Introdução à Filosofia - Aulas com Franklin Leopoldo e Silva e Oswaldo Giacóia Junior

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filosofia não pode ser funcionalizada Filosofia é um exercício da liberdade e se existe alguma característica da filosofia que atravessa sua história é exatamente ISO é uma postura é um gesto é um exercício e sobretudo é este exercício de compromisso intransigente com a coerência com a autenticidade com a argumentação racional sobretudo esse retorno crítico aos fundamentos [Música] então nós poderíamos começar dizendo a partir dessas origens históricas que durante muito tempo eh o pensamento a elucidação dos mistérios do mundo foi feita a partir eh em grande parte da de elementos Sobrenaturais ou Místico e religiosos que eram
trazidos à baira para enfrentar o des conhecido eh E durante muito tempo isso foi feito eh sem a interferência decisiva da Razão da racionalidade Mas a partir de crenças e de tradições que foram se consolidando ao longo dessa história da filosofia não é eh a partir de um certo momento no entanto eh Houve essa intervenção eh não brusca Mas nós vamos ver que ela é bastante descontínua eh da da racionalidade o que não quer dizer que nós passamos de repente da do mito a racionalidade mas pelo contrário muitas vezes eh o mito continuou presente na
história da filosofia durante muitos e muito tempo eh e nós o que nós vemos por exemplo com a uma certa positividade de uma filosofia como a de Aristóteles não foi o que aconteceu o tempo todo então o mito a razão conviveram durante muito tempo e deram eh ocasião a uma reposição dos problemas né Eh apelando então muitas vezes para eh a as categorias Racionais né mas sem esquecer as origens eh mitológicas eh de tudo isso é verdade eh nesse sentido Franklin me parece que a filosofia acaba sempre tendo um compromisso com as suas próprias origens
a filosofia enquanto postura e enquanto gesto implica sempre em uma reatualização das suas próprias origens eh Depois de toda aquela oposição entre entre barnet e cornford que é reconstituída por jean-pierre vernan eh acerca da passagem do mito a razão que mostra precisamente a insustentabilidade da tese do Milagre grego como se a filosofia tivesse de repente caído do céu e e a racionalidade fosse algo Supra histórico que emergiria de maneira inexplicável num determinado momento eh em um determinado ponto da Grécia né nós constatamos que de fato o que ocorre é esta transição do mito para a
racionalidade lógica que no tanto implica em uma transição contínua as questões de que vão se ocupar os primeiros filósofos sobretudo os físicos jônios são No Limite as mesmas questões das cosmogonias antigas o material conceitual ainda é o mesmo são princípios são forças princípios como água fogo ar terra e as suas respectivas propriedades que na verdade são decalc ados de personagens e agentes divinos e Sobrenaturais que frequent avam o Imaginário das mitologias babilônicas por exemplo mas há um gesto há uma especificidade própria da filosofia há uma emergência e um surgimento da filosofia e esta emergência é
um compromisso precisamente com a racionalidade no sentido de um compromisso com a coerência que é uma articulação lógica dos argumentos então se a questão é a mesma Como surge a ordem cósmica a partir do Caos e Como surge a partir destes princípios que são as forças da natureza o modo como a filosofia os apresenta não é a simples narrativa Como é o modo do mito mas é a problematização filosofia é um gesto inaugural de problematização isso mostra como nasce a racionalidade própria Da Lógica filosófica que é não simplesmente narrar O que teria acontecido mas formular
um problema apresentar questões e buscar sugestões que serão elaborada sobre a forma de argumentos racionalmente consistentes isto me parece caracterizar a filosofia e o compromisso da filosofia com essa sua origem certo e embora essa transição eh ela tem aspectos que nós nem sempre podemos acompanhar detalhadamente devido à época em que isso se deu nós podemos eh inferir com com segurança eh a passagem dessa dessas crenças mitológicas dessa fé eh podemos dizer assim eh numa racionalidade mais apurada né E essa racionalidade então é que vai nos dar os princípios que depois a filosofia seguirá quase que
durante toda a sua história no sentido de eh entender e classificar as forças naturais que eh estão presentes no nosso Cosmos Franklin eu gostaria também de tocar agora em um outro ponto que acho essencial para esta Nossa questão eh sobre as origens da filosofia que é a relação entre a filosofia e a cidade a filosofia nasce da polis nasce da cidade Ela é filha da polis e isto faz parte desse refinamento da racionalidade a que você se referiu nascendo da cidade sendo portanto um fruto Urbano a filosofia tem necessariamente a ver do ponto de vista
histórico com o modo de constituição e organização da realidade social e dos aspectos inerentes à organização da realidade social aspectos que são econômicos que são políticos que são culturais e neste sentido então o compromisso da filosofia com a racionalidade substitui as antigas funções do Rei sacerdote mágico que digamos organizava e presidia o rito que no fundo a cada grande ciclo da natureza reordena tanto a natureza quanto a sociedade isto com o modo de organização da vida política sob a forma da cidade com os novos experimentos políticos feitos na Polis grega surge um outro tipo de
saber um outro tipo de discurso que corresponde exatamente àquele que é exigido da filosofia então creio que esse ponto a relação entre a Cultura Racional do discurso filosófico e a realidade social de onde ele emerge ou no interior da qual ele emerge e procura refletir É também um relacionamento indispensável para que nós pensemos O que é a filosofia e como é que ela se insere no mundo de onde ela é de onde ela eh de onde ela se origina Sem dúvida porque nós estamos tratando aí com a origem eh política da palavra e isso é
é foi essencial não só para a consolidação da da filosofia como da sociedade grega Então nós não temos mais ali a audição da palavra ou a recepção da palavra do rei ou do Deus ou do Semideus do governante como sendo um dogma eh do qual ninguém pode duvidar mas nós temos a participação crítica a discussão e uma audição que também é respondida pela fala em que todos têm o direito de eh usar da palavra e usar das regras de convencimento não é o que substitui então o medo o terror A violência que porventura tinham já
até ali então alimentado as relações sociais Pois é e Justamente esse Este é um é um ponto eh da da da maior importância penso eu porque eh se nós pensarmos por exemplo eh Em alguns momentos icônicos da história da filosofia como por exemplo aquele do século de Péricles esta importância da palavra e da palavra dita na esfera pública ela assume um um um peso de enorme significação por quê Porque já não se trata mais daquela digamos assim indiferenciação mítica entre eh princípios que são digamos assim eh contraditórios não se trata mais daquela indistinção presente no
mito entre a origem dos homens a origem dos deuses a origem da natureza mas se trata aqui de tomar a questão da organização da vida política da vida social como uma tarefa propriamente humana e uma tarefa que se dá no âmbito do discurso no âmbito da Praxis no âmbito da ação e neste caso no âmbito da palavra que é enunciada e ouvida e no âmbito discursivo daí a importância fundamental desta digamos assim desse enraizamento desse ancoramento social político propriamente da filosofia sim e isso faz com que o Alvorecer da filosofia seja também um Alvorecer da
Democracia sim e nesse sentido então a filosofia vai se nutrir dessas discussões lives que se dão na cidade eh entre as pessoas que têm diferentes opiniões e procuram então Eh fazer dessas opiniões elementos constitutivos eh do de um edifício que pode ser construído a partir eh do Cosmos a partir da natureza e a partir da própria realidade social né nem sempre isso terá uma convivência pacífica né mas de todo jeito de todo modo eh nos no Alvorecer da filosofia nós temos essa consonância com a prática da palavra democrática que sem a qual a filosofia provavelmente
não teria surgido Com certeza e se nós temos digamos assim o nascimento da filosofia com uma preocupação acerca dos problemas da física do modo de engendramento e Constituição da ordem natural da ordem cósmica de como são as coisas do ciclo das estações eh dos períodos de fertilidade em última instância de eh ciclos da vida dos homens dos animais das plantas esta ordenação do mundo natural que a partir justamente de pares de opostos eh que se aliam e se e e se confrontam mas também eh a partir da suas diferentes qualidades produzem os fenômenos naturais se
isto era de fato eh uma um discurso a respeito da fises da física nós vemos com a digamos predominância do caráter eh Urbano da filosofia a transformação desse problema da da da natureza no fundo no problema da natureza do conhecimento na questão da Verdade da questão então da virtude da questão da Liberdade da questão do sentido da vida e da Morte sobretudo uma espécie de derivação do problema filosófico nuclear da natureza para o problema do homem eh eu queria dizer Franklin é que me parece que tanto no surgimento digamos assim inaugural da filosofia como física
na Jônia na Ásia menor e mesmo nas colônias e do do Sul da Itália neste momento há uma espécie de grande mutação mental e mutação Talvez seja aqui o conceito que nos ajude a pensar bastante bem essa origem que planta suas raízes na mitologia mas se diferencia dela é uma mutação da mente uma mutação do espírito e a mesma que ocorre nesse momento que você acaba de se referir ou seja um outro processo de transformação de transformação radical que leva das questões próprias da física Jônia as questões da ética da política e do sentido da
vida tal como elas aparecem na democracia ateniense sim e esse período inicial da filosofia ele pode nos oferecer também um espetáculo da pluralização da palavra ou seja essa isso que eu já citei anteriormente da dessa interpenetração entre a filosofia e a Democracia é algo que pode ainda hoje nos nos eh atrair no sentido de que o interesse que a princípio foi dedicado à filosofia passava também pela palavra plural e hoje em dia nós não temos como eh ver a filosofia discutir a filosofia ou pensar a filosofia sem passar por essa liberdade por esse pluralismo plural
que a civilização grega conquistou laboriosamente a partir da dogmática do mito e da religião eu queria Franklin tocar agora um outro aspecto que é aquele que está presente na filosofia embora desde as suas origens mas também e Principalmente nesse momento da Democracia grega que é esta questão da filosofia entendida como um compromisso com com a coerência com o compromisso com a racionalidade e com um retorno crítico aos fundamentos Filosofia é sempre um retorno crítico aos fundamentos e precisamente neste aspecto uma eh característica da filosofia é que a filosofia é especialmente o cuidado com esse compromisso
Filosofia é a cura desse compromisso e enquanto cuidado e cura com esse compromisso a filosofia é antes de tudo um cuidado de si cuidado com a própria autenticidade um cuidado com aquilo que diz respeito ao sentido da vida e da Morte e portanto a personalidade a singularidade de cada um ela é portanto um cuidado de si como dirá foua muito mais tarde no século XX Mas ela é antes de tudo um cuidado com o outro também e é justamente isto que Sócrates objeta aos seus acusadores quando ele diz é isto que eu faço a filosofia
é isto é cuidar de si e cuidar dos outros e nesse sentido Franklin a filosofia é reflexão reflexão significa cuidar do Cuidado nós vivemos hoje um tempo em que essa dimensão do cuidado é absolutamente incontornável então aprender filosofia estudar filosofia hoje é também cuidar abrir-se para a exigência do cuidado como alguma coisa que nos importa fundamentalmente ao invés de perguntarmos tanto por que aprender filosofia não seria mais interessante a gente se perguntar como a gente cuida da gente mesmo que cuidado nós temos conosco mesmo como é que nós devemos cuidar de nós mesmos e como
é que nós devemos nos preparar para cuidar dos outros porque em última instância governar é cuidar dos outros e a filosofia trata justamente de uma preparação para que se cuide dos outros enquanto se torna capaz de cuidar-se de si mesmo essa dimensão ética da filosofia nós diríamos hoje eh inseparável da política e é por isso que a filosofia nasceu ética e política e isso vai ser eh sobretudo eh na na na doutrina de Sócrates isso vai aparecer como ah o jacoo já eh mencionou mas o que eu gostaria de acentuar é o seguinte essa dimensão
que nós hoje chamamos de ética da filosofia e que tem a ver com o cuidado de si e o cuidado dos outros de maneira inseparável né Isso é o que faz com que a filosofia ainda seja algo atual algo que tenha muita utilidade porque provavelmente ela é de todos os conhecimentos que nós temos aquele que provoca mais que nos chama mais para esse duplo cuidado eh de si e dos outros né E isso tem uma dimensão ética uma dimensão política inestimável faz com que nós sejamos capazes de criticar a nós mesmos a nossa organização social
a nossa organização política na medida em que tudo isso está eh fora desse cuidado que nós nós deveríamos ter então a filosofia como cuidado de si e cuidado dos outros é a definição eu creio mais eh lógica que ela pode ter e esse cuidado de si e cuidado dos outros tanto quando nós nos constituímos pelo outro quanto nós constituímos o outro a partir de nós mesmos essas dimensões Morais né é que fazem com que a filosofia permaneça sempre e não seja ocupada eh por nenhuma outra dimensão não é científica eh que venha a se ocupar
verdadeiramente desse duplo cuidado esse duplo cuidado é um objeto central da filosofia e ele só pode ser eh eh só se pode dar conta dele quando nós partimos dessa vocação filosófica que eu creio eh a a os gregos mostram que é ente ao homem aquele desejo de saber de que falava Aristóteles né mas não um desejo de saber baseado no acúmulo e na tecnologia mas um desejo de saber profundo um desejo de saber acerca de si e acerca do outro Para justamente poder poderos nos conduzir e conduzimos o outro à felicidade precisamente Franklin eh Esse
aspecto que você menciona agora é decisivo e nos remete novamente ao nosso próprio título porque ensinar filosofia hoje aqui me parece que você apresenta a mais brilhante das respostas possíveis a essa pergunta filosofia não pode ser funcionalizada Filosofia é um exercício da liberdade e se existe alguma característica da filosofia que atravessa sua história é Exatamente isto Filosofia é uma postura é um gesto é um exercício e sobretudo é este exercício de compromisso intransigente com a coerência com a autenticidade com a argumentação racional sobretudo esse retorno crítico aos fundamentos este gesto esta postura eu chamo de
exercício da liberdade é isto que mostra que a filosofia não pode prestar-se a nada ela não pode ser atrelada a nenhum regime funcional porque ela perderia se fosse feito isso aquela que seria sua característica essencial e isso mostra também a relação muito íntima que a liberdade eh tem com a verdade né E é isso que nós o estudo da filosofia nos faz avaliar e perseguir eh sempre na verdade para aqueles que seguem a razão e se orientam pela razão existe uma única verdade e esta verdade é que o ser é o não ser não é
esta célebre afirmação de parmenides é exatamente o ponto de surgimento na história da filosofia do princípio de identidade [Música] o que chamamos pré-socrática ou filosofia pré-socrática corresponde a um momento histórico da antiguidade clássica onde a Grécia assume um papel que se poderia considerar de significação histórico Universal que é justamente esse papel que d a Grécia eh e sobretudo a Grécia desse momento eh um status de modelo civilizatório e cultural esse período da filosofia assim chamado pré-socrático conhece o desenvolvimento simultâneo de praticamente todas as esferas eh da cultura e da civilização das ciências das Artes da
filosofia no caso das ciências tanto da escultura quanto da pintura quanto da arquitetura em par particular da poesia com a tragédia na filosofia nós temos o florescimento das escolas filosóficas como por exemplo a escola jônica eleática eh na no plano das instituições sociais e políticas nós temos essas formações eh tanto no plano do direito quanto da política de figuras que exercerão uma influência duradora persistente profunda ao longo de toda a história de Nossa tradição se já na passagem do séo pro sexto século antes de Cristo com anaximandro de Mileto nós conhecemos este prodígio em termos
de pensamento filosófico que é o estabelecimento de uma relação Estreita entre a ordenação física do real e a sua significação ético-moral ou seja um vínculo um vínculo profundo entre a ordem natural e a ordem dos valores das normas a ordem axiológica ou seja uma significação ético moral do mundo nós o temos já fixado este pensamento na sée libre sentença de anaximandro traduzida nestes termos por nietzche no século XIX ali de onde todas as coisas retiram o seu nascimento ali também necessariamente elas devem perecer porque tem que ser julgadas e pagar Penitência pelas injustiças cometidas umas
às outras segundo a ordem do tempo se portanto nessa célebre sentença de anaximandro nós temos a ligação entre uma significação física e uma significação moral do mundo é justamente na oposição entre Parmênides de eleia e Heráclito de Éfeso dois pensadores que florecem Justamente na passagem do sexto para o 5to século antes de Cristo nós temos o estabelecimento de uma oposição matricial uma oposição fundante que de certa maneira estabelece os rumos futuros de toda a história da filosofia mas não só da Filosofia mas também do pensamento teórico e prático em geral a saber a oposição entre
ser e Devir justamente Heráclito e Parmênides representam os pontos iniciais de fixação de uma filosofia do ser e de uma filosofia do vir a serer do Devir em termos de um confronto e de uma oposição que atravessará toda a nossa história eh filosófica e cultural parmenides é o Pensador de eleia praticamente o fundador da escola eleática e dele nós conhecemos apenas eh fragmento eh na verdade pouquíssimos fragmentos de um poema que é atribuído a ele pela doxografia o poema intitulado sobre a natureza que é justamente aquele eh documento no qual pela primeira vez se estabelece
na Grécia clássica a filosofia do ser o pensamento sobre o ser pensamento esse que irá doravante o objeto por Excelência da filosofia a ponto de ser praticamente consenso que todos os filósofos de uma maneira ou de outra acabam por se ocupar da pergunta por aquilo que é o ser Qual é a natureza do Real em Parmênides este pensamento é expresso ainda sob a forma poética portanto as o que nos resta de parmed São fragmentos de um grande poema um poema filosófico no qual a filosofia ainda não se separou da poesia e neste texto um jovem
no caso o próprio Parmênides é conduzido até a morada de uma deusa que lhe deve revelar então a verdade e esta deusa eh que lhe revelaria a verdade ela é digamos eh esse percurso é preparado eh o de tal modo que o filósofo é conduzido até a morada da deusa pelas filhas do Sol e eh também pela deusa de qu a o símbolo da justiça e lá então lhe é apresentada a célebre dupla via para o conhecimento da Verdade a via da opinião e do conhecimento sensível da experiência sensível e a via da Verdade que
é a via da Razão Isto é apresentado a parmen sob a forma dos homens de duas cabeças ou seja aquelas cabeças que seguem o senso comum a opinião geral a experiência sensível o mundo do sentidos e aquela cabeça que segue a razão a racionalidade e que seria Justamente a cabeça filosófica por Excelência para aqueles que se orientam pelas impressões dos Sentidos e que portanto vivem no mundo da empiria as coisas são e não são ao mesmo tempo ou seja as coisas nascem e perecem ocupam um determinado lugar no espaço e depois outro lugar no espaço
elas se movimentam existe Gênese e perecimento existe Nascimento e morte existe transformação existe mudança mas isto corresponde apenas a ao modo de perceber e de pensar daqueles que estão orientados pelos testemunhos do sentidos que são enganosos na verdade para aqueles que seguem a razão e se orientam pela razão existe uma única verdade e esta verdade é que o ser é o não ser não é esta célebre afirmação de Parmênides é exatamente o ponto de surgimento na história da filosofia do princípio de identidade uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo ou seja
nada nenhum sujeito pode receber ao mesmo tempo e sobre a mesma relação dois predicados diferentes dois predicados contraditórios portanto a teoria do ser em termos nos termos em que a formula Parmênides o ser é o não ser não é implica A negação da realidade do Devir a identidade a impermanência e a unicidade do ser ao mesmo tempo em que implica uma das mais importantes consequências da nossa história de pensamento que é a identidade entre ser e pensar ou seja tudo aquilo que o nosso pensamento pode em última instância fazer é pensar o ser posto que
o que não é a saber aquilo que é privado de ser não pode sequer ser pensado então o movimento a transformação o vir aer o nascimento e a morte tudo isso é apenas o resultado de um gênero de conhecimento fundado nas impressões dos Sentidos falsa Porque de fato uma coisa não pode ao mesmo tempo ser e não ser aquilo que deixa de ser e depois se transforma em uma outra coisa neste período de tempo em que a transformação supostamente teria ocor corido ela não é nem uma coisa nem outra Por conseguinte ela não é nada
e aquilo que é nada não pode nem existir e nem ser pensado vemos portanto que em parmenides coloca-se a questão da primazia Da Lógica Da racionalidade Lógica enunciada sob a forma do princípio de identidade e sob a forma do princípio de não contradição então Eh Evidente do ponto de vista de parmen diz que a maioria dos mortais segue o caminho da opinião segue o caminho das duas cabeças metaforicamente expressas ou seja aquela que reconhece a realidade do Devir aquela que reconhece a realidade da transformação mas justamente Aquela que está impedida bloqueada de conhecer o que
efetivamente é Ou seja a realidade e esta realidade é o ser e o ser é justa mente aquilo que constitui a sumo a suma realidade só o ser é e só o ser pode ser pensado o que não participa do ser não pode sequer ser pensado ora esta digamos elevação do ser a suprema realidade se de certo modo ainda testemunha do vínculo estreito entre o universo religioso e o universo filosófico por outro lado indica claramente que a filosofia enceta o caminho de uma racionalidade lógica que vai estabelecer então todas as digamos referências fundamentais do pensamento
em termos de e princípios lógico-racionais grande adversário de parmen diia ao mesmo tempo contemporâneo nesta passagem do sexto pro 5to século antes de Cristo é justamente Heráclito de Éfeso que afirma precisamente o inverso de Parmênides a saber panta rei a grande eh frase que nos foi conservada como um dos fragmentos mais importantes de Heráclito que significa tudo se encontra em fluxo ou seja tudo é mudança tudo é engendramento e perecimento tudo é vir a ser tudo é movimento tudo é transformação conhece-se a célebre passagem que também nos foi conservada de Heráclito segundo a qual nós
descemos e não descemos duas vezes ao mesmo Rio e nós mesmos somos e não somos ou seja nós não podemos nos banhar duas vezes nas mesmas águas precisamente porque as duas vezes correspondem a duas águas diferentes e o mesmo rio não é mais o mesmo Rio porque ele está em contínua transformação e assim como as águas de um rio estão em fluxo constante tudo aquilo que existe é em constante fluxo portanto o Real a realidade efetiva o ser a que parmenide se referia é do ponto de vista de Heráclito o movimento o Devir a realidade
efetiva é o vir a ser por isso Heráclito pode então considerar que não só o rio no qual nós supostamente nos banhamos duas vezes não é o mesmo como nós também não somos os mesmos a cada vez que nos submergidos nas diferentes águas do assim chamado mesmo Rio a identidade o ser aquilo que efetivamente é não é senão Perpétuo movimento e é justamente por isso que nós encontramos aquela célebre passagem na metafísica de Aristóteles em que referindo-se a um a um a um discípulo de Heráclito Aristóteles registra a seguinte anedota esse discípulo de Heráclito criticava
o seu mestre Heráclito dizendo Heráclito não tinha razão quando dizia que nós não podemos nos banhar duas vezes no mesmo Rio ou nos submergir duas vezes n mesmas águas na verdade não é possível isso nemum única vez e estes discípulo Então se contentava em afirmar que não é possível fazer nenhuma afirmação e o único gesto de eh comunicação possível se limitava apenas a levantar um dedo então Heráclito é justamente o Pensador do Devir do vir a ser o oposto extremo de Parmênides e Justamente a indicação na direção daquele caminho alternativo que a filosofia seguirá no
Ocidente que é o reconhecimento da realidade do Devir e do vir a ser mas em Heráclito nós não encontramos a apenas a formulação do Devir como sendo a essência do real ou seja não encontramos apenas a afirmação panta Rei tudo existe em fluxo mas nós encontramos também um complemento desta eh Doutrina do Devir Universal do fluxo Universal que é aquela Doutrina do logos o logos em Heráclito significa justamente o elemento essencial Logos que depois será traduzido em latim por rácio razão eh o Logos é este elemento Divino que existe na realidade e na nossa mente
este elemento espiritual intelectual que existe no Cosmos e existe na racionalidade humana pelo qual o homem pode perceber aquilo que efetivamente A Essência das coisas e a essência do real e o essencial da realidade aquilo que constitui propriamente o ser é expresso pelo Logos que significa não só razão mas também verbo discurso espírito é expresso pelo logo em termos de pólemos ou seja de posição de antítese de antagonismo E com isso Heráclito Abre Este Horizonte do pensamento dos antagonismos mas de qualquer maneira a ideia do pólemos é em Heráclito a ideia dialética de que o
real é feito pela síntese dos contrários e nesta síntese dos contrários é que os contrários se atestam e se dem monstram não como irreconciliável a essência do real e aqui Heráclito dá o exemplo extraordinariamente significativo do arco e da Flecha a saber é apenas do Arco maximamente tensionado que pode partir o ímpeto mais certeiro da Flecha tirada a saber a tensão estabelecida entre os dois polos extremos e opostos do arco torna possível o que há de mais certeiro no movimento da Flecha a saber Portanto o resultado é a síntese da oposição entre os dois termos
contrários mas essa contradição se resolve portanto numa unidade que as reconcilia e a o outro exemplo também extremamente significativo em termos de expressão dado por Heráclito é o arco e a lira em que justamente no instrumento musical a tensão entre os opostos as duas extremidades da corda qu quanto mais tensa torna mais apurado a qualidade do som emitido portanto na Lira nós temos de novo uma instanciação uma realização empírica concreta de como o que existe de real emerge da tensão entre os opostos e esta tensão entre os opostos é a realização sintética de uma unidade
que mostra que aquilo que é aparentemente contraditório é na verdade idêntico entre si Portanto vocês percebem que todas as grandes questões da lógica da teoria do conhecimento inclusive da teoria da ciência vão acabar se colocando a partir desse Horizonte aberto pelo pensamento do ser pelo pensamento do Devir ou seja pela filosofia de parmes e de Heráclito o que nós somos digamos convidados a fazer emem Heráclito é desenvolver um pensamento que seja capaz de apreender que todo e qualquer movimento real tudo que efetivamente é nasce da tensão entre os opostos E aí tem aquele belíssimo pensamento
de Heráclito que niet vai desenvolver eh que é justamente também a abertura de um digamos outro Horizonte para nosso pens pensamento que é o horizonte estético em que eh o Logos o o Deus né Esse princípio de constituição e de origem de toda a realidade é simbolizado metaforizado por Heráclito como ion ion é o tempo e o fragmento de Heráclito relativo ao ion vai dizer ion é criança criança brincando então é tudo se passa como se a Gênese o engendramento do Cosmos fosse uma espécie de jogo da criança a criança brinca daí a a importância
da do do do do lúdico né a criança brinca ela cria e destrói ela forma e destrói e neste processo de criar e destruir de construir e destruir a criança procede como procede o artista então a metáfora da criação artística é a mais adequada para expressar o movimento próprio de criação por ion pela criança Divina do real do Cosmos no tempo eh depois mais tarde essa ideia de tomar o a origem e o desenvolvimento de tudo que é segundo a metáfora da criação artística vai ser extremamente explorado ao longo da da história da filosofia isso
é de procedência heraclitiana Sócrates sendo portanto aquele que nada sabia atesta-se como sendo o mais sábio de todos os atenienses porque sabia o seu não saber era ccio da sua ignorância enquanto todos os demais pretensamente sábios eram ignorantes da própria ignorância [Música] nós vamos tratar hoje de um personagem que é um personagem Magno da filosofia pode-se dizer mesmo que Sócrates é o ícone da filosofia Sócrates vive no período que vai de 469 ou 470 a 399 Anes de CR no ciclo e no século de ouro de Atenas ao longo de toda a história de Atenas
também no período mais importante da democracia ateniense no chamado de Péricles Péricles vive entre 495 ou 492 e 429 Anes de Cristo e Atenas conhece nesse período o seu apogeu seu apogeu em termos culturais em termos políticos em termos econômicos e em termos militares Péricles Se esforça por propiciar a Atenas todas as condições de se tornar efetivamente uma grande cidade cultural É nesse momento em que nós vemos Florescer em Atenas a filosofia as artes em particular por exemplo A escultura de fídias mas também os grandes poetas os grandes trágicos e os grandes cômicos como esquilo
como Como eurípides como aristófanes é este o momento em que vive Sócrates e é este o momento em que atua Sócrates como um dos personagens mais proeminentes da Atenas daquela época ocorre então com Sócrates neste trânsito entre o 5 e o século antes de Cristo uma outra mutação mental uma outra grande transformação espiritual no curso da qual a filosofia é levada reatar com as suas origens ou seja com o retorno crítico aos fundamentos e aos princípios e portanto a refundar a reinventar-se altera-se com Sócrates o eixo em torno do qual os problemas e as questões
fundamentais passam a se articular não mais a Gênese cósmica a partir dos princípios consubstanciados nos elementos primordiais e suas propriedades fogo água ar e terra com as respectivas propriedades quente frio seco e úmido não mais a alternância das estações os ciclos da natureza que regem a vida e a morte de homens plantas e animais ordem que regula o movimento dos astros agora não se trata mais da fises e sim do homem da sua vida do sentido da sua vida e da sua morte as questões se estabelecem em torno da Liberdade da servidão da Verdade da
falsidade do bem e do mal do justo e do injusto da natureza e da sociedade enuncia-se com Sócrates o problema do conhecimento e da Verdade no plano teórico e especulativo no plano prático da ética e da política e no plano estético das Artes e das técnicas a as esferas superiores da Cultura ordenam-se em torno da Tríade o verdadeiro o bom ou o bem e o belo Em todos estes planos trata-se de separar o ser do parecer a opinião da certeza a realidade da ilusão o justo do injusto a virtude do vício a filosofia reforça o
seu vínculo de pertença com ais o que significa que ser Virtuoso é ser Virtuoso como pessoa e como cidadão emerge o conflito portanto entre o sujeito ético e a força inercial da tradição o peso das leis dos costumes e das instituições herdadas da tradição que se opõe como totalidade ética da consciência moral Sócrates é a personificação desta oposição Como não ser escravo nem de outrem nem de si o ideal da Liberdade se realiza para Sócrates na ética e na política Este é o sentido da missão socrática é justamente isto que significa em Sócrates conhece-te ti
mesmo conhecer-se a si mesmo significa cuidar de si chegar a ser si mesmo chegar à consciência de si próprio cuidar de si é tornar-se capaz de cuidar dos outros e desde então a missão da filosofia se torna o cuidado do cuidado Esta é para Sócrates a razão do verdadeiro ódio dos atenienses contra Ele o seu compromisso intransigente com o retorno crítico aos princípios e fundamentos a exigência de coerência e consistência esta exigência que se desdobra em ironia e em maiêutica a palavra ironia provém de eironeia que significa tanto dissimulação quanto questão pergunta dissimulação no sentido
em que Sócrates simula não conhecer absolutamente nada e com isso leva os seus interlocutores que de início julgavam saber alguma coisa a tomar consciência da sua própria ignorância A douta ignorância socrática é o ponto inicial do autoconhecimento é o ponto inicial de uma marcha que leva ao tornar-se si próprio ao conhecer-se autêntica e verdadeiramente ao afastar-se de modo crítico daquilo que nós Recebemos a criticamente aquilo que se impõe sobre nós como um legado da tradição e da história conhecer-se a si mesmo significa cuidar-se para tornar-se capaz de a partir de si do interior de si
mesmo gerar as suas próprias convicções gerar as suas próprias ideias tornar-se consciente do sentido e do significado das palavras que nós empregamos o nosso dia a dia e dos valores que nós incorporamos em nossas vidas ironia e maieutica os elementos constitutivos do método socrático apontam exatamente nessa direção ironia é o distanciamento que torna possível o tornar-se consciente do caráter absolutamente insubsistente das convicções herdadas E aparentemente sólidas é por meio da ironia que nós nos tornamos conscientes de que aquilo que julgávamos saber efetivamente não tem nenhum fundamento e nenhuma consistência e é pela maiêutica que a
partir do gesto inaugural da ironia aqueles que são capazes do gesto filosófico e que Sócrates seleciona ao procurar os seus interlocutores são então capazes de gerar a partir deles mesmos as suas próprias convicções as suas próprias ideias essa é a sabedoria que Sócrates busca a partir da DTA ignorância eu gostaria de exemplificar isto e torná-lo concreto a partir precisamente da postura de Sócrates no julgamento que o condenou à morte pela própria cidade de Atenas ainda no seu período democrático mesmo a Atenas democrática não era capaz de suportar a presença de um personagem como Sócrates profundamente
incômodo porque colocava a Claro a luz do dia o caráter inconsistente insubsistente do Saber daqueles que julgavam saber enuncio portanto as acusações antigas e novas contra Sócrates que foram levantadas no tribunal segundo as acusações antigas Sócrates é aquele que estuda os fenômenos celestes que investiga as coisas que acontecem debaixo da terra que faz prevalecer a razão mais fraca e que por dinheiro ensina aos outros o mesmo comportamento segundo as razões de acusação mais recentes Sócrates é aquele que corrompe a midade que não acredita nos Deuses Nos quais o povo acredita e que introduz novas divindades
o comportamento de Sócrates perante essas acusações é absolutamente exemplar daquilo que significa filosofia no primeiro momento Sócrates mostra que essas acusações são inconsistentes porque são contraditórias e e basta apenas enunciar uma das acusações para que a inconsistência se torne Palmar como é que alguém que descrê das divindades e que portanto desacredita nas divindades pode introduzir novas divindades isso seria absolutamente contraditório incoerente e Por conseguinte inválido Mas por outro lado o que é que significa corromper Alguém tem dentre os acusadores objeta Sócrates alguma ideia ou algum verdadeiro conhecimento do que significa o melhor para a juventude
o que é que significa formar e cuidar da Juventude o que é que significa a tarefa fundamental de formação do cidadão e como a resposta é negativa então a insubsistência da acusação se torna ela própria absolutamente patente portanto O que Sócrates faz ao responder aqueles que os que o acusam é justamente mostrar que filosofia existe para mostrar que a razão é a única Instância capaz de legitimar argumentos convicções e ações e que unicamente o discurso racionalmente articulado é aquele que pode exibir títulos de crédito de autoridade Sócrates então com base justamente neste compromisso com a
crítica dos fundamentos com a coerência e com a validade Universal da Razão estabelece a diretriz daquilo que ele entende pela tarefa da filosofia de onde ele deriva isso daquilo que ele entende como missão e como missão religiosa uma missão que ele supõe ter herdado de um Oráculo de Delfos segundo o qual não haveria em Atenas ninguém mais sábio do que Sócrates Ora como Sócrates Sabia que não sabia nada isto explicava para ele um dilema crucial ou havia algo de mentiroso na resposta dada pelo oráculo ou então Sócrates era efetivamente o mais sábio dos atenienses mas
para que isto pudesse se tornar verdadeiro era necessário que ele investigasse então juntamente a todos aqueles que se julgavam sábios se eles efetivamente eram mais sábios do que Sócrates e o resultado dessa investigação feita por Sócrates é que em todos os Extratos da sociedade ateniense aqueles que se julgavam conhecedores e sábios ou não sabiam absolutamente nada e ignoravam que não sabiam ou sabiam apenas algo muito limitado algo muito setorial e ignoravam precisamente aquelas coisas que eram absolutamente fundamentais para o sentido da vida e para o sentido da Cidadania Como por exemplo o que significa vício
O que que significa virtude O que que significa bem O que que significa mal que que significa verdade o que que significa falsidade Sócrates sendo portanto aquele que nada sabia atestava como sendo o mais sábio de todos os atenienses porque sabia o seu não saber era ccio da sua ignorância enquanto todos os demais pretensamente sábios eram ignorantes da própria ignorância daí o ódio contra Sócrates porque Sócrates considerava que a sua missão era justamente interpelar cada um daqueles que se apresentava como Sábio e examiná-lo testá-lo no seu suposto saber é paradigmático que os três acusadores de
Sócrates representem exatamente os Extratos da sociedade ateniense mais perturbados pela inquirição socrática anito um representante das classes abastadas de Atenas um curtidor rico de peles e um líder político democrático meleto um poeta trágico e lic ou licon um professor de retórica ou um orador os três representam grandes Extratos da sociedade ateniense a saber os retóricos ou os sofistas que fazem justamente do aprendizado dos discursos a condição de possibilidade de ascensão social e de dominação política no interior de uma cidade democrática e que portanto negam aquilo que seja a verdade objetiva a verdade Universal em prol
de uma mera verossimilhança aqueles que ensinam Justamente a prevalência do discurso Qualquer que seja o discurso isto que significa a acusação contra Sócrates ensinar a razão mais fraca significa fazer triunfar qualquer argumento em virtude da sua elaboração meramente retórica e portanto garantir o sucesso na assembleia e na relação de discurso contra discurso mas é justamente contra este tipo de relativização da Verdade que Sócrates se opõe o tipo encarnado em lcon o tipo encarnado em meleto como o poeta responsável pelo qu pela formação dos jovens pela paideia e o tipo representado pelo pod político e pelo
pod econômico contra todos esses podes investe a sabedoria socrática no Exercício intransigente da sua missão esteja no compromisso com a verdade no compromisso com o Rigor no compromisso em última instância com princípios e com fundamentos ao se propor então uma condenação a Sócrates e ao facultar se a Sócrates que ele próprio propusesse a sua pena é interessante mencionar que Sócrates se recusa a qualquer tipo de pena que importasse no reconhecimento de uma culpa e afirma como eu não sou cado de nada eu não devo ser punido por uma culpa que não existe aoo o que
eu deveria ser é agraciado com um prêmio por desempenhar um papel tão fundamental pra cidade mas mais importante do que isso é o fato de que Sócrates reconhece que a sua missão consiste precisamente em incomodar consiste precisamente em abalar convicções supostamente inabaláveis consiste em mostrar a falta de subsistência e a falta de Rigor e fundamento de um conhecimento que se pretende verdadeiro em nome da Verdade com Sócrates portanto firma-se este compromisso que marca o gesto da filosofia desde então e para sempre Filosofia é um exercício intransigente com a verdade com a coerência com a própria
racionalidade essa maiêutica socrática ou este outro momento do método socrático é preciso ser entendido na sua peculiaridade sabemos que Sócrates era filho de uma Parteira e portanto a matica tem aqui também um aspecto metafórico O que faz uma Parteira é aquela que auxilia no vir à luz de um novo ser o que é que Sócrates faz ao por analogia identificar na maieutica um momento do seu método Sócrates se considera era aquele que é o partejar ejad ou o parteiro de ideias no sentido muito especial já que ele próprio julgava nada a saber considerava ele também
ser ele mesmo estéril mas embora sendo estéril ele poderia partejar as ideias dos outros ou seja assisti-los no parto Ou seja a maiêutica é exatamente a atitude e o gesto por meio do qual Sócrates conduz o seu interlocutor no diálogo no Exercício do discurso contra discurso dialética significa precisamente isto discurso contra discurso como através da dialética o seu interlocutor é levado a conceber mas agora conceber a partir de si conceber algo de seu e portanto a dar a luz alguma ideia dar à luz algo que é genuinamente próprio seu então algo que o aproxima dele
mesmo que o faz tornar-se o que ele próprio é esta é matica socrática a complementação da ironia enquanto método de filosofia s
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