[Aplausos] Olá tudo bem a gente vê ouve Lê por aí muitas coisas que reforçam a ideia de que nós mulheres nascemos pra maternidade e que ninguém cuida dos filhos como nós somos valiosas insubstituíveis Mas será que isso é verdade acreditar que somos as únicas ou as maiores responsáveis pelo cuidado não seria uma inverdade além de um fado pesado demais bom já por outro lado perdemos valor quando somos mães e estamos no mercado de trabalho que frequentemente desvaloriza as mulheres tanto as que planejam ter filhos quanto aquelas que já são mães bom para conversar sobre esse
assunto as vésperas do Dia das Mães a gente recebe aqui na opinião a psicanalista iell que é diretora do Instituto Ger de psicanálise e também a psicóloga e professora do Senac Marina Cruz sejam muito bem-vindas é um prazer ter vocês com a gente aqui na opinião queria começar pela Vera existe instinto materno né nascemos para ser mães ou isso é uma construção Vera para começar não existe instinto materno nós temos essas competências humanas que são dadas para homens e mulheres para todos os seres humanos de cuidarmos uns dos outros nós temos essas competências e nós
temos também um treino que faz com que a gente aprenda a cuidar de uma certa forma ou não aprenda a cuidar nem de si nem do outro né então isso foi criado no século X o século XVI a ideia de que existiria o instinto próprio da mulher único e que daria para ela uma competência excepcional pro cuidado com as crianças isso foi criado inclusive para desincumbir o resto da sociedade no papel de Cuidado então só para para falar um pouquinho mais de um detalhe os seres humanos a gente tem instintos Mas na nossa evolução em
relação à questão da linguagem o instinto ficou em segundo plano não existiria um instinto específico da mulher para nada é muito cômodo né Marina falarem que ah Você cuida tão melhor né o bebê só fica com você ele só dorme com você ou ele só come aquela comida que você faz isso acaba né quando a gente acredita nisso quando mulheres acreditam nisso acaba sobrecarregando a gente né sim com certeza e pode acontecer até mesmo um Burnout materno né então assim a vivência de sintomas de esgotamento físico mental ansiedades estresse né quando a gente pensa por
exemplo no Burnout relacionado às doenças ocupacionais ao mundo do trabalho a gente pode comunicar isso a gente pode pensar em estratégias né de saúde e segurança do trabalho esse trabalhador pediu um afastamento né E aí quando acontece com a mãe né se a gente do trabalho a gente Descansa em casa mas e a mãe né onde ela descansa de que forma que ela vai lidar né com esse tipo de vivência né Vera e a gente e recebe essa peixa de heroína né caramba ela trabalha fora ela cuida do filho ela dá conta de tudo eh
mas a conta não fecha né É E essa peixa de heroína é a troca que a gente recebe Olha você perde um monte de coisas na tua vida particular mas olha aqui olha o espelhinho que vem no lugar né então você perde todo um território mesmo que é teu de ocupação no espaço público mas você ganha esse Premio e esse Premio Zinho muitas vezes as mulheres se identificam com isso porque como você disse no começo é o único lugar às vezes onde elas se sentem prestigiadas é no lugar de mãe que sabe tudo que eu
digo que funciona que nem uma bola de ferro presa no pé né você fala assim ai que legal só que na verdade te aprisiona numa função que supõe só você saberia fazer então uma troca um pouco injusta né E você acha Marina queria também ouvir a Vera depois que é é é uma armadilha que às vezes a gente mesmo se coloca né porque eu fico pensando a gente ouve ah eh mulher não pode ser engenheira né a gente ouve muito isso mulher não pode fazer isso mulher não pode fazer aquilo mas o papel de mãe
é uma coisa que ninguém tira da gente Pelo contrário né dizem que a gente é a única capaz né você acha que às vezes as mulheres eh elas mesmas se aprisionam né acabam sei lá não deixando que o pai cuide lá do jeito dele se você acha que que pode acontecer isso é muito interessante assim pensar sobre isso né porque eu escutando mulheres trazendo esse tema né para rodas com mulheres e com famílias aparece muito essa questão né de que às vezes dá mais trabalho pedir né Eh as tarefas domésticas a compartilhamento do cuidado do
que ir lá e fazer então fal deixa que eu mesma faço né porque se for para eu falar né onde estão as coisas como é que faz tudo né todo esse trabalho de planejamento gerenciamento organização vê se tá bem feito melhor deixar que eu faço né então muitas mulheres relatam essa questão né E para superar um pouco isso é necessário o entendimento de que como a Vera falou né todo mundo teve que aprender né todo mundo quando vai cuidar teve que aprender então compartilhar esses cuidados é bastante necessário Vera e deixar que o outro faça
às vezes é difícil deixar que o outro faça né eu eu vejo muitas vezes assim ah mas o pai ele não combina a parte do de cima da camiseta com shortinhos Olha como sai quando sai com o pai Olha como sai quando sai com a mãe mas isso não é um problema né então mas delegar é destronar um tanto a mulher é um pouco como a mulher quando ela entrou no mercado de trabalho para disputar igualmente com o homem o homem se sentiu ameaçado se ela fizer tanto quanto eu se ela ganhar mais do que
eu quem será que eu sou o homem mesmo da casa afetava a virilidade do homem as mulheres também agora delegar significa também repensar Qual que é o papel da mãe porque se o pai pode fazer as mesmas coisas que a mãe mãe o que seria uma mãe mas a gente tem que pensar sobre isso Será que a mãe o que define uma mãe é fazer a comidinha tem que começar a repensar o nosso papel da mesma forma que os homens repensaram o papel deles em relação ao mercado de trabalho Marina você ouve isso ah ele
não faz direito né do jeito que ele faz não é o certo existe certo tem coisas que existem mas tem coisa que que é bobagem né sim com certeza eu eu ouço bastante assim e que foi muito positivo parar de ter esse controle e foi difícil teve um custo pessoal é difícil de abrir mão desse papel mas quando ele foi possível de ser feito gerou um alívio dessa sobrecarga né então assim tudo bem deixa fazer desse jeito né É É uma forma de aprendizado também né então a a descombinando ali das roupas né a o
penteado né Tem Teve até uma uma publicação que viralizou né na rede social esse essa semana que era assim uma criança falando assim olha pai is saindo da escola né tava chovendo e era uma mini antropóloga né a criança porque ela falou assim olha todas as crianças que estão com as mães estão com guarda-chuva e você tá assim todos os pais que vieram buscar as crianças estão levando uns pinguinhos assim na cabeça mas é isso né vamos olhar assim os pais estão indo buscar as crianças na escola né a gente tá observando um movimento também
aí se a gente for pensar né na história da licença parental né quando surgiu né Eh antes de 88 era apenas um dia de afastamento que o pai tinha direito justificado né de afastamento do trabalho para fazer o registro civil do filho né Que ideia de paternidade que tinha naquele momento n era só pegar os documentos e levar no cartório isso muito burocrática não tava associado em nada ao cuidado né aí em 88 teve uma luta ali uma proposta para ampliar para 5 dias ainda com muito deboche muito machismo né mas aí ampliou para 5
dias e hoje a gente vê movimentos de pais que estão mais interessados em exercer o cuidado de verdade né gente tá ali apoiando as as suas parceiras gente tá ali exercendo esse vínculo forte com seus filhos né Então acho que é por esse caminho que a gente vai conseguindo superar essas questões da sociedade bom mas às vezes as mães são realmente as únicas cuidadoras de uma criança né por diversos motivos Eu tive uma conversa emocionante com a empresária Beatriz reggo é ela é mãe solo tava ainda aprendendo a lidar com esse seu novo papel né
quando ela descobriu que o filho dela era neuro atípico ou seja uma criança com transtorno de desenvolvimento de repente todas as informações que ela tinha garimpado até então dessa nova função de mãe não serviam mais e pior ela entendeu como a maternidade atípica pode ser ainda mais solitária do que a das mães que T filhos né cujo desenvolvimento acontece durante o tempo certo durante o tempo esperado Vamos assistir eu tive que reaprender tudo eh então ao mesmo tempo as dificuldades que eu tinha com a alimentação com algumas coisas que eu via que ele tinha questões
e outras crianças não tinham Ficou claro então ficou um pouco mais aceitável lidar com aquilo né um pouco menos frustrante de de achar que que que eu tô fazendo errado né porque a gente se culpa a mãe se joga né e ser a principal cuidadora a única né ser mãe solo de uma criança eh neuro atípica Traz mais uma camada para essa tua maternidade no dia a dia é uma correria o dia a dia é muito solitário eh ter que contar com a compreensão né do da sociedade no geral da escola da da minha mãe
das Amigas das pessoas que trabalham comigo das mulheres que trabalham comigo eh sempre estar pedindo compreensão sabe é chorar na rua de cansaço a sociedade encara como apenas responsabilidade da mulher a criação da criança né como é que você vê eh isso eu acho agressivo acho hostil a forma que a gente sociedade lida com mães no geral e pior ainda com mã sa a sociedade não entende que tratar o seu filho é inserir uma pessoa na sociedade a gente tem que implorar por ajuda a gente tem que implorar por visibilidade E ninguém ensina as outras
crianças a lidar com as diferenças eh não se importam com essa com esse detalhe sabe Elas preferem dizer ah então faz uma escola para para crianças diferentes Bia o que que precisaria ter em termos de rede de apoio parceria para você ter uma maternidade mais leve não sei se algum dia seria leve mas não precisavam jogar mais fardos na gente sabe eu tenho uma preocupação do meu filho ser independente ponto né para começar mas eu também quero eh que as outras mães meninos né entendam que eles precisam crescer para ajudar ser cuidadores também eu acho
que é uma criação antimachista para todo mundo a gente tirar um tabu disso e ensinar o os nossos meninos os os nossos homens que eles têm responsabilidade eles têm como se cuidar né eu entraria nesse jogo assim de ensinar o homem a o papel dele na sociedade também forte né Eh Ô Vera a as mães das Crianças atípicas elas muitas vezes sofrem né com com eh a perda desse filho ideal né esse luto a gente sempre sonha meu filho vai ser assim meu filho vai ser assado né Elas acabam idealizando tem que lidar com isso
mas elas também TM que lidar com vários abandonos né Às vezes o abandono do pai às vezes é a sociedade que vira as costas né é ainda mais pesado tem mais uma camada quando essa mãe Eh ainda tem que lidar com com uma sociedade que não reconhece nem a importância desse cuidado dela nem o filho dela como alguém que precisa ser inserido na sociedade é eu acho que são casos que revelam que a nossa sociedade não tem um pacto de cuidado a nossa sociedade tem um pacto de exploração e competição então tudo que é da
Ordem do cuidado é uma espécie de resto que ninguém quer saber e que ficou do lado das mulheres que também são uma parte da sociedade que ninguém quer saber como se viram e que também estão no lugar de resto são as sujeitos que recebem mais violência são as mulheres é como se a gente ficasse assim com o resto o resíduo aquilo que ninguém quer se ocupar E aí você tem essa combinação que a maternidade é super idealizada e a idealização é uma forma de esconder uma violência porque você idealiza para você não ver o que
tem por baixo o que tem por baixo é uma falta de assistência Total Então o que ela tá denunciando aí é que se houver mais alguma coisinha que não é pouca nesse caso ela revela ainda mais o descaso com o cuidado então a questão não é só dos homens é uma sociedade inteira que tem que fazer um pacto um pacto baseado no cuidado e não na exploração e na competição ô Marina Beatriz cita que tem que contar com a compreensão dos outros né ela fala eu ten que contar com a compreensão da escola do plano
de saúde dos colegas de trabalho ela é mãe solo ela precisa sustentar esse filho dela né Isso é comum em todas as maternidades Mas e as mães solo e as mães atípicas elas sentem essa solidão né E essa carga ainda mais pesada sim com certeza e a necessidade dessa rede funcionando né dessa rede muito ativa e você percebe que geralmente nessas redes quem Tá apoiando são outras mulheres é um detalhe muito importante ela fala da mãe dela né Ela foi morar com a mãe dela sim é a gente observa que na realidade concreta da vida
das mulheres quem tá ali dando suporte são outras mulheres né então eu acho que essa fala né da Beatriz ela revela muito o quanto né como a carga mental ela é uma construção social e histórica as estratégias também pra gente ir superando isso elas também passam por aí né por esse momento mais coletivo né de rede engajando políticas públicas mais comprometidas com uma valorização igualitária entre homens e mulheres na sociedade com um compromisso maior das empresas também né em promoverem ambientes mais inclusivos para as mulheres né então toda uma cadeia muito mais Ampla de cuidado
mas a gente ouve muito né quem Pari o Mateus que o embale né né Vera como se você escolheu ser mãe então essa carga é sua né E quando a gente pensa na sociedade que a gente quer viver não é sim né então porque isso faz supor que todo esse trabalho e é um trabalho que custa porque Inclusive essa rede também tem outras Profissionais que são mulheres que estão sendo pagas para fazerem esse serviço toda essa essa rede de trabalho que custa ela fica na conta da mulher como se fosse da Ordem do amor da
Escolha pessoal algo totalmente totalmente invisibilizado Mas para que o homem possa sair trabalhar e ter filhos esses filhos estão sendo cuidados por mulheres que não estão recebendo para isso porque são as mães então tem todo um trabalho invisibilizado que a sociedade explora mas não compensa em nenhuma forma aliás pune né porque essa mulher profissionalmente ela vai ter mais entraves do que o homem então a gente tem um círculo vicioso muito negativo bom o opinião vai para um rápido intervalo na volta uma conversa sobre como é o cuidado das crianças indígenas Qual que é o papel
da mãe Nessa cultura tá curioso a gente volta já [Música] [Música] [Música] estamos de volta com opinião com a gente a psicanalista Vera iaconelli que é diretora do Instituto Gerard de psicanálise e a psicóloga professora do Senac Marina Cruz às vezes para mudarnos o presente é Preciso olhar para os povos ancestrais com a criação dos filhos não é diferente nas aldeias indígenas do Brasil a responsabilidade pelo bem-estar das crianças é coletiva eu conversei com a ativista Chile krenak que é mãe de três filhos dela mesma e de tantos outros do seu povo o processo educacional
dentro de uma comunidade ele nunca é feito de forma individual eh o processo educacional é sempre feito de forma coletiva né em que todos os parentes estão a olhar os pequeninos e pequeninas E à medida que ele vai crescendo junto à comunidade hum as as formas de ver essa criança vai vai vai trazendo o entendimento para sabermos como lidar com o dom que cada criança tem e eles ficam em tempo integral na na escola e à noite quando voltam para casa aí já é responsabilidade dos Pais né e também dos tios dos avós dos primos
que moram ao redor porque todo mundo Olha não é só uma pessoa que olha né não é só a mãe não é só o pai tem toda uma amplitude de vó de avô de tios né que fazem essa parte coletiva eh do educar desde a base até o seu crescimento Ô Vera tem aquele provérbio africano né que eu ouço muito por aí né que fala que é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança mas eu acho que ele vale também para o cuidado né Eh antigamente a gente tinha esse olhar né das das crianças
que vivem hoje nas cidades da avó do tio do primo a gente morava ali muitas vezes no mesmo quintal né hoje em dia is não tem mais Às vezes a gente consegue não sabe quem mora na frente da gente não conhece o nosso vizinho para ele dar uma olhada no nosso filho no caso de uma emergência né Isso também impactou né Essa vida na grande cidade essa cultura que a gente tem hoje sim essa redução das famílias essa redução não só das famílias porque às vezes as pessoas migravam enfim mas da própria Comunidade dos vizinhos
com quem você podia dar conta contar né e podiam dar conta um tanto do que que você precisava isso foi se perdendo a gente foi ficando cada vez mais paranoico nas relações urbanas e sempre uma ideia de que o outro pode assediar Meu filho não vai me ajudar e eu acho que aí que aparece a questão do pacto né nas culturas indígenas ancestrais brasileiras o pacto sempre foi do Cuidado era inimaginável e ainda é uma criança na rua pedindo alguma coisa uma criança passando fome ou a tribo toda passa fome por alguma circunstância não vai
ter uma criança passando fome a gente convive tranquilamente com as crianças nos faróis com as crianças morando na rua isso esse pacto é que tá equivocado né Marina a gente não tem mais com quem contar né dificilmente né Às vezes a gente tem ali uma mãe um pai eu por exemplo tive muito meu pai morando perto de mim me ajudando e e a diferença foi Total assim como é que você vê essa questão como é que ela impacta no cuidado e também na sobrecarga dessas mulheres que acabam ali não tendo com quem eh contar né
sim é acho que que o sentimento né é de muita solidão né então é muito interessante observar esse cuidado coletivo porque o cuidado ele é um trabalho de imenso valor né então acho quando quando a gente observa assim uma comunidade né que entende que o cuidado ele é de muito valor a gente sai um pouco da caixa né porque a gente essa realidade que a gente tá vivendo hoje é uma desvalorização muito grande do Cuidado então com certeza impacta demais assim toda a parte emocional né das mulheres essa solidão Ô V eu tava lembrando você
falou da história do pacto quando meu filho era pequeno começava o Facebook e tinha um grupo que eu participava que a moderadora mapeou onde estavam as mães inteiras do grupo digitalmente mesmo e a gente podia contar uma com a outra sem às vezes conhecer essa pessoa né Eu acho que as mulheres estão de alguma forma tentando retomar E essas alianças que existiam às vezes no tempo da nossa mãe Da nossa avó né Então essas redes sempre funcionaram sempre funcion as Mulheres sempre se juntaram agora com a internet mais e até para poder reclamar até para
poder reivindicar políticas públicas mais condizentes com uma sociedade que se preocupa com a próxima geração porque parece que a nossa sociedade não tá nem aí pra próxima geração eu diria né Rita você fala precisa de uma aldeia para cuidar das crianças mas a aldeia precisa das crianças para continuar existindo sem a próxima geração a gente não existe então a rede de mulheres que é uma rede que as mulheres já se identificam com o lugar de cuidado elas sabem o valor dificilmente elas abandonam os seus filhos enquanto que os homens abandonam como se fosse uma opção
é então Tchau vou embora né você vê o exemplo que você traz aí da da da tua entrevistada é impressionante né o que ela enfrenta ali em nenhum momento ela desiste se fosse um homem Será que ficaria então este pacto do cuidado já existe entre as mulheres o que a gente precisa é transformar ele num pacto da sociedade porque entre nós a gente já faz isso ô Marina agora o mercado de trabalho tem que saber que faz parte desse cuidado né Tem uma pesquisa da FGV que eu cito muitas vezes porque tem números chocantes que
metade das mulheres quando volta da licença maternidade pedem o emprego até o filho completar 2 anos de idade né então assim eh como é que o o mercado de trabalho tem que realmente fazer e eh parte desse pacto social né eu tava entrevistando uma uma uma CEO esses dias e ela e ela trouxe um ponto que eu achei importante que é o seguinte O mercado consumidor já fica de olho nas empresas tem mulher trabalhando não tem né então assim como é que as empresas tem que se dar conta de que tão perdendo essa mão deobra
feminina né quando não não fazem parte ali desse pacto do Cuidado dos filhos dessas mulheres Rita isso deve começar desde a contratação né a gente sabe que existem práticas né Eh de desconfiança né Olha você tá com uma idade aí né É reprodutiva então então fica uma coisa eh já um processo um limite né uma barreira para essa mulher na entrada do mercado de trabalho né então deve começar essas as práticas de inclusão e de diversidade relacionadas à Equidade de gênero elas devem começar desde a contratação e também eh de forma estendida né quando a
mulher está trabalhando entendendo as realidades eu acho que passa por uma escuta das mulheres das empresas procurarem entender as suas realidades de vida tantas contribuições né de diversas mulheres de Tod as mulheres né que estão prontas a dar contribuições nos campos tecnológicos científicos né mas tem muitas limitações e barreiras que impedem essas mulheres um exemplo recente foi o sequenciamento genético da vacina né do dos vírus do covid que foi feito pel pela cientista Jaqueline Gois de Jesus né a gente perde muito quando a gente não agora Vera e licença parental né porque se o mercado
de trabalho enxergar o pai e a mãe Ah os dois vão sair quando o bebê nascer isso seria eh um ganho para mulheres na hora de contratar ele vai contratar quem é mais competente sem esse olhar de Ah ela vai ficar grávida porque ele também pode ser pai exatamente na hora que você implica o homem nessa tarefa aí a gente vai começar a dividir obrigações né Para Além da gravidez e do parto que é uma coisa que só quem nasceu com útero pode passar mas você vai começar a dividir obriga você vai equalizar melhor Às
vezes a empresa começa com trabalho de diversidade ele foca como ajudar a mulher a cuidar da Maternidade e ela esquece que não é essa a questão a questão então é como ajudar as famílias ou seja pensar em modelos que incluam os pais e não pensar Vamos fazer uma creche para a mãe não mas uma creche é pro pai também porque o filho é de mais de uma pessoa então tudo que for feito ali tem que ser pensado a partir quebrar um pouco esse modelo de gênero porque a gente tem a ideia de que a gente
está ajudando a mãe a fazer aquilo que ao final é obrigação só dela não is a gente tá ajudando a sociedade as famílias a cuidarem das próximas gerações aí a cabeça faz assim acho que hoje uma empresa que não tem um setor ligado à diversidade e a inclusão ela não chegou no século XX ainda tá por fora agora a gente não pode contar com eh iniciativas pontuais vocês acham que isso parte de política pública Marina com certeza com certeza a gente por exemplo teve uma recentemente em Julho de 23 né a gente teve a lei
da Igualdade salarial entre homens e mulheres mas é muito chocante que seja em 2023 né exato Então a gente tem dados por exemplo do última da última pesquisa Nacional por amostra de domicílios que mostra que existe uma disparidade muito grande de Salários ainda né uma mulher no Brasil em média recebe 78% do que recebe um homem mesmo assim eh com a mesma escolaridade na mesma função no mesmo cargo com a mesma formação um homem recebe 22% a mais Então a gente vê que essas iniciativas nessa essa lei por exemplo né Ela é de extrema importância
foi um avanço muito importante ainda falta fiscalização mecanismos de Transparência né de canais de denúncia mas já foi um passo um avanço bastante importante Vera a solução passa por políticas públicas necessariamente eu me orgulho de dizer que eu sou embaixatriz da dessa campanha pela parent pela licença parental igualitária né eu eu fui chamada para fazer isso eu acho muito interessante mas é uma campanha para que a gente consiga realmente passar uma lei que seja efetivada na qual homens e mulheres tenam direito e obri a mesma licença parental aí a gente vai comemorar Um Dia das
Mães muito mais feliz né esperamos Com certeza bom gente a opinião fica por aqui eu queria agradecer a psicanalista Vera iaconelli que é diretora do Instituto Ger de psicanálise e também a psicóloga e professora do Senac a Marina Cruz e você pode rever esse programa pelo YouTube ou pelo aplicativo cultura Play até a semana que vem tchau [Música] [Música] [Música] k Y