Por que os AFETOS vêm antes das emoções? | Christian Dunker | Falando nIsso 465

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Christian Dunker
Por que os AFETOS vêm antes das emoções? | Christian Dunker | Falando nIsso 465 O quadro #FalandonI...
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[Música] bem-vindos ao nosso canal YouTube nesse falando início hoje hoje nós temos duas questões sobre os afetos sobre emoções sobre Catarse né Então queria aproveitar isso e divulgar um curso gratuito que tô oferecendo aí pela casa do Saber chamado desejo Maestro dos afetos vai acontecer aí em setembro e quem tiver interesse basta se inscrever e tem uma tem uma ficha aí e o buly vai colocar para vocês com uma pergunta clássica uma pergunta e uma urag uma pergunta que dá está no início das coisas né e o que é Catarse Éber Gonçalves fez essa pergunta
várias vezes Heber desculpe acabou passando então agora nós vamos enfrentar a essa sua questão junto com H uma colocação da jid Que pergunta porque que os afetos vem antes das emoções né Eh então agradeço são duas colocações muito muito interessantes né e vamos começar eh tentando caracterizar eh a teoria dos afetos em em psicanálise a partir eh da sua dimensão mais prática a dimensão que fez Freud procurar num conceito que nasce ali na na estética né não não se chamava estética mas na poética aristotélica que foi deslocado para eh usar eh e transformar sintomas por
meio do método hipnótico catártico o método desenvolvido por bruer e Freud tal como é descrito ali eh em comunicação preliminar em eh estudo soteria né vários textos da década 1893 994 o interesse do Freud pela pela pela ideia de Catarse eh vem e de um tio da esposa dele né jakob bernez que em 1857 escreveu um trabalho muito interessante sobre um escrito perdido da poética da tragédia de Aristóteles né Eh de como o Aristóteles entendia a a a tragédia e que eh foi objeto de interesse desse era um um teórico do Romantismo era um teórico
da literatura esse tio né Em 1880 ele publica complemento à poética de Aristóteles o cara não Era exatamente humilde né Agora nós vamos assim eh colocar o que está faltando né Eh rapidamente né então na na poética lá no capítulo 9 eh o Aristóteles e desenvolve ID do tu raum maston né que significa levar para o outro lado né então quando a gente brinca com aquon movebo né que ele leva pro outro lado e nós estamos praticando essa verbo né Tur raum maston né E que no fundo tinha uma aplicação né Eh no contexto da
teoria da linguagem do Aristóteles eh ligada a o o a figura de de de de pensamento e de linguagem né que é o metafor né é a o transporte a metáfora né então levar para outro lado é um caso particular da metáfora e que e se caracterizava a tragédia porque Aristóteles percebeu que nesse gênero você tinha uma experiência né da as teses né introduzindo aqui um primeiro conceito que vai se ligar com a ideia de de afeto né a as teses e essa função vamos dizer assim de receptividade de capacidade de se deixar impressionar né
de se deixar afetar pelo mundo e que provoca uma uma reação eh Inicial eh de prazer paradoxal Ou seja é um é um prazer que devia ser um desprazer ou um desprazer que tem um um prazer associado com ele é basicamente o que a gente sente quando quando vê um filme de terror quando vê uma coisa muito que nos angustia mas que também nos atrai e quando a gente vê algo grotesco mas que desperta aquele aquele interesse que nos faz aproximar daquilo eh quando a gente vê um acidente e há coisas ali que são que
são às vezes aversivas né mas ao mesmo tempo nos atrai né É isso que tá em jogo nessa ideia do do Prazer paradoxal e uma tragédia ela tem eh que ter para o Aristóteles Cinco Cinco características né então o interior da tragédia vai dizer a Catarse vai acontecer aqui né mas antes de tudo uma tragédia imita uma ação né ou seja ela ela pratica o que os gregos chamavam de mímesis né olha só como isso vai tá também na psicanálise né Eh só que a gente esqueceu a gente hipertrofiou a ideia de Catarse né e
e acabou essa ideia acabou incluindo outra que é mais valorizada pelo Freud adiante né que a ideia da rememorar que a ideia do refazer que a ideia do reproduzir que a ideia do comemorar né ou seja de fazer de novo né de reatualizar aquilo que foi vivido imitando portanto uma ação ao modo de uma mímese segunda característica de uma tragédia é que ela deve despertar Néa deve causar a afetos que são Então paradoxais mas que tem uma função terapêutica e tem uma função transformativa para o Aristóteles esses afetos mais comummente eram o medo né fobos
deimos né Eh os auxiliares de Marte o deus da guerra e a piedade né o sentimento de compaixão por quê Porque numa sociedade guerreira uma sociedade e onde frequentemente você tinha Invasões de de outros povos ter Piedade pode não ser o melhor afeto né que a gente quer causar né a gente quer causar o afeto inverso à Piedade né uma coragem que pode ser cruel que que que forma o caráter essa é uma outra função da da tragédia que a gente esqueceu lá no Aristóteles né a gente ao acompanhar ao viver tragédias ao ao participar
das ENEN AES trágicas né Eh isso forma né isso isso isso torna alguém Ah um sujeito Eh vamos dizer assim da para ideia né um verdadeiro ã homem grego a a terceira característica eh da tragédia é que ela desenha ela coloca eh o ser humano tal qual ele é né não tal qual ele ele poderia ser não como ele foi eh mas na sua absoluta realidade isso é importante porque sem esse detalhe Ah mais difícil que a gente se reconheça no protagonista ou no antagonista ou naquele que está junto eh contracenando durante a tragédia né
Eh o quarto elemento é que uma tragédia verdadeira então termina mal né lá ela tem que de certa forma apresentar uma espécie de moral realista né ela tem que eh se colocar como eh um um paradigma né como uma um caso de uma regra eh uma regra que tá discutindo inclusive quais são nossas relações desejáveis e indesejáveis com com a lei né Toda a tragédia é também uma discussão entre nomos e de qu nomos é a lei que os homens fazem que os seres humanos fazem e a de que é a lei que nos Ah
que nos governa desde desde os deuses Então esse momento de aparição da tragédia na cultura grega eh ele tem que ver com essa passagem né de um mundo organizado pelos mitos oral H coletivo para mitologia quando você escreve esses mitos para a democracia né para um regime de laço entre os cidadãos e em que o poder se transfere pra palavra em que o poder aconteça da forma eh partilhada ela envolve decisões que são então coletivas e feitas pelos humanos né não justificadas pelo pelo pelo pelo passado mítico pela eh pela pela origem que e eh
os mitos descrevem na poética o Aristóteles também argumenta que essa imitação de uma ação ela precisa envolver mobilizar o que há de mais elevado no caráter humano né e e ou seja e no centro da tragédia a gente tem sim um herói que comete um ato de ultrapasso da sua própria medida do seu métron né E esse ato de ultrapasso é a hubris né é o momento em que justamente um um humano pensa que pode agir como um Deus né Às vez sem saber que está fazendo issoo é muito interessante né a tragédia ela Ela
implica um sujeito que que que que tá se apossando do seu destino tá dizendo eu faço o meu destino mas as ações que ele toma para fugir principalmente para para evitar um certo destino intuído ó lá o medo né e ol lá a a a piedade dos Deuses né e as ações que ele toma para fugir do seu destino levam ele a cumprir o seu destino de forma mais Cabal e mais e impressionante e mais eh baseada em eh inversões dentro da da da tragédia né dentro do enredo por exemplo o edpol ele vai fugir
de Corinto porque ele não quer matar os pais dele e daí ela vai para Tebas e no caminho com as três Encruzilhadas ela ele encontra o pai mas ele não sabe que Lio é o pai Ele acha que o pai é são aqueles que deixou para trás em Corinto então ele vai fugir do seu destino e o que acontece ele encontra o seu destino ele vai e ele vai encontrar o pai que ele não sabe que é o pai dele por isso ele não sofre de complexo de épo né ele não tem nenhuma nenhuma hostilidade
com aqueles que ele pensa que são eh seus seus eh país de origem a mobilização então Eh na tragédia de certos afetos que o Aristóteles caracteriza como afetos violentos né Piedade o temor mas também o entusiasmo Olha que interessante né entusiasmos em grego teos quer dizer ter um Deus dentro de si vale tanto para a as ibres né a o ato de de de de heróico né de ultrapassar sua o seu o seu limite eh mas também a ideia de que você possui um Deus dentro de si não você possui aquilo que ã reverbera né
a capacidade de criação demiúrgico fato de que as tragédias são são Produções humanas né não são mitos só que vieram lá eh do do passado mas elas são colocadas num num formato que que envolve música que envolve juízes que envolve o de tirambaço teatro né que é um tipo de de arte É nesse contexto então que a gente vai eh ir vendo aparecer ah elementos chaves pra gente entender os afetos né Ou seja no campo da estética seja porque você tem sensações de prazer e des er a gente já falou né da paradoxal do que
que a tragédia mobiliza e em cada um né seja porque os nossos afetos eles têm que ver com a ação e a ação que se desenvolve ao mesmo tempo em imitação repetição retorno circularidade do que se faz e essa ação ela envolve mobiliza uma espécie de atitude básica de recepção e de experiência eh da ação né que é o Patos muito importante é daí que vem a psicopatologia né Eh em Oposição a nosologia nosologia é o campo eh da definição das doenças psicopatologia né e o patológico ele não necessário amente tem que ver com as
doenças tem um tem um tem um erro grave aí na na no uso comum Popular né você tá patologizado e entendo porque a palavra foi colonizada nesse sentido Mas vamos olhar ali na origem o Patos é no fundo uma espécie de disposição de afetos né uma espécie de gramática básica de como a gente vai e deve viver certas emoções e transformar certos afetos em emoções e certas emoções em sentimentos então por isso E aí respondendo à pergunta né Eh Por que que os afetos vem antes das emoções né Eh estamos falando do do Patos e
estamos falando da ação né a tragédia assim como a comédia ela envolve um certo conceito de ação a a pragmática vamos dizer assim onde se desenvolve né os as interações humanas os comportamentos e etc elas ah contêm dentro de si modos de reação né modos Ah pelos quais a gente apreende a agir sem pensar né algo AGE em nós sem que a gente arbitre exatamente sobre isso então é é o lugar da os gregos têm vários vários nomes para o lugar dos afetos né Eh a psiquê um mas um menos conhecido é o timó né
timó o Timo eles associavam né e o lugar em que a gente em que a gente sente e e e e a gente passa por uma uma experiência que o Espinosa vai descrever muito bem né que é autoa afecção né então Eh o afeto não é só o que vem de fora mas é como o que vem de fora reverbera com o Patos de cada um né E como o Patos de cada um reverbera no Patos coletivo né esse sistema portanto de de indução de afetos para emoções ou seja da polo passivo para o polo
ativo né as emoções são como a gente eh basicamente age os afetos Por isso os afetos vêm antes das emoções estou com medo Ok eh vamos dizer assim o que que veio antes dessa medo Ah o que que causou esse medo ao que esse medo está reagindo e a gente vai perguntar e vai encontrar o quê uma narrativa uma história mesmo que seja uma história muito resumida eh é o aparecimento de um objeto é a presença de um inesperado é o surgimento de um precipício é uma incerteza que me que me que me que me
toma né Ou seja a as emoções elas são ã regras de ação mais ou menos estáveis não é necessário que seja assim Para alguns isso pode ser assim uma H um erro mesmo um erro histórico mas é muito comum na teoria dos afetos né que a gente situe antes de tudo né esse conjunto Mais amplo que é o Patos né ou seja as paixões as paixões eh elas são não é só o medo mas é o medo que evolui para o pânico coletivo não é só a raiva é a raiva que eu evolui para a
colera coletiva né não é só a surpresa mas a surpresa que evolui pro Pânico coletivo esse afeto e ela se transforma em emoção e as emoções andam aos pares era isso que eu queria aludir com uma ideia problemática que vem lá também dos gregos dos do Aristóteles e vai atravessando a história até chegar aí no século XIX um autor no qual o Freud bebeu eh fonte do sua teoria dos afetos entre outros é o texto do Charles Darwin chamado expressão das emoções em homens e animais né E ali o o Darvin Coloca essa sequência de
pares né então a gente tem ataque e fuga né um padrão de de relação com o outro tá ligado a medo fuga ou então raiva ataque né e alegria ou tristeza é outro par de Emoções né Eh surpresa ou aversão nojo é outro par de Emoções né É como se houvesse um quiasma a cada vez o afeto que conduz a uma espécie de uma espécie de decisão né uma espécie de antecipação do seu ato em relação ao outro e que faz com que você encaminhe mais para cá medo recu ou encaminhe mais para lá eh
raiva agressividade vão um pouco mais para lá isso vem sendo tematizado pela psicologia contemporânea porque porque é muito comum no ent ento Popular a ideia de que se você tem certos afetos eles redundarão em certas emoções então o que que você precisa fazer para controlar as emoções bloquear os afetos né E aí que começa a acontecer que você tem afetos que são retidos né que são retidos na fonte como o imposto de renda né que que eu não deixo eles evoluirem para emoções por quê essas emoções vão se manifestar elas vão se expressar de forma
a Contrariar o Patos Ou seja a Contrariar ã por exemplo a maneira como o seu tipo social deve reagir numa situação como essa a Contrariar a maneira como o seu ideal de eu diz que você deve reagir numa eh situação como essa a Contrariar aquilo que o seu superu diz olha isso não é o jeito de se comportar né então a gente tem uma uma espécie de tripla mediação dos afetos para as emoções das emoções para os sentimentos vamos lembrar justamente nesse momento aí que o Freud tá dialogando comob com jakob bernes e montando a
sua teoria da da abrea dos afetos né sua teoria catartica e o bruer do outro lado tá dizendo o seguinte olha FR eu não concordo muito com você porque você tá dizendo que todas as vezes a gente vai encontrar um afeto que é um afeto de natureza sexual só que o que o Freud tá pensando é o que a gente viu aqui a paradoxal de certos Prazeres trágicos né quer dizer desprazer e prazer ao mesmo tempo né a combinação entre afetos a mistura entre isso é o problemático né e é por isso que ele vai
dizer assim o que a gente chama de sexualidade sempre envolve misturas indiscerníveis de afetos né Sempre envolve essa divisão entre que o outro espera de mim o que eu quero o que eu acho que o outro espera de mim o que eu acho que eu quero e o bruer dizia assim então por que não vamos negociar né Eu não acredito que todos os afetos indiscerníveis têm a natureza sexual por quê diz o brer porque eu vejo situações que causam sintomas histéricos que não são situações que eu consigo associar com o sexo mas que eu ligo
com Ah o teatro social estou numa festa baile e daí vem aquele sujeito e me diz uma coisa que é indecorosa e eu e eu queria sentar lhe a mão na cara porque ele ele foi e Zon roso eh mas eu não faço isso eu não faço isso porque uma mulher da meu nível ela não reage assim ela não fala palavrão ela não se mostra violenta ela não deve ser agressiva ó lá pressão de afetos né modulação do caráter né quem é você nessa posição social Então ela faz o que o brer chamava né de
histeria de retenção eu acho que ninguém mais lembra dessas velharias mas ISO extremamente Clínico no dia seguinte da festa a pessoa está com parestesia no no no na cara vocês por que que você tá com sintoma estérico de anestesia é eu não sei tá estranho eu tô sentindo aqui uma falta uma dormência Às vezes vem uma dor e daí o Freud vai por hipnose lembrando como como aquilo começou ó lá mimeses e chega na ideia da Ah eu queria ter dado o tapa e não dei Então agora eu sofro os efeitos mimetic do tapa que
eu não dei no outro né Muito bonito e converge com a ideia de que a hora que eu recupero a possibilidade de realizar o ato específico que eu não realizei que eu retive que eu suspendi que eu bloqueei o sintoma se reverte né Muito legal então a gente tá falando aqui eh de várias várias eh formas de Catarse né a Catarse é tanto o lembrar quanto o o o recuperar e viver novamente os afetos quanto eh encontrar um novo destin para eles é como se a gente se desse uma uma nova chance vamos voltar lá
voltei lá então e aí que que você poderia ter feito com o seu afeto ah poderia fazer isso poderia fazer aquilo e agora o que que você pode fazer com esse afeto que foi recuperado Ah eu posso ir lá e brigar eu posso ir lá e e elaborar comigo razões outros motivos ou seja se torna disponível o processo de D arb né o processo de de elaboração que estava interrompido pela ah pelo bloqueio reacional pelo bloqueio pela suspensão do trajeto esperado para afeto quando isso acontece diz o Fred a gente vai ter eh um uma
espécie de de de de rebaixamento né de conversão eh desses afetos vamos dizer misturados indiscerníveis que eu não consigo nomear É É aí que vem a retencia ou é aí que vem o outro tipo de histeria esquecido também pelos comentadores pela pelo clínico pela Clínica contemporânea mas que o broer não foi o Freud o broer chamava de histeria hipoide que acontece nesse caso né Eu estou desatento e o que acontece tem tem tem tem aquela pessoa que tá num rebaixamento de consciência e nessa hora então desprevenido vem alguém e bom te D um susto vem
alguém é te põe uma ordem vem alguém é faz alguma coisa que você não consegue reagir na hora bom outra vez você tem um problema de ab reação de afetos Então você vai ao brer Freud e elas eh fazem um processo de rebaixamento da consciência lembrança e no começo ordem pós hipnótica ou sugestão pós hipnótica né de contar para o sujeito ou simplesmente ordenar para que o sujeito Faça aquilo que estava retido ou conecte aquilo que não estava mais conectado mas vamos em frente vamos vamos entrar um pouco nas eh nas na na no texto
do Fred como é que o Fred falava sobre a Catarse né se a reação ó sobre os mecanismos psíquicos dos fenômenos estéricos um texto 1893 se a reação é sufocada o afeto permanece conectado com a recordação um ultrag acontecido mesmo que seja só de palavra é recordado de uma outra maneira do qual ele foi preciso conter-se então é aquela situação em que a pessoa chega da festa e ela refaz o diálogo e ela fica assim raivosa da vida ela fica nervosa ela ela ela ela não se se se avalia muito bem porque ela ela diz
devia ter dito outra coisa ó lá entre o rebaixamento da consciência tava desavisada e a violência imposta pelo outro e a falta de preparação do aparelho psíquico que termina então nessa nessa eh eh conter que ele fala aqui a linguagem reconhece também essa distinção nas consequências psíquicas e corporais e de maneira extremamente característica designa né isso por leiden k leiden é sofrimento e krank é doença né então é o sofrimento como doença e a doença como algo que traz o sofrimento né E que o nosso tradutor propõe então afronta no sentido de mortificação ou sofrimento
tolerado em silêncio né então e é uma tentativa de reunir um número enorme de situações em que a gente entra nessa leiden Arts kranon né e sofrendo como um doente veja que interessante porque a gente volta na H Aristóteles a ideia da e da da da da metáfora do do transporte pro outro lado né porque é como Arts é como né sofrendo como um doente né não sofrendo de uma doença e é nessa metáfora que a gente tem o início né abertura para o campo da psicopatologia propriamente psicanalítica tá Artes como uma doença não é
uma doença quando o quê mortificação ou seja envolve o acontecido e a maneira como se reagiu durante a acontecencia mas envolve a lembrança do que aconteceu envolve a maneira como a gente lida com a lembrança e envolve A negação dessa lembrança e A negação que vai se produzir quando você desconecta então o o representação e afeto por exemplo se impondo uma indiferença não aquela pessoa é tão irrelevante eh isso é tão Ah que eu que eu que eu que eu vou negar que isso aconteceu eu vou eu vou deixar isso passar eu eu vou fingir
que eu não estou sentindo aquilo que eu estou sentindo grande problema por quê Porque aí a gente entra num outro processo ligado à teoria dos afetos no Freud no no primeiro Freud né que é a ideia de que os nossos afetos não são algo que estão acontecendo assim dentro de nós só né de que elas são assim expressões de processo int subjetivos como uma parte significativa da das neurociências da Psicologia eh individualista vou dizer assim para para não qualificar de outra maneira pensa né E que que você tem lá o seu cérebro e sua química
mental que que reage então daí você produz ali comportamentos que tem estrutura de uma resposta na verdade a teoria frediana ela é um pouquinho mais complicada que isso ela diz assim quando eu tenho esse afeto e ele por definição ainda não não virou emoção né eu vou ter uma tramitação disso né eu posso dizer assim e lá no começo ele é angústia eu converto os afetos indiscerníveis na moeda básica da angústia eu só sei que ela é angústia às vezes angústia que vai gerar uma resposta ao ao real as a realidade às vezes uma uma
uma angústia que vai se enganchar em perigos eh inconscientes perigos da da fantasia né mas vamos dizer acontece e eu ainda não tenho a nomeação para para isso como é que então passo do afeto paraa emoção né como é que eu decido né aí no sentido do do do do da da Escolha inconsciente de objeto né não é no decisionismo da razão né eu decido isso a partir do que eu estou vendo no outro a partir da imagem que eu estou vendo no outro a partir da mímica social a expressão que tá lá e eh
x sua relação com inconsciente eu decido isso a partir do humor que se formou eu decido isso a partir do patos que se formou então a gente pode voltar né e dizer assim que que é essa esse esse esse raport né Eh que que autoriza a gente a for contar piadas a a dizer coisas a romper a barreira da un druc né do censura e dizer coisas mais íntimas e e se aproximar do outro ISS é que compartilhar de um mesmo Patos mas esse compartilhamento ele é feito e refeito a cada vez ele é pressuposto
né ele pode ser violado né E aí a gente tem então essa esse processo de leitura cruzada em que eu tenho que compor o que eu estou sentindo em relação a mim e o que eu estou sentindo no olhar do outro né são dois processos cruzados a reação do prejudicado frente ao trauma só tem um efeito realmente catártico se é uma reação adequada com a vingança Olha que interessante né fui humilhado né Eh fui ultrajado fui tratado mal né dizer qual é a resposta adequada Vingança Vingança quer dizer o que você então vai lá e
e e maltrata O cara chuta o cara e atira não não a toda questão é a vingança que que é um afeto social né a as a Catarse se dava quando quando os deuses se vingaram dessa pobre coitado do Édipo dessa pobre Coitada antigoa e tem uma vingança em curso mas a vingança é simplesmente o nome que a gente dá pro gozo sobre a crueldade do destino né ou o gozo que a gente tem na equilibração das coisas segundo essa metáfora essa tropo dos tropos que é o destino né Eh mas o ser humano encontra
na linguagem um substituto da ação uma passagem muito importante do Freud com seu auxílio o afeto pode ser ab ionado de igual modo ou seja com auxílio da linguagem eu não preciso ir lá a responder vingativo para pela pessoa que te tratou mal né Você pode eh responder num certo teatro numa certa substituição num num diferido temporal que é o que tá acontecendo dentro do tratamento psicanalítico Então vamos lembrar que a catarse ela não foi inteiramente abandonada pela psicanálise quando o Freud diz olha agora vou mudar de método o ference colocou essa ideia da da
neocat arse né quando ele diz assim a Catarse que lhes falo é apenas por assim dizer o caso de no caso de muitos sonhos uma confirmação oriunda do inconsciente um sinal de que nosso labore trabalho de construção analítica a nossa técnica de resistência e transferência lograram finalmente alcançar a realidade etiológica ou seja realidade causal Portanto o a pale ocat arse não tem muita coisa em comum com a neocat arse que que ele tá observando né Isso tá em no texto 29 chamado princípios do relaxamento em neocat arse né de que esse ajuste de contas ele
se faz nessa conversa que o sujeito tem com consigo com o analista e que há sinais há sinais corporais a sinais de afeto a sinais de eh de conclusiv desses afetos que estão vamos dizer assim em aberto bloqueados que não circulam quando como poderiam ou como deveriam um autor que pouca gente lembra né que ele frequentou o Freud Ele bebeu na na fonte do Freud mas desenvolveu uma teoria independente é o moreno né o criador do psicodrama e o que que ele diz sobre a Catarse alguém poderá dizer que a Catarse passiva está aqui Face
a Face com a Catarse ativa esses dois envolvimentos que possuem patamares diferentes foram trazidos para a síntese pelo conceito psicodramático de Catarse né olha só ele tá aqui pegando uma coisa que tava lá no Aristóteles que é a experiência dos afetos vivida ativamente e vivida passivamente né ou passivamente e ativamente confirmando essa ideia de que de que os afetos Eles não estão dentro de você eles estão sendo circulando entre você e o olhar do outro o corpo do outro tom de voz tudo que vem nessa nessa semiologia né dos afetos eh com o outro e
que ele divide diz olha a boa Catarse não é só a experiência viver de novo a experiência do que aconteceu aquela vez é você então chora como como chorou e lembra que aquilo tava é viver no passivo e viver no ativo é o Vingança do do Freud num outro texto né é o que você faria então agora de novo para reconectar-se com o caminho de afetos que é o seu rumo a uma pela linguagem a linguagem substitui ação né Eh uma resposta a ideia aqui é que a catarses ela é um elemento essencial da cura
e do tratamento psicanalítico em todos os casos porque ela responde né Ó lá pela ideia de resposta né pelo quando a gente vê o paciente dizendo Opa Ela tá aqui inventando criando se colocando autorizando uma nova resposta um novo tipo de resposta né Assim Que a Gente avalia tá indo bem o tratamento por quê Porque as respostas né o sujeito tá respondendo ao outro tá respondendo aos seus afetos tá respondendo à demanda respondendo seu fantasma de outra maneira para terminar queria trazer o que o Lacan disse sobre a a Catarse né Eh e que tá
lá no seminário sete quando ele diz nessa ocasião Eu lhes mostro que nos textos de Freud repetição não é reprodução jamais qualquer oscilação sobre esse ponto vida rolong repetição né e Vida rolang compulsão de repetição não é reproduzir né reproduzir é o que se acreditava poder fazer no tempo das grandes esperanças da Catarse tinha-se a cena primitiva em reprodução como você tem hoje com os quadros dos grandes mestres de 9 Francos 50 né que que ele tá sugerindo que a a Catarse na na na no seu sentido mais mais corrente e assim eh pouco pouco
interessante é sentida como Olha eu vivi aquele impacto com a a Monalisa que me deu aquele olhar que me desfigurou Então agora eu compro o uma uma versão Menor da Monalisa né uma cópia uma reprodução e daí nesta reprodução eu consigo ajeitar os afetos que ficaram pendentes lá e ele tá dizendo não é bem isso eh só que o que freed nos indica quando dá os passos seguintes e ele não demora muito para nos dá-los é que nada pode ser pego nem destruído nem queimado senão de maneira como se diz simbólica em efige ou em
absentia e aqui gente tem uma batatada do Lacan aí tem gente diz ah mas o lacão é o superhi Marvel ele a sua capa mágica do tempo lógico paa na Liga da Justiça não que o lac tá falando uma coisa equivocada né quer dizer o que o Fred diz é exatamente o contrário disso que nada pode ser destruído nem queimado efige ou seja você precisa eh trazer né em ausência você precisa presentificar né portanto você precisa reproduzir né aquilo que eh estava posto e esta reprodução não é repetição e aí ela está certo né aí
aí é de fato o conceito de repetição é muito mais vasto muito mais fundamental do que o conceito de reprodução a reprodução é é é assim a aqui você tá o seu papel no no teatro Aqui tá o scripto e vai lá e reproduz né O que o que tá dado e coloque a sua o seu humor o seu Patos o seu os seus afetos as seas emoções nessa nesse papel tudo bem mas aqui eh nada pode ser destruído em efige né Eh em absente tá você prisa né voltar a a a um modo de
presença para presença sem sensível para que a Catarse e ocorra no fundo não há um uma um abandono da Catarse né Isso seria assim eh Há uma há um abandono da da ideia de que a Catarse é a técnica Fundamental e ela é o caminho da do tratamento ela é enfim como a gente procede que o ference tá dizendo é existe a Catarse num uma outra maneira o moreno tá dizendo é mas os efeit da catar eles são reais eles estão eles foram descritos pelo Aristóteles e Eles continuam valendo tá mas ah eles precisam ser
dimensionados em relação a o progresso da transferência em relação a bom aí a gente tá alterando o circuito dos afetos mas o circuito dos afetos no fundo é governado pelo Desejo então ah eh se você se você imagina que que que simplesmente operando eh sobre e aqui não é o rebaixamento né o Imaginário dos afetos né E você vai eh alterar né a dinâmica dos sintomas isso isso a gente sabe que não isso é quase que um efeito posterior mas não pode ignorar esse processo né não pode na clínica deixar praticar a Catarse né eh
e e perceber quando ela está acontecendo e perceber que ela vai acontecendo durante a associação livre né e e convidar o paciente a a se escutar na na na sua Catarse enquanto processo de de reexperience cção né de cenas de fantasias e assim por diante para quem quiser mais as fragmento sobre o lado de lá né e a travessia para o lado de lá talmon que no fundo é uma versão do Trans né que a gente chama de trans Sis trans o trans é aquela que vai do lado de lá trans tambem tem até experiência
de gênero trans mas mas como a gente vem aqui colocando escrevendo né trans é muito mais do que isso né trans é uma eh é uma forma de ler não uma forma de a gente tem a Cis leitura a gente tem a trans leitura uma forma decolonial se vocês quiserem de ler as coisas eh passando para o lado de lá né se escutando desde o lado de lá né Eh fazendo a voz né caminhar pelo stig e voltar para o lado de cá quem quiser pega o pedalinho aqui e Olimpíadas o cena e tal o
konta tá lá eh ajudando o pessoal e eu tô aqui para eu falar com vocês sobre afetos emoções e sentimentos É isso aí h [Música] [Música]
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