na periferia das cidades no interior nas capitais ou no meio da floresta o Brasil abriga mais de 3000 museus Guar você por essa rota do conhecimento é minha missão para quem não sabe eu sou uma curiosa câmera de TV P na estrada hoje é dia de conhecer o museu afrobrasil que fica na cidade de São Paulo no bairro do Ibirapuera o museu dedicado à preservação e divulgação da herança cultural e artística do negro no país O mab fica dentro do parque do Ibirapuera Oasis verde na selva Paulista e um dos pontos turísticos mais conhecidos da
cidade segundo dados do IBGE o número de brasileiros que declaram-se pardos e negros representa 51% da população mas demorou muito para que ganhássemos o museu como mab que nasceu em 2004 por iniciativa do artista plástico curador e museólogo Emanuel Araújo foi ele que em 2009 doou mais de 2.000 obras para o acervo que agora conta com cerca de 5.000 itens entre peças históricas obras de arte fotografias e do documentos reunindo diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros nossa visita começa falando da escravidão que ocorreu no Brasil desde o período colonial até o final do
império tornar-se escravo significava passar em torno do bbar essa grande árvore africana algumas com 5600000 anos havia isso como símbolo que a gente não sabe de fato se era verdade ou não mas quando alguém se tornava escravo antes de qualquer coisa ele tinha que esquecer a sua origem ele tinha que esquecer o seu passado a sua etnia e se possível a sua língua então os homens passavam 10 vezes em torno disso que os exploradores achavam que com isso eles poderiam esquecer Claro que isto era uma ideia abstrata de esquecimento e Que isso não foi possível
né essa sala conta a história de como esses africanos chegavam ao Brasil tornavam-se escravos eles chegavam numa viagem penosa as pessoas eram amarradas no Porão do navio nos diferentes compartimentos recebiam a sua alimentação que era praticamente água e um pirão os que aguentavam essa viagem essa travessia chegavam muito mal as costas do Brasil e eram jogados nos mercados né era uma coisa tão selvagem né AD divinda de uma de uma gente dita civilizada Essa é a estrutura de um barco que conduziu os escravos do navio até a terra firme nesse quadro dá para ver o
navio e o percurso feito pela embarcação dos escravos até a praia aqui também nós temos algumas coisas que serviam de troca por escravos né as vasilhas de cachaça ou de rum os Búzios que era moeda corrente e o ouro aqui são expostos também alguns instrumentos de tortura que eram usados nos escravos quase todos os objetos de tortura para de uma certa forma que há uma disciplina violenta em torno desses dessa pessoa que em princípio nem tinha alma porque eram eram tratados essas pessoas Com tamanha crueldade Com tamanha violência essa é uma história que se revive
para lembrar que aqui houve de fato um holocausto a ideia do mab é resgatar a cultura afro-brasileira para poder contar uma história que nem sempre aparece nos livros as exposições aqui tem a intenção de desconstruir um Imaginário da população negra pela ótica da inferioridade formarem um Imaginário estabelecido no prestígio na igualdade e no pertencimento observem esta roupa do obá ifé obá é rei no continente africano e ifé é uma importante cidade hoje localizada no território da Nigéria o fato de ser uma roupa de rei revela que no continente africano existia centralização de poder então existiam
também estados então existiam organizações sociais bastante estruturadas e bem complexas também nessa roupa dá pra gente perceber um brilho esse brilho vem do fio de ouro esse fio de ouro nessa roupa revela que os africanos no continente africano manejavam minerais além desses elementos de riqueza também tem elementos de Poder com o símbolo desse elefante que revela poder e força a gente pode associar isso com um mito que é bastante comum que é o mito da força física dessa população africana que vem pro Brasil na condição de escravizada Então as pessoas acham que os africanos vinham
para cá para trabalhar somente com agricultura ou ou no ciclo da mineração o que não é verdade por toda essa tecnologia que essa roupa tem a gente pode perceber que eles tinham diversos outros ofícios que eles eram capazes e tinham habilidades para executar diversos outros ofícios que estruturam os ciclos econômicos no Brasil então eles são também mar carpinteiros cozinheiras pesqueiros e uma série de outros ofícios que não só estão relacionados ao trabalho com a terra essa é a exposição trabalho e escravidão que ressalta os saberes e as tecnologias trazidas pelos africanos escravizados no campo de
Trabalho tanto no ambiente rural quanto no urbano o conhecimento dos africanos foi determinante para o desenvolvimento dos ciclos econômicos o Brasil foi colonizado pelos portugueses Mas quem trabalhou foram portanto os os africanos né Foi eles que geraram a primeira grande fonte de riqueza que foi o açúcar e aqui a gente tem bem uma imagem de um engenho de açúcar como tem aqui a imagem da roda e dos eixos que tritura a cana né que era uma coisa manual né dependia de uma força humana ou animal aqui tem uma coisa interessante que é o Pão de
Açúcar né que era onde se guardava o açúcar mascavo e aqui a gente vê portanto nessa varanda da casa de Engenho fora da forma do Pão de Açúcar e que dá origem ao morro do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro a gente tem aqui em obras de pintores Viajantes que mostra Portanto o comércio a cadeira de barbeiro e chega a cozinha as diferentes comidas né que são de origem puramente africana ou a caçau carajé caruru xixim enfim são comidas que são recuperadas pelo pelo um grande Historiador baiano do século passado Manuel Querino Querino foi
o primeiro brasileiro afro ou branco a detalhar e fazer justiça as contribuições africanas no Brasil seu livro A arte culinária na Bahia é um precioso inventário sobre as receitas africanas e seus ingredientes aqui temos uma gravura que mostra a imensa população africana na mineração do ouro e aqui tem uma bateia que é a forma pela qual né se catava o ouro nos leiros do Rio aqui temos uma revista de uma casa grande que tinha 3000 escravos e esses escravos Estão todos aqui en Federados né nessa revista dessa mina inglesa e São João Del Rei esse
era um móvel usado pelos Ourives que trabalhavam com ouro criando joias e objetos de valor Essas eram as ferramentas usadas por marceneiros e sobretudo esse livro de registro de escravos seu nome sua idade sua profissão e quanto valia então você vê aqui por exemplo Evaristo de roça 49 anos valor um conto e r 500.000 aqui também tem a questão do café que é outro período de riqueza do Brasil sobretudo no sul do Brasil Esse é um quadro do Dutra né de uma de uma escrava pelando café aqui no sul do Brasil e São Paulo o
povo que veio escravizado não era um povo qualquer eram pessoas que produziram uma civilização sofisticada né com Deuses com esculturas com obras de arte os africanos que vieram para Aqui foram na realidade tulid da sua manifestação artística e também Religiosa e a gente fez aqui uma alegoria uma lembrança a Xangô que foi o grande rei da Nigéria e que o até hoje é cultuado ele é o rei da Justiça quem vier aqui no museu vai ver também todos os orixás que estão aqui com as suas vestimentas com as suas insignas aqui tem o Oxalá que
é o pai de todos que tá de branco seu cajado né tem o chum a rainha das águas tem manjar que da água salgada essa roupa de Oxum ela representa Justamente a grandeza de Oxum que é uma deusa vaidosa do ouro e da riqueza e da beleza a gente tem portanto não só a representação africana de deuses Mas também de máscaras votivas de máscaras de dança essa representação de oó Sima fim do século X que é deslumbrante como esse cajado de um rei africano a cultura africana não apenas sobreviveu mas está escrita e impressa inclusive
na literatura um dos meios mais nobres e definitivos de inscrição cultural estamos na biblioteca Carolina Maria de Jesus eh que foi inaugurada no dia 13 de Maio de 2005 a data não foi escolhida não por acaso né porque afinal de contas o aniversário da Abolição da escravidão no Brasil né e a biblioteca hoje ela contempla mais ou menos cerca de 11.000 publicações entre catálogos livros teses periódicos CDs DVDs etc ela também complementa as informações que são mostradas através das Exposições então nós temos aqui o nosso acervo ele contempla muita coisa da da cultura afro-brasileira então
tem a dança a a religiosidade a a culinária a biblioteca tem esse nome por causa da catadora de papel Carolina Maria de Jesus descoberta nos anos 60 por um Jornalista no Canindé em São Paulo que encantada com os textos do diário de Carolina resolveu publicá-los no livro quarto de despejo o livro foi campeão de vendas superando escritores como Jorge Amado e Erico Veríssimo depois desse sucesso Carolina publicou vários outros livros em diversas línguas nós temos aqui parte do diário dela e Aqui nós temos até inclusive um original da Carolina no próximo bloco vamos visitar a
exposição que fala das manifestações culturais africanas tão difundidas no Brasil e Relembrar os negros que se destacaram no país fica aí que eu já volto estamos de volta ao museu afrobrasil em São Paulo um lugar onde a cultura africana está viva na língua nas festas e nos costumes cotidianos e quando se trata de Cultura negra é quase impossível não pensar em religiosidade as religiões africanas não apenas se mesclaram entre si Mas também se misturaram ao catolicismo e a cultura indígena e dessa mistura de referências sagradas e profanas transformaram manifestações religiosas em importantes tradições populares a
Igreja Católica foi responsável por novos conceitos como esse o do sincretismo ou seja de envolver a população africana ou população negra com hábitos cristãos com como as festas do Rosário dos Pretos Néa Santa dedicada aos negros e também das festas do Cico de festas religiosas né como a festa de rei dos meninos de meninos Jesus e que nessas festas se inclui algumas manifestações que são ainda negras né Por exemplo a questão do divino as congadas assim como todo o ciclo de festa religiosa de joanina né de São João boi do Maranhão além dessa roupa completa
do Bame boi do Maranhão nós temos também as máscaras de cazumbá muito importantes porque elas são a prova de como essa permanência acontece né quando você vê aqui uma máscara africana encimada por um símbolo Cristão ou seja São João ou seja Santo Antônio ou seja um símbolo abstrato mas está sempre ligado à questão das máscaras de casbar de toda essa mistura surgiu também a capoeira uma arte marcial que é meio jogo e meio dança uma das manifestações brasileiras mais difundidas do exterior a capoeira é mais uma manifesta afrasa africanos mas como eles estavam aqui trabalhando
como escravos Lógico que se mistura com algumas culturas o berimbau por exemplo já existiam instrumentos semelhantes na África mas essa madeira por exemplo chama berimbal porque a madeira é abiba a madeira que enverga mas não quebra tem também a cabaça é uma semente que é muito utilizada na cultura africana e afro-brasileira também aqui tem o caxixi que é um instrumento indígena então a gente vê bem presente a cultura indígena na capoeira até no próprio nome que é indígena significa mata rasteira onde os africanos treinavam a capoeira também tem o Recco ali em cima o pandeiro
que é de origem árabe aqui o agogô que é um instrumento africano e aqui o atabak também que é muito presente em toda a Musicalidade afro-brasileira na religiosidade também em outras manifestações de origem afro-brasileira vocês estão vendo aqui sobre esse balcão tem algumas peças Alguém já viu esse aqui antes quem sabe o nome a Gog isso mesmo e o som dele como será que é esse som Será que é baixinho ou alto dá para se tocar infinitos ritmos com a gogô esse aqui vocês já devem ter ouvido falar reco reco Onde é usado Que tipo
de manifestação de festa no samba nas festas com samba Esse aqui esse eu acho que vocês não conhecem né Gunga gung ou Gunga ele é utilizado tanto no braço como na perna esse aqui é muito usado nas congadas o último agora sabe como é o nome dela não calunga essa boneca abre o cortejo do Maracatu que a calunga representa a travessia que os nossos ancestrais africanos fizeram pelo oceano para chegar até aqui no Brasil ela representa a memória daqueles que morreram durante a viagem mas ela representa também a Vitória dos que chegaram aqui e conseguiram
deixar pra gente todo esse conhecimento mar B preta do marac B preta do marac B PR preta saber que que é isso aí ó J Esse é o Daniel Ele nasceu na República democrática do Congo e faz um projeto junto com o setor educativo do museu onde ensina músicas e brincadeiras do seu país Como manda a tradição oral ou seja do jeitinho que aprendeu com sua mãe que aprendeu com sua avó e assim por diante quitoco kito que significa opa vou ensinar você uma música em língua lingala o núcleo de artes plásticas expõe obras de
diferentes da arte no Brasil desde o barroco e o rococó passando pelo século XIX e arte acadêmica A Arte Popular até a arte moderna e a contemporânea o Barroco Brasileiro teve mãos de negros que que se tornaram fundamentais na arte brasileira Esse é um baiano José teófono de Jesus que viveu na Bahia no século XIX e que pintou Muitas igrejas na Bahia e em Sergipe essa obra é de Francisco Xavier das Conchas a estrutura da peça é formada por um aramado bem fininho Conchas e penas nós temos também aqui o grande Escultor que não nós
temos só uma obra dele que é essa essa Tália que é al jardinho todos conhecemos o gênio desse famoso Escultor de Minas Gerais e não são só as artes plásticas que marcaram presença por aqui aqui também nós temos uma secia dedicada à memória algumas personalidades negras que foram fundamentais no Brasil que der suas contribuições a grande atriz R de soua Castro Alves marchalo de Assis que foi o grande escritor brasileiro fundador da Academia de Letras jadores Séc xx foram importantes como como garricha mestre de didid de Jam Santos que morreu recentemente Pelé e são muitos
e muitos outros artistas só vindo aqui mesmo para conferir Esse museu ele tem uma estrutura dividida em dois níveis um é o acervo exposto uma exposição de longa duração e outro é aquele que dinamiza o museu que são as Exposições temporárias elas trazem uma nova versão do Brasil pela perspectiva afro-brasileira que é a função fundamental desse Museu que tal agora um giro por algumas das Exposições temporárias que estavam montadas no dia da nossa visita a exposição arte Adorno design tecnologia é extremamente importante pra gente pensar a questão da escravidão e da mão de obra não
apenas na Perspectiva da força bruta do trabalho e sim na contribuição que esses africanos que foram escravizados e que vieram pro Brasil trouxeram a partir da sua origem os portugueses por exemplo já sabiam que nas regiões onde é atual gana povos Acã já tinham conhecimento da mineração do Ouro desde tempos antigos e era um conhecimento extremamente sofisticado não é à toa que eles aproveitaram né os portugueses aproveitaram né é o conhecimento desses povos no desenvolvimento da mineração do ouro no Brasil Estamos aqui na exposição modernidade a coleção de arte brasileira de Odorico Tavares Odorico foi
um Jornalista nascido em Pernambuco mais radicado na Bahia que incentivou os novos artistas baianos em meados do século XX assim como Emmanuel Araújo gostava muito de colecionar artistas iniciantes e artistas famosos também nessa coleção de Odorico Tavares aqui exposta nós temos artistas e internacionais como monab mab o japonês não é radicado no Brasil escultores nacionais como máo cravo Júnior e também pintores como o paulista pancet que fez parte da Vanguarda Modernista brasileira temos também obras do artista carioca de Cavalcante conhecido por pintar as famosas mulatas do de Cavalcante um artista que pensou essa figura do
povo brasileiro do mestiço não é temos também obras do paulista Cândido Portinari que fez parte também da Vanguarda do modernismo e também pensou nessa figura do brasileiro mestiço do povo brasileiro excluído hoje podemos conhecer um pouco mais sobre a arte e a memória de um povo que veio de longe e agora está em cada um de nós e se você quiser ver tudo isso de perto anota o endereço Parque do Ipuera São Paulo capital Para saber mais sobre agenda disposições e horários de visitas Entre no site até o próximo programa pessoal k n