá com
a palavra, Bruno. Bom, boa tarde a todos, todas e todes. Eh, eu sou um homem gênero de pele negra clara. Eu utilizo cabelos e barbas razoavelmente aparados. Um óculos de armação azul escura. Tô utilizando uma camiseta polo na cor laranja clara. E atrás de mim há um quadro do José Antônio, que é um artista de Tabira, Minas Gerais. Bom, eh, é com imenso prazer, né, poder falar, eh, inclusive após os meus os meus presidentes e presidentas, né, Pedro Paulo, presidente do CFP, Fernanda Magana, né, psicóloga e presidente, presidenta do Conselho Nacional de Saúde, Vânia Machado,
presidente da Fenaps, Hugo Sandal, presidente da FBP, meu querido amigo, eh, Luís Leão, que também não não disse, mas ele também é psicólogo, né? também é uma felicidade nossa ver alguém da nossa categoria eh à frente da Coordenação Geral de Vigilância e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, né, do Ministério da Saúde. E bom, eu sou psicólogo também, professor do Departamento de Psicologia de de Volta Redonda da Universidade Federal Fluminense e atualmente eu assessório o Conselho Federal de Psicologia num grupo de trabalho específico, né, ao qual o professor Vigílio irá eh explicar um pouco das
atividades que temos feito, mas dentre essas, essa que foi citada, né, pelo eh pelo Luís Leão, né, a produção dessa nota técnica sobre a sede moral que vamos lançar amanhã, vamos lançar tá? Uma resolução comentada a 14/2023, né, de avaliação de riscos psicossociais relacionados ao trabalho, uma específica também mais à frente sobre perícias em saúde mental relacionada ao trabalho. Enfim, temos trabalhado aí por dois anos a cinco, né, para a categoria, eh, pensando que a gente precisa qualificar esse debate, né? Já já passou da hora da gente achar que a psicologia social do trabalho das
organizações, ela é o lobo mal da psicologia e que a gente vai trazer esse debate aqui para dentro, né? E essa conferência pude participar ativamente da construção dela, né? junto com com diversos colegas, eh, aos quais, inclusive, eu eu gosto eu gostaria de de dizer aqui publicamente, meu agradecimento, né, aos aos profissionais e e trabalhadores do Conselho Federal de Psicologia que estão nos ajudando, né, a produzir essa conferência, que, como o Luís disse, é de suma importância, né, pra festa da da democracia, a participação popular e social na construção de diretrizes e propostas no campo
da política pública em saúde, né? Eu faço parte pelo Conselho Federal de Psicologia da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de Âmbito Nacional, né, para poder eh efetivar essa participação, né, esse eh a participação do controle social, né, enquanto classe trabalhadora, a gente poder levar essas propostas e essa nossa conferência tem essa ideia, que a gente possa levar tanto as nossas propostas enquanto categoria da psicologia, enquanto trabalhadores também e trabalhadoras que somos, né, mas também qual a possibilidade, né, de contribuição desta ciência e desta profissão ao campo da saúde do trabalhador e
da trabalhadora nesses três eixos que estão divididos aí a nossa conferência, né? Pensar que há uma política nacional de saúde do trabalhador, da trabalhadora que deve ser fortalecida também por nós da categoria, né? eh pensar as novas configurações do mundo do trabalho e também essa participação, o controle social, porque afinal somos nós, né, classe trabalhadoras, que conseguiremos fazer qualquer transformação social justa e necessária nesse país. Obrigado e uma boa conferência para todos, todas e todes. Obrigado, Bruno. Eh, esqueci de falar, Bruno também é da comissão organizadora dessa dessa conferência livre. E quero agradecer aí a
importante e significante significativa contribuição eh paraa construção de todo esse trabalho. Eh, e convido, por fim, mas não menos importante, professor Virgílio, eh, que é conselheiro do CFP, Antônio Virgílio Bastos, para fazer uso da fala em nome da do GT também de Psicologia Organizacional e do Trabalho, eh, que vem trazer um pouco mais de elementos aí das das dos trabalhos do Conselho Federal de Psicologia no que se refere a a essa área da organizacional e do trabalho. Olá, Virgílio tá com a palavra. Bom, boa tarde a todas as pessoas que nos acompanham. É uma grande
satisfação para o Conselho Federal de Psicologia estar aí à frente dessa conferência, dessa atividade, de alguma forma concretizando uma preocupação nossa, que é trazer o mundo do trabalho como uma das preocupações importantes e centrais para a nossa gestão frente ao Conselho de Psicologia, né? O nosso conselho sempre reconheceu e hoje mais do que nunca reconhece o papel que o trabalho tem como domínio da vida estruturante dos próprios sujeitos, estruturante da forma como a sociedade se transforma e se reproduz, né? Desde as origens da nossa profissão, o campo do trabalho e das organizações é uma dos
temas, é uma das áreas clássicas de inserção, né? e que absorve um contingente expressivo da nossa categoria. No entanto, apesar disso, durante décadas, eh esse mundo do trabalho esteve um pouco afastado das nossas preocupações. Tanto é que ao longo da sua existência, só em 2022, vai surgir na gestão do 18º plenário do Conselho Federal de Psicologia uma resolução especificamente voltada para normatizar e orientar e oferecer bases para uma atuação ética, uma atuação técnica e e científica, que é a resolução 2 de2, exatamente sobre a avaliação de riscos psicossociais. Essa primeira iniciativa, evidentemente, que foi longamente
gestada, legou eh gerou bastante discussões, críticas, debates e isso nos levou enquanto conselho, a a constituir um pequeno grupo de trabalho que, dialogando com esses segmentos que faziam críticas à resolução, poôde produzir uma nova resolução agora a 14 de 2023, que nós nós atualizamos eh eh a as bases que estruturavam essa resolução, que cujas críticas se situavam basicamente em uma visão um pouco reducionista da avaliação de riscos psicossociais a uma avaliação psicológica. E nós fizemos então todo um trabalho de mostrar eh as relações entre esses níveis de avaliação, né? Bom, o fato é que desde
eh a nossa gestão no 18º plenário, nós temos nos preocupado intensamente com as transformações que o mundo do trabalho vem sendo, né, vem ocorrendo no mundo do trabalho, transformações de diferentes ordens, né, esse avanço tecnológico, essa mudança nas nossas bases de do processo produtivo, né, e sempre associada a uma crise cada vez mais crescente, né, condições laborais eh, que tem gerado índices alarmantes de adoecimento, inclusive mental, intensificação do trabalho, eh instabilidade, perdas de vínculos, ou sério, um mundo de trabalho que vem se configurando de forma bastante eh difícil e promotora de sofrimento, de adoecimentos, né?
tal. Face a essa realidade, nós assumimos nessa gestão a prioridade de dar atenção a isso dentro da nossa missão institucional, que é normatizar, orientar, oferecer condições para que o profissional e a profissional da psicologia possam se inserir ness nessas eh nessas ações, nessas políticas eh de forma mais qualificada, observando a a as nossas recomendações, as nossas preocupações éticas, né, sintonizada com aqueles valores que orientam e que deve orientar o exercício profissional da psicologia. E esse grupo de trabalho que aí Bruno faz parte, Gabriel já se referiu a ele, ele tem trabalhado intensamente e produzido vários
documentos importantes, não é? uma nota técnica inicial, até delimitando as possibilidades de atuação nesse campo das organizações do trabalho, não é? Eh, que vai se transformar em breve em uma cartilha com a função mais educativa junto aos alunos para que os alunos tenham uma compreensão mais abrangente de qual é o nosso papel nesse contexto, né? Amanhã estamos lançando uma nota técnica sobre assédio moral e sexual no trabalho, extremamente relacionada com toda essa nossa preocupação de como criar ambientes eh saudáveis, ambientes que sejam mais protetivos à saúde das pessoas que nele trabalham. No dia 8, vamos
lançar essa resolução comentada que o Bruno já falou, ou seja, dando mais insumos, mais elementos para que o profissional da psicologia possa entender a complexidade dos processos de avaliação de riscos psicossociais e, por conseguinte, se afastando dessas soluções fáceis, mercantilistas que estão circulando no mercado, né? Então, chamando o nosso profissional a responsabilidade para que essa avaliação seja feita na complexidade que ela exige, né, e não de forma superficial, de forma mercantilista, né? Então são ações que esse grupo de trabalho tem feito dentro dessa diretriz do 19º plenário nosso de priorizar a atenção a essa área
que ficou de alguma forma esquecida por nós enquanto instituição por um bom tempo, nãoé? Então, é evidente que esses produtos que nós estamos produzindo, né, eh, estão dentro da nossa missão institucional, né? E mais do que orientar e e normatizar, eu acho que hoje também temos a consciência de que nós precisamos fazer incidências políticas, nos aproximar das instâncias decisórias que regulam, que formulam as políticas na área de saúde do trabalho. Da mesma forma como um dia nos aproximamos das políticas de saúde, da política pública de saúde de assistência social, como agora estamos conquistando espaço nas
políticas públicas de educação, eu acho que temos esse grande desafio de assegurar o papel que nos parece ser indispensável da psicologia na implementação de medidas, de projetos, de ações eh voltadas para criar ambientes saudáveis de trabalho, promotores da saúde, de respeito à dignidade humana. nãoé? E junto a essa incidência, junto a essas entidades, a esses órgãos do Estado, também nos cabe um papel de preparar, qualificar, estimular o profissional da psicologia a cada vez mais se qualificar, eh, para poder cumprir um papel que se espera dele nessas políticas, né? Então, é por isso que nós estamos
aqui, é por isso que nós estamos felizes com essa conferência e com a possibilidade de dar voz aos nossos profissionais, eh, e marcarmos a nossa presença, eh, eh, nesse, nesse domínio, né? Então, nosso nosso desejo é que essas essa conferência livre seja, portanto, um espaço de construção coletiva, de afirmação da importância da psicologia para a saúde da trabalhadora e do trabalhador e de compromisso com o projeto de sociedade mais justo, digno e saudável para todos. Obrigado. Olá, Virgílio. Obrigado mais uma vez. Eh, e quero parabenizar em nome do de todo o 19º plenário que tá
junto contigo, o trabalho que você tem feito à frente do do grupo de trabalho e nas relações representando o CFP junto com a SBPT, com a FENAPS e com tantas pesquisadoras e pesquisadores eh em todo esse trabalho que você apresentou aqui e tantos outros que estão por vir também eh relacionados ao mundo do trabalho. né? Ã, bom, nossa programação ela tá extensa, né? Mas o nosso tempo apertado, então vamos logo passar para nossas mesas temáticas, né? E aí nossa primeira mesa saúde do tem como tema saúde do trabalhador como política de saúde pública, memória e
reafirmação de princípios. Eh, então quero apresentar a Leni Sato, que é professora da Universidade de São Paulo, a USP. Ela é graduada e mestre, doutora em psicologia, membro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia, professora titular da Universidade de São Paulo, tem experiência na área de psicologia com ênfase e fatores humanos no trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde do trabalhador, psicologia social do trabalho, psicologia social, trabalho e psicologia do trabalho. E antes eu queria, perdão, a gente vai passar para para uma outra uma outra fala que são dos eixos da quinta conferência
nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora, política nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora, as novas relações de trabalho e a saúde do trabalhador e da trabalhadora, participação popular na saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras para o controle controle social. Eu convido então, representando a Federação Nacional de Psicólogas e Psicólogos, a psicóloga Tamara Leve, que é secretária da FENAPS, diretoraagal do sínds do Distrito Federal e membro suplente da FINAPS na Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Conselho Nacional de Saúde. Olá, Tâmara. Antes eu só fazer um parênteses, pedir mais
uma vez aqui para que as pessoas elas possam fazer o credenciamento no link que está aqui no YouTube. No chat tem um link. Eu peço para que vocês façam a o credenciamento que ele se equivale a à inscrição, né? A inscrição, não, ao registro da presença nessa conferência. vai ser critério para que a gente possa fazer a eleição das delegadas e dos delegados e também a certificação da sua participação nessa nossa conferência livre. Tâmara tá com a palavra. Seja bem-vinda. Boa tarde. Oi, Bruno. Boa tarde. Boa tarde a todas, todos e todos que estão presentes,
né, acompanhando a gente. Eu vou olhar aqui os comentários. Eh, meu nome é Tamara Levi. Eh, eu sou eh membra, né? Estou agora nesta diretoria da Federação Nacional dos Psicólogos. né? Hoje eu faço parte também da diretoria executiva, estou como diretora geral do Sínd, eh, e também estou como membra suplente na SIST, né, na CNS. Eh, eu quero saudar a todos que estão participando, né, dessa conferência. Eh, agradecer também o espaço e a confiança que me foi dada, né, pela Vânia, pela Fernanda. Afinal de contas, eu tô aqui, eh, fui incumbida de uma tarefa muito
importante, né, que apresentar os três eixos que serão discutidos logo após essa mesa. E também, né, vou fazer disso eh um momento pra gente eh ter condições, né? É um documento extenso, é um documento mais de 30 páginas. Claro que eu não vou, né, expor aqui as 30 as 30 páginas para você para vocês, mas eu vou fazer o possível para que para conseguir passar a essência desse documento para vocês, tá? Esse documento ele se divide em três eixes. Antes de colocar o slide, aí eu já peço aí pra galera da produção, né, que tá
aí já preparar o slidezinho aqui pra gente, tá? Eh, esse documento, esse documento ele não é só um texto, tá? Esse documento ele é uma ferramenta de luta e ele organiza as nossas vozes enquanto trabalhadores, tá? Pra gente transformar tudo isso que a gente tem sobre a nossa forma de nos organizarmos em relação ao trabalho eh de da nossa indignação, toda essa indignação que a gente tem. para gente se organizar, né? Então, a conferência ela tem essa proposta de organizar, né, eh, os trabalhadores. E aqui eu vou fazer um um uma pontuação para vocês que
eu tô aqui falando não só como representante, né, da categoria, né, eu tô aqui como diretor geral, eu tô aqui como secretária, mas eu também tô aqui como trabalhadora, tá? Eh, eu não sei onde pode ter acesso ao documento. Eu não sei. Aí se alguém me mandar aqui nos bastidores onde o documento ele tá disponível, eu aviso. Se a a a organização do evento quiser, depois eu posso disponibilizar o documento para que ele seja enviado pelo Meet quando a quando forem abertas as salas, tá? Eu vou fazer isso aí. Eu já aviso aqui a Fabrícia,
o Bruno que esse documento vai ficar disponível, tá bom? Eh, ah, aqui alguém respondeu que o documento pode ser acessado no Conselho Nacional de Saúde, né, no site, tá? Então, podem ver lá se tá disponível o documento, mas a princípio eu vou deixar aqui com a com a organização da venda, tá? Eh, então a gente, eu vou convidar vocês a fazer a escuta e a leitura também, né, porque vão ter pedacinhos do documento aqui, de uma maneira que não só com olhar de psicólogos, né, que atuam no atendimento da classe trabalhadora, mas também como trabalhadores,
tá? Esse é pra gente fazer essa leitura a partir desse lugar, do lugar que nós estamos como trabalhadores, de você se reconhecer como trabalhador, com objeto dentro e não um observador externo. Nós, psicólogos e psicólogas, nós não somos observadores externos da classe trabalhadora, nós somos trabalhadores. Tá bom? Dado esse esse pedido, eu vou passando aqui, eu tô vendo os comentários de vocês, qualquer coisa, tá? Eu eu comento aqui e vou vou vou acompanhando, mas aí eu peço para passar o slide. Vamos lá. Bem, a Conferência Nacional de Saúde, ele é um espaço de avaliação e
formulação de diretrizes para as políticas públicas eh de saúde no Brasil, tá? Então, como eu falei, a gente vai, né, organizar, a gente se organiza frente àilo que a gente entende como demandas a serem atendidas naquilo que nós temos de de de saúde, que o serviço pode ser oferecido no Brasil, né? E aqui, especificamente a gente tá falando sobre saúde do trabalhador, tá? E a gente tem o trabalho como algo que eh algo como fonte de realização, mas primordialmente a gente tem o trabalho como uma fonte de existência, de sustento, a forma que nós nos
sustentamos, né? A nossa capacidade de estar vivendo na sociedade, consumindo e sobrevivendo, tá? Esse lugar que a gente precisa estar, né? trabalhar, ele é uma, o trabalho ele é uma necessidade e essa necessidade, esse lugar que a gente tem necessidade de estar, ele está adoecendo a gente. Então aquilo que é para ser um sustento, um lugar, né, que a gente possa produzir eh coisas pra gente sobreviver, a gente tá adoecendo nesses espaços. E todo momento que eu for me citar trabalhadores, eu vou falar, gente, eu não vou falar os trabalhadores, os trabalhadores, eu vou falar
nós trabalhadores, tá? Vamos fazer esse exercício de se incluir, tá? E nós não somos meros eh eh eh eh meros eh meras pessoas que estão só assistindo, né? Nós não somos só meros espectadores, tá? E aí a gente tem, né, questões para pensarmos em relação aos desafios que nós da classe trabalhadora, né, enfrentamos e como nós podemos ter condições seguras e dignas de trabalho. Vou pedir para passar. Pode passar. OK. Nós vamos dividir em três temas, tá? Ou em três eixos. O primeiro eixo é a política nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora. O
segundo eixo, as novas relações de trabalho e a saúde do trabalhador e da trabalhadora. E o terceiro eixo, participação popular na saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras para efetivação do controle social, tá? Eh, esses três eixos eles vão ser discutidos após essa mesa, tá? Então, vão ser abertas salas no no MIT. E aí vocês, quem fez o credenciamento que o Bruno falou para vocês fazerem, vai poder participar, tá? Então façam o credenciamento. Vamos lá. Ai sobre as 30 horas a gente vai falar disso. Se é o eixo do Vamos chegar lá, tá? Eh, vamos lá.
Eh, a gente tem o trabalho como algo para garantir eh uma vida digna, tá? Mas a gente tem o trabalho como uma fonte de adoecimento de milhões, né? Nesse documento que foi que tá sendo disponibilizado disponibilizado pelo Conselho Nacional de Saúde, a gente tem o registro registro entre 2007 e 2022 de 3 milhões de doenças relacionadas ao trabalho. 3 milhões, tá? Eh, e também tem um um outro uma outro dado muito interessante nesse documento, que ele fala que a cada um eh a cada 15 segundos no mundo, que é da OIT, cada 15 segundos no
mundo, uma pessoa morre por motivos de adoecimento causados pelas condições de trabalho. Uma pessoa a cada 15 segundos morre no mundo por motivos laborais, tá? Eu vou pedir para passar, tá? Eh, foi comentado, né, na na nas apresentações anteriores, né, foram nós fomos saudados falando aqui da conferência e tudo mais e de tudo que já aconteceu e e dos ganhos que nós tivemos em relação às conferências, né? Então, toda a dem, todos os ganhos, todos os direitos que foram conquistados, eles foram conquistados a partir da organização das demandas dos trabalhadores e por luta para que
isso fosse eh alcançado, tá? E não é só alcançar, a gente precisa proteger também, ter garantia, né? Então, a gente já já nós já tivemos eh quatro conferências, né? Uma aconteceu em 86, né, que foi ali no período, um pouquinho antes do processo de construção da Constituição Cidadã de 1988. A gente tem de 1994, 2005 e 2014, tá? Pouco de para passar, OK? E aqui a gente tem os marcos, né, da eh eh os principais marcos da saúde do trabalhador. Então, a gente tem primeiro a Constituição, né, cidadã de 1988, né, em 1990 a gente
tem, eh, o SUS atuando como vigilância em saúde do trabalhador. em 98, a gente já vai ter as normativas sobre essa vigilância, né, da saúde do trabalhador que atua que que passam a a ser a funcionar dentro do SUS. Em 2022, a gente vai ter, vocês podem ver que começa como uma coisa tímida e a gente vai ganhando espaço, né? A pauta ela vai ganhando espaço, vai ganhando uma proporção maior. Eh, em 2002 a gente já tem eh a estruturação da rede nacional de atenção integral à saúde do trabalhador no SUS, tá? Eh, em 2007
a gente já vai ter outras disposições, né, sobre o o RENAST, o RENAST, né, que já é o processo de fortalecimento e estruturação dessa rede. Eh, em 2012, a gente tem a a portaria, que ela já vem instituir políticas, né, voltadas à saúde do trabalhador dentro do SUS, tá? E em 2018 a gente já tem a resolução da CNS, né, que que que passa a instituir a política de vigilância, tá? Pode passar. Aqui a gente já vai entrar no eixo um, tá bom? Eh, quando a gente olha esse processo de eh construção, a gente vê
que ele é algo contínuo, né? É algo que vai sendo construído não só nos momentos em que acontecem as conferências, mas as construções elas acontecem de forma anterior à conferência. Então, a gente tem movimentos sociais, a gente tem organizações de trabalhadores, a gente tem eh a organização de usuários também. Todos esses movimentos se organizam para que nas conferências as demandas elas sejam entregues, sejam discutidas para serem levadas, né, como deliberações da conferência, tá? Então, vamos lá. Eixo um, né? a gente tem aqui o que é a política nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora.
A gente tem aqui a criação, né, e a criação dessas políticas, elas têm a o dever de garantir a saúde da população, de nós trabalhadores, tá? Eh, e a e a ideia é promover um ambiente seguro, né, e prevenir doenças e acidentes relacionados ao trabalho, né, e ela faz parte do SUS e busca atender as trabalhadores e trabalhadores. E entendam trabalhadores e trabalhadores, não necessariamente só quem tem um vínculo formal de emprego, mas todas as formas de eh trabalho, né? Então, a gente tem os informais, os informais e os autônomos, que é onde onde nós,
né, fazemos partes na sua grande maioria, a psicologia, né, a gente tem uma categoria organizada enquanto trabalhadores autônomos, tá? No entanto, a implementação enfrenta desafios como falta de fiscalização, a precarização das condições de trabalho e a ausência de notificações adequadas às doenças e acidentes, tá? Então aqui a gente tem uma subnotificação eh de doenças e acidentes que acontecem, né, eh que estão relacionadas ao trabalho, tá? Eu vou pedir para passar. Eh, cadê aqui? Tá. Qual o papel do SUS em relação à saúde do trabalhador? A gente tem a lei orgânica, tá, que ela vem definir
a saúde do trabalhador no aspecto de monitorar, fiscalizar e garantir a saúde ocupacional por meio de vigilância sanitária epidemiológica, atendimento médico e reabilitação de trabalhadores afetados por doenças e acidentes de trabalho e promoção de políticas públicas para garantir ambientes de trabalho seguro, tá? Eh, as propositivas que podem e devem e vão ocorrer hoje mais tarde, né, elas se dão aqui no na possibilidade de construir, né, novas ferramentas para atuar enquanto política pública, tá? Então, a gente eh eh precisa começar a a pensar, né, e já ir se organizando aí internamente com as ideias que podem
vir surgindo, pra gente poder ter uma discussão muito rica. Eu vou pedir para passar. Eh, então a gente tem, né, que os desafios da implementação das políticas eh das políticas nacionais da saúde do trabalho, a gente tem a a subnotificação de doenças ocupacionais, né, que são doenças relacionadas ao trabalho e que não são registradas oficialmente, dificultando a criação de políticas eficazes, tá? Eh, a gente tem alguns dados sobre, por exemplo, eh, o conhecimento da classe trabalhadora em relação a a a saber da existência dos serestes, né, que são esses centros de referenciar a saúde do
trabalhador. Chega cerca de 70% da classe trabalhadora não sabe da existência dos serestes, né, do quanto que a gente não tem uma atuação efetiva nos territórios, né? Eu não sei, Ken, eu não sei se tem como escolher mudar deo, tá? A gente não tem atuação eh eh eh atuação efetiva nos territórios dos serestes por falta de eh ferramentas, né, dinheiro eh investimento que é estatal, tá? A gente tem a precarização do trabalho, né? A gente tem a terceirização, o aumento do trabalho informal e as novas formas de vínculo. Muitos trabalhadores não têm acesso a direito
a direitos básicos eh de saúde e segurança. Quando a gente fala sobre processo de terceirização e aumento da do trabalho informal, geralmente a gente passa a pensar na no processo de uberização. Quando a gente fala sobre processo de uberização, a gente pensa em entregadores de iFood, né, motoristas de aplicativo, né, e outros trabalhadores que fornecem algum tipo de serviço e não têm nenhum vínculo empregatício com a empresa na qual estão inscritos e fazem, né, esse esse serviço. Porém, vou convidá-los aqui a pensar no seu vínculo empregatício enquanto profissional da psicologia, de que maneira ele se
dá e de que forma ele se aplica. Quando a gente fala de terceirização, aqui a gente também pode falar sobre as terceirizações que têm acontecido de forma massiva no SUS e na educação, tá? Eh, a gente precisa pensar também de que forma esses vínculos se dão e a que riscos esses trabalhadores estão expostos. Eh, e aí a gente tem a falta de fiscalização também que acaba não tendo, né, não se tem braço suficiente para fiscalizar esses vínculos. Quando a gente fala sobre lugares de que estão desassistidos, como os trabalhadores de aplicativo, como pessoas que estão
como motoristas de aplicativo, né, ou então a trabalhadores que estão na saúde suplementar, atendendo o plano de saúde, em clínicas que não tem nenhum tipo de vínculo empregatício e acaba não tendo nenhum tipo de fiscalização e a gente não sabe exatamente de que maneira esse trabalho tá sendo feito. feito, né? Eh, e eu falo, esse trabalho tá sendo feito, não que o profissional vai fazer um mau trabalho, de maneira alguma. Eu tô falando de em que condições os trabalhadores da psicologia estão exercendo a sua profissão nesses espaços que a saúde suplementar vem colocando como forma
de empregar profissionais da psicologia. E comumente a gente chama, né, nas nossos nas nossas mesas de discussões internas dos sindicatos como subemprego, né? Esses vínculos eles são subempregitos, né? E a gente também tem desigualdade de acesso à saúde ocupacional, né? Trabalhadores informais autônomos que enfrentam dificuldade de acessar serviços de saúde, né? principalmente quando a gente fala em relação à saúde mental, o acesso à compreensão de que o processo de adoecimento mental vem sendo por motivos laborais, nem sempre acontece dessa maneira. Então a gente não tem uma entrada e um registro desses desses atendimentos, por exemplo,
no no na rede de atenção à saúde, como compreensão de adoecimento psíquico através, aliás, eh por conta do trabalho, né? Então são coisas subnotificadas. É muito mais fácil quando a gente fala: "Ah, o fulano caiu do andame lá na obra", né? Uma pessoa teve um acidente dentro da empresa. É mais fácil a gente, né? Dizer que esses acidentes eles têm uma relação laboral de fato, né? Mas quando isso acontece no âmbito da saúde mental, a gente passa a individualizar problemas que são de ordem coletiva, né? A gente precisa olhar e dizer que existe uma questão
que precisa ser discutida e ela é estrutural da forma que nós nos organizamos para trabalhar. Vou corrigir na forma que nós fomos organizados para trabalhar. A gente não escolheu. Próximo slide, tá? E aqui ainda do eixo um, né? Como é que a gente pode fortalecer a saúde do trabalhador? Eh, para mudar esse cenário, né, a gente precisa de ação e a gente também precisa de compromisso, né? Aqui a gente tem algumas soluções, não são todas, afinal de contas, nem todas as soluções são pensadas só num documento e só numa tarde a processo de construção. Fortalecer
a rede nacional de atenção integrada da saúde eh do trabalhador Renaste, né? E a gente também precisa eh garantir a presença dos seretes, os centros de referência. Como eu falei para vocês, cerca de 70% da categoria, da categoria não, tipo da classe trabalhadora, não sabe da existência do sereste, tá? E quanto desses serestes de fato tem estrutura para recebimento da demanda daquele trabalhador? Eh, e que, né, demanda é essa que chega? Por exemplo, quando a gente tem eh uma demanda em relacionada à saúde mental, será que todos os serestes têm atuação de profissionais da saúde
mental para fazer o recebimento dessas demandas, né? Eh, a gente também precisa pensar no como, né, melhorar a fiscalização das condições de trabalho, combatendo a precarização e garantir no ambientes seguros, garantir a implementação das políticas públicas eh em nível estadual, municipal. Eu vou, o balãozinho cobriu o resto, eu não vi eh estadual, municipal, né? E a gente também precisa pensar na execução, porque muitas vezes, muitas políticas públicas acontecem até delas serem aprovadas e passarem de fato, eh, né, como algo que possa ir para a atuação, sair do papel, mas elas não saem do papel, né?
Porque não necessariamente, porque existe uma lei que ela vai ser cumprida, principalmente quando a gente fala uma lei que que diz para o Estado cumpri-la, né? Eu vou dar um exemplo aqui que é um exemplo muito recente que a gente que que abrange a gente, né, enquanto profissionais da psicologia e é uma pauta que eu tenho me acompanhado bastante, que é a Lei 13.935, 1935, que fala da obrigatoriedade de profissionais da psicologia e da assistência social nas escolas, tá? É uma lei nacional, né, que deve ser implementada em todo o território. Porém, esse processo de
implementação, ele precisa de uma mobilização da classe trabalhadora e também da comunidade escolar, tá? Então assim, a gente precisa da mobilização social, que a gente tem, né, os direitos, a gente precisa trabalhar para que eles sejam efetivados, garantia e permanência deles, tá? Eh, pode passar aqui. A gente tem as novas relações de trabalho, tá? que é eh vamos falar um pouquinho da reforma, né, que nós tivemos trabalhista, né, do que nós de 2017, vamos falar do que a gente tinha de 1943 e até 2017, de 2017 para cá, tá? Então, a gente tem dois cenários
diferentes aqui acontecendo que colocam a gente eh numa posição, principalmente quando a gente fala de profissionais liberais, eh numa situação de vulnerabilidade frente às a aos espaços de trabalho que são oferecidos, tá? historicamente, né, a gente tem eh eh eh no Brasil uma avanços que foram importantes. A gente vendo um processo de exploração humana, né, a base social brasileira, ela tem assim as suas raízes fundadas e firmadas no genocídio e na e e na e e na escravidão, né? Então, a gente tem uma herança acontecendo aí. Então, desde que a gente tem abolição, né, abolição,
porque a gente sabe que ainda existem novas formas, né, eh, de trabalho escravos, né, que a gente chama escravidão moderna acontecendo. Eh, e de que maneira isso veio se construindo até a gente ter a criação da CLT, né, que a gente tem eh o registro em carteira, o 13º, eh, férias, limite de jornada. Aqui nós vamos falar das 30 horas, tá? Eh, a gente tem limite de jornada, a gente tem a segurança também frente a seguro desemprego, eh, enfim, várias várias seguranças que são eh, sociais, né, a previdência, né, e também a garantia que ainda
não que nós não temos mais, né, da mesma maneira que nós tínhamos há alguns anos atrás, que é a garantia de aposentar, né, né? Então, a gente tem eh de 1943 para cá até 88, a gente tem o processo de fortalecimento, né, da dos direitos trabalhistas, a gente tem a criação de políticas públicas, eh, de segurança no trabalho, a gente tem todo o processo de organização no SUS. Aí a gente tem 2016 e 2017, né, que se abre aí uma grande ruptura naquilo que a gente tinha de construção de direitos trabalhistas. Eh, e essa desruptura,
aliás, e essa ruptura que acontece, né, a gente tem essa essa esse desmonte dos direitos trabalhistas acontecendo. Então, a gente tem a formalização, né, de vínculos precários de trabalho, então passa a ser regular, né, a contratação via, eu posso peço para passar o slide. a contratação via eh eh eh eh vínculos eh eh precários de trabalho, como a jornada intermitente, a ideia de uma não vinculação eh só pela prestação de serviço, né? Então, a a passa a ser legal que isso aconteça, viabilizando que haja a exploração dos trabalhadores via a uma diminuição do custo de
haver um trabalhador, mas o custo desse trabalhador não não gerar esse gasto, né, para as grandes eh eh instituições aí empregatícias, é a nossa saúde está sendo sendo usada para garantia de que o capital continue crescendo, tá? Então a gente tem essa situação acontecendo e essas judicações elas precisam acontecer dentro desses espaços, tá? Como esse que a gente tá tendo hoje. Então a gente tem as formas de trabalho, como esses esse trabalho ele impacta na saúde, né? a gente fala aqui da quarta revolução industrial, que a gente fala pelo processo de automatização, digitalização, né? Quanto
que a gente tem uma um espaço onde o virtual acaba sendo um lugar de uma não regulamentação. Então, a gente fala da regulamentação das plataformas, mas muito mais do que a gente falar sobre a regulamentação das plataformas, como se houvesse a possibilidade de uma convenção onde vai todo mundo sair bem e ganhando e quando, na verdade, sim, vai ser ter sempre alguém explorado. Então, a gente precisa pensar de que maneira isso se dá. Eh, a terceirização e a informalidade, como eu já falei para vocês, por exemplo, o SUS aqui no Distrito Federal, especificamente e na
psicologia, a gente tem o processo de terceirização em massa de profissionais da psicologia acontecendo em condições de trabalho, sem nenhum título de garantia, tá? Então, a gente tem uma rotatividade muito grande, um adoecimento da nossa categoria de forma massiva, eh, que acontece pelo próprio estado, porque a empresa que faz processo de terceirização aqui no Distrito Federal é uma empresa, é uma empresa estatal que e e que essa que o próprio estado pega, faz o processo de terceirização e adoeça nessa categoria, tá? E aí a gente tem o trabalho remoto e híbrido também, que a gente
perde essa a gente perde essa essa noção do espaço eh eh do trabalho e espaço privado, tá? Então aquilo que a gente tem por horas trabalhadas acaba não acontecendo, tá? Eh, e a gente também tem a intensificação eh do trabalho, a gente tem maior cobrança, maior produtividade e tudo mais. Eh, e a gente vou só finalizar o terceiro eixo rapidinho. Eu tô vendo aqui no chat. Eh, e a gente tem o terceiro eixo. Eu vou pedir para passar pro terceiro eixo. Isso. O terceiro eixo, ele fala da participação do controle social na saúde do trabalhador.
A participação do controle, pode passar. Isso é a nossa possibilidade de que eh nenhuma conquista dos trabalhadores eh aconteceu sem mobilização e muito mais do que nenhuma conquista aconteceu, a permanência dessas conquistas também acontece através da mobilização social. Então, a fiscalização acontecendo por meio do controle social é necessária para que isso aconteça, tá? seja na implementação das políticas públicas que já existem, seja na na criação de novas políticas públicas e seja na execução das políticas públicas e na garantia da permanência da execução dessas políticas públicas, tá? Então, é por isso que a gente precisa que
o controle social atue efetivamente como eh fiscalizador, fiscalizador do Estado para que isso aconteça, tá? Aí vou pedir para eu passar. Eh, isso aqui eu já falei, pode passar. Pode passar aqui. Eh, os desafios que a gente tem, a gente tem a baixa participação dos trabalhadores nos conselhos de saúde e conferência, né, e a desmobilização dos sindicatos e movimentos sociais. Essa desmobilização dos sindicados e movimentos sociais é um fenômeno que vem acontecendo eh acho que de vou assim, ele é mais antigo, mas eu vou pôr especificamente de 2016 para cá, que é o processo de
desmobilização dos sindicatos quando a gente tem reforma trabalhista. E a gente também tem o processo de despolitização da base, né, de trabalhadores. E não é algo que é exclusivo da psicologia, mas é algo que a psicologia eh sente muito, tá? Mas a gente tem essa dificuldade do dos profissionais, não só da psicologia, mas de todas as áreas, mas aqui eu vou falar, nós trabalhadores, nos compreendermos enquanto sujeitos de direito. Nós não somos meras mercadorias para sermos eh tratados somente com políticas de compensação, tá? Nós somos sujeitos ativos, protagonistas da nossa, tá? Vida enquanto trabalhador e
podemos atuar. A gente tem ferramentas para atuar. Conferência, ela é uma ferramenta, tá? O esse documento é uma ferramenta. A CNS é uma ferramenta. Os sindicatos, procurem os sindicatos nas suas bases, são ferramentas de organização de trabalhadores para que a gente possa atuar, tá? e atuar não só enquanto profissionais da psicologia que fazem o atendimento de uma sociedade altamente adoecida por conta das condições de trabalho precárias que nós estamos, tá? Mas também enquanto categoria de profissionais da psicologia, trabalhadores que precisam se organizar, porque os trabalhadores da psicologia estão cuidando. A gente se profissionaliza, a gente
se forma, a gente faz tudo e estamos adoecendo, tá? por conta das nossas formas de nos vincularmos. Então é essa a minha, esse é o meu recado, esse é meu convite, tá? Para vocês virem pensando e construindo. E aí vocês podem vir já, Olá. E aí, é isso, gente. São os nossos três eixos e boa, boa tarde aí para vocês, né? que vocês tenham uma ótima discussão, uma ótima construção. Obrigado, Tâmara. Mais uma vez agradecer a FENAPS pela sua indicação para estar aqui com a gente. Parabéns pelo trabalho à frente do sindic Distrito Federal. Eh,
já ouvi muito falar de ti, né? Que bom poder te encontrar aqui. Eh, muito boa a as suas colocações e certamente vai nos ajudar aí a na construção das propostas, das diretrizes paraa nossa quinta conferência nacional. É muito bom tê-la aqui. Então, em nome do 19º plenário do CFP, eu agradeço a você a participação, a colaboração. Eh, e convido agora a professora Dra. Leni Sato. Ela é graduada e mestre e doutora em psicologia, membro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia, a ANPEP, professora titular da Universidade de São Paulo, tem experiência na área
da psicologia com ênfase e fatores humanos no trabalho, eh que vai falar sobre, vai fazer uma apresentação com o título Saúde do Trabalhador como Política de saúde pública, memória e reafirmação de princípios. Olá, professora Leni. Olá, seja muito bem-vinda. Você me ouve ou não? Sim, sim, professora. Tá bem. Eh, tá. Tá certo. Bom, então eu acho que esta conferência eh é um momento muito tá com problema de conexão aqui, gente. Eu não sei se é o meu ou se é o que. Bom, vou continuar falando. Se tiver problema, vocês, por favor, me avisem, tá bem?
Eh, então esta conferência livre eh, é um momento oportuno para recuperar a memória do campo saúde do trabalhador, da trabalhadora na nossa história, né? E a psicologia também nesse contexto. E como diz o título, eu gostaria aqui de reafirmar seus princípios deste campo, né? Então, saúde do trabalhador é um campo de investigação e de práticas. Ele é construído no contexto do processo de redemocratização no Brasil nos anos 80. Eh, tem uma forte articulação com o movimento sindical que voltava a cena na pública trazendo a saúde como uma de suas bandeiras. É um campo que se
constituiu como um conjunto de práticas importantes na política pública de corte social, na saúde pública, né? E aí depois vem todo o contexto do SUS, né? E a psicologia da saúde, ela começa a participar mais fortemente de toda a política de saúde no Brasil neste período, né? Este campo saúde do trabalhador motivou a produção de conhecimento substantivo e significativo no Brasil. Se fizermos uma busca de pesquisas, veremos que há muitas monografias, dissertações, teses desenvolvidas por pesquisadores em várias áreas e disciplinas. na saúde pública, em várias especialidades da medicina, engenharia, psicologia, serviço social, dentre outras, né?
A psicologia assim passou a integrar um campo interdisciplinar e multiprofission profissional em dois espaços importantes, a saúde do trabalhador como política pública e a saúde do trabalhador na atuação sindical, né? Como o campo de atuação profissional, vale destacar que a construção dele abriu espaço paraa atuação da psicologia, onde práticas de promoção, prevenção e vigilância em saúde foram acrescidas às tradicionais práticas mais eh eh práticas clínicas, né? Ao mesmo tempo, nesta época, eh, o trabalho com movimentos sociais e sindicatos possibilitou também a psicologia a construção de práticas psicológicas não assistenciais, né, trabalhando com formação sindical, estudos,
pesquisas, tá? Eh, o que a gente caracteriza a saúde do trabalhador, justamente porque ela envolve tanto a política pública como a ação dos movimentos sociais, denominamos de um movimento da saúde do trabalhador, pois ela articula intelectuais e técnicos orgânicos, ou seja, que estão vinculados, alinhados com a causa e com o olhar dos trabalhadores e as entidades sindicais e trabalhadoras de base, né? Eh, vale destacar o papel do Conselho Federal de Psicologia ao tomar as políticas públicas como campo relevante para a psicologia, né? em notícia eh do Conselho Federal de 24/09/29, 2019, desculpe, eh tinha um
no site a seguinte informação: O Conselho Federal de Psicologia, por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas, o CREPOP, disponibiliza a toda categoria a edição revisada da publicação Saúde do Trabalhador no âmbito da saúde pública. referências técnicas para atuação da e do psicólogo. Eh, nessa edição, grande parte do documento foi mantido porque já existia um texto anterior que foi o primeiro, eh, que foi publicado em 2008. Então eu gostaria de destacar isso, o importante papel que o conselho teve no sentido de fortalecer as políticas públicas e de dar um espaço importante
no sentido de eh publicar, né, eh essas normativas, essas orientações eh referente referências técnicas, na verdade, né, sobre saúde do trabalhador, tá? Eu recomendo que todas as pessoas leiam esse documento que tá disponível no site do conselho, né? E a gente tem atualmente enquanto programa política pública de saúde a rede nacional de saúde do trabalhador, né? E a como política pública, o objetivo é trabalhar a assistência, promoção, a prevenção com destaque paraa ação de vigilância em saúde, né? Ou seja, eh, a atividade, a vigilância consiste em identificar os problemas de saúde dos trabalhadores e a
condição ou contexto de trabalho que estão referidos a estes problemas, né? O alvo da vigilância qual é? Mudar o trabalho, né? Então, nós temos vários exemplos no Brasil eh desde que começou a esse movimento ser implementado, né, que ele começa inicialmente mais na região sudeste da do país e depois ele se espraia pro Brasil todo. E muitas das conquistas foram feitas no campo da saúde, muito em função deste movimento e dessas políticas, né? por exemplo, trabalhadores intoxicados por mercúrio, chumbo, produtos químicos, os mais diversos, trabalhadores que executavam, executam trabalhos repetitivos, né? Então, por exemplo, a
própria normatização da doença lesão por esforço repetitivo é uma conquista deste movimento da saúde do trabalhador, né? Eh, por exemplo, é a partir da ação de sindicatos e federações de trabalhadores de várias categorias, mas dentre eles a de processamento de dados, que teve um papel importante, já eu não vou me lembrar a data, mas eh década de 90, se eu não me engano, de reconhecer a lesão por esforço repetitivo como uma doença relacionada ao trabalho, né? Então, a gente tem aí incontáveis conquistas que a gente obteve a partir deste movimento sa trabalhador, né? Eh, eu
queria destacar algumas questões eh relativas à saúde do trabalhador, né, como campo. Primeiro, saúde do trabalhador não é sinônimo de saúde ocupacional ou de medicina do trabalho, né? a saúde do trabalhador. E essa expressão é escrita com as primeiras letras em maiúsculas S e T, porque designa um campo de investigação e de práticas, né, com apoio teórico metodológico muito claramente definido, né? Ou seja, esse termo saúde do trabalhador não é apenas um termo descritivo, tá? É um conceito, define um campo, tá? Além disso, tem alguns pilares que sustentam este campo: o claro posicionamento político, estar
ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, a importância de atuar junto aos movimentos de trabalhadores, considerar, né, a importância e a determinação da correlação de forças capital trabalho na determinação do processo saúde e doença, né, e também o papel da ideologia gerencial, né, ou seja, mesmo empresas públicas, né, as relações de poder que adotam uma lógica gerencial cada vez mais pautada na empresa privada, elas estão presentes, né? No que se refere aos apoios teóricos metodológicos, a saúde trabalhadora entende o processo saúde e doença como histórico, determinada por sua materialidade. E, para tanto, o processo de trabalho
é categoria central. Ao vivermos numa sociedade capitalista, importa ter em conta a divisão social do trabalho. Ou seja, quem detém a propriedade dos meios de produção é o controle da gestão do trabalho e quem vende a força de trabalho, né? Eh, como é que se dá a produção do do valor, a produção da maisvalia e quem se apropria dele, né? Eh, as mudanças contemporâneas do trabalho é algo também que tem sido bastante extensamente contemplado nos estudos e preocupações do campo da saúde trabalhador, né? Aberização, o capital financeiro e etc, né? A precarização da do trabalho
e os problemas de saúde advindos disso, tá? A saúde ocupacional ela se pauta numa leitura funcionalista apoiada na concepção de riscos, né? riscos físicos, químicos, biológicos, os tradicionais, né? E essa lógica tá fortemente presente na orientação das normas regulamentadoras que tá num capítulo da CLT que diz respeito à saúde e segurança do trabalho, né? O foco aqui pra saúde do ocupacional é mais prioritariamente o ambiente de trabalho, ambiente de trabalho, né? Eh, as categorias políticas, poder, controle, interesses, correlação de forças e etc, não são consideradas, tá? É importante destacar o que Harry Braverman, eh, naquele
livro Trabalho e Capital Monopolista, que é um clássico, como ele descreve, né, as decorrências eh da emergência da gerência científica e do papel que isso teve para inclusive eh formar, né, consubstanciar aquilo que tem sido eh denominado de riscos psicossociais, que é uma discussão que a gente vai pegar um pouquinho lá paraa frente. Então is é um aspecto importante, ou seja, saúde do trabalhador não é sinônimo de saúde ocupacional, partem de pressupostos muito diferentes. O segundo aspecto importante a destacar é que trabalho é central paraa saúde do trabalhador e é problematizado pela ótica da saúde,
né? Ou seja, considerar inclusive que o trabalho ele pode ser uma atividade estruturante da saúde, né? Veja-se, por exemplo, quando os problemas emocionais associados à falta de atividade, à falta de trabalho e ao desemprego, né? Porém, eh, o trabalho, a depender das condições e da organização na qual ele é feito, pode levar a ccimento e a outros problemas de saúde, né? Para o campo de saúde do trabalhador, o trabalho é central, ele deve ser conhecido e avaliado, né? A gente fala inclusive que pra gente conhecer mesmo o trabalho a partir da leitura da saúde trabalhador,
onde o trabalho é central, é necessário ir ao chão de fábrica, né? Falávamos fábrica quando, basicamente era uma tínhamos aí uma sociedade industrial, né? A esse respeito, eh, o fato do trabalho ser central, vale a pena trazer aqui rapidamente as reflexões do médico sociólogo argentino que se chama Juan César Garcia. Ele é falecido e ele trouxe assim contribuições importantes para pensar as questões sociais no campo da saúde, né? E ele destaca que, inicialmente, eh, paraa medicina, os problemas de saúde eram visto com vistos como associados apenas à esfera da reprodução social, ou seja, o fora
do trabalho, né? E posteriormente é que ele come é que o a medicina começa então a estabelecer relações entre o trabalho e o os adoecimentos e problemas de saúde dos dos trabalhadores, né? Ramazini, por exemplo, é uma figura importante nesse sentido. É, utilizando esse raciocínio do eh Juan César Garcia, vale a pena também a gente pensar, né, se a psicologia em algum momento ela concebeu o trabalho na sua relação com a subjetividade, a sociabilidade e a saúde como centrais, né, como busca-se no campo da saúde trabalhador estabelecer, né? Eh, um outro aspecto que me que
também gostaria de destacar é o seguinte, né? A psicóloga, o psicólogo, eles devem atuar ao lado das trabalhadoras e dos trabalhadores, né? Em palestra proferida pelo professor Christopher Deur na Confederação Nacional dos Metalúrgicos na França, ele dirige uma pergunta, algo assim para pra plateia, né, que eram metalúrgicos. Quem é o especialista em termas? Né? E toda a sua palestra vai ser desenvolvida no sentido de construir o argumento de que são trabalhadoras e trabalhadoras que conhecem o que lhes aflige no trabalho. Assim, um princípio importante na saúde trabalhador no campo é considerar que trabalhadoras e trabalhadores
são construtoras e construtores portadoras de conhecimento, tá? E eu coloquei aqui conhecimento todo com letra maiúscula. A esse respeito, a psicologia social fornece instrumental teórico relevante para tematizar o que é conhecimento, tá? Eh, é importante nesse nesse contexto, então, nós ouvirmos as trabalhadoras e os trabalhadores. E eu escrevi aqui também no meu texto, ouvir toda com letra maiúscula palavra. Entretanto, cabe um alerta para nós, né? Ouvir significa estarmos receptivos ao conhecimento construído pelas e pelos trabalhadores, né? E em relação e à subjetividade, ou seja, aquilo que eles pensam, o que eles sentem, além do que
eles pensam, é aquilo que eles sentem, como vivenciam, né? Implica em nos abrirmos para conhecermos os significados e os sentidos que os trabalhadores e as trabalhadoras atribuem à realidade de trabalho vivida. Isso aqui é muito relevante, né? Ouvir significa estarmos receptivos ao conhecimento, estarmos atentos aquilo que emerge da subjetividade dos trabalhadores, né? Ouvir. Portanto, é diferente de pedir para que essas pessoas trabalhadoras e trabalhadores respondam questionários, escalas e outros instrumentos que já são formatados para colherem informações segundo a nossa ótica, né? Então, este é um alerta importante, né? Ou seja, estar ao lado das trabalhadores,
das trabalhadoras e dos trabalhadores significa conhecer o ponto de vista deles e valorizá-lo. Ao se conceber o trabalho como central, o campo da saúde do trabalhador entende ser imprescindível conhecer o trabalho real, né? Como nos ensina, por exemplo, a ergonomia, dentre outras disciplinas, né? O trabalho real, ele é complexo, ele mostra as inconstâncias, a necessidade de os trabalhadores e trabalhadoras replanejarem o trabalho continuamente para que ele seja factível e para tentar amenizar os esforços. Então, este é um aspecto que é bastante relevante, certo? Eh, conhecer o trabalho, conhecer o trabalho real, né? Eh, tem um
aspecto que eu gostaria de trazer aqui, de destacar dentro do tempo que a gente tem, que diz respeito essa discussão que tem sido travada aí sobre a partir da NR1, da mudança da redação da NR1, né, que se refere ao que é denominado lá na NR, riscos psicossociais, né? Eh, eu trago aqui algumas reflexões sobre essa nova redação, né? Eh, é uma NR que trata de fenômenos que têm sido descritos por pesquisadores em vários lugares no Brasil também há muitas décadas, né? Ou seja, nós temos já um acúmulo bastante significativo em relação à discussão teórica,
metodológica e também temos muita empiria. Nós conhecemos muito os trabalhos que existem no Brasil. Eh, ou seja, é, são, nós temos muito conhecimento que é baseado na realidade de trabalho do nosso país, né? E aí eu acho que vale destacar a importância da atuação do Sereste, desde a criação do Programa de Saúde do Trabalhador, né, e depois eh centros de referência em saúde trabalhador e também do movimento sindical, da universidade, institutos de pesquisas. Mas gostaria de destacar aqui a importância doses e do movimento sindical, ou seja, a política pública ela é extremamente relevante. Vale notar,
dentre as várias contribuições, o a a contribuição notável da professora Edit Seligman Silva, que publicou capítulos de livro, livros nos quais ela aborda o tema da saúde mental e e trabalho, né? Então aqui vale destacar a presença, né, do que a gente tem denominado de dimensões psicossociais no trabalho como algo relevante no campo da saúde do trabalhador. A esse respeito, para pensar essa questão da relação entre trabalho, saúde e aquilo que tem sido denominado de fatores eh psicossociais e etc. Eh, é importante destacar que há abordagens teóricas que entendem ser imprescindível considerar o tipo de
relação de trabalho que se estabelece, né? E isso vem da medicina social latino-americana, né? Pois esta relação determina o trabalho cotidiano, a divisão do trabalho, as relações de trabalho, né? Quem detém os meios de produção, quem fornece a força de trabalho, quem detém o controle sobre o gerenciamento, etc., né? tem uma denominação muito eh importante, muito potente, muito adequada eh da professora Edit Seligman Silva, que é pensar o trabalho como um trabalho dominado. Isso eu acho que é central para pensar estes efeitos paraa saúde mental. E a esse respeito, eh, os professores Carrusca e Santos,
num artigo de 2024, apontam os limites da abordagem dos fatores de risco psicossociais, pois ela não considera a materialidade e a historicidade do trabalho. Sim, os autores consideram que as análises psicossociológicas e sociológicas baseadas em pressupostos da filosofia marxiana que dialogam com as críticas leituras marxistas acerca dos fundamentos da produção capitalista e ou com as reflexões sobre a gestão neoliberal, contribuições centrais para recituar a discussão relativa aos fatores de risco psicossociais sob outro ângulo a fim de capturar suas dimensões, né? Ao ouvirmos, trabalhadoras e trabalhadores, percebemos que a vivência deles no trabalho remete aos contextos
de trabalho, né? Eh, que é formado por uma tesitura de diversos eh o que nós denominamos de aspectos ou elementos ou riscos, né? Quando a gente ouve os trabalhadores e as trabalhadoras, eles não falam de riscos isolados, né? O que eles falam é eles buscam descrever eh uma interação dinâmica entre os diferentes aspectos eh relacionados ao trabalho, a gestão, o controle, a organização do trabalho, o ambiente físico, químico, biológico e a tecnologia. Ou seja, eh as leituras teóricas e técnicas muitas vezes separam em fatores, em riscos, em elementos. para quem vive a situação, ele não
vive as coisas isoladamente, separadamente, mas vive o contexto todo que é configurado a partir da interação entre estes aspectos, né? Então eu vou lembrar que, por exemplo, os motoristas de ônibus, que é uma categoria que muitos de nós conhecem, né? Como que eles se referem ao que é um trabalho penoso que gera sofrimento, incômodo, esforço, né? Ao ouvirmos eles, a gente consegue aprender que a penosidade do trabalho se deve a diversas condições. E aqui vou relatar algumas. o tipo de ônibus, as condições de manutenção do carro, ao calor, ao frio, ao barulho, a vibração, a
chuva, ao sol intenso, né, a poluição ambiental, ao trânsito e tipo de itinerário, a adequação da tabela e da escala, que define duração das viagens, pausas, horários para refeição, folgas, quantidade de carros na linha, ou seja, a quantidade de carros na linha é importante porque se tiver menos carros. Eh, tanto eles como os passageiros sofrem muito. E é muito interessante como eh o conforto da dos dos passageiros eh e a qualidade eh do dos carros faz com que os passageiros fiquem mais tranquilos e isso também ajuda para que o trabalho deles seja mais tranquilo. É
muito interessante, né? Outros aspectos também estão presentes é a má qualidade de locais para refeição e banheiro, a qualidade da relação com o fiscal de linha, com o cobrador, etc., né? O que eu quis aqui trazer eh eh é que na verdade aquilo que configura, né, uma dimensão do trabalho que gera sofrimento incômodo e esforço, demanda esforço, é uma tescitura de aspectos do trabalho, é um contexto, tá? não é possível eleger um ou outro fator isolado, tá? Eh, a outro aspecto importante é o fato de que a interação trabalhador, trabalhadora e contexto de trabalho, ela
é dinâmica, né? havendo variabilidade. Assim, mesmo que busquemos identificar e isolar elementos, fatores, riscos específicos que afetam a saúde, o peso relativo de cada um deles poderá mudar a sua interação com os outros, né? Eh, um outro aspecto que eu queria destacar, né, e que tem a ver com a saúde do trabalhador como um todo, né, ou seja, eu falei lá atrás que um dos alvos da da da política de saúde trabalhador é a vigilância em saúde, cuja intenção é identificar os problemas de do trabalho que afetam a saúde e modificá-los. Então, assim, a intenção
é mudar o trabalho, né? Eh, então outro aspecto que que é importante em relação a tudo isso é a questão da avaliação das condições e contextos de trabalho, né? É importante de início, já de partida, considerar aspectos de natureza ética que estão envolvidas nesta avaliação, né? Vale destacar que os aspectos éticos também estão envolvidos e se embricam com aspectos de natureza política, né? A gente não pode ter a ingenuidade de pensar que o local de trabalho é um local neutro que não tem eh problemas relativos à correlação de forças. Muito ao contrário, o local de
trabalho é um local que é tem uma dinâmica que é política, fortemente política, né? Eu nunca me esqueço de um colega meu que ele falava: "Se alguém tem dúvida se existe luta de classes, vai num num chão de fábrica para ver como é que é. coisa funciona, né? Eh, e aí nesse sentido, a questão do do aspecto ético articulado com o aspecto político é pensar que liberdade tem os trabalhadores para assumirem seus pontos de vista, né? Eh, de poderem falar o que realmente sentem e pensam, de se negarem a fornecer informações, etc., né? Temos que
ter em mente a quem nós estamos atendendo, aos trabalhadores, né? Isso é um aspecto extremamente relevante quando a gente fala da saúde do trabalhador, né? havia inclusive eh propostas eh não só aqui no Brasil, mas em países eh europeus, de que os profissionais que trabalhavam na empresa, tanto na área de seleção profissional como na área de medicina do trabalho e segurança do trabalho, fossem, na verdade pessoas contratadas a partir do aval dos trabalhadores, né? Eh, falamos acima sobre a importância em avaliar o trabalho estando ao lado dos trabalhadores, né? Isso significa que eles devem participar
da concepção do planejamento e da execução da avaliação do trabalho. A avaliação das dimensões psicossociais no trabalho deve-se voltar para a análise do trabalho, né? Um destaque aqui. Em 1998 teve uma conferência sobre fatores psicossociais no trabalho, foi eh em Copenhagen, na Dinamarca. E uma pesquisadora estadunidense, ela proferiu uma palestra sobre o tema pesquisa participante, né? É importante constatar duas coisas em relação a isso. Primeiro que os organizadores, a comissão científica deste desta conferência sobre eh fatores psicossociais no trabalho consideravam consideraram relevante, né, eh como forma de avaliação dessas condições de trabalho a pesquisa participante.
Isto é uma coisa muito importante de destacar. A outra coisa a destacar também é que a grande referência para essa pesquisadora era o nosso querido professor, pensador, sábio Paulo Freire. Ele era a principal referência para essa pesquisadora estadunidense sobre o tema da pesquisa participante, né? Aqui cabe destacar também que pesquisa não se reduz a aquilo que a gente tem numa imagem às vezes de que é um trabalho de TCC, mestrado, doutorado, não. Mas o dia a dia, a própria avaliação do trabalho é uma atividade investigativa, não é? E a pesquisa participante considera que tanto cientistas
como técnicos, eles não são detentores de um saber privilegiado sobre as condições de trabalho e saúde, né? Mas eles têm um tê conhecimentos relevantes para que possam dialogar com o conhecimento construído pelas trabalhadores e trabalhadores, né? Eh, enfim, isso também nos mostra aquilo que o modelo operário italiano, que foi muito importante na própria Constituição do campo, eh, tem como forma de reconhecer, né, que os trabalhadores têm um conhecimento e uma subjetividade operária que deve ser eh considerado. Eu tô vendo que acho que deve tá quase no meu horário. É isso. Um minuto, professora. Quanto? Um
minuto. Um minuto. Puxa vida. Você sabe que eu ia te pedir para você me avisar quando faltasse 10 minutos e c para eu me organizar. O que destacar é o seguinte, eu quero chamar a atenção aqui paraa importância eh de eh não se confundir uma coisa que eu acho que às vezes acontece, né, de confundir a avaliação da dimensão psicossocial do trabalho com avaliação psicológica. Não é a mesma coisa, tá? A avaliação psicossocial do trabalho, ela preza pela avaliação do trabalho, do trabalho real, cotidiano do trabalho, pela ótica dos trabalhadores, tá? Eu queria aqui, só
para finalizar, então, eh, trazer um trecho deste documento do CREPOP sobre saúde do trabalhador, tá? Que é esse documento que foi inicialmente escrito em 2008 e depois escrito em 2019. Assim, eh, tá escrito. A saúde do trabalhador, portanto, propõe uma nova forma de compreensão das relações entre trabalho e saúde e novas práticas de atenção à saúde dos trabalhadores e de intervenção nos ambientes de trabalho. Busca-se sobretudo compreender a ocorrência dos problemas de saúde à luz das condições e dos contextos de trabalho, tendo em vista que medidas de promoção, prevenção e vigilância deverão ser orientadas para
mudar o trabalho. Evita-se assim o psicologismo que explica os eventos sociais por aspectos psíquicos individuais ou a abordagem do tipo bandade, que traduz medidas de natureza. Hop, como, por exemplo, aconselhamento de trabalhadores estressados, psicoterapia individual, relaxamento ou biofeedback, né? como campo interdisciplinar. A diversidade de perspectivas configurada por especificidades teóricas e metodológicas faz-se presente no caso da psicologia, em especial a saúde do trabalhador, canaliza a interface entre os conhecimentos da psicologia social da saúde, da psicologia social do trabalho, além da psicologia clínica, né? Eh, eu acho importante frisar a a questão da mudança do trabalho, né,
e não a adaptação das pessoas, das trabalhadores, dos trabalhadores ao trabalho tal qual ele está aí, né? Há muitas críticas, por exemplo, ao que não sei ainda se hoje se utiliza muito, né, programas de qualidade de vida no trabalho, né, em que se indica, né, como política empresarial. a ginástica, yoga, dietas e etc, né? Por decisão individual, é claro, cada um de nós pode escolher e fazer essas atividades, né? O que é equivocado é isto ser uma política empresarial para pensar as questões de saúde no trabalho, né? Um outro termo que eu acho que é
muito interessante, cunhado pelo professor Mário Ferreira da UnB, é o que ele denomina de um ofruô corporativo, né? Ou seja, você tem um um espaço de relaxamento, só que você não muda o contexto de trabalho, você não muda a condição e é isso que tem que ser mudado, né? Nesse sentido, e aí eu finalizo mesmo, né? Eu queria lembrar aqui que o professor Francisco Antônio de Carlos Clástro Lacais, ele tem um artigo sobre qualidade de vida no trabalho, em que o que ele defende é uma qualidade do trabalho, né? É o trabalho que tem que
ter uma qualidade boa. É isto, né? E para terminar mesmo, eh, vou aqui lembrar o que a professora Aracim Martins Rodrigues, professora da USP, querida, eh, elas ela tinha uma tecia muitas críticas a mudanças superficiais que muitas vezes são adotadas, né, nas empresas, né, e ela falava o seguinte, é como se você tivesse um uma taça, né, você colocava o chantilly em cima dessa taça, só que o sapão continuava lá embaixo. né? É isso que ela vai, ela denominava de eh que o Sapão continuava lá embaixo da taça quando se adotavam medidas dessa natureza. Então
acho que seriam estes os pontos que eu gostaria então de destacar aqui relativos à saúde do trabalhador como política pública, né, reforçando os seus princípios e recuperando a memória de um campo tão rico e importante pro Brasil. Obrigada. Obrigado, professora. Em nome do da comissão organizadora, eh, do 19º plenário do CFP, agradeço aqui as suas contribuições. Ah, foi muito importante, tão elogiado aqui nos comentários. Eh, eu não, o nosso tempo tá bem apertado, né? Então, eu não vou poder eh delongar aí considerações, né? mas agradecer eh certamente a a tudo que foi colocado e que
certo e que também tenho certeza de que vai nos auxiliar aí nas reflexões no grupo de trabalho. Bom, fazer uma, tentar ser o mais breve possível, né, uma síntese e para que a gente possa agora ir pros grupos de trabalho, ã, apresentar um pouco da metodologia. Nós teremos agora, nós tivemos a exposição, né, depois da mesa de abertura e agora nós vamos pros grupos de trabalhos nos três eixos da Conferência Nacional, onde nós eh apreciaremos a a diretriz, uma diretriz e três propostas por eixo, ã tendo o limite máximo de 700 caracteres. Então, nós teremos
cada, em cada eixo uma equipe de relatoria que vai fazer a verificação dessa dessas informações, né, das da dos caracteres, eh, porque é um são diretrizes, né, do documento orientador da conferência nacional. Então, nós temos ali algumas regras e o limite da de caracteres por proposta é de 700 caracteres. Eh, a comissão organizadora, ela dessa nossa conferência livre, ela preparou um documento preliminar para nos auxiliar nesse processo de trabalho em função do tempo que nós teríamos para realizá-lo. E aí eu quero chamar a atenção de que essa tá sendo a primeira conferência livre realizada pelo
CFP que está sendo totalmente online, né? Nós não estamos nem a equipe, né? Nenhum participante está presencialmente na estrutura do CFP. Então isso tá até peço a aproveito a oportunidade para pedir a compreensão, né? Tá dando tudo certo, que bom, né? Mas se houvesse qualquer intercorrência, né? eh seria compreensivo em função da de ser a primeira vez de estarmos realizando ela inteiramente no formato online. Então, por conta do tempo e por conta de ser online, né, nós no nós preparamos o um preliminarmente essas propostas, né, por um grupo consolidado de profissionais da área, né, que
são colaboradoras e colaboradores do CFP, que será então analisado nesses grupos de trabalho. Nós iramos então pra pras salas, né? Nó nos dividiremos aqui eh as pessoas que estão participando da conferência por meio do YouTube, através do YouTube, eh irão para salas de Google Meet, né? né? E nessas salas, nosso primeiro trabalho será a apreciação dessas propostas, né, e da diretriz, né, como eu disse, uma diretriz e três propostas para cada eixo. E posteriormente nós teremos aí 1 hora e meia para fazer esse trabalho, né? Eh, posteriormente, no próprio grupo, nós faremos a eleição dos
delegados e por no final, né, quando encerrar eh essa essa atividade, as duas tarefas que nós temos, apreciar propostas e diretrizes e eleger as delegadas titulares e suplentes, né, nós faremos a retornaremos aqui, né, pro YouTube para poder assistir o encerramento e a apresentação das delegadas eleitas. nos nos grupos de trabalho. Ã, deixa eu verificar se faltou alguma informação. Eu acho que é isso. Os links eles estão aqui no chat do YouTube e nós também estamos agora colocando o link dos do Google Meet, onde nós entraremos para participar dos dos grupos de trabalho. Para quem
tá acompanhando no YouTube, posteriormente, eh, essas atividades, embora sejam gravadas, elas não serão disponibilizadas, né, em função de est em uma outra plataforma. Então, a gente não tem eh a transmissão, né, pública dos grupos dos eixos da nossa conferência livre. Eh, e para finalizar, reforço o pedido de eh credenciamento no link que também está disponibilizado aqui no YouTube, porque ele é uma forma de registrar a sua presença, né? É, portanto, é uma forma da gente garantir a o número de delegadas que serão eh enviados pra Conferência Nacional, assim como é uma forma de garantir a
sua certificação na de participação na nossa conferência livre, certo? Eh, então nós iremos agora encerrar essa transmissão e passaremos à participação dos dos eixos para que todos já fiquem cientes. Eh, quem estará na condução do eixo um sou eu. Na condução do eixo dois é a psicóloga colaboradora do CFP, Ana Carolina, e no eixo três, o psicólogo que fez a apresentação aqui na mesa de abertura, eh, Bruno Chapadeiro. Então, obrigado pessoal, vamos aos grupos e retornaremos logo mais às 5:30, horário de Brasília pro encerramento aqui no YouTube. Você está no canal do Conselho Federal de
Psicologia. Acompanhe as principais ações do CFP aqui. Inscreva-se e ative o sininho para receber os conteúdos do seu conselho em primeira mão. เฮ
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