intriga fofoca ou criar histórias quais mecanismos psíquicos estão envolvidos aí e mecanismos de poder mecanismos sociais a psicanálise também é essa [Música] reflexão então é interessante a gente poder se debruçar sobre um fenômeno arquetípico humano porque ó é mais velho que a s de Braga então por exemplo a gente tem lá atrás no Príncipe de Maquiavel né el príncipe que é uma obra 1500 1532 para ser mais precisa que é quando a gente tá na explosão do renascimento a gente explosão eh tem esse essa exp esse Renascer de uma cultura que se pretendia mais laica
E que ao mesmo tempo vai fazer esse jogo né Maquiavel que deu origem a esse adjetivo maquiavélico você pensa aquela Trama né calúnia difamação estratégia jogo Política barra politicagem né que alguns podem até falar bom isso é humano real politic né Então essa essa explosão do Renascimento é de alguma maneira o renascimento da cultura clássica greco-romana pro Ocidente que vai desencantar se de uma religiosidade Cristã e que vai Pretender fazer o pacto social em bases que seriam separadas essa grande separação igreja estado colocar como dois âmbitos distintos da experiência humana e ao mesmo tempo você
ter governantes reais o estado ele não é mais porque o rei seria eh imbuído investido de poderes transcendentais e ele seria o representante de Deus na terra o faraó o rei o governante quem é o governante ele é humano ele é humano mas ele tem que ter estratégia ele tem que ter artimanhas e é esse o texto do Maquiavel nicoló machiavelli né É É uma racionalidade estratégica publicitária a gente poderia pensar hoje que é para fazer branding né você faz Qual é a marca do governante então ele dá conselho Imagina a gente tá falando do
começo do século X ele aconselha a você saber se humano o príncipe o governante o rei né O que seja mérit Lorenço de medit qualquer um que seja Ricardo I césare algum governante né retratado na literatura um pouco posterior né 16 para S que é Shakespeare ou que seja telenovela Gilberto Braga Janette Claire Globo ou que sejam as séries atuais da nossa do nosso Imaginário ficcional aquele que tem o poder ele vai ao mesmo tempo saber se humano e tramar narrativas e controles ficcionais narrativos histórias sobre os inimigos sobre os amigos para manutenção do Poder
não é à toa que na Aurora da modernidade a gente tenha um distanciamento crítico e quase cínico a gente poderia dizer né no sentido do cinismo como operação de distanciamento saber que a gente está mentindo e criando narrativas com a finalidade política tal por exemplo hoje a gente tem estratégias de extrema direita pelo mundo todo e a gente teve aí o trump o o ponto dois né a gente já faz uso de Intrigas que foram feit sobre camala Harris então a gente já hoje naturaliza essa operação da intriga a fofoca mesmo no âmbito mais privado
ou fofocas no âmbito público e político então o que que que que que tá em jogo aí né um preservação do Poder a gente tem Maquiavel tem Shakespeare tem estrategistas políticos e publicitários comunicadores contemporâneos para ajudar a gente a enxergar isso né manutenção de cargos nas os lobistas projetos congressos projetos e empresas disputas de herança de território de espaços aí a gente pode ampliar essa ideia para muitas instituições humanas como diria n demasiado humanas Então se a gente tem por exemplo uma progressão de carreira se a gente tem né se a lógica humana é assim
né Tem a base e uma empresa de 10.000 funcionários não dá para 10.000 serem os ceos ser um presidente um Coordenador Geral ou um país Então a gente tem um funil né um funil tem esse formato né quem vai escoar aqui e a gente tem esse outro desenho plástico né a plasticidade de um funil para cima Então como é que a gente vai eh vencer a grande disputa você vai plantando histórias e você vai fazendo um processo de aut venda né eu eu valho mais que o outro de autof falcização Se a gente fosse usar
os nossos conceitos isso vale no mercado sexual no mercado Universitário acadêmico Empresarial corporativo privado público na na escola na nas turmas dos amigos né inconscientemente As crianças os adolescentes e os jovens levemente vão fazendo táticas e práticas de leve calúnia difamação intriga fofoca a menina que pegou o namorado da outra que beijou que deu que fez o menino que né é rico bonito é feio é bobo é galinha o pau pequeno grande e tal né então isso é da prática humana e da do jogo da gente se sentir de alguma maneira impelido a fazer a
construção do nosso próprio valor Isso é uma por que que eu comecei com o Príncipe de Maquiavel e o Renascimento e a modernidade é o pedágio que o sujeito moderno paga para poder construir a sua própria história e o seu destino a despeito da sua origem lembra o tempo todo a gente aqui no nosso campo eh analítico e o nosso universo MH a gente fala disso né da da modernidade como o grande a grande instauração da criatividade subjetiva crie o sujeito que é você você não tá mais destinado a cumprir a sua origem a sua
classe social a sua sua tribo sua etnia né você não tá condenado a ter o destino da sua marca de nascimento autonomia criatividade resiliência desejo ambição para construir-se então aí a gente tem essa virada do sujeito competindo com o outro sujeito para ver quem é o príncipe não é um direito de nascença é uma disputa democrática numa eleição então com quem leva quem conta a melhor história sobre se mesmo não deveria ser só isso deveria ser quem mostra e prova que fez os melhores projetos tem a melhor trajetória tem o conhecimento tem a possibilidade de
transmitir esse conhecimento de fazer e de comunicar mas às vezes nem sempre o melhor leva né e e às vezes essa escolha que a gente faz é inclusive trágica Qual o mecanismo para aquele que implanta essa narrativa né além dessa análise e vamos dizer sociohistórica e mais Ampla das estruturas de de disputa valoração e reconhecimento da nossa forma de vida né como funciona isso subjetivamente muitas vezes nesse processo de achar um lugar ao sol e construir o seu próprio lugar aí a sua marca a sua vida e né a sua sua história o seu trabalho
a sua obra muitas vezes você se constrange você acha que o seu valor é menor que o do outro e aquele outro que é grandioso que é reconhecido que é amado que né que é Otelo né Vamos pegar outra obra dessa Aurora moderna para ajudar a gente a pensar né Otelo o Mouro de Veneza ele chega ele é um grande Comandante ele é um grande vencedor ele é incrível e ele consegue desdêmona ele consegue consegue ele ele seduz No melhor sentido né ele se torna desejável para uma moça igualmente desejável ele tá com tudo ele
tá muito bem na fita e Iago quereria ser reconhecido por ele quereria ser braço direito de hotelo quereria est junto e quereria eventualmente suplantá-lo mas sobretudo ser reconhecido por ele e Otelo Escolhe um outro né como seu General Otelo não n não faz essa parceria imaginária com Iago que fica muito puto né em bom português aqui me perdoem aqui né O Iago fica TR n aí tem milhares de textos para dizer sedução da Ira invejosa da do ódio da Inveja a a deusa de frios olhos verdes né e ele vai plantar a intriga a grande
uma das intrigas mais famosas da história literária que virou filme quadros séries e ess plote Tem muitas derivações que ele vai dizer e vai plantar a prova com o lenço da desdémona que ela teria traído H Telo que ela é uma traidora O que é mentira né então e a água não suportou ver o brilho de hotelo ver esse lugar e o seu lugar a sua quem sou eu Qual é meu ser né claro revela uma insegurança revela a dúvida que você tem do seu próprio valor diante do valor Claro público e notório que é
o do outro tá claro e você compete consciente ou inconscientemente imaginariamente você talvez perca o sono no travesseiro e e se pergunte Nossa quem tem mais seguidores do que eu Espelho Espelho Meu quem é mais rico do que eu a gente tá numa arena onde a gente tem milhares de hotos a nos assombrar e milhões de falsos Hotel de falsos Príncipes e princesas a nos confundir Afinal Quais são os valores Quais são os fetiches válidos que que é que vale quem sou eu quem eu quero ser quem eu quero imitar quem é modelo identificatório para
mim que eu amo copio imito e depois destruo diminuo faço intriga né crio a intriga ou numa forma um pouco semiconsciente me deixo alienar pela intriga porque ela me satisfaz não ela é p e Eles comem cachorro e enfim tô dando exemplos de macropolítica Mas isso pode est nas nossas casas nas nossas nossos clubes vizinhanças não só na ficção isso tá nas nossas vidas né a pergunta que fica é quem é você dentro da rede Qual é seu lugar o que né O que o que você gosta o que você é e o que você
faz ou se deixa fazer