O SUS do Brasil

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Fiocruz
O SUS do Brasil - um projeto para a saúde O vídeo conta a história da construção do SUS no Brasil, c...
Video Transcript:
k [Aplausos] [Música] k [Música] C [Música] p [Música] h [Música] [Aplausos] caminhar para qu pra construção de um grande projeto Nacional na área da saúde um projeto nacional que ganhando uma grande consciência que podendo inclusive ser suprapartidário que podendo fazer quase que um grande gesto de desejo e força transformar uma vontade grande que se torne [Música] Irreversível esse grande projeto Nacional possa ser formulado e possa ser formulado numa verdadeira reforma sanitária da mesma forma em que foi possível por um grande gesto de coragem a instituição de uma reforma Econômica que mudou profundamente as questões econômicas
desse país ou seja na realidade a reforma sanitária seria um processo que questionaria as próprias bases de estruturação da sociedade capitalista de certa forma ou seja ela transcenderia muito o o o espaço mais restrito de atuação do sistema de saúde né ela a reforma sanitária se der rama para as outras áreas paraos outros espectros da da realidade social e política que não estão contidos dentro do SUS né nós todos sabemos que naquele momento o Partido Comunista defendia a redemocratização da saúde a partir de um processo político por dentro do Estado enfim a partir da mobilização
da sociedade e aí o aroca né claro ele ele surge como uma liderança natural intelectual num primeiro momento né Sem dúvida porque o trabalho que ele escreveu é um trabalho brilhante nós íamos atrás de um de de uma formação também né lendo Marx lendo capital lendo Martha harck lendo FC e que foi assimilada por por esse grupo para fazer uma reflexão que conduzisse vamos dizer uma renovação do ensino tanto da sociologia quanto da própria medicina social que era uma proposta de trazer para o interior da formação médica uma visão holística do homem e das práticas
médicas como foi possível durante esse período montar um sistema tão perverso de saúde que não atende o interesse de mais ninguém onde o indivíduo não é tratado no mínimo da sua dignidade humana que até nome e sobrenome em que todos os homens são transformados em Zé e todas as mulheres de Dona Maria Então nesse momento que os sanitaristas nos anos 70 estavam sendo bastante restringidos por todas as formas de repressão uma parte dos sanitaristas sempre ia tendo a arte de encontrar esses espaços e quando uma parte dessa parte era impossibilitada em outro lugar surgia outra
parte da parte que que substituía sempre uma minoria nos momentos mais repressivos havia uma minoria que quase que rodava em pessoas físicas mantendo acesa a chama das mudanças e acumulando experiências formando novos patamares crescentes para etapas futuras nesse mesmo momento sem saber sem consultar sem ter informação mais tarde nós viemos a saber que ISO estava acontecendo em outras cidades médias estava acontecendo em Campinas tava acontecendo em Joinville em Santa Catarina tava conso em João Pessoa na na na na Paraíba e o Arouca tava em Campinas nessa mesma etapa ah trabalhando com uma equipe inicialmente num
bairro de de Campinas Jardim das Oliveiras e depois passaram a trabalhar no município vizinho de Campinas que era Paulínia dentro dessa mesma e perspectiva estratégica de mobilizar eh vereadores mobilizar lideranças da população e se possível mobilizar até prefeitos ou secretários municipais e e as interrogações era eh como instituir um novo modelo né de atenção à saúde no Brasil né quer dizer essa era a reflexão que estava por trás de um trabalho que ali estava localizado numa prefeitura e tudo mais é um sistema de saúde cuja experiência foi gerada nas experiências de trabalho comunitário ao nível
de bairros nas experiências que a igreja realizou em termos de trabalho na experiência que os sindicatos realizaram na experiência que Secretaria de Saúde estaduais e municipais enfrentaram no sentido de transformar esse sistema praticamente Foi aí que nasceu no no no Brasil de uma maneira concreta e não só teórica nas é a proposta da atenção integral à saúde essas periferias urbanas não queriam eh não precisavam só de medicamentos e e de consultas de internações e e não podiam também eh ficar satisfeita somente com programas de prevenção programas preventivos e aroca quando eh defende a tese de
doutoramento dele né o dilema preventivista esse trabalho tá totalmente imbuído dessa desse Novo Olhar desse novo debruçar sobre a saúde e a medicina que que significa esse conceito de saúde que é quase colocado como alguma coisa a ser atingida que não é simplesmente que as pessoas não tenham doença é mais né é um bem-estar social que tem o direito à casa que tem um direito ao trabalho a um salário condigno a educação até informações sobre como se pode dominar esse mundo e transformá-lo que tenha direito ao meio ambiente que não seja agressivo mas pelo contrário
que permita a existência de uma vida digna e decente que tenha direito a um sistema político que respeite a livre opinião a livre possibilidade de organização a livre possibilidade da autodeterminação de um povo e que não esteja todo tempo submetido ao medo da violência [Música] então o aloc introduz né a discussão sobre o capital monopolista e como esse Capital começa a circular na área de saúde violentamente que era uma novidade enorme existia economia da Saúde até aquele momento a compreensão que se tinha é que não era possível melhorar o nível de vida da nossa população
enquanto persistisse nesse país um modelo econômico concentrador de renda e o modelo político autoritário essas Vertentes digamos assim dão a base teórico conceitual e política da tal da reforma sanitária E aí o Seb centro brasileiro de estudos de saúde né surge em 1976 interessante porque ele surge em São Paulo pelas mãos de Davi Capistrano filho e José rubes de Alcântara Bonfim surge muito como um a a necessidade da construção de um veículo para disseminação dessas novas ideias o cebes conseguiu aglutinar um conjunto de pessoas em torno de algumas ideias força e de uma proposta política
e eh mesmo que a boa parte fosse do partidão conseguiu ser amplo suficiente para não ser uma entidade partidarizada foi aqui no Rio que o cebes transcendeu a visão de um centro de estudos para veiculação de ideias através de uma revista ou de realização de debates para um Centro de Estudos que colocou a questão da Saúde da democracia como eixo político do movimento de reforma não só de reforma do setor saúde Mas também de forma da própria [Música] [Aplausos] sociedade e foi nessa direção que me parece que durante todos esses últimos anos se conou uma
frase que me parece uma frase da maior importância que era uma frase absolutamente simples que dizia saúde e democracia era um projeto social Sem dúvida nenhuma era um projeto político Sem dúvida nenhuma era um projeto amplo Sem dúvida nenhuma mas não tinha abrangência que teve Depois isso foi construído é o primeiro simpósio de saúde da câmara a gente levou um documento esse documento parcialmente escrito pelo Reinaldo que redige bem lá em casa aquela coisa gente fazend não sei quantas mãos e tal a gente levou esse documento para lá se você comparar esse documento que tá
nos editais da revista dos serbes com o que tá na Constituição a diferença é muito pouca foram quase 10 Anos Antes e nós tínhamos um projeto político construído se nós pegarmos esse documento hoje Praticamente tudo não vou dizer tudo mas a grande maioria dos princípios aprovados na oa conferência nacional de saúde 7 anos depois já estavam ali o papel do estado a questão da participação social o questionamento da medicalização e do a necessidade da construção de um modelo diferenciar da questão da Democracia das condições de trabalho dos trabalhadores das da relação inequívoca entre condições sociais
de vida e saúde tava tudo ali né E essa reforma não pode ser o projeto da minha cabeça não pode ser o projeto da cabeça simplesmente dos técnicos não pode ser simplesmente o projeto a cabeça dos profissionais ele tem que ser construído mesmo que o resultado final não seja aquilo que muitos nós estamos desejando mas é o resultado construído desejado montado inventado pela sociedade brasileira desse ano desse século [Música] E aí é interessante quer dizer na contramão das tendências mundiais quer dizer os anos 80 início dos anos 90 e todo mundo foi exatamente o questionamento
do papel do estado como de serviço de saúde né na Inglaterra todos os países na realidade era o mercado como grande a grande solução para essa questão Então você construir num país com tantas desigualdades como o Brasil um país com dificuldades naam de todas as tendências internacionais um projeto solidário que defende a universalização defende a Equidade defende o estado como grande provedor dos serviços com controle social com qualidade é é um fenômeno é alguma coisa importante não é [Música] depois que assume a presidência da F Cruz e assume a presidência da oitava conferência nacional de
saúde Foi um momento Marco referencial ortante desse processo as conferências de saúde eram feitas todas burocraticamente dentro aparelho de estado e aquela conferência ela inaugura uma nova forma de construir o projeto só alguém com essa capacidade que define a liderança né era que era possível reunir asas pessoas tão disaro aema Dea colocar em votação os favoráveis à proposta dois chamada gestão participativa ela nasce eh como com a reforma sanitária brasileira e ele foi uma das pessoas que bancou isso também porque muita gente naquele período embora fosse parte desse processo de saúde da luta chamada saúde
a democracia achava que não vamos fazer uma oitava conferência com tanta gente haviam alguns que diziam e ele dizia não mas tem que ser uma multidão quer dizer e essa multidão é que faz a diferença então o momento da Conferência na realidade não tá sendo pensado como momento da conferência de se continuar no diagnóstico é o momento de pensar de quais são as possibilidades reais e concretas que nós temos de mudar esse sistema de saúde hoje no Brasil Esse é o porquê da conferência e assim ela nasce [Música] Deus [Música] aa criamos as comissões E
aí a intensa participação com audiências públicas e em cada capítulo desse você aí chamava especialistas a sociedade organizada trazia as suas reivindicações as suas propostas e na área da saúde eh quem inclusive participou como representante da sociedade civil em audiência pública no plenário da assembleia nacional constitu foi Sérgio aroca então trabalhar naquela transição é da ditadura paraa Nova República é todo um arcabouo legal é da saúde que numa Ampla participação colocando não só a saúde consagrando a saúde como direito na Constituição mas trabalhando a ideia de que a saúde não só era um direito político
mas econômico e social nesse período que vai dos anos 70 né até o final dos anos 90 nós tivemos uma capacidade a Fiocruz foi Central nisso impressionante de formar milhares de técnicos sanitaristas e multiprofissional dentro do SUS da Defesa do SUS e trabalhando no SUS quer dizer a estruturação dos chamados núcleos de saúde coletivo em todo o Brasil que foi uma construção do movimento da reforma sanitária né como um espaço de pesquisa de atualização de Formação a própria manutenção da da publicação da revista Saúde de debate o a o a própria o próprio papel da
Fiocruz né como né um paradigma dessa racionalidade questionadora inovadora Eu acho que isso é um um capital né humano e político inquestionável e o que não significa gente resolver todas as mazelas ao contrário ultimamente já no processo de organização da 12ª ele discutia que era preciso fazer a reforma da reforma Ou seja a gente conseguiu avançar muito nesse sentido de superar a exclusão conceber um sistema com essas características mas ele ainda tem muito muita coisa que tem que ser superada né ainda tem muita exclusão ainda tem questão da desumanização do serviço e o projeto ele
só aponta para um sentido e se nesse sentido ele não der resultado o projeto falhou que é melhoria das condições de vida da população o aroka falava muito nisso né Nós temos que construir um novo modelo esse modelo tá falido ele usa muito essa palavra esse modelo que não que não dá conta da ao mesmo tempo da patologia mas que não dá conta da singularidade de cada cidadão que não dá conta do sofrimento e que não dá conta de olhar para as condições sociais em que essas doenças se desenvolve é um sistema que não nos
interessa daí a necessidade da reforma da reforma né Não não é Nenhuma crítica às diretrizes do SUS tem que ter universalidade tem que ter cuidade tem que ter integralidade o sistema tem que ser hierarquizado bom E daí como é que organiza um hospital que que é um hospital com reforma da reforma atenção primária adianta encher de médico atenção primária para medicalizar a vida a saúde coletiva nós vamos ser uma saúde coletiva vitoriana como tá ficando obesidade faz mal sal faz mais alcool faz mal o ne Vitoriano cabe aos sanitaristas passar medo nos outros né como
que nós vamos incorporar a história de vida na clínica história da comunidade na saúde coletiva trabalhar com redução de dano e não com discurso moralista né mas com com integração da vida então de repensar o programa de saúde da família não é de julgar fora o programa de saúde da família mas de reconstruí-lo né de fazer uma intervenção no hospital não só financeira não só administrativa mas repensando a organização a relação o papel eu acho que a importância do aroca é que a obra dele não não não não foi uma uma uma obra encerrada autorreferida
datada ela tem essa característica mas ela tem a característica de amplitude de abrir perspectivas de instigar desdobramentos né mas eu acho que exatamente por aí que é o caminho n eu acho que nós temos que aprender a viver com a diversidade nós temos que aprender a viver com o coletivo e vai ser na diversidade vai ser no coletivo é que nós vamos construir o nosso projeto hum imaginando que na construção disso muitas vezes nós vamos errar mas nunca vamos errar o caminho que aponta para a construção de uma sociedade brasileira mais justa Muito [Música] obrigado
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